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CIDADE UNIVERSITÁRIA UNA - AIMORÉS

CURSO DE PSICOLOGIA

ROSÂNGELA SILVA DOS SANTOS

PROJETO DE INTERVENÇÃO:
APOIO A FAMÍLIA DE CRIANÇAS COM AUTISMO

BELO HORIZONTE

2022
ROSÂNGELA SILVA DOS SANTOS

PROJETO DE INTERVENÇÃO:
APOIO A FAMÍLIA DE CRIANÇAS COM AUTISMO

Trabalho de Conclusão de Curso, na


modalidade Projeto de intervenção,
apresentado ao Curso de Psicologia do
Centro Universitário UNA Cidade
Universitária (Aimorés) como requisito
para conclusão do curso.

Orientador: Prof. Me. Luiz Felipe Viana


Cardoso

BELO HORIZONTE
2022
ATA DE APROVAÇÃO

ROSÂNGELA SILVA DOS SANTOS

PROJETO DE INTERVENÇÃO:
APOIO A FAMÍLIA DE CRIANÇAS COM AUTISMO

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como requisito de avaliação para a obtenção


do título de bacharel em Psicologia do Centro Universitário UNA Cidade Universitária.

Orientador: Prof. Me. Luiz Felipe Viana Cardoso


Linha de Pesquisa: Psicologia Social, Direitos Humanos e Políticas Públicas

Banca examinadora:

Prof. Me. Luiz Felipe Viana Cardoso


Centro Universitário UNA Cidade Universitária

Profa. Dra. Cérise Alvarenga

Centro Universitário UNA Barreiro

Belo Horizonte, 06 de dezembro de 2022

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DEDICATÓRIA

Dedico este projeto a todas as crianças


autistas e suas famílias que diariamente
lidam com os desafios e superação da
realidade de um autista.

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AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus por ter estado ao meu lado em cada instante desse
percurso, pois eu não seria nada sem ele. A cada desafio enfrentado encontrei força na
minha fé, minha gratidão será infinita para com ele.

Agradeço imensamente a minha querida tia Maria Antônia, que foi mãe e pai para mim,
mulher maravilhosa, exemplo de força, dedicação, amor, que sempre fez o seu melhor
para me ver feliz e realizada.

Ao meu namorado, amigo Rafael, que acreditou no meu potencial, lutou junto comigo e
foi meu maior incentivador e suporte nessa jornada.

O Prof. Luiz Felipe Viana Cardoso pela excelente orientação e acompanhamento


para conclusão desse trabalho.

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EPIGRAFE

“Quem olha para fora sonha, quem olha


para dentro desperta.”
(Carl Jung)

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO .............................................................................................................8
2. REFERENCIAL TEÓRICO ..........................................................................................4
2.1 Conceituando o Autismo ...................................................................................... 4
2.2 Autismo na Família .............................................................................................. 5
3. JUSTIFICATIVA ..........................................................................................................7
4. PÚBLICO-ALVO ..........................................................................................................8
5. OBJETIVOS ..................................................................................................................9
5.1 Objetivo Geral ...................................................................................................... 9
5.2 Objetivos Específicos ............................................................................................ 9
6. METODOLOGIA ........................................................................................................10
6. 1 Procedimento ..................................................................................................... 10
7. PLANO DE AÇÃO .....................................................................................................12
8. CRONOGRAMA ........................................................................................................13
9. RESULTADOS ESPERADOS ...................................................................................14
REFERÊNCIAS ..............................................................................................................15

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1. INTRODUÇÃO

O Transtorno do Espectro Autista (TEA) se caracteriza pelo déficit qualitativo na


interação social, déficits na comunicação, padrões de comportamento repetitivos e
estereotipados. A família como principal meio de socialização é afetada desde o estresse
psicológico, ao preconceito da sociedade. Além das políticas públicas vigentes que não
atendem de forma eficiente.

De acordo com a sistêmica, a família é um sistema ativo em constante transformação,


onde o comportamento de um membro influencia e depende de todo o comportamento de
todos os membros (MINUNCHIN, 1982). A família se vê em situações desafiadoras, que
causam danos psicológicos principalmente o estresse, pois a dependência do portador
leva intensa dedicação ao filho, gerando conflitos.

Muitas famílias que possuem algum familiar autista sofrem não somente com os danos
físicos e mentais, como culpa e brigas geradas pelas dificuldades que a família precisa
enfrentar, mas também, com o preconceito que a sociedade tem com esta família, e
principalmente com o autista. A maneira como o indivíduo olha e trata o autista, na
maioria das vezes é diferenciada em relação aos que não possuem esse transtorno.

