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DE
TRONCO COMUM
3º Ano
Linguística Bantu
Código:
Total de Horas/ ______º Semestre: 140
Créditos (CFG): 6
3
4.6. Derivação de verbos através de extensões ............................... 54
4.7. Descrição das extensões verbais............................................... 56
Sumário ................................................................................................ 59
Auto-avaliação ..................................................................................... 60
Exercícios ............................................................................................. 60
Capítulo 5: Sintaxe das Línguas Bantu ................................................. 61
5.1. Sintagma Nominal e os processos de qualificação ................... 61
5.2. Ordem básica dos constituintes de SN ..................................... 62
5.3. Tipos de sintagma Nominal ...................................................... 63
5.4. A Frase ..................................................................................... 66
5.4.1. Frase verbal ..................................................................... 66
5.4.2. Frase não verbal .............................................................. 67
5.5. Polaridade da frase simples nas línguas moçambicanas .......... 67
Sumário ................................................................................................ 68
Auto-avaliação ..................................................................................... 69
Exercícios ............................................................................................. 69
Capítulo 6: A Ortografia nas Línguas Bantu ........................................ 69
6.1. A ortografia das línguas bantu ....................................................... 70
6.2. Tipos de escrita .............................................................................. 70
6.2.1. A escrita não compositiva ................................................. 70
6.2.2. A escrita compositiva ........................................................ 71
6.3. Sinais de pontuação ........................................................................ 71
Sumário ................................................................................................ 73
Auto-avaliação ..................................................................................... 73
Lê com atenção o texto que se segue .................................................. 73
Exercício ............................................................................................... 74
Referências Bibliográficas .................................................................... 75
Capítulo 1: Base Históricas do Estudo das
Línguas Africanas
Introdução
5
Esta nova ciência surge como resultado de muitos estudos que se
desenvolveram no princípio do século XIX, com o “Romantismo
alemão e com o interesse avicado pelo estudo das velhas
civilizações pelo conhecimento dos movimentos literárioos e das
línguas da Índia antiga em especial do Sânscrito recém-
descoberto.
Língua mãe
A B
Língua mãe
7
A B
C D E F G H
Família
Sub-família
Grupo de línguas
(Subgrupo de línguas)
Línguas
Dialectos
9
Portanto, aplicando as unidades classificatórias acima a um
dialecto de uma língua moçambicana como Gikhoga 1 , por
exemplo, ter-se-ia:
Congo-Kordofaniana
Níger-Congo
Bantu
Gitonga
Gikhoga
1
Um dos dialectos de Gitonga, falado nas regiões costeiras que circundam a Baía de
Inhambane. Relativamente ao Gitonga, importa referir que é uma língua bantu moçambicana
que na classificação de Guthrie (1967-71) faz parte da zona S, no grupo Copi com o código
S.62 (Sitoe e Ngunga, 2000).
1.2. A Linguística e o estudo das
línguas africanas
Nos parágrafos que se seguem serão apresentados alguns
trabalhos que mostram o percurso histórico do estudo das
línguas bantu extraídos de NGUNGA (2014).
11
2014). Foi assim que “seguindo os paradigmas românicos e
racialistas, que uniam raça e linguagem como facetas da
unidade nacional, Bleek cunhou o termo Ba-ntu para designar
distintos povos, reificando suas semelhanças linguísticas em
uma categoria étnica” (ALMEIDA ibdem).
13
com uma grande diversidade étnica, linguística e cultural,
como a maior parte dos países africanos. O multilinguismo
de Moçambique é caracterizado pela coexistência entre
línguas de origem africana, europeia, principalmente a língua
portuguesa, a língua oficial do país, também considerada a
língua de unidade nacional. Neste mosaico linguístico
encontramos, ainda, algumas línguas de origem árabe e
asiática, usadas em contextos familiares e religiosos.
