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Nós e as
redes de trabalho
Material de apoio para professores
Este guia contém orientações para você mediar a realização do projeto Nós e as Redes de
Trabalho com os alunos do 3º ano, nos tempos dos Projetos de Intervenção e Pesquisa. É
essencial, para essa mediação, que você tome conhecimento das atividades propostas no Guia
de Projetos endereçado aos jovens, preparando‐se para apoiá‐los nos diversos aspectos da
experiência, cujo objetivo maior é torná‐los protagonistas em relação às suas escolhas e
vivências no mundo do trabalho.
As atividades do projeto convidam cada estudante a abraçar a educação como uma causa,
aprendendo a ver, a pensar, a sentir, a decidir e a agir. Trata‐se de buscar que uma nova visão
se inaugure: em vez de parte do problema, o jovem é parte da solução.
Essa forma positiva de encarar a juventude implica revelar seu sentido luminoso ao próprio
jovem e aos educadores que, como você, contribuem para o seu desenvolvimento: o potencial
de uma nova geração para dar continuidade às transformações do mundo que nos cerca,
participando e interferindo ativamente.
A forma como os jovens se veem, professor, está fortemente relacionada à maneira como são
vistos pelos adultos que os rodeiam. Por isso, é muito importante que você reflita
cuidadosamente sobre o seguinte:
Ver seus estudantes a partir de seus potenciais, daquilo que são, do que sabem,
VER
aproximá‐los de você e da aprendizagem. Tem muito adulto, e até alguns jovens,
vendo a juventude como um problema: dizem que é “alienada”, “irresponsável”,
“desinteressada”, “individualista”, que os jovens não gostam de ler... Pensar
assim é fechar os olhos para o que realmente acontece com os jovens e perder
muitas oportunidades de aprender com eles!
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Faça o exercício de voltar no tempo: como você era quando jovem? Que sonhos
PENSAR tinha, quais eram as suas expectativas? O jovem, hoje, também tem muitas
expectativas em relação ao seu futuro, afinal, ele está em um momento de busca
de sua identidade e de seu projeto de vida. Viver, conviver, estudar e trabalhar
no século 21 – um novo tempo muito diferente do século que passou – é o
desafio de nossos jovens.
Ver o jovem como solução, confiar no potencial da juventude e dar a sua
DECIDIR
contribuição para que os estudantes aprendam, desenvolvam competências e se
preparem para se inserir no mundo do trabalho é, professor, a sua grande
decisão. Você tem o poder de influir de maneira construtiva na aprendizagem e
no convívio dos jovens de sua escola!
E o que fazer para começar? Convidar os jovens a fazerem a grande virada e
AGIR
serem seus parceiros e interlocutores para construírem a educação necessária ao
século 21, uma educação em que professores e estudantes são parte da solução.
Isso é mobilizar! Mover mentes e corações em favor da educação da juventude!
A seguir, você encontrará subsídios para compreender aspectos centrais do trabalho a ser
iniciado com os jovens. Leia atentamente, reflita sobre suas experiências nesse campo,
desafie‐se em relação ao que percebe que ainda precisa avançar!
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Começaremos com uma reflexão sobre o tipo de participação dos estudantes na escola que
este projeto propõe. Estamos tratando do Protagonismo Juvenil.
O Protagonismo Juvenil coloca os jovens no centro do processo formativo. Eles passam a ser
vistos não mais como parte dos problemas da escola, mas como parte das soluções. Agem para
aprender mais, para ampliar a autonomia e para transformar positivamente o contexto em
que vivem.
Essa perspectiva da participação dos jovens na escola reconhece que todo jovem tem
potencial para aprender. Ou seja, os estudantes têm condições para se desenvolver, desde
que seja assegurado o seu direito a uma educação de qualidade.
O protagonismo percebe os jovens como sujeitos sociais, ou seja, eles fazem parte de famílias,
bairros, comunidades; são membros de grupos culturais, políticos, religiosos e sociais; gostam
de namorar, passear, ler, expressar‐se artisticamente. Uns são bastante ativos, outros mais
pacatos. Ou seja, são pessoas, com trajetórias de vida e interesses diferentes, não são uma
“massa”, como muitos professores acabam os definindo.
Por falar em diferença, o Protagonismo Juvenil valoriza a diversidade entre os jovens,
possibilitando que eles aprendam a lidar de maneira respeitosa com as diferenças que fazem
parte da escola. São diferenças de ideias, conhecimentos, pontos de vista, experiências,
valores, composições familiares, orientação sexual, raça, gênero, credo religioso, dentre tantas
outras. Lidar com toda essa diversidade é uma aprendizagem e tanto.
E, muito importante, o protagonismo possibilita que os interesses e anseios juvenis tenham
espaço no ambiente escolar. O mundo da escola precisa ser povoado pelo universo dos jovens,
não dá mais para ser apenas espaço para “trabalhar conteúdo” de disciplinas.
Mas, como dissemos, para que seja Protagonismo Juvenil de verdade, é essencial que a
participação dos jovens tenha espaço no currículo, seja estruturada com método que gera
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aprendizagens significativas e tenha os professores e gestores como parceiros na mediação da
participação dos estudantes.
Como podemos estruturar a participação dos jovens, na escola, na perspectiva do
Protagonismo Juvenil?
Existem diversas possibilidades, é claro. Há várias maneiras, por exemplo, de promover esse
tipo de participação nas aulas das disciplinas escolares. Mas, no contexto do núcleo
articulador, o meio que adotamos para concretizar a participação dos estudantes são os
projetos.
O que os jovens do século 21 aprendem ao desenvolver projetos?
Bem, no contexto escolar, um projeto nada mais é que uma situação de aprendizagem ou, nas
palavras do professor Antonio Carlos Gomes da Costa, um “acontecimento estruturante que
exerce influência construtiva sobre as maneiras de ver, entender, sentir, decidir e agir dos
educandos”. Dito de outra forma, o percurso de desenvolvimento de um projeto possibilita
que os jovens exercitem um tipo de participação que parte de seus interesses e de um olhar
sobre o bem comum, gera transformações positivas no seu contexto e permite
aprendizagens significativas.
Mas todo projeto tem uma estrutura, adota um método. No nosso caso, os projetos são
desenvolvidos num percurso estruturado, composto de seis etapas. Quais são elas?
‐ Mobilização.
‐ Iniciativa.
‐ Planejamento.
‐ Execução
‐ Avaliação.
‐ Apropriação de resultados.
Cada uma dessas etapas aponta um desafio aos estudantes: desenvolver competências e
habilidades, aprender e ampliar conhecimentos. São o que chamamos de atitudes estratégicas,
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que os jovens têm a oportunidade de desenvolver ao longo do percurso do projeto. Quais são
elas?
‐ Na etapa de Mobilização, o que se deseja é que os jovens descubram suas
motivações para aprender e agir em seu contexto. É o momento do projeto em que
eles são chamados a identificar suas forças e aspirações, a ganhar consciência do que
já sabem e fizeram, a trazer à tona seus interesses e pontos de vista e a envolver‐se
proativamente com as questões da escola e do entorno.
‐ Na etapa de Iniciativa, o desafio é que os jovens consigam configurar um problema
como algo que lhes diz respeito e que precisa de sua participação para ser solucionado.
Para isso, terão a oportunidade de dizer o que pensam, aprofundar conhecimentos,
argumentar, negociar, estabelecer interesses comuns e tomar decisões conjuntas
sobre o que irão fazer no projeto. Tudo isso de maneira colaborativa e com a mediação
do professor.
‐ Na etapa de Planejamento, espera‐se algo muitas vezes difícil para os jovens: pensar
antes de agir, controlando‐se diante da impulsividade ou do imediatismo em relação
ao projeto. Os estudantes veem‐se diante da necessidade de antecipar problemas,
organizar logicamente as tarefas, pensar sobre o que sabem ou não a respeito da
situação, acessar conhecimentos e projetar‐se no futuro, para que seus planos se
concretizem.
