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CENTRO UNIVERSITÁRIO AUTÔNOMO DO BRASIL – UNIBRASIL

BRUNA CHUSTAKE ALVES


JOCELIA DE LARA
PATRÍCIA ARRUDA

VALORES ÉTICOS E MORAIS ACERCA DAS DOENÇAS PSICOSSOMÁTICAS


EM MULHERES

CURITIBA
2020
1. Elaborar no mínimo cinco questões envolvendo valores éticos e morais
acerca do tema do trabalho multidisciplinar (doenças psicossomáticas em
mulheres).

- Considerando que a idade adulta começa aos 18 anos, como avaliar se a paciente
tem autonomia? E se não tiver autonomia, como conduzir um grupo acerca do tema
com essa paciente? 

- Não exercer influência sobre as decisões das pacientes, mesmo que a mesma
tome uma decisão que vá contra a dignidade humana? Até que ponto deve-se
respeitar o desejo da paciente? Em que ponto intervir? 

- Na bioética e na psicologia, o respeito pelo ser humano é algo primordial. Até que
ponto é ético realizar intervenções com conteúdos que a paciente não está disposta
a entrar em contato? 

- O processo psicoterapêutico não é simples, e é ético deixar claro para a paciente


que por mais que ela entre em contato com seus conteúdos inconscientes, isso não
é garantia que a expressão orgânica da doença desaparecerá. Mas essa conduta
poderia desanimar a paciente e até leva-la a desistência do tratamento, então, como
proceder frente essa situação?

- É comum que o tratamento de pacientes com doenças psicossomáticas seja


realizado de forma multidisciplinar, interdisciplinar e transdisciplinar. Como avaliar o
que é importante compartilhar com a equipe?

2. Levantar hipóteses na perspectiva do vídeo sobre reações e


comportamentos que contenham valores morais e éticos que a equipe imagine
que possam ocorrer depois das pessoas assistirem o vídeo.

- Quais os limites existentes na relação terapêutica que existem entre o psicólogo e


a paciente, já que é uma doença com grande demanda emocional por parte da
paciente.
- A doença acomete mais as mulheres pelo fato do Brasil ser país machista e
patriarcal.

- O que são políticas públicas?

3. Comentários que surgiram após a publicação do vídeo.

- Excelente vídeo educativo! Ótima fala da Ms. Dulce, impecável na psicossomática!


Parabéns!

- Adorei o vídeo, bem explicativo, dinâmico e amei a participação da maravilhosa


Dulce!!

- Parabéns pelo vídeo! Bem didático, instrutivo e fizeram uma maravilhosa relação
com a nossa situação atual. É uma temática extremamente relevante para ser
discutida, uma vez que se relaciona diretamente à questão de saúde pública, um
vídeo nesse formato e com linguagem torna o acesso a essa informação muito mais
democrático, facilitando assim a sua disseminação. Vendo o vídeo pude
compreender ainda mais sobre a relação psíquica com a psicossomatização de uma
doença orgânica, como bem apresentado pela fala da Profa. Dulce, a
psicossomatização é o efeito de uma descarga, provocada por um excesso de
excitação psíquica, sobre um corpo que está lesionado. O que acaba agravando o
quadro daquela pessoa.

- Adorei o vídeo.

- Muito bom o vídeo, estão de parabéns! Muito explicativo e didático, fácil de


entender o que está sendo explicado! A mídia também está muito boa e torna mais
atrativo para assistir. Parabéns!
- Tema importante na atualidade, arrasaram na forma que abordaram o tema!

- Que surpresa ver esse tema por aqui! Lindo!

4. Comparação das hipóteses com os comentários que surgiram após a


publicação do vídeo, conjuntamente com articulação de teoria científica.

O grupo acreditava que iriam surgir questões acerca dos limites existentes na
relação terapêutica entre o profissional psicólogo e a paciente, levando em
consideração que a doença psicossomática gera uma grande demanda emocional
por parte da paciente. Acreditávamos que poderiam surgir questões relacionadas às
políticas públicas e também algum tipo de reflexão a partir da explicação dos
motivos pelos quais as doenças psicossomáticas afetam mais as mulheres.

De acordo com Bartolomei e Fulgencio (2008, p.1) a transferência é a condição


do tratamento, e é basicamente uma projeção de impulsos e fantasias para o
analista, o que proporciona reviver os traumas infantis. Mas até que ponto a
transferência é tolerável? O Código de Ética do Psicólogo (2005, p. 10) explica que o
profissional psicólogo deve ser um avaliador das situações nas quais seus vínculos
pessoais ou profissionais, independente de serem atuais ou passados, possam vir a
afetas a qualidade do trabalho e os resultados esperados do mesmo.
Mas nenhuma dessas hipóteses foram realmente concretizadas, a maior parte
dos comentários foram elogios acerca da forma de abordar o tema (através de uma
animação), cremos que esses comentários surgiram pois o tema que é considerado
pesado foi abordado de forma leve, porém, trazendo informações concretas e
cientificas sobre a temática.

