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Tema : terapia Emergentes (Pratica alternativas)

1: Caracterização do fazer psicológico


Interessa saber quais os motivos que levam um psicólogo a tornar-se um
psicoterapeuta alternativo, qual é a formação necessária para o exercício dessa prática,
que tipo de resultados se tem alcançado e como os terapeutas descrevem suas
experiências (GUSTAVO GAUER, 1997).

Tem permanência de terapia breve. O terapeuta também trabalha para que o


tratamento é para o paciente levar adiante o seu processo de busca interior (GUSTAVO
GAUER, 1997).

As definições variam conforme a abordagem trazida pelo terapeuta, definição


mais aberta como a psicossomática, ou definições mais especificas como a terapia
regressiva a vivência do passado, tem também definições contraditórias no que se refere
na identidade do terapeuta e terapia holística (GUSTAVO GAUER, 1997).

Terapeuta é o facilitador, outros tomam o cargo como líder e lugar de poder


(GUSTAVO GAUER, 1997).

A descrição vai ocorrer conforme a abordagem. A alta do paciente é decidida


juntos terapeuta/paciente (GUSTAVO GAUER, 1997).

Os terapeutas demonstram vontade de curar rapidamente, dão total liberdade da


fala na sessão, assim não conduz a sessão e deixa total liberdade para o paciente
(GUSTAVO GAUER, 1997).

O terapeuta faz o paciente pensar, lidando com a capacidade de li dar com seus próprios
problemas, ter mudança de visão do mundo e de si mesmo. As mudanças são percebidas
por todos que estão na sua volta e por si próprio (GUSTAVO GAUER, 1997).

2:Fundamentação teórica

A teoria de Carl Gustav Jung (1964) apresenta notáveis considerações acerca das
interações entre cultura, mitologia, religião, psicologia e psicoterapia, introduzindo
conceitos de uso relativamente corrente, como inconsciente coletivo e arquétipo. Na
verdade, Jung é um dos autores mais citados pelos terapeutas alternativos. Fadiman e
Frager (1979), em seu conhecido livro sobre teorias da personalidade reconhecem o
interesse nos sistemas filosóficos orientais ocorrido nos Estados Unidos: Numa época
de contínuo questionamento a respeito dos pontos de vista estabelecidos sobre religião,
ciência e sistemas políticos organizados, há uma busca correspondente por modelos de
comportamento humano alternativos, modelos que sejam baseados em uma observação
diferente e que conduzam a conclusões alternativas. (p. 281). Tal colocação parece
pertinente à situação de escalada que os sistemas alternativos experimentam atualmente
no Brasil.

3:Relação com as demandas sociais


Tratamento pós modernidade, e das mudanças mundiais da psicologia, são
alternativas na medida em que pretende dar conta de problemas tradicionais reservados
a psicologia, os recursos da prática contém elementos místicos, religiosos ou
supersticiosos. O tratamento contem relaxamento e reflexão, entendido como relação
corpo e alma (GUSTAVO GAUER, 1997).

Segundo o site do CRP-SP seguindo o código de ética do profissional de


psicologia mostra que psicologia e misticismo não se misturam.

Bronia Liebesny observa que, se essas atividades não respondem aos objetivos
da Psicologia, obviamente não fazem parte da atividade. A professora comenta que
várias pesquisas sobre a imagem do psicólogo perante o leigo apontam para a visão de
um indivíduo que tem quase superpoderes, com capacidade de ler a mente e ver o
interior do paciente. "Isso advém de sua sensibilidade de ouvir o sujeito e ajudá-lo a
resolver seus problemas - que é já algo discutível enquanto conceituação porque não são
todas as teorias que concordam com essa leitura.

4:Questoes éticas

Figueiredo (1996) sugere que devemos confrontar as práticas alternativas e a


psicologia no campo da ética, e que sejam "tomados como dispositivos de constituição
de subjetividade". Segundo ele a psicologia tem uma diversidade teórica muito grande
que se ocupam na configuração contemporânea das prática sociais. Portanto, não
devemos separar totalmente as praticas alternativas das teorias psicológicas, pois há
muitas coisas entre eles. Figueiredo ainda diz que os Psicólogos reivindicam para si um
estatuto de cientificidade excluindo totalmente os alternativos. Mas não percebem que
estão descartando outras diversidades de teorias psicológicas. O que seria necessário é
fazer avaliações cientificas, epistemológicas e metodológicas de cada uma das teorias e
das avaliações sobre a eficácia e eficiência de todas as técnicas antes de desconsiderar
ou considerar as práticas como suspeitas ou reais.

