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a Construção da Identidade
profissional
Conta a experiência dele com o primeiro paciente e o que fez para no dia
da primeira entrevista não demonstrar que o paciente era o seu
primeiro.
- Encontrou esse paciente anos depois que lhe perguntou: “Eu fui seu
primeiro paciente, não fui?”
O primeiro paciente
Hoje, responderia imediatamente a verdade. Na época, eu ainda
me preocupava em defender a aura de mistério atrás da qual
os terapeutas gostam de se esconder, sob pretexto de que o
paciente precisa idealizar seu terapeuta. Portanto, fiquei
perplexo e calado, com aquela cara de “Há!” que os analistas
usam para fazer pensar que, primeiro, eles já estariam vendo a
razão verdadeira da pergunta.
O primeiro paciente
- Ele não respondeu, e o ex-paciente continuou: “Acho
mesmo que fui seu primeiro paciente; não se você
sabe, mas é o que eu havia pedido para a Nicole, que
me deu seu endereço na época. ‘Quero um analista’,
eu lhe havia dito, ‘de quem serei o primeiro paciente’. E
acho que ela respeitou o meu pedido. Queria ser o
primeiro paciente porque pensava que, como meus
problemas eram meio banais, só um analista debutante
me escutaria com toda sua atenção”
O primeiro paciente
Gostaria de poder dizer que ele estava enganado, que, durante todos
estes anos, escutei meus pacientes com a mesma paixão,
vontade de entender e de dizer a coisa certa que eu sentia no
começo daquela primeira análise.