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Organizadores
A revisão conceitual do conteúdo dos resumos destes anais, bem como a responsabilidade
intelectual neles contida são de inteira responsabilidade dos autores.
Sobral, CE.
2018
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ORGANIZAÇÃO
CURSO DE PSICOLOGIA
Coordenador Me. João Silveira Muniz Neto
Gestora de Pesquisa Ma. Gabriela Maria de Sousa Vieira
COMITÊ AVALIADOR
Prof. Me. João Silveira Muniz Neto
Prof. Me. Túlio Kércio Arruda Prestes
Prof. Me. Henrique Riedel Nunes
Prof. Me. José Alves de Souza Filho
Prof. Me. Francisco Eliandro S. do Nascimento
Prof. Me. Denilson Gomes Silva
Profa. Ma. Gabriela Maria de Sousa Vieira
Profa. Ma. Ana Mara Farias Melo
Profa. Ma. Bruna Clézia M. Neri
Profa. Ma. Nathássia Matias de Medeiros
REVISÃO ORTOGRÁFICA
Profa. Esp. Silvana Maria Cândido de Sousa
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Ficha Catalográfica Elaborada Pela Biblioteca Central
Professora Maria Carmelita Moura Viana Rodrigues do Centro Universitario
INTA – UNINTA.
CDD 150
Ficha catalográfica elaborada pela Biblioteca Central do Centro Universitário INTA - UNINTA
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INSTITUTO SUPERIOR DE TEOLOGIA APLICADA – Centro universitário
INTA - UNINTA
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Pró-Reitor: Prof. Dr. José Klauber Roger Carneiro
PROCESSAMENTO TÉCNICO
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APRESENTAÇÃO ANAIS I SEMANA DE PSICOLOGIA
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MESA REDONDA: SAÚDE MENTAL
Panorama da Psicologia no Estado do Ceará: um diálogo com o Conselho Regional
de Psicologia da 11ª Região-CE e as Políticas Públicas
Diego Mendonça Viana1
RESUMO: Este trabalho se configura como uma das iniciativas de apresentação de como
funciona a estrutura do sistema Conselhos de Psicologia com vistas a incentivar a
participação dos profissionais e estudantes do processo democrático de construção da
profissão. O objetivo geral consiste em compreender como funciona a estrutura do
Sistema Conselhos de Psicologia e quais as repercussões da atuação do Conselho de
Psicologia no panorama da profissão no estado do Ceará. Os objetivos específicos são:
Sistematizar as da estrutura legal da profissão e do Sistema Conselhos de Psicologia;
Analisar o panorama de atuação da Psicologia no estado do Ceará, bem como Construir
síntese analítica da formação em Psicologia com possíveis avanços, retrocessos e desafios
no estado do Ceará. A metodologia situa-se no campo da pesquisa qualitativa de caráter
de interesse de conselho profissional nos termos da RESOLUÇÃO Nº 510, DE 07 DE
ABRIL DE 2016 do Conselho Nacional de Saúde, bem como este estudo se configura
como transversal quanto ao tempo e em uma perspectiva exploratória quanto às possíveis
descobertas de seu objeto. Os cenários de pesquisa foram compostos pela capital e as
cidades das macrorregiões do interior do estado do Ceará (Cariri, Sertão Central, Região
Norte e Região Centro Sul). Os sujeitos desta pesquisa foram profissionais de Psicologia
do estado que aceitarem participar do estudo. A coleta de dados será feita por meio de
preenchimento de questionário disponibilizado pelo CRP 11 em eventos da categoria e
por meio de envio para os órgãos gestores das principais políticas públicas do estado do
Ceará. Os dados foram tabulados por meio da estatística descritiva e interpretado à luz
das legislações e da literatura que versa sobre o processo de trabalho em Psicologia.
Fizeram parte do arcabouço teórico de referência desta pesquisa os seguintes termos:
Políticas Públicas, Saúde Pública e Saúde Coletiva, Política de Assistência Social,
Política de Educação, Políticas do Sistema de Garantia de Direitos e Formação em
Psicologia. Os resultados apontam que o sistema conselhos possui um sistema de
participação muito semelhante ao processo das conferências de políticas públicas, com
etapas locais, regionais e nacionais, com eleição de delegados (as) para cada etapa, bem
como votação de caderno de deliberações que orientam os plenários de cada conselho
regional de Psicologia pelo país. Apesar de abrangente este processo, a categoria tem
participado de forma tímida e há uma tarefa histórica de ampliar este processo de
participação ativa e qualificada na construção da profissão. Em relação ao panorama da
profissão, constatou-se que a Política de Assistência Social é a que emprega o maior
número de profissionais de Psicologia no estado, seguida pela Política Pública de Saúde.
A média de carga horária dos profissionais é de 40 horas semanais, a média salarial do
estado é de R$ 2.500,00, com poucos benefícios trabalhistas adicionais. O vínculo maio
presente é de concurso público, sobretudos nos municípios do interior e são
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proporcionadas poucas condições adequadas para o exercício profissional. Em termos da
formação, havia 27 cursos de psicologia em 26 instituições, sendo 2 instituições públicas
e 24 privadas. Majoritariamente a formação em Psicologia ocorre em Instituições de
Ensino Superior (IES) privadas distribuídas nas seguintes cidades: Fortaleza, Sobral,
Tianguá, Quixadá, Juazeiro do Norte, Icó, Jaguaribe, Aracati, Crateús e Itapipoca.
Conclui-se que é uma tarefa urgente que haja maior interesse e articulação da categoria
para fortalecimento da profissão com maior participação nos espaços de decisão e,
também, nos espaços em que as condições de trabalho e de exercício ocorrem nas políticas
públicas, a saber, conselhos e conferências.
Palavras-Chave: Sistema Conselhos. Políticas Públicas. Psicologia.
Saúde Mental
Natércio Capote
RESUMO: Essa apresentação segue com um sentido da clínica psicanalítica, ou seja, eu
mesmo não sei bem o que lhes falar, mas falando espero saber o que penso. Colhemos
nosso discurso assim. Queria pontuar que o tratamento é um acompanhamento, mas não
feito de qualquer modo. Um analista está sempre um pouco atrás para ter acesso à
materialidade das palavras erigidas; dos significantes; do saber (não-sabido) de cada
analisante. Falo acompanhamento e devemos lembrar que há certa modalidade disso que
alude à sexualidade. Há acompanhantes de luxo, por exemplo, mas na psicanálise não há
luxo, inclusive, não se ouve bem sendo educado, para citar uma elucidação do psicanalista
francês Jacques Lacan. Se o luxo é condizente com o excesso é isso que temos que
decantar, pois são as sobras, os restos (se preferirem) que a clínica procura lidar. Do luxo
ao lixo basta apenas uma vogal, vejam bem! Gostaria de expor uma colocação sobre a
transferência, uma vez que o colega de Mesa tocou no conceito e articulou com o “sujeito
suposto saber”. De fato! Uma relação intrínseca que é feita por Lacan e só pode ser
correlativa à psicanálise. O referido analista francês desdobra a questão da transferência,
em certo momento, com essa exposição do que é taxada de seus três “s”: “o sujeito
suposto saber”. Mas alerta que ali onde colocam o analista, ele não deve enganar-se. Em
outras palavras, o saber em questão é o do analisante e sobre a forma que o analista recebe
suas demandas e é envolvido nas suas fantasias. Se lhes posso inferir uma recomendação,
é o caso de lerem Freud. Há toda uma geografia no trabalho freudiano: relevos, paisagens,
montanhas, riachos, etc.. É preciso ler Freud com os pés, não há outra forma. Espero que
me permitam essa metáfora com a mesma seriedade que o inconsciente é estruturado
como linguagem e, tal como a aclamação de Lacan em seu seminário sobre “O desejo e
sua interpretação”: “a psicanálise tem consistência pelos textos de Freud, esse é um fato
irredutível” (LACAN, 1967/2003, p. 256).
REFERÊNCIA
LACAN, J. (1958) O desejo e sua interpretação. Seminário, livro 6. Rio de Janeiro:
Jorge Zahar, 2016.
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MINICURSOS
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DIREITO DE FAMÍLIA E PSICOLOGIA: ALIENAÇÃO PARENTAL EM
FOCO
Me. Amanda de Oliveira Falcão Medeiros
RESUMO: Para a melhor compreensão sobre as atuais demandas das varas de família ao
psicólogo jurídico, faz-se necessário considerar os condicionantes sócio-históricos e
culturais que afetam a dinâmica e estrutura da família ao longo do tempo. Dessa forma,
destacam-se alguns fatores que contribuíram para a proliferação de diferentes arranjos
familiares, quais sejam: uma expansão importante de acesso aos direitos civis e políticos
para as mulheres, que propiciou gradativamente a entrada nas esferas públicas, como no
mercado de trabalho, faculdades e demais contextos que eram restritos aos homens. Outro
fator é a Lei do Divórcio de (1977), que também foi um marco legal, pois até então o
casamento era indissolúvel e a separação gerava muitos estigmas sociais especialmente
ao gênero feminino. Por fim, a Constituição Federal de 1988 vem assegurar o direito à
igualdade e estabelece como objetivo fundamental do Estado promover o bem de todos,
sem preconceito de sexo, bem como a igualdade de direitos e deveres referentes à
sociedade conjugal entre homem e mulher. Nesse sentido, o casamento deixou de ser um
instituto preordenado à reprodução e passou e a se constituir essencialmente em espaço
de companheirismo e camaradagem. Nessa perspectiva, o modelo de família nuclear, tida
como padrão até meados do século XX, vem perdendo a representatividade
gradativamente, até os dias atuais, em que se reconhecem como famílias as ditas famílias:
monoparentais, recasadas, extensas, homoafetivas, casais sem filhos, dentre outros perfis.
Atualmente, o próprio ordenamento jurídico compreende a família como entidade
familiar, não só constituída por meio do casamento (CF 88). Devido a intensas mudanças
num período relativamente curto, é possível presenciar novos conflitos no âmbito
familiar, especialmente advindos do divórcio. O IBGE indica que em 2016 ocorreram
344.526 divórcios em 1ª instância ou por escrituras extrajudiciais, um aumento de 4,7%
em relação a 2015, quando foram registrados 328.960 divórcios, cabe destacar que a
maior proporção das dissoluções ocorreu em famílias constituídas somente com filhos
menores de idade (47,5%) e que em 74,4 % dos casos o guarda é atribuído à mãe. Diante
deste panorama e da premente tendência a judicialização da vida privada, alguns impasses
que chegam à justiça são: o reconhecimento de paternidade, disputa de guarda,
regulamentação de convivência, abandono afetivo e alienação parental. Diante de todas
essas demandas, a alienação parental possui algumas problemáticas que merecem ser
destacadas. O termo Síndrome de Alienação Parental (SAP) foi criado pelo psiquiatra
norte-americano Richard Gardner na década de 80. A SAP se caracteriza pelo fato de o
alienador programar o filho para denegrir a imagem do outro genitor somada à
colaboração da própria criança. A alienação parental tem sido comumente visto nos
contextos de divórcio litigioso e disputa de guarda, caracteriza-se como uma interface da
violência emocional e causa diversas consequências à saúde mental dos envolvidos,
especialmente para a criança que é afastada do convívio com o genitor alienado. Pela
gravidade das consequências geradas, o ordenamento jurídico criou a Lei nº12.318/2010,
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conhecida como lei combate a alienação parental. Tal normativa visa coibir a
manifestação desse fenômeno por meio de algumas sanções estipuladas ao genitor
alienador como, por exemplo, o pagamento de multa, alteração de guarda e advertência
caracterizando a alienação parental como um ilícito civil. Diante desse cenário, é crucial
analisar qual é o papel do psicólogo jurídico e como o profssional poderá pode contribuir
para dirimir tal problemática. É precípuo prezar por uma atuação ética, conforme orienta
o Código de Ética profissional: “O psicólogo atuará na instituição de forma a
promover ações para que esta possa se tornar um lugar de crescimento dos indivíduos,
mantendo uma posição crítica que garanta o desenvolvimento da instituição e
da sociedade.” Nesse sentido, a psicologia não está subordinado ao campo jurídico, pelo
contrário deve-se buscar pela complementariedade das áreas, buscando sempre a
disposição para refletir, criticar e aprimorar a sua práxis. No que se refere aos casos de
alienação parental o psicólogo dispõe de algumas técnicas e métodos próprios da
profissão, tais como: avaliação psicológica, produção de laudos psicológicos, escuta
especial. Nenhuma forma de atuação do psicólogo deve ser dissociada de uma
fundamentação teórica robusta e nem do compromisso ético de promover o bem-estar do
individuo. Dito isso, os psicólogo que atua em casos de alienação parental tem que ter
cautela para não recair em usurpação de função jurídica que concerne às práticas de
inquirição, investigação e produção de provas. Não se pode perder de vista que a ideia
central da atuação da psicologia é a promoção do fortalecimento e o estimulo da
preservação do lugar de pai e mãe na vida da criança.
Palavras-chave: Família, Direito, Alienação Parental, Psicologia Jurídica
REFERÊNCIA
Dantas, C. & Jablonski, B. (2004). Paternidade: considerações sobre a relação pais-
filhos após a separação conjugal. Paidéia, 2004, 14(29), 347-357
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BRINCADEIRAS PERIGOSAS: JOGOS DE NÃO-OXIGENAÇÃO:
CONHECER, COMPREENDER E PREVENIR
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promoção do bem estar de crianças, adolescentes e suas famílias.