É exatamente dessa forma que o CRP enxerga as coisas, como nos artigo 2° da
Resolução 010/97 e o Código de Ética Profissional do Psicólogo, no item c do Art. 1º e
nos itens b, d, e e f do Art. 2º. O Conselho está preocupado com a ética, mas não
descarta a possibilidade de práticas relativas. Esse dilema está presente até mesmo
dentro das teorias psicológicas, como por exemplo, exercícios de respiração para
ampliação da consciência. Enquanto essa prática não for comprovada cientificamente,
fica proibido o Psicólogo associar a respiração a alteração do estado de consciência.
Segundo a Coordenadora do CRP-SP, Elisa Zaneratto Rosa, em artigo do Jornal Psi, se
o Psicólogo oferecer qualquer tipo de prática não reconhecida, ele não poderá relacionar
à prestação de serviço psicológico. Se por acaso ele é Astrólogo e Psicologo, ele deverá
separar as duas funções o tempo todo, tanto em cartões de visitas, quanto na divulgação
de seu trabalho, e certamente também na hora de exercer as funções.

O que mais devemos levar em consideração é a estrutura psiquica de cada ser


humano, porque quando se trata disso todo cuidado é pouco.

Pode sim, usar uma técnica que que acalme o paciente, que o deixe mais à
vontade, que diminua as suas angustias, entretanto, estaremos preparados para lidar com
que irá emergir? Estaremos preparados para acolher o inesperado? Figueiredo (1996)
alerta: "O ethos familiarista do complexo alternativo engendra, à sua revelia,
experiências que reafirmam o desenraizamento, o estranhamento; estas experiências
estranhas, contudo, ele não pode reconhecer e acolher".

5:Posicionamento dos conselhos (CFP/CRP)


Por causa das práticas emergenciais e práticas alternativas que os profissionais
começaram a se identificar, no início do ano 90 (TAVARES, 2003)

A estratégia que foi usada pelo conselho, foi de montar cartazes e informativos
para mostrar os riscos dessas práticas. Essa estratégia era para melhor esclarecimento da
população, pelas práticas que poderiam estar sendo confundidas (TAVARES, 2003)

Essa relação inicial do conselho foi pela hesitação em releção ao rumo que
estava tomando desde dos anos 80, como diz Luiz Claudio Figueiredo " ...pelo menos
aqui no Brasil, práticas alternativas passou a ser um xingamento” (Jornal do Psicólogo,
n. 43, p.3) (TAVARES, 2003)

O debate interno era grande que várias medidas foram constituídas. Os


profissionais desdão do começo das estratégias usadas pelo conselho já pedia uma
discussão mais profunda, pois trata do saber psicológico. Desta forma em 1990 e 1994
existia uma postura entre as duas posturas, forçando de certa forma o debate no
conselho de psicologia, por parte do conselho uma resistência de reconhecer o valor do
assunto e dos profissionais que o saber psicológico se encontrava em risco (TAVARES,
2003)

Em 1993 que o conselho passou a reconhecer melhor a pouca eficácia da terapia


alternativa, e começou a se preocupar com o impacto que ela poderia dar no âmbito
profissional da categoria. No segundo semestre de 2003 o Conselho federal solicitou
pareceres sobre o tema, o objetivo foi de fornecer informações para a Comissão de ética
do Conselho Federal para que ele pudesse se posicionar e normalizar para a categoria
(TAVARES, 2003)

Segue artigos:

Art. 1° É permitido ao psicólogo, no exercício profissional, na divulgação e publicidade,


através dos meios de comunicação, vincular ou associar o título de psicólogo e/ou ao
exercício profissional, somente técnicas ou práticas psicológicas já reconhecidas como
próprias do profissional psicólogo e que estejam de acordo com os critérios científicos
estabelecidos no campo da Psicologia (BRASILIA, 1997).
Art. 2° As técnicas e práticas ainda não reconhecidas pela Psicologia poderão ser
utilizadas no exercício profissional, enquanto recursos complementares, desde que:
(BRASILIA, 1997).
I) estejam em processo de pesquisa conforme critérios dispostos na Resolução n°
196/96, do Conselho Nacional de Saúde do Ministério da Saúde (BRASILIA, 1997);
II) respeitem os princípios éticos fundamentais do Código de Ética Profissional do
Psicólogo (BRASILIA, 1997);
III) o profissional possa comprovar junto ao CRP a habilitação adequada para
desenvolver aquela técnica (BRASILIA, 1997);
IV) o cliente declare expressamente ter conhecimento do caráter experimental da
técnica e da prática utilizadas (BRASILIA, 1997);
Art. 3° A não observância desta Resolução constituir-se-á em infração ao Código de
Ética Profissional do Psicólogo (BRASILIA, 1997);
Art. 4° Caberá aos Conselhos Regionais orientar, disciplinar e fiscalizar, junto à
categoria, a observância do disposto nesta Resolução (BRASILIA, 1997);
Art. 5° Esta Resolução entrará em vigor na data de sua publicação, revogadas as
disposições em contrário, em especial as Resoluções CFP n° 29/95 de 16/12/95 e 16/94
de 03/12/94 (BRASILIA, 1997).

