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ANAIS DA I SEMANA DE PSICOLOGIA DO UNINTA

Prof. Me. João Silveira Muniz Neto


Prof. Me. Túlio Kércio Arruda Prestes
Prof. Me. Henrique Riedel Nunes
Prof. Me. Francisco Eliandro S. do Nascimento
Prof. Me. José Alves de Souza Filho
Prof. Me. Denilson Gomes Silva
Profa. Ma. Gabriela Maria de Sousa Vieira
Profa. Ma. Ana Mara Farias Melo
Profa. Ma. Bruna Clézia M. Neri
Profa. Ma. Nathássia Matias de Medeiros

Organizadores

A revisão conceitual do conteúdo dos resumos destes anais, bem como a responsabilidade
intelectual neles contida são de inteira responsabilidade dos autores.
Sobral, CE.
2018

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ORGANIZAÇÃO
CURSO DE PSICOLOGIA
Coordenador Me. João Silveira Muniz Neto
Gestora de Pesquisa Ma. Gabriela Maria de Sousa Vieira

COMITÊ AVALIADOR
Prof. Me. João Silveira Muniz Neto
Prof. Me. Túlio Kércio Arruda Prestes
Prof. Me. Henrique Riedel Nunes
Prof. Me. José Alves de Souza Filho
Prof. Me. Francisco Eliandro S. do Nascimento
Prof. Me. Denilson Gomes Silva
Profa. Ma. Gabriela Maria de Sousa Vieira
Profa. Ma. Ana Mara Farias Melo
Profa. Ma. Bruna Clézia M. Neri
Profa. Ma. Nathássia Matias de Medeiros

REVISÃO ORTOGRÁFICA
Profa. Esp. Silvana Maria Cândido de Sousa

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Ficha Catalográfica Elaborada Pela Biblioteca Central
Professora Maria Carmelita Moura Viana Rodrigues do Centro Universitario
INTA – UNINTA.

CIP - Catalogação na Publicação

S471 Semana de Psicologia – Transversalizando diálogos: políticas, lutas e


diversidades na psicologia (1. : 2018 : Sobral, CE).
Anais da I Semana de Psicologia do UNINTA, 15 a 17 de maio de 2018
[recurso eletrônico] / Organização: João Silveira Muniz Neto, Túlio Kércio
Arruda Prestes, Francisco Eliandro S. Do Nascimento et al. — Sobral, CE:
LMR Distribuidora, 2018.
101 p.

Acesso on-line em:


ISBN: 978-85-9521-476-7

1. I Semana de Psicologia. 2. Psicologia – Anais. 3. Diversidades na


Psicologia. I. Centro Universitário INTA - UNINTA. II. Título.

CDD 150

Ficha catalográfica elaborada pela Biblioteca Central do Centro Universitário INTA - UNINTA

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INSTITUTO SUPERIOR DE TEOLOGIA APLICADA – Centro universitário
INTA - UNINTA

Reitor: Dr. Oscar Rodrigues Junior

PRÓ-REITORIA EXECUTIVA INSTITUCIONAL – PROEX

Pró-Reitor: Prof. Me. Daniel Rontgen Melo Rodrigues

PRÓ-REITORIA ADMINISTRATIVA – PROAD

Pró-Reitora: Profa. Me. Ingrid Soraya de Oliveira Sá

PRÓ-REITORIA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO – PROPESP

Pró-Reitora: Profa. Dra. Chrislene Carvalho dos Santos Pereira


Cavalcante

PRÓ-REITORIA DE DESENVOLVIMENTO INSTITUCIONAL – PRODI

Pró-Reitora: Profa. Dra. Marisa Pascarelli Agrello

PRÓ-REITORIA DE ENSINO DE GRADUAÇÃO – PRODEG

Pró-Reitor: Prof. Dr. Rômulo Carlos de Aguiar

PRÓ-REITORIA DE DIÁLOGO E SUPERVISÃO INSTITUCIONAL – PRODISI

Pró-Reitora: Profa. Esp. Francisca Neide Camelo Martins Rodrigues

PRÓ-REITORIA EXECUTIVA DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA – PROEAD

Pró-Reitor: Prof. Esp. Lindomar Jémison Moura Rodrigues

PRÓ-REITORIA DE CARREIRAS MÉDICAS E ODONTOLÓGICAS –


PROMEO

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Pró-Reitor: Prof. Dr. José Klauber Roger Carneiro

PRÓ-REITORIA DE CARREIRAS DA SAÚDE – PROCARES

Pró-Reitora: Profa. Me. Michelle Alves Vasconcelos

PRÓ-REITORIA DE CARREIRAS DE ARQUITETURA E ENGENHARIAS –


PROAE

Pró-Reitor: Prof. Dr. João Carlos Correia

PRÓ-REITORIA DE CARREIRAS DE CIÊNCIAS JURÍDICAS, HUMANAS,


SOCIAIS E TECNOLÓGICAS – PROHUSA

Pró-Reitora: Profa. Esp. Eliza Angélica Rodrigues Ponte

SISTEMA DE BIBLIOTECAS – SiB - GRUPO GORJ

Coordenador: Esp. Germano Gil Furtado Moreira – CRB-3/1456

PROCESSAMENTO TÉCNICO

Bibliotecária: Mestranda Maria Aparecida Nascimento Ferreira – CRB-


3/1546

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APRESENTAÇÃO ANAIS I SEMANA DE PSICOLOGIA

Apresentamos, com muita alegria e entusiasmo, à comunidade universitária


sobralense os Anais da I Semana de Psicologia do Curso de Graduação em Psicologia
do Centro Universitário INTA – UNINTA.
Nosso Curso, que recentemente completou 02 anos de funcionamento, vem se
estabelecendo como uma grata surpresa dentro da rede universitária da cidade de Sobral.
Inscrito sob o signo do novo e furtando-se à mesmice, propomo-nos, cotidianamente, a
solidificar uma Graduação que seja, a um só tempo, rentável do ponto de vista financeiro
bem como altiva e orgulhosa de sua qualidade, tendo como horizonte inegociável a
excelência acadêmica.
Em função de nossa premente vocação acadêmica, pensamos na I Semana de
Psicologia com estes Anais justamente para demarcar nossa prioridade com a produção
e com a publicização do conhecimento. Registramos aqui, para a posteridade, os mágicos
dias dos quais foram compostos os últimos 13, 14 e 15 de maio. Pretendemos, com este
documento, escrevermos nos cadernos da História esta que foi a I Semana de muitas que
ainda virão.
Desde o título – Transversalizando Diálogos: políticas, lutas e diversidades na
psicologia – pretendemos deixar claro nosso compromisso com as minorias e com a
diferença. Tivemos em nossa Programação não apenas os discursos acadêmicos, mas
também maciça participação de movimentos sociais da cidade de Sobral.
Neste evento tivemos nada menos que 282 inscritos; 78 apresentações orais; 18
apresentações em banner; 13 minicursos; 6 mesas redondas e 02 Palestras Magnas; e uma
inesquecível Noite Cultural, com maciça participação dos alunos do próprio Curso
mostrando seus talentos literários e musicais. Contamos com profissionais e professores
da Psicologia e de áreas interdisciplinares dos mais gabaritados não só da cidade de
Sobral, mas de diversas cidades do estado do Ceará.
Os números do evento, portanto, atestam o sucesso da empreitada. A I Semana
de Psicologia do UNINTA movimentou intensamente a calorosa Princesinha do Norte
com sua Programação que, assim julgamos, contribuiu efetivamente com o campo de
saber e com o campo da profissão da Psicologia desta terra que legou ao mundo Belchior.
Amigos, esse é o tamanho do nosso sonho: desde 2014 estou à frente de um projeto
sério e comprometido (sem cair numa estéril ranzinzice) que, devido às muitas mãos
discentes e docentes que compõem este nosso Curso, temos tornado cada vez mais
prazeroso e gradativamente assertivo ocupar este lugar. Esse sonho que ora materializa-
se, evidentemente, não é apenas meu. É do conjunto de pessoas que, desde fevereiro de
2014, ousaram imaginar um Curso de Psicologia que esteja conectado ao mercado de
trabalho sem curvar-se às suas – por vezes – perversidades e ao mundo acadêmico sem
deixar de estar atento à imanência do mundo. Tudo isso com a grandeza e a estrutura que
só um Curso do UNINTA pode ofertar!

João Silveira Muniz Neto


Coordenador do Curso de Psicologia do UNINTA
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RESUMOS
MESA REDONDA

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MESA REDONDA: SAÚDE MENTAL
Panorama da Psicologia no Estado do Ceará: um diálogo com o Conselho Regional
de Psicologia da 11ª Região-CE e as Políticas Públicas
Diego Mendonça Viana1

RESUMO: Este trabalho se configura como uma das iniciativas de apresentação de como
funciona a estrutura do sistema Conselhos de Psicologia com vistas a incentivar a
participação dos profissionais e estudantes do processo democrático de construção da
profissão. O objetivo geral consiste em compreender como funciona a estrutura do
Sistema Conselhos de Psicologia e quais as repercussões da atuação do Conselho de
Psicologia no panorama da profissão no estado do Ceará. Os objetivos específicos são:
Sistematizar as da estrutura legal da profissão e do Sistema Conselhos de Psicologia;
Analisar o panorama de atuação da Psicologia no estado do Ceará, bem como Construir
síntese analítica da formação em Psicologia com possíveis avanços, retrocessos e desafios
no estado do Ceará. A metodologia situa-se no campo da pesquisa qualitativa de caráter
de interesse de conselho profissional nos termos da RESOLUÇÃO Nº 510, DE 07 DE
ABRIL DE 2016 do Conselho Nacional de Saúde, bem como este estudo se configura
como transversal quanto ao tempo e em uma perspectiva exploratória quanto às possíveis
descobertas de seu objeto. Os cenários de pesquisa foram compostos pela capital e as
cidades das macrorregiões do interior do estado do Ceará (Cariri, Sertão Central, Região
Norte e Região Centro Sul). Os sujeitos desta pesquisa foram profissionais de Psicologia
do estado que aceitarem participar do estudo. A coleta de dados será feita por meio de
preenchimento de questionário disponibilizado pelo CRP 11 em eventos da categoria e
por meio de envio para os órgãos gestores das principais políticas públicas do estado do
Ceará. Os dados foram tabulados por meio da estatística descritiva e interpretado à luz
das legislações e da literatura que versa sobre o processo de trabalho em Psicologia.
Fizeram parte do arcabouço teórico de referência desta pesquisa os seguintes termos:
Políticas Públicas, Saúde Pública e Saúde Coletiva, Política de Assistência Social,
Política de Educação, Políticas do Sistema de Garantia de Direitos e Formação em
Psicologia. Os resultados apontam que o sistema conselhos possui um sistema de
participação muito semelhante ao processo das conferências de políticas públicas, com
etapas locais, regionais e nacionais, com eleição de delegados (as) para cada etapa, bem
como votação de caderno de deliberações que orientam os plenários de cada conselho
regional de Psicologia pelo país. Apesar de abrangente este processo, a categoria tem
participado de forma tímida e há uma tarefa histórica de ampliar este processo de
participação ativa e qualificada na construção da profissão. Em relação ao panorama da
profissão, constatou-se que a Política de Assistência Social é a que emprega o maior
número de profissionais de Psicologia no estado, seguida pela Política Pública de Saúde.
A média de carga horária dos profissionais é de 40 horas semanais, a média salarial do
estado é de R$ 2.500,00, com poucos benefícios trabalhistas adicionais. O vínculo maio
presente é de concurso público, sobretudos nos municípios do interior e são

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proporcionadas poucas condições adequadas para o exercício profissional. Em termos da
formação, havia 27 cursos de psicologia em 26 instituições, sendo 2 instituições públicas
e 24 privadas. Majoritariamente a formação em Psicologia ocorre em Instituições de
Ensino Superior (IES) privadas distribuídas nas seguintes cidades: Fortaleza, Sobral,
Tianguá, Quixadá, Juazeiro do Norte, Icó, Jaguaribe, Aracati, Crateús e Itapipoca.
Conclui-se que é uma tarefa urgente que haja maior interesse e articulação da categoria
para fortalecimento da profissão com maior participação nos espaços de decisão e,
também, nos espaços em que as condições de trabalho e de exercício ocorrem nas políticas
públicas, a saber, conselhos e conferências.
Palavras-Chave: Sistema Conselhos. Políticas Públicas. Psicologia.

Saúde Mental
Natércio Capote
RESUMO: Essa apresentação segue com um sentido da clínica psicanalítica, ou seja, eu
mesmo não sei bem o que lhes falar, mas falando espero saber o que penso. Colhemos
nosso discurso assim. Queria pontuar que o tratamento é um acompanhamento, mas não
feito de qualquer modo. Um analista está sempre um pouco atrás para ter acesso à
materialidade das palavras erigidas; dos significantes; do saber (não-sabido) de cada
analisante. Falo acompanhamento e devemos lembrar que há certa modalidade disso que
alude à sexualidade. Há acompanhantes de luxo, por exemplo, mas na psicanálise não há
luxo, inclusive, não se ouve bem sendo educado, para citar uma elucidação do psicanalista
francês Jacques Lacan. Se o luxo é condizente com o excesso é isso que temos que
decantar, pois são as sobras, os restos (se preferirem) que a clínica procura lidar. Do luxo
ao lixo basta apenas uma vogal, vejam bem! Gostaria de expor uma colocação sobre a
transferência, uma vez que o colega de Mesa tocou no conceito e articulou com o “sujeito
suposto saber”. De fato! Uma relação intrínseca que é feita por Lacan e só pode ser
correlativa à psicanálise. O referido analista francês desdobra a questão da transferência,
em certo momento, com essa exposição do que é taxada de seus três “s”: “o sujeito
suposto saber”. Mas alerta que ali onde colocam o analista, ele não deve enganar-se. Em
outras palavras, o saber em questão é o do analisante e sobre a forma que o analista recebe
suas demandas e é envolvido nas suas fantasias. Se lhes posso inferir uma recomendação,
é o caso de lerem Freud. Há toda uma geografia no trabalho freudiano: relevos, paisagens,
montanhas, riachos, etc.. É preciso ler Freud com os pés, não há outra forma. Espero que
me permitam essa metáfora com a mesma seriedade que o inconsciente é estruturado
como linguagem e, tal como a aclamação de Lacan em seu seminário sobre “O desejo e
sua interpretação”: “a psicanálise tem consistência pelos textos de Freud, esse é um fato
irredutível” (LACAN, 1967/2003, p. 256).
REFERÊNCIA
LACAN, J. (1958) O desejo e sua interpretação. Seminário, livro 6. Rio de Janeiro:
Jorge Zahar, 2016.
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MINICURSOS

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DIREITO DE FAMÍLIA E PSICOLOGIA: ALIENAÇÃO PARENTAL EM
FOCO
Me. Amanda de Oliveira Falcão Medeiros

RESUMO: Para a melhor compreensão sobre as atuais demandas das varas de família ao
psicólogo jurídico, faz-se necessário considerar os condicionantes sócio-históricos e
culturais que afetam a dinâmica e estrutura da família ao longo do tempo. Dessa forma,
destacam-se alguns fatores que contribuíram para a proliferação de diferentes arranjos
familiares, quais sejam: uma expansão importante de acesso aos direitos civis e políticos
para as mulheres, que propiciou gradativamente a entrada nas esferas públicas, como no
mercado de trabalho, faculdades e demais contextos que eram restritos aos homens. Outro
fator é a Lei do Divórcio de (1977), que também foi um marco legal, pois até então o
casamento era indissolúvel e a separação gerava muitos estigmas sociais especialmente
ao gênero feminino. Por fim, a Constituição Federal de 1988 vem assegurar o direito à
igualdade e estabelece como objetivo fundamental do Estado promover o bem de todos,
sem preconceito de sexo, bem como a igualdade de direitos e deveres referentes à
sociedade conjugal entre homem e mulher. Nesse sentido, o casamento deixou de ser um
instituto preordenado à reprodução e passou e a se constituir essencialmente em espaço
de companheirismo e camaradagem. Nessa perspectiva, o modelo de família nuclear, tida
como padrão até meados do século XX, vem perdendo a representatividade
gradativamente, até os dias atuais, em que se reconhecem como famílias as ditas famílias:
monoparentais, recasadas, extensas, homoafetivas, casais sem filhos, dentre outros perfis.
Atualmente, o próprio ordenamento jurídico compreende a família como entidade
familiar, não só constituída por meio do casamento (CF 88). Devido a intensas mudanças
num período relativamente curto, é possível presenciar novos conflitos no âmbito
familiar, especialmente advindos do divórcio. O IBGE indica que em 2016 ocorreram
344.526 divórcios em 1ª instância ou por escrituras extrajudiciais, um aumento de 4,7%
em relação a 2015, quando foram registrados 328.960 divórcios, cabe destacar que a
maior proporção das dissoluções ocorreu em famílias constituídas somente com filhos
menores de idade (47,5%) e que em 74,4 % dos casos o guarda é atribuído à mãe. Diante
deste panorama e da premente tendência a judicialização da vida privada, alguns impasses
que chegam à justiça são: o reconhecimento de paternidade, disputa de guarda,
regulamentação de convivência, abandono afetivo e alienação parental. Diante de todas
essas demandas, a alienação parental possui algumas problemáticas que merecem ser
destacadas. O termo Síndrome de Alienação Parental (SAP) foi criado pelo psiquiatra
norte-americano Richard Gardner na década de 80. A SAP se caracteriza pelo fato de o
alienador programar o filho para denegrir a imagem do outro genitor somada à
colaboração da própria criança. A alienação parental tem sido comumente visto nos
contextos de divórcio litigioso e disputa de guarda, caracteriza-se como uma interface da
violência emocional e causa diversas consequências à saúde mental dos envolvidos,
especialmente para a criança que é afastada do convívio com o genitor alienado. Pela
gravidade das consequências geradas, o ordenamento jurídico criou a Lei nº12.318/2010,
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conhecida como lei combate a alienação parental. Tal normativa visa coibir a
manifestação desse fenômeno por meio de algumas sanções estipuladas ao genitor
alienador como, por exemplo, o pagamento de multa, alteração de guarda e advertência
caracterizando a alienação parental como um ilícito civil. Diante desse cenário, é crucial
analisar qual é o papel do psicólogo jurídico e como o profssional poderá pode contribuir
para dirimir tal problemática. É precípuo prezar por uma atuação ética, conforme orienta
o Código de Ética profissional: “O psicólogo atuará na instituição de forma a
promover ações para que esta possa se tornar um lugar de crescimento dos indivíduos,
mantendo uma posição crítica que garanta o desenvolvimento da instituição e
da sociedade.” Nesse sentido, a psicologia não está subordinado ao campo jurídico, pelo
contrário deve-se buscar pela complementariedade das áreas, buscando sempre a
disposição para refletir, criticar e aprimorar a sua práxis. No que se refere aos casos de
alienação parental o psicólogo dispõe de algumas técnicas e métodos próprios da
profissão, tais como: avaliação psicológica, produção de laudos psicológicos, escuta
especial. Nenhuma forma de atuação do psicólogo deve ser dissociada de uma
fundamentação teórica robusta e nem do compromisso ético de promover o bem-estar do
individuo. Dito isso, os psicólogo que atua em casos de alienação parental tem que ter
cautela para não recair em usurpação de função jurídica que concerne às práticas de
inquirição, investigação e produção de provas. Não se pode perder de vista que a ideia
central da atuação da psicologia é a promoção do fortalecimento e o estimulo da
preservação do lugar de pai e mãe na vida da criança.
Palavras-chave: Família, Direito, Alienação Parental, Psicologia Jurídica