( VASCONCELOS, Fabiana - Instituto DimiCuida – 2018)
Bibliografia
GUILHERI, Juliana - “Brincadeira do desmaio”: uma nova moda mortal entre crianças
e adolescentes. Características psicofisiológicas, comportamentais e epidemiologia dos
‘jogos de asfixia’, 2016
https://www.erikscause.org/ Acesso em agosto de 2018
RESUMO: Na sociedade contemporânea é cada vez mais evidente o lugar ocupado pelas
redes sociais enquanto uma alternativa de laço social, notadamente, com todas as
implicações e especificidades que delas provém. Deste modo, tendo as contribuições da
Psicanálise enquanto um prisma, o minicurso intitulado “Psicanálise e Cultura: laço social
e redes sociais” toma como objeto de reflexão tanto aquilo que se reatualiza
estruturalmente nessa nova forma de laço social quanto as especificidades, exageros e
intensificações presentes no liame em questão. Tendo isso em vista, utilizamos conceitos
derivados das contribuições da Psicanálise – considerando o espectro de Freud e Lacan –
ao entendimento da formação da cultura, a saber: laço social, mal estar na cultura,
discursos, identificação, dentre outros. Ademais, temos como substrato as diversas e
cotidianas postagens e formas de relação presentes principalmente nas redes sociais
Facebook e Instagram. Deriva-se daí uma das primeiras reflexões que o presente
minicurso propõe: em que medida há uma supervalorização do aspecto imaginário nas
redes sociais em função de seu formato de funcionamento? Ora, o Instagram se constitui
basicamente como um meio de compartilhamento da imagem e de stories, as quais
correspondem a representações de momentos que o usuário deseja dividir com seus
seguidores. Tendo isso em vista, há várias contas que funcionam enquanto polarizadores
de seguidores, isto é, tais usuários compartilham uma imagem geral à qual muitas pessoas
se identificam de alguma forma. Tal estrutura não é nova e não escapa à própria lógica
estrutura da formação da civilização, algo que Freud no início do século XX desvela como
uma projeção dos próprios processos de identificação dos sujeitos a um Ideal. Dessa
forma, os digital influencers põem-se deliberadamente aos seguidores e potenciais
seguidores enquanto algo que preencheria esse Ideal – ao qual os seguidores deveriam
perseguir. Tal fenômeno se desenvolve de diversas formas ao longo das redes, com perfis
fitness, ligados à qualidade de vida, empreendedorismo, etc. A tônica é estar numa
condição de Ideal e, portanto, além daquela que parece alcançável aos seguidores –
ocupando, desta forma, uma posição semelhante a do líder na formação de um grupo.
Dessa forma, o minicurso visa estabelecer discussões acerca de tais fenômenos inerentes
às redes sociais tendo como ponto de partida as contribuições da Psicanálise à concepção
da formação da cultura e laço social. Para tanto, utilizamos enquanto metodologia a
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exposição dialogada com os participantes do minicurso levando em consideração as
reflexões teóricas presentes sobretudo nas seguintes obras: “Psicologia das Massas e
análise do Eu” (FREUD, 1921), na qual Freud estabelece o mecanismo de identificação
presente na formação de grupos, sejam eles constituídos com um líder ou com um ideal,
“Mal estar na cultura” (FREUD, 1930), obra clássica freudiana acerca de como a condição
civilizatória implica num constrangimento pulsional e em formas dentro da própria
civilização de destinos referentes a esse sofrimento, “À guisa de introdução ao
Narcisismo” (FREUD, 1914), onde Freud institui conceitualmente o processo de
narcisismo enquanto a formação do eu – concebendo a ideia de que o eu surge a partir do
outro –, “Seminário livro 17, o Avesso da Psicanálise” (LACAN, 1969-1970), texto em
que Lacan sistematiza a noção de discurso enquanto estrutura do laço social. Além de
Freud e Lacan, utilizamos algumas reflexões proporcionadas por Slavoj Zizek em seu
livro Lacrimae Rerum (ZIZEK, 2009) acerca do cinema moderno, principalmente no que
concerne ao filme Matrix. Ademais a série intitulada “Black Mirror”, a qual se dedica ao
estabelecimento de situações distópicas relacionadas ao modo com o a civilização
incorporou as redes sociais, também nos possibilitou um substrato para elucubrar em que
medida tais distopias já não se fazem presentes. Deste modo, podemos chegar a algumas
conclusões a partir da experiência do minicurso. A primeira delas proveniente dos
participantes foi a consideração da legitimação de uma experiência apenas quando esta é
compartilhada nas redes sociais. Há inclusive as experiências que surgem no âmbito
virtual enquanto produções online da cultura. Também se discutiu acerca da circulação
de estruturas discursivas – discurso do mestre, da histérica, do universitário e do analista
– enquanto laços sociais possibilitados pela identificação simbólica ao Ideal do eu. Tal
identificação viria sobrepor a identificação imaginária a qual parece ser a premissa das
redes sociais, principalmente em relação ao Instagram. Dessa forma, o compartilhar
ilustra um dar-se a ver a um Outro, uma reatualização do estádio do espelho, o próprio
processo pelo qual o Eu se constitui e aclama o reconhecimento do Outro. Assim,
deslumbramos um direcionamento às redes sociais de um discurso histérico, que visa
sempre questionar o que está em voga nos compartilhamentos, ou tenta viralizar uma
crítica à viralização. Ao considerarmos o fenômeno crescente da disseminação de
discursos de ódio nas redes sociais, atribuímos uma certa estrutura universitária nesse
discurso, já que se trata de uma reprodução de um saber pelo saber, isto é, um totalitarismo
mandatário de um saber que objetaliza o outro. Na mesma dimensão, o número de curtidas
das postagens parece de alguma forma legitimar um valor àquela produção. Alguns
sujeitos na clínica já relatam o sofrimento por não terem o “reconhecimento das curtidas”
de suas postagens que por vezes teriam uma finalidade artística frustrada. No que se refere
às reflexões a partir de Zizek, pensamos na seguinte questão: Dever-se-ia encarar o
contexto das redes sociais enquanto algo ilusório e que portanto haveria um mundo real
livre de ideologias e ilusões? Faz-se evidente o caráter retórico de tal pergunta, já que a
ideia de uma realidade verdadeira implicada de uma realidade virtual configura também,
segundo Zizek, uma ideologia. Isto é, a própria vida social real de certo modo incorpora
as características de uma farsa encenada. (ZIZEK, 2009). Tais conclusões nos remetem
às considerações freudianas acerca da formação de grupos e da constituição da própria
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civilização. Ora, é justamente no campo das identificações – simbólicas e imaginárias –
que tais redes se entrelaçam. A ideia de uma realidade real implicaria na concepção de
um Outro do Outro, o que configura uma impossibilidade e, ainda mais, uma tendência
paranoica para encontrar uma última instância absoluta de garantia à realidade.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
FREUD, S. À Guisa de uma Introdução ao Narcisismo (1914). In: Escritos sobre a
psicologia do inconsciente. Rio de Janeiro: Imago Ed., 2004. v. I.
______. Psicologia de Grupo e Análise do Ego (1921). In: Edição Standard Brasileira
das Obras Completas de Sigmund Freud, Vol. XVIII. Rio de Janeiro: Imago, 1996.
ZIZEK, S. Lacriamae rerum: Ensaios sobre o cinema moderno. São Paulo: Boitempo
Editorial, 2009.
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COMUNICAÇÃO ORAL
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AS QUESTÕES DE GÊNERO E SEXUALIDADE NA ESCOLA: DA
INSTITUCIONALIZAÇÃO À SUBVERSÃO
Marília Albuquerque de Sousa1
Francisco Ivo Duarte de Sousa
Yan Victor Sampaio do Nascimento
Nara Maria Forte Diogo Rocha
1
mariliaadesousa@hotmail.com
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AFETIVIDADE NA APRENDIZAGEM DA LEITURA E DA ESCRITA DE
CRIANÇAS: RELATO DE EXPERIÊNCIA
Iara Silva Coelho
Georgia Bezerra Gomes
Bruna Jéssika Moura de Castro
Faculdade Luciano Feijão - FLF
RESUMO: O presente escrito abordará sobre as relações afetivas, no que concerne a
aprendizagem da leitura e da escrita, obtidas a partir de uma experiência de Estágio em
Psicologia Escolar, no Colégio Luciano Feijão. A afetividade é um tema complexo e
relevante nos diferentes caminhos em que percorremos, as práticas sociais requerem
interações entre humanos, porquanto nestas interações os sujeitos se afetam mutuamente.
Estudiosos afirmam que a afetividade engloba uma série de manifestações que vão desde
as emoções, a paixão e os sentimentos explícitos durante todas as fases de
desenvolvimento do indivíduo. Desta feita, a escola, no que se refere ao desenvolvimento
infantil, é o segundo espaço social no qual a criança vai se inserir depois do seio familiar,
estando assim, permeados aspectos afetivos que aparecem nas diversas relações
estabelecidas e geram impactos extremamente importantes nas vidas desses sujeitos.
Partindo do pressuposto que há um envolvimento entre a dimensão afetiva e cognitiva o
objetivo desta pesquisa volta-se para compreender a importância da afetividade no
processo de aquisição da leitura e da escrita de crianças do primeiro ano de ensino
fundamental. No que se refere à metodologia do trabalho, pauta-se em pesquisa descritiva,
a partir de observações, intervenções e registros nas salas dos primeiros, buscando assim
as diferentes possibilidades de aprofundamento da pesquisa. A partir de
acompanhamentos semanais nas salas e intervenções individuais com estratégias lúdicas
pôde se perceber a importância da qualidade das relações estabelecidas no processo de
aquisição do conhecimento, levando em consideração que sentimentos negativos como
desmotivação, falta de disposição e vontade para aprender e a imagem de si são aspectos
que interferem diretamente no aspecto cognitivo e podem ser ressignificados a partir de
uma mediação pedagógica. Obtivemos assim, como resultados nesse percurso que a
qualidade da mediação oferecida pelo professor e dos demais envolvidos nesse processo,
constitui-se como um importante fator no processo de obtenção do conhecimento pelas
crianças. O trabalho pedagógico realizado permite a manifestação de sentimentos, afetos
e sensibilidades. Na ação do professor há um processo amplo de mediação que afeta cada
sujeito de forma individual e grupal e tende a influenciar a aprendizagem destes,
marcando decisivamente essas pessoas, bem como seus futuros. Dessa forma, o modelo
de como o conteúdo é perpassado na sala de aula, o respeito ao processo individual de
cada um deles e a motivação das professoras, sem dúvidas são cruciais para o
desenvolvimento da aprendizagem da leitura e escrita. Simultaneamente, destacamos que
é perceptível a maneira como vem sendo estimulado esse conhecimento, de forma
dinâmica e gradativa, obtendo assim, avanços significativos nesse processo, no qual este
não seria possível sem o apoio de toda a equipe pedagógica e da parceria com a família.
Palavras-chave: Afetividade; Aprendizagem; Leitura e escrita;
21
A ATUAÇÃO DO PSICÓLOGO COM O IDOSO NO CRAS IRMÃ MARIA DA
PIEDADE PORTELA, EM CRUZ/CEARÁ.
22
ADOÇÃO NO CEARÁ: UMA ANÁLISE DISCURSIVA SOBRE O JORNAL O
ESTADO
2
talicia_30@hotmail.com
23
A CIDADE DE SOBRAL SOB O OLHAR SÓCIO HISTÓRICO DA
PSICOLOGIA SOCIAL
Socorro Taynara Araújo Carvalho3;
Bruna Clézia Madeira Neri;
3
carvalhotaynara44@gmail.com
24
A METAMORFOSE EM LUTA POR (R)EXISTÊNCIA NO MUNDO DA VIDA:
DISCUSSÕES SOBRE IDENTIDADE E RECONHECIMENTO NA
PSICOLOGIA SOCIAL CRÍTICA
José Alves de Souza Filho4
Aluísio Ferreira de Lima
4
josefilhoss@gmail.com
25
através da fé. Seja na busca por sociabilidade ou superação de fragilidades, a
espiritualidade é um suporte importante para os sujeitos. Entendendo a saúde a partir da
totalidade dos indivíduos e não apenas com a ausência de doença é fulcral que as equipes
de saúde localizadas nos territórios percebam a espiritualidade e suas manifestações como
inerente ao processo de promoção de saúde. Neste contexto as religiões de matriz
africana, devem ser consideradas como possibilidades de cuidado a saúde. OBJETIVOS:
Compreender a relação entre religião e cuidado em saúde; colaborar para a
desmistificação de espaços comunitários de cuidado em saúde mental.
MÉTODOLOGIA: Trata-se de uma pesquisa exploratória e bibliográfica para a
construção do objeto de pesquisa do trabalho de conclusão de curso em Serviço Social na
Casa de Oxóssi, localizado no município de Groaíras-CE, em outubro de 2017.
RESULTADOS E DISCUSSÕES: A religiosidade é um campo importante e pouco
analisado, para compreender a promoção da saúde a partir de uma nova concepção que
visa a diminuição das desigualdades sociais e a melhoria da qualidade de vida da
população. É necessário compreender a saúde como processo subjetivo que é impactado
através da historicidade dos indivíduos e de suas relações sociais. É fundamental perceber
que acontecimentos como: violência, desemprego, racismo, dentre outros, tem
repercussão direta na saúde das pessoas, justamente pelo seu processo de subjetivação.