Sumário
Nesta unidade falamos sobre as bases históricas do estudo das
línguas africanas. Ficamos sabendo que depois de ter chamado
pronominal prefix languages (línguas de prefixo pronominal) às línguas
da África sub-sahariana que comparou e observou a existência de um
sistema comum de concordância por meio de prefixos, Bleek (1851),
utilizou pela primeira vez o termo Bantu para se referir a estas línguas.
15
Existem, em Moçambique cerca de vinte línguas moçambicanas,
também conhecidas como línguas locais ou línguas Bantu e maior
parte delas é usada nas escolas, em programas de educação
bilingue.
Auto-avaliação
Exercícios
Introdução
Depois de termos falado sobre as bases teóricas do estudo das
línguas africanas no capítulo anterior, vamos agora nos
debruçar sobre as “Línguas Bantu e sua Caracretização”.
Além do conceito de línguas bantu, apresentaremos neste
capítulo a classificação e caracterização das mesmas.
Ao completar está unidade / lição será capaz de:
Localizar geograficamente as línguas bantu nas
grandes famílias linguísticas de África;
Distinguir as principais características das línguas
bantu;
Descrever a situação linguística de Moçambique.
17
das quais foram seleccionadas 28 consideradas mais
documentadas de cada área, os estudiosos sugerem que os
falantes das línguas Bantu teriam inicialmente emigrado dos
Camarões em direcção ao sul. Julga-se que um importante
centro de dispersão Bantu deve se ter estabelecido na região
de Shaba, na actual República Democrática do Congo. Uma
evidência destas constatações é o facto de que as línguas
faladas nesta região - por exemplo, Bemba, Kasai e Luba -
possuem um alto índice do vocabulário Bantu.
19
Zona 10: Norte-Oeste
20: Norte
30: Congo
40: Central
50: Oriental
51: Norte-Este
52 Este-Centro
60: Sul-Este
61: Sul-Central
70: Ocidental
71: Ocidental-Oriental
Como se vê, as Zonas principais são: 10, 20, 30, 40, 50,
60, 70. As subsidiárias são: 51, 52, 61, 71. O mapa que
se segue mostra a distribuição destas zonas pela região
bantu.
Mapa 2: Classificação das línguas bantu segundo Doke (1945).
b: Lomwe
c: Kokola
21
d: Manyawa
e: Takwani
f: Tagulu
g: Mbwabe
52/5 2
Zona 50 (Oriental)
51 (Norte-Oriental)
51/1 51/1/1
Swahili 51/1/1a? Mwani
Zona 52 (Este-Central)
52/3/1b Cewa
52/3/1e Nyanja
52/3/2 Nsenga
52/3/3b Bárue
52/3/3d Tonga
52/ 5/ 1b Lomwe
52/ 5/ 1c Kokola
52/ 5/ 1d Manyawa
52/ 5/ 1e Takwani
52/ 5/ 1f Tugulu
60/ 4/ 2 Tsonga
60/ 4/ 2c Bila
60/ 4/ 2d Gwamba
60/ 4/ 3b Makwakwe
60/ 4/ 3c Hlengwe
60/ 4/ 3d Dzonga
23
60/ 5 (Inhambane) 60/5 / 1 Copi 60/ 5/ 1a Lenge
61/ 1/ 6d Danda
61/ 1/ 6e Shanga
25
(2014), Guthrie e Doke foram, de alguma maneira contemporâneos,
mas não tem sido fácil encontrar um único momento em que um
tenha citado o outro.
