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UNIVERSIDADE CEUMA

PRÓ-REITORIA DE GRADUAÇÃO
COORDENADORIA DO CURSO DE PSICOLOGIA

ANA MARIA AMORIM FERREIRA


ANNA BHEATRIZ DA SILVA DO NASCIMENTO
CHRISTIANE MARIA LIMA ALMEIDA
ERICA CECÍLIA FIGUEIREDO LOPES GONÇALVES
JULIANA COSTA FARIAS
LEYLA DAYANNE BRITO DIAS LEITE
MILLA CLERES SILVA DE ALMEIDA
RAFISA COSTA PEREIRA

RESUMO: O INÍCIO DO TRATAMENTO (1913)

São Luís
2023
Ana Maria Amorim Ferreira
Anna Bheatriz da Silva do Nascimento
Christiane Maria Lima Almeida
Erica Cecília Figueiredo Lopes Gonçalves
Juliana Costa farias
Leyla Dayanne Brito Dias Leite
Milla Cleres Silva de Almeida
Rafisa Costa Pereira

Resumo: O início do tratamento (1913)

São Luís
2023
RESUMO: O início do tratamento(1913).

Neste capítulo Freud busca reunir algumas recomendações que o analista deve utilizar no
início do tratamento. No primeiro momento, é necessário que haja uma entrevista preliminar
de algumas semanas para que ocorra um diagnóstico e o analista decida se irá prosseguir com
o caso. Um questionamento da época, seria sobre a influência da confiança e desconfiança na
eficácia do tratamento da psicanálise por parte dos pacientes. Entretanto, é esclarecido que a
atitude dos doentes possuía importância mínima no procedimento. Um ponto importante a ser
destacado, é a relação de familiaridade que o psicanalista possui com os familiares do
paciente ou com o próprio paciente. Tal relação pode trazer algumas dificuldades para o
processo terapêutico, além de poder gerar perda de amizades. Freud também aborda sobre
questões de tempo e dinheiro; no que se refere ao tempo, ele vai relatar as algumas das
principais perguntas que ele recebe, sobre quanto tempo vai durar o tratamento ou quanto
tempo vai levar para a cura do sofrimento, contudo, Freud é bem categórico ao dizer que estas
perguntas não podem ser respondidas de forma objetiva e direta. A psicanálise requer longos
períodos de tempo, semestres ou anos inteiros, mais longos do que o paciente espera. É
necessário revelar esse fato ao paciente, antes que ele finalmente decida pelo
tratamento. A abreviação da terapia analítica é um desejo legítimo, cuja realização, como
veremos, é tentada de várias maneiras. Infelizmente, um fator importante a contradiz, a
lentidão com que se efetuam profundas mudanças psíquicas e, em última instância, talvez, a
“atemporalidade” de nossos processos inconscientes. Após o acerto das condições, deve-se
permitir que o paciente seja livre para falar sua história de vida do ponto de partida que ele
desejar, seja a doença ou recordações da infância. É importante levar em conta a regra
fundamental da técnica psicanalista, que pede que o paciente fale tudo que lhe vier à mente,
levando em conta os pensamentos secundários que lhe ocorrerão, sem omitir um pensamento
por ele ser desagradável de comunicar.Não se deve esperar nem provocar um relato
sistemático e/ou ensaiado do paciente. Além disso, é contraindicado que o paciente converse
sobre o tratamento com outras pessoas, pois pode haver vazamento de material relevante para
a análise. Se durante a análise o paciente necessitar de um outro tipo de terapia, é
recomendado não manter tratamentos combinados, pois pode retirar o interesse do paciente da
análise. Não se deve atender ao pedido de indicar o que o paciente deve falar. A resistência de
aceitar os pensamentos espontâneos no início, logo o leva ás confissões esperadas. Tudo o que
se liga à situação presente corresponde a uma transferência para o médico, que resulta em
resistência. A partir disso, inicia-se o desvelamento da transferência, onde se pode penetrar no
material patogênico do doente. Os primeiros sintomas podem reivindicar um interesse
especial e revelar um complexo que governa sua neurose. O tratamento é dividido em uma
parte oficial (inibida) e uma simpática (livre) que não é permitida por muito tempo. Adiante, o
momento em que se deve revelar o significado dos seus pensamentos ao doente se dá apenas
após estabelecer uma transferência produtiva, ligando o paciente ao médico e ao médico e à
terapia. Para tanto, é necessário assumir uma atitude de empatia, não moralizadora. E nesse
modo é explicitado que o profissional deve abolir práticas como a de diagnósticos
instantâneos. O profissional deve se abster da prática de jogar “soluções” para o paciente,
principalmente em suas primeiras sessões, tendo talvez para si o sentimento de grandeza em
relação ao atendimento, mas deve auxilia-lo a encontrar suas próprias respostas. Profissionais
que adotam o sistema de diagnósticos expressos podem está trazendo descrédito para si e para
a psicanálise, a via de regra a eficácia terapêutica será nenhuma, mas o desencorajamento
diante da análise será definitivo. Os doentes sabem da vivência reprimida, em seu
pensamento, mas falta a este a ligação com o lugar onde de algum modo se encontra a
lembrança reprimida. Uma modificação pode ocorrer apenas quando o processo de pensar
consciente penetra até esse lugar e supera as resistências da repressão. Acrescentemos, que a
comunicação consciente do material reprimido não deixa de produzir efeito no doente.
Primeiro estimulará resistências, mas depois, quando elas forem superadas, um processo de
pensamento no curso do qual se realiza finalmente o influxo esperado sobre a lembrança
inconsciente.

