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UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO

CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE


PÓS-GRADUAÇÃO EM NEUROPSIQUIATRIA E CIÊNCIAS DO
COMPORTAMENTO

DISSERTAÇÃO DE MESTRADO

ESQUEMAS INICIAIS DESADAPTATIVOS EM PACIENTES COM


MIGRÂNEA

Ketlin Helenise dos Santos Ribas

RECIFE/PE
2016
UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO
CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE
PÓS-GRADUAÇÃO EM NEUROPSIQUIATRIA E CIÊNCIAS DO
COMPORTAMENTO

DISSERTAÇÃO DE MESTRADO

ESQUEMAS INICIAIS DESADAPTATIVOS EM PACIENTES COM


MIGRÂNEA

Ketlin Helenise dos Santos Ribas

Dissertação de Mestrado apresentado ao


Colegiado da Pós-graduação em
Neuropsiquiatria da Universidade Federal
de Pernambuco (UFPE), como exigência
final para obtenção de título de Mestre em
Neuropsiquiatria.

Orientadora: Professora Doutora Sandra


Lopes - UFPE
Co-orientador: Professor Doutor Hugo
André de Lima Martins - UFPE

RECIFE/PE
2016
Catalogação na fonte:
Bibliotecária Liliane Campos Gonzaga de Noronha, CRB4-1702

R482e Ribas, Ketlin Helenise dos Santos.


Esquemas iniciais desadaptativos em pacientes com Migrânea
/ Ketlin Helenise dos Santos Ribas. – Recife, 2016.
76 f. : il., tab.

Orientadora: Sandra Lopes de Sousa


Coorientador: Hugo André de Lima Martins
Dissertação (mestrado) – UFPE. Centro de Ciências da
Saúde. Programa de Pós-graduação em Neuropsiquiatria e
Ciências do Comportamento. Recife,2016.
Inclui referências e anexos

1. Neuropsiquiatria. 2. Cefaléia. 3. Transtorno de


Personalidade Múltipla 4. Comportamento. I. Sousa, Sandra
Lopes de. II. Martins, Hugo André de Lima. III. Título

616.8 CDD (22.ed.) UFPE (BC2017/001)


KETLIN HELENISE DOS SANTOS RIBAS

ESQUEMAS INICIAIS DESADAPTATIVOS EM PACIENTES COM


MIGRÂNEA

Dissertação apresentada ao
Programa de Pós- Graduação em
Neuropsiquiatria e Ciência do
Comportamento da Universidade
Federal de Pernambuco, para
obtenção de Título de Mestre em
Neuropsiquiatria e Ciência do
Comportamento.
Aprovado em 16 de agosto de 2016.

Banca Examinadora:
Prof. Dr. Hugo André de Lima Martins
(Examinador Externo/ UFPE)

Prof. Dr. Carlos Augusto Carvalho de Vasconcelos

(Examinador Externo/ UFPE- Fisiologia da Nutrição)

Profª Drª Vânia Pinheiro


(Examinador Externo/ UFPE-CCS)

Profª Drª Sandra Lopes de Souza


(Orientadora/Suplente/ UFPE)

Prof. Dr. Valdenilson Ribeiro Ribas


(Suplente/ Faculdade dos Guararapes- FG)
AGRADECIMENTOS

Inicio meus agradecimentos por DEUS, que permitiu que tudo isso
acontecesse, ао longo da minha vida, е não somente nestes anos como
Mestranda, mas que em todos os momentos é o maior Mestre que alguém
pode conhecer.
A meus avós, especialmente meu Avô Valderico Ribeiro Ribas que
sempre acreditou em mim e me fez ter a oportunidade de ter sonhos e realizá-
los e minha Avó Maria dos Anjos Danôa Ribas, que me instruiu desde
pequena, me incentivando nos estudos, mostrando-me que sem ele não seria
nada na vida; meu infinito agradecimento.
À minha Mãe Valéria Ribas que sempre acreditou em minha capacidade
e me achava A MELHOR de todas, mesmo não sendo. Isso só me fortaleceu e
me fez tentar não ser A MELHOR, mas a fazer o melhor de mim. Obrigada
pelo amor incondicional!
A meu querido esposo, Igor Muniz, por ser tão importante na minha
vida. Sempre a meu lado, me pondo para cima e me fazendo acreditar que
posso mais que imagino. Devido a seu companheirismo, amizade, paciência,
compreensão, apoio, alegria e amor, este trabalho pôde ser concretizado.
Obrigada por ter feito do meu sonho o nosso sonho!
A Meu Tio Valdenilson Ribas, que sem ele não teria procurado o mundo
acadêmico, através de seus estímulos e força incansável de me mostrar que o
melhor caminho para se vencer na vida é através da luta diária, e que tudo é
possível para aqueles que lutam por seus sonhos.
A Solange Martins, que desde o início me ajudou incansavelmente,
tendo paciência e me orientando nessa jornada, me ajudou a realizar este
sonho.
Aos meus Orientadores Professora Doutora Sandra Lopes e Professor
Doutor Hugo André de Lima Martins, pela oportunidade e honra em tê-los
como mestres dessa incrível jornada, pelo suporte no pouco tempo que lhes
coube e por suas correções e incentivos.
A Meus Mestres Professora Izaura Muniz e Professor Rogério Antunes,
por sua paciência em minha ausência nessa jornada e por acreditarem no meu
sonho me proporcionando a oportunidade de realizá-lo tranquilamente.
Aos amigos Ionara Mendes, Rafael Arthur, Andréia Cristina, Maryanna
Beltrão companheiros de vida е irmãos na amizade que fazem parte da minha
formação е que tiveram muita paciência na minha ausência. Obrigada pela
amizade.
A minha amada Família que
investiu com abnegação e muito amor
na minha educação.
“As doenças são os resultados não só dos nossos atos, mas também dos
nossos pensamentos”.
Mahatma Gandhi
(1869-1948)
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO.......................................................................................................14
2 REVISÃO DE LITERATURA ................................................................................. 17
2.1 Migrânea ............................................................................................................. 18
2.2 Teoria do Esquema ............................................................................................. 19
2.3 Esquemas Iniciais Desadaptativos ...................................................................... 23
3 HIPÓTESES ........................................................................................................... 27
4 OBJETIVOS:.......................................................................................................... 30
4.1 Geral:................................................................................................................... 30
4.2 Específico ............................................................................................................ 30
5 SUJEITOS E MÉTODOS ....................................................................................... 31
5.1 Desenho do Estudo ............................................................................................. 32
5.2 Local do Estudo ................................................................................................... 32
5.3 População do Estudo .......................................................................................... 32
5.4 Amostragem dos Sujeitos.................................................................................... 32
5.4.1 Critérios e Procedimentos para Seleção dos Sujeitos................................ 33
5.4.1.1 Questionário dos Esquemas Iniciais Desadaptativos (YSQ-S3) ............. 34
6 TRATAMENTO ESTATÍSTICO .............................................................................. 37
7 RESULTADOS ....................................................................................................... 39
8 DISCUSSÃO .......................................................................................................... 46
9 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................... 54
REFERÊNCIAS.........................................................................................................56
ANEXO A- Aprovação do Comitê de Ética................................................................66
ANEXO B- Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE)............................71
ANEXO C- Questionário dos EID’S (YSQ-S3)......................................................74
RESUMO

Introdução: A cefaleia é um sinal indicativo de patologias potencialmente graves,


sendo frequentemente incapacitante para o indivíduo e suas atividades diárias. No
qual, a migrânea é definida como cefalalgia primária, comumente pulsátil, unilateral,
moderada a grave, associada à fotofobia, agravada por esforços, frequentemente
causando náuseas ou vômitos, durando entre 4 a 72 horas. A postura interdisciplinar
de se entender aspectos psicológicos na esfera da dor tem sido muito comum entre
diversos profissionais na área de saúde. Nessa busca literária, Young (2003), parece
dar maior suporte a estes propósitos por meio do seu Questionário de Esquemas
Iniciais Desadaptativos. Objetivo: O objetivo deste estudo foi avaliar, se a
participação dos Esquemas Iniciais Desadaptativos (EIDs) na percepção da dor em
pacientes com migrânea é um apenas um perfil psicológico ou um indício de
transtorno de personalidade. Sujeitos e Métodos: Foram avaliados, pelo
questionário de Esquemas Iniciais Desadaptativos de Young (YSQ-S3), sob
condições padrão, em sala, com ar condicionado, à temperatura de 22 o ± 2°C, 65
sujeitos de ambos os gêneros, sendo 19 do gênero masculino e 46 do gênero
feminino. Os sujeitos foram divididos em 7 (sete) grupos, sendo 2 pela morbidade
estudada (migrânea), 2 por gênero e 3 por faixa etária. Indivíduos sem migrânea
(CONTROLE), n = 27 e indivíduos com migrânea (Migrânea), n = 38; Indivíduos do
gênero masculino, n = 19 e indivíduos do gênero feminino, n = 46; Indivíduos com
idades entre (18-29 anos), n = 34; Indivíduos com idades entre (30-39 anos), n = 14;
Indivíduos com idades entre (40-55 anos), n = 17 respectivamente. Os resultados
foram analisados pelo teste qui-quadrado, com p<0,05*, expressos em percentuais e
representados em tabela contingencial. Resultados: Observou-se, neste estudo,
que houve associação significativa entre a variável gênero feminino (84,21%,
p<0,05*) e migrânea. Entretanto, entre a faixa etária e a migrânea, não houve
associação significativa (Tabela 1); Houve associação significativa entre a variável
padrões excessivo rígidos de realização (PERR) com maior percentual (73,68%,
p<0,0001), autopunição (84,21%, p<0,0001) e migrânea (Tabela 7); Houve
associação significativa entre a variável PERR (56,52%, p<0,0,014) e os sujeitos do
gênero feminino (Tabela 12). Conclusão: Indivíduos com migrânea apresentam
perfil psicológico de serem excessivamente exigentes e autopunitivos e esse jeito de
ser parece ser mais frequente em mulheres.

Palavras-chave: Cefaléia, Transtorno de Personalidade Múltipla, Comportamento.


