Você está na página 1de 30

AULA 5

ÉTICA NA CLÍNICA
Professora: Daniela Olorruama
olorruama.daniela@uni9.pro.br
QUATRO
BILHETES
BILHETE UM

A escolha do/da/de
Psicoterapeuta

➢ Pautada na confiança;
➢ Independe da sexualidade
➢ (A lubricidade [lisura] que
não me permito ter)
ATENÇÃO

Rejeitar (ou escolher) profissionais com


base na sexualidade...

“é sempre fruto de alguma repressão”.


Vale refletir
Os termos utilizados pelo autor estão ultrapassados e incorrem em
erros, os quais – apesar de ter por propósito combater o
preconceito – suscitam e/ou promovem imprecisão quanto à
compreensão.

ESTES TERMOS DEVEM SER CORRIGIDOS

➢ Preferência sexual = orientação sexual (sexualidade)


➢ O travesti = A travesti
BILHETE DOIS

A/O/E Psicoterapeuta

➢ Como realização do gozo

(Projeção e realização de
desejos)
BILHETE TRÊS
Qual é o limite?

➢ Quem não deveria receber


atendimento
psicoterapêutico?

➢ É individual!
BILHETE QUATRO

➢ Aconselhamento?
➢ Direcionamento?

(Empurrar o/a paciente na


direção do seu próprio desejo)
BILHETE QUATRO

“a aceitação carinhosa da
variedade das vidas com
todas as suas diferenças”.

Não escolhemos a direção!


SOBRE OS QUATRO BILHETES
➢ Os dois primeiros bilhetes abordam os chamados traços de
“caráter” do/da/de psicoterapeuta. Para os quais, o autor
sinaliza que o julgamento moral da pessoa a ser atendida
também é um aspecto de si mesma. Assim como, as
determinações de quem pode ou não ser psicoterapeuta está
alocada na pessoa que aspira tal profissão.
SOBRE OS QUATRO BILHETES
➢ Os dois últimos bilhetes versam sobre o/a paciente – e em certa
medida associa-se à pessoa psicoterapeuta – quem deve ou não
receber atendimento, Sem deixar de considerar o
direcionamento do caminho, o “empurrão” que pode vir a
existir no processo psicoterapêutico.

➢ A principal advertência refere-se ao fato da possibilidade de


“empurrarmos” na direção que nos contempla e deixarmos de
considerar qual seria a melhor direção para a própria pessoa
em atendimento.
O PRIMEIRO PACIENTE
O encaminhamento

“prefiro os analistas cuja curiosidade para com o mundo, a vida e a


cultura se estenda além das quatro paredes do consultório”.

“A escolha de um terapeuta é sempre guiada por razões um pouco


mais complexas e reveladoras do que o próprio paciente imagina”.
O PRIMEIRO PACIENTE
Alguns ensinamentos

1) Nem sempre é verdade que os pacientes preferem terapeutas


experientes.

2) Como os caminhos pelos quais um paciente coloca sua confiança num


terapeuta são muitos, se não são inúmeros, o mais simples talvez seja
que nos contentemos em ser nós mesmos (não é preciso desarrumar
colchas e deixar baganas nos cinzeiros).

Não precisa fingir ser experiente!


O PRIMEIRO PACIENTE
Alguns ensinamentos

3) A experiência certamente ajuda na conduta das curas, mas, de


qualquer forma, seria bom que guardássemos sempre alguns elementos
do espírito do debutante: a curiosidade, a vontade de escutar e, por que
não, o calor de quem, a cada vez, acha extraordinário que alguém lhe
faça confiança.
O PRIMEIRO CONSULTÓRIO
Recomendações do Conselho Regional de Psicologia de São Paulo (CRP/SP)

EXIGÊNCIAS
➢ inscrição ativa no CRP,
➢ no INSS,
➢ na prefeitura de sua cidade
➢ na Vigilância Sanitária.
Existe a Comissão de Orientação e Fiscalização (COF) – para orientar e sanar
dúvidas
O PRIMEIRO CONSULTÓRIO
Recomendações do Conselho Regional de Psicologia de São Paulo (CRP/SP)

➢ INSCRIÇÃO ATIVA NO CONSELHO


Para o psicólogo abrir um consultório (ou realizar qualquer outro trabalho como
psicólogo) é obrigatório que ele possua inscrição ativa no CRPSP (Lei 5.766/71),
sendo a não observância considerada exercício ilegal de profissão.
O PRIMEIRO CONSULTÓRIO
Recomendações do Conselho Regional de Psicologia de São Paulo (CRP/SP)

➢ INSCRIÇÃO NA PREFEITURA

Por exigência legal (Lei Complementar 116/03) todos aqueles que trabalham como
profissional autônomo precisam recolher o Imposto Sobre Serviços (ISS), um tributo
municipal.
O PRIMEIRO CONSULTÓRIO
Recomendações do Conselho Regional de Psicologia de São Paulo (CRP/SP)

➢ INSCRIÇÃO NO INSS

A contribuição ao Instituto Nacional de Seguro Social (INSS) como autônomo é um


direito que o profissional poderá optar em realizar. Esta serve como documento
comprobatório de exercício profissional para fins de aposentadoria, auxílio doença e
outros.
O PRIMEIRO CONSULTÓRIO
Recomendações do Conselho Regional de Psicologia de São Paulo (CRP/SP)

➢ INSCRIÇÃO NA VIGILÂNCIA SANITÁRIA

O cadastramento de psicólogos junto à Vigilância Sanitária também é obrigatório.