Caso Clínico

Jéssica, 20 anos de idade, procurou um psicanalista porque estava muito aflita.

No primeiro momento, o psicanalista sugeriu um período entre uma e duas semanas, pare que
conhecesse seu caso, e decidisse se era apropriado para análise.

Outro ponto importante em que se ateve foi deixar claro para Jéssica o valor do tratamento,
quanto tempo duraria cada sessão e quantas sessões seriam realizadas por semana.

Na primeira vez em que Jéssica teve oportunidade de conversar com o psicanalista foi logo
perguntando: “Quanto tempo será necessário para o senhor me ajudar a eliminar meu
sofrimento? ”

O psicanalista não respondeu a essa pergunta de forma direta e pronta, mas explicou a ela que
no decorrer das sessões a resposta para esse questionamento se tornaria cada vez mais clara,
seria necessário viver a experiência. A partir do momento que as sessões iniciaram, a paciente
foi convidada a deitar-se sobre um divã, e o analista permaneceu sentado atrás dela, fora de
sua vista. Ao ser estimulada a falar sobre o que sabe de si, Jéssica relatou sua história.

Jéssica é italiana, moradora de Viena. Faz aula de música e está extremamente apaixonada por
seu professor. Ela tem namorado e o professor também está em um relacionamento sério.
Jéssica fica o dia todo imaginando cenas nas quais têm relação sexual com seu professor. E se
auto recrimina por isso. A paciente tem sentimentos ambivalentes pelo professor, às vezes o
ama, outras vezes o odeia.

Volta e meia Jéssica imagina o professor sendo atropelado por um trem, consegue até mesmo
visualizar os pedaços do corpo do professor espalhados pela ferrovia.
Ela é muito supersticiosa, sempre usa um colar cujo pingente é uma pedra que ela julga a
proteger. A paciente conta que tem o pressentimento de que o seu namorado a qualquer
momento vai entrar em sua casa e dizer para toda sua família que descobriu que ela está
apaixonada pelo professor, mesmo sem ela nunca ter relatado nada sobre o assunto para
ninguém. Jéssica fica aflita o dia todo pensando nisso.

Jéssica explica que desde o primeiro dia de aula achou o professor muito inteligente, e que
sempre se atraiu por pessoas inteligentes. Inclusive esse é o maior motivo de sua admiração
por seu pai. Ela diz que o pai é o homem mais inteligente que ela conhece.

A paciente em muitos momentos luta para não deixar seus desejos aparecerem. Várias vezes
tratou o professor mal só para ele não perceber seus verdadeiros sentimentos. Outra questão
para Jéssica, é o fato de seu namorado ser de família rica assim como ela, tanto a paciente
quanto seu pai valorizam muito o status social, já o professor por quem nutri essa admiração e
paixão é uma pessoa com poucos recursos.

Ao longo das sessões frequentemente, o discurso da analisanda é incompleto, interrompido.


Sempre está pensando no que dizer e como dizer. Não deixa fluir naturalmente.

A moça relata que se sente segura quando está perto do analista. Também ressaltou sentir-se
segura quando está perto do pai.

O motivo que culminou em sua procura por um psicanalista foi a fala de uma colega sua, que
sem saber do dilema vivido por ela, um dia se aproximou cantando uma música, e em meio a
letra tinha a palavra traidora. A partir desse momento essa palavra não saiu mais da cabeça de
Jéssica e ela acreditava que a qualquer momento todos descobririam seus sentimentos mais
internos, mesmo sem ela contar.

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