Você está na página 1de 13

Universidade Católica de Moçambique

Instituto de Educação à Distância

Descrição, surgimento e classificação das línguas Bantu

Fátima MussaVateva

708205717

Licenciatura em Ensino da Língua Portuguesa


Linguística Bantu
2º Ano, IIo Grupo, Turma: A

Nampula, Maio,2021
Universidade Católica de Moçambique

Instituto de Educação à Distancia

Descrição, surgimento e classificação das línguas Bantu


Licenciatura em Ensino da Língua Portuguesa

Trabalho de carácter avaliativo apresentado na


cadeira de Linguística Bantu, 2ᵒ Ano,IIogrupo,
Turma: A, orientado pelo:

Docente: Gustavo Mocola

Nampula, Maio, 2021


ii

Folha de Feedback

Classificação
Categorias Indicadores Padrões Nota
Pontuação Subto
do
máxima tal
tutor
 Índice 0.5
 Introdução 0.5
Aspectos
Estrutura
organizacionais  Discussão 0.5
 Conclusão 0.5
 Bibliografia 0.5
 Contextualização
(Indicação clara do 2.0
problema)
Introdução  Descrição dos
1.0
objectivos
 Metodologia adequada
2.0
ao objecto do trabalho
 Articulação e domínio
do discurso académico
Conteúdo (expressão escrita 3.0
cuidada, coerência /
Análise e coesão textual)
discussão  Revisão bibliográfica
nacional e internacional
2.0
relevante na área de
estudo
 Exploração dos dados 2.5
 Contributos teóricos
Conclusão 2.0
práticos
 Paginação, tipo e
Aspectos tamanho de letra,
Formatação 1.0
gerais paragrafo, espaçamento
entre linhas
Normas APA
Referências  Rigor e coerência das
6ª edição em
Bibliográfica citações/referências 2.0
citações e
s bibliográficas
bibliografia
iii

Folha para recomendações de melhoria:A ser preenchida pelo tutor


______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
iv

Índice
Introdução ..................................................................................................................................... 5
1. Línguas Bantu ....................................................................................................................... 6
1.1. Breve historial ............................................................................................................... 6
2. Classificação das línguas Bantu segundo Guthrie ................................................................. 7
3. Aspectos fonéticos e fonológicos das línguas Bantu............................................................. 7
3.1. Os sons da fala .............................................................................................................. 7
3.2. Critério fonético ............................................................................................................ 8
3.3. Fonologia das línguas Bantu ......................................................................................... 8
3.4. O tom............................................................................................................................. 8
4. As línguas bantu de Moçambique ......................................................................................... 9
5. Distribuição das Línguas Moçambicanas por Províncias ...................................................... 9
Conclusão .................................................................................................................................... 11
Referências bibliográficas ........................................................................................................... 12
5

Introdução
O presente trabalho faz um estudo sobre a discrição e surgimento das Línguas bantu,
sua classificação segundo Guithrie e aspectos fonéticos e fonológico.

A diversidade cultural, étnica e geográfica da África também reflecte na grande


diversidade linguística que o continente apresenta. Estipula-se que existam cerca de
duas mil línguas nativas no continente, o que representa um quarto das línguas faladas
no planeta. É importante ressaltar que as várias línguas africanas não se distribuem
homogeneamente pelo continente.

A palavra Bantu significa pessoas ou povos. Inicialmente, foi usada para se referir às
línguas da África Sub-Sahariana que exibem um sistema comum de concordância por
prefixo.

O trabalho resulta de uma investigação de diferentes obras e o manual linguística Bantu


2º ano.

No diz respeito a estrutura do trabalho, compreende a introdução; o desenvolvimento no


qual constam abordagens relacionadas com (a discrição e surgimento das Línguas bantu,
sua classificação segundo Guithrie e aspectos fonéticos e fonológico.); conclusão e
bibliografia.
6

1. Línguas Bantu
Língua bantu é um conjunto de línguas faladas na África Meridional e que apresentam
características comuns a nível fonético, fonológico, sintáctico, morfológico.

O termo Bantu foi empregue pela primeira vez por William Heirich Emmanuel
Bleek,(Alemao), mais conhecido por Bleek, também conhecido por ‘Pai da Filosofia
Bantu” em 1862, no seu trabalho intutulado " Comparative Grammar of South African
Lanhuages”

A palavra bantu é uma reconstrução do protobanto criada pelo linguista


alemão WilhelmBleek com o significado de povo ou gente. A palavra é formada a partir
do radical _ntu referindo-se a um ser humano e o prefixo ba_ para indicar o plural,
comum a muitas das línguas bantas. Bleek e mais tarde Carl Meinhof fizeram estudos
comparativos das gramáticas destas línguas.

