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PROPÓSITO
Compreender e conhecer os principais instrumentos e as técnicas dos processos
grupais, os princípios básicos para se trabalhar com grupos, os fenômenos e as
técnicas para trabalho e dinâmicas de grupo, além de jogos cooperativos e
competitivos, é essencial ao trabalho do psicólogo em diferentes contextos.
OBJETIVOS
MÓDULO 1
Identificar os princípios básicos do trabalho em grupo
MÓDULO 2
Definir os principais instrumentos e técnicas dos processos grupais
MÓDULO 3
Reconhecer os fenômenos grupais
MÓDULO 4
Diferenciar os grupos cooperativos e competitivos
INTRODUÇÃO
O trabalho com processos grupais é uma das áreas possíveis de atuação do
psicólogo e permite que fatores terapêuticos diversos atuem para a melhora do
paciente, por exemplo, quando o assunto envolve grupos psicoterapêuticos.
Neste conteúdo, portanto, entenderemos a importância dos fenômenos grupais,
bem como a importância da aplicação de instrumentos e técnicas dos processos
grupais. Veremos, também, as principais técnicas para trabalho e para as dinâmicas
de grupo, além de entendermos a diferença entre os jogos cooperativos e
competitivos.
MÓDULO 1
Identificar os princípios básicos do trabalho em grupo
A psicologia hospitalar permite que o psicólogo monte grupos nos diversos níveis de
atenção à saúde, a saber:
SAÚDE PRIMÁRIA
SAÚDE SECUNDÁRIA
SAÚDE TERCIÁRIA
A psicologia clínica também permite o trabalho psicoterápico em grupos. No que
tange ao trabalho do psicólogo clínico no contexto de atendimento a grupos,
podemos dizer que toda e qualquer abordagem psicoterápica lhe permite atuar e
trabalhar com grupos. Nesse sentido, tanto a psicanálise quanto a análise do
comportamento, as abordagens humanistas fenomenológicas e existenciais, a
terapia cognitiva comportamental, a abordagem centrada na pessoa, podem
envolver o trabalho com grupos psicoterápicos.
Uma pergunta que o estudante de Psicologia pode se fazer é: mas por que trabalhar
com grupos? Qual seria a vantagem desse tipo de trabalho?
RESPOSTA
Existem inúmeras razões do porquê é possível e até recomendado esse tipo de
técnica. Um dos principais motivos envolve a eficácia do processo grupal na
comunicação e o alcance de mais pessoas ao mesmo tempo, otimizando o tempo e
o trabalho do psicólogo. O trabalho em grupos pode também envolver uma grande
redução de custos ao serviço público, visto que é possível se trabalhar com muitos
pacientes no mesmo espaço de tempo, apresentando uma eficácia semelhante ao
processo de trabalho individual.
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Outro ponto essencial para entendermos por que o trabalho grupal é tão difundido
hoje envolve uma mudança no modelo de atuação em saúde que visa integrar os
aspectos biopsicossociais do paciente. Isso implica olhar o paciente de modo
holístico, em todos os seus contextos (social, biológico e psicológico). Um exemplo
de serviço público, da rede de atenção à saúde mental, e que oferece a modalidade
de trabalho grupal são os Centros de Atenção Psicossocial (CAPS). Embora nesses
serviços o psicólogo também atue com psicoterapia individual, deveriam ser
preferencialmente aplicadas as psicoterapias grupais, devido à eficácia, à
efetividade, à otimização do tempo de trabalho, além do alcance de um número
maior de pacientes.
Quanto a isso, vamos ver o que diz o Código de Ética do Profissional da Psicologia,
elaborado pelo Conselho Federal de Psicologia (2005):
Deve ainda orientar os participantes a respeitar os assuntos que são ditos, e uma
das maneiras de prestar respeito é não divulgar o que acontece no grupo.
O trabalho grupal não é exclusivo da classe do psicólogo. Sabemos que diversos
tipos de profissionais da saúde mental e de outras áreas podem desempenhar essa
técnica, sobretudo, enfermeiros, assistentes sociais, psiquiatras. Tais grupos podem
ter diferentes enfoques, planos de ação, objetivos diferentes, durações diferentes e
orientações teóricas diferentes.
A PSICOLOGIA DO TRABALHO EM
GRUPO
A doutora Mariana Fortunata Donadon reflete sobre os aspectos psicoterápicos do
trabalho com grupo.