1. Zona G:
Grupo: G40 (Swahili):
Línguas: G42: Kiswahili
G45: Kimwani
2. Zona P:
Grupo: P20 (Yao):
Línguas: P21: Ciyaao
P23: Shimakonde
P24: Cindonde
P25: Shimaviha
Grupo: P30 (Grupo Makhuwa):
Línguas: P31A: Makhuwa-Emakhuwana
P31B: Emetto
P31C: Xirima
Ekokola
Elolo
Emanyawa
Emarenje
Etakwane
P31D: Emarevone
P31E: Enahara
P31F: Esaaka
P31G: Emakhwa do Rovuma
Imithupi
Ikorovere
P311: Ekoti
P312: Esakati
Esangaji
Enathembo
P331: Elomwe de Malawi
P34: Echuwabo
Emayindo
P341: Emoninga
Enyaringa
Ekarangu
3. Zona N:
Grupo: N30 (Cewa-Nyanja):
Línguas: N31a: Cinyai
Cidzimba
Ciphimbi
N31b: Cewa
N31c: Cimangʼanja
N31D: Cinyasa (Moçambique)
27
Cibarwe
Cipodzo
Cikaya
Zona S:
Grupo: S10 (Shona):
Línguas: S11: Korekore
Citavara
Cishangwe
Cigova
Cibudya
S12: Cizezuru
S13a: Cimanyika
Ciwutee
Cihungwe
Cigorongozi
S15: Cindau “Sofala”
Cigarwe
Cidanda
Cishanga
S16D: Cinyai, Cirozvi
Grupo: S50 (Tswa-Ronga):
Línguas: S51: Xitswa/ Citshwa
S51A: Xidzivi
S51B: Xidzonga
S511: Xihlengwe
S53A: Xichangana, Shitsonga
S53A: Xiluleke
S53B: Xinʼwalungu
S53C: Xihlavi
S53D: Xinkuna
S53E: Xigwamba
S53F: Xihlanganu
S53G: Xijonga
S53H: Xibila
S54: Xirhonga
Xikonde
Xixonga
S611: Cilenge
S62: Gitonga
Gishengwe
A. Critérios principais
(i) Ter um sistema de géneros gramaticais não inferior ao
número de cinco (5) apresentando as seguintes características:
29
Os indicadores de género devem ser prefixos, através dos
quais os nomes podem ser distribuídos em classes cujo
número varia de, geralmente, entre 10 e 20;
Sumário
As classificações de Doke (1945) e de Guthrie (1967-71)
ocupam um lugar muito importante na história destas
línguas pelos critérios próprios e genuínos que cada uma
apresenta na sua abordagem.
31
Portanto, mesmo sendo de alguma forma contemporâneos,
não há momento algum que Guthrie e Doke tenham se
citado um ao outro. Por conseguinte, a classificação de
Guthrie é a mais famosa e mais referenciada nos estudos da
Linguística Bantu.
Auto-avaliação
Exercícios
1. Define o conceito de línguas bantu.
2. Classifica a sua língua bantu de acordo co Guthrie (1967-71).
3. Em que consistem as classificações de Doke e de Guthrie.
4. Apresente e duas características das línguas bantu. Fundamente
a sua resposta com exemplos da sua língua bantu.
Capítulo 3: Morfologia Nominal das Línguas Bantu
Introdução
Os nomes nas línguas bantu em geral e nas moçambicanas, em
particular, o nome chama atenção dos estudiosos pela forma como
se organiza de acordo com os prefixos que indicam tanto o número
gramatical como o género, ao contrário da oposição feminino e
masculino ou neutro dos quais estamos habituados na língua
portuguesa. Como já deve ter notado, o estudo do nome surge na
sequência das temáticas anteriores e visa:
Analisar as características morfológicas do nome das línguas
bantu;
Diferenciar os conceitos de classe e género nas línguas bantu;
Caracterizar o sintagma nominal nas línguas bantu.
Conhecer os aspectos morfológicos básicos das línguas Bantu.
33
interessa por estas línguas, as classes nominais, que a seguir
apresentamos.
35
Lista de prefixos nominais proposta por Gutrhie (1967-71),
(Ngunga, 2004).
Classes e Prefixos nominais
Classes Prefixos
1 *mu
2 *ba
3 *mu
4 *mį
5 *į
6 *ma
7 *ki
8 *bį
9 *N
10 *N
11 *du
12 *tu
13 *ka
14 *bu
15 *ku
16 *pa
17 *ku
18 *mu
19 *pį
3.3. Locativização
Canonici (1991), Machobane (1996), Gauton (2003) e Ngunga
(2014) referem que, a locativização é um processo morfológico
através do qual um morfema locativo se associa ao nome para
localizá-lo no tempo ou no espaço.