As religiões afrobrasileiras constituem um espaço de inclusão para grupos historicamente
excluídos, de acolhimento, aconselhamento e representatividade. Os ritos e os vínculos
que são estabelecidos nestes espaços possibilitam trocas efetivas de produção de
conhecimento, acolhimento, promoção à saúde e a prevenção de doenças e agravos.
Observou-se na aproximação com a Casa de Oxóssi, a partir das práticas de cuidado em
saúde durante as giras, que são atendimentos espirituais gratuitos aos fiéis que enxergam
o terreiro como espaço de cuidado para seus sofrimentos, que essas ações dialogam com
as perspectivas da clínica ampliada, proporcionando outros enfoques do cotidiano social
das famílias e grupos sociais onde os serviços de saúde devem buscar ajuda em outros
setores, reconhecendo os limites dos conhecimentos dos profissionais de saúde e das
tecnologias usadas. Vale ressaltar que a Casa de Oxóssi possui 24 filhos de santo (adeptos
da religião) e dois dirigentes espirituais, possuindo atividades fixas denominadas de giras
a cada 15 dias, atendendo 50 pessoas. CONSIDERAÇÕES FINAIS: destarte
compreender os espaços das práticas religiosas enquanto ferramenta de cuidado em saúde
mental implica em possibilitar espaços de cuidado ampliado, levandose em consideração
as especificidades do território. Assim, as religiões de origem africanas além da
perspectiva acolhedora e de cuidado, possibilita a representatividade de uma cultura e
busca por rompimento de estigmas e preconceitos.
Umbanda; Saúde; Clínica.
1
Graduando em Serviço Social; Especializando em Saúde Mental e Dependência
Química; UNINTA; Email: fnlribeiro@gmail.com;
²Graduanda em Serviço Social; UNINTA;
³Assistente Social; Mestre em Saúde da Família; UNINTA.
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A ATUAÇÃO DO PSICÓLOGO NA MATERNIDADE: UM RELATO DE
EXPERIÊNCIA
Nadine Rodrigues Albuquerque
Erika Alcântara Freire
Carliane Vieira Parente
Samara Vasconcelos Alves
Geórgia Maria Melo Feijão
Faculdade Luciano Feijão
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A ESCOLA COMO UM ESPAÇO DE DESENVOLVIMENTO DO
PROTAGONISMO JUVENIL: DILEMAS, REFLEXÕES E DESAFIOS
RESUMO: Esta pesquisa tem como temática central a interface entre juventude,
Psicologia e Educação, onde se buscará potencializar o compromisso do conhecimento
cientifico para com a sociedade, através de espaços dialógicos, práxis e produção de
saberes sobre as juventudes das escolas públicas de Sobral. O objetivo é discutir sobre a
escola como um espaço de desenvolvimento do protagonismo juvenil. A metodologia foi
qualitativa, com uso da pesquisa-ação e a aplicação de oficinas, com turmas do 3º Ano
do Ensino Médio, abrangendo jovens de 16 a 18 anos. Os dados foram registrados através
de gravações de áudio, diários de campo e fotografias. Dentre os resultados, identificou-
se a escola, como um espaço produtor de contradições, visto que se, por um lado, é lugar
promotor de desenvolvimento e aprendizagem para os jovens, ao mesmo tempo em que,
é um espaço onde também se evidencia a construção de estigmas e preconceitos acerca
da diversidade juvenil, principalmente quando se refere aos jovens pobres, negros e de
periferia. O protagonismo, por sua vez, é colocado como uma proposta educativa, de
empoderamento e fortalecimento da cidadadia, com ênfase nos direitos e na integração
social, no entanto, se formos refletir, do ponto de vista crítico, pode funcionar como um
mecanismo de controle e pedagogização dos jovens pobres, por parte da instituição
pública escolar. Diante disso, é preciso pensar como o protagonismo é concebido pelos
próprios jovens e, a partir de então, analisar se esta proposta está favorecendo
concretamente, a garantia dos direitos à uma escola, capaz de promover uma educação
libertadora e transformadora.
Palavras-chaves: Protagonismo; Escola; Juventude.
5
E-mail do primeiro autor: olinhasantos@hotmail.com
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A FORMAÇÃO EM PSICOLOGIA NO BRASIL: QUAL O LUGAR
DESTINADO ÀS PRÁTICAS GRUPAIS?
Paola de Jesus Santos Silva6
Rafaella Almeida Aragão
Me. Alexsandra Maria Sousa Silva
Faculdade Luciano Feijão (FLF)
RESUMO: Este trabalho abordará uma pesquisa sobre a formação em Psicologia, na
realidade brasileira, abordando seu histórico, a questão curricular e os diversos contextos
de atuação psi, que vem se transformando ao longo dos anos. Essa discussão buscará
questionar o lugar das práticas grupais na formação e atuação do psicólogo. Para
embasamento teórico, pauta-se na Psicologia Histórico-Cultural e na Psicologia
Comunitária, por considerar que o sujeito se constitui nas relações e grupos sociais. O
objetivo da pesquisa é discutir sobre o lugar das práticas grupais, na formação em
Psicologia. Foi uma pesquisa de base qualitativa, cujo método para coleta de dados, fora
entrevistas semiestruturadas, realizadas com professores do ensino superior público e
privado, que ministram disciplinas no âmbito da formação em Psicologia. Os dados foram
registrados em gravações de áudio e analisados a partir do método de análise de conteúdo,
com o auxílio do software Atlas ti. Os resultados apontaram discussões no âmbito da
formação em Psicologia, envolvendo visões de grupo diferenciadas, por parte dos
docentes e as facilidades e dificuldades para com o uso de práticas grupais. Dentre os
resultados, constatou-se que os docentes priorizaram a corresponsabilização, como uma
dimensão fundamental da formação no ensino superior. Além disso, identificou-se
olhares contrastantes sobre o grupo, uma visão reconheceu que as práticas grupais são
metodologias que envolvem o grupo como processo, em que um sujeito interfere na
constituição psicossocial do outro, em contraposição, identificou outra visão que
considerava o grupo de forma depreciativa, em que as relações grupais são caracterizadas
por laços de negatividade e deformação, em massa, dos sujeitos. Essas diferentes visões
teóricas produzem implicações metodológicas no exercício da docência no ensino
superior em Psicologia. Se, por um lado, pode-se adotar metodologias inovadoras e ativas
que considera as práticas grupais como uma didática de ensino na formação do psicólogo,
por outro lado, ainda se vê o uso de métodos de ensino tradicional que desconsidera o uso
de práticas grupais. Assim, considera-se nesse estudo que atuar com grupo, impõe- se
como um desafio para a prática do docente, pois exige-lhes estratégias de lidar com o
processo, que muitas vezes não é conhecido e foge do controle docente. Por fim, defende-
se que o uso de práticas grupais é uma experiência fundamental, que potencializa o
desenvolvimento do sujeito e que precisa ser melhor explorada na formação em
Psicologia.
Palavras-Chaves: Grupo; Formação; Psicologia.
6
E-mail do primeiro autor: olinhasantos@hotmail.com
29
A IMPORTÂNCIA DA ESCUTA NO HOSPITAL: UM RELATO DE
EXPERIÊNCIA SOBRE O ESTÁGIO EM PSICOLOGIA HOSPITALAR
Monyque Yara Alves Lopes;
Walter De Castro Da Fonseca;
Paulo Henrique Dias Quinderé;
RESUMO: O ambiente hospitalar tem como foco a questão mais orgânica do indivíduo,
contribuindo muitas vezes para que os profissionais priorizem apenas a patologia,
deixando de lado as questões subjetivas e psíquicas. O Hospital contém uma série de
questões que atravessam a subjetividade dos indivíduos, estando ligadas a vida e morte,
ao sofrimento psíquico tanto dos usuários, familiares e até mesmo dos profissionais.
Questões de adaptações a novas rotinas de pacientes que terão de refazer todo o seu estilo
de vida, seja pela perda de um membro ou pela patologia. A hospitalização é um processo
difícil na vida do indivíduo, por sair da sua rotina, estar em um ambiente muitas vezes
desagradável e principalmente pelo adoecimento. Essas questões dificultam a adaptação
ao tratamento e geram sofrimento ao indivíduo, principalmente por não compreender os
processos associados ao adoecimento. O Psicólogo Hospitalar é o profissional que lida
com as demandas citadas, relacionadas a compreensão do contexto e das condições de
vida do sujeito, buscando entender o suporte e a relação familiar, para propor formas de
intervenções que auxiliem no tratamento, e busca compreender como o paciente está
lidando com a situação. O trabalho tem por objetivo relatar a experiência do estágio
opcional na Ênfase Processos Clínicos De Atenção à Saúde, realizado no Serviço de
Psicologia da Santa Casa de Misericórdia de Sobral e refletir sobre a importância da
escuta aos indivíduos hospitalizados. Trata-se de um relato de experiência a partir dos
atendimentos realizados semanalmente pelo Serviço de Psicologia da Santa Casa de
Misericórdia de Sobral, das discussões junto a preceptoria do serviço e das supervisões
com o professor orientador da Universidade Federal do Ceará. Os atendimentos foram
realizados duas vezes na semana, com 5 horas diárias, totalizando 10 horas semanais,
sendo efetivados nas diversas unidades do hospital - Urgência e Emergência,
Hemodiálise, Neurologia, Pediatria, Traumatologia, Ginecologia e Obstetrícia, Unidades
de Terapia Intensiva (UTI’s), Maternidade, Oncologia, Semi-Intensiva; no Hospital Dom
Walfrido e nas duas clínicas especializadas, a São Joaquim e São José. Constatou-se que
a não compreensão do processo do adoecimento muitas vezes gera ansiedade, não adesão
ao tratamento e entendimento distorcido sobre a patologia, podendo causar transtornos
tanto para o paciente como para os familiares ou acompanhantes. Ao parar para orientar
e ouvir a história do usuário nos atendimentos, além de contribuir para a melhoria de vida
destes, por possibilitar compreender a dinâmica e elaborar estratégias de intervenções
para o tratamento, possibilita deixá-lo informado e tranquilizado sobre o seu processo de
adoecimento, por desmistificar a patologia e o tratamento, além de evitar possíveis
desentendimentos no hospital entre a equipe, o paciente e seus familiares. O espaço de
escuta no hospital também serve como um momento de empoderamento dos pacientes
sobre a sua condição.
Palavras-chave: Psicologia Hospitalar; Escuta; Atendimentos no Hospital.
30
A LUDICIDADE COMO MÉTODO PEDAGÓGICO NO PROCESSO DE
ENSINO-APRENDIZAGEM COM AS CRIANÇAS DAS CAMADAS
POPULARES
31
A POSSIBILIDADE DE TRATAMENTO DO SUJEITO AUTISTA EM UM
PROJETO DE EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA
7
mariliaadesousa@hotmail.com
32
A RELAÇÃO ENTRE SEXISMO E MOTIVAÇÃO PARA O TRABALHO
RESUMO: São inúmeros os relatos sobre sexismo e machismo nas relações de trabalho.
Diante desse contexto, a pesquisa ora apresentada teve como objetivo compreender a
repercussão do machismo em contextos de trabalho para a motivação laboral de mulheres.
Para tanto, foi realizado um estudo correlacional, de natureza ex post facto, realizada a
partir de um levantamento. O questionário contava com uma escala de atitudes sexistas
(unifatorial), que mensurava a frequência com que as mulheres eram vítimas de tais atos,
e Escala e Bases de Comprometimento Organizacional (EBACO), que mensurava os
fatores motivacional e higiênico. Participaram da investigação 93 mulheres que, em maior
parte, mantinham vínculos formais de trabalho 58,06%, com renda familiar mensal de
R$2527,02 (dp=2398,768), sendo a maioria solteiras (53,76%) e autodeclaradas pardas
ou negras (69,56%). Um coeficiente de correlação produto-momento Pearson foi
calculado para avaliar a relação entre o sexismo e o fator higiênico. Houve uma correlação
forte e negativa entre as duas variáveis, r = -0,638, n = 93 e p < 0,01. Teste análogo foi
realizado para mensurar a relação entre o sexismo e o fator motivacional. Observou-se
uma correlação moderada e negativa entre as duas variáveis, r = -0,638, n = 93 e p < 0,01.
Os resultados indicaram que a incidência de atitudes sexistas no ambiente de trabalho
influencia negativamente a motivação das mulheres.
[1] (luiz.28.augusto@gmail.com)
33
A REPERCUSSÃO DA VIOLÊNCIA NA SAÚDE DOCENTE: UM ESTUDO DE
LEVANTAMENTO
8
pedroximenesufc@gmail.com
34
CALEIDOSCÓPIO DO FEMINISMO: AS DIVERSAS VERTENTES DO
MOVIMENTO E SEUS DESAFIOS ATUAIS
Nádia Sousa Ripardo
Beatriz Silva da Cunha
Ana Kelly Lino do Nascimento
Francisca Telma Vasconcelos Freire
Nathássia Matias de Medeiros
RESUMO: O feminismo é um movimento ascendente no Brasil e no mundo atual,
aliando-se às pautas de outros movimentos que também lutam por direitos de minorias.