Imagem: Shutterstock.com
Um tipo de ruído muito comum ocorre quando só um paciente quer ser o centro das
atenções e desse modo não permite que nenhum outro fale e/ou se expresse. O
psicólogo deve então, nesse tipo de situação, realizar a leitura adequada do
ambiente e ser habilidoso a ponto de intervir e não prejudicar nenhum dos
integrantes. Não há problema que o paciente participe de grupos apenas como
ouvinte e não se expresse verbalmente. Só o fato de o paciente conseguir
frequentar um grupo, ouvir outras pessoas se expressando e vivenciando problemas
parecidos, permite que ele possa aproveitar as soluções oferecidas e vivenciadas
por outros de maneira positiva.
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Outro tipo de ruído muito comum no trabalho em grupos pode acontecer quando um
paciente inibe algum participante de se expressar e/ou realiza ataques verbais
diretos a alguém. Esse tipo de situação também exigirá do psicólogo o manejo
adequado da situação a fim de não prejudicar os pacientes. É comum também que,
muitas vezes, o tema do grupo fique denso ou intenso demais em termos do
assunto que é posto pelos participantes e cabe ao psicólogo realizar o manejo
dessa situação, propiciando o entendimento e o processamento adequado a todos
os participantes.
Um recurso que pode auxiliar o terapeuta nessa tarefa grupal envolve a participação
de um coterapeuta, ou seja, um psicólogo que estará presente com a função de
observar e intervir, além de colaborar para o bom andamento do grupo e manejo de
situações problemas. Outro recurso que auxilia bastante envolve a avalição acurada
dos participantes, antes de formar um grupo de fato.
Avaliação pré-teste
Avaliação pós-teste
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SUBTIPOS DE GRUPOS
Existem inúmeros critérios classificativos e/ou subdivisões de grupos que podem
conduzi-lo na sua prática profissional. Segundo Zimerman (2009), os grupos podem
ser divididos quanto à sua finalidade, ou seja, o seu propósito e a sua função.
Segundo a finalidade, os grupos podem ser classificados como grupos operativos
ou grupos terapêuticos.
GRUPOS OPERATIVOS
Envolvem um conjunto de pessoas que se reúnem em um espaço de tempo e que
se propõem a realizar alguma tarefa (explícita ou implícita). Existem grupos
operativos voltados ao ensino e à aprendizagem, como, por exemplo, grupos
psicoeducativos. Existem também os grupos institucionais, que são grupos
operativos realizados em alguma instituição e que têm a finalidade de desenvolver
alguma habilidade. Podemos citar como exemplos grupos de pacientes portadores
de dor crônica ou com câncer de mama, nos quais os participantes se reúnem com
o propósito de trocar informação, auxílio e intervenção sobre sentimentos de medo,
e podem envolver o trabalho sobre a resolução de problemas específicos.
GRUPOS TERAPÊUTICOS
GRUPOS HOMOGÊNEOS
GRUPOS HETEROGÊNEOS
GRUPOS ABERTOS
GRUPOS FECHADOS
São grupos nos quais os participantes devem possuir alguma característica em
comum. Por exemplo: grupo de pessoas com Parkinson, grupo de pacientes com
dor crônica.
São grupos nos quais não há um prazo para término e permitem que os
participarem entrem e saiam quando quiserem.
São grupos nos quais há um prazo para término e, geralmente, não permitem que
os participarem entrem e saiam quando quiserem.
Outro ponto de vista dos grupos diz respeito aos diferentes papéis que os
integrantes podem desempenhar durante o trabalho do grupo. Segundo Zimerman
(2009), os integrantes de um grupo podem desempenhar diferentes papéis, a saber:
porta-voz, radar, instigador, sabotador, apaziguador, líder.
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VERIFICANDO O APRENDIZADO
1. O TRABALHO EM GRUPO É UMA DAS ÁREAS DE ATUAÇÃO
DO PSICÓLOGO E, EMBORA SEJA UMA ATIVIDADE MUITO
DIFUNDIDA, CONDUZIR UM GRUPO NÃO É UMA TAREFA FÁCIL,
POIS:
O participante não pode conduzir o grupo.
O sigilo é quebrado.
GABARITO
MÓDULO 2
Definir os principais instrumentos e técnicas dos processos grupais
FENÔMENOS GRUPAIS
OS GRUPOS SOCIAIS E SUA IMPORTÂNCIA
O ser humano é um ser social, ou seja, desde o seu nascimento já está inserido em
seu primeiro grupo: o familiar. Dentro desse grupo, é possível aprender inúmeras
questões sociais e culturais. À medida que o indivíduo cresce, outros grupos ou
instituições irão fazer parte da vida social daquele sujeito, tais como: grupo de
amigos, grupos de estudos, grupos de trabalho.