‐ Na etapa de Execução, está em jogo a concretização dos planos. É o momento em
que os jovens passam pelo crivo da experiência, determinam‐se diante de um
objetivo, enfrentam obstáculos, lidam com frustrações, crescem com as
adversidades, arriscam‐se, acertam, erram e aprendem com tudo isso.
‐ Na etapa de Avaliação, que acontece simultaneamente à de Execução, os jovens
avaliam e atribuem sentido às experiências, aprendendo com acertos e erros,
identificando novos desafios, verificando resultados, refletindo sobre a participação
de cada um e reorganizando as ações seguintes.
‐ Na etapa de Apropriação de resultados, por fim, os jovens têm a chance de se
reconhecer no trabalho realizado, consolidar aprendizados e atitudes e,
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principalmente, fazer generalizações, identificando como esses aprendizados podem
lhes ser úteis em outras dimensões da vida.
O que é preciso para que os jovens desenvolvam essas atitudes estratégicas?
São necessárias, basicamente, duas coisas. A primeira é que a aprendizagem seja colaborativa
e a segunda, que os professores atuem com presença pedagógica.
Explicando melhor:
‐ A aprendizagem colaborativa se concretiza na atuação dos jovens em times. Assim,
eles podem enfrentar desafios mais complexos e desenvolver competências
importantes, como o pensamento crítico, a problematização, a colaboração, a
comunicação. Juntos, eles aprendem a aprender, conviver e produzir de forma
colaborativa.
Ou seja, nos times, cada jovem é:
‐ responsável pela própria aprendizagem e a dos colegas;
‐ comprometido com a solução de seus próprios problemas de aprendizagem;
‐ desafiado à participação, falando, ouvindo, estudando, compartilhando
conhecimentos;
‐ chamado a agir com iniciativa, a planejar e a persistir diante dos obstáculos;
‐ convocado a lidar com problemas de convívio, disciplina, colaboração e
organização;
‐ solicitado ao exercício da liderança, em rodízio.
‐ A presença pedagógica é o modo como se dá a colaboração do professor com os
estudantes. O professor deve estar sempre atento a uma dupla transformação que
precisa ocorrer no jovem em sua atuação:
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‐ uma externa, relacionada à situação‐problema que ele pretende enfrentar:
realizar a pesquisa ou a intervenção; e
‐ outra interna, da relação do jovem consigo mesmo, com os outros e com a
aprendizagem na escola e na vida.
O trabalho do professor, portanto, envolve corpo, mente, sentimento e ação,
convocando o educando em sua inteireza e complexidade.
Ou seja, é papel do professor:
‐ escutar os jovens, instigá‐los, detectar e objetivar seus interesses, colaborar na
definição do “problema a ser enfrentado”, seja ele relacionado a uma pesquisa ou
a uma intervenção;
‐ contribuir com os jovens no mapeamento e ampliação de seus saberes acerca de
um problema;
‐ promover relações entre as atividades do projeto e os conhecimentos
trabalhados nas outras ações da escola;
‐ apoiar a formação, organização e dinâmica dos times, inclusive orientando a
construção de regras de convivência e pautas de trabalho;
‐ colaborar com a avaliação, em sua estrutura e procedimentos, bem como com a
apropriação dos resultados pelos estudantes; e
‐ espelhar os conhecimentos, competências, habilidades, valores e atitudes que os
jovens estão aprendendo e desenvolvendo.
Em síntese, por meio do desenvolvimento de projetos, os jovens do século 21 aprendem:
‐ a ser corresponsáveis pela própria aprendizagem e pela escola;
‐ a acessar, produzir e compartilhar conhecimentos;
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‐ a aprender fazendo; e
‐ a desenvolver atitudes estratégicas (conhecer suas motivações, forças, interesses e
aspirações; aprender a configurar um problema; (re)construir conhecimentos e
transformar a realidade; organizar as tarefas e projetar‐se no futuro; avaliar as
vivências, intervindo nelas; e generalizar aprendizados).
Para finalizar, é importante salientar que a vivência de um projeto possibilita que os jovens
desenvolvam competências cognitivas e socioemocionais essenciais para quem vive, convive,
aprende e trabalha na contemporaneidade, tais como: pensamento crítico, resolução de
problemas, colaboração, comunicação, criatividade, responsabilidade, abertura para o novo e
autoconhecimento.
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Reflexão: Metodologias integradoras
Como dissemos, a participação dos estudantes no projeto se dará por meio da vivência das seis
etapas: mobilização, iniciativa, planejamento, execução, avaliação e apropriação de resultados.
Em termos metodológicos, o percurso dessas etapas privilegia, em especial:
a presença pedagógica do professor, que propicia o cuidado nas relações interpessoais
e o desenvolvimento dos alunos em suas capacidades de escolher, descobrir e abordar
a vida a partir de suas próprias perspectivas e pontos de vista;
a aprendizagem colaborativa que possibilita o enfrentamento de problemas de maior
complexidade por meio da atuação dos alunos em times;
os projetos como meio de intervenção na escola e como cenário em que se aprende
conhecimentos e se desenvolvem as competências cognitivas e socioemocionais do
aluno e a formação efetiva do protagonismo juvenil;
1. Presença pedagógica
Aprender na relação com o professor
A visão que se tem da juventude é decisiva para que os professores definam suas práticas de
ensino e o que esperam da aprendizagem dos alunos, pois revela quem é o aluno que
queremos formar. Ver a juventude como solução e não como problema, portanto, é o princípio
básico para a formação de estudantes protagonistas.
O primeiro passo para aproximar os jovens alunos da aprendizagem de uma forma
participativa e colaborativa, gerando um bom clima relacional em sala de aula, é dado pelo
professor. É ele quem traduz aos jovens essa nova visão de juventude como solução, por meio
de um método bastante simples e eficaz: a presença pedagógica. Ela se traduz pelo exercício
constante de estabelecer uma relação de abertura, reciprocidade e compromisso com o
desenvolvimento dos alunos. Como?
Primeiro, aprendendo a conhecer, valorizar e acolher os interesses, os pontos de vista e as
culturas juvenis. E, ao mesmo tempo, mostrando aos alunos – todos eles, sem exceção – um
interesse verdadeiro pela aprendizagem de cada um: por exemplo, chamando‐os pelos nomes,
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referindo‐se a cada um deles com respeito, evidenciando suas qualidades e acertos antes de
suas dificuldades e erros, estimulando incansavelmente que exponham seus pontos de vista,
ouvindo‐os sempre com atenção, ressaltando potenciais e não carências, estimulando‐os a
ampliar seus conhecimentos, a confiar em suas capacidades, a persistir e a superar seus
aparentes limites.
Dedicar‐se ao exercício da presença pedagógica significa demonstrar aos alunos que você está
junto deles para ensiná‐los a como aprender, relacionar‐se com o outro, organizar‐se para uma
tarefa, negociar posições, lidar com conflitos, trabalhar de maneira colaborativa, ver‐se, enfim,
como fonte de soluções para os problemas.
A presença pedagógica, professor, é uma forma de educação para valores, baseada no
exemplo e na vivência concreta de situações de aprendizagem.
Por que trabalhar com a presença pedagógica?
Qual o impacto da presença pedagógica para os estudantes e escola?
E a escola só ganha com isso.
Os jovens fortalecem a autoconfiança para
aprender e desenvolvem habilidades É CONVIVER
O clima escolar se torna mais
cognitivas e não cognitivas importantes BEM PARA
colaborativo e produtivo com as
para suas formações. APRENDER
relações professor‐estudante.
BEM!
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2. Aprendizagem colaborativa
Aprender na relação com os pares
Um bom clima relacional no desenvolvimento dos projetos é favorecido também pela
organização dos alunos na realização da atividade. Significa agrupá‐los para que atuem como
times de trabalho, a partir de interesses comuns. Assim, os times somam forças para alcançar
objetivos, exercitando a capacidade de aprender com os colegas e de responsabilizar‐se pelo
aprendizado de todos. “Não deixar ninguém para trás” é a regra nessa prática de
aprendizagem colaborativa.