Debruçando-se sobre o processo de locativização nas línguas bantu,
Marten (2010) afirma que a marca locativa é parte típica do sistema
de classes nominais e existem três classes nominais locativas
diferentes que podem ser reconstruídas por aproximação. Estas
classes são em muitas línguas bantu, marcadas pelos prefixos pa-,
ku-, e mu- (classes 16, 17 e 18 respectivamente) cuja semântica se
refere à aproximidade a um lugar ou a um lugar específico, a um
lugar distante ou e a um lugar no interior de algo. Referindo-se ainda
aos prefixos locativos o autor refere que os nomes com estes
prefixos comportam-se em muitos casos como outros nomes e
podem funcionar como sujeito ou complemento do verbo. Observa
os exemplos a seguir:
37
grupo de palavras designadas por advérbios, pois eles indicam a
locativização do nome a que se afixam no tempo ou no espaço.
Portanto, importa-nos aqui deixar claro que nas línguas bantu, a
prefixação não é a única forma morfológica de expressão dos
processos de locativização, pois há línguas que exprimem a
locativização através de afixação de sufixos aos nomes, ou ainda
através de afixação simultânea de prefixos e sufixos (circunfixação),
conforme ilustram os exemplos que se seguem:
39
A sufixação é um processo morfológico de formação de palavras que
consiste na adição de um morfema sufixal no final de uma palavra,
radical nominal ou verbal para formar uma nova palavra a partir de
palavras já existente, como ilustram os exemplos que se seguem:
41
Depois de analisarmos as estratégias de locativização por prefixação e
sufixação, na
secção a seguir vamos apresentar a locativização simultânea por
prefixação e por sufixação,
uma das estratégias a que algumas línguas bantu recorrem para
locativizar o nome no espaço
ou no tempo.
Sumário
O nome é classificado usando-se vários critérios. Um dos
principais critérios para a classificação do nome é a sua estrutura.
Nas línguas bantu e noutras do mundo, o nome varia em classe,
género e número.
43
conservam a forma reconstruída do sistema de classes nominais do
Proto-Bantu.
Auto-avaliação
Exercícios
1. O que entendes por classe nominal? Dê exemplos.
2. Apresente resumidamente as classes e prefixos nominais da
sua língua. Dê exemplos para cada classe nominal.
3. Apresente os diferentes tipos de locativização. Sustente a sua
resposta com exemplos da sua língua bantu.
Capítulo 4: Morfologia Verbal das Línguas Bantu
Introdução
Quando pretendemos comunicar algo, oralmente ou por escrito,
recorremos com frequência ao verbo. A razão disso reside no facto
de o verbo ser a palavra que comummente existe em todas as línguas
humanas e que serve para fazer afirmações, relatar factos, acções,
descrever estados, seres, situações, e muito mais. Eis a razão de o
verbo ser, geralmente, conhecido como a palavra mais variável de
uma dada língua.
Nas línguas Bantu, por natureza aglutinantes, a complexa natureza
da estrutura verbal faz com que, quando conjugado, o verbo possa
apresentar marcas portadoras de informações sobre o sujeito, o
tempo, a pessoa, o número, o objecto, a negação, o aspecto, o
reflexivo, entre outras. Na forma verbal, estas marcas, incluindo as
marcas derivacionais, são agregadas à raiz, designada núcleo
morfológico do verbo.
45
4.1. Estrutura do Verbo nas Línguas
Bantu
Verbo
Pré-Tema Macro-Tema
Tema F
Tema D
47
4.3. Derivação verbal
Nas línguas bantu, o verbo pode derivar outros verbos a partir da
anexação, na raiz verbal, de elementos derivacionais denominados
extensões ou por meio de um processo morfológico que consiste na
repetição da raiz e/ou do tema verbal, denominado reduplicação.