REFERÊNCIA
Dantas, C. & Jablonski, B. (2004). Paternidade: considerações sobre a relação pais-
filhos após a separação conjugal. Paidéia, 2004, 14(29), 347-357

Lago, V. M. & Bandeira, D. R. (2019). A Psicologia e as demandas atuais do Direito de


Família. Psicologia ciência e profissão, 29 (2), 290-305
Brasil. (2016) Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, estatísticas do Registro
Civil 2016. Retirado do site
https://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/periodicos/135/rc_2016_v43_informativo.pdf
Brasil. Constituição (1988). Constituição da Republica Federativa do Brasil. Brasilia.,
DF: Senado Federal: Centro Gráfico,1988

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BRINCADEIRAS PERIGOSAS: JOGOS DE NÃO-OXIGENAÇÃO:
CONHECER, COMPREENDER E PREVENIR

Fabiana Medeiros Vasconcelos

As “brincadeiras” de não-oxigenação, essa atividade quase desconhecida e


despercebida pelos pais, educadores e profissionais de saúde, tornam-se cada vez mais
frequente entre crianças e jovens. Na única pesquisa existente no Brasil sobre a prática
dessas "brincadeiras," 40% das crianças e jovens entrevistados já experimentaram e
podem ser praticantes (GUILHERI, Juliana, 2015). Inicia-se por uma curiosidade,
através da pressão de pares, jovens que já a praticaram, e que a divulgam como
divertida ou prazerosa. Tem como reduto, as esquinas e esconderijos de escolas,
normalmente onde não transitam adultos. Em grupos, as crianças e jovens sucumbem
ao desejo instigador de desafiar o limite do desconhecido. Nesse desconhecer, entram
também os sérios riscos e as consequências, por vezes irreversíveis, da prática dessas
brincadeiras.
Essa atividade pode tornar-se um hábito e, levar à sintomas físicos que
comprometem o bem-estar do jovem, mas que são incompreendidos como tal por não
serem considerados ou reconhecidos por pais e profissionais. A repetição da prática
gera um quadro clínico de sintomas: irritabilidade, olhos vermelhos, manchas no rosto
ao redor das pálpebras, fortes dores de cabeça, marcas no corpo, principalmente na
área do pescoço. De um a três minutos sem oxigênio, no que se para a circulação do
mesmo para a irrigação do cérebro, pode ocorrer a perda da consciência, e como
consequência, sequelas tais quais: a cegueira, a surdez e a paralisia. A grande
incidência da consequência irreversível, a morte, acontece quando, instigado pela
curiosidade, o jovem entre 12-13 anos decide por tentar a atividade de maneira
solitária e sofre uma parada cardíaca. Pais ao redor do mundo podem contar essa
trágica história. Pesquisas informais indicam que cerca de 1,000 jovens são vítimas
anuais dessas práticas (dados globais), de acordo com dados da entidade americana
Erik`s Cause.
Quando se anuncia a morte de um jovem pela prática, entram em ação as
fantasias ao redor do acontecido. No imaginário do leigo, elabora-se o perfil de um
jovem com características comportamentais e de personalidade suicida. Invoca-se à
mente a depressão, o isolamento, a falta de pertencimento ao mundo e a família.
Porém, muito ao contrário do que se imagina ou fantasia, o perfil de um praticante
dos jogos de não-oxigenação destoa da vontade e intenção de tirar a própria vida. A
experiência reportada por alguns desses jovens, descreve uma sensação percebida
como euforia, não sabendo os mesmos, que fisiologicamente, a última se constitui
como a morte de células neuronais. A busca se caracteriza na sensação prazerosa.
Pesquisas indicam ainda que não existe um perfil definido, sendo possível seduzir
jovens de diversas faixas etárias, de qualquer raça e grupo social (GUILHERI, Juliana,
2015).
Sendo difícil abarcar a dimensão do fenômeno, já que se constitui como uma
prática fora do controle dos adultos, secreta, existe ainda um fator que compactua com
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a curiosidade: a internet. Jovens tem acesso rápido, fácil e em tempo real a
informações, que não estão submetidas a controle ou monitoramento. Pais podem até
construir barreiras e impor limites de sites e mídias sociais dentro de casa e nos
aparelhos de uso doméstico (o que seria recomendado fazer), mas o mundo oferece
wi-fi em todos os ambientes: restaurantes, livrarias, shopping centers. As portas de
casa, antes seguras e protetoras dos filhos, não barram a rede, o mundo virtual. Ficam
todos à mercê do contato com estranhos e com todos os tipos de possibilidade de se
oferecer desafios, os mais complexos, os mais recentes. Apelando assim para o
impulso adolescente de existir na borda, na necessidade complexa de se pôr a prova,
com o adicional agravante de um mundo real elaborado com uma educação voltada
para a competição.
Entre as necessidades de brincar, estar a de repetir a brincadeira, de procurar
refazer e dominar o fazer até se sentir mestre, em controle, no poder. No brincar
estaria também a necessidade psíquica de elaborar, de se constituir como sujeito das
ações. Enquanto o adolescente busca o seu limiar de existência estaria aí a ser
pressionado pelas demandas de uma sociedade julgadora da sua “performance” e da
seta imaginária que aponta para o número um. O jovem, que mesmo estando
circundado de uma experiência familiar positiva, vê-se nesse trajeto sendo
impulsionado para o centro dessa competição, tendo um menu de desafios complexos
que oferecem esse lugar. O jovem precisaria de um saber de si para além das
demandas sociais, valores que qualificam a sua existência dentro dos limites, já que a
família torna-se o elemento de diferenciação na adolescência. Porém, enquanto as
diretrizes de educação estiverem voltadas para a corrida ao primeiro lugar e a
formação de jovens se encontra embasada nos desafios que consolidam essa
ideologia, as brincadeiras perigosas só tendem a se manifestar de forma mais
contundente, propondo um espaço para que a grande maioria se sinta campeã de riscos
e desafios, sem compreender as consequências que as mesmas podem trazer em longo
prazo.
Para os que acreditam que as bordas oceânicas e culturais ainda existem e que
atividades como esta não estão a por em risco a vida de crianças e adolescentes no
Brasil, hora de despertar. As ocorrências que vão sendo silenciosamente vividas por
famílias, existem. A oportunidade de se repensar os modelos educacionais, o controle
da propagação e divulgação de comportamentos e atividades de risco e como prevenir
mais uma criança ou adolescente de se testar no limite acontecem quando o mudo se
pronuncia, quando o silêncio é quebrado apesar da dor, quando alguém diz basta e
toma para si o bem comum, a mudança para um existir que, não só protege a vida de
muitos, mas aponta para o que precisa ser modificado.
Não seria deveras acreditar em ações que atentem para a formação de jovens,
questionem o acesso desmedido da informação virtual e que voltem os olhares para a
compreensão de que cada vida, uma a uma, é de valor imensurável. Faz-se urgente as
iniciativas de prevenção, que querem andar de mãos unidas com pais, educadores e
profissionais de saúde em busca de uma conscientização e conhecimento em favor da

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promoção do bem estar de crianças, adolescentes e suas famílias.
( VASCONCELOS, Fabiana - Instituto DimiCuida – 2018)

Bibliografia
GUILHERI, Juliana - “Brincadeira do desmaio”: uma nova moda mortal entre crianças
e adolescentes. Características psicofisiológicas, comportamentais e epidemiologia dos
‘jogos de asfixia’, 2016
https://www.erikscause.org/ Acesso em agosto de 2018

PSICOLOGIA E RECURSOS LÚDICOS


Denilson Gomes Silva

RESUMO: A expressão artística é um meio de observar e ampliar o processo de


simbolização. Através dela, cria-se também a dinâmica entre o sintoma e a realidade.
Além de um diagnóstico, essa possibilita o criar que dá para a criança um movimento de
relação com o conflito e um possível desenvolvimento. O brincar oferece à criança a
possiblidade dela jogar, atuar a sua maneira. Ao brincar a criança pode: se identificar com
a demanda, com os pais, criar um novo modo de se apresentar nessa dinâmica ou até
repetir a forma como ela se apresenta. Por isso, esse lugar simbólico e o movimento que
o brincar produz, auxilia no processo de elaboração, intervenção na psicoterapia e
também do criar a si mesmo da criança. Dinamiza e põe em movimento a demanda dos
pais e permite que se produza algo que dá abertura para a existência a criança
como indivíduo. Jogos, brincadeiras, brinquedos, desenhos são possibilidades para
renovar a dinâmica da criança. Espera-se da psicoterapia que ela seja capaz de intervir
em função do desenvolvimento da criança. Tanto o brincar, como as expressões criativas
são capazes de criar um espaço simbólico para o sujeito se manifestar dentro de sua
dinâmica e recriar-se nas expressões e brincadeiras. Nesse sentido, considera-se que
o setting terapêutico deve ser um ambiente em que sejam acolhidas as mais diversas
experiências sentidas pela criança para que a experiência psicológica do novo possa ser
vivida. Ao brincar com uma criança, seja através de um brinquedo, de uma encenação ou
de um material artístico, o psicoterapeuta deve ficar atento a sua postura. Muitas vezes,
ao interpretar um desenho, uma brincadeira, uma atitude da criança, estaremos fechando
as portas da elaboração, do novo sentido e do criar. É essencial intervir a fim de colaborar
com a criatividade, ampliar as possibilidades do sujeito, deixar que ele dê sentido. Ao
interpretar, o sentido é dado pelo outro, o que reduz a possibilidade do sujeito
reconfigurar, ou seja, o limita. Exigir traços perfeitos da criança manipula o desenho
interno que pode vir a se manifestar. Também é possível ler um desenho sem dar um
sentido fechado para ele. Perguntar o que a criança fez, olhar para o que foi feito, observar
como foi feito (forma, velocidade, tempos), tendo em mente o sintoma, desenvolvimento
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da criança, dinâmica familiar, dá ao psicoterapeuta a oportunidade de olhar o que está
dentro por fora e, em alguns casos, intervir. Assim, a criança pode se relacionar com os
conteúdos inconscientes a partir da imagem que se forma. Como escolher o brinquedo?
Quais materiais utilizar? Para a criança o material é um terceiro, é algo mais com o que
se relaciona, há uma relação de transferência entre criança e material. Isso é fundamental
para que algo se crie e ela, como indivíduo, se desenvolva.

PSICANÁLISE E CULTURA: LAÇO SOCIAL E REDES SOCIAIS

Prof. Ms. Henrique Riedel Nunes

RESUMO: Na sociedade contemporânea é cada vez mais evidente o lugar ocupado pelas
redes sociais enquanto uma alternativa de laço social, notadamente, com todas as
implicações e especificidades que delas provém. Deste modo, tendo as contribuições da
Psicanálise enquanto um prisma, o minicurso intitulado “Psicanálise e Cultura: laço social
e redes sociais” toma como objeto de reflexão tanto aquilo que se reatualiza
estruturalmente nessa nova forma de laço social quanto as especificidades, exageros e
intensificações presentes no liame em questão. Tendo isso em vista, utilizamos conceitos
derivados das contribuições da Psicanálise – considerando o espectro de Freud e Lacan –
ao entendimento da formação da cultura, a saber: laço social, mal estar na cultura,
discursos, identificação, dentre outros. Ademais, temos como substrato as diversas e
cotidianas postagens e formas de relação presentes principalmente nas redes sociais
Facebook e Instagram. Deriva-se daí uma das primeiras reflexões que o presente
minicurso propõe: em que medida há uma supervalorização do aspecto imaginário nas
redes sociais em função de seu formato de funcionamento? Ora, o Instagram se constitui
basicamente como um meio de compartilhamento da imagem e de stories, as quais
correspondem a representações de momentos que o usuário deseja dividir com seus
seguidores. Tendo isso em vista, há várias contas que funcionam enquanto polarizadores
de seguidores, isto é, tais usuários compartilham uma imagem geral à qual muitas pessoas
se identificam de alguma forma. Tal estrutura não é nova e não escapa à própria lógica
estrutura da formação da civilização, algo que Freud no início do século XX desvela como
uma projeção dos próprios processos de identificação dos sujeitos a um Ideal. Dessa
forma, os digital influencers põem-se deliberadamente aos seguidores e potenciais
seguidores enquanto algo que preencheria esse Ideal – ao qual os seguidores deveriam
perseguir. Tal fenômeno se desenvolve de diversas formas ao longo das redes, com perfis
fitness, ligados à qualidade de vida, empreendedorismo, etc. A tônica é estar numa
condição de Ideal e, portanto, além daquela que parece alcançável aos seguidores –
ocupando, desta forma, uma posição semelhante a do líder na formação de um grupo.
Dessa forma, o minicurso visa estabelecer discussões acerca de tais fenômenos inerentes
às redes sociais tendo como ponto de partida as contribuições da Psicanálise à concepção
da formação da cultura e laço social. Para tanto, utilizamos enquanto metodologia a
16
exposição dialogada com os participantes do minicurso levando em consideração as
reflexões teóricas presentes sobretudo nas seguintes obras: “Psicologia das Massas e
análise do Eu” (FREUD, 1921), na qual Freud estabelece o mecanismo de identificação
presente na formação de grupos, sejam eles constituídos com um líder ou com um ideal,
“Mal estar na cultura” (FREUD, 1930), obra clássica freudiana acerca de como a condição
civilizatória implica num constrangimento pulsional e em formas dentro da própria
civilização de destinos referentes a esse sofrimento, “À guisa de introdução ao
Narcisismo” (FREUD, 1914), onde Freud institui conceitualmente o processo de
narcisismo enquanto a formação do eu – concebendo a ideia de que o eu surge a partir do
outro –, “Seminário livro 17, o Avesso da Psicanálise” (LACAN, 1969-1970), texto em
que Lacan sistematiza a noção de discurso enquanto estrutura do laço social. Além de
Freud e Lacan, utilizamos algumas reflexões proporcionadas por Slavoj Zizek em seu
livro Lacrimae Rerum (ZIZEK, 2009) acerca do cinema moderno, principalmente no que
concerne ao filme Matrix. Ademais a série intitulada “Black Mirror”, a qual se dedica ao
estabelecimento de situações distópicas relacionadas ao modo com o a civilização
incorporou as redes sociais, também nos possibilitou um substrato para elucubrar em que
medida tais distopias já não se fazem presentes. Deste modo, podemos chegar a algumas
conclusões a partir da experiência do minicurso. A primeira delas proveniente dos
participantes foi a consideração da legitimação de uma experiência apenas quando esta é
compartilhada nas redes sociais. Há inclusive as experiências que surgem no âmbito
virtual enquanto produções online da cultura. Também se discutiu acerca da circulação
de estruturas discursivas – discurso do mestre, da histérica, do universitário e do analista
– enquanto laços sociais possibilitados pela identificação simbólica ao Ideal do eu. Tal
identificação viria sobrepor a identificação imaginária a qual parece ser a premissa das
redes sociais, principalmente em relação ao Instagram. Dessa forma, o compartilhar
ilustra um dar-se a ver a um Outro, uma reatualização do estádio do espelho, o próprio
processo pelo qual o Eu se constitui e aclama o reconhecimento do Outro. Assim,
deslumbramos um direcionamento às redes sociais de um discurso histérico, que visa
sempre questionar o que está em voga nos compartilhamentos, ou tenta viralizar uma
crítica à viralização. Ao considerarmos o fenômeno crescente da disseminação de
discursos de ódio nas redes sociais, atribuímos uma certa estrutura universitária nesse
discurso, já que se trata de uma reprodução de um saber pelo saber, isto é, um totalitarismo
mandatário de um saber que objetaliza o outro. Na mesma dimensão, o número de curtidas
das postagens parece de alguma forma legitimar um valor àquela produção. Alguns
sujeitos na clínica já relatam o sofrimento por não terem o “reconhecimento das curtidas”
de suas postagens que por vezes teriam uma finalidade artística frustrada. No que se refere
às reflexões a partir de Zizek, pensamos na seguinte questão: Dever-se-ia encarar o
contexto das redes sociais enquanto algo ilusório e que portanto haveria um mundo real
livre de ideologias e ilusões? Faz-se evidente o caráter retórico de tal pergunta, já que a
ideia de uma realidade verdadeira implicada de uma realidade virtual configura também,
segundo Zizek, uma ideologia. Isto é, a própria vida social real de certo modo incorpora
as características de uma farsa encenada. (ZIZEK, 2009). Tais conclusões nos remetem
às considerações freudianas acerca da formação de grupos e da constituição da própria

17
civilização. Ora, é justamente no campo das identificações – simbólicas e imaginárias –
que tais redes se entrelaçam. A ideia de uma realidade real implicaria na concepção de
um Outro do Outro, o que configura uma impossibilidade e, ainda mais, uma tendência
paranoica para encontrar uma última instância absoluta de garantia à realidade.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
FREUD, S. À Guisa de uma Introdução ao Narcisismo (1914). In: Escritos sobre a
psicologia do inconsciente. Rio de Janeiro: Imago Ed., 2004. v. I.