O apoio mútuo entre pares e times de trabalho é um aspecto estrutural da aprendizagem, por
ser básico para o desenvolvimento de competências como a colaboração, a liderança, o
trabalho em equipe e a gestão de processos. Por isso, é importante que as atividades tenham
complexidade suficiente para demandar o envolvimento de mais de um jovem na construção
dos saberes.
Nos times, todos reúnem esforços e forças para realizar uma dupla aprendizagem: aprender a
aprender e, também, a conviver e produzir de forma colaborativa. Os alunos são avaliados
pelo seu desempenho individual e pelos resultados conquistados pelo time. As atividades se
dão por concluídas somente quando todos alcançam o aprendizado esperado – tudo bem
diferente da prática tradicional de realização de tarefas em grupo. Afinal, o trabalho de grupo,
muitas vezes, é compreendido como uma divisão de tarefas acerca de algo a ser produzido,
sem que haja corresponsabilidade pela produção, pela resolução de conflitos e pelo
aprendizado.
A formação de um time pressupõe o reconhecimento do outro, de suas diferenças, de seus
interesses, de suas habilidades e desafios, unindo forças para a realização de uma tarefa ou
projeto comum de média ou longa duração. Todos são coautores do conhecimento construído
ou de um projeto e corresponsáveis pela realização do que eles mesmos decidiram
empreender.
Perceba no esquema que se segue o que se espera do trabalho em times.
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DE: PARA:
O estudante preocupa‐se Cada estudante se preocupa com o próprio
consigo mesmo. rendimento, com o do colega e com o do time.
Um líder chefia o trabalho A liderança é compartilhada, todos os
dos demais. estudantes se responsabilizam por ela.
A responsabilidade pelo trabalho
Um estudante costuma fazer a tarefa pelo é conjunta, todos
outro ou para os demais. têm de cumprir a tarefa.
O professor acompanha o trabalho:
O professor não se envolve no trabalho do
grupo ou estabelece uma relação de circula pelos times, detecta e orienta desvios
dependência, dando respostas prontas e de rumo, estimula e provoca a busca de
resolvendo os problemas por ele. solução antes de ouvirem sua opinião.
As competências relacionais – liderança,
As questões relacionais e produtivas não são comunicação, confiança, colaboração – são
trabalhadas pelos estudantes. alvo do trabalho do time.
Tenta‐se chegar ao resultado de aprendizagem O resultado de aprendizagem é conquistado
independentemente do clima de interação contando com a interação positiva entre os
entre os componentes. membros do time.
Cada estudante é avaliado por seu rendimento
Há somente a avaliação global do grupo.
e pelo progresso dos demais.
Mesmo que não participe, o estudante pode
A avaliação estimula o time a ajudar
ser bem avaliado pelo trabalho dos demais.
e encorajar aqueles que precisam.
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É esperado que os alunos já estejam habituados a trabalhar colaborativamente, tendo em vista
que já desenvolveram projetos em times, mas sempre é tempo para construir e consolidar
essa noção com eles. E, para que a aprendizagem colaborativa aconteça, é preciso ensiná‐los a
praticá‐la com estímulos constantes, a fim de que os jovens assumam o protagonismo na
resolução das questões de convívio e de aprendizagem contando com as forças do seu time. A
cada dificuldade que o time enfrentar, aproveite para discutir com eles essa questão.
Apresente aos alunos, sempre que necessário, estas “regras” básicas para que aprendam a
atuar em times:
Cada jovem do time deve ser responsável pelo seu aprendizado e, também, pelo
aprendizado dos colegas. Não dá para deixar para trás nenhum jovem!
Todos devem participar das atividades, colocando seus pontos de vista, ouvindo o(s)
colega(s) e dando o melhor de si. Durante as atividades, cada jovem vai exercitar
liderar o time e ser liderado pelos colegas!
É tarefa do time pensar e resolver por si mesmo os problemas de aprendizagem que
aparecerem. O professor pode e deve ser convidado a colaborar quando surgirem
desafios, mas não pode resolvê‐los pelo time.
Lidar com os problemas de convívio, disciplina, colaboração e organização também
faz parte da tarefa do time. Os estudantes precisam descobrir quais são os problemas
e pensar em soluções antes de pedir ajuda ao professor!
A tarefa de todos é refletir sobre a atividade proposta, agir com iniciativa, planejar,
persistir na busca da solução sem se deixar vencer pelos obstáculos e aprender com
os erros e acertos. Esse esforço é mais importante do que os acertos.
Nas rodas de debate, todo mundo vai ter vez e voz para falar! E cada um vai aprender
a dar vez e voz para o colega. Todos vão se ouvir e aprender a argumentar!
Para o professor, a gestão do time (em vez da turma de 30 ou até 40 alunos) também é um
aprendizado necessário. Uma dica importante para que você a pratique efetivamente é não
confundi‐la – nem deixar que seus alunos confundam – com o trabalho convencional em
grupos.
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Apresentamos de forma resumida, três aspectos essenciais para que você, professor, comece a
praticar o trabalho em times:
1. Os jovens se reunirão em times compostos por cerca de dez estudantes. Esse número
favorece a participação efetiva de todos nas atividades. Cuide para que você possa dar
atenção a todos do time durante as atividades.
2. Construa, com eles, combinados de trabalho. Apresente alguns que julgue essenciais,
explicando‐os, ouça a opinião dos estudantes sobre eles, argumente e ajude‐os a melhorar
suas argumentações. Peça que eles apresentem outros pontos. Relembre os combinados
sempre que necessário, ao longo do projeto.
3. Estimule constantemente os estudantes a resolverem por si mesmos os problemas de
convívio ou aprendizagem propostos nas atividades e também aqueles que surgirem
durante o processo de trabalho do time. Nunca responda a questões ou demandas, cujas
soluções estiverem ao alcance dos estudantes. Incentive‐os a resolvê‐las com os colegas de
time antes de se remeterem a você.
Ao praticar esses pontos, a gestão dos alunos será muito mais facilitada. Sem contar que
trabalhar em equipe – como um time motivado, produtivo, colaborativo e coeso – é uma
habilidade altamente valorizada e necessária ao convívio e ao mundo do trabalho no século
21.
Fique de olho nas etapas do projeto de intervenção. Todas se baseiam nos princípios da
presença pedagógica e da aprendizagem colaborativa.
15
1
ANDRÉ, Simone; COSTA. Antônio Carlos Gomes da. Educação para o desenvolvimento humano. São Paulo:
Saraiva/Instituto Ayrton Senna, 2004. Uma das bases fundamentais dessa concepção são as quatro aprendizagens
indicadas no Relatório Jaques Delors: aprender a ser, conviver, conhecer e fazer.
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estabelecer prioridades; administrar a si mesmo e aos outros quanto às tarefas e ao tempo de
executá‐las; reconhecer e lidar com conflitos; construir confiança e autonomia; assumir riscos
e compartilhar a tomada de decisões; responsabilizar‐se pelo alcance e pela qualidade do
resultado; avaliar os caminhos adotados e aprender com acertos e erros.
A escola se abre para o mundo: por
meio de ações concretas são
ensinados conteúdos, valores e
Aprendem a ser protagonistas, atuando
habilidades!
como solução no enfrentamento de
problemas que afetam a escola, a
comunidade ou sua própria aprendizagem!
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Orientações gerais
As redes e o mundo do trabalho
Na atualidade, a palavra rede tornou‐se uma forma corriqueira de descrever as formas de
organização que conectam pessoas e aglutinam ideias nos mais diversos âmbitos da vida
social. Rede pública de ensino, rede de atenção à saúde, redes sociais digitais como o
Facebook e o Instagram, redes de proteção à infância e à juventude... Seja no cotidiano, na
prática política ou no mundo do trabalho, cada vez mais nos relacionamos uns com os outros
através das redes. Mas será que todos entendemos a mesma coisa quando pronunciamos essa
palavra?
