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Questões disparadoras.
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Ângelo Brandelli Costa, doutor em Psicologia, professor da PUCRS e conselheiro do CRPRS. (https://www.crprs.org.br/entrelinhas/16/reportagem-principal-na-sua-pratica-psicologica-onde-estao-os-
direitos-humanos)
realizadas fica extremamente difícil, chegar a uma conclusão se a exposição desta avaliação
realmente fere os direitos humanos, cabendo ao psicólogo estar também preocupado com o mundo.
Os “comparsas”, os Irmãos Cravinhos, já estavam em liberdade, enquanto a Susane
ainda estava pleiteando a liberdade provisória, isso devido ao fato do consenso de que a réu, possui-
a um claro comportamento de psicopatia Ricardo Ventura, o qual teve acesso e realizou diversas
entrevistas com Suzane em programa Cortes de Podcast diz: “Ela não está no livrinho, nas normas,
ela é psicopata tem traços de psicopatia, todos acreditavam que os irmãos Cravinhos, fizeram a
cabeça dela, na verdade ela fez a cabeça dos meninos, ela não tem compaixão, ela é extremamente
sedutora e egocêntrica.”2. Apesar disso, o caso da mesma seguiu toda a norma processual penal, e os
direitos humanos.
O Brasil não possui uma legislação sobre pessoas que apresentam claros traços de
psicopatia, existe alguns projetos de leis em estudo, mais vigente hoje, absolutamente nada. O
psicologo, e seus pareceres, laudos é sempre submetido ao Juiz, por mais claro, preciso ou mesmo
de extrema importância que um exame tenha sobre determinados casos, analise de determinadas
pessoas, é o Juiz que irá ditar o resultado final, e muitas vezes o Juiz ainda é obrigado a seguir
determinados acordões, jurisprudência ou a lei descrita. No caso da Susane, o exame, o psicólogo,
são claramente contrários a liberação da mesma, que obviamente poderia causar prejuízo a
sociedade, contudo o Juiz, que até então tinha uma postura de a manter encarcerada concede a
liberdade a ré. Neste ponto é importante ressaltar, que segundo o Processo Penal, e as normas que
regem como se dá a prisão e condições para liberdade ou liberdade provisórias ou emancipação do
sistema fechado para semi aberto, e por fim aberto a ré, a Susane já deveria ter acesso ao sistema
semi aberto, seguir o conselho do Psicologo não só abriria uma jurisprudência 3 como retiraria do
juiz o poder final da decisão e isso poderia tirar dos juízes a decisão final em outras situações.(Sim,
há mais nestas escolhas do que meramente o julgamento do caso)
Quanto ao se o Psicólogo agiu com ética, por um lado temos a situação que uma
avaliação nunca deve ser exposta, por outro temos uma condenada, claramente diagnosticada com
Psicopatia, voltando a sociedade, e a responsabilidade do psicólogo quanto a esta sociedade e a este
despreparo legal do país nestas situações, a sociedade deveria saber disto?
Por mais midiático que o caso tenha sido, a sociedade deveria saber o que estava
acontecendo, e realmente tido a oportunidade de discutir isso através da exposição toda dada ao
caso pelo psicologo, mas este nunca foi o centro das discussões nos diversos canais onde a situação
toda foi exposta. O que se discutiu foi a Susana, não o coletivo, a situação em si, o caso especifico,
deixando de lado o despreparo legal, como a postura dos juízes de optar por não abrir mão de seu
poder de decisão final mesmo ao custo do retorno de pessoas não preparadas a sociedade em
situações similares, os quais, sim, ocorrem frequentemente.
2
https://www.youtube.com/watch?v=lweHql1mZzE
3
Jurisprudência é um termo jurídico, que significa o conjunto das decisões, aplicações e interpretações das leis A
jurisprudência pode ser entendida de três formas, como a decisão isolada de um tribunal que não tem mais
recursos, pode ser um conjunto de decisões reiteradas dos tribunais, ou as súmulas de jurisprudência
(https://www.tjdft.jus.br/institucional/imprensa/campanhas-e-produtos/direito-facil/edicao-semanal/jurisprudencia-x-
precedente)