ABSTRACT

Introduction: Headache is a signal indicative of potentially serious diseases and is


often disabling for the individual and their daily activities. In which the migraine is
defined as primary headaches, often throbbing, unilateral moderate to severe,
associated with photophobia, worse by efforts, often causing nausea or vomiting,
lasting 4 to 72 hours. The interdisciplinary approach to understand the psychological
aspects of pain sphere has been very common among many professionals in the
health area. In this literary search, Young (2003), seems to give greater support to
these goals through their Early Maladaptive Schema Questionnaire. Objective: The
objective of this study was evaluate if the participation of Early Maladaptive Schemas
in the perception of pain in patients with migraine is just a psychological profile or
personality disorder clue. Subjects and Methods: We evaluated the Young
maladaptive early Schemes Questionnaire (YSQ-S3), under standard conditions, in a
room with air conditioning, at a temperature of 22 ± 2°C, 65 subjects of both genders,
19 males and 46 females. The subjects were divided into seven (7) groups being 2
by morbidity studied (migraine), 2 by gender and 3 by age. Individuals without
migraine (CONTROL), n = 27 and with migraine (migraine), n = 38; the male
individuals, n = 19 individuals and female, n = 46; Individuals with age (18-29 years),
n = 34; Individuals with age (30-39 years), n = 14; Individuals with age (40-55 years
old), n = 17 respectively. The results were analyzed by chi-square test, p <0.05 *,
expressed as a percentage and represented in contingency table. Results: It was
observed in this study there was a significant association between the variable
females (84.21%, p <0.05 *) and migraine. However, between the age group and
migraine, there is no significant association (Table 1); A significant association
between the standards excessive of hard performance variable with the highest
percentage (73.68%, p <0.0001), self-punishment (84.21%, p <0.0001) and migraine
(Table 7); There was a significant association between standards excessive of hard
performance variable (56.52%, p <0.0014) and female subjects (Table 12).
Conclusion: People with migraine have psychological profile of being overly
demanding and self-punishment and this way of being seems to be more common in
women.

Key words: Headache, Multiple Personality Disorder, Behavior.


LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Variáveis gênero e faixa etária segundo o grupo 28

Tabela 2 – Avaliação dos esquemas iniciais desadaptativos relacionados ao 29


domínio desconexão e rejeição segundo o grupo

Tabela 3 – Avaliação dos esquemas iniciais desadaptativos relacionados ao 29


domínio de autonomia prejudicada segundo o grupo

Tabela 4 – Avaliação dos esquemas iniciais desadaptativos relacionados ao 30


domínio de limites prejudicados segundo o grupo

Tabela 5 – Avaliação dos esquemas iniciais desadaptativos relacionados ao 30


domínio de orientação para o outro segundo o grupo

Tabela 6 – Avaliação dos esquemas iniciais desadaptativos relacionados ao 31


domínio de supervigilância e inibição segundo o grupo

Tabela 7 – Avaliação dos esquemas iniciais desadaptativos relacionados ao 31


domínio de desconexão e rejeição segundo o gênero

Tabela 8 – Avaliação dos esquemas iniciais desadaptativos relacionados ao 32


domínio de autonomia prejudicada segundo o gênero

Tabela 9 – Avaliação dos Esquemas iniciais desadaptativos relacionados ao 32


domínio limites prejudicados segundo o gênero

Tabela 10 – Avaliação dos Esquemas iniciais desadaptativos relacionados ao 33


domínio de orientação para o outro segundo o gênero

Tabela 11 – Avaliação dos Esquemas iniciais desadaptativos relacionados ao 33


domínio de supervigilância e inibição segundo o gênero
LISTA DE SIGLAS

EID’s – Esquemas Iniciais Desadaptativos

SNC – Sistema Nervoso Central

SM – Sensório Motor

EPO – Estágio Pré- Operatório

EO – Estágio Operatório

EOC – Estágio Operatório Concreto

EOF – Estágio Operatório Formal

TE – Terapia do Esquema

TCC – Terapia Cognitivo Comportamental

CC – Crença Central

CN – Crença Nuclear

CI – Crença Intermediária

CTNR – Cérebro e Tecnologia Neurofeedback Recife

YSQ-S3 – Questionário de Esquemas Iniciais Desadaptativos


14

1 INTRODUÇÃO
15

1 INTRODUÇÃO
Um dos principais objetivos do profissional da área de saúde é aliviar ou
extinguir dores agudas e/ou crônicas dos pacientes. Contudo, mesmo diante do
uso adequado de algumas técnicas, as diferentes formas de expressão da
sensação da dor entre os indivíduos, ainda parece ser um grande desafio para
a interpretação da eficácia do processo de cura, dificultando até a percepção
do término do tratamento (FLEMING-MCDONNELL et al., 2010).
Do ponto de vista fisiológico, o conhecimento sobre a diferença entre os
circuitos periféricos e centrais da dor parece, apenas, dar subsídio para o
entendimento das diferenças entre as percepções das dores agudas e crônicas
respectivamente (BASBAUM; JESSEL, 2003).
Na periférica, ocorre liberação de substâncias como a bradicinina,
prostaglandinas, leucotrienos, substância P, serotonina e acetilcolina. Essas
substâncias atuam em populações diferentes de neurônios, reduzindo o limiar
de ativação dos nociceptores (LEITE et al., 2012).
Na sensibilização central, os neurônios do corno dorsal têm suas
respostas aumentadas, após estimulação repetida de fibras C, que liberam
glutamato e estimulam os receptores do tipo N-metil-D-aspartato (NMDA)
nestes mesmos neurônios até atingir o tálamo (BASBAUM; JESSEL, 2003).
O entendimento do mecanismo de fisiopatogenia da dor supracitado
parece ainda não explicar as diferentes respostas que envolvem a intensidade
da reação a dores que perpassam por um mesmo circuito em diversos
pacientes, permitindo-se observar um sujeito com dor aguda que pouco se
manifesta e outro sujeito que demonstra a sensação de dor acompanhada de
muito sofrimento, expresso por gritos retumbantes (KASHIKAR-ZUCK;
GOLDSCHNEIDER, 2010).
Assim, a grande problemática para quem atende pacientes com
migranea ainda parece envolver os diferentes comportamentos relativos às
sensações da intensidade da dor. Há achados na literatura (VLAEYEN;
LINTON 2000; WOBY et al., 2007), baseando-se no modelo cognitivo de medo,
advindo da necessidade de evitar a dor (RODRIGUES et al., 2012). Contudo, a
impressão que se tem, é que esta perspectiva ainda não responde à questão
de como ajudar esse paciente a minimizar seu sofrimento. Nesse contexto,
parece ser relevante entender a origem das diferentes expressões das
16

sensações que, muitas vezes, permite ao fisioterapeuta experimentar uma


sensação de fracasso diante de diversas e cansativas manobras no processo
de recuperação (KASHIKAR-ZUCK; GOLDSCHNEIDER, 2010).
Nesse sentido, pensou-se neste estudo em uma postura interdisciplinar
de se entender aspectos psicológicos, não para fazer clínica, mas, para
enxergar o paciente como um todo e poder encaminhá-lo para tratamento na
esfera da psique, caso sua demanda já não perpasse mais pelos circuitos
neurofisiológicos da percepção da dor.
Nessa busca literária interdisciplinar, Young (2003), parece dar maior
suporte a estes propósitos. Ele estabelece que as pessoas interiorizem
pensamentos na infância, que se tornam partes integrantes da sua estrutura de
personalidade e que, na idade adulta, pode lhes possibilitar adaptação ou
desadaptação social (TEIXEIRA, 2010).
Young (2003) acrescenta que, para existir pensamento, é necessário
haver redes neurais em pleno funcionamento e, cada rede neural, acomoda um
tipo de pensamento que são modulados por pequenas cadeias de proteínas
denominadas peptídeos. Dessa forma, a maneira de pensar e agir sobre o
mundo mobiliza ações neuroquímicas, porque, para cada tipo de pensamento,
o hipotálamo libera neuropeptídios que possibilitam sinapses móveis de curto
ou longo prazo (HERRON, 2010).
Estas redes neurais contemplam as formas de pensar e agir dos seres
humanos e Young (2003) denominou esse conjunto complexo de esquemas
iniciais que, segundo ele, podem ser adaptativos ou desadaptativos. Após
longos anos de estudos, Young construiu uma escala para identificar nos
sujeitos os esquemas iniciais desadaptativos (EIDs) que podem ser
modificados em sessões de psicoterapia (TEIXEIRA, 2010).
Nesse sentido, este estudo se propõe investigar a participação dos
esquemas iniciais desadaptativos (EIDs) na percepção da dor em pacientes,
sobretudo, com migrânea, por se tratar de, não somente, ser uma dor de
cabeça, mas, uma doença ativa e incapacitante classificada pela Sociedade
Brasileira de Cefaleia e ainda por ser um fator de risco para lesões cerebrais
(BIGAL, 2011).
17

2 REVISÃO DE LITERATURA
18

2 REVISÃO DE LITERATURA:

2.1 MIGRÂNEA
A cefaleia é um sintoma preocupante para os profissionais da saúde e
familiares por ser um sinal indicativo de patologias potencialmente graves,
tendo como exemplo infecções do sistema nervoso central (SNC), hemorragias
intracranianas, tumores do encéfalo, hidrocefalia (ALENTORN et al., 2016;
WARD et al., 2001). É muito frequente na infância e na adolescência, podendo
ser dividida em primárias e secundárias. As primárias são aquelas que não
apresentam uma causa definida, enquanto que as secundárias são causadas
por patologias orgânicas específicas, de origem intracraniana, ou devido a
doenças sistêmicas (MARTINS et al., 2010).
A migrânea ou enxaqueca é caracterizada por manifestação álgica de
moderada a forte intensidade, sendo frequentemente incapacitante para o
indivíduo e suas atividades diárias, onde é acompanhada por sintomas de
náuseas e vômitos, em algumas vezes de manifestações neurológicas
transitórias (hemianopsia, parestesia, paresia, ataxia, que caracterizam a aura
enxaquecosa) e fotofobia e Fonofobia (MAIN et al., 1997).
É definida como cefalalgia primária, comumente pulsátil, unilateral,
moderada a grave, associada à fotofobia, agravada por esforços,
frequentemente causando náuseas ou vômitos, durando entre 4 a 72 horas
(OLESEN e STEINER, 2004). Na medida em que existe uma disfunção cortical
focal com duração menor que sessenta minutos a cefalalgia, então se designa
de migrânea com aura (LIPTON et al., 2004). Quando tais disfunções corticais
não acontecem, se designa a migrânea sem aura (IERUSALIMSCHY e
MOREIRA FILHO, 2002; OLESEN e STEINER, 2004).
As crises de migrânea podem ser desencadeadas por diversos fatores e,
na maioria das vezes, múltiplos para um mesmo paciente, como exemplo o
estresse, alterações hormonais (período ovulatório ou peri-menstrual,
menopausa e terapia de reposição hormonal), privação ou excesso de sono,
jejum prolongado, ingestão de determinados alimentos ou bebida alcoólica
(jejum prolongado ou ingestão de determinados alimentos, aditivos alimentares
ou excesso de bebida alcoólica) e esforço físico (ato sexual, tosse, espirro,
19