As definições de rede são inúmeras. Podemos começar por uma bem simples, elaborada pelo
especialista em gestão de redes Cássio Martinho: rede é um “padrão de organização
constituído, necessariamente, de agentes autônomos que, interligados, cooperam entre si”2.
As redes são formadas por um conjunto de pessoas ou instituições dispersas que, em nome de
um objetivo comum, decidem se interligar e atuar de forma colaborativa. No entanto, como
destaca um verbete do Kit Educativo Trocando Ideia, elaborado pela Associação Imagem
Comunitária, “uma rede não é apenas aquilo que nomeia um conjunto de pontos interligados.
Ela é também uma proposta de organização, constituída por pessoas autônomas, que
cooperam entre si de forma horizontal”3.
Essas duas características – autonomia e horizontalidade – distinguem as redes que buscamos
trabalhar com os alunos de outras inseridas em contexto comercial, cujas características
refletem muitas vezes uma organização hierárquica e centralizada, como as matriciais ou em
cadeia (uma rede de supermercado, por exemplo, com várias filiais subordinadas a uma
matriz). Embora também referidas como redes, essas estruturas organizacionais não são outra
coisa que um modelo de pirâmide, com uma hierarquia bem definida e um centro de poder
claro, enquanto uma verdadeira rede pressupõe uma organização aberta e democrática, que
aposta na autonomia e na colaboração livre entre seus membros.
Essas distinções são muito importantes, pois, como aponta Cássio Martinho, “quando tudo é
rede, estruturas velhas e novas, modos convencionais e modos inovadores de fazer,
estratégias de opressão e estratégias de libertação confundem‐se sob uma pretensa mesma
2
MARTINHO, Cássio. “Redes Síntese”. Disponível em:
http://www.redescomunitarias.org.br/images/Biblioteca/Redes.pdf. Acesso em 12 de julho de 2015.
3
ASSOCIAÇÃO IMAGEM COMUNITÁRIA. Trocando ideia: kit educativo sobre direito à comunicação. Belo
Horizonte, AIC, 2011.
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aparência. Se não puder estabelecer algumas distinções, o conceito de rede deixa de ter
sentido e passa a não servir para nada” (MARTINHO, 2003, p.9)4.
No mundo do trabalho extremamente complexo e dinâmico com o qual nos deparamos hoje,
há espaço para verdadeiras redes, horizontais e colaborativas. Essa nova modalidade de
organização é tributária de uma transformação histórica, assim descrita por Martinho: “Se
antes, na sociedade industrial, os processos de trabalho eram bem representados pela
metáfora da máquina (ou do mecanismo), agora o desenho da rede passa a ocupar lugar
preponderante no imaginário da sociedade pós‐industrial” (MARTINHO, 2003, p. 8).
Atualmente, milhões de trabalhadores das mais variadas profissões se organizam em rede.
Desde as cooperativas agropecuárias locais até as redes globais de trabalho online, inúmeros
sujeitos se interligam, de forma colaborativa, para alcançar objetivos comuns.
Se, por um lado, o mundo do trabalho contemporâneo é extremamente fragmentado e
especializado, por outro, os trabalhadores estão cada vez mais conectados em redes. Um
profissional não vive sem o outro, e está necessariamente integrado a várias pessoas e
instituições com as quais dialoga cotidianamente. Pensemos num cirurgião, que está ligado ao
anestesista, ao enfermeiro, ao gestor do hospital, ao plano de saúde, ao paciente, ao motorista
da ambulância... Ou num artista, que se conecta com outros artistas, com o produtor, com o
empresário, com a casa de shows, com o público...
Cada vez mais, trabalhar no mundo contemporâneo significa ocupar um espaço em uma
grande rede. E o desafio não é pequeno. É preciso estar interligado a pessoas, instituições e
contextos muito diversos, que demandam conhecimentos de várias áreas: o artista precisa ter
noções de marketing, da mesma forma que o médico deve ter algum conhecimento da área de
gestão pública. As competências demandadas por esse novo ambiente de trabalho são
igualmente variadas: trabalhar em equipe, ser flexível, mediar conflitos, saber liderar e ser
liderado são habilidades necessárias para quase todos os campos de trabalho atualmente. Para
um jovem prestes a ingressar no mundo do trabalho hoje, reconhecer o tamanho e a
complexidade desses desafios é fundamental. E o professor tem um papel crucial nisso, como
mediador e provocador constante.
Ser protagonista nas redes do mundo do trabalho não é apenas se preparar bem para ocupar
esses espaços, mas desenvolver competências para intervir na própria dinâmica das redes. O
guia Trocando Ideia nos recorda que “as redes estão em constante mudança de tamanho e
4
MARTINHO, Cássio. Redes: uma introdução às dinâmicas da conectividade e da auto‐organização.
WWF Brasil, 2003. Disponível em: http://www.wwf.org.br/informacoes/bliblioteca/?3960. Acesso em 12
de julho de 2015.
20
formato”, e que “é preciso ter foco na criação de dinâmicas de trabalho colaborativo e
horizontal, as quais impulsionam a atividade nesses espaços”. Para que uma rede exista de
fato, é necessário ativá‐la, impulsioná‐la cotidianamente. E a intervenção dos jovens pode ser
crucial nesse processo.
Os alunos do 3º ano receberam o Guia de Projetos Nós e as Redes de Trabalho, para orientá‐
los no percurso das seis etapas da ação protagonista necessárias à elaboração e ao
desenvolvimento de seus projetos. A seguir, compartilhamos as indicações dadas aos alunos
nesse guia para apoiar você na mediação do(s) time(s) sob sua orientação.
1. Planejamento da mediação da participação dos jovens
Para que você possa, de fato, apoiar os alunos na vivência do projeto, é essencial que conheça
profundamente o que está sendo proposto a eles no Guia de Projetos Nós e as Redes de
Trabalho e acompanhe de perto o andamento do trabalho do time. Mais do que isso, é
importante que você antecipe possíveis problemas que os jovens poderão enfrentar,
identificando maneiras de apoiá‐los na busca por soluções criativas. Portanto, a mediação da
participação dos jovens precisa ser planejada!
2. Formação dos times
O processo de trabalhar em times consiste em um aprendizado de uma habilidade complexa.
Você já sabe que existem diferenças entre o trabalho em times e o trabalho convencional
entre pares (ou grupos). No primeiro, a colaboração é a base do trabalho. Já no segundo, o
envolvimento dos integrantes tende a ser desigual, sendo frequente que as responsabilidades
do trabalho sejam assumidas por apenas alguns integrantes. O estabelecimento de um ritmo
de trabalho colaborativo em times é uma conquista diária.
Planeje meios de incentivar a participação de todos os membros do time, identificando o que
cada um já tem a contribuir e desafiando‐os a aprenderem com os colegas e com você.
Na etapa de Mobilização, os times se organizarão por afinidades, amizade ou curiosidade de
trabalhar junto. Esse primeiro agrupamento será importante para que eles construam uma
compreensão do que são as redes e identifiquem aquelas às quais já estão, de algum modo,
conectados. Mais à frente, na etapa de Iniciativa, eles serão convidados a repensar essas
escolhas a partir de seus interesses de trabalho nos projetos. Assim, é importante esclarecer
para os times que eles poderão mudar sua constituição nas próximas aulas.
21
Respeite as escolhas dos jovens nos processos de formação de times: não interfira, mesmo
que as “panelinhas” aconteçam. Apenas garanta que eles cumpram o número mínimo e
máximo para a formação dos times, atuando sempre com presença pedagógica. E, aos
poucos, identifique se existem alunos que parecem “deslocados” em seus times, apoiando‐os
na integração com os colegas.