______. Psicologia de Grupo e Análise do Ego (1921). In: Edição Standard Brasileira
das Obras Completas de Sigmund Freud, Vol. XVIII. Rio de Janeiro: Imago, 1996.

_______. O mal-estar na civilização (1929). In: Edição Standard Brasileira das


Obras Completas de Sigmund Freud, Vol. XXI. Rio de Janeiro: Imago, 1996.

LACAN, J. O seminário, Livro 17: O avesso da psicanálise (1969 - 1970). Rio de


Janeiro: Zahar, 1992.

ZIZEK, S. Lacriamae rerum: Ensaios sobre o cinema moderno. São Paulo: Boitempo
Editorial, 2009.

18
COMUNICAÇÃO ORAL

19
AS QUESTÕES DE GÊNERO E SEXUALIDADE NA ESCOLA: DA
INSTITUCIONALIZAÇÃO À SUBVERSÃO
Marília Albuquerque de Sousa1
Francisco Ivo Duarte de Sousa
Yan Victor Sampaio do Nascimento
Nara Maria Forte Diogo Rocha

RESUMO: Pretende-se por meio desse trabalho analisar a institucionalização das


questões de gênero e sexualidade nas escolas, percebendo como emergem e como causam
questionamentos que mobilizam todos aqueles inseridos na lógica educacional. A escola
aparece como um ambiente propício para analisar como os problemas sobre gênero e
sexualidade emergem, já que existem dois aspectos que, em nossa opinião, contribuem
expressivamente para ampliação do impacto que as discussões desses temas provocam.
O primeiro é que a escola é um espaço de constante troca inter e intrageracionais
(estudantes-estudantes; estudantes-educadores), o que traz a tona indagações sobre
marcadores etários e surgimento de discursos desenvolvimentistas que abordam uma
juventude estigmatizada e, frequentemente, alvo de instituições que pretendem falar sobre
e por ela. Além disso, o segundo aspecto é o fato de a escola ser um espaço extremamente
institucionalizado, que acaba por promover uma tentativa de homogeneização dos
estudantes; existem com regras e punições que estão a serviço dos papeis de gênero –
como os banheiros masculino e feminino, por exemplo. Utilizamos como metodologia a
observação de uma escola pública de ensino médio e de análise teórica acerca dessas
questões supracitadas nos espaços educativos. Assim, a partir das observações e do
levantamento teórico, podemos afirmar que a escola não é isenta de questionamentos
acerca desse tema, como também não é imune às performances que questionam e
subvertem o sistema. Além disso, foi possível perceber, a partir desse contato, a forma
como isso se torna causador de sofrimento nos jovens inseridos nessa lógica escolar,
confirmando a necessidade de intervenções e de discussões acerca das questões de gênero
e sexualidade e de como isso afeta esses estudantes dentro e fora da sala de aula.
Palavras-chave: Gênero e sexualidade; Escola; Institucionalização;

1
mariliaadesousa@hotmail.com
20
AFETIVIDADE NA APRENDIZAGEM DA LEITURA E DA ESCRITA DE
CRIANÇAS: RELATO DE EXPERIÊNCIA
Iara Silva Coelho
Georgia Bezerra Gomes
Bruna Jéssika Moura de Castro
Faculdade Luciano Feijão - FLF
RESUMO: O presente escrito abordará sobre as relações afetivas, no que concerne a
aprendizagem da leitura e da escrita, obtidas a partir de uma experiência de Estágio em
Psicologia Escolar, no Colégio Luciano Feijão. A afetividade é um tema complexo e
relevante nos diferentes caminhos em que percorremos, as práticas sociais requerem
interações entre humanos, porquanto nestas interações os sujeitos se afetam mutuamente.
Estudiosos afirmam que a afetividade engloba uma série de manifestações que vão desde
as emoções, a paixão e os sentimentos explícitos durante todas as fases de
desenvolvimento do indivíduo. Desta feita, a escola, no que se refere ao desenvolvimento
infantil, é o segundo espaço social no qual a criança vai se inserir depois do seio familiar,
estando assim, permeados aspectos afetivos que aparecem nas diversas relações
estabelecidas e geram impactos extremamente importantes nas vidas desses sujeitos.
Partindo do pressuposto que há um envolvimento entre a dimensão afetiva e cognitiva o
objetivo desta pesquisa volta-se para compreender a importância da afetividade no
processo de aquisição da leitura e da escrita de crianças do primeiro ano de ensino
fundamental. No que se refere à metodologia do trabalho, pauta-se em pesquisa descritiva,
a partir de observações, intervenções e registros nas salas dos primeiros, buscando assim
as diferentes possibilidades de aprofundamento da pesquisa. A partir de
acompanhamentos semanais nas salas e intervenções individuais com estratégias lúdicas
pôde se perceber a importância da qualidade das relações estabelecidas no processo de
aquisição do conhecimento, levando em consideração que sentimentos negativos como
desmotivação, falta de disposição e vontade para aprender e a imagem de si são aspectos
que interferem diretamente no aspecto cognitivo e podem ser ressignificados a partir de
uma mediação pedagógica. Obtivemos assim, como resultados nesse percurso que a
qualidade da mediação oferecida pelo professor e dos demais envolvidos nesse processo,
constitui-se como um importante fator no processo de obtenção do conhecimento pelas
crianças. O trabalho pedagógico realizado permite a manifestação de sentimentos, afetos
e sensibilidades. Na ação do professor há um processo amplo de mediação que afeta cada
sujeito de forma individual e grupal e tende a influenciar a aprendizagem destes,
marcando decisivamente essas pessoas, bem como seus futuros. Dessa forma, o modelo
de como o conteúdo é perpassado na sala de aula, o respeito ao processo individual de
cada um deles e a motivação das professoras, sem dúvidas são cruciais para o
desenvolvimento da aprendizagem da leitura e escrita. Simultaneamente, destacamos que
é perceptível a maneira como vem sendo estimulado esse conhecimento, de forma
dinâmica e gradativa, obtendo assim, avanços significativos nesse processo, no qual este
não seria possível sem o apoio de toda a equipe pedagógica e da parceria com a família.
Palavras-chave: Afetividade; Aprendizagem; Leitura e escrita;

21
A ATUAÇÃO DO PSICÓLOGO COM O IDOSO NO CRAS IRMÃ MARIA DA
PIEDADE PORTELA, EM CRUZ/CEARÁ.

Ana Paula Sousa [1];


Antônia Karen Fontenele;
Leticia Ribeiro Azevedo.
Faculdade Luciano Feijão - FLF
INTRODUÇÃO: Segundo o Ministério do Desenvolvimento Social e Combate a Fome o
principal serviço ofertado pelo CRAS é o Serviço de Proteção e Atendimento Integral à
Família (Paif), cuja execução é obrigatória e exclusiva. Este consiste em um trabalho de
caráter continuado que visa fortalecer a função protetiva das famílias, prevenindo a
ruptura de vínculos, promovendo o acesso e usufruto de direitos e contribuindo para a
melhoria da qualidade de vida. Faz necessário compreender como esse serviço opera
dentro dessas famílias. OBJETVOS: E com nosso trabalho buscamos compreender
melhor como os idosos se portam diante do avanço de sua idade, e de que forma o
psicólogo interfere com esse grupo etário dentro das políticas públicas. Nosso trabalho
tem relevância com a temática do evento em questão por abordar as diferenças e
diversidades humanas, mesmo que dentro de apenas uma determinada faixa etária. Há
uma ligação com o eixo que trata das Políticas Públicas, Movimentos Sociais e Direitos
Humanos, visto que o serviço no qual focamos nossa visão está ligado às políticas
públicas de saúde, trabalhando com movimentos que envolvem os idosos e seus direitos
na sociedade. METODOLOGIA: No primeiro momento, realizamos uma entrevista, a fim
de saber como funcionavam as atividades da instituição, como são realizados os
atendimentos do psicólogo para com os usuários do serviço, se as demandas são em
grande quantidade, quais as demandas que mais chegam e quais as atividades que
funcionam, e por fim visitamos as instalações do CRAS. No segundo momento
participamos de uma roda de conversa com os idosos, juntamente com o psicólogo e a
assistente social, onde foi abordado o tema “Violência contra o idoso”. RESULTADOS:
Conclui-se o quão é importante o fazer do Psicólogo dentro das Políticas Públicas,
especificando no presente trabalho o CRAS da Cidade de Cruz-Ce. A intervenção do
Profissional proporcionou de forma satisfatória o acolhimento, engajamento e interação
das pessoas ali envolvidas. Resultando em uma melhor qualidade de vida para os idosos.
CONSIDERAÇÕES FINAIS: Durante o encontro, conversamos sobre o tema “Violência
contra o idoso”, um fato ocorreu e nos tocou muito, foi quando o psicólogo perguntou se
alguém já teria presenciado ou se já teria sido vítima de violência, e a assistente social
nos contou no final que uma idosa sofria violência em casa, a filha a espancava. Foi a
parte que mais nos tocou e nos fez enxergar de uma outra forma, e ver o sofrimento que
aquele idoso por sentir medo esconde o que vem passando em casa.
Palavras-chaves: idosos, políticas públicas, grupo de convivência, psicologia, vivências.
[1] paulla.s23@gmail.com

22
ADOÇÃO NO CEARÁ: UMA ANÁLISE DISCURSIVA SOBRE O JORNAL O
ESTADO

Francisca Talicia Vasconcelos Pereira2


João Silveira Muniz Neto
Centro Universitário – UNINTA

INTRODUÇÃO: Este trabalho resulta de um Trabalho de Conclusão de Curso realizado


na graduação em Serviço Social, durante o ano de 2017, e versa sobre adoção. A adoção
se constituiu ao longo da história, perpassada por diversos significados culturais de
acordo com as diferentes épocas, desde a Antiguidade até o Período Contemporâneo. No
Brasil, a trajetória da adoção se dá em um cenário de constantes mudanças na legislação,
principalmente com a vigência da Lei 12.010/2009. OBJETIVO: Analisar como a
adoção é representada através do jornal O Estado, no Ceará. METODOLOGIA: Trata-
se de uma pesquisa exploratória e de cunho qualitativo. Para embasamento das discussões
utilizou-se a pesquisa documental através do acesso às notícias contidas nos Cadernos
Especiais Sobre Adoção, produzidos anualmente pelo jornal O Estado de 2009 a 2016.
Foram encontradas 101 notícias, todas retiradas do site do jornal. A partir daí foram
elencadas 14 categorias, em que 4 delas se sobressaíram em quantidade, a saber: Poder
Judiciário, Instituições de Acolhimento, Histórias de Adoção e Adoção e Religiosidade.
Para analisar as notícias, utilizou-se do método de análise do discurso, a partir da
perspectiva de Michel Foucault. RESULTADOS E DISCUSSÕES: O jornal O Estado
aborda a temática da adoção de forma simplória e reducionista. Apresenta um discurso
emotivo e caritativo sobre a prática adotiva, sem muitos esclarecimentos, não enfatizando
o interesse da criança, mas expõe em demasia as aspirações dos pais. Isto se confirma,
por exemplo, no fato de o jornal trazer apenas as falas dos pais e ignorar as falas dos filhos
adotivos. A adoção deve ser vista como uma decisão que sim, deve envolver afeto e amor,
mas sobretudo, deve considerar o direito da criança e do adolescente a ter uma família, e
ser percebida como uma forma de organização familiar nem melhor nem pior que o status
biológico, mas como uma alternativa dentre as várias possibilidades de constituição
familiar que existem na contemporaneidade. CONSIDERAÇÕES FINAIS:
Compreende-se que o jornal O Estado é um lócus especial de construção de
representações sociais, simbologias e significados, por conta disso, sua função deve ser a
de desmistificar preconceitos no que tange a prática adotiva (mas não somente a ela), e
mostrar a adoção real, perpassada por conflitos e contradições inerentes ao viver em
família, difundindo uma cultura adotiva responsável e consciente.

Palavras - chave: Adoção. Análise do discurso. O Estado

2
talicia_30@hotmail.com
23
A CIDADE DE SOBRAL SOB O OLHAR SÓCIO HISTÓRICO DA
PSICOLOGIA SOCIAL
Socorro Taynara Araújo Carvalho3;
Bruna Clézia Madeira Neri;

INTRODUÇÃO: O presente trabalho apresenta um relato de experiência vivida durante


a disciplina de Psicologia Social I, ministrada no 2º período do curso de psicologia do
Centro Universitário INTA, cuja carga horária divide-se em aulas teóricas e práticas. As
aulas práticas ocorreram em campo, em pontos específicos da cidade de Sobral, como
Mercado Público, Bairro Dom Expedito, além de praças e pontos históricos.
OBJETIVOS: Apresentar relatos, vivências e percepções encontradas nas aulas de campo
de Psicologia Social I, fazendo conexões com a categoria conceitual ‘Pobreza Política’
(DEMO, 2001), trabalhada em sala nas aulas de Psicologia social, objetivando
exteriorizar processos simbólicos, que se naturalizaram na cidade de Sobral.
METODOLOGIA: Trata-se de um estudo qualitativo e descritivo, do tipo relato de
experiência, no qual foi utilizado levantamento bibliográfico e pesquisa em campo. As
pesquisas bibliográficas foram extraídas a partir da leitura do livro ‘Pobreza Política:
polêmicas do nosso tempo’, do sociólogo Pedro Demo (2001). O estudo em campo foi
realizado através de uma observação minuciosa de locais específicos de Sobral, durante
as aulas práticas da disciplina de Psicologia Social I. Nesse sentido, levou-se em
consideração fatores históricos e sociais que vem se repetindo na contemporaneidade,
usando como amostragem a cidade de Sobral. RESULTADOS: É notório, que a cidade
de Sobral é dividida por fatores ideológicos e históricos, que perduram até os dias atuais,
(igreja do rico e do pobre, mercado do rico – shopping – e do pobre, por exemplo), fatores
estes que cruzam os limites do tempo e da geografia, trazendo inúmeras reflexões e
questionamentos, quanto à submissão dos mais pobres, e até quando os menos
favorecidos vão ser colocados literalmente às margens. Portanto, a impressão que se pode
notar, é que ocorre uma tentativa de esconder a pobreza, como se ela não existisse, por
esse motivo, ela é empurrada para mais longe, de maneira não perceptível, ficando no
canto, marginalizada, esquecida, humilhada. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Dessa forma,
a sociedade atual ainda possui diferenças sociais gritantes, que vão para além da parte
econômica, que corroboram um povo totalmente submisso na escassez de sua própria
miséria, dominados pela elite, tendo que ceder o que é seu, por medo, por se achar inferior
demais para lutar. Contudo, a responsabilidade desses fatores, é do Estado e dos cidadãos.
Do estado pela falta de políticas para corrigir tais deformidades, dos cidadãos que
enxergam essas repetidas realidades, e deixam passar despercebidas, eleições são feitas
de quatro em quatro anos, em um país democrático, se todos fossem participativos no
exercício da cidadania teríamos outra realidade.
Palavras-chave: Psicologia Social. Pobreza Política. Desigualdades.

3
carvalhotaynara44@gmail.com
24
A METAMORFOSE EM LUTA POR (R)EXISTÊNCIA NO MUNDO DA VIDA:
DISCUSSÕES SOBRE IDENTIDADE E RECONHECIMENTO NA
PSICOLOGIA SOCIAL CRÍTICA
José Alves de Souza Filho4
Aluísio Ferreira de Lima

RESUMO: A partir das investigações da pesquisa de mestrado de Souza Filho (2017),


pretendemos discutir questões políticas, por um perspectiva ética, da (r)existência
enquanto engajamento pessoal e coletivo de luta por reconhecimento dentro do processo
de metamorfoses das historias de vida no mundo da vida contemporâneo. Justificamos o
presente trabalho por contribuir com a compreensão das novas formas de vida da cultura
contemporânea (LGBT, Feminismo, Negritudes, por exemplo) como singulares modos
de deslocamento das normas e padrões sociais das políticas de identidade massificadoras.
A partir da perspectiva crítica da Reconstrução (Habermas, 2016), trabalhamos com o
Sintagma Identidade-metamorfose-emancipação (Ciampa, 2005; Almeida, 2005; Lima,
2010), Teoria Crítica de Habermas (2012) e as Fenomenologia de Husserl (2012), Schutz
(2012) e Berger e Luckmann (2009). Para com as bibliografias, operamos com uma
pesquisa bibliográfica. Nossa discussão aponta para opção da estética como principal
forma de engajamento com mundo da vida contemporâneo. Pela expressividade, as novas
formas de vida materializam-se enquanto identidade, que além da visibilidade social,
intervém no modo tradicional da estrutura normativa da sociedade. Por nas discrepâncias,
entre o normal e a novidade, as metamorfoses lutam pela efetivação de suas identidades
quando buscam reconhecimento de duas vidas como participes da dinâmica social e
cultural. Logo, suas histórias configuram-se com insistentes modos de (r)existência contra
a massificação da vida.
Palavras-chave: Identidade; metamorfose, (r)existência, política, psicologia social crítica.