evacuação e levantamento de peso) (CALHOUN, 2004; HUGGENBERGER et


al., 2016; PANCONESI, 2008).
Além desses fatores, existem também os estímulos sensoriais, como a
luminosidade, barulho e odor que podem, também, desencadear a enxaqueca
(STANKEWITZ e MAY, 2011; WOODHOUSE e DRUMMOND, 1993).
A prevalência da Migrânea, que é uma doença neurológica crônica, é de
15,2%, no Brasil, sendo definida como uma reação neurovascular anormal que
ocorre em um organismo geneticamente vulnerável. Caracterizando-se, por
episódios recorrentes de enxaqueca e manifestações associadas, dependentes
de fatores desencadeantes, como por exemplo, a náusea ou vômitos, fotofobia,
fonofobia, tontura e osmofobia. Onde, no entanto apenas náusea e/ou vômitos,
fotofobia e fonofobia integram os critérios diagnósticos de migrânea
(SILBERSTEIN, 1995; SPECIALI, 1997).
2.2 TEORIA DO ESQUEMA:
A primeira pessoa a cunhar o termo “esquema” no âmbito da
comunidade científica foi o Suíço Jean Piaget (MOREIRA, 1997), quando
apresentou a sua Teoria Cognitivista de acordo com critérios metodológicos
explicativos, após a publicação de 200 artigos exploratórios, estudando e
descrevendo o desenvolvimento cognitivo humano (PAPALIA e FELDMAN,
2013). A pergunta que norteou suas pesquisas foi: como os homens constroem
conhecimento (DE PÁDUA, 2009)?
Depois de quase exaurir estudos, envolvendo abstrações empíricas e
reflexivas a respeito do desenvolvimento humano, Piaget demonstrou que
existem “esquemas mentais” específicos desenvolvidos “no seu tempo” para
entendimento dos fenômenos que vivenciamos nas diversas etapas da vida,
que ele os denominou de estágios ou períodos (TERRA, 2010).
Seus estudos foram, extremamente, relevantes na compreensão de pais
e Educadores no sentido de conter suas fúrias de forçar uma criança com 8
anos de idade a entender o significado das incógnitas por exemplo. Em outras
palavras, dizia-se: acalmem-se. Elas ainda não têm “esquemas” para entender
esse contexto. Foi assim que Piaget descreveu as etapas (estágios) de
entendimentos de acordo com a ativação dos esquemas correspondentes à
sua faixa etária (DE MACEDO, 1994).
20

O primeiro estágio ele chamou de sensório-motor (0 a 2 anos), esse


período de desenvolvimento, Piaget nomeou de inteligência prática, porque,
ainda não se desenvolveu a linguagem, mas, graças as experiências práticas
desse estágio, que a criança forma um esquema mental mais amplo para o
próximo estágio, que Piaget denominou de pré-operatório (2 a 7 anos) (ABREU
et al., 2010). No período pré-operatório, a criança já é capaz de se comunicar
por meio da linguagem verbal, de representar mentalmente (imaginar), começa
a entender os aspectos da moralidade (PIAGET, 1994), mas ainda não faz
grandes operações mentais (pensamento rígido e inflexível) e ainda não
desenvolveu a capacidade de empatia (colocar-se no lugar do outro). Em
seguida, Piaget apresentou o próximo estágio de desenvolvimento humano que
ele chamou de operatório, dividindo-o em concreto (7 a 11 anos) e formal (12
anos em diante) (DE CAMARGO, 2013). No operatório concreto, a criança já é
capaz de entender aspectos de inclusões de classes, como rosas e
margaridas, contudo, sua lógica e raciocínio ainda funcionam de modo
elementar, apenas a partir da manipulação de objetos concretos. No operatório
formal, já se espera um amplo desenvolvimento de esquemas mentais que
possibilitem a compreensão de incógnitas e de pensamentos complexos
hipotético dedutivo (CHAKUR et al., 2004). É claro que, se estimulado pela
família.
Mas afinal, o que são esquemas? Nesse sentido, é o resultado da
interação entre o biológico (ativação de redes neuronais) com o ambiente
(conceitos aprendidos na família e na escola). A forma que se pensa, percebe
e que se entende o mundo depende da ativação dessas redes neuronais
(esquemas), que formam a “identidade” de cada sujeito (YOOSEFI et al.,
2016).
É claro que essa identidade pode mudar, desde que a pessoa não tenha
sido constituída como sujeito social com transtorno de personalidade
(PETROCELLI et al., 2001), cuja característica principal é a “inflexibilidade”,
que é uma resistência muito forte a mudanças necessárias as adaptações
durante a vida (AK et al., 2012).
O que leva um sujeito a adquirir transtorno de personalidade? São
esquemas iniciais desadaptativos (EIDs) (AK et al., 2012). Iniciais, porque são
interiorizados na infância e desadaptativos, porque, causa transtorno na
21

adaptação das pessoas que os adquire. E, se mantidos, podem evoluir para um


transtorno de personalidade (JOVEV e JACKSON, 2004).
Young et al. (2003) acredita que o temperamento emocional interage
com eventos infantis na formação de esquemas, e que, portanto, diferentes
temperamentos expõem seletivamente a criança à diferentes circunstâncias da
vida.
Dessa forma, a partir do que o indivíduo experiencia, observa e aprende,
ao longo da infância e adolescência, um conjunto de crenças (BECK e
WEISHAAR, 1989) são construídas a respeito do próprio sujeito e das suas
relações com os outros, formando um padrão cognitivo estável e duradouro
que norteia seu funcionamento no mundo (CSUKLY et al., 2011).
As crenças estão inseridas nessas estruturas estáveis chamadas
“esquemas” que selecionam e sintetizam os dados, para então desencadear
uma série de estratégias de enfrentamento (DOZOIS e BECK, 2008).
Young et al. (2003) classificaram os esquemas em adaptativos ou
desadaptativos (também chamados mal adaptativos ou disfuncionais). Os
esquemas adaptativos originam-se de vivências precoces percebidas como
positivas e que, ao serem acionadas, contribuem para o enfrentamento e a
resolução satisfatória das questões da vida (BOSSA e LOPES, 2014). Os
esquemas mal adaptativos, por sua vez, têm sua origem nas vivências
precoces percebidas como dolorosas, podendo gerar interações perturbadas
na vida atual (YOUNG et al., 2003).
Assim, os esquemas que vão aparecendo na infância e que foram
chamados por Young de Esquemas Iniciais Desadaptativos (EIDs), estariam no
centro dos Transtornos de Personalidade, sendo rígidos e difíceis de ser
modificados (KRUEGER et al., 2011).
Young et al. (2003) relacionam o início dos EIDs a temas extremamente
estáveis e duradouros, que foram desenvolvidos durante a infância do indivíduo
e foram sendo elaborados ao longo da vida, tornando-se recorrentes e
disfuncionais em um grau significativo, nos quais são ativados por
acontecimentos ambientais acentuados e relacionados a altos níveis de afeto
(KRUEGER et al., 2011). Com isso, os esquemas lutam para permanecerem
ativos, e embora causem sofrimento, eles são admitidos pelo paciente,
22

tornando-se confortáveis, fazendo o indivíduo se sentir bem devido ao


funcionamento vicioso de anos (JOVEV e JACKSON, 2004).
A razão pelo qual os esquemas são de difíceis mudanças é que os
indivíduos se sentem atraídos por momentos que ativem e se identifiquem com
seus esquemas, fazendo com que eles considerem os esquemas como
verdadeiros e influenciem a maneira como a pessoa pensa, sente, age e se
relacionam com os outros (YOUNG et al., 2003). Onde, estas táticas são
constituídas e mantidas com o objetivo de adaptação evolutiva, que foram
originados geneticamente para desempenhar funções relacionadas à
sobrevivência e à reprodução, favorecidas pelos processos de seleção natural
(TEIXEIRA, 2010).
As diferenças entre os transtornos estão no conteúdo dos esquemas e
crenças mal adaptativas e nas interpretações enviesadas associadas a cada
transtorno. É dado destaque ao papel da mediação cognitiva nas respostas
comportamentais e afetivas, já que variáveis cognitivas são importantes
determinantes das disfunções emocionais (STERNBACH et al., 1992).
A Terapia do Esquema (TE) surgiu com o intuito de resolver estes
problemas como, por exemplo, a rigidez nas crenças, os pensamentos dos
pacientes e a sua desconexão entre a patologia e os ambientes parentais
(BALL, 1998). Com isso, se identifica um nível mais aprofundado de cognição
denominado Esquema Inicial Desadaptativos (EID), como padrões emocionais
e cognitivos autoderrotistas, iniciados na infância desde cedo e repetidos ao
longo da vida (NORDAHL e NYSÆTER, 2005).
A TE de Jeffrey Young analisa elementos do tipo cognitivo-
comportamental, psicanalítica, construtivista, da Gestalt, do Apego e de
relações objetais em um modelo conceitual rico e unificador. Sendo,
atualmente, apropriada a pacientes com transtornos psicológicos crônicos, que
são considerados difíceis de tratar (BAMELIS et al., 2014). Com isso, permite
expandir a TCC clássica ao focar na investigação das origens infantis e na fase
da adolescência, dos problemas psicológicos, à técnica emotiva, à relação do
terapeuta com o paciente e aos modos desadaptativos de enfrentamento
(ROTHBAUM et al., 2000).
Com isso, os objetivos das terapias dos esquemas visam auxiliar o
paciente a diminuir ou abolir os estilos de enfrentamento desadaptativos,
23

voltando a se encontrar com seus sentimentos básicos. Desta forma,


possibilitando a cura dos seus EIDs fornecendo o aprendizado de como lidar
com seus modos de esquemas autodestrutivos, para obter as suas
necessidades emocionais básicas em sua vida cotidiana (YOUNG et al., 2003).

