Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Capítulo 5 – Formação
O terapeuta deve ter formação psi ou não? As vantagens de quem tem a
formação psi é o conhecimento de várias abordagens (pluralidade), o
conhecimento de padrões internacionais (CID / DSM) e estágios. A linha a ser
seguida não é uma ideologia, não é preciso ser fiel.
Capítulo 6 – Curar ou não curar
Não deve haver pressa na terapia. Não se deve suprimir os sintomas antes que
a doença se manifeste. Cura é definida como o restabelecimento a
normalidade funcional, ou, levar o sujeito de volta a seu estado anterior à
doença. Psicanálise não tem noção preestabelecida de normalidade, mas um
estado em que o sujeito se permite realizar suas potencialidades.
Psicoterapia é uma experiência que transforma, pode-se sair dela sem o
sofrimento, mas ao custo de uma mudança.
A psicologia francesa dos anos 60 não era adepta da ideia de cura. Curar
significava perder o potencial de revolta. Mas, o autor se interessa pela
psicanálise por acreditar que ela tem a capacidade de transformar vidas e
atenuar a dor
Capítulo 7 – O que fazer para ter mais clientes
No início de sua carreira o autor ouviu que para ter mais cliente era necessário
“fazer-se conhecer”. Na época, “fazer-se conhecer” significava ser conhecido
dos colegas, pois imaginavam que os clientes só viriam indicados por outros
colegas. Por isto, o objetivo era impressionar os colegas.
A questão do término da análise também é tratada no capítulo, pois “o que nos
faz sofrer é a relevância excessiva que atribuímos à nossa presença no mundo.
Insistimos sempre em ser iguais a nós mesmos”. No final da análise seríamos
capazes de largar os sintomas que nos devastam e que nós amamos a tal
ponto que ao conseguimos desistir deles. “O momento em que eu realizasse a
experiência de que não sou nada seria o momento em que finalmente
conseguiria ser alguma coisa ou mesmo alguém”. Alcançar este momento
passou a ser o objetivo dos terapeutas e não tratar pessoas. Para o autor o
importante para conseguir mais clientes é ter compromisso primeiro com as
pessoas que confiam em você.
Capítulo 8 – Questões Práticas
A regra de que o paciente pode falar sobre tudo deve ser enunciada? depende
do paciente e do sentimento do terapeuta. O importante é que “as palavras
sempre levarão seus pacientes por terra imprevistas”. A autorização para o
paciente falar, não obriga a falar do que nós queremos ouvir. “É possível se
esconder de si mesmo usando a razão ou a poesia”.
Regras utilizadas por Freud
1 – Durante a análise não tomar decisões cruciais. Esta regra não é utilizada
hoje por dois motivos:
- Às vezes o motivo da análise é exatamente o de tomar uma decisão
- A análise pode demorar muito
2 – Não falar da terapia com as pessoas próximas
- Os amigos poderão achar que a pessoa irá mudar com eles
- Pode gerar conflitos em casais que fazem terapias com terapeutas diferentes
O setting depende do paciente. Sentado, no divã, etc. O terapeuta não deve
ser afoito e tomar cuidados com as perguntas iniciais. O autor faz duas:
1 – Eu (o terapeuta) posso ajudar? Posso estabelecer a aliança terapêutica.
Deve-se ser sincero, o autor, por exemplo, tem restrições a vozes que ele não
gosta
2 – O que o paciente espera? Procurar descobrir o que realmente a pessoa
espera (sentir) e não o que disse que espera. Esta pergunta deve ser repetida
ao longo da terapia e as mudanças da resposta analisada.
A duração da sessão poderá variar, mas não deve ser breve
Havia uma crença de que o paciente devia pagar do bolso, mas “as
resistências não são vencidas pelo esforço de pagar”
A frequência semanal depende da necessidade. O terapeuta deve estar
disponível para emergências
Se necessário, um supervisor não deve custar mais do que cobra ao paciente e
a função da supervisão não é didática é inspirar confiança.
Se você confia em si a ponto de autorizar-se a atender, continue.
Capítulo 9 – Conflitos Inúteis
Neste capítulo o autor fala do conflito existente entre a psicofarmacologia, a
neurociência e a psicanálise. Este conflito é criado por interesse particular
(indústria farmacêutica, insegurança profissional). Quem realmente conhece,
sabe o espaço de cada um.
Capítulo 10 – Infância e Atualidades, causas internas e externas.
As pessoas não querem falar da infância e sim dos seus problemas atuais.
Para a psicanálise o trauma não é causado no momento da ocorrência e sim
quando se repete. Por exemplo o fato de um bebê ser abandonado pode não
significar nada, mas se este mesmo bebê for abandonado pelo companheiro(a)
este segundo evento poderá causar trauma, pois há uma ligação com o
primeiro. Trauma seria um evento mais ou menos difícil que num segundo
momento não consegue ser integrado na história do sujeito.
Reinterpretar o passado, descobrir (ou inventar) novos sentidos para o que
aconteceu é quase sempre uma maneira de mudar nosso presente.
Porém, a sociedade atual está diferente “a modernidade define o sujeito não
por sua herança e, mas por suas potencialidades”. Então, seriam duas as
razões para evocar o passado: “para reinventar o sentido de uma história e
para amenizar o peso do futuro, devolvendo assim, quem sabe, seu justo lugar
ao presente de nossas vidas”.
Os pacientes se queixam que seus problemas têm causas externas. Há um
conflito entre psicólogos sociais e clínicos quanto a isto. Para Fernando Pessoa
“o mundo exterior é uma realidade interior”. Para Lacan “o inconsciente não é
nem individual nem coletivo, ele é “o” coletivo mesmo. Deve ser considerado
que existem transformações de personalidades que são ditadas pela situação
coletiva na qual o sujeito se encontra. O terapeuta não deve desconsiderar o
fator social.
Capítulo 11 – O que mais
Identificar-se com o terapeuta não pode ser o que se espera de uma terapia.
Mas, se isto é inevitável o terapeuta deve assumir a responsabilidade? a
resposta é “ser você mesmo”, não agir para passar uma imagem agradável.
O conselho final é para o terapeuta ser humilde, não quanto aos efeitos de seu
trabalho, mas humilde nas aceitações das condições impostas por seus
pacientes