Inicialmente, foi usada para se referir às línguas da África Sub-Sahariana que exibem
um sistema comum de concordância por prefixo. Actualmente, o termo Bantu é usado
para se referir a um grupo de cerca de 600 línguas faladas por perto de 220 milhões de
pessoas numa vasta região da África contemporânea, que se estende a sul da linha que
vai desde os montes Camarões, junto à costa atlântica, até à foz do rio Tana, no Quénia,
abrangendo os seguintes países: África do Sul, Angola, Botswana, Burundi, Camarões,
Congo, Gabão, Guiné Equatorial, Lesoto, Madagáscar, Malawi, Moçambique, Namíbia,
Quénia, República Democrática do Congo, Ruanda, Suazilândia, Tanzânia, Uganda,
Zâmbia e Zimbabwe.

1.1.Breve historial
Existem várias hipóteses sobre a dispersão dos Bantu. A partir de um estudo feito em
cerca de 300 línguas bantu, das quais foram seleccionadas 28 consideradas mais
documentadas de cada área, os estudiosos sugerem que os falantes das línguas bantu
teriam inicialmente emigrado dos Camarões em direcção ao sul. Julga-se que um
importante centro de dispersão bantu deve- se ter estabelecido na região de Shaba, na
actual República Democrática do Congo. Uma evidência destas constatações é o facto
de que as línguas faladas nesta região - por exemplo, Bemba, Kasai e Luba - possuem
um alto índice do vocabulário bantu.
7

2. Classificação das línguas Bantu segundo Guthrie


No seu trabalho de classificação das línguas bantu, Guthrie (1967-1967) faz uma
classificação geográfica genealógica das línguas, agrupando-as em 15 zonas codificadas
por leras maiúsculas, a saber: A, B, C, D, E, F, G, H, K, L, M, N, P, R, S.

Internamente, cada zona divide-se em vários grupos de línguas estabelecidas conforme


critérios de proximidade/ distanciamento linguístico e geográfico reflectindo um certo
grau de proximidade genealógica.

Cada grupo de língua é codificado por um número decimal sufixado a letra do código da
respectiva zona.

3. Aspectos fonéticos e fonológicos das línguas Bantu


De acordo com NGUNGA (2002:9), Fonética é o estudo dos sons da fala apenas como
fenómeno físico sem se interessar pelo seu significando.

Por sua vez, BORREGANA (2006:29), define FONETICA como sendo a ciência que
estuda os sons da fala quanto a sua produção, as suas características acústicas e as
mudanças através dos tempos.

3.1.Os sons da fala


Estes resultam quase todos da acção de todos órgãos sobre a corrente de ar vinda dos
pulmões.

Três condições se fazem com necessárias para a sua produção:

 A corrente de ar
 Um obstáculo encontrado por essa corrente de ar;
 Uma caixa de ressonância.

Estas condições são criadas pelos órgãos da fala denominados em seu conjunto
Aparelho Fonador

A característica gramatical mais proeminente dos idiomas bantu é o uso extensivo


de prefixos. Cada substantivo pertence a uma classe e cada idioma pode ter
aproximadamente dez classes, um pouco como géneros em idiomas europeus. A classe é
indicada por um prefixo no substantivo, como também em adjetivos e verbos que
concordam com aquele. O plural é indicado por uma mudança de prefixo.
8

3.2.Critério fonético
As línguas indo-europeias não organizam o léxico tal como o fazem as línguas
moçambicanas. As palavras nessas línguas não apresentam prefixos de classe, daí que,
quando uma palavra proveniente destas línguas entra para uma língua moçambicana e
os falantes dessa língua não encontrarem uma classe semântica na qual a possam
enquadrar, recorrem à possível semelhança entre o som inicial dessa palavra e o som de
um prefixo de uma das classes nominais existentes na língua. Assim, o critério fonético
observa a semelhança fonética entre o som inicial da nova palavra (vinda de outra
língua) e o som inicial do prefixo de uma das classes nominais existentes na língua
moçambicana de chegada.

Exemplos:

Gitonga: xineli “chinelo” dzixineli “chinelos” < (do Port. chinelo)

Xichangana: xipuni “colher” svipuni “colheres” < (do Ingl. spoon)

3.3.Fonologia das línguas Bantu


Segundo Ngunga (2002:25), fonologia é o estudo dos sons da fala preocupando – se
sobretudo com o seu papel na transmissão e mensagem ente os membros da comunidade
linguística.

O estudo fonético fornece a descrição dos sons da fala como fenómenos físicos apenas,
isto é, a parte material; o estudo fonológico estuda a sua estrutura dos sons e as regras
que reagem a sua combinação no sistema, bem como a sua função na comunicação

3.4.O tom
Muitas línguas moçambicanas são tonais, isto é, a atura de sílabas de algumas palavras
pode servir para distinguir significados diferentes. Assim, nas línguas moçambicanas
podem encontrar-se duas ou mais palavras com a mesma sequencias ( consoantees
vogais) cujos significados diferem somente devido a variacao de altura de algumas
sílabas.

