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RESENHA CRÍTICA ÉTICA NA AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA

N o r e f e r i d o a r t i g o , a
a u t o r a t r a z a r e l a ç ã o
e n t r e É t i c a e
A v a l i a ç ã o
P s i c o l ó g i c a , f a t o r e s
Reflexões sobre a ética atravessam constantemente o trabalho do
psicólogo, e essa discussão se faz pertinente diante da complexidade em torno
das questões, que pressupõe não só o conhecimento de um código de ética,
mas da importância de se refletir sobre valores e princípios norteadores da vida
humana e das práticas profissionais.
A profissão de psicólogo é pautada em um código de ética profissional
que visa garantir uma relação entre a psicólogos e a sociedade, baseada em
valores como o respeito, a justiça e a dignidade, o código de ética estabelece
padrões que possibilitam a reflexão das atitudes dentro da profissão, tornando
o profissional ciente de suas responsabilidades pessoais e com a sociedade,
através das consequências de suas ações, os princípios estão pautados no
respeito, felicidade e realização dos indivíduos.
O código de ética não é estável, já que ele é influenciado pela cultura de
cada sociedade, logo não é possível obter um único documento de normas
universais, o atual código Brasileiro, é fruto de discussão democrática e
construção coletiva.
A atuação do psicólogo deve respeitar os princípios e responsabilidades
descritos no Código de Ética Profissional do Psicólogo, que é pautado em sete
princípios, em síntese, os princípios orientam que a conduta ética do psicólogo
seja baseada nos direitos humanos, construção de justiça social e dignidade de
atuação, ainda que, pareçam fáceis de seguir, muitas vezes os psicólogos se
deparam com dilemas éticos que não possuem respostas claras e diretas
dentro do Código, os Princípios Fundamentais não são condutas, mas sim
norteadores de ideias, de forma transversal e orientativa buscam sempre
estabelecer relações entre o indivíduo, a sociedade, as instituições, de forma
que a reflexão da prática seja possível.
O psicólogo, além do Código de Ética, precisa ter o conhecimento sobre
as resoluções do Conselho Federal de Psicologia que normatizam algumas
práticas e contextos específicos da avaliação psicológica, como por exemplo, a
disposição de avaliação psicológica em meios tecnológicos. Tal discussão é
alvo de críticas variadas e já foi regulamentada pela resolução N° 011/2018,
que permite a prestação de serviços psicológicos, entre eles a avaliação
psicológica, incluindo os testes psicológicos, por meios tecnológicos de
informação e comunicação. Entre os pontos positivos te possibilidade de
atendimento a pessoas/grupos que não conseguem se deslocar até o local de
atendimento, mas sob outra perspectiva esse tipo de serviço resulta em
precarização e/ou banalização das práticas psicológicas, dificultando até
mesmo o estabelecimento do vínculo entre cliente e psicólogo.
Uma novidade proporcionada pela Resolução do CFP n 09/2018 foi
incorporar na própria resolução que trata do Satepsi, uma seção relacionada
com a justiça e proteção dos direitos humanos na avaliação psicológica. Nessa
seção, o CFP alerta os psicólogos e psicólogas contra certas práticas na
avaliação psicológica, que possam caracterizar negligência, preconceito,
exploração, violência, crueldade ou opressão; induzir a convicções políticas,
filosóficas, morais, ideológicas, religiosas, raciais, de orientação sexual e
identidade de gênero; ou favorecer o uso de conhecimento da ciência
psicológica e normatizar a utilização de práticas psicológicas como
instrumentos de castigo, tortura ou qualquer forma de violência
Sempre que ocorrer uma avaliação psicológica o atendimento deve ser
singularizado priorizando o tempo, a cultura e a história de cada pessoa. Se faz
necessário pensar a avaliação psicológica em consonância com as políticas
públicas (Saúde, Assistência Social, Educação, Justiça, Trânsito, Segurança
Pública, Direitos Humanos).
Alguns pontos podem ser considerados para uma reflexão ética na área
de avaliação psicológica o primeiro é o quanto de mudanças ocorrem na
atuação ética em avaliação psicológica a partir de novas demandas da
sociedade, devido ao fato de o mundo estar passando por uma revolução
tecnológica, recentemente, estão surgindo mudanças nas orientações de
condutas éticas no que se referem ao uso de novas tecnologias. No entanto,
outras questões mais antigas estão sendo deixadas de lado, como o
atendimento a pessoas com deficiências, pacientes bariátricos, a redesignação
de sexo, entre outros.
Nota-se que a grande crítica que prevalece para explicar as eventuais
infrações éticas cometidas na avaliação psicológica é sobre a deficiência de
formação do psicólogo para aplicar avaliações de personalidade de forma ética
e profissional, é comum inflações éticas ainda presentes no exercício
profissional do psicólogo, a exemplo de falhas na utilização dos testes, falta de
competência técnica e interferência nos resultados. Assim, não basta que o
profissional de psicologia tenha seu registro regulamentado para atuar na área
se não possuir um conhecimento específico e um aprimoramento constante
nas técnicas de Avaliação Psicológica.

, i n f r a ç õ e s
é t i c a s a i n d a
p r e s e n t e s n o
e x e r c í c i o
p r o f i s s i o n a l
Em suma, é preciso que se busque uma formação continua não só em
Avaliação Psicológica, mas ética para haver uma consciência social do que
fazer e como fazer quando não houver uma explicação clara no Código de
Ética, dessa forma, erros seriam minimizados, promovendo o bem de todos.

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