2.3 ESQUEMAS INICIAIS DESADAPTATIVOS


Os EIDs são caracterizados como padrões emocionais e cognitivos
desadaptativos que tendem a se repercutir ao longo da vida, configurando
assim, processos de funcionamento da personalidade que proporcionem a
interação do indivíduo com a realidade (SANTOS, 2005). Onde, na sua grande
maioria, são acionados pela vivência de experiências desagradáveis que
impossibilitam o preenchimento de suas necessidades emocionais essenciais
ao ser humano. Embora nem todos os esquemas apresentem traumas em sua
origem, esses padrões de funcionamento são destrutivos e autores de
sofrimento (CAZASSA e OLIVEIRA, 2008).
A psicoterapia cognitiva estabelece que os indivíduos atribuam
significados a acontecimentos, pessoas, sentimentos e demais aspectos de
sua vida e, com base nisso, comportam-se de determinada maneira,
construindo diferentes hipóteses sobre o futuro e sobre sua própria identidade
(MACHADO et al., 2005). Assim, as pessoas reagem de diversas formas a uma
situação específica, podendo chegar a conclusões variadas (POWELL et al.,
2008).
Segundo Judith Beck (BECK, 2007), a psicopatologia é resultante de
significados mal-adaptativos que o sujeito constrói em relação a si, ao contexto
ambiental (experiência) e ao futuro (objetivos), que juntos formam a tríade
cognitiva. Aaron Beck verificou então que alguns tipos de pensamentos
automáticos distorcidos ou disfuncionais tinham uma associação específica
com determinados transtornos psiquiátricos.
As distorções cognitivas ou erros cognitivos, que produzem
pensamentos disfuncionais podem ocorrer no âmbito das crenças ou
esquemas e se manifestam, sobretudo, através dos pensamentos automáticos
distorcidos (OLIVEIRA, 2011), assim os processamentos das informações
realizados acerca do mundo se estruturam progressivamente, constituindo uma
24

instância maior de crenças ou esquemas, as quais orientarão demais


processamentos (GONÇALVES e PEREIRA, 2009).
As crenças centrais (CC) ou nucleares (CN) são concepções
fundamentais acerca de si, dos outros e futuro, têm caráter inflexível e diz
respeito a um determinado conteúdo. Já as crenças intermediárias (CI) são
regras de comportamento e pressupostos sobre a forma de se comportar,
baseados na existência dos conteúdos das crenças nucleares (DUARTE et al.,
2008; MATOS e DE OLIVEIRA, 2014).
Os esquemas são estruturas internas duráveis que se destinam a
armazenar e organizar ideias, experiências, para que venham a ter significado,
determinando assim a percepção e conceito dos fenômenos (LOURENÇO e
PADOVANI, 2013).
O termo esquema não é exclusivo das ciências cognitivas. Durante o
estoicismo, os filósofos se utilizaram dessa nomenclatura na designação de um
dos princípios da lógica, o esquema de inferência (MÁRSICO, 2003). Kant
também fez uso dessa palavra, assim como a geometria, a educação, a análise
literária, programas de computadores, entre outros, que utilizavam o conceito
de esquema em referência a uma estrutura, uma armação ou conformação
(SUZUKI, 2008).
A noção de esquema como um constructo cognitivo passou a ser
difundida por Bartlett há mais de 80 anos, foi utilizada por Piaget na década de
30, no século passado, continuou a ser utilizada extensamente durante 1970
pela psicologia cognitiva e social e também foi restabelecida ao uso por Beck a
partir de 1964 (OLIVEIRA et al., 2013).
Segundo (BECK, 1967, p. 283):
Um esquema é uma estrutura cognitiva que filtra, codifica e avalia os
estímulos, aos quais, o organismo é submetido... Com base na matriz de
esquemas, o indivíduo consegue orientar-se em relação ao tempo e espaço e
categorizar e interpretar experiências de maneira significativa.
Os esquemas são representações únicas construídos na interação do
indivíduo com o ambiente, que podem conter conjuntos sobrepostos, o que
pode ocasionar a ativação de vários esquemas a partir do input de um único
esquema, além disso a ativação de uma parte do esquema implica na
manifestação de toda a sua totalidade (DUARTE et al., 2008).
25

Há estudo na literatura (YOUNG et al., 2003), demonstrando que tais


implicações podem comprometer a estrutura de vida dos indivíduos,
principalmente no que se refere aos esquemas iniciais que podem ser
estabelecidos enquanto criança ou até mesmo em ocasiões posteriores da
vida, podendo ser descrito como adaptativo ou desadaptativo (DUARTE et al.,
2008).
No entanto, as formas iniciais desadaptativas parecem surgir por
ocorrências e enfrentamentos dos problemas, tais como: repressão doméstica
em função de uma educação rígida e repressora, na qual não houve
possibilidade de expressar suas emoções de maneira livre, onde os sujeitos
são geralmente tristes e introvertidos, com regras internalizadas
excessivamente rígidas, autocontrole e pessimismos exagerados e uma
hipervigilância para possíveis eventos negativos, podendo levar o sujeito a
sofrimento emocional, psicológico, evoluir com depressão e ansiedade
(PERES, 2008).
Contudo, as pessoas que apresentam esquemas iniciais desadaptativos,
provavelmente tiveram uma vida de sofrimento durante a infância ou mesmo na
fase adulta, derivado de desamparo, abandono, renúncia, negligência, rejeição,
agressões verbais e físicas. No qual, muitos dos casos a consequência seja o
sofrimento, que parece ser repetida, proporcionando que os indivíduos se
sintam atraídos pelos episódios e ativem os esquemas iniciais desadaptativos
(BOSCARDIN e KRISTENSEN, 2011).
Os esquemas iniciais desaptativos são estruturas internas duráveis que
se destinam a armazenar e organizar ideias, experiências, para que venham a
ter significado, determinando assim a percepção e conceito dos fenômenos
(BECK, 1964).
De acordo com (BECK, 1967) um esquema pode ser uma estrutura
cognitiva com o propósito de filtrar, codificar e avaliar os estímulos, em que o
organismo é subordinado, tendo como suporte a matriz de esquemas. Neste
contexto, o sujeito consegue se orientar em relação ao tempo e ao espaço,
categorizando e interpretando as experiências de forma significativa.
Neste contexto, percebe-se que os esquemas são representações
únicas construídas na interação do indivíduo com o ambiente, que podem
conter conjuntos sobrepostos, podendo ocasionar a ativação de vários
26

esquemas a partir do input de um único esquema, ainda mais, pode levar a


ativação de uma parte do esquema, implicando na manifestação de toda a sua
totalidade (EYSENCK et al., 1994).
Os EIDs representam crenças incondicionais em relação a si mesmo
(autoconceito), são resistentes a mudança, são disfuncionais e recorrentes, e
em geral são ativados por acontecimentos ambientais emocionalmente
relevantes (YOUNG et al., 2003).
Young identificou 18 EIDs organizados em 5 domínios de esquemas
associados, como mostrado a seguir: O primeiro domínio denominado de
Desconexão e Rejeição está relacionado aos esquemas de abandono,
desconfiança, privação emocional, vergonha e isolamento, ou seja, a falta de
ambiente seguro, carinho, aceitação e respeito (BAKHSHI BOJED e
NIKMANESH, 2013).
O segundo domínio se refere a Autonomia e Desempenho Prejudicados,
no qual está relacionado aos esquemas de dependência, vulnerabilidade,
emaranhamento e fracasso, assim como associados à falta de capacidade de
se separar, sobreviver, ser independente e abalo da confiança em si (SHOREY
et al., 2015).
O terceiro domínio são os Limites Prejudicados, onde são apresentados
vinculados aos esquemas de merecimento e grandiosidade, autocontrole e
autodisciplina insuficiente, ou seja, a falta de direção, disciplina, limites e metas
(TRINCAS et al., 2014).
O quarto domínio, Orientação para o Outro, no qual se constitui como
sendo esquema de subjugação, autosacrifício, onde o indivíduo vai em busca
de aprovação e reconhecimento, surgindo, desta forma, quando há um foco
excessivo nos desejos e sentimentos dos outros (LAVERGNE et al., 2015).
Já o quinto domínio é o de Supervigilância e Inibição são os esquemas
de negativismo e pessimismo, inibição emocional, padrões inflexíveis e caráter
punitivo, os quais são caracterizados pela necessidade de seguir regras,
esconder emoções, relaxar, estabelecer relacionamentos íntimos e evitar erros
(HAWKE et al., 2011; LAVERGNE et al., 2015).
27

3 HIPÓTESES
28

3 HIPÓTESES:

3.1 Pacientes com migrânea de ambos os gêneros apresentam esquemas


iniciais desadaptativos de negativismo e pessimismo.
3.2 Pacientes com migrânea do ambos os gêneros apresentam esquemas
iniciais desadaptativos de padrões excessivo rígidos de realizações.
3.3 Pacientes com migrânea do ambos os gêneros apresentam esquemas
iniciais desadaptativos de caráter punitivo.
3.4 Pacientes com migrânea do ambos os gêneros apresentam esquemas
iniciais desadaptativos de inibição emocional.
29

4 OBJETIVOS
30

4 OBJETIVOS:

4.1 GERAL:

Avaliar se a participação dos Esquemas Iniciais Desadaptativos (EIDs)


na percepção da dor em pacientes com migrânea é um apenas um perfil
psicológico ou uma indicação de transtorno de personalidade.

4.2 ESPECÍFICOS:

4.2.1 Identificar:
4.2.2 Se há associação entre o grupo estudado (migrânea) com gênero
ou faixa etária;
4.2.3 Se há associação entre o grupo estudado (migrânea) com todos
os Esquemas Iniciais Desadaptativos separados por domínios (desconexão e
rejeição, autonomia prejudicada, limites prejudicados, orientação para o outro e
supervigilância e inibição).
31

5 MATERIAIS E MÉTODOS
32

5 SUJEITOS e MÉTODOS

5.1 DESENHO DO ESTUDO


Trata-se de uma pesquisa de corte transversal, quanti-qualitativa
(abordagem), básica (nível de investigação), exploratória (objetivos), estudo de
caso / ex-post-facto (procedimentos de coleta) e de campo (fontes).

5.2 LOCAL DO ESTUDO


Estes indivíduos eram pacientes da clínica Cérebro e Tecnologia
Neurofeedback Recife (CTNR) / CNPJ: 21.412.522/0001- 70, localizada na
Galeria Piedade Center – Loja 208, na Av. Zequinha Barreto, 384, Piedade -
Jaboatão dos Guararapes/PE, Brasil, CEP: 54.400-090. Estes clientes já
estavam em treinamento cerebral no CTNR e que chegaram a clínica já com
diagnósticos médicos para este tratamento auxiliar de autoneuroregulação
(neurofeedback).