Juntos, esses movimentos organizam-se e completam-se, rompendo silêncios e
combatendo as formas de opressão na sociedade, em busca da superação das
desigualdades sociais. O feminismo não é um movimento de pensamento unívoco,
sobretudo nos dias atuais. Existem inúmeras manifestações e diversas correntes. A partir
disto, este trabalho objetiva mapear e caracterizar as principais vertentes atuais do
feminismo, assim como discutir os desafios do movimento hoje, sem, no entanto, encerrar
a discussão. Ensejadas pelas discussões no Grupo de Estudos em História, Gênero e
Feminismo do Centro Universitário INTA, trabalhamos através de uma revisão não
sistemática de literatura, visando tratar o tema abordado de forma crítica a partir de
materiais já publicados. O feminismo caracteriza-se por ser um movimento plural, dado
que as pautas feministas foram se estruturando ao longo da história de forma
diversificada, organizando-se em grupos específicos, suscitando estudos particulares
dentro de cada grupo e estabelecendo orientações diversas para possíveis ações. Pode-se
afirmar que as vertentes que mais se destacam atualmente no Brasil são: o feminismo
negro, o feminismo interseccional, o feminismo liberal e o feminismo radical. No entanto,
existem diversas vertentes que também compõem o feminismo mundial, como os
feminismos latino-americanos e caribenhos, o feminismo indígena, entre outros.
Contudo, pudemos identificar que algumas pautas são comuns entre todas as vertentes,
por exemplo, a luta contra a violência e o assédio. Na verdade, as diversas vertentes do
feminismo unem-se visando conter qualquer forma de opressão contra a mulher. Assim,
apesar de fazer sentido falarmos em feminismos no plural, devido à diversidade
característica do movimento, também é possível falar de feminismo enquanto uma luta
singular a favor da igualdade de direitos na sociedade. Ainda que pareça fazer total
sentido uma luta que visa à equidade, são várias as forças contrárias, como é o caso de
uma corrente antifeminista chamada backlash, que busca invalidar conquistas feministas
e associa a liberdade de mulheres à ruína e infelicidade. Tal reação ao feminismo possui
força nas mídias, na política e em todos os âmbitos populares, de forma a defender
pensamentos retrógrados e promover uma idealização da mulher tradicional. Diante desse
cenário, talvez seja possível afirmar que certa união entre as vertentes feministas é
importante para que o movimento ganhe força, para manter-se firme diante dos cotidianos
e ferrenhos discursos apelativos contra o feminismo, constantemente disseminados e
reproduzidos na sociedade.
Palavras-chave: Feminismo; Vertentes; Movimento.
35
CLÍNICA E INFÂNCIA: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA
Vicissitudes entre Clínica e Cultura
Francisco Valberdan Pinheiro Montenegro[1]
RESUMO: No presente estudo apresento reflexões desenvolvidas a partir da experiência
de estágio no Serviço de Psicologia Aplicada (SPA) da Universidade Federal do Ceará na
cidade de Sobral; o estágio se deu ao longo do ano de 2017. Neste trabalho descrevo a
experiência do uso da metodologia da caixa lúdica no atendimento psicoterápico com
crianças e apresento os desafios, limites e pontencialidades inerentes ao método da caixa
lúdica e ao uso do brinquedo enquanto ferramenta clínica de um modo geral. Objetivo
relatar a experiência de estágio em clínica no que diz respeito ao uso do método da caixa
lúdica, bem como efetuar uma discussão sobre os efeitos do uso da caixa lúdica no
atendimento clínico com crianças. Em conexão com os estudos da psicanalista austríaca
Melanie Klein considero o brinquedo como uma ferramenta fundamental para a clínica
infantil. Diferentemente de Sigmund Freud, Klein reconheceu que a criança tinha plenas
condições de estabelecer uma relação transferencial com um analista e, portanto, poderia
submeter-se ao tratamento psicanalítico; suas contribuições consolidam a psicanálise de
crianças. O tratamento de pacientes infantis, no entanto, exige especificidades
metodológicas. Nesse sentido, o brinquedo ou a brincadeira torna-se peça fundamental na
clínica com crianças. Para Klein, o brincar está para a criança como o associar livremente
está para o adulto. Por meio das brincadeiras a criança é capaz de efetuar a projeção de
seus conflitos internos, angústias e conteúdos inconscientes cujo o acesso se dá através
da observação das reações manifestas. O uso de uma caixa individual no atendimento
com crianças consolida-se com a atuação da psicanalista argentina Arminda Aberastury
que denominou esta ferramenta como caixa lúdica. A caixa lúdica compõem-se de objetos
básicos que permitem a expressão da criança através do brincar tais como cola, massinha
de modelar, giz de cera, lápis de cor, papel, tinta, bonecos, etc. Nessa perspectiva, a caixa
lúdica além do recipiente onde se guarda os brinquedos representa o sigilo profissional
que no tratamento de adultos é simbolizado pelo contrato verbal. Sendo assim, deve-se
sempre dizer ao paciente que a caixa será de uso único e exclusivamente dele, que sempre
que ele vier no horário agendado a caixa estará ali, que ninguém mexerá na caixa
enquanto ele estiver ausente e que aquele material fica na sala não podendo ser levado
para casa. Observamos que entre os efeitos do uso da caixa está o estabelecimento de uma
relação transferencial com os pacientes e a consequente adesão ao tratamento. Além
disso, não sendo de uso coletivo os objetos da caixa permitem a expressão tanto por meio
da construção quanto por meio da destruição (agressividade). O uso da caixa fornece ao
terapeuta uma oportunidade de perceber importantes questões inerentes ao manejo clínico
com crianças. A caixa também oferece limitações no que diz respeito ao espaço, já que
seu uso em salas onde já existam outros brinquedos torna-se inviável.
Palavras-chave: Infância; Clínica; Estágio
36
CORES DA ESTAÇÃO: PROJETO DE EXTENSÃO VINCULADO A
CRIANÇAS EM SITUAÇÃO DE VULNERABILIDADE.
André Sousa Rocha¹
Bruna Clézia Madeira Neri²
Centro Universitário INTA - UNINTA
37
DROGAS E GOVERNO: REFLEXÕES SOBRE A PROBLEMÁTICA DO
GOVERNO (ATRAVÉS) DAS DROGAS
Me. Túlio Kércio Arruda Prestes (Professor do Curso de Psicologia – UNINTA)9
Dr. Pablo Severiano Benevides (Professor do Curso de Psicologia – UFC)
9
Email para contato: kercioprestes@gmail.com
10
karolinydahora@gmail.com
38
desigual de riquezas. Uma questão fundamental na área se refere a preferência das pessoas
por sociedades igualitárias ou desiguais, isto é, se a iniquidade de recursos pode ser
considerada aversiva, de modo que as pessoas sejam incomodadas por um contexto de
desigualdade, o que comumente tem sido denominado na literatura como “aversão à
iniquidade”. O tema atravessa não apenas pesquisas em Economia, mas envolve questões
do campo da Psicologia e da Ciência Política. OBJETIVOS: Este estudo tem como
objetivo apresentar achados de pesquisas experimentais realizadas na área da Economia
sobre aversão à iniquidade. METODOLOGIA: Foi realizada a análise da literatura em
Economia Experimental no tema da aversão à iniquidade. RESULTADOS E
DISCUSSÃO: Entre os experimentos analisados, encontram-se diferentes propostas
teóricas. Alguns estudos apontam que a condição de distribuição desigual de recursos
pode ser considerada aversiva, isto é, há uma proposta de aversão à iniquidade de forma
universal. Já outros estudos destacam que as propriedades aversivas da desigualdade não
seriam inatas, mas aprendidas ao longo da história de vida do sujeito. Nesse sentido, a
desigualdade não seria aversiva para indivíduos com uma história experimental onde a
distribuição desigual produziu recursos de forma favorável, mesmo que posteriormente
esta desigualdade seja desfavorável ao participante. Pesquisas recentes têm sugerido uma
diferenciação conceitual entre desigualdade (distribuição desigual de recursos) e injustiça
(distribuições consideradas desproporcionais ao desempenho dos sujeitos). O problema
apontado pelos pesquisadores econômicos consiste em que boa parte dos estudos que
trabalham com a aversão à distribuição desigual de recursos têm: (1) tratado dois
fenômenos distintos (a desigualdade e a injustiça) como um mesmo fenômeno; (2)
manipulado a variável “distribuição desigual” de forma que esta é uma distribuição
injusta apenas (distribuições desproporcionais ao desempenho dos participantes em uma
tarefa experimental), não manipulando distribuições desiguais que sejam proporcionais
(consideradas justas). Por conseguinte, isto faria com que a “distribuição desigual”
parecesse aversiva, enquanto que o que provavelmente teria propriedades aversivas seria
um fenômeno mais próximo do conceito de injustiça econômica. Estes pesquisadores
argumentam sobre a possibilidade de os sujeitos serem mais favoráveis a uma distribuição
considerada justa que a uma distribuição igualitária. CONCLUSÃO: A análise da
literatura permitiu discutir sobre as contribuições da pesquisa experimental em Economia
na compreensão do fenômeno da desigualdade; contudo, ainda são necessárias mais
pesquisas na área, principalmente, a respeito de uma diferenciação entre os conceitos de
desigualdade e injustiça.
39
DISPOSITIVO DAS DROGAS E POLÍTICAS PÚBLICAS
Francisco Valberdan Pinheiro Montenegro
Universidade Federal do Ceará
RESUMO: Partindo da experiência de estágio em um CAPS-AD, materializada nos
registros de um diário de campo, o presente trabalho aborda o dispositivo das drogas em
relação às políticas públicas em suas facetas mais contemporâneas no governo da vida e
produção de subjetividade. No início desta década o Brasil assistiu a um significativo
crescimento no papel do dispositivo das drogas nas políticas públicas e no próprio debate
social. Encaradas como problema social, ora de saúde pública, ora de segurança, as drogas
têm sido acionadas sob a forma de ameaça à vida e à sociedade, bem como
operacionalizadas enquanto tecnologia de governo da vida. Datam de 2010 o Plano
Integrado de Enfrentamento ao Crack e as medidas de alcance nacional e regional que
derivam dele, por exemplo, o programa “Ceará Acolhe” do Governo do Estado do Ceará
analisado neste trabalho. Iniciativas como essas evidenciam os agenciamentos mais atuais
do dispositivo das drogas no âmbito das políticas públicas e as subjetivações que constitui
enquanto efeitos das relações de saber-poder que tem por efeito e alvo privilegiado o
sujeito usuário de drogas. Utilizando a metáfora da caixa de ferramentas para aludir ao
pensamento de Michel Foucault, busca-se forjar uma definição provisória e contingente
do que seja o dispositivo das drogas e explorar sua potência no diagnóstico do presente.
Por meio da leitura de pesquisas de inspiração genealógica empreende-se uma perspectiva
de trabalho sobre as drogas em que estas são objetadas enquanto dispositivo produtor de
teias saber-poder-subjetivação. Sendo assim, procede-se uma análise do Ceará Acolhe,
programa governamental que integra Comunidades Terapêuticas à rede de Atenção
Psicossocial que acompanha os usuários. Uma vez conveniadas ao sistema de saúde, as
comunidades terminam por coexistir com a Redução de Danos. Estruturadas, sobretudo,
em dois eixos, a saber, saúde e segurança, as políticas brasileiras sobre drogas derivam
de uma intrincada rede de relações de poder e práticas discursivas que trabalham para
definir o que são as drogas lícitas e ilícitas. Para compreender o atual cenário político que
delineia o campo das políticas públicas brasileiras sobre drogas parte-se da compreensão
de que estas estão inseridas no contexto da política global de guerra às drogas. Esta
problematização considera os registros do diário de campo sobre os movimentos do
cotidiano institucional do CAPS-AD. Neste ínterim, observou-se as alianças travadas
entre o dispositivo das drogas e as políticas públicas em suas configurações mais locais.
Por fim, o trabalho ensaia uma reflexão crítica sobre as atuais formas de governo
empreendidas por meio do dispositivo das drogas no âmbito das políticas públicas, os
agenciamentos biopolíticos atuais e as formas governamentalidade que o atravessam.
Apontamentos sobre as formas de disputa e resistência a partir dos jogos de forças que
atuam no interior do dispositivo das drogas em sua interface com as políticas de saúde
também são feitos com base na experiência de estágio no CAPS-AD. A recusa de um dos
usuários ante a internação iminente chama a atenção para as relações de forças envolvidas
no governo da vida dita drogadicta.
Palavras-Chave: Dispositivo; Drogas; Saúde
40
ENSAIOS DIALÉTICOS ENTRE FEMINISMO E MARXISMO
Antônio Marcos de Carvalho Veras11
Nádia Sousa Ripardo
Bruna Clézia Madeira Neri
Nathássia Matias de Medeiros
Centro Universitário INTA – UNINTA
11
marcosveras3@bol.com.br
41
pode encontrar argumentos nas ideias marxistas, é possível que o marxismo tome saberes
referentes ao feminismo como alimento para as suas perspectivas, uma vez que ambos
não são contraditórios, mas sim compartilham certas ideias e posições, principalmente na
missão política de combater a desigualdade e transformar a realidade. Mesmo com todas
as conquistas de direitos alcançadas, ainda é atual e urgente a necessidade de mudança
social em torno dos grupos oprimidos, dentre estes as mulheres.
Palavras-chave: Feminismo; Marxismo; Igualdade.
42
relaxamento, dinâmico e com fundo musical. Logo após servimos um lanche para elas.
