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Universidade Católica de Moçambique

Instituto de Educação à Distância

Tema do trabalho: Estrutura do Nome nas Línguas Bantu de Moçambique

Nome do Estudante: Verónica Bias


Código:708211056

Curso: Português
Disciplina: Linguística Bantu
Ano de frequência: 2º

Cidade de Pemba, Agosto, 2022.

Classificação
Categoria Indicadores Padrões Pontuação Nota Subtotal
máxima do
Tutor
Aspectos  Capa 0.5
Organizacion  Índice 0.5
ais 0.5
Estrutura  Introdução
 Discussão 0.5
 Conclusão 0.5
 Bibliografia 0.5
Introdução  Contextualizaçã 1.0
o (Indicação
clara do
problema)
 Descrição dos 1.0
objectivos
 Metodologia 2.0
adequada ao
objecto do
trabalho
Análise e  Articulação e 2.0
Conteúdo discussão domínio do
discurso
académico
(expressão escrita
cuidada, coerência
/ coesão textual)
 Revisão 2.0
bibliográfica
nacional e
internacionais
relevantes na área
de estudo
 Exploração dos 2.0
dados
 Contributos 2.0
Conclusão teóricos práticos
Formatação  Paginação, tipo 1.0
e tamanho de
Aspectos letra,
Gerais parágrafos,
espaçamento
entre linhas
Normas APA  Rigor e 4.0
Referência 6ª edição em coerência das
Bibliográfica citações e citações/referên
bibliografia cias
bibliográficas

Observações de melhoria:

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Índice
Introdução..................................................................................................................................5

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1. Estrutura do Nome nas Línguas Bantu de Moçambique.......................................................6

1.1. Classes Nominais............................................................................................................7

1.2. Principais Classes Nominais e Prefixos em línguas bantu de Moçambique...................8

1.3. Características das línguas Moçambicanas...................................................................10

Conclusão.................................................................................................................................12

Referências Bibliográficas.......................................................................................................13

Introdução

Quando ouvimos a palavra nome, temos logo a ideia de identidade. Isso é porque o nome é
uma palavra atribuída a pessoas, animais, eventos, coisas e objectos, para os distinguir dos
demais seres ou objectos semelhantes, atribuindo-lhes uma identidade própria. Assim,
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quando atribuído aos seres humanos, por exemplo, a uma criança ao nascer, esse nome
denomina-se de nome próprio, apelido, nome de casa, nome tradicional, entre outras
denominações. Em Linguística bantu, particularmente na gramática, o nome é um
substantivo, isto é, uma palavra que se usa para indicar uma classe (conjunto) de coisas,
pessoas, animais, um lugar, um acidente geográfico, um astro, entre outros referentes.

Tendo em conta o seu uso e forma, o nome pode ser categorizado em próprio, comum,
concreto, abstracto, colectivo, simples, composto, primitivo e derivado. Nas aulas
subsequentes, trataremos, de forma mais detalhada, a natureza do nome, com particular
atenção para o primitivo e o derivado nas línguas moçambicanas.

Esta pesquisa, traz o tema sobre Estrutura do Nome nas Línguas Bantu de Moçambique

Este trabalho, tem como objectivo geral de Conhecer a estrutura do nome nas línguas bantu
de Moçambique.

Para isso é necessário delimitar os seguintes objectivos específicos:

 Definir a Estrutura do nome em línguas bantu de Moçambique;


 Explicar com base em exemplos como se verifica a estrutura dum nome nas línguas
bantu de Moçambique no caso de Shimakonde.
 Mostrar a característica comum das línguas bantu de Moçambique.

Foi utilizada a revisão da bibliografia para elaboração deste trabalho o módulo de Linguística
Bantu da UCM, para dar credibilidade daquilo que foi trazido neste trabalho. Este trabalho
tem a seguinte sequência: a introdução, desenvolvimento, conclusão e referências
bibliográficas.