3. Rodízio dos alunos na liderança dos times
No trabalho em times, é importante que os alunos experimentem liderar os colegas e ser
liderados por eles. Liderar o time é disponibilizar seus conhecimentos, atuar como um
incentivador da participação dos colegas, fazer a gestão do tempo e ter foco no trabalho que
precisa ser feito naquele dia. Além disso, o líder tem um importante papel de organização das
atividades e mediação de conflitos de convivência ou discordância sobre o andamento das
ações. Isso todo aluno pode fazer, desde que assuma a responsabilidade, tenha o apoio dos
colegas e do professor e seja comprometido com o projeto e dedicado. O Guia de Projetos Nós
e as Redes de Trabalho orienta que seja feito rodízio na liderança. É essencial que você os
ajude a compreender o que é ser líder e como exercer a liderança. Avalie com eles essa
experiência, para que possam compreender, progressivamente, as suas dimensões e
aprendizados.
4. Acompanhamento do trabalho dos times
Acompanhe as discussões dos times, estando sempre à disposição para auxiliá‐los nas dúvidas
que surgirem. Siga de perto a forma como cada time efetua a leitura do passo a passo da
atividade e como seus integrantes estão interagindo. Em todas as atividades, a colaboração
entre os jovens será cada vez mais requerida.
É imprescindível que você conheça previamente o conteúdo das atividades propostas aos
alunos em cada etapa, a fim de orientá‐los com maior segurança e providenciar as condições
para que eles trabalhem.
5. Momentos de reflexão e debate
Conduza os momentos de reflexão e debate propostos nas etapas atuando como um
mediador: explique como será o funcionamento, acordando desde o início algumas regras, a
começar pelo tempo disponível destinado ao debate. De tempos em tempos, ajude a
organizar a conversa, retomando os principais argumentos e pontos de vista expostos e
provocando quem ainda não se posicionou a dizer o que pensa ou a analisar o que já foi dito.
22
Procure perguntar aos alunos, também, como eles avaliam a atuação em time, trabalhando
juntos: Todos colaboraram entre si? O tempo disponível foi bem aproveitado ou perderam
tempo com questões que não tinham ligação com a discussão?
6. Articulação de conhecimentos das áreas no núcleo
Uma das marcas importantes da Proposta Curricular é a integração dos conhecimentos
trabalhados nas disciplinas e no núcleo. Ao longo da realização do projeto Nós e as Redes de
Trabalho, será perceptível a demanda dos jovens por conhecimentos relacionados às
disciplinas. Está aí uma oportunidade de ampliar os conhecimentos que os alunos têm, de
maneira contextualizada. Ajude‐os a perceberem as ligações entre o que eles aprendem nas
aulas e as ações vivenciadas no núcleo, e não se furte de aportar conhecimentos específicos
que se mostrem importantes ao desenvolvimento do projeto. Por outro lado, incentive‐os,
permanentemente, a buscarem conhecimentos por conta própria, a não se sentirem
satisfeitos com abordagens superficiais das questões que permeiam o projeto.
7. Apoio aos jovens na gestão do tempo e dos resultados
O Guia de Projetos Nós e as Redes de Trabalho não estipula um tempo para os jovens
desenvolverem cada etapa do projeto. Isso se deve ao fato de que a iniciativa construída por
eles pode variar em termos de complexidade e aprofundamento. Além disso, cada time possui
características próprias e cria um ritmo singular. No entanto, ninguém pode deixar de fazer a
gestão do tempo com muita seriedade. Afinal, os alunos não terão todo o tempo do mundo
para passar por essa experiência. Ela tem de ocorrer em um semestre.
Nesse aspecto, ajude‐os inicialmente a criar parâmetros de tempo para cada uma das seis
etapas e, aos poucos, definir o tempo que será dedicado a cada atividade. Uma dica: sempre
que perceber que os alunos estão dispersos em relação ao tempo, chame a atenção para isso e
incentive‐os a fazer estimativas das horas/dias necessários para darem conta das atividades
previstas.
8. Clareza da comunicação entre os jovens
Um dos pontos centrais da constituição de um time é a qualidade da comunicação entre seus
membros. Quando mais os alunos dialogarem sobre as questões do projeto, expondo ideias,
receios, pontos de vista, interesses etc., mais o time se fortalecerá.
O diálogo precisa ser aberto e respeitoso, orientado sempre pelos interesses comuns – do time
e da escola. Isso, muitas vezes, não ocorre naturalmente. Há jovens que com muita facilidade
23
se posicionam sobre as coisas e dão o ritmo do projeto, enquanto outros tendem a não se
posicionar com a mesma frequência e articulação de ideias.
Apresenta‐se em situações como essas a oportunidade de uma outra contribuição que você
pode dar: orientar o líder da atividade a criar espaço para que todos do time possam
compartilhar suas visões, trazendo sugestões para o encaminhamento das questões da equipe.
Além disso, procure dar suporte à clareza da comunicação entre eles, problematizando a
questão em foco com perguntas. Essa é sempre uma boa maneira de esmiuçar o pensamento
exposto, tornando mais precisa a comunicação.
9. Registro das decisões e ações
O Guia de Projetos Nós e as Redes de Trabalho traz, reiteradas vezes, orientações quanto à
importância do registro das discussões, decisões e das ações realizadas. Sabemos que esse é
um hábito que se constrói ao longo do tempo e, portanto, pede um esforço permanente – dos
jovens, no sentido de experimentarem essa prática, e do professor, na orientação e
acompanhamento de seus alunos.
10. Foco nas atividades do projeto
Há dias em que, com facilidade, os alunos se organizam em torno do projeto: identificam em
que ponto estão, analisam os próximos passos, dão início às ações. Em outros momentos,
percebe‐se que tudo isso está mais difícil: os jovens perdem o foco em relação ao que estão
fazendo. Nesses momentos, atue como uma referência organizadora, trazendo questões que
os esclareçam na identificação da etapa ou atividade em que estão e orientando‐os na
definição dos próximos passos a seguir.
24
Orientações específicas
LIGADOS NAS REDES
O guia dos alunos inicia apresentando alguns aspectos relacionados à relação entre os jovens e
o trabalho. Trata‐se de uma contextualização mais geral, importante para trazer os estudantes
para a proposta de intervenção do 3° ano do Ensino Médio.
. Leitura e reflexão do texto: É essencial os estudantes discutirem as relações entre os jovens e
o trabalho. O texto “Ligados nas redes” traz uma pílula sobre esse universo. Inicie a conversa
por meio de uma leitura coletiva e depois solicite o posicionamento deles sobre o conteúdo,
ampliando essas reflexões com os seus conhecimentos sobre o tema – para saber mais sobre
o assunto, enriquecendo seu próprio repertório, leia o texto “Projetos de vida, escola e
trabalho”5.
. Apresentação e discussão da proposta de intervenção de 3° ano: Apresente aos alunos a
proposta dos projetos de intervenção de 3° ano. Ajude‐os na compreensão do que vai
acontecer nos próximos meses, apresentando as linhas gerais do trabalho que está iniciando‐
se. Estabeleça conexões entre os projetos de 3° ano e o momento que estão vivendo, de
finalização do Ensino Médio e de início de uma trajetória profissional, que inclui a
continuidade dos estudos e concomitante ou posterior atuação profissional.
Para apoiá‐lo na apresentação da proposta aos alunos, professor, utilize o infográfico
disponibilizado no Anexo 1, que sintetiza o percurso que os alunos irão viver nos próximos
meses.
1. ETAPA DE MOBILIZAÇÃO
O objetivo da etapa de Mobilização é possibilitar que os alunos descubram a existência de
redes de trabalho, identifiquem as redes às quais já estão conectados e se aproximem de uma
delas, tendo em vista seus interesses e motivações.
. Agrupamento: A etapa começa na turma maior, já que os jovens ainda não se dividiram nos
times dos projetos. Para iniciá‐la, distribua o Guia de Projetos Nós e as Redes de Trabalho para
5
O texto está nas páginas 31 a 39 de O Jovem como sujeito do Ensino Médio, publicação do MEC no
contexto do Pacto Nacional pelo Fortalecimento do Ensino Médio, e pode ser acessado pelo link:
http://bit.ly/jovemsujeitoem
25
cada jovem e oriente a leitura inicial dos textos, que pode ser coletiva, realizada em grupos
menores ou, até mesmo, individual com momentos de reflexão coletiva.