Como proposta de intervenção, esse projeto busca ofertar grupos de apoio psicológico
aos familiares, buscando realizar sessões terapêuticas através de momentos de escuta e
psicoeducação, de acordo com as temáticas escolhidas pelo grupo, após formado. Essa
ação busca amenizar o sofrimento e auxiliar no enfrentamento às questões diárias,
especificamente relacionadas ao TEA, proporcionando um momento de troca de
experiências, escuta e apoio.

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2. REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 Conceituando o Autismo

O Transtorno do Espectro Autista (TEA), foi considerado distúrbios autísticos do contato


afetivo um quadro caracterizado por autismo extremo, obsessividade, estereotipias e
ecolalia como um conjunto que se basearia em uma doença relacionada à esquizofrenia.
Em seguida, Kanner continuou descrevendo sobre este quadro, referindo como uma
‘’psicose’’ utilizando como base exames laboratoriais, no qual foram incapazes de
fornecer dados e informações conscientes sobre sua etiologia, diferenciando seus quadros
sensoriais. (KANNER, 1942).

Em seguida, o conceito continuou a ser estudado e revisto para a sua definição.

Foi reforçado a ideia do déficit cognitivo, frisando que o autismo tem sido, nos últimos
anos, enfocado sob uma ótica desenvolvimentista, sendo relacionado à deficiência
mental, uma vez que cerca de 70-86% dos autistas são deficientes mentais. (BURAK,
1992, 1).

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS, 1993) O Transtorno do Espectro do


Autismo- TEA caracteriza-se como:

“Uma síndrome presente desde o nascimento ou que começa quase sempre


durante os trinta primeiros meses. Caracterizando-se por respostas anormais a
estímulos auditivos ou visuais, e por problemas graves quanto à compreensão
da linguagem falada. A fala custa aparecer e, quando isto acontece, nota-se
ecolalia, uso inadequado dos pronomes, estrutura gramatical, uma
incapacidade na utilização social, tanto da linguagem verbal quanto corpórea”.

Assim, pode-se observar que o Transtorno do Espectro do Autismo, em especial seu


diagnóstico e intervenção, guarda estreita relação com o desenvolvimento infantil. Ainda
de acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS, 2013), as características do
autismo podem dificultar seriamente o cotidiano das pessoas nessas condições e impedir
realizações educacionais e sociais, considerando ser esta uma condição que afeta vários
aspectos da comunicação, além de influenciar também no comportamento do indivíduo.
O TEA é definido pela CID-10 (Classificação Internacional de Doenças) que, no capítulo
sobre Transtornos Globais do Desenvolvimento, ressalta os três principais pilares, que
essa diferença se manifesta: interação social, comunicação e comportamento (hiper foco
e repetição).

Após diversos estudos, foi relatado um maior volume no hipocampo direito e esquerdo,
quando comparado a um controle do desenvolvimento típico e independente de apresentar
ou não retardo mental (SCHUMANN, 2004).
Também documentado, em estudos de neuroimagem por ressonância magnética
estrutural, o início de um aumento cerebral junto aos sintomas do autismo entre 2 e 4
anos de idade, no qual interrompe o desenvolvimento normal do cérebro (LAINHART
et al, 2006; MINSHEW & WILLIAMS, 2007 apud BAUMAN; KEMPER, 2004).
Atualmente, o que pode ajudar a compreender o autismo, é os neurônios espelho (NE)
Isso implica em uma falha no desenvolvimento de sistemas de NE que podem resultar em
uma série de prejuízos decorrentes de desenvolvimento caracterizado por uma síndrome
clínica do autismo (WILLIAMS, 2001).

De acordo com os autores Marcelli e Cohen (2010) o autismo sinaliza diversidade e


variabilidade, dessa forma podemos observar alteração das capacidades de comunicação;
alteração das interações sociais; aspecto restrito repetitivo estereotipado dos
comportamentos, dos interesses e atividades.

Por ainda não existir marcadores biológicos, o diagnóstico do autista é ainda baseado em
critérios comportamentais, mesmo que as pesquisas sobre o tema estejam em constante
avanço, ainda há uma distância muito grande na compreensão desse fenômeno (MOURA
et al, 2005). Com tudo, estas evidências direcionam para a melhor forma de diagnosticar
o autismo.

2.2 Autismo na Família

Família é um ciclo que inclui eventos significativos de desenvolvimentos: que abrange


contextos históricos- sócio – culturais.

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o Autismo gera desconforto tanto para o portador nas suas relações sociais, como no
mundo externo. Principalmente no meio familiar, onde a família passa a conviver com o
problema, que por consequência são afetadas.

