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O Brasil é considerado um estado laico, desde a Constituição Federal de

1988, garantindo os direitos da Liberdade religiosa e de expressão, ou seja, o


direito de possuir ou não uma religião. Por mais que a psicologia seja uma
ciência ela não se envolve com o sagrado.

O psicólogo não deve confundir laicidade com rigor religioso, pois este
deve seguir o Código de Ética Profissional do Psicólogo, com respeito a
liberdade e a eliminação de quaisquer formas de discriminação, tendo como
princípios essenciais na sua vida de atuação a ,promoção da Saúde na
qualidade de vida, oferecendo a extinção da violência, crueldade e opressão.
Ademais, apesar de que o Art.2°. Do Código de Ética é vedar ao psicólogo
"induzir a convicções políticas e, filosóficas, morais, ideológicas, religiosas, de
orientação sexual ou qualquer tipo de preconceito, quando do exercício de
suas funções profissionais”. Sendo assim, o profissional que descumprir e
cometer faltas éticas; seguidamente pode vir acarretar em punição a este.

Como está na Cartilha virtual psicologia e religião "psicólogas (os),


enquanto profissionais, não devem se subordinar a posições religiosas, mas
deve reconhecer a importância que a religiosidade pode assumir na vida das
pessoas”. Portanto, é o psicólogo que irá intermediar através da sua conversa
com paciente/cliente o que será explanado, acrescentando-se que é dever
deste não falar ou impor algum tipo de convicção tanto da sua fé como de outra
religião, porém o seu cliente é liberado para falar, cabe ao psicólogo ouvir e
entender a sua demanda.

Tendo em vista que o Código de Ética instrui o psicólogo sobre o seu


papel e dever, mesmo assim, os Conselhos recebem denúncias de imposição
religiosa, questões como "cura gay"; ou “você quer cometer suicídio por que
não tem Deus" e em casos mais severos fazem do setting terapêutico sua sala
de práticas manicomiais. Em toda a religião há o princípio de obedecer e não
obedecer, levando assim o psicólogo de qualquer credo não assumir o papel
de autoritarismo. Nesse sentido a função dos Conselhos de Psicologia é
orientar, disciplinar, regulamentar e fiscalizar a profissão, buscando uma
melhor contribuição da sua tarefa em propósito da sociedade. Por outro lado,
como já citado; se uma pessoa (paciente) chegar ao consultório pedindo para
voltar com sua identidade sexual original o psicólogo que possui uma crença
não aceitar, o que fazer? Este deve por sua vez fazer uma denúncia no
conselho e está ciente do seu direito perante todas as normas, leis e
declarações vigentes.

A Declaração de Direitos Humanos (ONU, 2008) determina a


obrigatoriedade de respeito a opção religiosa. Ainda mais que, como consta na
cartilha da USP " a (o) psicóloga (o) não deve, em seu exercício profissional
propor essa mesma oração, pois se assim fizer, estará utilizando uma prática
que está fora do âmbito da Psicologia no seu trabalho”. Ele deve ter o princípio
de respeito; ética para com todas as formas de crença, isto é, possuir uma
reflexão crítica sobre o seu real objetivo e se não está violando os direitos
humanos.

Deve-se levar em conta que tanto o CRP como CFP não proíbem o
psicólogo de ter uma religião. Mais até que ponto a religião deve falar mais alto
que a ciência (Psicologia)? No que tange ao sagrado e ciência hoje existem
muitos mal-entendidos de ambas as partes. Pois em certos momentos a
psicologia foi e ainda é alvo de preconceitos religiosos, desse modo, onde está
a liberdade de consciência que ela prega; a defesa e proteção do cidadão?. A
religião tem sua relevância para seus fiéis, ela não precisa de nenhuma ciência
para se instituir legítima, pelo contrário da psicologia que usa da ciência para
demonstrar sua veracidade.

Portanto, a religião está nas raízes do ser humano; por outro lado a
psicologia é uma ciência marcada inclusive por técnicas e teorias. Mediante ao
exposto, o profissional de psicologia deve seguir tudo o que os Conselhos e
demais órgãos regulamentados afirmam, para que haja um exercício legal da
sua profissão. Onde o Conselho de Psicologia expressa “Somos
terminantemente contrários a qualquer tentativa fundamentalista de imposição
de dogma religioso, seja ele qual for, sobre o Estado a Ciência e a
profissão(...).

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