. As redes que permeiam o mundo: O que está em jogo nos primeiros momentos da etapa de
Mobilização é a compreensão dos estudantes de que o mundo do trabalho se estrutura em
redes e que elas já atuam, possibilitando contatos, trocas, relações, colaboração,
oportunidades etc. aos seus membros.
. Redes de trabalho: Nessa que é a parte central da etapa de Mobilização e acontece no item
“De olho nas redes” (que começa na página 16), os alunos são convidados a:
. realizar um brainstorming de identificação de profissionais e instituições com os quais
mantêm contato. Esse é um modo coletivo de gerar ideias, adotado no mundo do
trabalho em diversas profissões e em tipos distintos de instituição e contextos
profissionais. Do brainstorming sairá uma lista inicial;
. categorizar as redes às quais as pessoas e instituições listadas estão conectadas. Está
aqui um importante passo na formação dos estudantes: aprender a agrupar
informações, tipificando‐as, ordenando‐as, organizando‐as;
. construir um registro que explicite as redes trabalhadas. O registro em forma de
esquema ajuda a visualizar a rede, evidenciando quem é parte dela, quem está ligado a
quem etc.;
. compartilhar as redes identificadas. Aqui, o foco do trabalho está na comunicação
entre os times. O resultado esperado é que todos percebam as várias redes às quais já
estão ligados e identifiquem aquelas que se entrecruzam (nesse caso, é essencial
consolidar as informações de duas redes “comuns” em apenas uma, maior, mais
complexa);
. identificar a rede que mais dialoga com os projetos do aluno para o futuro. Cada
estudante deve questionar‐se: Qual rede tem a ver com o que sou e o que quero para
mim? À medida que os alunos responderem a essa questão, estarão agrupando‐se em
times. Cada time estará ligado a uma das redes (e é possível que haja mais de um time
conectado a uma mesma rede, assim como, no mundo do trabalho, há concentração
de interesse em uma área temática ou profissão, por exemplo).
26
. Escolha das redes de trabalho: A etapa de Mobilização não termina até que todos os alunos
estejam conectados a uma rede, em times. Caso aconteça de apenas um ou dois alunos se
interessarem em desenvolver projeto relacionado a uma das redes, é importante discutir com
eles se isso é adequado, tendo em vista a complexidade que o projeto pode e precisa ganhar.
Identifique se há possibilidade de rever o modo de agrupar os estudantes, englobando áreas
de interesse que possuem aproximações.
. Avaliação do processo e das aprendizagens: Antes de passar à etapa de Iniciativa, os jovens
devem refletir sobre o que viveram e aprenderam na etapa que se conclui e também conhecer
a sua percepção do processo, das aprendizagens conquistadas e competências desenvolvidas.
O guia dos alunos aponta uma série de questões para essa avaliação, e elas podem ser
ampliadas por você. Perceba o potencial formativo desse momento: ao desafiar os estudantes
a analisarem criticamente o caminho percorrido e ao oferecer a eles, como confirmação ou
contraponto, a sua visão do processo, você os fortalece, estimulando que se aperfeiçoem ou
avancem ainda mais nas próximas etapas. Por isso conduza a avaliação com postura
acolhedora e uso cuidadoso de palavras, mas sem abrir mão de apontar pontos de melhoria.
Autoavaliação do professor
Na etapa em foco, examine no que contribuiu para que os jovens conseguissem:
. compreensão do modo como o mundo do trabalho se organiza. Ajudou os estudantes
no entendimento de que eles estão conectados a redes de trabalho já existentes?
. identificação das redes de trabalho. O diálogo com os jovens possibilitou a
identificação de pessoas e instituições às quais estão ligados? Categorizaram as redes?
Registraram as informações? Compartilharam com os demais times?
. escolha uma rede para se engajar. Orientou os alunos nessa escolha, tendo em vista
quem são e o que querem para o futuro em termos de continuidade dos estudos e
inserção profissional?
. avaliação de processo. Realizou avaliação da etapa de Mobilização? Estimulou os
jovens a se autoavaliarem? Compartilhou com eles sua visão? Considera que essa
devolutiva contribuirá para o aprimoramento do trabalho nas próximas etapas?
27
2. ETAPA DE INICIATIVA
O principal objetivo da etapa de Iniciativa é possibilitar que os alunos aprofundem suas
percepções e conhecimentos acerca das redes de trabalho às quais estão conectados, e,
principalmente, construam o projeto que será desenvolvido.
. Consolidação do time: Ela parte da escolha feita por um grupo de alunos de se engajar em
uma rede de trabalho já existente, para aprender com essa rede e estimulá‐la. Com essa
finalidade, esses alunos constituem um time, o que é um grande desafio, para eles e para você.
Traga toda a sua experiência em relação à formação do time (os desafios que poderão
enfrentar e os aprendizados que podem conquistar), contribuindo para que eles, de fato,
aprendam de maneira colaborativa.
. Escolha do líder: Provoque a indicação de um líder pelo time, a cada rodada ou etapa.
Destaque as funções do líder (em especial a organização das tarefas, circulação da palavra e
gestão do tempo), valorizando assim a importância de todos terem essa experiência ao longo
do projeto. Durante as atividades, ajude o líder a praticar suas funções com dicas simples e, ao
final, avalie com ele a experiência, perguntando como se sentiu, o que aprendeu de novo, o
que foi ou não difícil. Ofereça acolhimento caso a experiência tenha sido excessivamente
desafiadora, dizendo que todos estão aprendendo e que, a cada liderança, o time sai
fortalecido. Crie um espaço para que os colegas valorizem o empenho e a contribuição do
líder.
. Aprofundamento dos conhecimentos sobre a rede: Esse processo (que começa na página 30
do guia dos alunos e vai até a página 36) inclui a leitura e análise de textos (ou outros
materiais, como vídeo, músicas etc.) e a elaboração de um esquema, um quadro comparativo
e um texto próprio baseado nas ideias importantes dos textos de referência estudados. Além
disso, os times serão estimulados a entrevistar profissionais que atuam na área temática da
rede. Ou seja, é proposto um caminho estruturado para que os jovens aprendam mais sobre os
temas relacionados à rede. Lembre‐se da importância de provocar o posicionamento dos
alunos a respeito das questões que surgirem e o compartilhamento do que já sabem (ativar
conhecimento prévio). Não hesite em dividir seus conhecimentos com eles ou sugerir que
busquem novas referências em livros e na Internet, por exemplo. Valorize as produções deles e
indique em quais pontos podem aprimorá‐las. Estimule que compartilhem o trabalho feito
com outros times, o que favorecerá o aprendizado de todos e se configurará como mais um
espaço de troca entre os estudantes.
. Escolha do padrinho ou da madrinha do projeto: Esse profissional, que deve ser escolhido
com critério e convidado com todo o cuidado e atenção possível, terá um papel chave ao longo
28
do processo. Como uma espécie de conselheiro, ele compartilhará experiências, trará
orientações, apontará caminhos e possibilidades. Ajude os alunos a manterem contato regular
com a pessoa escolhida, seja para solicitar apoio ou relatar o andamento das ações.
. Definição das ações centrais: Escolhido o padrinho ou a madrinha, o time se subdivide em
trios ou grupos de trabalho (GTs) para chegar à definição das ações que pretende realizar no
projeto. Cada GT lista possíveis ações a serem implementadas, submetendo‐as, em seguida, à
análise do time. A versão composta deve ser compartilhada com o padrinho/madrinha para
receber contribuições e, por fim, o time define que ações desenvolver e quais descartar. A
organização em GTs é bastante usual no mundo do trabalho para o enfrentamento de
problemas. Você terá o relevante papel de acompanhar e estimular o trabalho de cada GT,
pois as escolhas que resultarem desse processo são importantes, não podem ser aleatórias.
. Elaboração do Resumo Executivo do projeto: Trata‐se de um esforço coletivo para
documentar a proposta do time em forma de uma síntese a ser apresentada e validada pelo
Conselho de Projetos da escola. Estimule os alunos a investirem esforço e tempo na
elaboração do documento, apresente sugestões de melhoria e oriente‐os a acionar o
padrinho/madrinha para mais contribuições.