A UBANDA COMO POSSIBILIDADE DE CUIDADO EM SAÚDE: UMA


REFLEXÃO SOBRE A EXPERIÊNCIA NA CASA DE OXÓSSI GROAÍRAS –
CE
1
Francisco Natanael Lopes Ribeiro;
2
Morgana Gomes Izidório;
3
Isabelle Melo Rocha Lima.

INTRODUÇÃO: Compreende-se à religião enquanto campo simbólico e subjetivo de


sentidos que impulsionam transformações, possibilitando relações sociais de acolhimento
e cuidado, que contribuem para que seus adeptos resignifiquem as suas experiências

4
josefilhoss@gmail.com
25
através da fé. Seja na busca por sociabilidade ou superação de fragilidades, a
espiritualidade é um suporte importante para os sujeitos. Entendendo a saúde a partir da
totalidade dos indivíduos e não apenas com a ausência de doença é fulcral que as equipes
de saúde localizadas nos territórios percebam a espiritualidade e suas manifestações como
inerente ao processo de promoção de saúde. Neste contexto as religiões de matriz
africana, devem ser consideradas como possibilidades de cuidado a saúde. OBJETIVOS:
Compreender a relação entre religião e cuidado em saúde; colaborar para a
desmistificação de espaços comunitários de cuidado em saúde mental.
MÉTODOLOGIA: Trata-se de uma pesquisa exploratória e bibliográfica para a
construção do objeto de pesquisa do trabalho de conclusão de curso em Serviço Social na
Casa de Oxóssi, localizado no município de Groaíras-CE, em outubro de 2017.
RESULTADOS E DISCUSSÕES: A religiosidade é um campo importante e pouco
analisado, para compreender a promoção da saúde a partir de uma nova concepção que
visa a diminuição das desigualdades sociais e a melhoria da qualidade de vida da
população. É necessário compreender a saúde como processo subjetivo que é impactado
através da historicidade dos indivíduos e de suas relações sociais. É fundamental perceber
que acontecimentos como: violência, desemprego, racismo, dentre outros, tem
repercussão direta na saúde das pessoas, justamente pelo seu processo de subjetivação.
As religiões afrobrasileiras constituem um espaço de inclusão para grupos historicamente
excluídos, de acolhimento, aconselhamento e representatividade. Os ritos e os vínculos
que são estabelecidos nestes espaços possibilitam trocas efetivas de produção de
conhecimento, acolhimento, promoção à saúde e a prevenção de doenças e agravos.
Observou-se na aproximação com a Casa de Oxóssi, a partir das práticas de cuidado em
saúde durante as giras, que são atendimentos espirituais gratuitos aos fiéis que enxergam
o terreiro como espaço de cuidado para seus sofrimentos, que essas ações dialogam com
as perspectivas da clínica ampliada, proporcionando outros enfoques do cotidiano social
das famílias e grupos sociais onde os serviços de saúde devem buscar ajuda em outros
setores, reconhecendo os limites dos conhecimentos dos profissionais de saúde e das
tecnologias usadas. Vale ressaltar que a Casa de Oxóssi possui 24 filhos de santo (adeptos
da religião) e dois dirigentes espirituais, possuindo atividades fixas denominadas de giras
a cada 15 dias, atendendo 50 pessoas. CONSIDERAÇÕES FINAIS: destarte
compreender os espaços das práticas religiosas enquanto ferramenta de cuidado em saúde
mental implica em possibilitar espaços de cuidado ampliado, levandose em consideração
as especificidades do território. Assim, as religiões de origem africanas além da
perspectiva acolhedora e de cuidado, possibilita a representatividade de uma cultura e
busca por rompimento de estigmas e preconceitos.
Umbanda; Saúde; Clínica.

1
Graduando em Serviço Social; Especializando em Saúde Mental e Dependência
Química; UNINTA; Email: fnlribeiro@gmail.com;
²Graduanda em Serviço Social; UNINTA;
³Assistente Social; Mestre em Saúde da Família; UNINTA.
26
A ATUAÇÃO DO PSICÓLOGO NA MATERNIDADE: UM RELATO DE
EXPERIÊNCIA
Nadine Rodrigues Albuquerque
Erika Alcântara Freire
Carliane Vieira Parente
Samara Vasconcelos Alves
Geórgia Maria Melo Feijão
Faculdade Luciano Feijão

INTRODUÇÃO: A psicologia hospitalar surge, entre outros aspectos, com a intenção de


olhar para o sujeito que adoece, em uma perspectiva que vai além de sua doença. Dentre
as possibilidades de atuação deste profissional no âmbito hospitalar, encontramos o setor
da Maternidade, que se trata de um serviço voltado à gestantes e puérperas que estão
internadas por diversas questões que envolvem o período gestacional (ARRAIS &
MOURAO, 2013). OBJETIVO: Descrever as probabilidades de intervenção do
psicólogo no setor da maternidade. METODOLOGIA: Trata-se de um estudo descritivo
fundamentado em relato de experiência a partir do estágio supervisionado em Psicologia
Hospitalar da Faculdade Luciano Feijão realizado em um hospital de ensino referência na
região norte do Ceará, durante o período de março e abril de 2018, no setor da
Maternidade. RESULTADOS: A maternidade dispõe de 7 enfermarias e uma equipe
formada por profissionais da saúde e auxiliares administrativos. As principais atividades
realizadas pelo psicólogo na maternidade são atendimentos de escuta com o paciente, com
os familiares e com a própria equipe, para acolher as dificuldades aí presentes e facilitar,
por meio de interconsultas, uma interação que considere as dimensões subjetivas dos
envolvidos. As principais dificuldades encontradas pelo psicólogo inserido no âmbito
hospitalar são: o trabalho integrado em uma perspectiva interdisciplinar (CALDAS, et al,
2013), o modelo biomédico presente no hospital, e o local de atendimento que acontece
nos leitos e corredores (ARRAIS & MOURAO, 2013). CONSIDERAÇÕES FINAIS:
O trabalho em equipe é necessário para que possamos ter uma visão integrada e ampla do
sujeito. Podemos concluir que na maternidade pode sim haver diversas demandas para o
psicólogo, mas considerando que a psicologia hospitalar é ainda um campo em
construção, diversas possibilidades para novos estudos e possibilidades de intervenções
ainda se encontram em aberto, como aposta para o refinamento da escuta a esses sujeitos.

Palavras-chaves: Psicologia Hospitalar; Intervenção; Maternidade.

27
A ESCOLA COMO UM ESPAÇO DE DESENVOLVIMENTO DO
PROTAGONISMO JUVENIL: DILEMAS, REFLEXÕES E DESAFIOS

Paola de Jesus Santos Silva5


Rafaella Almeida Aragão
Me. Alexsandra Maria Sousa Silva
Faculdade Luciano Feijão (FLF)

RESUMO: Esta pesquisa tem como temática central a interface entre juventude,
Psicologia e Educação, onde se buscará potencializar o compromisso do conhecimento
cientifico para com a sociedade, através de espaços dialógicos, práxis e produção de
saberes sobre as juventudes das escolas públicas de Sobral. O objetivo é discutir sobre a
escola como um espaço de desenvolvimento do protagonismo juvenil. A metodologia foi
qualitativa, com uso da pesquisa-ação e a aplicação de oficinas, com turmas do 3º Ano
do Ensino Médio, abrangendo jovens de 16 a 18 anos. Os dados foram registrados através
de gravações de áudio, diários de campo e fotografias. Dentre os resultados, identificou-
se a escola, como um espaço produtor de contradições, visto que se, por um lado, é lugar
promotor de desenvolvimento e aprendizagem para os jovens, ao mesmo tempo em que,
é um espaço onde também se evidencia a construção de estigmas e preconceitos acerca
da diversidade juvenil, principalmente quando se refere aos jovens pobres, negros e de
periferia. O protagonismo, por sua vez, é colocado como uma proposta educativa, de
empoderamento e fortalecimento da cidadadia, com ênfase nos direitos e na integração
social, no entanto, se formos refletir, do ponto de vista crítico, pode funcionar como um
mecanismo de controle e pedagogização dos jovens pobres, por parte da instituição
pública escolar. Diante disso, é preciso pensar como o protagonismo é concebido pelos
próprios jovens e, a partir de então, analisar se esta proposta está favorecendo
concretamente, a garantia dos direitos à uma escola, capaz de promover uma educação
libertadora e transformadora.
Palavras-chaves: Protagonismo; Escola; Juventude.

5
E-mail do primeiro autor: olinhasantos@hotmail.com

28
A FORMAÇÃO EM PSICOLOGIA NO BRASIL: QUAL O LUGAR
DESTINADO ÀS PRÁTICAS GRUPAIS?
Paola de Jesus Santos Silva6
Rafaella Almeida Aragão
Me. Alexsandra Maria Sousa Silva
Faculdade Luciano Feijão (FLF)
RESUMO: Este trabalho abordará uma pesquisa sobre a formação em Psicologia, na
realidade brasileira, abordando seu histórico, a questão curricular e os diversos contextos
de atuação psi, que vem se transformando ao longo dos anos. Essa discussão buscará
questionar o lugar das práticas grupais na formação e atuação do psicólogo. Para
embasamento teórico, pauta-se na Psicologia Histórico-Cultural e na Psicologia
Comunitária, por considerar que o sujeito se constitui nas relações e grupos sociais. O
objetivo da pesquisa é discutir sobre o lugar das práticas grupais, na formação em
Psicologia. Foi uma pesquisa de base qualitativa, cujo método para coleta de dados, fora
entrevistas semiestruturadas, realizadas com professores do ensino superior público e
privado, que ministram disciplinas no âmbito da formação em Psicologia. Os dados foram
registrados em gravações de áudio e analisados a partir do método de análise de conteúdo,
com o auxílio do software Atlas ti. Os resultados apontaram discussões no âmbito da
formação em Psicologia, envolvendo visões de grupo diferenciadas, por parte dos
docentes e as facilidades e dificuldades para com o uso de práticas grupais. Dentre os
resultados, constatou-se que os docentes priorizaram a corresponsabilização, como uma
dimensão fundamental da formação no ensino superior. Além disso, identificou-se
olhares contrastantes sobre o grupo, uma visão reconheceu que as práticas grupais são
metodologias que envolvem o grupo como processo, em que um sujeito interfere na
constituição psicossocial do outro, em contraposição, identificou outra visão que
considerava o grupo de forma depreciativa, em que as relações grupais são caracterizadas
por laços de negatividade e deformação, em massa, dos sujeitos. Essas diferentes visões
teóricas produzem implicações metodológicas no exercício da docência no ensino
superior em Psicologia. Se, por um lado, pode-se adotar metodologias inovadoras e ativas
que considera as práticas grupais como uma didática de ensino na formação do psicólogo,
por outro lado, ainda se vê o uso de métodos de ensino tradicional que desconsidera o uso
de práticas grupais. Assim, considera-se nesse estudo que atuar com grupo, impõe- se
como um desafio para a prática do docente, pois exige-lhes estratégias de lidar com o
processo, que muitas vezes não é conhecido e foge do controle docente. Por fim, defende-
se que o uso de práticas grupais é uma experiência fundamental, que potencializa o
desenvolvimento do sujeito e que precisa ser melhor explorada na formação em
Psicologia.
Palavras-Chaves: Grupo; Formação; Psicologia.

6
E-mail do primeiro autor: olinhasantos@hotmail.com

29
A IMPORTÂNCIA DA ESCUTA NO HOSPITAL: UM RELATO DE
EXPERIÊNCIA SOBRE O ESTÁGIO EM PSICOLOGIA HOSPITALAR
Monyque Yara Alves Lopes;
Walter De Castro Da Fonseca;
Paulo Henrique Dias Quinderé;
RESUMO: O ambiente hospitalar tem como foco a questão mais orgânica do indivíduo,
contribuindo muitas vezes para que os profissionais priorizem apenas a patologia,
deixando de lado as questões subjetivas e psíquicas. O Hospital contém uma série de
questões que atravessam a subjetividade dos indivíduos, estando ligadas a vida e morte,
ao sofrimento psíquico tanto dos usuários, familiares e até mesmo dos profissionais.
Questões de adaptações a novas rotinas de pacientes que terão de refazer todo o seu estilo
de vida, seja pela perda de um membro ou pela patologia. A hospitalização é um processo
difícil na vida do indivíduo, por sair da sua rotina, estar em um ambiente muitas vezes
desagradável e principalmente pelo adoecimento. Essas questões dificultam a adaptação
ao tratamento e geram sofrimento ao indivíduo, principalmente por não compreender os
processos associados ao adoecimento. O Psicólogo Hospitalar é o profissional que lida
com as demandas citadas, relacionadas a compreensão do contexto e das condições de
vida do sujeito, buscando entender o suporte e a relação familiar, para propor formas de
intervenções que auxiliem no tratamento, e busca compreender como o paciente está
lidando com a situação. O trabalho tem por objetivo relatar a experiência do estágio
opcional na Ênfase Processos Clínicos De Atenção à Saúde, realizado no Serviço de
Psicologia da Santa Casa de Misericórdia de Sobral e refletir sobre a importância da
escuta aos indivíduos hospitalizados. Trata-se de um relato de experiência a partir dos
atendimentos realizados semanalmente pelo Serviço de Psicologia da Santa Casa de
Misericórdia de Sobral, das discussões junto a preceptoria do serviço e das supervisões
com o professor orientador da Universidade Federal do Ceará. Os atendimentos foram
realizados duas vezes na semana, com 5 horas diárias, totalizando 10 horas semanais,
sendo efetivados nas diversas unidades do hospital - Urgência e Emergência,
Hemodiálise, Neurologia, Pediatria, Traumatologia, Ginecologia e Obstetrícia, Unidades
de Terapia Intensiva (UTI’s), Maternidade, Oncologia, Semi-Intensiva; no Hospital Dom
Walfrido e nas duas clínicas especializadas, a São Joaquim e São José. Constatou-se que
a não compreensão do processo do adoecimento muitas vezes gera ansiedade, não adesão
ao tratamento e entendimento distorcido sobre a patologia, podendo causar transtornos
tanto para o paciente como para os familiares ou acompanhantes. Ao parar para orientar
e ouvir a história do usuário nos atendimentos, além de contribuir para a melhoria de vida
destes, por possibilitar compreender a dinâmica e elaborar estratégias de intervenções
para o tratamento, possibilita deixá-lo informado e tranquilizado sobre o seu processo de
adoecimento, por desmistificar a patologia e o tratamento, além de evitar possíveis
desentendimentos no hospital entre a equipe, o paciente e seus familiares. O espaço de
escuta no hospital também serve como um momento de empoderamento dos pacientes
sobre a sua condição.
Palavras-chave: Psicologia Hospitalar; Escuta; Atendimentos no Hospital.
30
A LUDICIDADE COMO MÉTODO PEDAGÓGICO NO PROCESSO DE
ENSINO-APRENDIZAGEM COM AS CRIANÇAS DAS CAMADAS
POPULARES

Beathriz Maria Souza Freitas


Morgana Magalhães da Penha
Juliana Morais Rodrigues
Rita de Cássia Ponte Prado
Faculdade Luciano Feijão

RESUMO: No presente trabalho, a infância é abordada como um lugar de construção


social, considerando que não há uma única concepção de infância, mas sim um arsenal
de teorias que levam em consideração aspectos diferenciados nas definições.
Vulnerabilidade, por sua vez, é aqui entendida como um conceito que está diretamente
ligada a fragilidade e dependência, geralmente relacionada com pessoas que possuem um
menor poder socioeconômico. Considerando que muitas famílias brasileiras se encontram
em situação de vulnerabilidade social, no presente trabalho buscou-se apresentar como os
recursos lúdicos (brincadeiras e jogos) podem ajudar no processo de aprendizagem das
crianças que encontram-se em situação de pobreza. Pensar sobre o processo de
escolarização na infância nos remete as práticas lúdicas. A brincadeira vem apresentando-
se assim no campo das práticas pedagógicas, ganhando novas significações e os jogos
que antes eram tidos apenas como uma forma de diversão, hoje são vistos como
importantes para o desenvolvimento da criança. Para execução do atual estudo, realizou-
se uma pesquisa de revisão bibliográfica na literatura nacional, onde as buscas foram
feitas através do Scielo e Google acadêmico utilizando as seguintes palavras- chave:
“lúdico” “criança” “vulnerabilidade social’’ e “aprendizagem”. Diante deste estudo,
concebe-se o lúdico como um agente que interfere positivamente na aprendizagem da
criança, contribuindo como facilitador no processo de escolarização. A família, como
também os professores tem papel significativo para um melhor desenvolvimento da
aprendizagem das crianças que se encontram no contexto de vulnerabilidade social.
Crianças que tem o acompanhamento dos pais e o apoio do mesmo apresentam um índice
melhor no desenvolvimento da aprendizagem. A ludicidade é capaz de provocar nessas
crianças um melhor desenvolvimento cognitivo, podendo possibilitar e promover
momentos prazerosos, onde elas possam ter esperança e reinventar a realidade. No âmbito
educacional as brincadeiras e jogos permitem um desenvolvimento de vários
conhecimentos, onde através do brincar é possibilitado a criança recriar situações vividas
no seu cotidiano, reconstruindo através dos jogos e brincadeiras seus sentimentos e
desejos.

