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CENTRO UNIVERSITÁRIO DA FACULDADE DE TECNOLOGIA E CIÊNCIAS

DISCIPLINA: PSICOLOGIA E CONTEMPORANEIDADE


DOCENTE: ANNE BITTENCOURT SANTOS E SILVA
DISCENTES: AMALIA SANTANA CHAGAS
JADE GABRIELLE MAURO BARBOSA
JISLENE DOS SANTOS CUNHA
JÚLIA SANTOS NASCIMENTO QUEIROZ
MARIA SILVIA RODRIGUES SOUZA SILVA
WESLEY COSTA CARVALHO

PSICOLOGIA JURÍDICA

SALVADOR/BAHIA
SETEMBRO – 2023
CENTRO UNIVERSITÁRIO DA FACULDADE DE TECNOLOGIA E CIÊNCIAS
DISCIPLINA: PSICOLOGIA E CONTEMPORANEIDADE
DOCENTE: ANNE BITTENCOURT SANTOS E SILVA
DISCENTES: AMALIA SANTANA CHAGAS
JADE GABRIELLE MAURO BARBOSA
JISLENE DOS SANTOS CUNHA
JÚLIA QUEIROZ
MARIA SILVIA RODRIGUES SOUZA SILVA
WESLEY COSTA CARVALHO

PSICOLOGIA JURÍDICA

Trabalho realizado para fins avaliativos


da disciplina de Psicologia e Contemporaneidade,
ministrada pela docente Anne Bittencourt, produzido
pelas discentes Amalia Chagas, Jade Barbosa
Jislene Cunha, Júlia Queiroz, Maria Silvia e Wesley Carvalho

SALVADOR/BAHIA
SETEMBRO – 2023
INTRODUÇÃO

A psicologia do direito tem por objetivo explicar a essência do fenomenal jurídico, ou


seja, a fundamentação psicológica do direito, uma vez que o direito está repleto de conteúdos
psicológicos. (PINHEIRO,2016) A psicologia jurídica é formada pela junção do direito e da
psicologia, com objetivo de estudar comportamentos, de forma a colaborar com os processos
jurídicos, buscando a veracidade dos relatos dentro dos processos. Segundo LAGO, em
meados do século 17, as pessoas com doenças mentais passaram a ser taxadas como loucas e
então excluídas, devido a isso surgem as clínicas de internações, para aqueles os quais
causaram desordem social e moral.
Preliminarmente por volta do século XIX, na França, surge a problemática, ocorrência
de crimes sem motivos aparentes, foi então que surgiu a preocupação por avaliar esses
indivíduos portanto, juízes passaram a inserir médicos nos processos para tentar explicar
crimes cometidos e avaliar as pessoas acusadas, conforme apontado por Liene (2008).
O histórico da psicologia jurídica deve-se muito ao direito criminal, o qual
começou-se com o seu principal instrumento de trabalho psicológico, as avaliações
psicológicas para criminosos e menores infratores. Expandiu-se do Direito Penal,
encontrando-se na área do Direito Civil, tendo destaque na área do Direito da Infância e
Juventude. Posteriormente, foi responsável pela criação do Núcleo de Atendimento Familiar
(NAF), implementado no Foro de Porto Alegre. Cabe salientar, que na Universidade do
Estado do Rio de Janeiro (UERJ) foi a pioneira para a inserção da Psicologia Jurídica no
âmbito academicista, sendo uma especialização na área da Psicologia Clínica, intitulada de
“Psicodiagnóstico para Fins Jurídicos”.

DESENVOLVIMENTO

Segundo PINHEIRO, o primórdio da psicologia jurídica se deu na idade antiga, onde a