5:Praticas alternativas em outros Países

Como diz Xiang Ping da universidade de Medicina Chinesa, “A ocidental


baseia-se em análises e radiografias, mas não aborda o todo orgânico. Já a medicina
tradicional chinesa é eficaz na regulação de todo o corpo. Penso que a combinação das
duas medicinas seria perfeita e muito benéfica para as pessoas.”
Já Edward Bach, medico Inglês fala “Não existem doenças e sim doentes”, ele
no final do século 19, desenvolveu os florais Bach, uma técnica bastante divulgada.
Steven Bratman, cientista americo não é muito a favor das práticas.
Shiatsu, formado em acupuntura, chinês abandonou a direção de uma clínica na
Califórnia que misturava as abordagens, e dedicou-se a estudar as pesquisas sobre as
medicinas alternativas.
Em 1996, Bratman publicou um livro favorável às abordagens alternativas. “Na época,
eu acreditava na medicina alternativa e, portanto, assumia uma atitude positiva. Além
disso, eu ignorava que muitos dos estudos em que me baseava não eram rigorosos o
suficiente para serem levados a sério”, diz hoje. Depois de estudar mais e encontrar
falhas em quase todas as pesquisas com resultados favoráveis, Bratman chegou a uma
conclusão desanimadora. Segundo ele, todos os estudos somados não são suficientes
para dar razão aos que dizem que essas terapias são um bom jeito de tratar doenças.
Bratman percebeu que a imensa maioria dos estudos científicos sobre o assunto é pouco
rigorosa.
Edzard Ernst, que dirige o Departamento na escola de Medicina na Península,
diz, que "bons estudos são caros". As técnicas, práticas e remédios menos rentáveis não
encontram apoiadores tão facilmente. Não há muitas grandes empresas interessadas em
divulgar. O departamento de Ernst, mantido pelas universidades inglesas de Exeter e
Plymouth, é uma das cada vez mais frequentes exceções à regra da falta de pesquisas.
“Começamos a trabalhar há dez anos. Meu objetivo sempre foi e é um só: aplicar as
regras da ciência às técnicas alternativas e complementares”, diz Ernst.
É um belo avanço, mas ainda é pouco. Enquanto não há pesquisas suficientes, a
medicina alternativa se baseia, muitas vezes, nos resultados obtidos no consultório, no
tratamento de pacientes. O médico americano Jack Raso, autor de Alternative
Healthcare – A Comprehensive Guide (“Tratamento Alternativo – Um Guia Geral”, sem
versão brasileira), classificou esse conhecimento como “empirismo não-científico”,
ressaltando que esse tipo de controle está muito propenso a falhas de vários tipos. Por
exemplo: os pacientes desses consultórios tendem a simpatizar com seus terapeutas e a
fazer uma análise pouco objetiva. Às vezes a doença passa sozinha e o sujeito, já
inclinado a uma avaliação positiva, fica com a impressão de que o tratamento é que deu
certo.
Apesar da falta de provas da eficácia, há muita gente disposta a usar os métodos
alternativos – inclusive onde menos se espera.

Referencias:

BRASILIA. ANA MERCÊS BAHIA BOCK. (Org.). RESOLUCÃO CFP N° 010/97:


RESOLUCÃO CFP N° 010/97 DE 20 DE OUTUBRO DE 1997. 1997. Disponível em:
<https://site.cfp.org.br/wp-content/uploads/1997/10/resolucao1997_10.pdf>. Acesso
em: 03 jun. 2018.

CRP, Conselho Regional de Psicologia de São Paulo. Psicologia e misticismo não se


misturam. 2004. Disponível em: <http://www.crpsp.org.br/portal/comunicacao/jornal_
crp/140/frames/fr_questoes_eticas.aspx>. Acesso em: 28 maio 2018.

GUSTAVO GAUER (Brasilia). Instituto de Psicologia Ufrgs. Terapias alternativas:


uma questão contemporânea em psicologia. 1997. Disponível em:
<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1414-98931997000200004>.
Acesso em: 03 jun. 2018.
TAVARES, Fátima Regina Gomes (Ed.). Legitimidade Terapêutica no Brasil
Contemporâneo: As Terapias Alternativas no Âmbito do Saber Psicológico. Saúde
Coletiva, Rio de Janeiro, v. 2, n. 13, p.83-104, 2003. Trimestral. Disponível em:
<http://www.scielo.br/pdf/physis/v13n2/a06v13n2.pdf>. Acesso em: 03 jun. 2018.

Referencias:

https://super.abril.com.br/ciencia/medicina-alternativa/

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