Você está na página 1de 3

ATIVIDADE TEORIAS PSICODINÂMICAS DA PERSONALIDADE

DOCENTE: RAÍSSA
FALCÃO
ALUNA: Janaína Gomes (4º Período Noite)

1- Por quê se torna relevante estudar este texto na disciplina de


Teorias da Personalidade1?

Enquanto futuros profissionais da saúde, é de extrema importância entender que


assim como qualquer outro profissional, somos seres humanos e podemos errar.
Assumir um erro e dar-se conta disso, para posteriormente não repeti-lo, é crucial.
Atualmente, com o leque de tecnologias que nos favorecem e agilizam nossas
vidas, através de milhares de formas, os níveis de ansiedade tem se tornado cada
vez maiores. A necessidade por diagnósticos que nos rotulem “disso ou daquilo” é
cada vez mais urgente. É como se para sermos felizes e tenhamos finalmente
uma suposta paz de espírito, precisamos saber qual é a nossa personalidade “de
fato”, nos apoiando nas características de determinados transtornos mentais,
podendo, assim, justificar todas as nossas atitudes. Por isso é de extrema
relevância estudar este tema da iatrogenia, para que possamos entender que não
podemos querer viver sob o prisma de um psicodiagnóstico, e que cada um tem sua
personalidade única e exclusiva.

2- O que é o efeito iatrogênico? Dê um


exemplo.

É um assunto de extrema importância e urgência de ser colocado em pauta


e trazido à tona. Trata-se dos danos causados por profissionais de saúde,
que, na busca pela assertividade versus o imediatismo do paciente (ou dos
responsáveis dele, como no caso do tema em questão de crianças com autismo),
terminam dando laudos precoces que não condizem com a realidade, trazendo
mais complicações que melhoras para o paciente. O efeito iatrogênico
particularmente abordado no texto, é sobre os psicodiagnósticos precoces das
crianças com autismo, solicitados por pais que buscam uma incessante
“normalidade” em suas crias. Cada indivíduo é único, querer enquadrá-lo num meio
onde todos são iguais é forçá-lo a abrir mão de suas subjetividades. Fica o
questionamento: por quê nós não podemos tentar entender melhor o mundo dos
autistas, e eles que têm que se adequar ao nosso? Por que temos que ser iguais,
como produtos fabricados em série? Um exemplo do efeito iatrogênico em crianças:
“Sua filha nunca mais poderá falar, ou criar vínculos afetivos com vocês, e nem irá
identifica-los como seus pais”. Para uma mãe que escuta esse tipo de afirmação
completamente descabida e, de certa forma, antiética (afinal, quem somos nós
para concluir tamanha afirmação? Deus?), isso pode soar como uma verdadeira
sentença de morte.
Outro exemplo: “Ah, me desculpe. Eu não vou conseguir realizar esta tarefa
de jeito nenhum pois a psicopedagoga da minha escola disse que sou TDAH”. O
que acontece é que ninguém “é” seu próprio diagnóstico. A pessoa “tem um quadro”
de TDAH. Muitos, por se apoiarem em rótulos como esse, terminam não tentando
buscar uma melhora, uma adaptação, e acham que simplesmente essa
característica psíquica irá lhe moldar pro resto da vida, e não enxergam que sim, é
possível ter uma vida normal, buscando os tratamentos corretos, tentando
achar, junto ao seu profissional de saúde, o melhor caminho que funcione para cada
um.
Ou: quando um médico descreve uma ressonância da coluna de um paciente
como sendo de uma pessoa de 80 anos, sendo que ele tem 30. Esse paciente, que
já lida com um quadro grave de ansiedade, ao ouvir essa afirmação, a tomará como
verdade, achando que terá poucos anos de vida pela frente, tendo cuidados
excessivos com a coluna, dando “desculpas” sobre deixar de fazer certas atividades
devido ao diagnóstico que um dia fora recebido. Ou seja: uma única e
despretensiosa frase pode gerar um impacto tremendo na autoeficácia desse
indivíduo. E o médico, na maioria das vezes, não fará nem ideia do efeito causado
por suas inofensivas palavras.

3- Explique: por quê este texto não nos permite afirmar que o
“psicodiagnóstico” deve ser sempre dispensado? Qual o uso e os cuidados,
afinal, que devemos ter com ele?

O psicodiagnóstico não pode ser dispensado, mas deve ser elaborado com
muito cuidado, tendo passado principalmente por muita escuta na relação do
profissional de saúde, tanto com o paciente, quanto com os responsáveis, antes de
quaisquer conclusões. Respostas como essas não são fáceis de se dar, e muito
menos estão em um manual pronto. Achar que diagnosticar uma criança com
autismo, em um curto período de tempo, sem realizar os devidos testes e
investigações, é de uma ignorância total. É preciso entender que a partir do
momento que se rotula alguém com algum transtorno, a vida dessa pessoa vai
passar a girar em volta disso, mesmo que inconscientemente, em alguns momentos.
Isso sem falar de todo o preconceito envolvido, provindos de pessoas que se dizem
“normais” em nossa sociedade. A criança pode ser alvo de diversos tipos de
bullyings e milhares de oportunidades poderão ser limitadas apenas devido ao seu
novo “traje” social. É preciso entender que aquela criança ainda terá um longo futuro
pela frente, e que sua vida não pode ser enquadrada naquele psicodiagnóstico, a
diminuindo apenas a esse psicodiagnóstico. As escritoras fazem uma crítica
contundente às teorias de Winnicott e Kanner, e se questionam se a “invenção”
dessa síndrome do autismo na década de quarenta, trouxe mais perdas que ganhos
para as crianças a suas famílias, pois os quadros do aspectro (como o próprio termo
já diz), podem ter as mais diferentes evoluções e destinos, sendo, portanto,
muitíssimo delicada toda e qualquer decisão em relação aos seus respectivos
processos.

Você também pode gostar