Ao final percebemos o quão satisfeitas elas ficaram com um momento direcionado a elas.
O acompanhamento e tratamento para estimular essas crianças portadoras de microcefalia
são importante para o melhor desenvolvimento, locomoção e comunicação. Percebemos
que a equipe da policlínica envolvida no projeto é bastante dedicada e se preocupam com
o bem-estar. Por outro lado, não podemos pensar no bem-estar do bebê e esquecer que a
frente de todos estes processos está às mães que se sentem cansadas, estressadas e
exaustas por conta do seu dia a dia corrido e bastante cansativo. E visando o bem-estar
dessas mães, pois vimos o quanto às crianças eram bem atendidas e todo o trabalho com
elas era completo, que pensamos nossa intervenção para promover saúde e uma maior
qualidade de vida.
12
hilanasferreira@gmail.com
43
que poderiam ser trabalhadas neste local sob o olhar da psicologia. Propõe-se trabalhar
grupos de encontro com temáticas específicas como estímulos cognitivos, jogos de
memória, Atividades de Vida Diária (AVDs) e atividades que estimulem a autonomia em
geral, dentre outras. Também se destaca como primordial, a escuta psicológica que pode
ser individual, tentando trazer um bem-estar, a partir da fala destes que muitas das vezes
não são escutados ou não se sentem chamados a dividir suas problemáticas. Por fim, não
menos importante, propõe-se ações com a própria equipe que diariamente lida com estes
idosos e acabam sendo afetados. Reflete-se que um trabalho de escuta com os
profissionais pode auxiliar também nas ações com os idosos, visto que os cuidadores têm
mais contato com os idosos e a partir daí poderão auxiliar em estratégias focadas nessas
problemáticas apresentadas. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Apesar desta pesquisa
contar com estratégias de intervenção para uma Instituição em específico, estas
intervenções também podem ser realizadas nos demais espaços que trabalham com o
mesmo público, pois como pudemos observar, este contexto é carregado de demandas,
estas que sendo observadas e pensadas podem ser trabalhadas na melhor forma possível,
com o objetivo de oferecer um melhor espaço para quem o frequenta. Portanto,
destacamos a importância de se pensar nestas estratégias e as lançarmos como modelos
para quem sabe serem articuladas e trabalhadas na prática.
Palavras-chave: Psicologia; Estratégias de Intervenção; Instituições de longa
permanência para idosos.
44
identificar se o mesmo necessita ou não de acompanhamento psicológico.
METODOLOGIA: Foi realizado um relato de experiência através da aplicação do teste
como atividade da disciplina Instrumentos de Avaliação Psicológica I, além da consulta
do manual do teste EFN e algumas literaturas, como artigos científicos e a Resolução do
CFP 002/2003, para com isso, obter um melhor embasamento teórico. RESULTADOS
E DISCUSSÃO: Foi realizada uma avaliação psicológica junto a uma pessoa do sexo
masculino, 18 anos, residente na cidade de Santa Quitéria-Ce, entre os dados relevantes
o avaliado relatou durante a anamnese, ter variações de humor assim como de disposição.
No final da avalição contatou-se que no que diz respeito aos resultados do examinado
sobre os fatores vulnerabilidade, desajustamento psicossocial, depressão, esses foram
todos medianos; porém na escala de ansiedade seus escores foram altos, o que pode
indicar indícios do avaliando ser portador de algum transtorno de personalidade ligado à
ansiedade. Esse resultado está relacionado à características de pessoas que tendem a ser
emocionalmente instáveis, o que pode influenciar nas suas variações de humor e
disposição. Podem ter atitudes inesperadas e perder o controle de algumas situações,
podendo apresentar também sintomas somáticos. CONCLUSÃO: Torna-se notório a
importância deste teste na avalição psicológica objetiva de transtornos de personalidade,
sua relevância está na facilitação da avaliação quando usado como instrumento de
trabalho do psicólogo fornecendo dados que podem contribuir e nortear a atuação do
profissional.
Palavras-chave: Neuroticismo; Transtornos; Personalidade.
45
comunidade terapêutica. Metodologia: trata-se de um relato de experiência realizada no
mês de outubro de 2017 como parte da disciplina de Psicologia Comunitária, da
Universidade Federal do Ceará- Campus Sobral. Resultados: Foi perceptível a sensação
de confiança que os depoentes passavam nos discursos, além de poder relacionar com a
temática ministrada em sala de aula. Dessa maneira, quando Bauman discorre sobre os
significados da palavra comunidade, além do seu significado puro, ela guarda sensações,
sendo estas boas, acolhedoras, que dar suporte aquela pessoa. Discussão: Consideramos,
então, que visitar uma comunidade é adentrar em um ambiente que parece fugir da
realidade, pois a maneira de recepção, acolhimento é tão grande que a sensação de
pertencer àquele grupo já entranha em nós. Além disso, a energia, a força que cada
indivíduo para um para outro, a fim de evitar contato com o álcool é muito grande.
Percebe-se a noção de comunidade sonhada, pois as pessoas têm como meta ajudar uns
aos outros e dar apoio. Ratifica-se, também, a importância de sair dos muros da
universidade para que a visão crítica conquiste o espaço de ampliação.
Palavras chave: Comunidade Sonhada; Alcoólicos Anônimos; Psicologia Comunitária.
46
experiências entre as participantes, reflexões sobre a atividade, ampliação do saber
profissional e transformação das formas de agir, produção de estratégias conjuntas de
enfrentamento das dificuldades laborais e promoção de bem-estar e saúde.
Palavras-chave: Saúde do Trabalhador; Grupos; Clínica da Atividade.
13
Judith Maria Vasconcelos da Costa
47
A intervenção se deu através da música e recitação de poesia observando claramente a
necessidade do acolhimento psicológico naquele ambiente. Durante a intervenção, a
equipe de enfermagem foi mobilizada pelo momento lúdico, houve emoção de todos que
estavam envolvidos. Percebemos a interação e a emoção de quem participava,
proporcionando conversas sobre a vida e lembranças alegres. CONCLUSÕES: Assim,
compreendemos que a psicologia se insere nesse ambiente não apenas para escuta e
acolher o outro, como também um gerador de mudanças. Portanto, naquele local ocorreu
a ressignificação do que eram apenas dor e limitações, sendo também espaço de
produção de vida, circunscrevendo a doença em suas histórias.
Palavras-Chave: Hemodiálise; Psicologia; Escuta
14
E-mail do primeiro autor: rafi_nha_aragao@hotmail.com
50
a partir de condições de privação psicossocial e multidimensional, que influenciam os
modos de vida dos sujeitos. O objetivo é analisar a participação da família na vida escolar
das crianças, no contexto de uma escola pública, na cidade de Sobral-Ce. A metodologia
utilizada foi de cunho qualitativo, a partir da inserção no cotidiano de uma escola pública,
que facilitou o contato com famílias. Após a seleção e o consentimento dos sujeitos,
através assinatura do termo de consentimento, os dados foram coletados a partir de
entrevistas semiestruturadas e visitas domiciliares realizadas na casa das famílias
escolhidas. Os dados foram registrados em diários de campo e gravações de áudios, e
posteriormente, analisadas a partir da análise de conteúdo, com auxílio do software de
análise qualitativa, atlas T.i. Vale ressaltar que essa pesquisa teve aprovação do Comitê
de Ética em Pesquisa (CAAE: 74723217.7.0000.5053). Dentre os resultados, foi visto
que a escola exige dessa família condições ideais de acompanhamento da vida escolar da
criança, sem considerar o modo de vida desses sujeitos. Além disso, foi identificado que
o modo de vida dessas famílias era caracterizado pela realidade de pobreza, que produz
implicações sociais e psicológicas, interferindo nas escolhas e nas condutas de cada um.
Diante isso, é preciso ampliar as discussões sobre participação da família na escola, indo
para além das concepções que dicotomizam, colocando de um lado a família que
participa, como modelo a ser seguido, e de outro, a família que não participa. Esse estudo
vai na direção de problematizar esse contexto, deflagrando uma realidade muito mais
complexa, abarcando dimensões psicossociais, que influenciam as escolhas, os caminhos
e as condutas desses sujeitos pobres. Viu-se que essas famílias vivem uma realidade que
exige uma carga horaria de trabalho cotidiana, muitas vezes, excessiva, para garantia do
sustento básico, de seus filhos. Portanto, não se trata, só de participar ou não, da vida
escolar de seu filho na escola, mas que condições essa família dispõe para acompanhar,
efetivamente, a aprendizagem de seus filhos, uma vez que existe uma realidade objetiva
que pressiona pela busca de sobrevivência imediata. Assim, pode-se constatar a
importância dos profissionais da educação, buscarem uma visão mais alargada desse
processo que envolve a tríade família-pobreza-ensino público, na direção de questionar
preconceitos e estigmas, que condicionam a não participação dessas famílias à meras
posturas de irresponsabilidade ou desinteresse. Diante do exposto, fazem-se necessário
mais estudos e pesquisas, principalmente no campo da Psicologia e Educação, que
possam contribuir com análises contextualizadas e comprometidas com a realidade
psicossocial em que vivem essas famílias, que estão nas escolas públicas e que são
maioria em nosso país.
Palavras-chave: Participação; Família Pobre; Escola Pública.
51
GRUPO DE PESQUISA NEXOS: DIÁLOGOS E INTERLOCUÇÕES
CONTEMPORÂNEAS
Janaína Chagas de Sousa15
Vagner de Souza Fernandes
INTRODUÇÃO: O presente trabalho visa apresentação das atividades realizadas no
Grupo de Pesquisa Nexos: Teoria Crítica e Interdisciplinaridade/NE, composto por
alunos e professores do curso de Psicologia da Universidade Federal do Ceará, campus
Sobral. O Grupo está atualmente desenvolvendo dois projetos de pesquisa,
“Subjetividades em rede: em análise as discussões em grupos de Facebook”, orientado
pela Prof.ª Dra. Deborah C. Antunes, e o projeto “Do Espetáculo a Transparência:
uma arqueogenealogia dos regimes de visibilidade/vigilância contemporâneos”,
orientado pelo Prof. Dr. Pablo Severiano Benevides. Os dois projetos são trabalhados de
forma mútua, em que procuramos traçar diálogos e interlocuções entre os temas.
OBJETIVOS: Buscamos elaborar compreensões acerca das novas problemáticas
possibilitadas pelo acelerado avanço científico e tecnológico, levando em consideração a
incorporação das tecnologias digitais em nossas práticas sociais. METODOLOGIA:
Realizamos análises exploratórias de grupos de teor político, identificados como quatro
páginas do Facebook e dois canais do Youtube, a fim de investigar a respeito dos
conteúdos presentes nas postagens desses grupos, seus recursos utilizados, além dos
comentários e discussões possibilitadas pelas interações entre os seguidores e não
seguidores das páginas e canais em estudo. Além disso, atualmente nos reunimos em
grupos de estudos semanais com o intuito de discutir os textos que fundamentam a
pesquisa. RESULTADOS: Os estudos se encontram em processo de construção, em que
trabalhamos com a hipótese de uma formação de um novo regime de visibilidade-
vigilância, investigando quais condições que possibilitam determinar aquilo que se torna
visível ou não no contemporâneo, partindo dos conceitos trabalhados por Guy Debord em
seu livro “A Sociedade do Espetáculo" e Byung Chul Han em “A Sociedade da
Transparência” e “Psicopolítica”. Além disso, buscamos traçar a existência de um novo
tipo antropológico de homem da Era Digital, baseado na Teoria Crítica da Escola de
Frankfurt. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Levando em consideração o nosso atual
contexto social e político, em que as tecnologias digitais se tornam elementos mediadores
de nossas práticas, compreendemos esse espaço, criado e possibilitado pelas interações
em rede sociais virtuais, como um campo fértil para as pesquisas que estamos
desenvolvendo, nos colocando uma série de questionamentos pertinentes que fomentam
nossas investigações.
Palavras-chave: Contemporaneidade; Tecnologia; Política.
15
Email: janainach15@gmail.com
52
INTERVENÇÃO PSICOLÓGICA - COM A EQUIPE DA PEDIATRIA EM
HOSPITAL DE ENSINO NO INTERIOR DO CEARÁ
[1] lidimaraabreu@hotmail.com
16
karolinydahora@gmail.com
54
de apresentações artísticas. Além disto, os convidados relataram que a veiculação destas
produções à comunidade contribuiu para a visibilidade do movimento da pessoa com
deficiência em Sobral – CE. CONCLUSÃO: Conclui-se que a produção de práticas
artísticas em espaços acessíveis à comunidade e de forma articulada ao Conselho da
Pessoa com Deficiência se mostrou um dispositivo enriquecedor na problematização de
temas que atravessam o campo de estudo da deficiência.
55
sexismo e de racismo em seu ambiente de trabalho, o que demostra a pouca efetividade
da suposta “democracia racial” brasileira.