. Primeiro diálogo com o Conselho de Projetos: O time apresentará a iniciativa construída,
recebendo comentários, sugestões e recomendações. Os alunos precisam entender a
importância desse momento, em que serão analisadas a relevância, abrangência e viabilidade
do projeto que estão se propondo a realizar. Cuide do agendamento do encontro, negociando
uma data possível para todos os envolvidos.
. Ajustes: Após o diálogo com o Conselho de Projetos, analise com os alunos o que foi
conversado, oriente‐os quanto aos ajustes necessários e acompanhe a finalização da proposta.
É importante que eles aprendam a lidar positivamente com as considerações e contribuições
externas, compreendendo possíveis críticas como parte de um processo de amadurecimento
do projeto.
. Avaliação do processo e das aprendizagens: Mais um momento de aprender com o percurso
feito. Promova a autoavaliação dos alunos, ajudando‐os no aprofundamento e qualificação de
suas trajetórias. Compartilhe sua visão do processo, partindo das questões apresentadas no
guia dos alunos e ampliando para outros aspectos que julgue relevantes. O importante é que a
experiência seja geradora de aprendizagem.
29
Autoavaliação do professor
Ao longo da etapa de Iniciativa, avalie as contribuições trazidas por você para que os
jovens conseguissem:
. mobilizar conhecimentos prévios e acessar novos conhecimentos sobre a área
temática da rede. Você ajudou o time a valorizar os conhecimentos que já possuía?
Desafiou os jovens a aprofundá‐los e ampliá‐los por meio da elaboração do esquema, do
quadro comparativo, do texto com paráfrases e da entrevista com profissionais?
. escolher um padrinho/madrinha. Você considera que o profissional escolhido trará
contribuições importantes ao time? A escolha foi criteriosa? O convite foi feito com o
cuidado e atenção necessários?
. construção e definição das ações. Você conseguiu ajudar os GTs no levantamento de
ações para o projeto? A seleção posterior de ações foi feita de modo participativo,
levando em conta o melhor para o projeto? O processo ocorreu de maneira organizada?
. elaboração do resumo executivo. Você colaborou para que a produção do time
atingisse a qualidade necessária e expressasse as principais ideias e propostas?
. preparar‐se para dialogar com o Conselho de Projetos da escola. Você conseguiu
transmitir para o time a importância desse momento? Apoiou o time na preparação das
informações que foram apresentadas?
30
3. ETAPA DE PLANEJAMENTO
O principal objetivo da etapa de Planejamento é preparar os alunos para detalhar e ordenar as
ações: tarefas prioritárias e secundárias, sua organização, recursos humanos e materiais
necessários e estratégias para resolver problemas previsíveis.
. Importância do planejamento: O planejamento é um hábito difícil de ser incorporado pela
maior parte dos estudantes. Muitos acham essa prática sem sentido e chata. É possível que
esse cenário esteja mudando, tendo em vista que os alunos de 3° ano viveram processos de
planejamento diversas vezes e já devem compreender a sua relevância. De todo modo, retome
com eles o valor dessa prática, identificando seus ganhos com exemplos, para que os jovens
visualizem a diferença que um bom planejamento pode fazer em um projeto. Não os deixe
esmorecer durante essa etapa e crie estratégias para afastar a preguiça, caso ela apareça...
Aposte com eles que, mais à frente, reconhecerão o quanto a dedicação de agora valeu à
pena! E busque, junto com eles, solucionar as dificuldades enfrentadas no caminho.
. Planejamento envolve tomada de decisões: Uma das principais motivações dos estudantes na
etapa de planejamento é o fato de serem chamados a escolher os caminhos a seguir. Nesse
momento, oriente‐os para um olhar crítico diante das possibilidades que têm à frente. Quanto
mais decidirem de modo colaborativo, como fruto de análise aprofundada entre os membros
do time, melhor.
. Uma série de reuniões: O guia dos alunos propõe que o trabalho de planejamento se
concretize por meio de reuniões entre os membros do time. Reuniões estruturadas, com
pautas construídas por eles, com um membro responsável pela mediação e outro pela
relatoria, tempo para a abordagem dos temas pautados, definição de encaminhamentos e
construção de uma ata com a síntese do trabalho. Desse modo, ao final da série de reuniões, o
projeto estará elaborado, e, ao mesmo tempo, os alunos terão experimentado um “ritual”
típico do mundo do trabalho.
. Ao final, um projeto: O planejamento é um mapa do que será executado. Os alunos o
desenvolverão na forma de um projeto, descrito no papel de maneira organizada. Para isso,
precisam apoiar‐se nos registros das ideias, decisões e estratégias construídas. Ajude‐os nisso.
Sem o devido registro, tudo tende a ficar perdido na hora da execução. Aos poucos, nas
reuniões, o time vai dar estrutura ao projeto (objetivos, ações, produtos parciais, responsáveis,
cronograma e estrutura necessária). É importante que o documento seja robusto, trazendo
coerência entre os itens e clareza na descrição.
31
. Help do padrinho ou madrinha: Na elaboração do documento, a experiência do profissional
que está apadrinhando o projeto pode contar muito. Por isso, ajude os alunos no
estabelecimento de diálogos com ele, de modo que essa experiência e conhecimentos
específicos favoreçam o planejamento do projeto.
. Segundo diálogo com o Conselho de Projetos: O time apresenta seu projeto, fruto do esforço
de planejamento. Novas sugestões, questionamentos e propostas serão feitos e precisam ser
alvo de análise pelo time, para incorporação ao planejamento.
. Avaliação de processo e das aprendizagens: Mais uma rodada de autoavaliação dos alunos e
devolutivas do professor. Cuide para que esse momento seja capaz de “fazer as fichas caírem”,
ou seja, que os jovens compreendam o sentido e o significado daquilo que acabaram de viver
para suas vidas, no presente e no futuro.
Autoavaliação do professor
Ao longo da etapa de Planejamento, avalie as contribuições trazidas por você para que
os jovens conseguissem:
. perceber o planejamento como um aliado do time. Você contribuiu para motivar o
time, ajudando‐o na percepção de que um bom planejamento amplia as possibilidades
de concretização de um projeto? Eles assimilaram bem essa conexão?
. conhecer e praticar os valores e atitudes necessários ao trabalho de planejamento
(dedicação, organização, respeito às ideias de todos, tomada de decisões e registro).
Você colaborou para que o time praticasse esses valores e atitudes? Dialogou sobre isso,
sempre que julgou importante para o time?
. compreender os itens que compõem o planejamento. Você apoiou os alunos no
entendimento do passo a passo de construção do planejamento? Conseguiu motivá‐los a
realizar os itens propostos? Ofereceu explicações ao verificar equívocos em relação à
compreensão dos itens sugeridos?
. realizar reuniões a partir de um caminho estruturado. Você conseguiu construir, com
os alunos, reuniões com início, meio e fim, com responsáveis pela mediação e pelo
registro, com participação de todos, com encaminhamentos claros e registro em ata?
Eles se apropriaram desse caminho, podendo vivenciá‐lo em outros contextos?
. organizar e formalizar as informações e escolhas. Você orientou adequadamente o
time quanto à formalização das ideias e escolhas em um documento, o projeto?
. preparar‐se, mais uma vez, para dialogar com o Conselho de Projetos da escola. Você
dialogou com os jovens para que eles compreendessem o que é essa nova etapa de
32
aprovação junto ao conselho? Apoiou o preparo da apresentação?
4. ETAPA DE EXECUÇÃO
O principal objetivo da etapa de Execução é possibilitar que os alunos coloquem em prática as
ações planejadas, exercitem a determinação diante de seus objetivos, enfrentem obstáculos
sem se paralisar, aprendam a lidar com a frustração, cresçam com as adversidades, arrisquem,
acertem, errem, experimentem, aprendendo por meio do fazer.