Ex Ronga:

Màvéle “Seios”

Màvèle “milho”
9

Yao:

Cìtùúndù “cesto”

Cìtúùndù “capoeira”

De acordo com a sua função na língua, o tom pode ser lexical ou gramatical.

4. As línguas bantu de Moçambique


Geograficamente, Moçambique situa-se na África Sub-Sahariana. Esta região
continental é linguisticamente caracterizada pela coexistência de várias línguas, na sua
maioria de origem Bantu, o que faz de Moçambique, um país com uma grande
diversidade étnica, linguística e cultural, como a maior parte dos países africanos. O
multilinguismo de Moçambique é caracterizado pela coexistência entre línguas de
origem africana, europeia, principalmente a língua portuguesa, a língua oficial do país,
também considerada a língua de unidade nacional. Neste mosaico linguístico
encontramos, ainda, algumas línguas de origem árabe e asiática, usadas em contextos
familiares e religiosos.

Existem, no país, cerca de vinte e quatro línguas moçambicanas, também conhecidas


como línguas locais ou línguas bantu. Dezanove destas línguas têm a ortografia
padronizada e são usadas na educação bilingue. Nas zonas rurais, as interacções diárias
desenvolvem-se quase que unicamente nestas línguas.

5. Distribuição das Línguas Moçambicanas por Províncias


Ordem Língua Província

1 Kimwani Cabo Delgado

2 Shimakonde Cabo Delgado

3 Ciyaawo Niassa e Cabo Delgado

4 Emakhuwa Nampula, Cabo Delgado, Niassa e Zambézia

5 Ekoti Nampula

6 Elomwe Zambézia
10

7 Echuwabu Zambézia e Sofala

8 Cinyanja Niassa, Zambézia e Tete

9 Cinyungwe Tete

10 Cisena Manica, Sofala, Tete e Zambézia

11 Cibalke Manica

12 Cimanyika Manica

13 Cindau Sofala, Manica e Inhambane

14 Ciwute Manica

15 Gitonga Inhambane

16 Citshwa Inhambane, Gaza, Manica e Sofala

17 Cicopi Gaza e Inhambane

18 Xichangana Maputo, Gaza, Manica e Sofala

19 Xirhonga Maputo, Gaza e Inhambane

Tabela 3: Línguas moçambicanas, com ortografia padronizada, usadas no ensino


bilingue (Compilação a partir de Ngunga e Faquir (2011) & MINEDH: Estratégia de
Expansão do Ensino Bilingue 2020-2029).
11

Conclusão
O estudo e a resolução dos exercícios nesta cadeira, levaram – me a conclusão que
Banto ou bantu é um termo utilizado para se referir a um tronco linguístico, ou seja, é
uma língua que deu origem a diversas outras línguas no centro e sul do continente
africano. O termo acabou sendo aproveitado para se referir ao conjunto de 300 a 600
grupos étnicos diferentes que povoam a mesma área. Trata-se de uma classificação
baseada na semelhança linguística, e por isso, a palavra banto não se refere a um povo,
nem sequer a uma etnia.

A diversidade cultural, étnica e geográfica da África também reflecte na grande


diversidade linguística que o continente apresenta. Estipula-se que existam cerca de
duas mil línguas nativas no continente, o que representa um quarto das línguas faladas
no planeta. É importante ressaltar que as várias línguas africanas não se distribuem
homogeneamente pelo continente. Nota-se que a região fronteiriça entre Camarões e
Nigéria possui grande diversidade linguística. Em conformidade com Childs (2003, p.
21), pode-se afirmar que as línguas africanas apresentam vários fenómenos areais, que
não são atestados em nenhum outro continente
12

Referências bibliográficas
BLEEK, W. H. I. A comparative grammar of South African languages – part 1:
phonology. Cape Town: J. C. Juta; London: Trübner & Co., 1862.

Guthrie, Malcolm . 1948. A classificação das línguas Bantu. Londres: Oxford


University Press para o International African Institute.

Guthrie, Malcolm. 1971. Comparative Bantu , Vol 2. Farnborough: Gregg International.


Línguas bantu - https://pt.other.wiki/wiki/Bantu_languages

https://pt.other.wiki/wiki/Guthrie_classification_of_Bantu_languages Acesso no dia 29


de abril de 2021

Ngunga, A. (2014). Introdução à Linguística Bantu. 2ª Edição. Maputo: Imprensa


Universitária.

Raymond O. Silverstein (1968). «A note on the term 'Bantu' as first used by W. H. I.


Bleek» (eminglês). Consultado em 29 de Agosto de 2018

Sitoe, B. & Ngunga, A. (orgs). (2000). Relatório do II Seminário de Padronização da


Ortografia de Línguas Moçambicanas. Maputo: NELIMO – Universidade Eduardo
Mondlane.

Wilkes, A. (1985). Words and Word Division: A Study of some Orthographical


Problems in the Writing Systems of the Nguni and Sotho Languages. Pretoria:
University of Pretoria

Você também pode gostar