Um grupo social pode ser descrito como um conjunto de pessoas que se juntam e
se organizam a fim de conquistarem algum objetivo. Um exemplo de grupo social
realizando algum objetivo é uma família que se reúne a fim de decidir onde serão as
férias de final de ano e como operacionalizar a viagem (SANTOS, 2005; SOARES,
2006; ZIMERNAN, 2007).
A literatura tem mostrado que o trabalho em grupo é tão eficaz quanto o método do
trabalho individual. Segundo Yalom (1990), inúmeros fatores terapêuticos grupais
podem acontecer dentro de um processo grupal e demarcar a evolução do paciente
no grupo, bem como a evolução do grupo em si. Tais fatores não são observados,
muitas vezes, de modo explícito ou objetivo nos grupos, mas de maneira implícita e
indireta.
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COESÃO
COOPERAÇÃO
NORMAS
LIDERANÇA
STATUS
PAPÉIS SOCIAIS
A coesão grupal ocorre no grupo quando se percebe que há uma união grupal entre
os participantes. Quanto maior a coesão entre os membros, maior também é o
sentimento de pertencimento e satisfação, bem como a comunicação efetiva entre
os participantes. Quando há coesão grupal, percebe-se que um participante tenta
colaborar com o outro de forma bastante ativa e envolvente.
É também muito comum que haja nos grupos um líder, ou seja, um membro que se
destaca e se torna responsável implícita ou explicitamente pela sua condução,
manutenção ou envolvimento. Em um grupo, podem estar presentes também
certo status sobre o seu pertencimento, ou seja, os participantes podem sentir
orgulho de integrar aquele tipo de grupo e divulgar aos seus pares.
Cabe então, diante do exposto, pensar que o trabalho com grupos é de extrema
delicadeza. Por essa razão, recomenda-se que o indivíduo realize formações
específicas a fim de colaborar com o desenvolvimento dos participantes do grupo,
além de manejar conflitos e/ou problemas que possam surgir. Os grupos podem
mobilizar forças e influenciar o ser humano. Além disso, consequências boas ou
ruins podem ser mobilizadas como consequência do envolvimento grupal.
Outro conceito postulado por Kurt Lewin chama-se espaço vital, que pode ser
definido como um pequeno grupo acessível a determinado indivíduo.
APRENDIZAGEM
INTERAÇÃO
VÍNCULO
DESCENTRAMENTO
A aprendizagem grupal pode ser adquirida mediante o contato e a relação entre os
participantes do grupo durante as interações grupais e pode envolver uma
apropriação nova da realidade com a finalidade de transformá-la.
O vínculo, por sua vez, caracteriza-se como uma ligação afetiva entre os membros
daquele grupo.
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VEM QUE EU TE EXPLICO!
Diferença entre treinamento e psicoterapia grupal
VERIFICANDO O APRENDIZADO
1. SEGUNDO YALOM (1990), EXISTEM ONZE TIPOS DE
FATORES TERAPÊUTICOS. ASSINALE A SEGUIR UM DESSES
FATORES.
Empatia
Altruísmo
Colaboração
Imitação
Receptividade
GABARITO
Assim que o indivíduo nasce, já está inserido em seu primeiro grupo: o grupo
familiar. Dentro desse grupo, é possível aprender inúmeras questões sociais e
culturais. À medida que o sujeito cresce, outros grupos ou argumentos irão fazer
parte de sua vida social. As demais alternativas não refletem o ser humano como
um ser social.
MÓDULO 3
Reconhecer os fenômenos grupais
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GESTÃO DE PESSOAS
PSICODRAMA
Uma das possibilidades de aplicação do trabalho grupal envolve a metodologia do
psicodrama desenvolvida por Levy moreno (ZIMERMAN, 2009).
Imagem: Shutterstock.com
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TÉCNICA DO SOLILÓQUIO
Esta técnica tem como objetivo ou diretriz que o paciente pense alto como se
estivesse com um microfone em sua cabeça. Um exemplo da aplicação prática
dessa técnica ocorre quando o participante fala em voz alta no grupo o que passa
pela sua cabeça, permitindo-lhe expressar suas emoções, seus sentimentos. Assim,
ao falar sem julgamentos, percepções novas sobre a situação aparecem.
TÉCNICA DO ROLE-PLAYING
Esta técnica tem como objetivo vivenciar e representar papéis específicos sobre
situações vividas na prática ou ainda apenas imaginadas. Um exemplo de aplicação
desta técnica pode envolver a representação do papel de mãe e de filho relatando
um problema vivenciado por eles, de modo que o conflito relatado possa ser
resolvido de maneiras diferentes daquela que ocorreu na prática, a fim de aprender
habilidades de resolução de problemas para o futuro. Os papeis de mãe e de filho
podem ser representados pelo mesmo paciente, apenas mudando de cadeira, por
exemplo, ou ainda ser representado por diferentes pacientes.