A doença leva a família a experimentar limitações adaptativas permanentes e


desafiadoras, ao longo do tempo. O autismo coloca os pais frente a emoções negativas,
por não ter uma criança como esperavam, e por isso tem o sentimento de desvalia por ter
que viver com uma nova experiência. Levando a família a viver com rupturas de suas
atividades, limitações que transformam o clima e as emoções. Fazendo adquirir e unir as
mudanças para melhor adequar a uma nova realidade.

O comportamento dos autistas, somados à severidade do transtorno podem se transformar


em estressores para as famílias. O autista tende a acarretar dificuldades na realização de
tarefas simples, que são da fase de seu desenvolvimento. Os familiares se veem diante da
necessidade de lidar e enfrentar tais desafios impostos por suas dificuldades tendo que se
adaptar a intensa dedicação e cuidados das necessidades do filho. (DEMYER,1979). Por
isso, não é surpreendente a consistência de estudos que mostram estresse agudo em famílias
que possuem um membro com autismo (DEMYER,1979; FACTOR, 1990).

De acordo com Bradford (1997) o suporte com conjugar e social, tem função no processo
de adaptação das famílias que possuem algum membro com alguma condição crônica. A
forma como elas percebe e utiliza os recursos intrafamiliar e extrafamiliar, sofre efeito na
adaptação familiar. A presença de conflitos entre os pais, é uma forma que dificulta o ajuste
da criança (BRASDFORD, 1997). Este autor relata que a falta de apoio do pai, contribui
para o sentimento de desamparo e solidão maternal.

Diante disso, as limitações que o autista possui não afeta só a ele, mas também ao grupo
que ele convive, apresentando alterações significativas na dinâmica familiar. Sendo assim
muito importante na dinâmica e interação das famílias que possuem membros com
autismo.

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3. JUSTIFICATIVA

Diante do diagnóstico de Transtorno do Espectro Autista (TEA), é comum que a família


do paciente sinta insegurança por desconhecer os desafios atribuídos à condição.
Atualmente existe um grande obstáculo em decorrência dos frequentes aumentos de
diagnósticos, desafio do diagnóstico precoce e resposta ao tratamento. Cada vez mais se
compreende a necessidade de oferecer à comunidade um espaço de escuta, troca de relatos
e de experiências, realizadas através de oficinas em dinâmicas de grupos acompanhados
por psicoeducação. Com intuito de promoção e prevenção à saúde mental de pais e
familiares de crianças com TEA, e que por diversas vezes no sistema público não dispõe
de espaços para receber uma atenção mais direcionada, estando em situação de
vulnerabilidade em sua saúde mental necessitando construir uma rede de apoio, cuidado
e partilha.

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4. PÚBLICO-ALVO

O público-alvo do projeto serão pais e familiares de crianças com Transtorno do Espectro


Autista (TEA), que estejam necessitando de apoio e orientação diante do diagnóstico do
filho e / ou familiar.

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5. OBJETIVOS

5.1 Objetivo Geral

⮚ Desenvolver um programa de apoio aos familiares de crianças com Transtorno do


Espectro Autista (TEA), buscando a prevenção da sua saúde mental através de
oficinas de grupo, que será desenvolvido na Associação dos Moradores do Bairro
Novo Progresso II (AMONP).

5.2 Objetivos Específicos

⮚ Oferecer à comunidade um espaço de escuta, troca de relatos e de experiências,


realizadas através de oficinas em dinâmicas de grupos acompanhados por
psicoeducação relacionado aos temas escolhidos, com intuito de promoção e
prevenção à saúde mental de familiares de crianças com TEA.

⮚ Amenizar o sofrimento dos familiares e possibilitar um apoio ao enfrentamento


de situações estressantes que estão relacionadas ao enfrentamento social
interligado ao espectro. Acolher sofrimentos, partilhar inquietações, assim como
histórias de superação.

⮚ Discorrer questões que envolvem o TEA, a saúde mental dos familiares


fornecendo apoio psicossocial.

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6. METODOLOGIA

O projeto será desenvolvido na Associação dos Moradores do Bairro Novo Progresso II


(AMONP), no município de Contagem – MG e contemplará o grupo de pais e familiares
da região que estejam buscando orientação e apoio psicossocial diante do diagnóstico da
criança com de TEA.

Para atingir os objetivos deste projeto, será adotada uma proposta grupal na noção de
Afonso.

Oficina é um trabalho estruturado com grupos, independentemente do número


de encontros, sendo focalizado em torno de uma questão central que o grupo
se propõe a elaborar, em um contexto social. A elaboração que se busca na
Oficina não se restringe a uma reflexão racional, mas envolve os sujeitos de
maneira integral, formas de pensar, sentir e agir (Afonso, 2010, p.09.)