. Exercitar as dicas de ouro: Os alunos receberam, no Guia de Projetos Nós e as Redes de
Trabalho, 12 “dicas de ouro” para que a execução do projeto seja uma experiência positiva.
Trabalhe cuidadosamente cada uma dessas dicas antes de eles “colocarem a mão na massa”.
Discuta a diferença que elas podem fazer para que a execução das ações transcorra bem e
gere resultados positivos. Retome essas dicas com os jovens sempre que perceber que eles
estão cometendo deslizes quanto a relacionamento no time, dedicação ao projeto,
manutenção do foco nos objetivos, gestão do tempo, divisão de responsabilidades,
acompanhamento e replanejamento das ações, comunicação das ações, avaliação em
processo e registro.
. Antes, durante e depois de cada ação: Os jovens são orientados, no Guia de Projetos Nós e as
Redes de Trabalho, a algumas tarefas que precisam realizar antes, durante e depois de cada
ação. Cuide para que experimentem essa prática de acompanhamento e se beneficiem dela.
Uma dica é, a cada passo, olhar para as três listas de itens que não podem ser esquecidos.
Uma olhada rápida, mas importante.
. Avaliar cada ação logo após sua execução, replanejando as que virão: Conferir o andamento
das ações, a participação do time, o alcance dos objetivos previstos e as repercussão na vida
da escola é essencial. Mas adianta muito pouco avaliar apenas depois que o projeto tiver sido
finalizado. Ajude os alunos a compreenderem a avaliação como prática cotidiana, que permite
manter ou corrigir rumos, qualificando o projeto durante sua execução. Invista
constantemente na autoavaliação deles e, claro, nas suas devolutivas!
33
Autoavaliação do professor
Ao longo da etapa de Execução, avalie as contribuições trazidas por você para que os
jovens conseguissem:
. fortalecer a noção de time. Que contribuições você deu para que os jovens
aprofundassem a noção de time, contribuindo para transformar as ideias em realidade?
Quais foram os principais desafios para isso?
. colocar em prática as 12 dicas de ouro. Você dialogou com o time sobre as dicas,
ajudando‐o na compreensão do sentido de cada uma delas? Percebeu a necessidade de
retomá‐las ao longo da execução? Qual foi mais difícil de ser vivenciada pelos jovens? De
que estratégias você lançou mão para superar tais desafios?
. atuar com foco no planejamento. Você conseguiu que os jovens tomassem o
planejamento feito como um guia para a atuação do time? Ajudou o time a perceber a
relevância do planejamento no momento de execução?
. ter abertura para alterar o planejamento, sempre que necessário. Você orientou
adequadamente o time na avaliação das ações realizadas? Conseguiu ajudar os alunos a
analisarem, permanentemente, se o que foi planejado se mostrou adequado no
momento da execução e a não se frustrarem com a necessidade de mudança de rotas?
Orientou‐os a voltarem aos objetivos do projeto nos momentos de análise? Se foi
preciso rever o planejamento, deu‐lhes apoio nessa decisão?
. cuidar do tempo. Os alunos conseguiram realizar as ações previstas no tempo
disponível? Você deu as orientações e o apoio necessários para que eles fizessem uma
boa gestão do tempo? E, assim como nas etapas anteriores, emitiu um alerta sempre
que percebeu que eles estavam descuidando desse planejamento?
5. ETAPA DE AVALIAÇÃO
O principal objetivo da etapa de Avaliação é possibilitar que os alunos reflitam sobre os
resultados conquistados, aprendendo com acertos e erros, adotando olhar crítico sobre o
trabalho desenvolvido e identificando o que aprenderam com ele.
. Olhar sobre os resultados: a avaliação de resultados contempla dois aspectos: (1) as ações
planejadas e (2) as aprendizagens e competências conquistadas e desenvolvidas – ou seja, a
formação dos alunos. As ações previstas foram executadas? Deram certo? Que importância
tiveram? Que conhecimentos eles aprenderam com o projeto? Que competências cognitivas e
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socioemocionais desenvolveram? Um percurso sugerido no guia dos alunos ajudará na
condução dessas análises.
. Novo exercício de projeção: a avaliação final abre também uma discussão para o futuro a
partir do interesse e das possibilidades de os alunos darem continuidade ao projeto fora da
escola. O objetivo é que eles percebam a importância das redes para alimentar suas trajetórias
de estudo e trabalho. Há interesses específicos em prosseguir com alguma ação ou desejo de
viver experiências diferentes? Essa e outras questões podem orientar a discussão e motivar
um novo ciclo de projetos.
Autoavaliação do professor
Ao longo da etapa de Avaliação, analise as contribuições trazidas por você para que os
jovens conseguissem:
. compreender o sentido de avaliação que estamos adotando no projeto. Você os
ajudou a entender a avaliação como um processo crítico em relação ao que realizaram?
Eles tomaram consciência do que aprenderam por meio do projeto?
. identificar o que aprenderam e as competências que desenvolveram por meio do
projeto. Você os ajudou a perceber o que aprenderam ao longo do projeto? Conseguiu
que compreendessem e identificassem as competências cognitivas e socioemocionais
(Matriz de Competências para o Século 21) que desenvolveram no percurso?
. refletir sobre o interesse em continuar o projeto. Você conseguiu apoiar os alunos na
análise das possibilidades que a continuidade do projeto pode trazer em suas trajetórias
de estudo e trabalho, no futuro? Ajudou o time a pensar em novas ações para realizar?
6. ETAPA DE APROPRIAÇÃO DOS RESULTADOS
O principal objetivo da etapa de Apropriação de Resultados é possibilitar que os jovens
reconheçam e comemorem as conquistas alcançadas com o projeto, valorizem as
contribuições de cada membro do time e, principalmente, pensem em que a experiência
vivenciada poderá inspirá‐los no futuro próximo e distante.
. Significação da vivência no projeto: A atividade proposta aos alunos pretende ajudá‐los a,
individualmente, significar a experiência no projeto. Vai além da avaliação, pois requer que
eles reflitam sobre o sentido de tudo o que viveram para suas vidas. Mais que isso, é hora de
provocá‐los a pensar na importância dos aprendizados conquistados para outras
oportunidades, na vida como um todo.
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. Compreensão do sentido de praticar “rituais” próprios do mundo do trabalho: Os alunos
realizaram brainstormings, reuniões com registros dos encaminhamentos em ata,
organizaram‐se em grupos de trabalho, apresentaram propostas para pessoas que não fazem
parte do time, negociaram pontos de vista e propostas de ações, elaboraram um projeto com
início, meio e fim, transformaram ideias em ação. Ajude‐os a entender o sentido dessas
experiências nas escolhas que fizeram para o futuro, de continuidade dos estudos e/ou
inserção profissional.
. Compartilhar aprendizagens e resultados: é essencial um momento de culminância, em que
as aprendizagens e resultados dos projetos desenvolvidos na escola sejam conhecidos por toda
a comunidade. Por isso, dialogue com a direção, os demais professores, os alunos e os
parceiros da escola para planejar um evento capaz de explicitar toda a riqueza do trabalho
realizado nos últimos meses.
Autoavaliação do professor
Ao longo da etapa de Apropriação de Resultados, avalie as contribuições trazidas por
você para que os jovens conseguissem:
. valorizar as contribuições singulares de cada membro do time. Os alunos conseguiram
identificar as contribuições de cada um ao longo do projeto?
. estabelecer relações entre a vivência no projeto e as demais dimensões da vida. Você
apoiou os alunos na significação da experiência, para que conseguissem fazer conexões
entre o que aprenderam e suas vidas, em especial, os planos que têm para o futuro?
. compartilhar a experiência com toda a escola. Você se mobilizou para a culminância do
projeto, um evento de compartilhamento das aprendizagens e resultados?
36
ANEXO 1 | INFOGRÁFICO EXPLICATIVO DO PROJETO DE INTERVENÇÃO
37
Organização Cátedra UNESCO de Educação
das Nações Unidas e Desenvolvimento Humano
para a Educação, Instituto Ayrton Senna,
a Ciência e a Cultura Brasil