5.3 POPULAÇÃO DO ESTUDO


Os sujeitos foram avaliados, sendo divididos em grupos no total de 65
sujeitos de ambos os gêneros, sendo 19 do gênero masculino e 46 do gênero
feminino. No qual, foram submetidos às avaliações pelo questionário de
Esquemas Iniciais Desadaptativos (YSQ-S3) na sede do CTNR, sob condições
padrão, em sala, com ar condicionado, à temperatura de 22 o ± 2°C. Foram
incluídos na pesquisa (critérios de inclusão) os sujeitos de ambos os gêneros
acometidos de migrânea e foram excluídos (critérios de exclusão) os sujeitos
com idades inferiores a 18 anos ou superiores a 60 anos, seguindo o critério de
idade do próprio processo de validação do YSQ-S3 para a língua Portuguesa
(PINTO GOUVEIA et al., 2005).

5. 4 AMOSTRAGEM DOS SUJEITOS

Os sujeitos foram divididos em 7 (sete) grupos, sendo 2 pela morbidade


estudada (migrânea), 2 por gênero e 3 por faixa etária:

Grupo por Morbidade:


33

Indivíduos sem migrânea (CONTROLE), n = 27 e indivíduos com


migrânea (Migrânea), n = 38;

Grupo por morbidade

(CONTROLE) (Migrânea)
n = 27 n = 38

Grupo por Gênero:

Indivíduos do gênero masculino (Masculino), n = 19 e indivíduos do


gênero feminino (Feminino), n = 46;

Grupo por gênero

(Masculino) (Feminino)
n = 19 n = 46

Grupo por faixa etária:

Indivíduos com idades entre (18-29 anos), n = 34;

Indivíduos com idades entre (30-39 anos), n = 14;

Indivíduos com idades entre (40-55 anos), n = 17.

Grupo por faixa etária

Indivíduos com idades Indivíduos com idades Indivíduos com idades


entre (18-29 anos) entre (30-39 anos) entre (40-55 anos)
n = 34 n = 14 n = 17

5.4.1 Critérios e Procedimentos para Seleções dos Sujeitos


34

Este trabalho foi aprovado pela Comissão de Ética em Pesquisa da


Universidade Federal de Pernambuco, UFPE, nº 1.383.600, (Anexo A),
homologado em 05 de janeiro de 2016.
Antes das coletas de dados, todos os sujeitos avaliados preencheram o
termo de consentimento livre e esclarecido (TCLE) (Anexo B) e todas as
mulheres asseguraram, no dia da avaliação, não estarem no período pré-
menstrual e no período prodrômico da migrânea.
Todas as avaliações, correlação e interpretação dos Testes Psicológicos
foram realizadas em parceria e sob orientação de um profissional Psicólogo,
Professor Dr. Valdenilson Ribeiro Ribas, registro CRP 11.797, de acordo com
as diretrizes do Conselho Federal de Psicologia no Brasil. Vale ressaltar que
não foram as análises estatísticas e sim todas as manipulações com os Testes
Psicológicos, tendo em vista que no Brasil, só quem pode aplicar Teste
Psicológico é um profissional psicólogo, de acordo com a resolução do
Conselho Federal de Psicologia Nº 25/2001.
5.4.1.1 Questionário de Esquemas Iniciais Desadaptativos (YSQ-S3)

O Questionário YSQ-S3 é um instrumento de autorelato que objetiva


avaliar 18 EIDs, considerados como centrais na cognição humana. Composto
por 90 itens, que são classificados em uma escala tipo Likert de seis pontos (1
= completamente falso, 2 = falso na maioria das vezes, 3 = ligeiramente mais
verdadeiro do que falso, 4 = moderadamente verdadeiro, 5 = verdadeiro na
maioria das vezes, 6 = descreve-me perfeitamente) para pontuação de acordo
como os entrevistados avaliam cada item pelos sentimentos e crenças sobre si
mesmos e os outros. Escores totais dos cinco itens para cada esquema são
somados utilizando o instrumento YSQ-S3 Scoring Key. Soma igual ou superior
a 15 foi considerado como EID presente no paciente (KELLOGG e YOUNG,
2008).

Os 18 EIDs avaliados pelo questionário são: Abandono e Instabilidade,


Desconfiança/abuso, Privação emocional, Defectividade/vergonha, Isolamento
social/alienação, Dependência/incompetência, Vulnerabilidade à doença,
Emaranhamento/self subdesenvolvido, Fracasso, Merecimento/grandiosidade,
Autocontrole/autodisciplina insuficiente, Subjugação, Auto-sacrifício, busca de
aprovação/reconhecimento, Negatividade/pessimismo, Inibição emocional,
35

Padrão inflexível/crítica exagerada e o esquema de caráter punitivo


(LAVERGNE et al., 2015).

A Terapia Focada nos Esquemas foi elaborada e apresentada por


Jeffrey Young, Janet S. Klosko e Marjorie E. Weishaar (YOUNG JEFFREY;
KLOSKO JANET; WEISHAAR MARJORIE, 2003) e expressa um avanço do
paradigma cognitivo de Aaron Beck, sendo, neste caso, com foco no
tratamento dos transtornos de personalidade (HOFFART LUNDING;
HOFFART, 2016). Eles propuseram que a etiologia dos transtornos de
personalidade está na criação e fortalecimento desses esquemas disfuncionais
de pensamento. É como se as pessoas aprendessem a pensar de forma
errada. Obviamente, entendendo-se o conceito de “certo ou errado” vinculado
diretamente a tudo àquilo que ajuda o ser humano no processo de adaptação
social (VAN ALPHEN et al., 2015).

O pensamento é o resultado de vários esquemas semânticos e de redes


neurais em constantes ativações (BOWERS, 2009). Nesse sentido, é
aprendido. É semelhante a constituição do preconceito que gera a sensação de
ódio. De acordo com Nelson Mandela, ninguém nasce odiando. Aprendemos a
odiar (MANDELA, 2006). Young acrescentou ao modelo original da terapia
cognitiva a possibilidade de identificação dos Esquemas Iniciais
Desadaptativos (EIDs), os quais estabelecem em algumas pessoas formas
distorcidas de compreensão das situações, como se fossem pequenos delírios
(falsas crenças mantidas com convicção). Não obstante, nem todos os
esquemas foram constituídos por traumas, essas formas de entendimento
distorcidas sempre ocasionam muito sofrimento as pessoas (HESSE, 2002).

Nesse sentido, quando não são frutos de traumas, podem advir da falta
de uma comunicação adequada, sobretudo, durante o relacionamento com as
figuras parentais no início da vida, principalmente, se faltar: segurança básica,
afeiçoamento, autonomia, autoestima, autoexpressão e limites reais (YOUNG;
KLOSKO; WEISHAAR, 2003).

Com a meta de investigar os EIDs, Young et al. elaboraram o Young


Schema Questionnaire, o qual possui, além da versão original com 205 itens
36

(YSQ-S1), duas versões reduzidas. Uma na língua inglesa com 75 itens (YSQ-
S2) e a outra validada por Pinto Gouveia, D. Rijo e M. C. Salvador em 2005
para a língua portuguesa com 90 itens (YSQ-S3), sendo que este último foi o
instrumento oficial de investigação deste estudo (RODRIGUES, 2015).
37

6 TRATAMENTO ESTATÍSTICO
38

6 TRATAMENTO ESTATÍSTICO:

Programa estatístico: O programa utilizado foi o SIGMA STAT para


Windows – Versão 8.0 da Jandel Corporation. Os resultados foram analisados
pelo teste qui-quadrado, com p<0,05*, expressos em percentuais e
representados em tabela contingencial.
39

7 RESULTADOS
40

7 RESULTADOS

Observou-se, neste estudo, que houve associação significativa ao nível


de 5% entre a variável gênero e a morbidade estudada, que foi a migrânea,
demonstrando um maior percentual para o gênero feminino (84,21%, p<0,05*)
de pessoas acometidas por migrânea. Entretanto, entre a faixa etária e a
migrânea, não houve associação significativa (Tabela 1).

Tabela 1 – Variáveis gênero e faixa etária segundo o grupo


Grupos comparados
Variável Controle Migrânea Valor de p
n % n %
TOTAL 38/65
27/65

 Gênero p(1) = 0,018*


Masculino 13/27 48,14% 6/38 15,78%
Feminino 14/27 51,85% 32/38 84,21%

 Faixa etária (em anos) p(1) = 0,868


18 a 29 13/27 48,14% 21/38 55,26%
30 a 39 5/27 18,52% 9/38 23,68%
40 a 55 9/27 33,33% 8/38 21,5%
(*): Associação significativa ao nível de 5,0%.
(1): Através do teste Qui-quadrado de Pearson.

Não houve associação significativa entre dos esquemas iniciais


desadaptativos (EIDs) relacionados ao domínio desconexão e rejeição e a
migrânea (Tabela 2).

Tabela 2 – Avaliação dos esquemas iniciais desadaptativos


relacionados ao domínio desconexão e rejeição segundo o grupo
Grupos comparados
Esquema Controle Migrânea Valor de p
n % n %
TOTAL 27/65 38/65

 Privação emocional p(1) = 0,874


> 3,8 4/27 14,81% 4/38 10,52%
Até 3,8 23/27 85,18% 34/38 89,47%
 Abandono p(1) = 0,323
> 3,8 2/27 7,40% 8/38 21,05%
Até 3,8 25/27 92,59% 30/38 78,94%
 Desconfiança abuso p(1) = 0,929
> 3,8 4/27 14,81% 7/38 18,42%
Até 3,8 23/27 85,18% 31/38 81,57%
 Isolamento social/alienação p(1) = 0,448
> 3,8 2/27 7,40% 7/38 18,42%
Até 3,8 25/27 92,59% 31/38 81,57%
 Defeito/impossibilidade de ser p(1) = 0,957
amado
> 3,8 1/27 3,70% 2/38 5,26%
Até 3,8 26/27 96,29% 36/38 94,73%
(*): Associação significativa ao nível de 5,0%.
(1): Através do teste Qui-quadrado de Pearson.
41

Não houve associação significativa entre os EIDs relacionados ao


domínio de autonomia prejudicada e a migrânea (Tabela 3).