Radicais do grupo - C-
-b- ʽbaterʼ
-ch- ʽjogarʼ
-f- ʽmorrerʼ
-h- ʽdar, ofereceʼ
Os dados acima mostram-nos os radicais verbais de estrutura do tipo -
C-. Em seguida, apresentam-se os radicais de estrutura do tipo -CVC-
:
-nhlampfunh- ʽmastigarʼ
49
4.5.1. A reduplicação verbal como processo derivacional nas
línguas moçambicanas
A reduplicação verbal permite aos falantes de uma dada língua
alargar o seu vocabulário. Este processo consiste em repetir uma
parte ou todo o tema verbal para formar um novo verbo. Quando
se repete todo o tema, estamos, então, perante a reduplicação total,
mas quando se repete apenas parte dele, trata-se, então, de
reduplicação parcial.
51
Ciyaawo: kupata-pata “obter frequentemente” <(cf. kupata
“obter”)
53
As formas reduplicadas dentro de parênteses e com estrela são tidas como
agramaticais, ou seja, não são reconhecidas semanticamente na língua
pelos falantes.
Cindau:
Cicopi:
55
b) Mami abhikete nyama vanana. “A mamã cozinhou carne para as
crianças.”
Emakhuwa:
-von- ‘ver’
-kok- ‘puxar’
57
A forma intensiva reforça a ideia da forma simples, indicando a
intensidade da acção.
Sumário
A estrutura do verbo nas línguas moçambicanas é muito complexa.
Quando conjugado, o verbo pode conter partículas/marcas que indicam o
tempo, o aspecto, a negação, o sujeito, o objecto, o reflexivo. Esta é a
principal razão por que se afirma que as línguas moçambicanas são
aglutinantes.
59
O verbo nas línguas moçambicanas pode derivar outros verbos a partir
de um processo denominado reduplicação. Há três tipos de reduplicação:
(i) reduplicação total ou completa, (ii) reduplicação fossilizada e (iii)
reduplicação de verbos dissilábicos. Os verbos reduplicados trazem a
interpretação de repetição, interactividade ou frequência dos eventos ou
acções.
Auto-avaliação
Exercícios
1. O que entendes por extensão verbal? Dê exemplos.
2. Apresente estrutura do verbo na sua língua bantu. Sustente a
sua resposta com exemplos da sua língua.
3. Diferencie a reduplicação total fossilizada da reduplicação total
normal. Dê exemplos.
Capítulo 5: Sintaxe das
Línguas Bantu
Introdução
Depois do estudo sobre a morfologia verbal das línguas bantu,
vamos agora aprender como usar estes elementos para produzir
frases na sua língua. Portanto, espera-se que ao terminar este
capítulo, o estudante seja capaz de:
61
Em cima são apresentados exemplos de sintagmas nominais em
diferentes línguas. No primeiro exemplo, o SN é constituído por
um nome mais um possessivo; no segundo é constituído por um
nome e um numeral, no terceiro e quarto por um nome mais um
pronome e finalmente no quinto por um nome e um adjectivo.
63
Rhonga: xipawana xa mavele 'pãozinho de milho'
Cicopi: tinyawa ta kuthembwe 'feijão da horta'
65
apresenta uma informação adicional sobre o núcleo, (NGUNGA
2014).
5.4. A Frase
A frase é uma palavra ou conjunto de palavras dispostas de uma
dada maneira, de acordo com certas regras, para exprimir um
determinado sentido. Pode-se definir ainda como um enunciado de
sentido completo, unidade mínima de comunicação, que pode ser
constituída por uma única oração (frase simples), por mais do que
uma oração (frase complexa), ou apenas por um verbo (frase
elíptica), onde os restantes constituintes são subentendidos.
a) Nominal
b) Copulativa
c) Ideofónica
67
Cicopi:
Cinyungwe:
Ciyaawu:
Sumário
Os nomes regem a concordância de todos os elementos da frase com
eles relacionados (verbos, qualificadores, quantificadores,
possessivos e demonstrativos). Esta concordância é feita através de
marcas de concordância.