Apesar de nenhuma das hipóteses terem sido concretizadas, um comentário


demonstrou a surpresa de uma pessoa ao ver a temática do vídeo, cremos que por
ser algo extremamente complexo que precisou ser explicado dentro de um curto
período de tempo e com uma linguagem acessível a todo público. O trecho a seguir
confirma isso “(...) É uma temática extremamente relevante para ser discutida, uma
vez que se relaciona diretamente à questão de saúde pública, um vídeo nesse
formato e com linguagem torna o acesso a essa informação muito mais democrático,
facilitando assim a sua disseminação (...)”.

As mulheres com transtornos mentais sofrem não apenas com os sintomas de


seu transtorno, mas também com o estigma que gira em torno da doença mental.
Xavier et al (2013, p.11) explica que a palavra estigma deriva do grego steizen, que
era uma palavra utilizada na antiguidade para se referir a marca gravada no corpo
dos escravos e dos criminosos, com o intuito dos “cidadãos de bem” reconhecerem
essas pessoas que na sociedade tinham menos valor.

As pessoas tendem a ter dificuldade de entender a doença psicossomática


pois a mesma não gera uma cicatriz física no corpo, mas traz muitos sintomas
físicos que são decorrentes do psicológico e não aparecem em exames de doenças
orgânicas. Como a própria psicóloga e psicanalista Dulce Mara Gaio que aparece no
vídeo relata, “é descarga que é provocada por um excesso de excitação psíquica
sobre um corpo que está lesionado”. A falta de compreensão e empatia gera ainda
mais sofrimento para essas mulheres que já possuem diversas atividades para
exercer. É incrível como a sociedade se compadece com quem tem problemas
renais, cardíacos e etc, mas não conseguem ser empáticos com que tem algum
transtorno mental. Acreditamos que isso ocorre pelo fato de que as doenças
orgânicas são atestadas em exames, mas a doença mental não. É mais fácil
entender aquilo que se pode ver, e quanto ao que não se pode ver, é mais fácil
atacar com palavras hostis baseadas no senso comum como por exemplo “é falta de
Deus”, “é muito tempo ocioso, vai achar o que fazer”, “mente vazia é oficina do
diabo”, “é frescura”, “ela quer chamar atenção”, etc. Esperamos que com o vídeo as
pessoas tenham conseguido entender um pouco mais sobre a doença
psicossomática e seu tratamento, e que possam ser mais empáticas com quem tem,
ou ao menos não proferirem palavras hostis só porque não entendem.
A atuação do psicólogo deve ser pautada na ética, e o mesmo deve contribuir
para a desestigmatização. De acordo com o código de ética (2005, p. 7) o trabalho
do profissional psicólogo deve ser embasado na Declaração Universal dos Direitos
Humanos, visando o respeito, a promoção da liberdade, da dignidade, da igualdade
e da integridade do ser humano. O tratamento psicoterápico deve promover a saúde
e a qualidade de vida, e contribuir para a eliminação de qualquer forma de
discriminação, crueldade, etc. E deve levar conhecimento da ciência psicológica à
sociedade.
Referência Bibliográfica

BARTOLOMEI, Lívia Tonelli; FULGENCIO, Leopoldo. Notas para a compreensão


do conceito de transferência na psicanalise de Sigmund Freud. Disponível em:
<https://www.researchgate.net/profile/Leopoldo_Fulgencio/publication/
228827437_NOTAS_PARA_A_COMPREENSAO_DO_CONCEITO_DE_TRANSFER
ENCIA_NA_PSICANALISE_DE_SIGMUND_FREUD/links/
09e415081e72ab1bd9000000/NOTAS-PARA-A-COMPREENSAO-DO-CONCEITO-
DE-TRANSFERENCIA-NA-PSICANALISE-DE-SIGMUND-FREUD.pdf>. Acesso em
19/06/2020.

Código de Ética Profissional do Psicólogo. Conselho Federal de Psicologia,


Brasília, agosto de 2005.

XAVIER, Salomé et al. O estigma da doença mental: que caminho percorremos?


Disponível em: < https://repositorio.hff.min-saude.pt/bitstream/10400.10/1231/1/Art
%203.pdf>. Acesso em 18/06/2020.

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