Tabela 3 – Avaliação dos esquemas iniciais desadaptativos


relacionados ao domínio de autonomia prejudicada segundo o
grupo
Grupos comparados
Esquema Controle Migrânea Valor de p
n % n %
TOTAL 38/65
27/65

 Dependência/incompetência p(1) = 0,489


> 3,8 1/27 3,70% - -
Até 3,8 26/27 96,29% 38/38 100%
 Vulnerabilidade a doenças p(1) = 0,865
> 3,8 3/27 11,11% 6/38 15,78%
Até 3,8 24/27 88,88% 32/38 84,21%
 Emaranhamento p(1) = 0,269
> 3,8 16/27 3,70% 10/38 5,26%
Até 3,8 16/27 59,25% 23/38 60,52%
 Fracasso p(1) = 0,683
> 3,8 3/27 11,11% 2/38 5,26%
Até 3,8 24/27 88,88% 36/38 94,73%
(*): Associação significativa ao nível de 5,0%.
(1): Através do teste Qui-quadrado de Pearson.

Não houve associação significativa entre os EIDs relacionados ao


domínio de limites prejudicados e a migrânea (Tabela 4).

Tabela 4 – Avaliação dos esquemas iniciais desadaptativos relacionados ao


domínio de limites prejudicados segundo o grupo
Grupos comparados
Esquema Controle Migrânea Valor de p
n % n %
TOTAL 38/65
27/65

 Grandiosidade/superioridade p(1) = 0,574


> 3,8 3/27 11,11% 8/38 21,05%
Até 3,8 24/27 88,88% 30/38 78,94%

 Autocontrole e autodisciplina insuficientes p(1) = 0,929


> 3,8 4/27 14,81% 7/38 18,42%
Até 3,8 23/27 85,18% 31/38 81,57%
(*): Associação significativa ao nível de 5,0%.
(1): Através do teste Qui-quadrado de Pearson.

Não houve associação significativa entre os EIDs relacionados ao


domínio de orientação para o outro e a migrânea (Tabela 5).
42

Tabela 5 – Avaliação dos esquemas iniciais desadaptativos relacionados


ao domínio de orientação para o outro segundo o grupo
Grupos comparados
Esquema Controle Migrânea Valor de p
n % n %
TOTAL 27/65 38/65

 Subjugação p(1) = 0,220


> 3,8 - 4/38 10,52%
Até 3,8 27/27 100% 34/38 89,47%

 Auto-sacrifício p(1) = 0,498


> 3,8 5/27 18,51% 12/38 31,57%
Até 3,8 22/27 81,48% 26/38 68,42%

 Busca de reconhecimento p(1) = 0,360


> 3,8 4/27 14,81% 11/38 28,94%
Até 3,8 23/27 85,18% 27/38 71,05%
(*): Associação significativa ao nível de 5,0%.
(1): Através do teste Qui-quadrado de Pearson.

Houve associação significativa entre a variável domínio de


supervigilância e inibição, especificamente, no esquema inicial desadaptativo
de padrões excessivo rígidos de realização com maior percentual (73,68%,
p<0,0001), autopunição (84,21%, p<0,0001) e migrânea (Tabela 6).

Tabela 6 – Avaliação dos esquemas iniciais desadaptativos relacionados ao domínio


de supervigilância e inibição segundo o grupo
Grupos comparados
Esquema Controle Migrânea Valor de p
n % n %
TOTAL 38/65
27/65

 Negativismo/pessimismo p(1) = 0,865


> 3,8 3/27 11,11% 6/38 15,78%
Até 3,8 24/27 88,88% 32/38 84,21
 Inibição emocional p(1) = 0,301
> 3,8 1/27 3,70% 6/38 15,78%
Até 3,8 26/27 96,29% 32/38 84,21%
 Padrões excessivo rígidos de realização p(1)* < 0,0001
> 3,8 5/27 18,51% 28/38 73,68%
Até 3,8 22/27 81,48% 10/38 26,31%%
 Autopunição p(1)* < 0,0001
> 3,8 - - 32/38 84,21%
Até 3,8 27/27 100% 6/38 15,78%
(*): Associação significativa ao nível de 5,0%.
(1): Através do teste Qui-quadrado de Pearson.

Não houve associação significativa entre os EIDs relacionados ao


domínio de desconexão e rejeição e a variável gênero (Tabela 7).
43

Tabela 7 – Avaliação dos esquemas iniciais desadaptativos relacionados ao


domínio de desconexão e rejeição segundo o gênero
Grupos por Gênero
Esquema Masculino Feminino Valor de p
n % n %

TOTAL 46/65
19/65

 Privação emocional p(1) = 0,539


> 3,8 1/19 5,26% 7/46 15,21%
Até 3,8 18/19 94,73% 39/46 84,78%
 Abandono p(1) = 0,784
> 3,8 2/19 10,52% 8/46 17,39%
Até 3,8 17/19 89,47% 38/46 82,60%
 Desconfiança abuso p(1) = 0,676
> 3,8 2/19 10,52% 9/46 19,56%
Até 3,8 17/19 89,47% 37/46 80,43%
 Isolamento social/alienação p(1) = 0,777
> 3,8 1/19 5,26% 5/46 10,86%
Até 3,8 18/19 94,73% 41/46 89,13%
 Defeito/impossibilidade de ser amado p(1) = 0,987
> 3,8 1/19 5,26% 2/46 4,34%
Até 3,8 18/19 94,73% 44/46 95,65%
(*): Associação significativa ao nível de 5,0%.
(1): Através do teste Qui-quadrado de Pearson (1): Através do teste Qui-quadrado de Pearson.

Não houve associação significativa entre os EIDs relacionados ao


domínio de autonomia prejudicada e a variável gênero (Tabela 8).

Tabela 8 – Avaliação dos esquemas iniciais desadaptativos relacionados ao


domínio de autonomia prejudicada segundo o gênero
Grupos por Gênero
Esquema Masculino Feminino Valor de p
n % N %

TOTAL 46/65
19/65

 Dependência/incompetência p(1) = 0,292


> 3,8 1/19 5,26% - -
Até 3,8 18/19 94,73% 46/46 100%
 Vulnerabilidade a doenças p(1) = 0,958
> 3,8 3/19 15,78% 6/46 13,04%
Até 3,8 16/19 84,21% 40/46 86,95%
 Emaranhamento p(1) = 0,522
> 3,8 - - 3/46 6,52%
Até 3,8 19/19 100% 43/46 93,47%
 Fracasso p(1) = 0,894
> 3,8 1/19 5,26% 4/46 8,69%
Até 3,8 18/19 94,73% 42/46 91,30%
(*): Associação significativa ao nível de 5,0%.
(1): Através do teste Qui-quadrado de Pearson.
44

Não houve associação significativa entre os EIDs relacionados ao


domínio de limites prejudicados e a variável gênero (Tabela 9).

Tabela 9 – Avaliação dos Esquemas iniciais desadaptativos relacionados ao


domínio limites prejudicados segundo o gênero
Grupos por Gênero
Esquema Masculino Feminino Valor de p
n % N %

TOTAL 46/65
19/65

 Grandiosidade/superioridade p(1) = 0,676


> 3,8 2/19 10,52% 9/46 19,56%
Até 3,8 17/19 89,47% 37/46 80,43%

 Autocontrole e autodisciplina insuficientes p(1) = 0,849


> 3,8 4/19 21,05% 7/46 15,21%
Até 3,8 15/19 78,94% 39/46 84,78%

(*): Associação significativa ao nível de 5,0%.


(1): Através do teste Qui-quadrado de Pearson (1): Através do teste Qui-quadrado de Pearson.

Não houve associação significativa entre os EIDs relacionados ao


domínio de orientação para o outro e a variável gênero (Tabela 10).

Tabela 10 – Avaliação dos Esquemas iniciais desadaptativos relacionados ao domínio de orientação


para o outro segundo o gênero
Gênero
Esquema Masculino Feminino Valor de p
n % N %

TOTAL 46/65
19/65

 Subjugação p(1) = 0,414


> 3,8 - - 4/46 8,69%
Até 3,8 19/19 100% 42/46 91,30%

 Auto-sacrifício p(1) = 0,999


> 3,8 5/19 26,31% 12/46 26,08%
Até 3,8 14/19 73,68% 34/46 73,91%

 Busca de reconhecimento p(1) = 0,669


> 3,8 3/19 15,78% 12/46 26,08%
Até 3,8 16/19 84,21% 34/46 73,91%

(*): Associação significativa ao nível de 5,0%.


(1): Através do teste Qui-quadrado de Pearson (1): Através do teste Qui-quadrado de Pearson.

Houve associação significativa entre a variável domínio de supervigilância e


inibição, especificamente, no esquema inicial desadaptativo de padrões excessivo
45

rígidos de realização com maior percentual (56,52%, p<0,0,014) e as pessoas do gênero


feminino (Tabela 11).

Tabela 11 – Avaliação dos Esquemas iniciais desadaptativos relacionados ao


domínio de supervigilância e inibição segundo o gênero
Gênero
Esquema Masculino Feminino Valor de p
n % N %

TOTAL 46/65
19/65

 Negativismo/pessimismo p(1) = 0,436


> 3,8 1/19 5,26% 8/46 17,39%
Até 3,8 18/19 94,73% 38/46 82,60%

 Inibição emocional p(1) = 0,654


> 3,8 1/19 5,26% 6/46 13,04%
Até 3,8 18/19 94,73% 40/46 86,95%

 Padrões excessivo rígidos de realização p(1)* = 0,014


> 3,8 7/19 36,84% 26/46 56,52%
Até 3,8 18/19 94,73% 14/46 30,43%
 Autopunição p(1)* < 0,0001
> 3,8 - - 28/46 60,86%
Até 3,8 18/19 94,73% 19/46 41,30%
(*): Associação significativa ao nível de 5,0%.
(1): Através do teste Qui-quadrado de Pearson.
46

8 DISCUSSÃO
47

8 DISCUSSÃO

Este estudo constatou que há associação significativa entre


migrânea e o gênero feminino. Contudo, não se observou o mesmo entre
migrânea e a faixa etária; observou-se também associação entre migrânea,
padrões excessivo-rígidos de realização, autopunição e gênero feminino.