Palavras-chaves: Lúdico; Criança; Vulnerabilidade social; Aprendizagem.

31
A POSSIBILIDADE DE TRATAMENTO DO SUJEITO AUTISTA EM UM
PROJETO DE EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA

Marília Albuquerque de Sousa7


Kemylle Mesquita Brito
Beatriz Alves Viana
Luis Achilles Rodrigues Furtado

RESUMO: O presente estudo trata-se de um relato de experiência proveniente de um


projeto de extensão da Universidade Federal do Ceará (UFC) destinado a crianças com
grave sofrimento psíquico que visa propor orientações ao tratamento destas. Assim,
pretende-se discutir acerca da importância e da necessidade desse trabalho na Rede de
Saúde Mental da cidade de Sobral. A metodologia foi fundamentada no referencial
psicanalítico, utilizando alguns fragmentos das vivências elaboradas durante o projeto por
parte dos extensionistas. Tal projeto é desenvolvido no Serviço de Psicologia Aplicada
(S. P. A.) da UFC e no Centro de Atenção Psicossocial II (CAPS), ambos localizados na
cidade de Sobral e atualmente atende 20 crianças. Podemos supor que a grande demanda
de crianças que chega ao CAPS II desta cidade e a ausência de um dispositivo de CAPS
Infantil, podem comprometer, de algum modo, o atendimento de casos que exigem um
acompanhamento mais intensivo. Dessa forma, a extensão supracitada revela uma
contribuição para esse contexto, uma vez que pretende auxiliar no tratamento destes
sujeitos por meio de uma articulação em rede de forma intersetorial, utilizando o método
psicanalítico de Construção de Caso Clínico como orientador do processo. Ademais, visa
realizar intervenções por meio de atendimentos individuais e em grupo, promovendo um
espaço de livre experimentação através da música ou de qualquer ferramenta que seja do
interesse da criança. Portanto, conclui-se, a partir dessa experiência, que há necessidade
de espaços para o cuidado de crianças e adolescentes que apresentam sofrimento psíquico
e que a condução do tratamento a partir da ética da psicanálise – enquanto uma clínica
que se guia a partir do desejo e da palavra do sujeito - pode trazer grandes contribuições
no que se refere a lida do sofrimento daqueles que estão sendo ou já foram assistidos pelo
projeto.

Palavras-chaves: Clínica; Psicanálise; Saúde Mental.

7
mariliaadesousa@hotmail.com
32
A RELAÇÃO ENTRE SEXISMO E MOTIVAÇÃO PARA O TRABALHO

Luiz Augusto Souza Barbosa [1];


Yan Victor Sampaio do Nascimento;
Andreza Freitas de Medeiros;
Marília Albuquerque de Sousa;
Francisco Ivo Duarte de Sousa;
Universidade Federal do Ceará-UFC

RESUMO: São inúmeros os relatos sobre sexismo e machismo nas relações de trabalho.
Diante desse contexto, a pesquisa ora apresentada teve como objetivo compreender a
repercussão do machismo em contextos de trabalho para a motivação laboral de mulheres.
Para tanto, foi realizado um estudo correlacional, de natureza ex post facto, realizada a
partir de um levantamento. O questionário contava com uma escala de atitudes sexistas
(unifatorial), que mensurava a frequência com que as mulheres eram vítimas de tais atos,
e Escala e Bases de Comprometimento Organizacional (EBACO), que mensurava os
fatores motivacional e higiênico. Participaram da investigação 93 mulheres que, em maior
parte, mantinham vínculos formais de trabalho 58,06%, com renda familiar mensal de
R$2527,02 (dp=2398,768), sendo a maioria solteiras (53,76%) e autodeclaradas pardas
ou negras (69,56%). Um coeficiente de correlação produto-momento Pearson foi
calculado para avaliar a relação entre o sexismo e o fator higiênico. Houve uma correlação
forte e negativa entre as duas variáveis, r = -0,638, n = 93 e p < 0,01. Teste análogo foi
realizado para mensurar a relação entre o sexismo e o fator motivacional. Observou-se
uma correlação moderada e negativa entre as duas variáveis, r = -0,638, n = 93 e p < 0,01.
Os resultados indicaram que a incidência de atitudes sexistas no ambiente de trabalho
influencia negativamente a motivação das mulheres.

Palavras-chave: Sexismo; Motivação; Trabalho.

[1] (luiz.28.augusto@gmail.com)

33
A REPERCUSSÃO DA VIOLÊNCIA NA SAÚDE DOCENTE: UM ESTUDO DE
LEVANTAMENTO

Práticas e Experiências em Psicologia


Pedro Henrique Lima Ximenes8;
Ana Alice Pereira
Ana Raquel Cardoso Feijão
Haline Maria Parente Rodrigues
Ticiane Costa Mesquita;
Universidade Federal do Ceará – Campus Sobral

RESUMO: A violência escolar, especialmente aquela que vitimiza professores, é um


problema que atinge inúmeros paiś es ocidentais. Diante desse contexto, a pesquisa aqui
relatada teve como objetivo compreender a relação entre a violência escolar e a presença
de transtornos mentais comuns (ansiedade e depressão), além de somatizações associadas
ao trabalho (danos físicos, psicológicos e sociais). Foi realizado levantamento que
utilizou um questionário autoaplicável, disponibilizado aos participantes através da
internet, composto por questões sócioeconômicas e os seguintes instrumentos:
Questionário de Vitimizaçaõ ; Questionário de Percepçaõ do Niv́ el de Violência na
Escola; Questionário de Saúde Geral de Goldberg; Escala de Danos Relacionados ao
Trabalho e Escala de Avaliaçaõ do Contexto de Trabalho. Participaram da pesquisa 165
professores, em sua maioria mulheres (69,1%), que atuava, em maior parte, em
instituições de nível superior (42,4%. Foi realizada análise de regressão múltipla (método
Stepwise), de modo que pretende-se apresentar os resultados relativos a variável “danos
sociais”. No tocante aos “Danos Sociais”, o modelo indicou que “Relações Sócio-
Profissionais” e “Vitimização” eram as variáveis que os explicavam de forma mais
adequada. A associação entre a variável critério e as variáveis explicativas era moderada
(R múltiplo = 0,58). Juntas, Relações Sócio-Profissionais e Vitimização foram
responsáveis por 33% da variância nos danos sociais (R² ajustado) e ambas estavam
positivamente relacionados à estes. O coeficiente de regressão para relação sócio-
profissional foi 0,65 (IC de 95% = 0,43 - 0,88) e para vitimização foi 0,91 (IC de 95% =
0,33 - 1,4). Como os intervalos de confiança não incluíram um valor negativo, podemos
concluir que os coeficientes de regressão da população para “Relações Sócio-
Profissionais” e “Vitimização” são positivos (relação sócio-profissional: t = 5,714; p =
0,001 | vitimização: t = 3,108; p = 0,002). Verificou-se ainda que os principais
responsáveis pelos atos violentos que ocorrem com maior frequência, em sua maioria, são
colegas e alunos. Por fim, destaca-se que a violência é praticada não somente de forma
concreta, mas também de modo simbólico, o que pode passar despercebido ao se abordar
o fenômeno da violência escolar.
Palavras-chave: Trabalho docente; Violência; Saúde.

8
pedroximenesufc@gmail.com
34
CALEIDOSCÓPIO DO FEMINISMO: AS DIVERSAS VERTENTES DO
MOVIMENTO E SEUS DESAFIOS ATUAIS
Nádia Sousa Ripardo
Beatriz Silva da Cunha
Ana Kelly Lino do Nascimento
Francisca Telma Vasconcelos Freire
Nathássia Matias de Medeiros
RESUMO: O feminismo é um movimento ascendente no Brasil e no mundo atual,
aliando-se às pautas de outros movimentos que também lutam por direitos de minorias.
Juntos, esses movimentos organizam-se e completam-se, rompendo silêncios e
combatendo as formas de opressão na sociedade, em busca da superação das
desigualdades sociais. O feminismo não é um movimento de pensamento unívoco,
sobretudo nos dias atuais. Existem inúmeras manifestações e diversas correntes. A partir
disto, este trabalho objetiva mapear e caracterizar as principais vertentes atuais do
feminismo, assim como discutir os desafios do movimento hoje, sem, no entanto, encerrar
a discussão. Ensejadas pelas discussões no Grupo de Estudos em História, Gênero e
Feminismo do Centro Universitário INTA, trabalhamos através de uma revisão não
sistemática de literatura, visando tratar o tema abordado de forma crítica a partir de
materiais já publicados. O feminismo caracteriza-se por ser um movimento plural, dado
que as pautas feministas foram se estruturando ao longo da história de forma
diversificada, organizando-se em grupos específicos, suscitando estudos particulares
dentro de cada grupo e estabelecendo orientações diversas para possíveis ações. Pode-se
afirmar que as vertentes que mais se destacam atualmente no Brasil são: o feminismo
negro, o feminismo interseccional, o feminismo liberal e o feminismo radical. No entanto,
existem diversas vertentes que também compõem o feminismo mundial, como os
feminismos latino-americanos e caribenhos, o feminismo indígena, entre outros.
Contudo, pudemos identificar que algumas pautas são comuns entre todas as vertentes,
por exemplo, a luta contra a violência e o assédio. Na verdade, as diversas vertentes do
feminismo unem-se visando conter qualquer forma de opressão contra a mulher. Assim,
apesar de fazer sentido falarmos em feminismos no plural, devido à diversidade
característica do movimento, também é possível falar de feminismo enquanto uma luta
singular a favor da igualdade de direitos na sociedade. Ainda que pareça fazer total
sentido uma luta que visa à equidade, são várias as forças contrárias, como é o caso de
uma corrente antifeminista chamada backlash, que busca invalidar conquistas feministas
e associa a liberdade de mulheres à ruína e infelicidade. Tal reação ao feminismo possui
força nas mídias, na política e em todos os âmbitos populares, de forma a defender
pensamentos retrógrados e promover uma idealização da mulher tradicional. Diante desse
cenário, talvez seja possível afirmar que certa união entre as vertentes feministas é
importante para que o movimento ganhe força, para manter-se firme diante dos cotidianos
e ferrenhos discursos apelativos contra o feminismo, constantemente disseminados e
reproduzidos na sociedade.
Palavras-chave: Feminismo; Vertentes; Movimento.
35
CLÍNICA E INFÂNCIA: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA
Vicissitudes entre Clínica e Cultura
Francisco Valberdan Pinheiro Montenegro[1]
RESUMO: No presente estudo apresento reflexões desenvolvidas a partir da experiência
de estágio no Serviço de Psicologia Aplicada (SPA) da Universidade Federal do Ceará na
cidade de Sobral; o estágio se deu ao longo do ano de 2017. Neste trabalho descrevo a
experiência do uso da metodologia da caixa lúdica no atendimento psicoterápico com
crianças e apresento os desafios, limites e pontencialidades inerentes ao método da caixa
lúdica e ao uso do brinquedo enquanto ferramenta clínica de um modo geral. Objetivo
relatar a experiência de estágio em clínica no que diz respeito ao uso do método da caixa
lúdica, bem como efetuar uma discussão sobre os efeitos do uso da caixa lúdica no
atendimento clínico com crianças. Em conexão com os estudos da psicanalista austríaca
Melanie Klein considero o brinquedo como uma ferramenta fundamental para a clínica
infantil. Diferentemente de Sigmund Freud, Klein reconheceu que a criança tinha plenas
condições de estabelecer uma relação transferencial com um analista e, portanto, poderia
submeter-se ao tratamento psicanalítico; suas contribuições consolidam a psicanálise de
crianças. O tratamento de pacientes infantis, no entanto, exige especificidades
metodológicas. Nesse sentido, o brinquedo ou a brincadeira torna-se peça fundamental na
clínica com crianças. Para Klein, o brincar está para a criança como o associar livremente
está para o adulto. Por meio das brincadeiras a criança é capaz de efetuar a projeção de
seus conflitos internos, angústias e conteúdos inconscientes cujo o acesso se dá através
da observação das reações manifestas. O uso de uma caixa individual no atendimento
com crianças consolida-se com a atuação da psicanalista argentina Arminda Aberastury
que denominou esta ferramenta como caixa lúdica. A caixa lúdica compõem-se de objetos
básicos que permitem a expressão da criança através do brincar tais como cola, massinha
de modelar, giz de cera, lápis de cor, papel, tinta, bonecos, etc. Nessa perspectiva, a caixa
lúdica além do recipiente onde se guarda os brinquedos representa o sigilo profissional
que no tratamento de adultos é simbolizado pelo contrato verbal. Sendo assim, deve-se
sempre dizer ao paciente que a caixa será de uso único e exclusivamente dele, que sempre
que ele vier no horário agendado a caixa estará ali, que ninguém mexerá na caixa
enquanto ele estiver ausente e que aquele material fica na sala não podendo ser levado
para casa. Observamos que entre os efeitos do uso da caixa está o estabelecimento de uma
relação transferencial com os pacientes e a consequente adesão ao tratamento. Além
disso, não sendo de uso coletivo os objetos da caixa permitem a expressão tanto por meio
da construção quanto por meio da destruição (agressividade). O uso da caixa fornece ao
terapeuta uma oportunidade de perceber importantes questões inerentes ao manejo clínico
com crianças. A caixa também oferece limitações no que diz respeito ao espaço, já que
seu uso em salas onde já existam outros brinquedos torna-se inviável.
Palavras-chave: Infância; Clínica; Estágio

36
CORES DA ESTAÇÃO: PROJETO DE EXTENSÃO VINCULADO A
CRIANÇAS EM SITUAÇÃO DE VULNERABILIDADE.
André Sousa Rocha¹
Bruna Clézia Madeira Neri²
Centro Universitário INTA - UNINTA

Introdução: Na atual conjuntura social em que estamos inseridos, é possível encontrar


crianças na condição de vulnerabilidade social. Tal situação de indefensibilidade é
constatada na realidade das crianças na comunidade Brasília, localizada no bairro
Montese, na cidade de Fortaleza, mais especificamente nos contextos de violência,
abandono social e parietal, criminalidade e/ou tráfico. Devido à interação com o ambiente
buscou-se entender a relação tríplice: família, criança e meio. Objetivo: Criar atividades
para estimular nas crianças tais potencialidades: incitar a criação de vínculos no campo
afetivo, encorajar a interação social, aguçar o reconhecimento de si, instigar a autoestima,
fomentar a motivação para habilidades psicossociais e automotivação. Metodologia:
Trata-se de um relato de experiência, ocorrido no projeto de extensão Cores da Estação,
por meio de encontros realizados semanalmente aos sábados, com crianças na faixa etária
dos 5 a 10 anos. O principal método de trabalho foi por dinâmicas e oficinas. Desenhar à
família, os amigos, pintar, contar histórias foi algumas das tarefas executadas.
Resultados: A partir das leituras e das observações feitas durante o projeto, percebe-se
que a comunidade não dá suporte para um desenvolvimento psicossocial e afetivo
positivo e que as crianças não têm suporte estrutural, social e emocional. Foi perceptível
que os extensionistas foram instigados a se transformarem em uma ponte entre o que as
crianças poderão a vir ser e a visão que elas têm sobre o futuro, por intermédio das
atividades. Portanto, ficou decidido em conjunto por meio deste projeto, intervir de
maneira branda e lúdica e chamar à atenção das crianças para seu contexto e suas
possíveis alternativas de transformação, que sozinhas, provavelmente, não conseguiriam
enxergar tais habilidades. Discussão: As atividades realizadas no projeto de extensão
Cores da Estação possibilitaram aos membros a refletirem, trocarem experiências,
aprenderem com o outro. A psicologia cumpre com o seu papel quando, dentro do espaço
comunitário, propicia um momento de reflexão além de buscar intervenção com crianças
que se encontram em fragilidade social e/ou familiar, ação esta proposta pela extensão. O
principal escopo do projeto é desenvolver ações múltiplas que sejam capazes de despertar
nas crianças o exercício de habilidades cognitivas, sociais, sociais e pessoais para que
elas tenham o poder de ressignificar os espaços que as permeiam.

.Palavras-chave: Psicologia Comunitária; Indenfisibilidade; Crianças.