1. Estrutura do Nome nas Línguas Bantu de Moçambique

Nas línguas bantus de Moçambique, a estrutura do nome pode ser observada por meio do
nome/substantivo poder ser classificado usando-se vários critérios e daí surgir a sua
categorização.
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Assim, um dos principais critérios para a classificação do nome é a sua estrutura e Nas
línguas moçambicanas e noutras do mundo, o nome varia em classe, género e número. Deste
modo, nas línguas moçambicanas, o nome chama atenção pela forma como se organiza de
acordo com os prefixos que indicam, tanto o número gramatical, como o género, ao contrário
da oposição feminino e masculino ou neutro, dos quais estamos habituados
na língua portuguesa.

Portanto, há uma das características principais que vimos é que as línguas moçambicanas são,
por excelência, prefixais

O quadro seguinte apresenta as palavras na tradução dadas para o singular e para o plural na
sua língua moçambicana.

Em Português Na sua língua moçambicana

Singular Plural

Professora Mwalimo Vamwalimo

Aluno Ncikola Vashikola

Livro Libuko Mabuko

Escola Shikola Vikola

Galinha U'guko Van'guko

Vento Imeepho Dypepho

Com base na tabela acima, verificou-se que, o nome na língua moçambicana (shimakonde)


apresenta duas partes muito bem destacadas e que ocupam lugares distintos e estáveis. Essas
partes têm características específicas, sendo que a primeira, denominada por prefixo que,
geralmente, mostra a distinção entre o singular e o plural, que é variável, ao passo que a
segunda, designada tema, sendo como constante, excepto em situações em que os segmentos
do prefixo ocasionam alterações morfo-fonológicas.

1.1. Classes Nominais

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Como se observa que, o nome apresenta duas partes, nomeadamente o prefixo variável em
função da classe e o tema nominal, geralmente, invariável. Esta composição é de extrema
importância para a conceptualização do que é uma classe nominal.

Por isso, diz-se que duas ou mais palavras pertencem à mesma classe nominal quando estas
exibem o mesmo prefixo e/ou o mesmo padrão de concordância.

Veja-se os exemplos a seguir:

Português Shimakonde
“Aquela faca que me deste perdeu-se.” Shipula shaungupele kala Shiningudjaika.
“O professor não teve seu salário.” Mwalimo apatty Nctchala.
“O Jossias foi chamado pela vovó.” Jossia Wanintchema Nakulu.
“O livro é muito grande”. Libuku Likuumene Na Menee.
Nos exemplos de Shimakonde observamos o que se disse anteriormente. Em Ciyaawo, temos
nomes cipula e cigaayo, que exibem os mesmos prefixos, e, por conseguinte, o mesmo
padrão de concordância. Em contraste, nos exemplos em Citshwa, o nome Josiyani não exibe
nenhum prefixo como acontece com mugondzisi, embora os mesmos nomes pertençam à
mesma classe. Com efeito, ambos desencadeiam o mesmo padrão de concordância avhumele
e avitanilwe, cujo morfema de concordância é a-, respectivamente.

Nas línguas moçambicanas, fala-se de género, não na mesma perspectiva de género


(masculino/feminino) usado na descrição morfológica do Português.

No caso das línguas moçambicanas, o género é a associação regular de nomes em pares que
opõem o singular do plural  (exemplo, Gitonga “muhevbudzi/vahevbudzi” “professor/a,
professores/as)”; Além desta combinação, podemos encontrar géneros de uma classe, em que
não se verifica a oposição entre o singular e o plural 

No que concerne à organização lexical, estudos indicam que a organização das palavras em
classes tem, historicamente, uma base semântica, uma vez que (i) em muitos casos ainda
persiste a ocorrência de nomes pertencentes ao mesmo grupo semântico e (ii) existem
também outras classes onde há predominância de nomes que, facilmente, podem ser
agrupados em conjuntos mais gerais. Porém, independentemente desta realidade, é quase
impossível encontrar uma classe nominal que seja constituída apenas e, exclusivamente, por
nomes da mesma classe semântica.

Por exemplo, em Emakhuwa, mwalapwa /alapwa “cão /cães” encontram-se nas classes 1 e 2,
respectivamente, predominantemente, referentes ao ser humano.
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1.2. Principais Classes Nominais e Prefixos em línguas bantu de Moçambique

A seguir, apresenta-se uma tabela ilustrativa de prefixos e classes nominais das línguas
moçambicanas.