Com relação aos padrões excessivo-rígidos de realização, pode-se


entender como formas de agir continuamente (atitudes) com alto nível de
cobrança de si mesmo (a) e dos outros que, possivelmente, induz a um
comportamento com conteúdo voltado para a crítica, julgamentos e
constantes análises. Essa postura parece exigir mais do cérebro humano,
como se apresentasse maior dificuldade em desligar ou de pensar menos e
viver o agora sem competir, apenas contemplando (MEDEIROS; RIBAS,
2014).

A autopunição parece estar diretamente vinculada a este alto padrão


de exigência e competição (MOOSAVIASSL e MOOSAVI SADAT, 2014).
Que vença o melhor! O indivíduo enxerga o mundo numa visão matemática
binária (zero ou um) ou é forte ou fraco. Não existem eventualidades ou
desculpas. A falha parece ser algo inaceitável e quem a comete merece ser
castigado (punido) pela própria classificação de fraco e que ainda nem
merece uma segunda chance e essa forma de pensar parece ainda ser um
retroalimentador do padrão anterior (excessivo-rígidos de realização)
(MEDEIROS e RIBAS, 2014).

O gênero feminino em maior percentual com os padrões ou perfis


psicológicos encontrados anteriormente, possivelmente, tem relação com as
excessivas cobranças ao papel social mais importante da mulher, que é de
ser mãe, atreladas às compulsórias competições impostas por uma
sociedade machista, trazendo um grande volume de responsabilidade, que
vai desde os cuidados com o lar, perpassando pela obrigatoriedade de
preparar as refeições do marido e dos filhos, independentemente de estar ou
não doente, além de ter que ser uma boa profissional no mercado de
trabalho, condicionando-a a pensar constantemente no bem estar de cada
48

membro da família, como se fosse somente sua responsabilidade (COX e LE


BOEUF, 1977).

Embora, neste estudo, tenha se utilizado as denominações de


padrões excessivo-rígidos de realização e autopunição, que são Esquemas
Iniciais Desadaptativos (EIDs), vinculados ao domínio de supervigilância e
inibição, parece ser relevante esclarecer que esses achados não foram de
EIDs, porque não preencheram os requisitos estabelecidos por (YOUNG et
al., 2003) em seu crivo de correção, cujas médias esperadas para essa
classificação devem ficar acima de 5,0.

Durante o tratamento estatístico, foi possível observar que a tendência


de um resultado significativo nos 65 sujeitos avaliados neste estudo não
indicaria possibilidade de aquisição de Transtorno de Personalidade por
meio de EIDs, porque não havia muitos resultados com médias acima de 5,0.
Assim, convencionou-se um escore médio de valores acima de 3,0 (>3,0)
para cada item do crivo de resposta do YSQ-S3 que possibilitasse
caracterizar, pelo menos, um perfil psicológico.

A escolha desse escore médio se deu, a partir dos relatos de vários


autores (LEE et al., 2015; NILSSON, 2012; SIGRE‐LEIRÓS; CARVALHO;
NOBRE, 2013) que fazem uso do YSQ-S3 em suas clínicas, durante o
processo de investigação que antecede a psicoterapia e apontam o valor do
escore médio 3,0 como sendo um ponto de partida bastante norteador para
se entender a forma de pensar de cada cliente e, sobretudo, a origem da sua
educação de berço por meio dos domínios.

Os padrões excessivo-rígidos de realização e autopunição


encontrados neste estudo, por exemplo, demonstram que estes indivíduos
advêm de uma educação rígida, repressora, na qual não houve possibilidade
de expressar suas emoções de maneira livre. Assim, indivíduos que estão
entre escores de 3,0 e 5,0 podem ainda não terem EIDs, mas, parece haver
uma grande tendência de pensamento de ser exigente demais consigo
mesmos e assim, permitir-se pensar em perfil psicológico ou “jeito de ser” e
não em indicação de transtorno de personalidade (LAVERGNE et al., 2015).
49

Mas, há quem diga que “jeito de ser” esteja relacionado com


transtorno de personalidade. Henri Ey considera algumas pessoas (pessoas
explosivas, teatrais, sistemáticas, meticulosas, obsessivas, cismadas, muito
emotivas e outros tipos difíceis de conviver) portadoras de um Ego
Patológico, caracterizando não apenas um jeito de ESTAR no mundo, mas
sobretudo, um jeito de SER no mundo (EY et al., 1981).

Karl Jaspers afirma não serem normais as personalidades que fazem


sofrer, tanto a pessoa quanto quem a rodeia. Para Jaspers, as
personalidades anormais representam variações não-normais da natureza
humana, as quais podem perfeitamente ser entendidas como Transtornos de
Personalidade (TP). Contudo, “jeito de ser” para este estudo não está nesse
contexto, porque esses sujeitos parecem afetar muito mais, a si mesmos
com os desconfortos da migrânea e, principalmente, por não preencherem
os requisitos para esta classificação (PEREIRA, 2010).

Tudo que é praticado em excesso na vida parece ser prejudicial a


qualquer ser humano, o que pode indicar que esse “jeito de ser” específico
encontrado nos pacientes com migrânea represente um excesso de
preocupação em se comportar da maneira correta com muito rigor e essa
postura, de certa forma, afete o funcionamento da vasoconstricção e
vasodilatação sanguínea, sobretudo, da região cranioencefálica, o que
justifique até, durante o tratamento profilático, a prescrição da Flunarizina
que inibe a vasoconstrição que ocorre na fase prodrômica, impedindo ou
aliviando a vasodilatação que ocorre a seguir (MONTEIRO, 1995).

Esse tipo de postura exagerada dos pacientes que apresentam


migrânea parece ainda possibilitar maior nível de estresse em sua
manifestação psicológica expressa em ansiedade que possibilita o maior
deslocamento do fluxo sanguíneo para o centro do corpo, onde se
concentram os órgãos vitais, como: coração, fígado e rins. Ao passar o
cenário estressante que viabilizou aquele excesso de preocupação por
causa desse perfil psicológico, o sangue, que se concentrava, em sua maior
parte nas circunvizinhanças dos órgãos vitais, agora irá retornar
(SILVERTHORN, 2009).
50

Entre os 97.000 quilômetros de veias, artérias e vasos capilares


(GUYTON et al., 2006), parece que alguns não são irrigados
suficientemente na volta desse fluxo sanguíneo de pessoas com este perfil
psicológico (de ser exigente consigo mesmo e com os outros) ou que esse
excesso de sangue exerça fortes pressões em grande parte dos capilares da
região craniana na volta da região dos órgãos vitais. Assim, a sensação
dolorosa pode provocar uma cascata de reações neuroquímicas, como a
ativação sensitiva axonal reflexa, produzindo a liberação de
neurotransmissores conhecidos por "NANC" ("nonadrenergic,
nonconcholinergic") na periferia (LUNDBERG, 1996). Este mesmo fenômeno
parece existir também nas meninges e seus vasos sanguíneos. Ademais, a
relação funcional das fibras trigeminais com os vasos deu origem à
expressão "sistema trigeminovascular" (MOSKOWITZ, 1984). O estímulo
trigeminal induz vasodilatação e extravasamento de plasma. Este fenômeno,
secundário à liberação dos transmissores mencionados acima, tem sido
considerado na fisiopatologia da migrânea (VINCENT, 1998).

Nesse sentido, a estrutura psicológica das pessoas parece interferir


diretamente na estrutura física como um todo, já que não há dicotomia entre
os aspectos morfológicos (proteínas em forma de matéria celular), funcionais
(proteínas em forma de hormônios, enzimas, respostas imunológicas,
neuropeptídios e neurotransmissores) e comportamentais (MARTINS et al.,
1996).

Assim, a idiossincrasia (maneira de se enxergar o mundo) das


pessoas parece mobilizar respostas celulares que podem levar o indivíduo a
uma vida de prazeres, de sofrimento, longevidade ou morte. Hans Selye, o
primeiro a pesquisar seriamente o stress na década de 1930, em 1936, já
como endocrinologista, estabeleceu o conceito de estresse, como sendo
tudo aquilo que irrita o indivíduo, excita, amedronta ou o faz excessivamente
feliz (SELYE, 1936). A posteriori, demonstrou que o estresse é importante
para a vida. Por isso, estabeleceu uma concepção de estresse positivo e
negativo. No positivo, eustress, o indivíduo tenciona-se, obtendo um nível
suficiente de força para realizar suas atividades diárias e é realimentado
pelos resultados; e no negativo, distress, a pessoa fica pré-disposta a
51

adoecer. Este está relacionado à tensão exagerada, no qual ocorre a


ativação crônica e repetida do eixo hipotálamo-pituitária-adrenal (HPA),
possibilitando a constante elevação hormonal de adrenalina e cortisol
(SELYE, 2013).

Nesse sentido, essa descoberta de Hans Selye parece ser uma das
comprovações mais contundentes para essa relação entre o que se pensa e
suas consequências com o organismo, já que a presença de adrenalina ativa
glucagon, consequentemente, glicose e inibe a insulina, causa midríase,
taquicardia, entre outras reações (JOCA et al., 2003; SELYE, 1982).

No início do próprio conceito de Hans Selye, quando menciona que o


estresse é tudo aquilo que irrita, o leitor pode inferir que o distress não será
observado em todas as pessoas, justamente, porque, a maneira que as
pessoas percebem o mundo são singulares, podendo haver semelhança em
grupos, mas não em um todo. Assim, o que é distress para uma pessoa
pode não ser para outra e essa diferença parece advir da história de vida de
cada indivíduo na construção da sua estrutura de personalidade (WATSON e
PENNEBAKER, 1989).

A estrutura de personalidade de uma pessoa pode protege-la de


distress e de ansiedade e, consequentemente, de psicopatologias (FREUD,
1997). Contudo, se essa estrutura for fragilizada, a probabilidade da
instalação das doenças mentais (depressão ou transtornos ansiosos) parece
ser aumentada. É óbvio que não há uma fórmula pronta para se criar os
filhos. Entretanto, parece imprescindível ter-se a consciência de que é
complexo. Assim, para se fugir dessa complexidade, não adianta adotar um
extremo ou outro ou os dois misturados que pode causar desequilíbrio a
natureza humana (NOGUEIRA e MARCON, 2008).

Atitudes exageradas podem até não causar doenças mentais como


depressão ou transtorno de ansiedade, até porque, existe um nível ideal que
as faz suportar e, fora disso, pode preencher requisitos para transtornos de
personalidade, mas a insistente repetição desses exageros comportamentais
pode afetar o desempenho das respostas neurológicas às situações do dia-
52

a-dia, podendo compor o conjunto da etiologia da migrânea por exemplo


(FELIPE et al., 2010).

