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Aluna: Jeane Aparecida Casagrande

Livro: Cartas para um jovem terapeuta – Contardo Calligaris


Texto: Vocação profissional
O texto apresentado sugere alguns pontos positivos e outros negativos que
devem ser levados em consideração na hora da decisão de ser um psicoterapeuta.
Inicialmente o autor, faz uma comparação entre um médico e um psicoterapeuta,
dizendo que o médico vai estar sempre rodado de gratidão e presentes de seus
pacientes, e esse não é o caso do psicoterapeuta. Então quando um individuo busca
por constante veneração, essa não é uma profissão adequada para ele.
Não existe um botão para simplesmente deligar essa característica, essa busca
por atenção, já que ela vem da infância, de um sujeito que viveu a vida inteira tendo
esse sentimento, sendo venerado, por algum fato que lhe ocorreu enquanto criança. No
texto, o autor dá o exemplo de um bebê em que o pai veio a falecer, antes mesmo de
seu nascimento, então desde o nascimento, esse individuo foi sempre venerado, e
tratado como um ser grandioso, na tentativa de suprir a falta de ambos os lados. E esse
fato vai sim influencia-lo na escolha de uma profissão.
O psicoterapeuta está longe de receber gratidão, e nem deve esperar por ela, o
que ele vai receber, na maioria das vezes, é temor e até mesmo zoação por parte dos
outros. Nas palavras do autor, o psicoterapeuta é, por assim dizer, ele mesmo o
remédio. E, nos melhores dos casos, quando tudo dá certo, ele acaba exatamente como
um remédio que a gente usou e que fez seu efeito: uma caixinha aberta, com poucas
pílulas que restaram, no fundo de um armário no banheiro. Então, diferente do médico,
que receita um medicamento, o terapeuta representa o remédio, sendo ele mesmo a
cura, então a tendencia do sujeito é nem se lembrar mais como se curou, e com isso
não demonstre nenhum sentimento de gratidão.
Porém, diferente de alguns medicamentos, o objetivo do psicoterapeuta não
pode ser gerar dependência no paciente, com isso, podemos concluir que não faz
sentido ele esperar algum sentimento, ou algo em troca por parte do paciente.
Após essa breve explanação, de características que um psicoterapeuta não
pode ter, e não pode esperar do paciente, o auto traz alguns pontos que é esperado por
parte do mesmo.
Para ser um psicoterapeuta, é necessário um gosto pronunciado pela palavra e
um carinho espontâneo pelas pessoas, sejam elas como forem, e em qualquer contexto.
Então, para seguir essa profissão, não pode ter preconceitos com pessoas, não se
importar de se submeter a certos tipos de situações, e ainda gostar da conversa, de
ouvir histórias. Para confirmar se possui essas características, o autor sugere um
experimento social, onde o individuo deve se sentar com uma pessoa em situação de
rua, e ouvir sua história, sem emitir preconceitos, julgamentos, e nem sentir tédio da
situação.
Outro ponto importante, é possuir uma grande curiosidade pela variedade de
experiencias humanas, e novamente, sem preconceito. Isso não impede o individuo de
ter uma religião, ou acreditar em certas crenças, apenas diz que ele não pode impor
suas opiniões de forma negativa para o paciente, mas quando uma demanda atingir o
limite do que acredita, ai o ideal é encaminhar para outro profissional. É natural do
psicoterapeuta, uma curiosidade frente aos diversos tipos de pessoas, o modo com que
eles vivem a vida, o porquê escolhe tais coisas para seguir, e isso é um ponto muito
importante que deve ser levado em consideração na hora de decidir seguir a prof issão.
Antigamente, era colocado com critério, um certo grau de normalidade do sujeito
para tal profissão, exigindo ser uma pessoa culta, sem histórico prévio de problemas
mentais, em resumo, ser uma pessoa mais neutra. Porém, hoje em dia é o contrario
disso, é esperado que o psicoterapeuta já tenha um histórico de experiencias na
variedade do ser humano, e que já tenha vivido em algum ponto essas variedades.
Além disso ele coloca, que para o psicoterapeuta do futuro, espera-se uma boa
dose de sofrimento psíquico. Para que então ele mesmo se submeta a terapia, e
conheça o método do outro lado, pois fica mais difícil desconfiar de sua eficácia, quando
você mesmo já foi curado por ele.
O texto traz colocações muito significantes para a escolha da prof issão, todas
elas consideradas por mim, verdadeiras. Os pontos que mais me chamou atenção foi a
proposta do experimento social, pois seria muito válido viver essa experiência, para
comprovação da escolha. Outro ponto que me interessou, é a sugestão de que um
psicoterapeuta deve também passar pelo seu método, para assim ter certeza da sua
funcionalidade, e não duvidar quando as coisas parecerem difíceis com algum paciente.

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