37
DROGAS E GOVERNO: REFLEXÕES SOBRE A PROBLEMÁTICA DO
GOVERNO (ATRAVÉS) DAS DROGAS
Me. Túlio Kércio Arruda Prestes (Professor do Curso de Psicologia – UNINTA)9
Dr. Pablo Severiano Benevides (Professor do Curso de Psicologia – UFC)

Introdução: As relações que se estabelecem entre governo, enquanto modo de gerir as


condutas, e drogas são tão extensas quanto complexas. Em meio a essa imbricada rede de
relações, pode-se delimitar maneiras de governo: 1) sobre as drogas propriamente ditas
(enquanto gerência destas substâncias em si); 2) das maneiras de instrumentalizá-las para
obter determinados efeitos sobre a conduta dos indivíduos; 3) a regulação dos modos de
uso das drogas (governo através das drogas). Metodologia: Desta forma, nesse
emaranhado de fios nos quais se trama as relações entre drogas e governo, este trabalho
tem por objetivo analisar por meio da arqueogenealogia foucaultiana os modos de
governo contemporâneo (através) das drogas. Resultados e Discussão: Dentre as
diversas formas de governo atuais (através) das drogas, costuma-se destacar na literatura
especializada, duas principais vertentes: o paradigma proibicionista e o paradigma da
redução de danos. Nesta análise detalhamos como em cada um destes dois grandes
paradigmas: 1) costuma-se narrar à emergência desta vertente de governo em relação às
drogas; 2) como as drogas e/ou o uso de drogas são entendidas; 3) as estratégias de
governo agenciadas; 4) as justificativas em torno da pertinência e/ou adequação das
medidas adotadas; e, 5) as implicações ético-políticas de cada uma dessas tecnologias de
governo. Conclusão: Finalmente destaca-se que embora o paradigma proibicionista e o
paradigma da redução de danos apareçam como duas abordagens distintas, toda esta
discussão em torno da melhor forma de governo e/ou gestão (através) das drogas articula-
se a um processo mais amplo de governamentalização da vida, em que cada fenômeno
considerado pertencente à vida da população é analisado e racionalizado com vistas a se
obter um governo mais econômico, eficaz e produtivo da vida da população.
Palavras-chave: drogas; governo; governamentalização da vida.

DESIGUALDADE SOCIAL: CONSIDERAÇÕES SOBRE AVERSÃO À


INIQUIDADE A PARTIR DA PESQUISA EXPERIMENTAL EM ECONOMIA

Karoliny Lopes da Hora 10;


Karlos Ruan Barbosa Freire;
Centro Universitário INTA – UNINTA

INTRODUÇÃO: Na literatura da Economia, existe uma grande preocupação com o


estudo da desigualdade econômica, esta tem sido considerada como a distribuição

9
Email para contato: kercioprestes@gmail.com
10
karolinydahora@gmail.com
38
desigual de riquezas. Uma questão fundamental na área se refere a preferência das pessoas
por sociedades igualitárias ou desiguais, isto é, se a iniquidade de recursos pode ser
considerada aversiva, de modo que as pessoas sejam incomodadas por um contexto de
desigualdade, o que comumente tem sido denominado na literatura como “aversão à
iniquidade”. O tema atravessa não apenas pesquisas em Economia, mas envolve questões
do campo da Psicologia e da Ciência Política. OBJETIVOS: Este estudo tem como
objetivo apresentar achados de pesquisas experimentais realizadas na área da Economia
sobre aversão à iniquidade. METODOLOGIA: Foi realizada a análise da literatura em
Economia Experimental no tema da aversão à iniquidade. RESULTADOS E
DISCUSSÃO: Entre os experimentos analisados, encontram-se diferentes propostas
teóricas. Alguns estudos apontam que a condição de distribuição desigual de recursos
pode ser considerada aversiva, isto é, há uma proposta de aversão à iniquidade de forma
universal. Já outros estudos destacam que as propriedades aversivas da desigualdade não
seriam inatas, mas aprendidas ao longo da história de vida do sujeito. Nesse sentido, a
desigualdade não seria aversiva para indivíduos com uma história experimental onde a
distribuição desigual produziu recursos de forma favorável, mesmo que posteriormente
esta desigualdade seja desfavorável ao participante. Pesquisas recentes têm sugerido uma
diferenciação conceitual entre desigualdade (distribuição desigual de recursos) e injustiça
(distribuições consideradas desproporcionais ao desempenho dos sujeitos). O problema
apontado pelos pesquisadores econômicos consiste em que boa parte dos estudos que
trabalham com a aversão à distribuição desigual de recursos têm: (1) tratado dois
fenômenos distintos (a desigualdade e a injustiça) como um mesmo fenômeno; (2)
manipulado a variável “distribuição desigual” de forma que esta é uma distribuição
injusta apenas (distribuições desproporcionais ao desempenho dos participantes em uma
tarefa experimental), não manipulando distribuições desiguais que sejam proporcionais
(consideradas justas). Por conseguinte, isto faria com que a “distribuição desigual”
parecesse aversiva, enquanto que o que provavelmente teria propriedades aversivas seria
um fenômeno mais próximo do conceito de injustiça econômica. Estes pesquisadores
argumentam sobre a possibilidade de os sujeitos serem mais favoráveis a uma distribuição
considerada justa que a uma distribuição igualitária. CONCLUSÃO: A análise da
literatura permitiu discutir sobre as contribuições da pesquisa experimental em Economia
na compreensão do fenômeno da desigualdade; contudo, ainda são necessárias mais
pesquisas na área, principalmente, a respeito de uma diferenciação entre os conceitos de
desigualdade e injustiça.

Palavras-chave: Economia experimental; Desigualdade; Aversão à Iniquidade.

39
DISPOSITIVO DAS DROGAS E POLÍTICAS PÚBLICAS
Francisco Valberdan Pinheiro Montenegro
Universidade Federal do Ceará
RESUMO: Partindo da experiência de estágio em um CAPS-AD, materializada nos
registros de um diário de campo, o presente trabalho aborda o dispositivo das drogas em
relação às políticas públicas em suas facetas mais contemporâneas no governo da vida e
produção de subjetividade. No início desta década o Brasil assistiu a um significativo
crescimento no papel do dispositivo das drogas nas políticas públicas e no próprio debate
social. Encaradas como problema social, ora de saúde pública, ora de segurança, as drogas
têm sido acionadas sob a forma de ameaça à vida e à sociedade, bem como
operacionalizadas enquanto tecnologia de governo da vida. Datam de 2010 o Plano
Integrado de Enfrentamento ao Crack e as medidas de alcance nacional e regional que
derivam dele, por exemplo, o programa “Ceará Acolhe” do Governo do Estado do Ceará
analisado neste trabalho. Iniciativas como essas evidenciam os agenciamentos mais atuais
do dispositivo das drogas no âmbito das políticas públicas e as subjetivações que constitui
enquanto efeitos das relações de saber-poder que tem por efeito e alvo privilegiado o
sujeito usuário de drogas. Utilizando a metáfora da caixa de ferramentas para aludir ao
pensamento de Michel Foucault, busca-se forjar uma definição provisória e contingente
do que seja o dispositivo das drogas e explorar sua potência no diagnóstico do presente.
Por meio da leitura de pesquisas de inspiração genealógica empreende-se uma perspectiva
de trabalho sobre as drogas em que estas são objetadas enquanto dispositivo produtor de
teias saber-poder-subjetivação. Sendo assim, procede-se uma análise do Ceará Acolhe,
programa governamental que integra Comunidades Terapêuticas à rede de Atenção
Psicossocial que acompanha os usuários. Uma vez conveniadas ao sistema de saúde, as
comunidades terminam por coexistir com a Redução de Danos. Estruturadas, sobretudo,
em dois eixos, a saber, saúde e segurança, as políticas brasileiras sobre drogas derivam
de uma intrincada rede de relações de poder e práticas discursivas que trabalham para
definir o que são as drogas lícitas e ilícitas. Para compreender o atual cenário político que
delineia o campo das políticas públicas brasileiras sobre drogas parte-se da compreensão
de que estas estão inseridas no contexto da política global de guerra às drogas. Esta
problematização considera os registros do diário de campo sobre os movimentos do
cotidiano institucional do CAPS-AD. Neste ínterim, observou-se as alianças travadas
entre o dispositivo das drogas e as políticas públicas em suas configurações mais locais.
Por fim, o trabalho ensaia uma reflexão crítica sobre as atuais formas de governo
empreendidas por meio do dispositivo das drogas no âmbito das políticas públicas, os
agenciamentos biopolíticos atuais e as formas governamentalidade que o atravessam.
Apontamentos sobre as formas de disputa e resistência a partir dos jogos de forças que
atuam no interior do dispositivo das drogas em sua interface com as políticas de saúde
também são feitos com base na experiência de estágio no CAPS-AD. A recusa de um dos
usuários ante a internação iminente chama a atenção para as relações de forças envolvidas
no governo da vida dita drogadicta.
Palavras-Chave: Dispositivo; Drogas; Saúde
40
ENSAIOS DIALÉTICOS ENTRE FEMINISMO E MARXISMO
Antônio Marcos de Carvalho Veras11
Nádia Sousa Ripardo
Bruna Clézia Madeira Neri
Nathássia Matias de Medeiros
Centro Universitário INTA – UNINTA

RESUMO: Feminismo e marxismo têm há décadas sido colocados em diálogo pelas


feministas marxistas. Os primeiros debates trataram principalmente da rejeição de uma
postura essencialista que considera a divisão sexual do trabalho como baseada em termos
biológicos ligados à reprodução, do reconhecimento de que os sistemas econômicos não
determinam diretamente as relações de gênero, e da busca de uma explicação materialista
para além das diferenças físicas naturais (SCOTT, 1995). Tal campo de estudos é marcado
pela falta de unanimidade teórico-metodológica, mostrando que a interlocução entre
feminismo e marxismo está longe de ser exaurida. Intentamos apresentar possibilidades
de diálogos entre o movimento feminista e as bases teórico conceituais do marxismo sócio
histórico. Partindo de discussões em dois grupos de estudo que trabalham especificamente
com marxismo e feminismo dos quais participamos, elencamos alguns autores que
consideramos pertinentes para traçar este paralelo, dentre eles: Chimamanda Ngozi
Adichie, Karl Marx e Mirla Cisne. Acreditamos que há inúmeras formas de conceber a
potencialidade interpretativa do marxismo quando buscamos confrontá-lo com os
pressupostos do feminismo. Compreendemos aqui feminismo como um movimento que
busca propagar a igualdade de gêneros (ADICHE, 2017), no qual se entende que deve
haver uma quebra das relações de subordinação entre os sexos. O marxismo emerge como
uma teoria que ilustra de maneira muito clara e crítica as diversas lutas de classe travadas
no seio da sociedade capitalista. Tais embates são também ideológicos e, por isso mesmo,
movimentam outras forças para além da dicotomia proletariado versus burguesia.
Ultrapassando os termos clássicos do marxismo, falamos hoje da necessidade de
problematizar a figura da mulher como um exemplo de propriedade privada que está sob
o julgo da dominação masculina há pelo menos quatro mil anos. Após a entrada da mulher
no universo do trabalho, as relações de dominação entre homens e mulheres sofreram
fortes abalos, pois, a partir de então, passa a haver uma busca por paridade de poder.
Entretanto, no âmago deste conflito, ainda reside a ideia de que a mulher, por ser mulher,
é inferior ao homem. A perspectiva gerada por este cenário desigual fruto da contradição
entre capital e trabalho acarreta em empobrecimento e discriminação contra a comunidade
feminina, vista como mão de obra barata e precarizada. O materialismo marxista pode
funcionar como um veículo de exposição da subordinação da mulher, uma vez que abre
espaço para o diálogo acerca das ideologias implementadas pela visão dominante (a visão
masculina) no contexto sócio histórico atual, no qual são os homens ainda os maiores
detentores dos meios de produção. Fica então claro que, da mesma forma que o feminismo

11
marcosveras3@bol.com.br
41
pode encontrar argumentos nas ideias marxistas, é possível que o marxismo tome saberes
referentes ao feminismo como alimento para as suas perspectivas, uma vez que ambos
não são contraditórios, mas sim compartilham certas ideias e posições, principalmente na
missão política de combater a desigualdade e transformar a realidade. Mesmo com todas
as conquistas de direitos alcançadas, ainda é atual e urgente a necessidade de mudança
social em torno dos grupos oprimidos, dentre estes as mulheres.
Palavras-chave: Feminismo; Marxismo; Igualdade.

EPIDEMIOLOGIA SOBRE MICROCEFALIA: RELATO DE EXPERIÊNCIA


NA POLICLÍNICA BERNADO FELIX DA SILVA

Sandy Braga Lima;


Maria Janiele da Silva Cordeiro;
Dayra Pereira Barbosa;
Rafaela Soares;
Alex Sandro de Moura Grangeiro
Faculdade Luciano Feijão

INTRODUÇÃO: A intervenção é a tentativa de influenciar de maneira transitória ou


definitiva o comportamento humano através do uso de meios psicológicos, ou seja, a
influência se através de novas formas de comportamento e de experiência com o mundo.
Escolhemos esse tema porque é de fato importante no contexto da saúde, algo atual.
Interessamo-nos em conhecer essas mães que são protagonistas de um drama nacional,
mães de uma geração que carregarão a marca de uma epidemia ainda a ser plenamente
descoberta, as mulheres que deram a luz a bebês com microcefalia passam a viver, desde
diagnóstico, quase que exclusivamente para os filhos. A importância da saúde física e
emocional é muitas vezes esquecida, por mais que seja relevante o cuidado com a criança
não podemos deixar de cuidar das mães. OBJETIVOS: Objetivo foi a prevenção da
saúde das mães com filhos com microcefalia. METODOLOGIA: O trabalho tem como
eixo a saúde, que aborda o nível de atenção terciaria, onde buscamos promover saúde
para algumas mães que possuem uma rotina estressante e muitas vezes não são cuidadas,
pois acredita-se que a penas a criança necessita de assistência, mas a mãe é essencial para
a saúde da criança e para quer isso ocorra de forma satisfatória ela precisa de uma boa
saúde, tanto mental, quando física. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Fizemos uma
intervenção com as mães das crianças que são portadoras de microcefalia e recebem
atendimento no local. A intervenção foi na Policlínica Bernardo Felix da Silvia, em
Sobral. Em uma sala, que fica ao lado onde as crianças são atendidas, pudemos fazer esta
intervenção. Chegando lá nós levamos inquietações, através de perguntas, sobre como
essas mães reagiram à descoberta da doença, como vivem no dia a dia, quais suas
expectativas e dificuldades com as crianças. Elas sentiram-se bem à vontade e foram
respondendo de forma bastante natural. Após isso nós fizemos um momento de

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relaxamento, dinâmico e com fundo musical. Logo após servimos um lanche para elas.
Ao final percebemos o quão satisfeitas elas ficaram com um momento direcionado a elas.
O acompanhamento e tratamento para estimular essas crianças portadoras de microcefalia
são importante para o melhor desenvolvimento, locomoção e comunicação. Percebemos
que a equipe da policlínica envolvida no projeto é bastante dedicada e se preocupam com
o bem-estar. Por outro lado, não podemos pensar no bem-estar do bebê e esquecer que a
frente de todos estes processos está às mães que se sentem cansadas, estressadas e
exaustas por conta do seu dia a dia corrido e bastante cansativo. E visando o bem-estar
dessas mães, pois vimos o quanto às crianças eram bem atendidas e todo o trabalho com
elas era completo, que pensamos nossa intervenção para promover saúde e uma maior
qualidade de vida.

Palavras chaves: Saúde; Atenção terciaria; Intervenção.

ESTRATÉGIAS DE INTERVENÇÃO DO PSICÓLOGO FRENTE AS


INSTITUIÇÕES DE LONGA PERMANÊNCIA PARA IDOSOS
Hilana Sousa Ferreira12;
Ana Karine Sousa Cavalcante;
Sandra Alves Cavalcante;
Faculdade Luciano Feijão - FLF

INTRODUÇÃO: As Instituições de Longa Permanência para Idosos (ILPI), também


conhecidas como abrigos, possuem origem ligada aos asilos, inicialmente dirigidos à
população carente, frutos da caridade cristã diante da ausência de políticas públicas. Na
Cidade de Sobral/CE visitou-se uma ILPI e deparou-se com a falta de um psicólogo fixo
nesta instituição, contando apenas com uma residente de Psicologia que frequenta o local
apenas duas vezes por mês. Importante levantar reflexão quanto a esta condição, pois
neste âmbito o sofrimento se apresenta em duas categorias, tanto dos idosos quanto dos
cuidadores. OBJETIVOS: Diante desta problemática, buscou-se trazer propostas de
intervenção para se trabalhar no contexto de ILPI. METODOLOGIA: A pesquisa se
desenvolveu a partir do contato com uma ILPI, na Cidade de Sobral/CE, no mês de
novembro de 2017. O estudo é de caráter qualitativo, sendo a pesquisa intervenção a
estratégia utilizada. Contamos como apoio da Assistente Social para a coleta de dados,
tendo um roteiro sugestivo para nos basear nos tópicos; História da Instituição,
Organograma, Serviços prestados, Relações de poder e Objetivos do trabalho do
psicólogo, sendo este último onde iremos nos deter. RESULTADOS E DISCUSSÃO:
Em meio a entrevista com a Assistente Social pode-se observar que a Instituição demanda
de um trabalho da psicologia, pois na fala da entrevistada percebe-se o sofrimento que os
idosos passam diante do isolamento. Diante disso, articulou-se e pensou-se em estratégias

12
hilanasferreira@gmail.com
43
que poderiam ser trabalhadas neste local sob o olhar da psicologia. Propõe-se trabalhar
grupos de encontro com temáticas específicas como estímulos cognitivos, jogos de
memória, Atividades de Vida Diária (AVDs) e atividades que estimulem a autonomia em
geral, dentre outras. Também se destaca como primordial, a escuta psicológica que pode
ser individual, tentando trazer um bem-estar, a partir da fala destes que muitas das vezes
não são escutados ou não se sentem chamados a dividir suas problemáticas. Por fim, não
menos importante, propõe-se ações com a própria equipe que diariamente lida com estes
idosos e acabam sendo afetados. Reflete-se que um trabalho de escuta com os
profissionais pode auxiliar também nas ações com os idosos, visto que os cuidadores têm
mais contato com os idosos e a partir daí poderão auxiliar em estratégias focadas nessas
problemáticas apresentadas. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Apesar desta pesquisa
contar com estratégias de intervenção para uma Instituição em específico, estas
intervenções também podem ser realizadas nos demais espaços que trabalham com o
mesmo público, pois como pudemos observar, este contexto é carregado de demandas,
estas que sendo observadas e pensadas podem ser trabalhadas na melhor forma possível,
com o objetivo de oferecer um melhor espaço para quem o frequenta. Portanto,
destacamos a importância de se pensar nestas estratégias e as lançarmos como modelos
para quem sabe serem articuladas e trabalhadas na prática.
Palavras-chave: Psicologia; Estratégias de Intervenção; Instituições de longa
permanência para idosos.