Independente de chegar em nível de transtorno de personalidade ou


não, sabe-se que uma postura rigorosa é um extremo e, no caso específico
de pacientes com migrânea, este estudo, muito embora, ainda seja
exploratório, está alertando que a forma de cobrança dos pais não pode ser
um extremo de superproteção e nem outro extremo de cobrar-se sem admitir
a possibilidade de falhar (XAVIER, 2006).

Na infância, as crianças desenvolvem ideias a respeito de si mesmas


sobre outras pessoas e sobre seu mundo e essas ideias foram denominadas
por Aaron Beck como crenças, mas não são crenças religiosas (NEUFELD e
CAVENAGE, 2010). Do ponto de vista científico, a definição operacional de
“crenças” para Beck é acreditar de um jeito específico, independentemente,
de ser lógico-racional ou não. Assim, Beck as subdividiu em crenças centrais
ou nucleares, crenças intermediárias e pensamentos automáticos. As
crenças centrais são duradouras, fundamentais e profundas. A pessoa
considera essas ideias como verdades absolutas sejam contingentes ou
sejam contíguas, não importa. As crenças intermediárias são atitudes, regras
e pressupostos, frequentemente, não articulados e, por último, os
pensamentos automáticos são pensamentos que derivam das crenças
nucleares (DUARTE et al., 2008).

Se a crença nuclear for de que a pessoa é incompetente,


normalmente, a crença intermediária se constituirá da seguinte forma: é
muito desagradável falhar (atitude), a pessoa sempre desiste, quando o
desafio é complexo (em regra) e, frequentemente, pressupõe que se evitar
fazer, ficará bem (pressupostos). Assim, surgem os pensamentos
automáticos vinculados diretamente a crença nuclear, tais como: eu sou
muito burro. Não sou capaz. Eu nunca vou conseguir (BECK, 2007).

Se a crença nuclear do exemplo supracitado for de um paciente com


migrânea, normalmente, quando este confronta seus pressupostos de
desistir, enfrenta-os com muito estresse para não experimentar o
53

desconforto da possibilidade de falhar. Mas, a pergunta é: como começou


essa crença de que é incompetente? Diversas são as hipóteses, contudo, do
ponto de vista didático, parece relevante se destacar duas nesta discussão.
Uma delas seria um tipo de abuso psicológico, onde um parente chama a
criança de burra, quando não entende um assunto específico que esteja
estudando em uma tarefa de casa e a outra hipótese seria quando uma
determinada família elogia a todo instante, mesmo sem contingência,
porque, sente pena da criança (POWELL et al., 2008).

Talvez, mais relevante do que é falado pelos pais aos filhos durante o
processo de educação, sejam suas atitudes (PASQUALI e A DE ARAÚJO,
2012). Diversos são os exemplos que podem nortear pais em suas criações,
sobretudo, se esses pais reconhecerem em si mesmos, possíveis falhas, não
no sentido de buscar culpados, até porque, a o sentimento de culpa pode
levar a depressão. Mas, no intuito de acertar na educação por meio da
ciência minimizando sofrimentos futuros (BARRETO, 1994).

Por isso, este estudo intenta colaborar também numa perspectiva de


possibilitar a diversos profissionais a necessidade, não só de encaminhar
para tratamentos na esfera da psicologia, mas, de se proporcionar uma
postura relativa a uma psicologia preventiva e educativa (CASAL et al.,
1997), e assim até evitar relatos do tipo: “...puxa doutor (a), se eu soubesse
as consequências das minhas atitudes, não teria exagerado com algumas
cobranças...”.

Assim, espera-se que este estudo auxilie diversos profissionais da


área de saúde que lidam com o sintoma da dor dos seus pacientes, dentre
eles, fisioterapeutas e médicos, a partir de resultados originais da esfera psi,
mesmo que ainda exploratórios, e possibilitar-lhes um maior aprofundamento
na subjetividade dos seres humanos na expressão da sua dor.
54

9 CONSIDERAÇÕES FINAIS
55

9 CONSIDERAÇÕES FINAIS:

 Pacientes do gênero feminino parece que são mais acometidas pela

migrânea do que os pacientes do gênero masculino.

 No Domínio de supervigilância e inibição, especificamente, no esquema

inicial desadaptativo de padrões excessivo rígidos de realização e

autopunição, podem ser mais susceptíveis a terem migrânea e

principalmente naquelas pessoas do gênero feminino.


56

REFERÊNCIAS
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66

ANEXO - A
67
68
69
70
71

ANEXO - B
72

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO


(PARA MAIORES DE 18 ANOS OU EMANCIPADOS - Resolução 466/12)

Convidamos o (a) Sr. (a) para participar como voluntário (a) da pesquisa (Esquemas
Iniciais Desadaptativos na percepção da dor em pacientes com migrânea: um perfil
psicológico ou um indício de transtorno de personalidade?), que está sob a
responsabilidade do (a) pesquisador (a) (Ketlin Helenise dos Santos Ribas, Rua
Ibipituba, 149 IPSEP 51350095 – (81)996499828 e ketlin.ribas@yahoo.com.br
(inclusive ligações a cobrar). Também participam desta pesquisa os pesquisadores:(
Isaura Muniz e Andréia Cristina Pereira da Silva ) Telefones para contato: (81-
997260222 e 81-996276199) e está sob a orientação de: Dra. Sandra Lopes de Souza.
Telefone: (81-987402484), e-mail (sanlopesufpe@gmail.com).
Caso este Termo de Consentimento contenha informações que não lhe sejam
compreensível, as dúvidas podem ser tiradas com a pessoa que está lhe entrevistando e
apenas ao final, quando todos os esclarecimentos forem dados, caso concorde com a
realização do estudo pedimos que rubrique as folhas e assine ao final deste documento,
que está em duas vias, uma via lhe será entregue e a outra ficará com o pesquisador
responsável.
Caso não concorde, não haverá penalização, bem como será possível retirar o
consentimento a qualquer momento, também sem nenhuma penalidade.
INFORMAÇÕES SOBRE A PESQUISA:
Descrição da pesquisa: Sua participação é voluntária e se dará por meio deste projeto
que tem como objetivo, avaliar a participação dos esquemas iniciais desadaptativos na
percepção da dor em pacientes com enxaqueca, através de três questionários que
ajudarão no processo de avaliação para a pesquisa, no qual só acontecerá em um só
encontro, aqui mesmo no consultório, com o propósito de ajudar de forma preventiva os
colegas da área de saúde no que se diz respeito à fila de espera e dos pacientes que se
encontram impossibilitados de exercer suas atividades diárias.
Sua identidade será tratada com padrões profissionais de sigilo. Os resultados dos
questionários da pesquisa, serão enviados para você, caso desejar. Seu nome ou o
material que indique a sua participação não será liberado sem a sua permissão. Você
não será identificado(a) em nenhuma publicação que possa resultar deste estudo.
RISCOS diretos para o voluntário: os procedimentos poderão trazer desconforto como
por exemplo: o constrangimento ao se submeter a responder perguntas relacionadas a
alguns sintomas e sensações de seu estado de saúde ou por se submeter à perguntas
pessoais. Como forma de amenizar esse desconforto, todos os procedimentos serão
realizados de forma individual e em ambiente previamente acordado.
BENEFÍCIOS : Não estão previstos benefícios diretos, entretanto como beneficio
indireto, ao ser feita a avaliação no Questionário que detectará os Esquemas Iniciais
Desadaptativos, o resultado final, possivelmente, contribuirá em investigação e futuras
sugestões que ajudem aos colaboradores em decisões que tragam melhores condições de
saúde física e mental para os portadores da migrânea, doença altamente limitante nas
atividades de vida diárias.

Todas as informações desta pesquisa serão confidenciais e serão divulgadas apenas em


eventos ou publicações científicas, não havendo identificação dos voluntários, a não ser
entre os responsáveis pelo estudo, sendo assegurado o sigilo sobre a sua participação.
Os dados coletados nesta pesquisa serão mantidos em absoluto sigilo, onde os nomes
dos voluntários não serão citados em nenhuma hipótese, mesmo que os resultados sejam
73

divulgados em congressos, revistas médicas ou outros eventos científicos. Os dados


coletados (questionário e TCLE) ficarão armazenados em computador pessoal, sob a
responsabilidade da pesquisadora responsável pelo projeto, no endereço acima
informado, pelo período de mínimo 5 anos.
Nada lhe será pago e nem será cobrado para participar desta pesquisa, pois a aceitação é
voluntária, mas fica também garantida a indenização em casos de danos,
comprovadamente decorrentes da participação na pesquisa, conforme decisão judicial
ou extra-judicial. Se houver necessidade, as despesas para a sua participação serão
assumidas pelos pesquisadores (ressarcimento de transporte e alimentação).
Em caso de dúvidas relacionadas aos aspectos éticos deste estudo, você poderá
consultar o Comitê de Ética em Pesquisa Envolvendo Seres Humanos da UFPE no
endereço: (Avenida da Engenharia s/n – 1º Andar, sala 4 - Cidade Universitária, Recife-
PE, CEP: 50740-600, Tel.: (81) 2126.8588 – e-mail: cepccs@ufpe.br).
___________________________________________________
(assinatura do pesquisador)

CONSENTIMENTO DA PARTICIPAÇÃO DA PESSOA COMO VOLUNTÁRIO (A)

Eu, _____________________________________, CPF _________________, abaixo


assinado, após a leitura (ou a escuta da leitura) deste documento e de ter tido a
oportunidade de conversar e ter esclarecido as minhas dúvidas com o pesquisador
responsável, concordo em participar do estudo _______(colocar o nome completo da
pesquisa)__________, como voluntário (a). Fui devidamente informado (a) e
esclarecido (a) pelo(a) pesquisador (a) sobre a pesquisa, os procedimentos nela
envolvidos, assim como os possíveis riscos e benefícios decorrentes de minha
participação. Foi-me garantido que posso retirar o meu consentimento a qualquer
momento, sem que isto leve a qualquer penalidade (ou interrupção de meu
acompanhamento/ assistência/tratamento).
Local e data: __________________
Assinatura do participante: __________________________

Presenciamos a solicitação de consentimento, esclarecimentos sobre a pesquisa e o


aceite do voluntário em participar. (02 testemunhas não ligadas à equipe de
pesquisadores)

Nome: Assinatura:
Nome: Assinatura:
74

ANEXO - C
75
76

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