RESUMO: Pretende-se por meio desse trabalho levantar reflexões sobre negritude e
racismo pautadas em um estudo interseccional, levando em consideração as questões de
gênero e classe e forma como elas se relacionam e se sobrepõem. Esse trabalho surgiu a
partir de ações em uma escola de ensino médio em Sobral pelo projeto de extensão
Travessias, do curso de Psicologia da Universidade Federal do Ceará, e tem por objetivo
pensar os diferentes modos de subjetivação do que é ser negro e como esse tema é ainda
muito naturalizado e camuflado pela dificuldade de dar dimensão e nome a esse
sofrimento, além da frequente minimização das consequências do racismo. Utilizamos
como metodologia a observação em uma escola do ensino médio da cidade de Sobral, a
partir de um grupo de discussão sobre temas diversos. Utilizamos, também como
metodologia de análise das discussões e temas surgidos durante o grupo, a teoria pós-
colonialista e trabalhamos em uma visão interseccional, percebendo como gênero,
sexualidade, raça, etnia e classes sociais estão intimamente relacionados e são
motivadores de questionamentos frequente na vida desses sujeitos. Inicialmente, a ideia
do grupo era conversar sobre os temas que tivessem sido escritos e colocados
anteriormente em uma caixa, e no decorrer dos encontros do grupo os temas que mais se
destacavam iriam ser discutidos, dentre eles a depressão e a sexualidade. O que se
17
E-mail do autor: yansampaio007@gmail.com
57
mostrou significativo e digno de discussão foi a ausência de proposições para discutirmos
racismo nos encontros do grupo, entretanto, após o início do grupo e as discussões sobre
o tema da sexualidade e do gênero, rapidamente as questões relacionadas ao racismo
surgiram. Essas questões se destacaram na fala de todos os participantes do grupo,
mostrando a importância da discussão desse tema em todos os ambientes, inclusive o
escolar. Além disso, percebemos a forma como o racismo está frequentemente presente
em todos os espaços e, ainda que não seja nomeado como tal, causa sofrimento.
Palavras-chave: Racismo; Negritude; Interseccionalidade;
18
joseaneoliveirapsi@gmail.com
58
“Sociedade do espetáculo”. Resultados e discussão: Na primeira análise, foi perceptível
em comum a todo material avaliado uma possível exaltação direcionada a uma figura
política, com características de líder e qualificado pelos seguidores como “intelectual”.
Para justificar, foi percebido pelo grupo que alguns usuários usavam recortes de falas
descontextualizadas de alguém para convencer um público. Foi percebido também
maneira como alguns usuários ridicularizam quem defende ideais diferentes. As redes
sociais são usadas para exposição de opiniões e relatos pessoais. Com frequência, é
notória certa exposição de pensamentos preconceituosos, modos grosseiros de expressões
ancorados na ideia da “liberdade de expressão”. Uma das caraterísticas das redes é a
velocidade com que as informações circulam e interação em tempo real. Tal velocidade
de informações faz com que os indivíduos se exponham mais, curtindo ou comentando
algo e colocando certas informações em destaque, sem uma prévia reflexão do conteúdo
postado. Conclusão: O grupo observou na primeira etapa da pesquisa que grande parte
das discussões, sobretudo as de cunho político, parecem se fortalecer com a ideia de um
“inimigo”, caracterizado por grupos com ideias diferentes. A eles são direcionados,
independente dos lados, comentários preconceituosos e estereotipados. O que preocupa é
o constante desejo de aniquilação do outro que possui posição contrária, assim como a
pouca reflexão dos conteúdos em questão.
Palavras-chave: Redes sociais; Discurso Político; Grupos.
59
modo, o referido trabalho tem como objetivo geral compartilhar as vivências de estágio
no âmbito da Proteção Social Especial (PSE) do Sistema Único de Assistência Social
(SUAS). Para a execução deste trabalho, foram realizadas uma revisão bibliográfica
acerca da temática e uma análise dos registros feitos durante o estágio (diário de campo,
diagnóstico institucional e relatórios de estágio). Os resultados obtidos permitem
compreender o papel do profissional da psicologia no serviço de acolhimento
institucional para a população em situação de rua, especificamente no Abrigo
Institucional de Sobral, onde são realizados atendimentos individuais e
multiprofissionais, visitas domiciliares, visitas institucionais, acompanhamento do
trabalho dos cuidadores, dentre outras atividades. Vale salientar que são poucas as
pesquisas que exploram esta temática, por isto, consideramos relevante contribuir na
compreensão do papel do psicólogo da Alta Complexidade, apresentando quais foram/são
os seus desafios e as suas facilidades. Assim concluímos que é necessário a criticidade a
cerca da realidade, distanciando-se do modelo tradicional de psicologia como ferramenta
de ideologia burguesa, repensando a nossa práxis enquanto psicólogos em formação
comprometidos com os Direitos Humanos.
¹Email: pimenta_edna@hotmail.com
60
na sociedade de maneira única e individual, e tendo por intermédio o outro em suas
relações sociais. Dentro dessas relações existentes ao longo dos anos, a família e a escola
são duas instituições muito importantes na formação desses indivíduos. Na escola muitos
conhecimentos que não são aprendidos em casa serão repassados, esses conhecimentos
são nomeados por Vygotsky (1998) como educação formal. Diante das disciplinas
estudadas e metas estabelecidas, muitas vezes percebemos uma grande dificuldade ou um
não interesse dos alunos em apropriar-se de alguns assuntos, o que se faz necessário
explorar os mais diversos recursos para que a aprendizagem torne-se assim significativa
e prazerosa. Diante disso, é necessário que a equipe pedagógica encontre recursos para
que esses processos de ensino aprendizagem sejam prazerosos e a criança possa significar
seu processo de aprender a partir dos próprios interesses, sendo assim os desenhos
animados surgem como um favorecedor do aprender uma vez que já estão tão presentes
no cotidiano das crianças. Ao final dessa pesquisa, percebemos que os meios midiáticos
têm se tornado um dos recursos mais utilizados pelas crianças desde muito cedo, sendo
um fator que contribui para o desenvolvimento da criança em diversos aspectos. Faz-se
importante compreender a evolução da mídia, e como ela afeta diretamente no modo de
como as crianças vão se desenvolver dentro e fora do meio escolar por se tratar de
questões multidimensionais. Dessa forma, levando em conta o meio escolar essa
ferramenta é utilizada diariamente na vida das crianças e ela por sua vez pode auxiliar no
processo de ensino e aprendizagem, de forma positiva e até mesmo de agilizá-la, por ser
um recurso lúdico que chama a atenção das crianças e traz acontecimentos da realidade
em seu conteúdo.
Palavras chaves: desenhos animados; ensino-aprendizagem; mediação.
19
kemyllemb@gmail.com
61
Sobral que, apesar de ter uma grande demanda, ainda não tem um CAPS infantil. Como
metodologia, utilizamos o referencial psicanalítico, a partir de textos de Freud a Lacan,
bem como de comentadores e experiências clínicas semelhantes já publicadas de práticas
com muitos dentro dos dispositivos de saúde mental. O projeto acontece dentro do CAPS
– II da cidade de Sobral desde 2016 e atende em média 8 crianças e mães, a proposta é
que a prática com muitos, termo que implica a direção de trabalho e o que se é entendido
por psicanálise para trabalhar com crianças dentro da rede de Saúde Mental. Dessa forma,
o projeto de extensão tem fornecido espaço para que os sujeitos possam vir a surgir e
possam ser acompanhados de forma a proporcionar maior autonomia em suas vidas. No
mais, acontecem planejamentos com os demais profissionais do serviço, onde
construímos casos clínicos e discutimos as demandas para que cada sujeito apareça de
forma única no grupo. Portanto, pode-se concluir, que a experiência de extensão
proporciona espaços para o livre surgimento do sujeito, com trabalhos guiados pela ética
da psicanálise, que visa a circulação do desejo e da palavra , produzindo efeitos clínicos
no que diz respeito a prática com crianças em sofrimento psíquico grave e ao mesmo
tempo denuncia a alta demanda de atendimentos infantis, que necessitam de outros
espaços na rede de Saúde Mental de Sobral.
Palavras-chaves: Psicanálise; Sujeito; Prática com muitos
62
ressignificação e internalização do que é mediado e do que é aprendido. Na medida em
que os atendimentos acontecem, são trabalhadas demandas específicas de cada paciente
e por ser realizadas, na maioria das vezes em grupos, tem um grande foco na inclusão
dessas crianças, bem como, trabalhar minimamente na socialização das mesmas. As
maiores dificuldades enfrentadas pelas crianças com autismo se referem à socialização e
suas maiores necessidades são o respeito, a aceitação, inclusão social e sensibilidade
psicomotora. Grande parte dessas crianças apresenta algum tipo de comportamento
disfuncional, como agressividade, agitação psicomotora, desatenção, hiperatividade,
comportamentos repetitivos/estereotipados e resistência a mudanças e seguimentos de
rotina. Compreendemos que todo o equipamento lúdico que é utilizado com estas crianças
possibilita de diferentes formas, trabalhar aspectos distintos, seja a atenção, memória,
concentração ou aspectos psicopedagógicos. Essa modalidade psicoterapêutica tem por
base o trabalho biopsicossocial, que integra o indivíduo como um todo, para que este
possa tomar consciência de suas incapacidades físicas e/ou cognitivas e poder buscar
novas formas de viver sua vida de forma adaptada. Enfatizando e valorizando todos os
ganhos decorrentes do processo de reabilitação. Compreende-se assim, que a pessoa com
o Transtorno do Espectro Autista tem um mundo particular por ver e ser vista de uma
maneira diferente o seu meio social. Dessa forma, conhecer a fundo uma pessoa com
autismo pode trazer um aprendizado significativo para as pessoas que tem essa
oportunidade. Concluímos assim, o papel fundamental do psicólogo nesse espaço, que
para além de uma intervenção mais pontual, visualiza o seu desenvolvimento a partir dos
seus sintomas. As pessoas que possuem o TEA devem ser acolhidas e não esquecidas,
pois existe especificidade, assim como, ser cuidada e estimulada a se desenvolver a partir
das suas potencialidades.
Palavras-chave: Transtorno do Espectro Autista; Reabilitação; Psicologia.
20
E-mail do primeiro autor: rafi_nha_aragao@hotmail.com
63
considerar as especificidades dos modos de vida desses sujeitos. Diante disso, o objeto
deste trabalho é discutir sobre o lugar dos sonhos nas trajetórias de vida pessoal e escolar
de estudantes de uma escola pública, em Sobral-Ceará. Esta pesquisa foi de base
qualitativa, através da realização de uma oficina, com jovens de uma escola pública.
Participaram 20 jovens, oriundos/oriunda de bairros periféricos, com faixa etária entre 15
a 17 anos. A metodologia foi dialógica e vivencial, incluindo dinâmicas e vivências. No
primeiro momento, facilitamos um debate sobre juventude e sonhos, na direção de
questioná-los: quais os sonhos de vocês, jovens, hoje? Depois dessa discussão, foi
realizada uma dinâmica chamada, círculo de encontro, onde eles iram conversar sobre o
sonho de cada um, a escolha da profissão e o que eles estão fazendo para realizar esse
sonho. Em seguida, socializaram a conversa com a turma. Encerrou-se o momento com
uma dinâmica onde, cada um colocava dentro de um balão uma palavra que identificasse
o que eles podiam fazer para realizar esse sonho. Dentre os resultados, as expressões dos
sonhos e desejos profissionais, foram as questões mais intrigantes, que exige reflexões
acadêmicas, educacionais e sociais. Dentre as profissões trazidas, tiveram: médico,
engenheiro civil, bombeiro e a mais citada foi polícia, tanto pelos jovens homens, quanto
mulheres. Cerca de 25% dos jovens pretendiam ser policial, uns especificaram como
sendo a polícia a federal, e o outro, citou que queria ser do raio, caracterizado por ser
parte de um batalhão que atua com ronda de ações intensivas e ostensivas. Dentre as
justificativas por essa escolha, os jovens, de um modo geral, traziam o desejo de poder
acabar com a violência e o preconceito que existe. De modo especifico, as meninas
manifestavam o desejo de exercer a função que até então a sociedade designava aos
homens. Percebeu-se que, tinha um aluno que enquanto que os/as demais debatiam, ele
desenhava um jogador de futebol. Além disso, eles compartilharam o modo de vida e as
dificuldades vivenciadas, para os que vem de bairros pobres e periferias. Na dinâmica de
encerramento, eles identificaram algumas palavras que podiam fazer para realizar esse
sonho, tais como: fé, esperança, estudo, motivação, dedicação, entre outras. Foi
perceptível o envolvimento e a integração dos jovens entre si, para com o tema e para
conosco, o que tornou a experiência produtiva para cada um, incluindo nós, as
facilitadoras da oficina. As falas e as expressões dos jovens, acerca das profissões
produziu um campo fértil de reflexões sobre a escola, como um lugar potencializador das
escolhas profissionais, em que se deve considerar o lugar psicossocial de onde esses
jovens vem, seus modos de vida presente e seus projetos de futuro. Assim, a escola torna-
se um lugar fundamental para a construção desses jovens como sujeitos da sua história,
de maneira crítica e comprometida com a realidade em que vivem.
64
POVOS CIGANOS: UM ESTUDO SOBRE A SUBJETIVIDADE HUMANA
Flavianne Maria Almeida de Sousa [1]
Renata Cassemiro Feijão
Antonia Karen Fontenele de Sousa
José Maria Nogueira Neto
Faculdade Luciano Feijão – FLF
67
RELATO DE EXPERIENCIA EM AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA INFANTIL
COM RELATÓRIO DA ESCALA DE TRAÇOS DE PERSONALIDADE PARA
CRIANÇAS (ETPC)
[1] mariaeduardajovino@hotmail.com
68
RELATO DE EXPERIÊNCIA DO TESTE PSICOLÓGICO DE AVALIAÇÃO
DOS INTERESSES PROFISSIONAIS – AIP
[1] mariaeduardajovino@hotmail.com
69
REFLEXÕES DO CONTEMPORÂNEO A PARTIR DE BLACK MIRROR
21
kellyvaragao@gmail.com
70
extensionistas e do público em geral, em cada oportunidade de contato com a reflexão
levantada. Assim, atingimos nosso objetivo quando nos tornamos capaz de gerar
incômodo e autonomia pensante no sujeito sobre aspectos da sociedade que podem passar
despercebidos no cotidiano.