ESCALA FATORIAL DE NEUROTICISMO (EFN) E SUAS CONTRIBUIÇÕES


NA AVALIAÇÃO DE TRANSTORNOS DE PERSONALIDADE.
Andressa Braga Alves
Maria Lauana Nery de Sousa
Danila Gomes da Silva de Mesquita
Maria Eduarda Sousa Rocha
Geórgia Maria Melo Feijão
Faculdade Luciano Feijão- FLF
INTRODUÇÃO: Neuroticismo é um fator relacionado à baixa satisfação de vida e alto
afeto negativo. Podendo ser nomeado de instabilidade emocional. Sendo relacionado com
as modificações do funcionamento da personalidade que na literatura psicológica é mais
presente na área clinica, porem não abrange somente a está área, mas também outras áreas
como a social e a educacional (Nunes & Hutz, 2001). No teste EFN este fator é avaliado
através de quatro escalas de neuroticismo (depressão, ansiedade, vulnerabilidade e
desajustamento psicossocial) que se referem à instabilidade emocional apresentada por
sujeitos que vivenciam desconfortos psicológicos. OBJETIVOS: Analisar através da
avaliação psicológica e da aplicação do teste EFN os graus de depressão, ansiedade,
vulnerabilidade e desajustamento psicossocial do avaliado, sendo assim possível

44
identificar se o mesmo necessita ou não de acompanhamento psicológico.
METODOLOGIA: Foi realizado um relato de experiência através da aplicação do teste
como atividade da disciplina Instrumentos de Avaliação Psicológica I, além da consulta
do manual do teste EFN e algumas literaturas, como artigos científicos e a Resolução do
CFP 002/2003, para com isso, obter um melhor embasamento teórico. RESULTADOS
E DISCUSSÃO: Foi realizada uma avaliação psicológica junto a uma pessoa do sexo
masculino, 18 anos, residente na cidade de Santa Quitéria-Ce, entre os dados relevantes
o avaliado relatou durante a anamnese, ter variações de humor assim como de disposição.
No final da avalição contatou-se que no que diz respeito aos resultados do examinado
sobre os fatores vulnerabilidade, desajustamento psicossocial, depressão, esses foram
todos medianos; porém na escala de ansiedade seus escores foram altos, o que pode
indicar indícios do avaliando ser portador de algum transtorno de personalidade ligado à
ansiedade. Esse resultado está relacionado à características de pessoas que tendem a ser
emocionalmente instáveis, o que pode influenciar nas suas variações de humor e
disposição. Podem ter atitudes inesperadas e perder o controle de algumas situações,
podendo apresentar também sintomas somáticos. CONCLUSÃO: Torna-se notório a
importância deste teste na avalição psicológica objetiva de transtornos de personalidade,
sua relevância está na facilitação da avaliação quando usado como instrumento de
trabalho do psicólogo fornecendo dados que podem contribuir e nortear a atuação do
profissional.
Palavras-chave: Neuroticismo; Transtornos; Personalidade.

EXPERIÊNCIAS PRÁTICAS EM PSICOLOGIA COMUNITÁRIA


André Sousa Rocha¹
Ana Cecília Carvalho Soeiro²
Bruna Clézia Madeira Neri³
Centro Universitário INTA- UNINTA

Introdução: O grupo São Francisco Alcoólicos Anônimos é uma comunidade localizada


na cidade de Sobral/CE, que recebe pessoas que se encontram em estado de recuperação
de álcool e algumas substâncias psicoativas. Semanalmente, são realizadas reuniões para
que as experiências, vivências de quem é membro do grupo possam ser partilhadas para
os que já participam, para as pessoas que estão chegando e para aqueles que,
eventualmente, têm curiosidade em saber como o espaço funciona. Bauman traz em sua
obra o conceito de Comunidade Sonhada designado por ele como um espaço de
segurança, recinto no qual é libertador. Assim, dentro do grupo São Francisco o local de
escuta é desvinculado de preconceitos ou impedimentos, a pessoa é totalmente livre para
se expressar e não sentir-se rejeitada. Objetivos: definir o conceito de comunidade
sonhada segundo Bauman e correlacioná-lo com as observações feitas em uma

45
comunidade terapêutica. Metodologia: trata-se de um relato de experiência realizada no
mês de outubro de 2017 como parte da disciplina de Psicologia Comunitária, da
Universidade Federal do Ceará- Campus Sobral. Resultados: Foi perceptível a sensação
de confiança que os depoentes passavam nos discursos, além de poder relacionar com a
temática ministrada em sala de aula. Dessa maneira, quando Bauman discorre sobre os
significados da palavra comunidade, além do seu significado puro, ela guarda sensações,
sendo estas boas, acolhedoras, que dar suporte aquela pessoa. Discussão: Consideramos,
então, que visitar uma comunidade é adentrar em um ambiente que parece fugir da
realidade, pois a maneira de recepção, acolhimento é tão grande que a sensação de
pertencer àquele grupo já entranha em nós. Além disso, a energia, a força que cada
indivíduo para um para outro, a fim de evitar contato com o álcool é muito grande.
Percebe-se a noção de comunidade sonhada, pois as pessoas têm como meta ajudar uns
aos outros e dar apoio. Ratifica-se, também, a importância de sair dos muros da
universidade para que a visão crítica conquiste o espaço de ampliação.
Palavras chave: Comunidade Sonhada; Alcoólicos Anônimos; Psicologia Comunitária.

EXPERIÊNCIA DE ATUAÇÃO DO PROJETO GRUPO DE APOIO


PSICOLÓGICO AOS PROFISSIONAIS DA EDUCAÇÃO DE SOBRAL

Carla Ribeiro de Sousa;


Monyque Yara Alves Lopes;
Centro Universitário INTA – UNINTA

RESUMO: Este trabalho apresenta a experiência do Projeto de Extensão “Grupo de


Apoio Psicológico aos Profissionais da Educação de Sobral – GAPPES”, vinculado ao
Laboratório de Práticas e Pesquisas em Psicologia e Educação da Universidade Federal
do Ceará - UFC, Campus Sobral. O projeto é realizado em parceria com a Secretaria de
Educação de Sobral e tem como objetivo construir um espaço de diálogos e troca de
experiências, de modo a revisitar significados e sentidos vinculados às experiências
laborais, assim como auxiliar na criação de estratégias de enfrentamento diante das
dificuldades experimentadas no trabalho. O público alvo são professores, diretores,
coordenadores e demais profissionais que atuam na rede pública municipal de Sobral. O
GAPPES tem fundamentos na Clínica da Atividade, de Yves Clot e, faz uso de oficina de
fotos, instrução ao sósia, debate de filmes, dinâmicas e outras metodologias para propiciar
e possibilitar reflexões sobre as práticas cotidianas de trabalho e sobre as atividades
desempenhadas, assim como a reconstrução de si e do espaço de atuação profissional. No
período de agosto a novembro de 2017, o grupo foi composto de quinze (15) integrantes
que se encontravam semanalmente por duas horas e atualmente conta com o mesmo
número de participantes. Como resultados pode-se apontar: diálogo e trocas de

46
experiências entre as participantes, reflexões sobre a atividade, ampliação do saber
profissional e transformação das formas de agir, produção de estratégias conjuntas de
enfrentamento das dificuldades laborais e promoção de bem-estar e saúde.
Palavras-chave: Saúde do Trabalhador; Grupos; Clínica da Atividade.

FAZER ARTE DIANTE DO “INCURÁVEL”: A EXPERIÊNCIA DA


PSICOLOGIA COM PACIENTES “LIGADOS” NA HEMODIÁLISE DE
UM HOSPITAL
Judith Maria Vasconcelos da Costa13
Samara Vasconcelos Alves
Laura Augusta Aguiar Andrade Costa
Silvialine Fontenele Ramos
INTRODUÇÃO: Ao falarmos da Doença Renal Crônica – DRC, que quando instalada
torna-se “incurável”, o adoecimento adquire estatuto permanência e as rupturas, perdas
e limitações acontecem em diversos âmbitos da vida dos pacientes. Ou seja, após a perda
completa da função renal o paciente terá que se submeter a sessões de hemodiálise para
sobreviver e, se desejar, inscrever- se na fila de espera para transplante, sendo também
uma medida terapêutica. Segundo a Sociedade Brasileira de Nefrologia, Hemodiálise é
um procedimento através do qual uma máquina filtra artificialmente o sangue. Devido à
necessidade de comparecer ao hospital três vezes por semana, muitos pacientes deixam
seus trabalhos e afastam-se dos grupos de amigos, levando, portanto, uma vida restrita
social, hídrica, alimentar e medicamentosa. OBJETIVO: O presente trabalho pretende
relatar e discutir o fazer da psicologia a partir da experiência de ofertar espaço de fala e
escuta em um setor de hemodiálise e a ressignificação do ambiente de diálise.
METODOLOGIA: Trata-se de um relato de experiência de acadêmicas de psicologia,
desenvolvido em visitas a um hospital de ensino no interior do Ceará, como proposta de
atividade da disciplina de Psicologia Hospitalar. Foram realizadas duas visitas, em
outubro de 2017, sendo a primeira para observação do funcionamento organizativo e
assistencial da equipe, e a segunda para a intervenção. Considerando que os pacientes
estão “ligados” às máquinas, ofertamos a 11 pacientes que estavam numa das salas
atividades que pudessem abrir espaço para a palavra circular, a saber, recitação de poesia
e a musicoterapia, além da escuta individual e coletiva. Faz-se importante pontuar que
as atividades foram supervisionadas e articuladas teoricamente com autores referência
no campo. RESULTADOS E DISCUSSÕES: Observando o impacto da rotina da
hemodiálise, que é um cenário que diz das perdas de expectativas quanto à cura, portanto
é uma questão para se trabalhar as mudanças e adaptações. Notamos certa apatia com
relação à dependência do tratamento e uma relutante não modificação do ambiente do
tratamento por parte dos profissionais, mas que foi bem-vinda por parte dos pacientes.

13
Judith Maria Vasconcelos da Costa

47
A intervenção se deu através da música e recitação de poesia observando claramente a
necessidade do acolhimento psicológico naquele ambiente. Durante a intervenção, a
equipe de enfermagem foi mobilizada pelo momento lúdico, houve emoção de todos que
estavam envolvidos. Percebemos a interação e a emoção de quem participava,
proporcionando conversas sobre a vida e lembranças alegres. CONCLUSÕES: Assim,
compreendemos que a psicologia se insere nesse ambiente não apenas para escuta e
acolher o outro, como também um gerador de mudanças. Portanto, naquele local ocorreu
a ressignificação do que eram apenas dor e limitações, sendo também espaço de
produção de vida, circunscrevendo a doença em suas histórias.
Palavras-Chave: Hemodiálise; Psicologia; Escuta

FEMINICÍDIO EM PAUTA: HISTÓRIA DA VIOLÊNCIA NAS RELAÇÕES DE


GÊNERO E O PAPEL DOS NOVOS FEMINISMOS CONTRA O FEMINICÍDIO
Francisca Liciane Marques [1];
Nathássia Matias de Medeiros;
Centro Universitário INTA – UNINTA
RESUMO: Em vários lugares do mundo, todos os dias, mulheres são vítimas de
assassinatos por simplesmente "serem mulheres", crime que leva o nome de feminicídio.
O Brasil possui a quinta maior taxa de feminicídios do mundo, conforme dados da
Organização Mundial da Saúde (OMS). Este trabalho visa levantar discussões sobre a
história das relações de gênero no Brasil, problematizando como as já antigas relações de
regulação e violência manchadas pelo machismo e modelo social patriarcal tornaram
possível tal contexto atual marcado pelo feminicídio. Além disso, pretende-se marcar aqui
as possíveis contribuições das novas roupagens do feminismo no enfrentamento do
problema. Este trabalho configura-se como um estudo teórico, de natureza bibliográfica.
Em uma tentativa de abordar o contexto do feminicídio no Brasil, é indispensável recorrer
à história e às heranças que as relações de gênero trazem consigo. Em toda a história do
Brasil desde mil e quinhentos, foi relegado à mulher a condição de invisibilidade e de
propriedade. Durante muito tempo, o modelo social e familiar dominante no Brasil era
baseado no patriarcado, modelo que remete ao período colonial, onde toda a família e
servos eram submissos ao patriarca. As mulheres passavam da obediência ao pai para a
submissão ao marido, ficavam restritas ao lar e deviam cuidar de sua honra. Nesse
contexto, a violência contra a mulher era e continuou por muito tempo sendo invisível,
existindo certa naturalização de tal contexto. Apesar de inúmeras mudanças ao longo da
história, com continuidades e descontinuidades diversas, o patriarcado se faz presente na
atualidade sob novas nuances. Toma-se aqui o termo patriarcado assim como o faz
Boudieu, de forma ampliada enquanto meio de análise da sociedade humana, referindo-
se à dominação masculina. As várias versões do movimento feminista trouxeram
incontáveis conquistas de direitos em prol da igualdade para homens e mulheres,
favorecendo a instalação de mudanças favoráveis às mulheres. Atualmente, observamos
48
os novos feminismos, marcados pela pluralidade de perspectivas e pelo uso das redes
social como grande disparador de mudanças. Esse movimento atual favorece que o
feminicídio venha à tona, passando a ser cada vez mais notado, problematizado e
discutido, tentando de alguma forma mobilizar e empoderar essa mulher que durante
muito tempo foi esquecida. Foram alcançadas conquistas, como a criação da Lei Maria
da Penha, mobilizações de empresas no sentido de catalogar dados sobre a violência
contra mulheres e legislações que trazem formas severas de punição quando o crime
acontece. É possível então concluir que o feminicídio é uma questão marcada pela cultura,
assim como deve ser o seu enfrentamento. Como todo produto da sociedade, o
feminicídio, assim como a violência contra a mulher em geral, é fruto de lutas políticas.
Assim, é fundamental a articulação dos diversos âmbitos da sociedade no enfrentamento
do problema. Colocar em pauta a questão, dar-lhe visibilidade e entender de que forma
foi historicamente possível construir-se um país com tão altas taxas de feminicídio,
missões que ensejaram o presente trabalho, configura-se uma urgência política e ética.
Palavras-chave: Feminicídio. Gênero. Feminismo.
[1] licianemarques@hotmail.com.br

“FEMINISMO MARXISTA: UMA CONCEPÇÃO DIALÉTICA SOBRE O


MOVIMENTO”
Antonio Marcos de Carvalho Veras [1]
Nádia Sousa Ripardo
Rosymile Andrade de Moura
Nathássia Matias de Medeiros
Bruna Clézia Madeira
Centro Universitário INTA - UNINTA
INTRODUÇÃO: Discutir o marxismo na contemporaneidade reflete observarmos os
aspectos inerentes ao conceito de gênero, tendo em vista que o mesmo é de fundamental
importância para analisarmos os movimentos feministas e seus aspectos. As classes
sociais são reflexo de lutas de causas, que nos permite enxergar com olhos mais atentos
as características do proletariado em geral, mais em específico, as classes dominantes
pelas mulheres que se encontram no poder, e se colocam como mandantes das mulheres
de contexto social menos favorecido. A perspectiva gerada por este cenário desigual
ocasionado pela contradição entre capital e trabalho, acarreta em empobrecimento e
discriminação por conta da mão da obra barata e precarizada, O materialismo marxiano,
expõe fielmente a subordinação da mulher, e abre o diálogo acerca dessas contradições
ideológicas implementadas por uma visão de maioria dominante, a visão masculina, por
conta da propriedade privada que influenciou o contexto sóciohistórico atual no qual são
os homens são os maiores detentores dos meios de produção, e, consequentemente, das
ideias dominantes. A teoria marxista que se apresenta voltada para a sociedade
49
expressando a verdade contemporânea, é, a única que vai dar aparato para um projeto
societário coletivo. Observamos que desta forma, ao compararmos as teorias, verificamos
a existência de possibilidade de uma igualdade substantiva. Da mesma forma que o
feminismo deve abrigar – se nas ideias marxistas, é importante que o marxismo tome os
saberes referentes a feminismo ideias centrais de pensamento, uma vez que ambos não
são contraditórios, mas compartilham das mesmas ideias e posições perante o fato de
combater a desigualdade e transformar essa realidade que propicia uma carente
necessidade de mudança, e torna a luta de todos homens e mulheres uma só em prol de
um ideal de sociedade melhorado frente as nossas evoluções que se apresentam tão
grandes em áreas específicas e em outras aparenta ter estacionado no tempo e evolui
pouco em comparação ao que a humanidade se projeta. OBJETIVOS: Discutir possíveis
aproximações no debate entre feminismo e marxismo. METODOLOGIA: Tomando por
base as discussões em dois grupos de estudo que trabalham especificamente com
marxismo e feminismo, elencamos alguns autores que consideramos pertinentes para
traçar este paralelo, dentre eles;(ADICHIE, KARL MARX, MIRLA CISNE),
RESUTADOS: Acreditamos que existem inúmeras formas de conceber a potencialidade
interpretativa do marxismo quando buscamos confrontá-lo com os pressupostos do
feminismo, pois a equiparidade entre as vertentes são perfeitamente semelhantes e
complementadoras. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Fica então claro que, da mesma
forma que o feminismo pode encontrar argumentos nas ideias marxistas, é possível que o
marxismo tome saberes referentes ao feminismo como alimento para as suas perspectivas,
uma vez que ambos não são contraditórios, mas sim compartilham certas ideias e
posições, sobretudo na missão política de combater a desigualdade e transformar a
realidade.
Palavras-chave: Feminismo; Marxismo; Igualdade.
[1] marcosveras3@bol.com.br

