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Universidade Federal do Ceará

Departamento de Filosofia
Disciplina: Filosofia e Cinema

Aluno: Ícaro Tavares Capelo Camanho

Entre o cinema em Deleuze, e as paisagens sonoras concretas

Ementa

Em que conversam, co-incidem, ou ainda distoam a estética sonora pós-cageana e os pensadores


que dedicaram-se a criar conceitos para a nova concretude do som em cinema e rádio (a saber,
Pierre Schaeffer e Michel Chion), se estes forem tomados e lidos numa cifra deleuzo-guattariana?
É o que tentarei suscitar, trazendo alguns apontamentos destes autores/artistas, nem sempre
alinhados em léxico ou conceitos – se temos seus próprios escritos enquanto o único solo comum –,
e que no entanto dedicaram-se a pensar (e compor) novas relações sonoras, não necessariamente
musicais. Do agenciamento, e dos interagenciamentos, relações espaciais, corporais (hápticas),
temporais e imagéticas do som, que foram sendo criadas desde o século passado, às imagens
sonoras e óticas de que fala Deleuze, são passagens de paisagens sonoras que tentarei realizar.

Objetivos

1. (Geral) Por um lado, expor pontos (ou zonas) de intersecção entre o pensamento apresentado por
Deleuze em A Imagem- Movimento e A Imagem-Tempo, com os pensadores que dedicaram-se a
pensar o conceito de paisagem sonora, tanto do ponto de vista espacial (dos ambientes acústicos),
quanto da percepção (escuta reduzida).

2. (Específico, mas não menos importante:) Traçar relações entre a teoria, aparentemente geral da
arte que Deleuze e Guattari empreendem em O que é a Filosofia?, com estas duas obras de Deleuze
, onde podemos encontrar conceitos que procuraram dizer do agenciamento maquínico do cinema.
Pontuar com passagens de Mil Platôs, especialmente no volume 4 da edição brasileira, que
apresentam algumas entradas e saídas de algumas questões específicas que levantarei na
apresentação.
Metodologia

Leitura de texto escrito, expondo alguns pontos de minha pesquisa na pós-graduação que acredito
serem relevantes ao tema (e não o inverso); exposição de algumas instalações, peças musicais e
vídeos encontrados na internet, de artistas que trabalharam os problemas (e não necessariamente os
conceitos) que são levantados pelos autores que serão elencados. Caso as condições contra as quais
preparei esta apresentação não sejam desfavoráveis, procurarei trazer para aula alguns quase-objetos
de experimentação dos temas, no intuito de tornar sensível os conceitos que tentarei abordar.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

CAGE, John. Silence. Middletown: Wesleyan University Press, 1961.

CHION, Michel. Audiovisão. Lisboa: Texto e Grafia, 2011.

______________. Guide Des Objets Sonores. Paris: Éditions Buchet/ Chastel, 1983.

DELEUZE, Gilles. A Imagem- Movimento. Tradução de Sousa Dias. Lisboa: Assírio e Alvim,
2009.

________________. A Imagem- Tempo. Tradução de Eloisa de Araujo Ribeiro. São Paulo:


Brasiliense, 2007.

DELEUZE, Gilles; GUATTARI, Félix. O Que é a Filosofia?. Tradução de Bento Prado Jr.
e Alberto Alonso Muñoz São Paulo: Editora 34, 1992.

________________________________. Mil Platôs Vol. 4. Tradução de Suely Rolnik. São


Paulo: Editora 34, 1997.

SCHAEFFER, Pierre. Traité des Objets Musicaux. Paris: Éditions du Seuil, 1966.

SCHAFER, R. Murray. A Afinação do Mundo. Tradução de Marisa Trench Fonterrada. São


Paulo: Editora Unesp, 1997.

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