Palavras-chave: Psicologia Social; Extensão; Black Mirror.
22
emanueri12@gmail.com
71
ainda que o adoecimento do docente é multideterminado, mas a precariedade a qual o
profissional está submetido a seu campo de trabalho tem intensificado esse fato.
Palavras chave: Clínica da atividade; Docência; Precarização.
72
SECRETARIA DE DIREITOS HUMANOS, HABITAÇÃO E ASSISTÊNCIA
SOCIAL: UMA REFLEXÃO SOBRE O FAZER POLÍTICO DA PSICOLOGIA –
A QUEM ESTAMOS SERVINDO?
Pedro Igor da Frota Viana do Nascimento
Centro Universitário – UNINTA
73
SUICÍDIO: FENÔMENO COMPLEXO E MULTIFATORIAL UMA QUESTÃO
DE SAÚDE
Silvialine Fontenele Ramos23
Aliny Lima de Albuquerque
Judith Maria Vasconcelos da Costa
Laura Augusta Aguiar Andrade Costa
Romulo Cardoso da Silva
23
silvia5239@hotmail.com
74
prevenção do suicídio, e felizmente, muitas estratégias já estão sendo utilizadas na
intenção de assistir a dimensão do suicídio.
Palavras-chave: Suicídio; Saúde; Cuidado.
24
Mihfontenele15@outlook.com
75
UM RELATO DE EXPERIÊNCIA A PARTIR DO INVENTARIO DE
PERCEPÇÃO DE SUPORTE FAMILIAR – IPSF
Rose-Anne Holanda[1];
Maria Eduarda Sousa Rocha;
Georgia Maria Melo Feijão
Faculdade Luciano Feijão - FLF
[1] roseanneholanda@gmail.com
76
VESTIBULAR: UM ESTUDO SOBRE FATORES GERADORES DE
ANSIEDADE NA ADOLESCÊNCIA
Práticas e Experiências em Psicologia
Natchécia Dálet Ferreira Parente[1]1
Rayssa Gomes Carneiro2
Maria Lauana Nery de Sousa3
Jamille Maria Vasconcelos Portela4
Geórgia Maria Melo Feijão5
Faculdade Luciano Feijão
77
VIVÊNCIAS ESCOLAR: RELATOS DE EXPERIÊNCIAS NA DISCIPLINA DE
ESTÁGIO BÁSICO I
Leidiane Carvalho de Aguiar
Benedita Nádia Silva Pereira
Centro Universitário –UNINTA
Introdução:O estágio é um momento de aprendizagem que possibilita articular teoria e
prática, proporcionando ao aluno uma vivência de situações reais com as diversas áreas
que compõe a Psicologia. Dentre essas áreas está a psicologia Escolar, a qual vem
consolidando um campo de atuação significativo para o psicólogo e, também para a
produção científica, tendo como objetivo principal mediar os processos de
desenvolvimento humano e de aprendizagem, contribuindo para a sua promoção.O
Presente trabalho foi produzido a partir das experiências de duas estudantes de Psicologia
na disciplina de Estágio Básico I. Essa disciplina tem como propósito proporcionar ao
aluno um contato inicial com o exercício da profissão, possibilitando uma articulação da
teoria com a prática psicológica ainda nos primeiros semestre do curso. Objetivo: Expor
a experiência vivida por as estagiárias no acompanhamento de duas visitas técnicas na
Escola Sinhá de Sabóia e o CEJA, apresentando assim as possibilidades e desafios
observados na possível atuação do psicólogo Escolar, ainda que nesta instituição não foi
perceptível a atuação deste profissional.Metodologia: As visitas técnicas foram
realizadas em Agosto de 2017, no turno vespertino, com a direção geral da Escola, com
o intuito de explorar de forma mais aprofundada o conhecimento sobre o papel do
psicólogo dentro da área da psicologia Escolar, ainda que de modo observacional.
Resultados e Discussão: A experiência vivida dentro do espaço do Estágio trouxe
avanços significativos na percepção e na aprendizagem sobre o âmbito Escolar,
possibilitando assim uma compreensão que existe a necessidade da atuação do psicólogo
dentro do campo educacional, já que a psicologia no contexto Escolar têm como objetivo
principal a promoção do desenvolvimento da aprendizagem e da relação do contexto
social.Segundo Mitjáns Martinez (2003) a psicologia Escolar é um campo de atuação
profissional do psicólogo (e eventualmente de produção científica) caracterizado pela
utilização dos conhecimentos da psicologia no contexto Escolar, com o objetivo de
contribuir para otimizar o processo educativo, entendido este como complexo processo
de transmissão cultural e de espaço de desenvolvimento da subjetividade. A leitura dos
textos propostos na disciplina de estágio básico nos possibilitou uma visão esclarecedora
quanto às demandas do ambiente escolar e como poderia ser a atuação do psicólogo. A
partir do que estudamos foi possível perceber que existem carências de diversos aspectos,
as práticas não são cumpridas como deveriam. Consideramos que há a necessidade do
saber e intervenção da psicologia. Conclusão: Essa experiência foi de suma importância,
pois foi possível compreender que o psicólogo pode atuar em todos os segmentos do
sistema educacional, realizando intervenções preventivas ou corretivas, em grupos ou de
forma individual. E na atuação, deve considerar não apenas o individual dos alunos, mas
também as demandas do corpo docente, e as demais características institucionais.
Palavras –chave: Estágio; Psicologia Escolar; Experiências
78
PÔSTERES
79
A CLÍNICA HISTÓRICO-CULTURAL INFANTIL EM CASO DE
SEPARAÇÃO CONJUGAL
81
moradia provisória. (MDS, 2009). CONCLUSÃO: Diante do que foi vivenciado,
podemos considerar que foi possível – através das leituras reconstruir olhares e
(re)pensar ações em prol da pessoa em situação de rua. Compreender que a atuação do
Psicólogo deve ultrapassar as barreiras que nos distanciam daqueles que estão
marginalizados, excluídos, oprimidos frente à sociedade. Nesse sentido o psicólogo atua
como fio condutor na reinserção do sujeito em atividades coletivas, possibilitando-o
conviver em coletividade, aprendendo com o outro a resgatar suas possibilidades de
construção da identidade.
Palavras-chave: População de rua; Pobreza; Abrigamento.
RESUMO: Entendemos que a luta feminista caracteriza-se pela busca de equidade entre
gêneros e é um movimento fundamental em uma sociedade que assiste à atualização das
formas de opressão ao longo do tempo. A discriminação de gênero possui continuidades
e descontinuidades históricas, encontrando novas e atualizando antigas maneiras de
coação. Este trabalho pretende apresentar os desafios aos quais o feminismo tem
respondido ao longo do tempo, assim como problematizar quais são as novas nuances das
desigualdades de gênero contra as quais se luta. Trabalhamos na perspectiva de um estudo
teórico, a partir de levantamento bibliográfico sobre o tema abordado. Traçando uma
linha histórica dos feminismos no Brasil, podemos identificar que muitas foram as
conquistas desde o início dos anos XX, quando a luta feminista voltava-se principalmente
ao direito de voto feminino e ao acesso à educação. Nos anos 1970 o movimento ganha
força e posiciona-se contra interesses políticos nacionais que perpetuavam a desigualdade
entre os gêneros. Nos anos 1990 já possível falar sobre uma consolidação do feminismo
no Brasil, articulando-se com outras lutas a favor das minorias sociais. Tomando em conta
a trajetória do feminismo no país, observa-se que foram muitas as conquistas de direitos
para as mulheres. Em um país como o Brasil, que historicamente designou o espaço do
público ao homem e o doméstico à mulher, após anos de luta, foi possível conquistar certo
amparo politico, teórico e prático que fornece espaço no âmbito público para a
visibilidade feminina, como em cargos empregatícios, no campo acadêmico, etc. Com o
aumento do movimento, a criação das ONG’s desenvolveram ações no sentido de
82
visibilizar a realidade da desigualdade entre os gêneros, buscando promover políticas
publicas junto ao Estado. Houve outras metas alcançadas, como o sufrágio universal, a
lei Maria da Penha, as conquistas no campo da Previdência Social para empregadas
domésticas nos últimos anos e a potência das redes sociais em questionar o domínio da
mídia sobre qual seria o modelo ideal de mulher (bela, recatada e do lar). Apesar de todas
as conquistas no campo legislativo, ainda são imensos os desafios que a cultura
contemporânea apresenta. Ainda hoje mulheres sofrem diariamente discriminação,
desvalorização e violência, corroborando com a ideia de que a dominação masculina
ainda é uma estrutura de poder em exercício na atualidade. O feminismo organizado
apresenta a proposta de concretizar as ações coletivas das mulheres para transformação
social, movimento que se mostra ainda indispensável para as mulheres de hoje, sobretudo
em um país com maior índice de violência doméstica e tráfico de mulheres. A máxima
brasileira de que “todos são iguais perante a lei” pode ser colocada em dúvida, uma vez
que o país carrega cicatrizes abertas de desigualdades históricas que se perpetuam em
todos os âmbitos sociais. Foram várias as vitórias dos movimentos feministas ao longo
da história, mas, por outro lado, ainda é atual a necessidade de mudar a prática cotidiana
numa cultura machista. É preciso refinar o olhar para os pequenos modos de
discriminação feminina atuais, construir uma olhar crítico e atento às desigualdades.
Palavras-chave: Feminismo; Atualidade; Lutas.
[1] E-mail: dalia_paiva@hotmail.com
84
Psicologia Histórico-Cultural. METODOLOGIA: A pesquisa é qualitativa e se constitui
num relato de experiência, o qual serve como uma colaboração à prática na área de
psicologia clínica. RESULTADOS: Por meio das sessões de Psicoterapia está sendo
trabalhada a reconstrução da relação com o pai, visto que, apesar do pai ser o cônjuge
mais próximo da filha, tem sido distanciado por esta em virtude da decepção sofrida.
Procura-se também ressignificar a relação com a mãe, a qual se configurava como tensa.
Utilizou-se do recurso da “Linha do Tempo”, onde a paciente retoma aspectos de sua
história de vida, para que se compreendesse como a personalidade ansiosa havia se
constituído e qual sua relação com os conflitos familiares. Verifica-se que a relação com
o pai, fator protetor mais fortalecido ao longo de sua vida, se fragilizou, o que provocou
uma fragilidade psíquica. Somado a isso, a adolescente tem tido mais contato com a mãe,
o que também a torna mais fragilizada. A realidade tem sido, portanto, significada de
forma negativa, o que ajuda a ampliar a ansiedade e o pânico. CONSIDERAÇÕES
FINAIS: A clínica Histórico-Cultural é vista como um importante suporte para a atuação
do psicólogo nesse contexto, pois o ajuda a notar as interfaces entre realidade e objetiva
e singularidade do sujeito. A partir disso, torna possível a reconstrução de novos
significados dentro do meio social.
Palavras-chave: Clínica Histórico-Cultural; Conflito Intrafamiliar; Relação indivíduo-
meio.
25
Email: fisabellyasousa@hotmail.com
85
resolução de problemas metodológicos e conceituais que esta disciplina enfrenta no
presente. Dessa forma, o que se busca nesse trabalho é tecer algumas considerações sobre
a fundamentação histórica da ciência da Análise do Comportamento a partir da análise de
artigos de behavioristas, pretendendo compreender seu surgimento em sua forma
científica, considerando o contexto histórico, social e político em que essa ciência foi
construída, bem como, as tensões, aproximações e afastamentos que aconteciam tanto no
interior das próprias ciências do comportamento, como em relação às demais abordagens
psicológicas. Metodologia: Foi realizada uma pesquisa bibliográfica, utilizando artigos
que abordavam a história da construção da Análise do Comportamento. A análise dos
artigos foi realizada de modo a destacar aspectos relevantes dessa abordagem,
considerando os fatores históricos, sociais e políticos no qual esta foi construída.
Resultados: A história do Behaviorismo pode ser conceituada a partir de Watson, o qual
inaugurou o termo behaviorismo, em seu artigo de 1913, e, se estende até Skinner,
considerado, por vezes, uma evolução do behaviorismo metodológico de Watson e de
outros behavioristas. Conclusão: Esse trabalho não pretende mostrar o movimento de
superação de um autor por outro, mas trazer os aspectos que possibilitaram a emergência
da Análise do Comportamento como fonte de pesquisa e elaborações na sua forma de
aplicação para a Psicologia.
Palavras-chave: História; Behaviorismo; Análise do Comportamento.