Classes Pref Alomorfes dos Categorias semânticas predominantes


nominais ixos prefixos do
do Proto-Bantu nas
Prot línguas bantu de
o- Moçambique
Bant
u

1 *mu mu-, mwa-, n’-, Nomes que se referem a seres humanos,


2 - n’wa-, m’-, ø- basicamente
*ba- va-, a-
3 Nomes que se referem a plantas,
4 *mu mu-, n’-, ø- predominantemente
- mi-
5 Nomes que se referem a animais e frutas,
*mį-
6 li-, lu-, ni-, ri-, basicamente, e a substâncias e coisas
*į di-, ø- incontáveis
*ma- ma-, ø-

7 *ki- xi-, ci-, e-, shi-, Nomes que se referem a coisas, objectos,
8 *bį- ki-, gi- basicamente.
svi-, zvi-, i-, si-,
vhi-, vi-, pi-,
bzi-, yi-

9 *N- ø-, ya-, m-, n- Nomes que se referem a alguns seres do


10 *N- ø-, dza-, ti-, di-, reino animal e outros
zi-

11 *du- lu-, li- Nomes que se referem predominantemente


a coisas longas

8
12 *ka- ka- Nomes que se referem predominantemente
13 *tu- tu- ao diminutivo no singular
Nomes que se referem ao diminutivo no
plural

14 *bu- wu-, vu-, u-, o- Nomes que se referem predominantemente


a coisas abstractos, incontáveis

15 *ku- ku-, gu-, o- Formas infinitivas verbais

16 *pa- pa-, ha-, va- Locativos situacionais


17 *ku- ku-, gu-, o- Locativos direccionais
18 *mu mu- Locativos de interioridade
-

19 Pi-

Nesta tabela, concluímos que, a estrutura dos nomes nas línguas bantu, estes apresentam
características pouco comuns relativamente a outras línguas do mundo. Ele é constituído por
duas partes distintas, nomeadamente o prefixo, a parte variável do nome, e o tema, a parte
invariável.

Nestas línguas, os nomes estão organizados em classes, que são conjuntos de duas ou mais
palavras que apresentam o mesmo prefixo ou que exibem o mesmo padrão de concordância.

Dependendo da língua, as classes nominais variam entre 10 e 20, sendo que as classes
nominais de 1 a 11 e 15 são as mais produtivas.

Nas Línguas Bantu os nomes são organizados em grupos chamados Classes. Estes grupos sao
definidos de acordo com os prefixos e/ou a forma como controlam a concordância das outras
palavras na frase.

Os prefixos «nominais que nas línguas particulares determinam a organização dos nomes em
classes são reflexos dos prefixos do Proto-Bantu, forma reconstruída de uma suposta língua
ancestral das línguas Bantu. Devido a processos (naturais) decorrentes de mudanças fonéticas
que ocorrem nas línguas humanas, a forma desses prefixos varia de língua para língua,
chegando alguns a desaparecer nalguns casos.

Assim sendo, não é raro encontrar, entre as línguas Bantu, casos em que as classes nominais
são diferentes entre si e entre estas e o Proto-Bantu. O Makhuwa é uma das línguas cujo
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número de classes nominais é diferente do número de classes nominais do Proto-Bantu e
muitos prefixos dessas classes em Makhuwa também são diferentes dos prefixos do Proto-
Bantu. Algumas classes reconstruídas do Proto-Bantu, não têm equivalente em Makhuwa.
Como consequência disso, os nomes pertencentes a essas classes foram redistribuídas por
outras classes. Pretende-se com este trabalho, explicar o critério ou os critérios observados na
redistribuição dos nomes pelas classes nominais do Makhuwa, com particular incidência para
os nomes de animais.

As línguas Bantu, no geral, e as de Moçambique, em particular, são por excelência prefixais,


com um sistema de géneros gramaticais em número não inferior a cinco. O género nestas
línguas não é a oposição entre o feminino e o masculino. É sim, uma referência a pares de
classes de nomes que se opõem entre si em singular e plural As principais características das
línguas Bantu de Moçambique são resumidamente apresentadas a seguir.