O desenvolvimento do projeto irá acontecer através da preparação de oficinas de grupo.


Esse formato de intervenção se dá através de reuniões periódicas do grupo por tempo
determinado, com foco principal na demanda inicial dos integrantes. Essas famílias que
possuem filhos e/ou lidam diretamente com portadores de TEA, vivenciam e/ou
vivenciaram os desafios enfrentados pelos mesmos, em função da busca informação,
trocas de experiências, inclusão e aceitação social, e por diversas vezes, dentro do próprio
ambiente familiar.

No planejamento das oficinas de grupo, será criada uma atmosfera de reflexão grupal com
o intuito de acolher sofrimentos, partilhar inquietações, assim como histórias de
superação apoio ao enfrentamento de situações estressantes que estão relacionadas ao
enfrentamento social relacionado ao espectro.

6. 1 Procedimento

Esse projeto de intervenção será realizado na AMONP, através de encontros semanais.

Sendo, 1 (um) encontro por semana, com duração de 120 minutos cada.

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O número de participantes deve ser estabelecido a depender do espaço oferecido para a
realização da atividade.

Na oficina serão realizadas palestras de psicoeducacionais relacionados aos objetivos do


projeto e do grupo, com o intuito de levar conhecimento sobre o Transtorno do Espectro
Autista (TEA) e a interação ativa dos participantes.

O primeiro encontro está previsto para abril de 2023. Serão distribuídos convites na
associação, com data, horário e local de realização da oficina de grupo, com 2 (duas)
semanas de antecedência.

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7. PLANO DE AÇÃO

➢ Apresentar o projeto para a comunidade através da Associação dos Moradores do


Bairro Novo Progresso II (AMONP).
➢ Promover um espaço seguro de escuta e compartilhamento de experiências e psico
socialização dos familiares de crianças com TEA.
➢ Promover palestras psicoeducacionais relacionadas a temas escolhidos pelo
grupo.
➢ Desenvolver ações que visem o envolvimento de todos os integrantes do grupo de
apoio.

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8. CRONOGRAMA

ETAPAS Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov

Apresentar x
projetos para
comunidade

Planejar x x x x x x x x x
atividades

Criação de x x x
listas dos
integrantes do
grupo

Elaboração x
de temas de
palestras

Palestra com x
o tema x

Monitoramen
to da lista de
presença

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9. RESULTADOS ESPERADOS

O presente projeto está previsto para iniciar nos primeiros meses do ano de 2023, com a
expectativa de que através do mesmo muitas famílias venham conseguir apoio
psicossocial em frente às questões do Transtorno do Espectro Autista (TEA) das suas
crianças.

Podendo encontrar um ambiente seguro de escuta, partilha, troca de experiências e


adquirir conhecimento técnicos sobre o TEA e como consequência principal a promoção
de melhoria para saúde mental e estreitamento do vínculo familiar.

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REFERÊNCIAS

AFONSO, M. L. (Org.). Oficinas em dinâmica de grupo: um método de intervenção


psicossocial; São Paulo: Casa do Psicólogo, 2010.

B Assumpção, Francisco, Autismo infantil Autismo infantil, scielo, 2000. Disponível em:
<https://www.scielo.br/j/rbp/a/Gv4HpMGyypXkmRMVGfRZF8G/?lang=pt&format=p
df> Acesso em: 18 out. de 2022

DEMYER, M. K. Pais e filhos com autismo. 1979. Core, Reino Unido, Disponível em:
< https://core.ac.uk/download/pdf/328067198.pdf>. Acesso em: 18 out. de 2022.

FERNANDES, J.W. Importância dos grupos hoje. Revista da SPAGESP, Ribeirão Preto
v.4, n.1, p. 83-91, 2003.
Disponível em: <http://pepsic.bvsalud.org/pdf/rspagesp/v4n4/v4n4a12.pdf > Acesso em
06 nov. de 2022

FIAMENGHI, J.; MESSA, A.A. Família e autismo: Uma revisão da literatura. Pepsic,
Disponível em: <http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1983-
34822012000200008>. Acesso em: 25 out. de 2022.

SPROVIERI, M.H.; ASSUMPÇAO JR, F.B. Dinâmica familiar de crianças autistas.


ArqNeuropsiquiatr, São Paulo, v. 59, n. 2,p. 230-237,2001. Disponível em:
<https://www.scielo.br/j/anp/a/mbPCH7zLH7Rn3Qv46VFKkCm/?lang=pt> Acesso em:
04 nov. de 2022

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