psicologia foi utilizada por ser próximo a psiquiatria, onde Hipócrates, conhecido como pai
da medicina criou a primeira tabela de classificação das doenças mentais como parâmetros
para imputabilidade, para avaliar as capacidades mentais das pessoas. “A história da atuação
de psicólogos brasileiros na área da Psicologia Jurídica tem seu início no reconhecimento da
profissão, na década de 1960. Tal inserção deu-se de forma gradual e lenta, muitas vezes de
maneira informal, por meio de trabalhos voluntários. (LAGO 2009)”. Posteriormente, em
1984 surge a lei de execução penal (Lei Federal nº 7.210/84), que reconhece o psicólogo de
maneira formal dentro do âmbito judiciário e suas instituições. Logo surge a Psicanálise e as
doenças mentais passam a ter maior importância, trazendo relevância ao psicodiagnóstico,
levando em conta os aspectos psíquicos dos indivíduos. A psicologia atuando junto ao poder
judiciário ocorreu de modo progressivo, porém vagaroso, mesmo que por meios informais e
voluntários, a psicologia trazia seu importante papel e conjuntamente aos psiquiatras, que
passaram a colaborar nos exames e processos judiciários juvenis. Onde eram divididos entre
mais severos, que eram encaminhados ao psiquiatra com possibilidade de internação ou
menos severos que eram encaminhados aos psicólogos para buscar entendimentos sobre a
personalidade deste. A psicologia era conhecida por suas práticas de avaliações e exames
visando identificar possíveis diagnósticos, desse modo a psicologia jurídica, passou a incluir
aplicações de testes e análises psíquicas das quais poderiam influenciar nos depoimentos,
deixando de usar técnicas de coerção, que era comum na sociedade, para implementar
procedimentos que avaliassem a memória, atenção, consciência, podendo identificar
contradições e inverdades.
A psicologia busca seu lugar dentro do direito desde tempos antigos, e a sua execução
dentro dessa área é de grande importância, pois garantem cuidados com os direitos humanos,
a busca por melhorias e intervenções que possam acarretar melhores condições de vida e
ainda assim auxiliar nas decisões judiciais. FRANÇA (2004), defende que a psicologia
jurídica deveria não somente estudar o comportamento do indivíduo, mas também as
consequências das ações jurídicas sobre os indivíduos sociais.
Além de possuir como possibilidade de atuação nas triagens em atendimentos junto à
assistência social, podem também transmitir informações obtidas através dos atendimentos de
psicólogo e indivíduo. Atualmente pode-se dizer que a psicologia jurídica é levada para o
campo da intervenção, seja realizando avaliações, encaminhamentos e funções periciais,
acompanhando casos, buscando reduzir danos, e melhorar a vivência em sociedade,
produzindo também laudos que podem influenciar nos processos judiciais. Ter uma visão
sobre a atuação do psicólogo nessa área ajuda a entender que este processo demanda
paciência e comprometimento pois envolve questões afetivas e emocionais.
Atualmente, a área da Psicologia Jurídica divide-se nas tarefas:
● Psicólogo Jurídico e o direito familiar: participação do psicólogo em processos de
divórcios, estabelecimento da guarda e acordo das visitas parentais;
● Psicólogo Jurídico e o direito da criança e do adolescente: atuação em processos
adotivos, destituição de poder familiar, cumprimento, fiscalização e
acompanhamento de medidas socioeducativas para menores infratores;
● Psicólogo Jurídico e adolescentes autores de atos de infração: o psicólogo, junto a
família, cumpre medidas socioeducativas para que essas crianças superem as
condições de exclusão e exposição à situações vexatórias;
● Psicólogo Jurídico no direito civil: ações de requerimento de indenização devido
a danos sociopsicológicos e até mesmo interdições judiciais;
● Psicólogo Jurídico no direito penal: solicita-se o acompanhamento do psicólogo
para avaliação da periculosidade, condições e discernimento perante a sanidade
mental das partes julgadas;
● Psicólogo Jurídico no direito trabalhista: atua-se como peritos dos processos
trabalhistas.
Percebe-se que os critérios utilizados para a presença do psicólogo no meio judicial
concentra-se em atividades observadoras, enraizando e mantendo o padrão de psicólogo na
área jurídica a qual era a de muito tempo atrás, restringindo somente na área de elaboração do
psicodiagnóstico juntamente com avaliações. Mas a necessidade de psicólogos jurídicos,
extrapolam a barreira de ser estritamente fornecedor de psicodiagnósticos sentenciais, mas
para conseguir que existam diálogos entre ambas as partes processuais, que acompanhem a
reinserção e garantam os direitos no ponto de vista sociopsicológico.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Atualmente, a Psicologia Jurídica conquistou grande espaço nos processos em


tribunais, trazendo uma amplitude da sua atuação no jurídico, visto que não se limita à
elaboração de psicodiagnósticos nem à identificação de possíveis doenças mentais, gerando
uma desconstrução da visão do psicólogo jurídico sendo exercido apenas em perícias.
É de suma importância salientar que a Psicologia Jurídica possibilita a visão de uma
concepção incontestável da situação do indivíduo envolvido nos processos, evitando danos à
saúde mental das pessoas, principalmente em casos que envolvam crianças ou adolescentes e
ainda assim contribuindo nas decisões judiciais.
O número de processos no sistema judiciário brasileiro é exorbitante, por tanto há uma
demanda para a psicologia jurídica. Diante deste cenário, a psicologia tem um grande desafio
no âmbito jurídico devido ao ramo ser recente na área científica.
O acervo literário reduzido acerca da psicologia jurídica, ressalta a importância de
destacar a necessidade de elaborar espaços e incentivar pesquisas no âmbito acadêmico. O
profissional que busca executar o seu trabalho nessa área jurídica, deve estar disposto a
enfrentar as novas possibilidades de trabalho que vêm surgindo, ampliando seus horizontes
para novos desafios os quais se apresentam.

REFERÊNCIAS

ALTOÉ, S. E. Atualidade da psicologia jurídica. Psibrasil Revista de Pesquisadores da Psicologia no


Brasil, 2006;

BRITO, L. M. T. DE .. Anotações sobre a Psicologia jurídica. Psicologia: Ciência e Profissão, v. 32, n. spe, p.
194–205, 2012;

Caires, M. A. F. (2003). Psicologia jurídica: implicações conceituais e aplicações práticas. São Paulo:
Vetor, 205;

LAGO, V. DE M. et al.. Um breve histórico da psicologia jurídica no Brasil e seus campos de atuação. Estudos
de Psicologia (Campinas), v. 26, n. 4, p. 483–491, nov. 2009;

FRANCA, Fátima. Reflexões sobre psicologia jurídica e seu panorama no Brasil. Psicol. teor. prat., São Paulo , v. 6,
n. 1, p. 73-80, jun. 2004 . Disponível em
<http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1516-36872004000100006&lng=pt&nrm=iso>;

PINHEIRO, Carla. Psicologia jurídica. Saraiva Educação SA, 2016.

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