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Claire

(Sociedade de Paris 1.861)

 Espírito que pertenceu a uma senhora que o médium conhecera quando na Terra. A conduta e o
caráter deste espirito justificam os sofrimentos que lhe sobrevieram. Possuía sentimento
exacerbado de orgulho e egoísmo pessoal, e que se evidencia na terceira vez das mensagens,
quando pretende que o médium apenas se ocupe com ela.. As comunicações foram obtidas em
épocas diferentes, sendo que nas 3 últimas, se verifica sensível progresso do espírito, muito devido
ao cuidado do médium que empreendera a sua educação moral.
1. Nesta 1ª comunicação o espírito encontra-se numa situação de desespero e sofrimento, indagando
do médium que a resignação, a esperança não passam de palavras e que os sofrimentos perdurarão
por muito tempo. Indaga da possibilidade de suavizar os sofrimentos, mas tem imensas dúvidas a
respeito, como onde encontrar a coragem e esperança para isto. Não consegue encontrar no
decorrer do tempo as respostas. Diz que sofre e que em seu redor apenas sombras silenciosas e
indiferentes. Entretanto ainda conserva o sentimento de confiança em Deus. Quer pensar em Deus
e implorar-lhe misericórdia. Transmite ao médium que algum poder a atrai para ele, e intui que
talvez seja este o caminho para a salvação. Fala também que está mais calma e que se sente
aquecida quando em comunicação com o médio e que se sente reanimada.
2. Na 2ª comunicação diz que a sua desgraça aumenta dia a dia. Fala de seu egoísmo, inércia e falta de
caridade e afeto, e que só pensava no seu bem estar; preocupações materiais que lhe cegaram e lhe
perderam. Aconselha o médium, para se preocupar mais com os outros, tratar a alma mais do que o
corpo, seguir os ensinamentos de Cristo. Pede humildemente que o médium ore por ele.
3. Na 3ª comunicação reclama de que o médium esqueceu-se dela, e diz que simples preces em seu
nome não estão ajudando. Demonstra egoísmo ainda, dizendo que os problemas, lágrimas e
tormentos do médium apenas a fazem rir, pois para ela nada é parecido com o seu sofrimento.
Pede que o médium se ocupe apenas dela e que também solicite que outros também o façam e que
não a abandonem.
4. Espírito S. Luís: mensagem que pergunta o que fez esta mulher para ser tão miserável? Responde
dizendo que ela nada fez referente à justiça dos homens. Tinha uma vida material plena de
felicidade terrena, beleza, adulações, etc., nada lhe faltava. Tinha tudo, exceto um bom coração,
não quebrou a lei dos homens, mas quebrou a lei de Deus, esqueceu-se da mais importante virtude,
a caridade. Como somente se amou, agora não encontra ninguém que a ame e sente-se isolada,
abandonada, no espaço. O seu tormento é o vácuo que se formou ao seu redor, pois os gozos
mundanos não existem mais e como vê apenas o nada, este lhe parece eterno. Não sofre torturas
físicas, e nem de demônios, pois se atormenta a si própria. Seu verdadeiro demônio é o seu
egoísmo.
5. A diferença existente entre a moral divina e a moral humana. A moral divina aceita todo
arrependimento, faltas cometidas e confessadas; ao passo que a moral humana rejeita o
arrependimento, acoberta os pecados ocultos e diz que são em parte perdoados. À moral divina
cabe a graça do perdão, quanto à moral humana cabe a hipocrisia. Arrependei-vos todos vós que
pecais, renunciai ao mal e a hipocrisia.
6. Nesta comunicação diz estar mais calma e resignada à expiação de suas faltas. O mal ainda está em
mim, e devo me transformar e não as coisas externas. Fala das faltas e que são gravadas na
consciência e que somos os juízes de nós mesmos. Diz que espíritos impuros, sobrecarregado de
culpas não tem condição de almejar uma elevação, e que os espíritos, segundo o grau de
adiantamento, vivem no meio adequado ao seu desenvolvimento; somente quando o progresso
(lenta transformação das almas) despoja-os das baixas tendências, a fim de alcançarem o fim único
e almejado: Deus. Diz que sofre ainda, mas não odeia mais e está começando a vivenciar a
felicidade do amor divino. Pede mais orações.
7. Nesta comunicação Claire fala de seu marido – Felix, que a martirizara e da posição no mundo
espiritual. Diz da busca dele e querendo saber de sua condição. Diz que erra nas trevas, entregue a
nudez de sua alma, superficial, leviano e que nunca soube o que eram o amo e amizade. Seu estado
é comparado ao de uma criança inapta para as funções da vida e privada de amparo. Felix vaga
neste mundo estranho, tendo negado a Deus.
8. Guia do médium: diz falar por Claire, pois ela não teria condições da análise dos sofrimentos do
marido sem compartilhá-los: “Felix, superficial nas ideias e sentimentos, violento por fraqueza,
devasso por frivolidade, entrou no mundo espiritual tão nu quanto a moral como quanto ao físico.
Em reencarnar nada adquiriu, tendo de recomeçar...nada evoluiu. Qual homem que ao despertar de
prolongado sonho, saindo da perturbação, reconheceu que viveu de quimeras, que lhe
desvirtuaram a existência. Maldirá do materialismo, do positivismo, que lhe fizera ter por desvarios
ideias sobre a vida futura, como por fraqueza a crença em Deus. Este homem ao despertar, verá
que esses nomes por ele escarnecidos, são a formula da verdade.

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