Ainda podem ocorrer mudanças de dentro para fora, afinal, um grupo possibilita
diversos questionamentos.
Os processos grupais podem também diminuir as defesas individuais e aumentar as
trocas interpessoais.
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JOGOS DRAMÁTICOS
Um recurso extremamente útil na prática do profissional da Psicologia chama-
se jogos dramáticos. Tais jogos são úteis para serem aplicados em qualquer
idade, principalmente, na idade adulta. Isso porque o adulto adquire um padrão
cultural que, muitas vezes, lhe tolhem a espontaneidade criadora, tornando-o rígido
e inflexível ao lúdico.
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Um jogo dramático pode ser descrito como um jogo no qual se faz uso dos recursos
lúdicos para a sua aplicação, condução e observação. A aplicação de um jogo
dramático favorece a expressão da espontaneidade e do potencial criativo (YOZO,
1996). O jogo dramático, por envolver o aspecto lúdico, tem também a finalidade de
obtenção de prazer, de relaxar, de representar sem julgamentos ou censuras, e
possibilita a expressão do mundo interno do ser humano.
Tem a função ou a finalidade de fazer com que o ator ou a atriz se solte, realize um
aquecimento e/ou ainda que ensaie algum tipo de papel para treino na
apresentação posterior.
ATENÇÃO
Um jogo dramático pode ser aplicado em diferentes contextos. Por exemplo, no
contexto do trabalho, pode-se preparar uma atividade de jogo que envolva o
conhecimento e a expressão de habilidades dos funcionários de uma empresa. É
possível analisar a representação de papéis, as dificuldades enfrentadas pelos
membros de uma equipe, as potencialidades antes jamais observadas em contexto
de trabalho e o potencial criativo.
Segundo Yozo (1996), existem algumas características que o jogo dramático deve
possuir para ser considerado eficaz e até mesmo para que seja diferenciado de
outros tipos de jogos.
Por fim, o jogo dramático sempre possui algum objetivo que precisa ser observado
por aquele que o aplica e busca acima de tudo a identificação e a resolução de
conflitos internos do ser humano.
Para Yozo (1996), existem também nos jogos dramáticos toda uma estrutura que
precisa ser seguida, a saber:
CONTEXTOS ESPECÍFICOS
INSTRUMENTOS ESPECÍFICOS
ETAPAS ESPECÍFICAS
No que se refere aos contextos específicos, existe a possibilidade de envolver um
contexto social, grupal ou dramático. Já no que se refere aos instrumentos, existe
a necessidade de um diretor, um ego-auxiliar, um protagonista, um cenário e um
auditório, e cada um deles possui uma função específica dentro do jogo dramático.
No que tange às etapas específicas do jogo dramático, existem as seguintes
etapas: aquecimento, dramatização, comentários e processamento.
A PSICOLOGIA DO TRABALHO EM
GRUPO
A doutora Mariana Fortunata Donadon fala sobre as particularidades e as diferenças
entre psicodrama e jogos dramáticos.
Inúmeros recursos e/ou materiais podem facilitar o desenvolvimento do jogo
dramático. Existe a necessidade do preparo adequado da sala onde o jogo será
aplicado, envolvendo espaço apropriado para boa movimentação dos membros,
boas condições de iluminação e ventilação e um ambiente livre de ruídos.
Acima de tudo, o espaço deve ser confortável e agradável aos participantes daquele
jogo. Alguns materiais também podem ser necessários à aplicação do jogo, tais
como músicas, lousa, canetas, papéis, isso a depender dos objetivos de cada jogo.
Pode existir também a necessidade de uso de vestimentas específicas. As roupas
utilizadas pelos jogadores precisam ser confortáveis, flexíveis ou leves,
possibilitando liberdade de movimentos e ausência de pressão em partes
específicas do corpo. Pode haver ainda a necessidade da retirada de sapatos
também.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
1. MUITO TEÓRICOS ESTUDARAM GRUPO. ASSINALE A
SEGUIR O AUTOR RESPONSÁVEL PELO PSICODRAMA.