RESUMO: Desde o nosso descobrimento até os dias atuais nosso país se transformou
em um centro de diversas linguagens, etnias e cultura. De todos os povos e comunidades
que fizeram parte deste marco histórico em nosso país, este trabalho irá tratar
especificamente com os povos Quilombolas. Os povos quilombolas atualmente assim
nomeados são comunidades descendentes dos escravos que aqui foram trazidos para
trabalhar nas grandes fazendas e construções no período colonial. A história desse povo
se marca em diversos momentos de lutas, resistência e conquista. O processo de formação
como sociedade e urbanização perpassa por alguns processos, sendo um dos mais
importantes a nossa deculturação. Ao longo dos anos nossa sociedade passou por diversas
mudanças em todas as suas esferas sociais, a busca por igualdade e respeito entre todos
foi uma dela, porém o preconceito racial se tornou algo bastante presencial nas
comunidades, principalmente as menos favorecidas. Diante disto este estudo teve como
86
objetivo articular o relato de um chefe de uma comunidade quilombola com o que temos
em nossa literatura nacional, acerca da cultura e identidade ainda permanecida e fatores
psicológicos vivenciados na comunidade com o desenvolvimento da sociedade. De
acordo com o que foi encontrado na literatura nacional e acerca da entrevista realizada
com o Sr. Chico chefe de uma comunidade quilombola, foram encontrados traços
simbólicos e culturais bastante importantes acerca de sua vida em uma dimensão
histórico-cultural que atravessam anos de luta. A cultura pode ser entendida de diversas
formas dependendo do contexto ao qual é analisada, o sujeito quando membro de uma
comunidade e interliga sua identidade com o reconhecimento, ele se inicia em um
processo ao quais suas ações sejam elas de forma coletiva ou individual passam a fazer
sentido e assim indivíduos passam a ser denominados de sujeitos. Também ao associar o
relato do chefe da comunidade com a literatura acerca de sua identidade compreendemos
que existe uma relação com o auto-reconhecimento de seu pertencimento a sua
comunidade, assim possível compreender essa identificação junto com sua história e
cultura. Pode-se concluir com este estudo que todos nós devemos pensar acerca dos
problemas vividos pelas comunidades quilombolas, visto como um movimento de
valorização a suas heranças africanas que compuseram e tornaram-se constituintes da
população brasileira, assim como impulsionar novos olhares e posicionamentos acerca de
como esses povos também precisam ter mais assistência, respeito e vez por parte e na
sociedade.
Palavras-chave: Quilombola; Psicologia; Cultura.
¹eduardomaciel800@gmail.com
87
Específicos: Compreender como os vínculos afetivos são mantidos dentro de um quadro
de violência; Identificar quais sentidos a vítima atribui ao relacionamento com o
agressor; Identificar quais tipos mais comuns da violência contra a mulher.
METOLOGIA: Realizou-se pesquisa bibliográfica a partir da base de dados Scielo no
período de 2004 a 2017. Utilizou-se como descritores: violência doméstica, violência
intrafamiliar e os aspectos emocionais, encontramos um universo de 20 periódicos da
língua portuguesa. Redefinimos a busca, resumindo-a em nove artigos.
RESULTADOS E DISCUSSÕES: A violência contra a mulher é uma questão de saúde
pública, enquadrando-se em um dos problemas sociais mais preocupantes da atualidade,
que afeta milhares de pessoas, colaborando para que a mulher torne-se vulnerável diante
do parceiro e da sociedade. Rolim (2008), afirma que as mulheres estão expostas a
grande violência, que tem a peculiar característica de ocorrer geralmente no seio das
relações familiares e no âmbito da vida privada, contrastando com a que acontece nos
espaços públicos. É uma ação que se instala a partir de diversos fatores e apesar de ser
mais recorrente nas relações familiares, esse não é o único espaço em que as mulheres
sofrem violência. Na visão de Martins (et al., 2007) As consequências da violência
doméstica/intrafamiliar contra crianças/adolescentes são desastrosas e repercutem em
todos os segmentos da sociedade, com agravos significativos à saúde das mesmas.
CONCLUSÃO: A violência contra a mulher continua crescendo a cada dia, mesmo
com as políticas públicas e leis que asseguram os seus direitos, esses são violados com
frequência. Se caracterizando como um grave problema de saúde pública que precisa ser
reconhecido e enfrentado pela sociedade civil e pelos órgãos governamentais. Percebe-
se que a mulher vitima de violência necessita ser acolhida pela sociedade como um todo
e que muitos fatores externos são favoráveis a sua permanência no mesmo ambiente que
o agressor desencadeando uma série de questões emocionais.
Palavras-chave: Violência; Mulher; Afetos.
88
aqui as possíveis contribuições das novas roupagens do feminismo no enfrentamento do
problema. Este trabalho configura-se como um estudo teórico, de natureza bibliográfica.
Em uma tentativa de abordar o contexto do feminicídio no Brasil, é indispensável recorrer
à história e às heranças que as relações de gênero trazem consigo. Em toda a história do
Brasil, desde mil e quinhentos, foi relegado à mulher a condição de invisibilidade e de
propriedade. Durante muito tempo, o modelo social e familiar dominante no Brasil era
baseado no patriarcado, modelo que remete ao período colonial, onde toda a família e
servos eram submissos ao patriarca. As mulheres passavam da obediência ao pai para a
submissão ao marido, ficavam restritas ao lar e deviam cuidar de sua honra. Nesse
contexto, a violência contra a mulher era e continuou por muito tempo sendo invisível,
existindo certa naturalização de tal contexto. Apesar de inúmeras mudanças ao longo da
história, com continuidades e descontinuidades diversas, o patriarcado se faz presente na
atualidade sob novas nuances. Toma-se aqui o termo patriarcado assim como o faz
Boudieu, de forma ampliada enquanto meio de análise da sociedade humana, referindo-
se à dominação masculina. As várias versões do movimento feminista trouxeram
incontáveis conquistas de direitos em prol da igualdade para homens e mulheres,
favorecendo a instalação de mudanças favoráveis à luta. Atualmente, observamos os
novos feminismos, marcados pela pluralidade de perspectivas e pelo uso das redes sociais
como grande disparador de mudanças. Esse movimento atual favorece que o feminicídio
venha à tona, passando a ser cada vez mais notado, problematizado e discutido, tentando
de alguma forma mobilizar e empoderar essa mulher que durante muito tempo foi
esquecida. Foram alcançadas conquistas, como a criação da Lei Maria da Penha,
mobilizações de empresas no sentido de catalogar dados sobre a violência contra
mulheres e legislações que trazem formas severas de punição quando o crime acontece.
É possível então concluir que o feminicídio é uma questão marcada pela cultura, assim
como o seu enfrentamento também deve ocorrer culturalmente. Como todo produto da
sociedade, o feminicídio, assim como a violência contra a mulher em geral, é fruto de
lutas políticas. Assim, é fundamental a articulação dos diversos âmbitos da sociedade no
enfrentamento do problema. Colocar em pauta a questão, dar-lhe visibilidade e entender
de que forma foi historicamente possível construir-se um país com tão altas taxas de
feminicídio, o que fez parte dos objetivos deste trabalho, configura-se uma urgência
política e ética.
Palavras-chave: Feminicídio. Gênero. Feminismo.
[1] licianemarques@hotmail.com.br
89
INTERVENÇÕES GRUPAIS COMO MEDIADORA DO EMPODERAMENTO
FEMININO
90
INTOLERÂNCIA RELIGIOSA AOS ADEPTOS DA UMBANDA
26
clara_rios@outlook.com
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DA FACULDADE LUCIANO FEIJÃO.
92
O ATENDIMENTO DA CRIANÇA COM TRANSTORNO DO ESPECTRO
AUTISTA - TEA: UM DESAFIO PARA A PSICOLOGIA
Débora Melo
Verônica Ferreira César
Dalvany Rodrigues Linhares
Gizélia dos Santos Fernandes
Gilmário Rebouças
Faculdade Luciano Feijão-FLF
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O USO ABUSIVO DE REDES SOCIAIS E OS SINTOMAS DE ANSIEDADE E
DEPRESSÃO: UM ESTUDO CORRELACIONAL
RESUMO: A criação da internet trouxe inúmeros benefícios aos indivíduos e pode ser
considerado como uma das melhores invenções tecnológicas da atualidade. Porém, junto
com os seus benefícios a internet também trouxe alguns malefícios, como o uso abusivo
de suas ferramentas e uma possível dependência em seus usuários, principalmente, no
que diz respeito ao uso de redes sociais. Tal dependência, como apontam estudos recentes,
pode trazer consequências até mesmo para a saúde mental desses usuários. Nesse sentido,
com o objetivo de investigar esses impactos, na presente monografia, buscou-se avaliar a
relação entre a dependência de Facebook e níveis de ansiedade e depressão apresentados
pelos usuários dessas redes sociais. Para a realização desse estudo, contou-se com a
participação de 95 participantes de diversas cidades do Brasil, a maioria do sexo feminino
(57,0%) e com média de idade de 26, 8 anos. Esses participantes responderam a Bergen
Facebook Addiction Scale, Questionário de Saúde Geral de Goldberg e a Questões
sociodemográficas para caracterização da amostra. Com base nos resultados obtidos, foi
possível verificar que a maioria dos respondentes (48,5%) costumam passar de 1 a 3 horas
diárias conectadas na rede social Facebook e utilizam essa rede mais frequentemente para
o compartilhamento e acesso a fotos, vídeos e informações. Estes, em sua maioria,
consideram que a utilização dessa rede social contribui muito para a manutenção de
amizades já existente (34,7%) e mais ou menos para a construção de novas amizades
(31,6%). No que diz respeito a relação entre dependência de Facebook e o níveis de
ansiedade e depressão apresentados, foi possível observar uma correlação positiva entre
essas variáveis, indicando assim que quando maior a dependência ao uso dessa rede
social, maiores os níveis de ansiedade e depressão apresentados. Com esses resultados é
possível concluir que embora o uso dessa rede social seja popularmente visto como uma
atividade prazerosa ou até mesmo uma atividade de lazer, seu uso excessivo, ou mais
especificamente, a dependência comportamental ao Facebook pode trazer consequências
danosos à saúde mental dos seus usuários.
Palavras-chave: Redes sociais; Ansiedade e Depressão; Psicologia.
¹izadora.zara@gmail.com
94
PSICOTERAPIA E INTERVENÇÕES CLÍNICAS EM ANÁLISE DO
COMPORTAMENTO: UM ESTUDO DE CASO DO ESTÁGIO CLÍNICO
SUPERVISIONADO
95
PRECONCEITO À LUZ DA TEORIA CRÍTICA: UMA REVISÃO
SISTEMÁTICA
Introdução: O preconceito foi discutido e pensado pelos autores da Teoria Crítica, como
Adorno e Horkheimer (1985), Crochik (2006), os quais o compreende que o estudo sobre
o preconceito deve levar em conta o estudo do indivíduo, seu desamparo, sua falta de
autonomia que denuncia a sociedade fascista. E também como a ideologia se reproduz a
partir da incorporação individual mediada por necessidades psíquicas, que são históricas.
Segundo a pesquisas de Adorno (1965) mostra que o preconceito não é inato, ele se instala
no desenvolvimento individual como um produto das relações entre os conflitos psíquicos
e a estereotipia do pensamento. O que indica que elementos próprios à cultura estão
presentes. Objetivo: Avaliar a produção científica existente sobre preconceito sob a ótica
da Teoria Crítica, identificando e sumarizando pesquisas encontradas na literatura.
Método: Foi realizada uma revisão sistemática nas bases de dados eletrônicas SciELO e
Lilacs, utilizando como orientador de busca, os descritores chaves, “Preconceito” e
“Preconceito, e Teoria Crítica”, respectivamente. Como critérios de inclusão artigos que
avaliassem o preconceito com referencial da teoria crítica, desenvolvidos no Brasil e
disponíveis na íntegra em português e excluídos trabalhos sobre discriminação
etnicorracial, Aids e Hanseníase, dentre outros. A busca foi feita do dia 02 a 25 de janeiro
de 2018. Resultados: Foram encontrados 69 trabalhos, todos os resumos foram
analisados e considerados dentro dos critérios, e desse 14 artigos para leitura do texto
completo. A maioria dos trabalhos encontrados, foram produzidos por pesquisadores em
São Paulo. 40% dos trabalhos foram pesquisas Teóricas e 60% pesquisas empíricas,
realizadas em escolas. Os resultados apontam os elementos que constituem o preconceito;
apresentam que a educação inclusiva continua sendo uma barreira enfrentada, a qual pode
ser superada com uma reflexão crítica e uma abertura ao outro. Conclusão: A pesquisa
realizada apontou lacunas de investigação, e que o preconceito é culturalmente construído
com o desenvolvimento das relações sociais e responde a necessidades inconscientes do
indivíduo. O contato e a reflexão critica poderão refazer mudanças nesta visão.
Palavras-chave: Preconceito; Teoria crítica; Revisão Sistemática.
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RESGATE DA INFÂNCIA – UMA INTERVENÇÃO APARTIR DA PRÁTICA
EM PSICOLOGIA COMUNITÁRIA
Laura Augusta Aguiar Andrade Costa27
Judith Maria Vasconcelos Costa
Lidimara Martins Abreu
Silvialine Fontenele Ramos
Romulo da Silva Cardoso
Faculdade Luciano Feijão – FLF
27
lauragusta11@hotmail.com
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psicologicamente saudável para a vivência, da fase da infância, mesmo que em outro
momento da vida.
Palavras-chave: Infância; adolescencia; vulnerabilidade.
[1] (sabrina.madeira@hotmail.com)
VÍCIO E RECOMPENSA
[1]
beaoliveira6124@gmail.com
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