1.3. Características das línguas Moçambicanas

A língua inglesa tem contribuído com vários empréstimos e estrangeirismos em quase todas
as línguas, tal como discute Timbane (2012) em “os estrangeirismos e os empréstimos no
português falado em Moçambique”

As principais características das línguas Bantu de Moçambique são resumidamente


apresentadas a seguir.

 Os indicadores de género devem ser prefixos, através dos quais os nomes podem ser
distribuídos em classes cujo, número varia, geralmente, entre 10 e 20;

Exemplos:

Emakhuwa: Osoma “estudar/ler” mwalapwa “cão” / ihopa “peixes”.

Gitonga: Sanana “crianças” muhevbudzi “professor” guhodza “comer”.

 As classes devem associar-se regularmente em pares que opõem o singular ao plural


de cada género.

Todavia, há géneros de uma classe, em que não se verifica a oposição entre o singular e o
plural e há géneros tripartidos, em que há oposição entre o singular, plural e o colectivo ou
coisas incontáveis.

Exemplos:

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Xichangana: munhu vs vanhu “pessoa vs pessoas” sokoti vs tisokoti vs vusokoti
“formiga/formigas/colónia”.

Shimakonde: ng’avanga vs vang’avanga “cão vs cães”.

 Não há correlação entre o género e a noção sexual ou qualquer outra categoria


semântica claramente definida;

Exemplos:

Xichangana: yena “ele/ela” / mujondzi “aluno/aluna”.

Cinyungwe: iye “ele/ela” / mpfundzi “aluno/aluna”.

 Têm um vocabulário comum, a partir do qual se pode formular uma hipótese sobre a
possível existência de uma língua ancestral comum.

Exemplos:

Xirhonga: mhunu, mati, nyama “pessoa, água, carne”

Emakhuwa: muthu, maasi, enama “pessoa, água, carne”

Cisena: munthu, madzi, nyama ‘pessoa, água, carne’

Cicopi: nthu, mati, nyama “pessoa, água, carne”.

Shimakonde: Muunu, medy, nynhama, “pessoa, água, carne”.

O que observou na tradução das palavras acima, corresponde ao que se apresenta como as
características das línguas Bantu é a semelhança no sufixo em todas línguas.

Segundo Calvet (2007), considera que, “O contacto do português no território da comunidade


linguística vachanagana trouxe também muitas unidades lexicais que até hoje prevalecem e
que devem ser dicionarizadas”. Deste modo, os empréstimos linguísticos ao português podem
ser necessários ou de luxo para diversas línguas bantu.

Conclusão

Nesta pesquisa, concluiu-se que, nas línguas bantu existem três estruturas diferentes


do nome a saber: (i) prefixo + tema nominal; (ii) pré-prefixo + tema nominal e; (iii) segundo
pré-prefixo + pré-prefixo + tema nominal sendo que a estrutura em (i) seja a mais comum.

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Percebeu-se que, o nome nas línguas Bantu é constituído por um prefixo, que pode estar
presente ou não e que é variável (singular vs. plural), e um tema, que é invariável.

Percebemos que nas línguas moçambicanas, fala-se de género, não na mesma perspectiva de
género (masculino/feminino) usado na descrição morfológica do Português. No caso das
línguas moçambicanas, o género é a associação regular de nomes em pares que opõem o
singular do plural.

Referências Bibliográficas

Calvet, L. J. (2007). As políticas linguísticas. São Paulo: Parábola.


Centro de Ensino à Distância-CED. Beira, Moçambique.

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Timbane, A. A. (2012, Junho/dezembro). Os Empréstimos do Português e do Inglês na
Língua Xichangana em Moçambique. (vol. 16, n. 2). Catalão: LING.– Estudos e Pesquisa p.
29-55.
Zona, W. (s.d.). Linguística Bantu: Manual do Curso de Licenciatura em Ensino da Língua
Portuguesa. Modulo Único 24 Unidades. Beira, Moçambique: Universidade Católica de
Moçambique.

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