Nas línguas bantu, a frase pode ser verbal ou não verbal. A frase verbal é
aquela em que o núcleo é uma forma verbal, ao passo que a não verbal
tem como núcleo uma categoria lexical diferente do verbo, que pode ser
nome, ideofone ou cópula. A concordância verbal é regida pela natureza
do nome ou nomes que ocupam a posição do sujeito da frase. As
estratégias de marcação da polaridade (positiva ou negativa) da frase
variam de língua para língua. Umas usam a forma sintética, em que a
marca da negação aparece acoplado ao verbo e outras usam a forma
analítica através de um segmento lexical.
Auto-avaliação
1. Será que na sua língua moçambicana a concordância verbal com
nomes de classes diferentes é pacífica? Apresente alguns exemplos.
2. A partir de exemplos, presente os tipos de SN na sua língua bantu.
Exercícios
1. Apoiando-se em exemplos da sua língua de trabalho, distinga a frase verbal
da não verbal.
2. Explique, recorrendo a exemplos, a concordância gramatical na sua língua
moçambicana de trabalho.
Introdução
O presente capítulo aborda a ortografia das línguas bantu. Portanto,
espera-se que até ao fim do mesmo o estudante seja capaz de produzir
e apresentar diversos textos escritos de utilidade didáctica, individual
e comunitária, obedecendo às regras ortográficas e gramaticais da sua
língua moçambicana. Para tal, serão aqui privilegiados diferentes
textos na abordagem de várias temáticas de interesse social, como
nutrição, saúde e bem-estar, inclusão social, entre outras, extraídos de
Patel, Majuisse e Tembe (2018).
69
6.1. A ortografia das línguas bantu
A ortografia, assim como outras habilidades linguísticas já
aprendidas, são muito importantes na aprendizagem de uma língua.
Enquanto habilidade linguística, a ortografia é o culminar das
aprendizagens que vem adquirindo sobre uma dada língua. É por isso
que, em contextos de educação formal, a leitura e a escrita são duas
das habilidades fundamentais sobre as quais depende a avaliação do
desempenho do aluno. O aluno que não apresente um domínio
aceitável de leitura e da escrita dificilmente poderá desenvolver
outras habilidades do conhecimento, podendo estar sujeito ao
fracasso escolar e a uma consequente limitada mobilidade
socioeconómica.
71
e) Vírgula (,): para indicar uma pequena pausa;
f) Ponto e vírgula (;): para indicar uma pausa mais prolongada
ou para marcar diferentes aspectos da mesma ideia;
g) Dois pontos (:): para anunciar o discurso directo ou para
introduzir uma explicação;
h) Aspas («») ou as vírgulas altas (“): para indicar a reprodução
exacta de um texto ou para realçar uma palavra ou expressão
por motivos de ordem subjectiva;
i) Parênteses [( )]: para intercalar, num texto, a expressão de
uma ideia acessória.
j) Travessão (-): para indicar, nos diálogos, cada um dos
interlocutores ou para isolar num contexto, palavras ou frases
(neste caso, é utilizado antes e depois da palavra ou frase
isolada);
k) Colchetes [ ]: para indicar um texto destacado, por exemplo,
traduções bíblicas com escritos que não aparecem em alguns
manuscritos antigos.
l) Travessão (-): tal com os colchetes, para indicar um texto
destacado, por exemplo, traduções bíblicas com escritos que
não aparecem em alguns manuscritos antigos.
Sumário
Auto-avaliação
73
frutas, legumes que nos protegem contra doenças (Patel, Majuisse e
Tembe 2018).
Exercício
Elabore um texto de natureza expositiva (argumentativo ou
explicativo) na sua língua moçambicana de trabalho.
Referências Bibliográficas
75
GUTHRIE, M. 1967-71. Comparative Bantu. Vols I-IV. Oxford
University Press.