Isso foi um desdobramento natural da Resolução nº 218, do Conselho Nacional de
Saúde, de 6 de março de 1997, que reconheceu os psicólogos, juntamente com
outros profissionais, como profissionais de saúde de nível superior.
O PRIMEIRO CONSULTÓRIO
Recomendações do Conselho Regional de Psicologia de São Paulo (CRP/SP)

O Conselho Federal de Psicologia não discrimine locais para o atendimento


psicológico, a legislação define em que condições ele deve ocorrer. O psicólogo deve
garantir em seus atendimentos um ambiente que ofereça condições dignas e
apropriadas à natureza dos serviços e o sigilo profissional, conforme artigos 1º alínea
"c" e 9º do Código de Ética Profissional. Na legislação, não há orientações específicas
quanto à forma como isto deva ser feito, sendo de responsabilidade do psicólogo ou
instituição assegurar que isso ocorra. No entanto, ressaltamos que ele deve seguir(se
houver) recomendações da linha teórica adotada em seu trabalho (psicanálise,
comportamental etc.).
Prática em pequenas doses
Atitude religiosa e científica: distinção é exigência para a prática profissional

Ética laica da psicologia reprova conciliação de procedimentos que interferem na atuação


científica.

Conselheira do CRP-SP, Wanda Maria Junqueira de Aguiar afirma que, na análise do Sistema
Conselhos, a religião e a prática da psicologia devem estar absolutamente separadas.
Prática em pequenas doses
Atitude religiosa e científica: distinção é exigência para a prática profissional

Madel Therezinha Luz, doutora em ciências sociais e pesquisadora do Instituto de


Medicina Social da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), alertou para a
diferença de paradigmas entre ciência e religião. "Todo dia se deve cuidar para que a
religião não invada a ciência", disse a especialista que acredita que a ciência não pode
tomar o lugar da transcendência no sujeito, da espiritualidade e da relação com o
sagrado.
Prática em pequenas doses
Atitude religiosa e científica: distinção é exigência para a prática profissional

Chica Hatakeyama Guimarães, coordenadora da Comissão de Orientação do CRP-SP,


afirma que misturar psicologia e religião em sessões de terapia é uma das infrações cada
vez mais cometidas por psicólogos.
Prática em pequenas doses
Atitude religiosa e científica: distinção é exigência para a prática profissional

Caráter laico
O psicólogo Marcos Ferreira, convidado pelo CRP-SP para coordenar as mesas do evento,
admitiu que o assunto é tenso do ponto de vista da construção da psicologia no Brasil e
que não se pode permitir tratar a homossexualidade como doença, resultado de um
julgamento religioso. Ele reforça que a ética da psicologia é laica, não religiosa, o que
evita inclusive que uma religião tome conta da prática profissional.
Prática em pequenas doses
Atitude religiosa e científica: distinção é exigência para a prática profissional

"Não é papel do psicólogo induzir o cliente a qualquer tipo de orientação religiosa, nem
utilizar sua fé como fonte de legitimação de seus procedimentos e teorias psicológicas.
Mesmo quando o profissional seja conhecido por alguma vinculação a algum tipo de
religiosidade ou fé, e até ter sido procurado em virtude dessa vinculação, sua prática
profissional se mantém restrita aos parâmetros da ciência psicológica, tal qual ela é
reconhecida pela academia e pelos Conselhos de Psicologia.
Prática em pequenas doses
Atitude religiosa e científica: distinção é exigência para a prática profissional

O tema está previsto no Código de Ética Profissional do Psicólogo, que veda ao terapeuta
induzir a pessoa atendida à convicção religiosa, política, moral ou filosófica. Quanto às
técnicas psicológicas, só são aprovadas as reconhecidas pela ciência, conforme a
Resolução 10/2000 do CFP.
Prática em pequenas doses
Atitude religiosa e científica: distinção é exigência para a prática profissional

A psicóloga Ercília Pereira Zilli Tolesano também reconhece que o psicólogo não deve
discutir seus conceitos com o cliente, para não incorrer numa postura
inadequada. "A teoria é que dá legitimidade à prática psicológica e não a religião",
resume o conselheiro do CRP-SP, Sérgio Leite.
Prática em pequenas doses
Atitude religiosa e científica

Retirado de Jornal Psi, número 138 – dezembro/2003

Disponível em:
http://www.crpsp.org.br/portal/comunicacao/jornal_crp/13
8/frames/fr_questoes_eticas.aspx
Ampliando o assunto...

- Psicologia e religiosidade

https://www.youtube.com/watch?v=mKV3z0NgHwY
LEITURA:

FERREIRA AMENDOLA,
Marcia. História da construção
do Código de Ética Profissional
do Psicólogo. Estudos e Pesquisas
em Psicologia, v. 14, n. 2, 2014.
http://pepsic.bvsalud.org/pdf/ep
ATÉ A PRÓXIMA AULA
p/v14n2/v14n2a16.pdf

Você também pode gostar