Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
CURSO DE PSICOLOGIA
Pode-se entender que o código de ética atua como regulador e referencial da prática
profissional, assim, diz-se que a partir de um corpo de práticas, é possível atender às
demandas sociais, norteando-se por elevados padrões técnicos e pela existência de normas
éticas que garantam a adequada relação de cada profissional com seus pares e com a
sociedade como um todo. O Código de Ética profissional, ao estabelecer padrões esperados
quanto às práticas do psicólogo, procura fomentar a auto-reflexão exigida de cada indivíduo
acerca da sua práxis, que considerem a profissão como um todo e não em suas práticas
particulares, uma vez que os principais dilemas éticos não se restringem a práticas específicas
e surgem em quaisquer contextos de atuação por intermédio de equipes multi
transdisciplinares. Desse modo, se pode responsabilizar, pessoal e coletivamente, as ações e
suas consequências no exercício profissional, ou seja, é o norteador dos dilemas éticos
enfrentados cotidianamente.
Nesse sentido, o psicólogo deve basear o seu trabalho em alguns principios
fundamentais que atuem na promoção do respeito e da liberdade, da dignidade, da igualdade e
da integridade do ser humano, apoiado nos valores que embasam a Declaração Universal dos
Direitos Humanos; visando promover a saúde e a qualidade de vida das pessoas e das
coletividades e contribuirá para a eliminação de quaisquer formas de negligência,
discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão. É esperado que o profissional atue
com responsabilidade social, analisando crítica e historicamente a realidade política,
econômica, social e cultural, além disso, buscando o contínuo aprimoramento profissional,
que contribuirá para o desenvolvimento da Psicologia como campo científico de
conhecimento e de prática, para promover a universalização do acesso da população às
informações, ao conhecimento da ciência psicológica, aos serviços e aos padrões éticos da
profissão. Por isso, é imprescindível que o psicólogo considere as relações de poder nos
contextos em que atua e os impactos dessas relações sobre as suas atividades profissionais,
posicionando-se de forma crítica e em consonância com os demais princípios deste Código.
Confidencialidade e privacidade
Consentimento informado
Vivemos em uma era extremamente digitalizada, onde boa parte das relações humanas
acabam perpassando também, quando não inteiramente, os ambientes virtuais. Essas questões
atravessam as relações terapêuticas atuais, que cada vez mais têm adentrado esses espaços.
Com o surgimento de novas tecnologias, os psicólogos têm cada vez mais possibilidades, e
demandas, por tratar pacientes a distância, tornando-se capazes de oferecer uma alternativa
conveniente e eficiente para aqueles que não podem comparecer a uma consulta presencial ou
que desejam ampliar seu leque de escolhas em relação ao profissional. Apesar dos grandes
avanços que vieram juntamente à era digital, o uso dessas tecnologias na prática psicológica
também traz consigo uma série de dilemas éticos que precisam ser considerados.
Um dos principais dilemas éticos associados ao uso das tecnologias na prática
psicológica é o armazenamento seguro de dados dos pacientes. Segundo a resolução nº 4, de
26 de março de 2020, artigo 2º, o código de ética que rege nossa atuação deve ser estritamente
seguido independente do ambiente onde o atendimento é realizado, e isso garante ao paciente
o direito ao sigilo - salvo pontuais exceções - e todos os direitos já estabelecidos, mesmo em
ambiente virtual. O psicólogo que se propõe adentrar essa esfera deve considerar os riscos
para garantir que os dados coletados permaneçam seguros. Torna-se fundamental que
utilizemos sistemas de armazenamento seguros e que sigamos as melhores práticas de
segurança cibernética para proteger essas informações que são coletadas. Além disso, é
importante esclarecer com o paciente sobre como suas informações estão sendo utilizadas e
protegidas. Também é de vital importância que, como profissionais, nos atentemos para o
condicionamento do código de ética ao nosso cadastro no portal e-psi, para que nossa prática
seja devidamente regulamentada.
Outro dilema ético que surge com o uso de tecnologias digitais na terapia é a questão
da confidencialidade. Ao usar a terapia online, por exemplo, é possível que outras pessoas
possam ter acesso às conversas entre o psicólogo e o paciente, tanto da parte do psicólogo, se
este não se atentar para o local onde realizará estes atendimentos, quanto da parte do paciente,
que pode não ter disponibilidade para um ambiente adequado à terapia. Em casos com
adolescentes, por exemplo, seria importante considerar se o atendimento online não seria uma
tentativa dos responsáveis de violar a questão do sigilo. Com tudo isso pontuado, é necessário
que o psicólogo avalie caso a caso quando é, ou não, adequado permanecer com este formato
de atendimento, compreendendo que devemos sempre prezar pela prática mais ética e segura
para todas as partes envolvidas.
Ademais, seria importante considerar a possibilidade de que pacientes possam encobrir
fatores importantes para o processo terapêutico, e que facilmente seriam observados em
atendimentos presenciais. Fatores como um desprendimento físico, que poderia alertar para
depressão, ou marcas de autolesões são indicativos importantes de alguns casos que poderiam
passar despercebidos. Com isso retomo a necessidade de que haja uma análise do caso, pois
dificilmente casos graves seriam recomendados ao modelo remoto de atendimento, e o
psicólogo, como o profissional qualificado da relação, deve saber o momento de pontuar e
insistir por essas questões.
Abuso e violência
Referências