Kurt Lewin
Carl Rogers
Aaron Beck
Levy Moreno
Freud
GABARITO
MÓDULO 4
Diferenciar os grupos cooperativos e competitivos
JOGOS COOPERATIVOS E
COMPETITIVOS
A UTILIZAÇÃO DOS JOGOS NA PSICOLOGIA
Os jogos assumem uma posição fundamental como recursos interventivos e/ou
avaliativos para utilização pelo profissional da Psicologia. Isso acontece porque
jogar envolve o desenvolvimento de uma série de habilidades essenciais à vida em
sociedade e/ou importantes ferramentas que possibilitam despertar e/ou evidenciar
habilidades chave.
Parece fácil para um profissional da Psicologia aplicar um jogo, porém não é. Além
de aplicá-lo, o psicólogo deve ter em mente os objetivos daquele jogo, a sua
finalidade, e a descrição do que se deseja avaliar.
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Acima de tudo, enquanto o jogo acontece, o profissional deve ficar atento, observar,
anotar, discutir, trazer à tona o que se vivenciou em um contexto de jogo. Ele
também deve estar preparado para o manejo eficaz de conflitos, ou seja, deve
contar com habilidades de manejo ou mediação de conflitos.
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Podemos comparar metaforicamente o processo de preparar um jogo pelo
profissional da Psicologia com o preparo de um alimento. Um chefe de cozinha deve
pensar previamente em quais ingredientes irá precisar para o preparo daquele
prato, como deve misturá-los de modo adequado, e o que esperar como resultado.
O mesmo processo acontece no jogo, o psicólogo deve, previamente, preparar os
recursos que irá precisar para a aplicação do jogo, pensar em como distribuir os
participantes, o que observar ao longo do jogo e o que e como discutir ao final da
aplicação com os participantes.
PARTICULARIDADES DOS JOGOS
COOPERATIVOS E COMPETITIVOS
Existe uma diferença importante entre jogos cooperativos e competitivos à qual o
estudante de Psicologia precisa estar atento.
Jogos cooperativos
Jogos competitivos
JOGOS DE INVERSÃO
RODÍZIO
Nos jogos cooperativos de resultado coletivo, montam-se dois grupos, porém
não há competição entre eles, mas, sim, colaboração.
Nesse tipo de jogo, o ser humano pode se sentir excluído por não possuir
determinada habilidade que se faz essencial para aquela competição.
Desse modo, caso você não possua a habilidade necessária, não será bom para
competir.
ATENÇÃO
Esse tipo de jogo pode ainda fortalecer sentimentos de desconfiança ou egoísmo.
Quem perde pode apenas observar de fora quem de dentro joga. Outra
característica importante dos jogos competitivos é a disseminação de uma falta de
solidariedade quando um resultado negativo acomete a equipe oposta, visto que o
que se presa é a competição. Pode ocorrer também uma baixa tolerância a perdas
e/ou uma classificação ruim.
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Já os jogos cooperativos costumam ser divertidos para todos que ali se apresentam
para participar, pois não há um vencedor apenas. Todos ganham ao jogar e se
envolver com a tarefa.
Machado e Gomes (2019) apontam que o estresse competitivo provocado nos jogos
que envolvem competição pode provocar baixa autoestima entre os jogadores. Além
disso, o jogador pode preocupar-se por ser avaliado pelas pessoas ao seu redor e
por receber um feedback negativo, impactando diretamente na baixa autoestima.
ATENÇÃO
Os autores também apontam como um aspecto negativo o desenvolvimento e a
estimulação de comportamentos agressivos entre os jogadores, e que em alguns
jogos de competição a agressividade é mais aparente do que em outros. Outro fator
negativo também apontado pode ser o surgimento de sintomas de ansiedade devido
à pressão exercida nas competições. Pode ocorrer ainda o surgimento de uma
autoimagem negativa ou até mesmo irrealista frente a competições desenfreadas
e/ou exageradas.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
1. NO QUE TANGE AO CONCEITO DE JOGOS COOPERATIVOS,
ESCOLHA A ALTERNATIVA CORRETA.
Jogos cooperativos caracterizam-se pelo fato de envolverem eliminações ou
exclusões.
Nos jogos competitivos, os integrantes preocupam-se com a vitória, mas não com o
resultado.
GABARITO
CONCLUSÃO
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Ao longo deste material, aprendemos diversas questões intrínsecas ao trabalho
grupal e que diferentes áreas da Psicologia permitem esse tipo de técnica. Vimos
que a psicologia escolar, a social, a organizacional, a do trabalho, a do esporte, a
hospitalar e a clínica atuam com o trabalho grupal. Aprendemos que o trabalho em
grupo também envolve questões importantes de sigilo, e um treinamento prévio do
terapeuta para condução de grupos é essencial para evitar o aparecimento de
ruídos nos grupos.