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FUNDAMENTOS DA AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA

Prof ª Ana Paula Medeiros

Aluno Fausto de Oliveira RA 113073

Discutir em grupos de três alunos


Elaborar uma síntese reflexiva, relacionando o caso com o conteúdo da aula e os textos estudados

Questões disparadoras.

“Qual a relação entre o vídeo e os direitos humanos?”


“Os direitos humanos foram respeitados no caso?”
“Qual a importância da avaliação psicológica para o caso?”
“O que vocês acharam do psicólogo nesta reportagem? Ele agiu com ética?”

O caso em questão, SUZANE VON RICHTHOFEN, causou comoção social, no caso


com a ajuda do namorado e o irmão do mesmo a mesma assassinou os pais, inclusive com extrema
violência, agravante ainda existia um irmão, e a classe social – econômica era extremamente alta, o
pai renomado engenheiro responsável por obras como por ex o rodoanel.
Quanto a psicologia e os direitos humanos, “pode-se afirmar que a Psicologia tem
ferramentas para o trabalho de redução de conflitos, comunicação não violenta, habilidades sociais
e emocionais, de forma a garantir a segurança social e a paz.” 1 assim sendo a profissão possui
arcabouço para atuar na mitigação dos efeitos das violações de direitos humanos, desde o trauma
psicológico até o trabalho com a memória coletiva em situações de emergências e desastres.
Ainda deve ser lembrado :

A pretensa neutralidade da Psicologia também é destacada pela


psicóloga Cecília Coimbra, coordenadora da primeira Comissão
Nacional de Direitos Humanos do Conselho Federal de
Psicologia. Para ela, pensar em direitos humanos não é ser um
especialista no tema, é estar vinculado a essas questões de uma
forma crítica. “Quando falamos em Psicologia e direitos
humanos, queremos pensar uma Psicologia que efetivamente
não se desvincule da política, que não se coloque como neutra,
como uma coisa abstrata, afastada da realidade. Queremos falar
sobre uma Psicologia voltada para a prática na qual está
inserida, preocupada com o mundo.”

Deve se atentar ao “preocupada com o mundo”, esta é uma questão filosófica


extremamente importante e controversa, no qual abre as discussões sobre eutanásia, pena de morte e
demais questões sobre os direitos individuais e os da sociedade como um todo, e as demais
consequências e desdobramentos de tais discussões e ações.
Um psicólogo jamais deve abrir a terceiros os resultados de uma avaliação
psicológica, contudo o caso da Suzane é como um todo uma anomia, um desvio do padrão, seja da
própria Suzane, do crime cometido, de como a sociedade reagiu, e inclusive das situações jurídicas

1
Ângelo Brandelli Costa, doutor em Psicologia, professor da PUCRS e conselheiro do CRPRS. (https://www.crprs.org.br/entrelinhas/16/reportagem-principal-na-sua-pratica-psicologica-onde-estao-os-
direitos-humanos)
realizadas fica extremamente difícil, chegar a uma conclusão se a exposição desta avaliação
realmente fere os direitos humanos, cabendo ao psicólogo estar também preocupado com o mundo.
Os “comparsas”, os Irmãos Cravinhos, já estavam em liberdade, enquanto a Susane
ainda estava pleiteando a liberdade provisória, isso devido ao fato do consenso de que a réu, possui-
a um claro comportamento de psicopatia Ricardo Ventura, o qual teve acesso e realizou diversas
entrevistas com Suzane em programa Cortes de Podcast diz: “Ela não está no livrinho, nas normas,
ela é psicopata tem traços de psicopatia, todos acreditavam que os irmãos Cravinhos, fizeram a
cabeça dela, na verdade ela fez a cabeça dos meninos, ela não tem compaixão, ela é extremamente
sedutora e egocêntrica.”2. Apesar disso, o caso da mesma seguiu toda a norma processual penal, e os
direitos humanos.
O Brasil não possui uma legislação sobre pessoas que apresentam claros traços de
psicopatia, existe alguns projetos de leis em estudo, mais vigente hoje, absolutamente nada. O
psicologo, e seus pareceres, laudos é sempre submetido ao Juiz, por mais claro, preciso ou mesmo
de extrema importância que um exame tenha sobre determinados casos, analise de determinadas
pessoas, é o Juiz que irá ditar o resultado final, e muitas vezes o Juiz ainda é obrigado a seguir
determinados acordões, jurisprudência ou a lei descrita. No caso da Susane, o exame, o psicólogo,
são claramente contrários a liberação da mesma, que obviamente poderia causar prejuízo a
sociedade, contudo o Juiz, que até então tinha uma postura de a manter encarcerada concede a
liberdade a ré. Neste ponto é importante ressaltar, que segundo o Processo Penal, e as normas que
regem como se dá a prisão e condições para liberdade ou liberdade provisórias ou emancipação do
sistema fechado para semi aberto, e por fim aberto a ré, a Susane já deveria ter acesso ao sistema
semi aberto, seguir o conselho do Psicologo não só abriria uma jurisprudência 3 como retiraria do
juiz o poder final da decisão e isso poderia tirar dos juízes a decisão final em outras situações.(Sim,
há mais nestas escolhas do que meramente o julgamento do caso)
Quanto ao se o Psicólogo agiu com ética, por um lado temos a situação que uma
avaliação nunca deve ser exposta, por outro temos uma condenada, claramente diagnosticada com
Psicopatia, voltando a sociedade, e a responsabilidade do psicólogo quanto a esta sociedade e a este
despreparo legal do país nestas situações, a sociedade deveria saber disto?
Por mais midiático que o caso tenha sido, a sociedade deveria saber o que estava
acontecendo, e realmente tido a oportunidade de discutir isso através da exposição toda dada ao
caso pelo psicologo, mas este nunca foi o centro das discussões nos diversos canais onde a situação
toda foi exposta. O que se discutiu foi a Susana, não o coletivo, a situação em si, o caso especifico,
deixando de lado o despreparo legal, como a postura dos juízes de optar por não abrir mão de seu
poder de decisão final mesmo ao custo do retorno de pessoas não preparadas a sociedade em
situações similares, os quais, sim, ocorrem frequentemente.

2
https://www.youtube.com/watch?v=lweHql1mZzE
3
Jurisprudência é um termo jurídico, que significa o conjunto das decisões, aplicações e interpretações das leis A
jurisprudência pode ser entendida de três formas, como a decisão isolada de um tribunal que não tem mais
recursos, pode ser um conjunto de decisões reiteradas dos tribunais, ou as súmulas de jurisprudência
(https://www.tjdft.jus.br/institucional/imprensa/campanhas-e-produtos/direito-facil/edicao-semanal/jurisprudencia-x-
precedente)

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