FAMÍLIA E ESCOLA: REFLEXÕES SOBRE A PARTICIPAÇÃO E


ESCOLARIZAÇÃO NO CONTEXTO DO ENSINO PÚBLICO
Rafaella Almeida Aragão14
Me. Alexsandra Maria Sousa Silva
Faculdade Luciano Feijão (FLF)
RESUMO: Este trabalho abordará uma experiência de pesquisa sobre os dilemas da
participação da família, na vida escolar de seus filhos, considerando as especificidades e
o contexto da escola pública. Parte-se de estudos sobre família e pobreza, articuladas à
discussões no campo da educação pública. A família é concebida a partir de diversas
configurações, que incluem a dimensão histórica, social e cultural e a pobreza é entendida

14
E-mail do primeiro autor: rafi_nha_aragao@hotmail.com

50
a partir de condições de privação psicossocial e multidimensional, que influenciam os
modos de vida dos sujeitos. O objetivo é analisar a participação da família na vida escolar
das crianças, no contexto de uma escola pública, na cidade de Sobral-Ce. A metodologia
utilizada foi de cunho qualitativo, a partir da inserção no cotidiano de uma escola pública,
que facilitou o contato com famílias. Após a seleção e o consentimento dos sujeitos,
através assinatura do termo de consentimento, os dados foram coletados a partir de
entrevistas semiestruturadas e visitas domiciliares realizadas na casa das famílias
escolhidas. Os dados foram registrados em diários de campo e gravações de áudios, e
posteriormente, analisadas a partir da análise de conteúdo, com auxílio do software de
análise qualitativa, atlas T.i. Vale ressaltar que essa pesquisa teve aprovação do Comitê
de Ética em Pesquisa (CAAE: 74723217.7.0000.5053). Dentre os resultados, foi visto
que a escola exige dessa família condições ideais de acompanhamento da vida escolar da
criança, sem considerar o modo de vida desses sujeitos. Além disso, foi identificado que
o modo de vida dessas famílias era caracterizado pela realidade de pobreza, que produz
implicações sociais e psicológicas, interferindo nas escolhas e nas condutas de cada um.
Diante isso, é preciso ampliar as discussões sobre participação da família na escola, indo
para além das concepções que dicotomizam, colocando de um lado a família que
participa, como modelo a ser seguido, e de outro, a família que não participa. Esse estudo
vai na direção de problematizar esse contexto, deflagrando uma realidade muito mais
complexa, abarcando dimensões psicossociais, que influenciam as escolhas, os caminhos
e as condutas desses sujeitos pobres. Viu-se que essas famílias vivem uma realidade que
exige uma carga horaria de trabalho cotidiana, muitas vezes, excessiva, para garantia do
sustento básico, de seus filhos. Portanto, não se trata, só de participar ou não, da vida
escolar de seu filho na escola, mas que condições essa família dispõe para acompanhar,
efetivamente, a aprendizagem de seus filhos, uma vez que existe uma realidade objetiva
que pressiona pela busca de sobrevivência imediata. Assim, pode-se constatar a
importância dos profissionais da educação, buscarem uma visão mais alargada desse
processo que envolve a tríade família-pobreza-ensino público, na direção de questionar
preconceitos e estigmas, que condicionam a não participação dessas famílias à meras
posturas de irresponsabilidade ou desinteresse. Diante do exposto, fazem-se necessário
mais estudos e pesquisas, principalmente no campo da Psicologia e Educação, que
possam contribuir com análises contextualizadas e comprometidas com a realidade
psicossocial em que vivem essas famílias, que estão nas escolas públicas e que são
maioria em nosso país.
Palavras-chave: Participação; Família Pobre; Escola Pública.

51
GRUPO DE PESQUISA NEXOS: DIÁLOGOS E INTERLOCUÇÕES
CONTEMPORÂNEAS
Janaína Chagas de Sousa15
Vagner de Souza Fernandes
INTRODUÇÃO: O presente trabalho visa apresentação das atividades realizadas no
Grupo de Pesquisa Nexos: Teoria Crítica e Interdisciplinaridade/NE, composto por
alunos e professores do curso de Psicologia da Universidade Federal do Ceará, campus
Sobral. O Grupo está atualmente desenvolvendo dois projetos de pesquisa,
“Subjetividades em rede: em análise as discussões em grupos de Facebook”, orientado
pela Prof.ª Dra. Deborah C. Antunes, e o projeto “Do Espetáculo a Transparência:
uma arqueogenealogia dos regimes de visibilidade/vigilância contemporâneos”,
orientado pelo Prof. Dr. Pablo Severiano Benevides. Os dois projetos são trabalhados de
forma mútua, em que procuramos traçar diálogos e interlocuções entre os temas.
OBJETIVOS: Buscamos elaborar compreensões acerca das novas problemáticas
possibilitadas pelo acelerado avanço científico e tecnológico, levando em consideração a
incorporação das tecnologias digitais em nossas práticas sociais. METODOLOGIA:
Realizamos análises exploratórias de grupos de teor político, identificados como quatro
páginas do Facebook e dois canais do Youtube, a fim de investigar a respeito dos
conteúdos presentes nas postagens desses grupos, seus recursos utilizados, além dos
comentários e discussões possibilitadas pelas interações entre os seguidores e não
seguidores das páginas e canais em estudo. Além disso, atualmente nos reunimos em
grupos de estudos semanais com o intuito de discutir os textos que fundamentam a
pesquisa. RESULTADOS: Os estudos se encontram em processo de construção, em que
trabalhamos com a hipótese de uma formação de um novo regime de visibilidade-
vigilância, investigando quais condições que possibilitam determinar aquilo que se torna
visível ou não no contemporâneo, partindo dos conceitos trabalhados por Guy Debord em
seu livro “A Sociedade do Espetáculo" e Byung Chul Han em “A Sociedade da
Transparência” e “Psicopolítica”. Além disso, buscamos traçar a existência de um novo
tipo antropológico de homem da Era Digital, baseado na Teoria Crítica da Escola de
Frankfurt. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Levando em consideração o nosso atual
contexto social e político, em que as tecnologias digitais se tornam elementos mediadores
de nossas práticas, compreendemos esse espaço, criado e possibilitado pelas interações
em rede sociais virtuais, como um campo fértil para as pesquisas que estamos
desenvolvendo, nos colocando uma série de questionamentos pertinentes que fomentam
nossas investigações.
Palavras-chave: Contemporaneidade; Tecnologia; Política.

15
Email: janainach15@gmail.com
52
INTERVENÇÃO PSICOLÓGICA - COM A EQUIPE DA PEDIATRIA EM
HOSPITAL DE ENSINO NO INTERIOR DO CEARÁ

Lidimara Martins Abreu ¹


Cássia Driely Canafístula Mendes
Julyana Ribeiro Leal
Lisley Marcondes dos Santos
Faculdade Luciano Feijão- FLF
INTRODUÇÃO: O presente trabalho visa esclarecer alguns aspectos sobre a equipe da
Pediatria no Hospital de Ensino na Região Norte do Ceará. Relacional ao trabalho do
psicólogo, destacando questões importantes nesse trabalho, podemos ver a relação com
as práticas de humanização que compreende ao processo de atuação dos profissionais de
produção de saúde, a autonomia e o protagonismo do grau de responsabilidade no
processo de gestão e atenção. OBJETIVOS: Investigar a conscientização no que diz
respeito das reais condições de humanização no ambiente hospitalar, engajando e
ressaltando o papal do cuidador, com o objetivo melhorar suas condições de trabalho e de
assistência. METODOLOGIA: Qualitativa, em que o público participante foram 8
pessoas do sexo feminino compostas por enfermeiras e técnicas de enfermagem e
secretariado. O desenvolvimento do trabalho em equipe obedece à dinâmica uniforme.
Foi realizada uma intervenção através do Circulo de Cultura de Paulo Freire que consiste
numa estratégia de educação libertadora é um lugar onde todos tem a palavra, onde todos
leem e escrevem o mundo. Um espaço de trabalho, pesquisa e exposição de práticas
dinâmicas, vivências que possibilitam a elaboração coletiva do conhecimento. Consistiu
em três momentos a investigação da temática, a tematização e problematização a qual foi
feita no ambiente de trabalho, utilizando-se assim, palavras geradoras tais como,
Humanização, Anseios, Desafios, Relações. RESULTADOS: Os resultados foram
apresentados diante do impacto da intervenção a partir da discursão a temática
humanização objetivo principal a dignidade do ser humano a respeito dos seus direitos,
em que a equipe relatou experiências do as sua rotina cotidiana ao atendimento ao usuário,
sensibilizadas aos desafios e a relação com o sofrimento proveniente das patologias das
crianças e também suas mães, as quais estão ali em constante sofrimento e cuidados
devido ao estado de patologia e hospitalização do filho, assim r engajar o papel da equipe,
com o intuito de melhorar o sistema de assistência á saúde visando uma melhor qualidade
de atendimento tanto para o usuário como para as condições de trabalho para os
profissionais. A partir desta surgiu à palavra foi indagada a palavra desumanização, ou
seja, algo que fosse pertinente ao “não padrão”, de atenção, cuidados e até mesmo ações
voltadas para os sujeitos e se algum momento não viram os sujeitos em suas totalidades
e subjetividades e sim as causas, pensando somente na doença sem perceber os sujeitos
que sofrem. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Diante disso, houve um reconhecimento do
processo de sofrimento no trabalho, os profissionais questionaram os poucos profissionais
da psicologia atuantes no serviço, pois foi retratada uma grande carência por parte desse
profissional, como também, fizeram um apelo as mais profissionais atuantes no serviço
53
em prol da melhoria de vida dos pacientes, as crianças, aos acompanhantes e a si próprios
e que o período de atuação da Psicologia fosse mais prolongado no serviço.
Palavras-chave: pediatria, cuidado, humanização.

[1] lidimaraabreu@hotmail.com

MOSTRA ARTÍSTICA EM SOBRAL - CE: A INVENÇÃO DA (D)EFICIÊNCIA


E A EXPERIÊNCIA ESTÉTICA COMO DISPOSITIVO DE PRODUÇÃO DA
SUBJETIVIDADE

Karoliny Lopes da Hora 16;


Alana Rocha Gomes;
Nara Maria Forte Diogo Rocha;
Centro Universitário INTA – UNINTA

INTRODUÇÃO: Considera-se as práticas artísticas como um dispositivo de produção


de subjetividade, um espaço de aprendizagem inventiva que não se resume a um processo
de solução de problemas, mas inclui a invenção de problemas, ou seja, a experiência de
problematização. Assim, o conceito de deficiência pode ser entendido como resultado da
interação entre a deficiência de uma pessoa e os obstáculos que impedem sua participação
na sociedade. Quanto mais obstáculos, como barreiras físicas e condutas impeditivas de
sua integração, mais deficiente será uma pessoa. Assim, foi realizada uma Mostra
Artística durante a disciplina “Psicologia no campo de estudo da deficiência” na
Universidade Federal do Ceará – Campus Sobral em parceria com o Conselho da Pessoa
com Deficiência de Sobral - CE. OBJETIVOS: A Mostra Artística teve o objetivo de
gerar aproximação entre os estudantes e as pessoas que possuem deficiência física ou
intelectual, ocupar os espaços públicos da cidade e dar visibilidade as nossas produções
com esses sujeitos. METODOLOGIA: Para a realização do evento, houve a articulação
entre a turma e o Conselho da Pessoa com Deficiência, e os alunos se dividiram em
comissões de organização. Foi acordado que os líderes das equipes se reuniriam com o
conselho para organização de tarefas e resolução de problemas. As equipes se dispuseram
a preparar atividades para o evento que poderiam envolver convidados ou integrantes da
própria equipe. Tais atividades não tiveram um formato rígido, isto é, compreenderam
painéis fotográficos, apresentações musicais, poesias e outras formas artísticas.
RESULTADOS E DISCUSSÃO: Segundo a auto avaliação feita pelos alunos, embora
tivessem encontrado desafios, a experiência proporcionou um novo olhar sobre a pessoa
com deficiência, pois, houve o compartilhamento de vivências no decorrer da produção

16
karolinydahora@gmail.com
54
de apresentações artísticas. Além disto, os convidados relataram que a veiculação destas
produções à comunidade contribuiu para a visibilidade do movimento da pessoa com
deficiência em Sobral – CE. CONCLUSÃO: Conclui-se que a produção de práticas
artísticas em espaços acessíveis à comunidade e de forma articulada ao Conselho da
Pessoa com Deficiência se mostrou um dispositivo enriquecedor na problematização de
temas que atravessam o campo de estudo da deficiência.

Palavras-chave: práticas artísticas; pessoa com deficiência; experiência estética.

MULHERES NEGRAS: UMA ANÁLISE SOBRE AS SUTILEZAS DO


SEXISMO E DO RACISMO NO AMBIENTE LABORAL NA CIDADE DE
SOBRAL-CE

Távina Romão Silva¹


Mariana Ribeiro Pinto
Marília Albuquerque de Sousa
Marília Vasconcelos Coutinho
Nara Maria Forte Diogo Rocha
Centro Universitário – UNINTA

RESUMO: Foi realizado um trabalho, durante a disciplina de Métodos e Técnicas de


Pesquisa Quantitativa, que pretendia analisar a relação entre sexismo e motivação no
ambiente de trabalho para as mulheres. A partir da pesquisa elaborada, realizou-se um
recorte temático, tendo em vista a importância de um fator evidenciado, a saber: a sutileza
com que situações racistas e sexistas se apresentam para as mulheres negras no trabalho.
Tem-se como objetivo mostrar como essas mulheres sofrem dupla discriminação: racial
e de gênero, e apresentar as formas como a desigualdade racial se manifesta nas relações
laborais. A metodologia perpassa por uma pesquisa quantitativa correlacional de natureza
ex post facto, com aplicação de questionários, e por uma pesquisa bibliográfica acerca
dos temas supracitados. A partir da nossa pesquisa em campo e da análise de dados,
percebemos que, dentre as mulheres atuantes no mercado de trabalho, as quais, no geral,
já não recebem remuneração equivalente aos homens, as negras são as que recebem os
salários mais baixos, apesar de serem a maioria. Além disso, constatamos que a maioria
das mulheres, pelo menos uma vez, já sofreu alguma atitude sexista e que isso influencia
na motivação delas no ambiente laboral. Esses fatos evidenciam as sutilezas do sexismo
e do racismo na sociedade, já que há uma diferença notável no tratamento para com as
mulheres negras, e isso reverbera, inclusive, no trabalho e nas relações laborais. Portanto,
a partir da nossa pesquisa em campo, concluímos que as mulheres negras são vítimas de

55
sexismo e de racismo em seu ambiente de trabalho, o que demostra a pouca efetividade
da suposta “democracia racial” brasileira.

Palavras-chave: Sexismo; Racismo; Trabalho.

MULHERES LEVADAS À PRISÃO: UM AMOR BANDIDO

Rafaela Soares Morais¹;


Maria Janiele da Silva Cordeiro;
Sandy Braga Lima;
Dayra Pereira Barbosa;
Sergio Luiz Correia dos Santos
Faculdade Luciano Feijão

INTRODUÇÃO: As infrações vêm crescendo de forma constante no mundo inteiro, e as


mulheres são cada vez mais protagonista de episódios relacionados ao tráfico de drogas.
Em razão da velocidade com que a mulher insere-se na prática delituosa, notou-se que
esse aumento exorbitante vem alcançando proporções alarmantes. (Mapa Carcerário
2017). A mulher sempre foi marcada pelo estigma da docilidade, a ilustração de mãe,
dona de casa, esposa e inspiração para o marido. A percepção de mulher criminosa ainda
figura como uma exceção, O tráfico de drogas ocorre em um universo considerado
tipicamente masculino, mais no contexto da atualidade a mulher vem se envolvendo no
mundo das drogas, evidente que sua participação é proporcionalmente menor que a dos
homens no mundo do crime. Tratar do envolvimento da mulher no tráfico de drogas
acerca de sua identidade no contexto do amor significa adentrar num universo tipicamente
feminino, permeado por ideias que não são exclusivas da mulher traficante de drogas,
mas fazem parte da construção social, como resultado daquilo que elas apreenderam ao
longo de sua trajetória histórica. (Scott, 1995). OBJETIVOS: O objetivo da pesquisa é
descrever o envolvimento da mulher no tráfico de drogas acerca de sua identidade no
contexto do amor. METODOLOGIA: A metodologia aplicada neste estudo foi à
pesquisa bibliográfica, referindo-se ao estudo dos trabalhos acadêmicos realizados frente
às mulheres encarceradas em decorrência do amor. A mesma oferece meios que contribui
na definição e resolução dos problemas já conhecidos, permitindo-se explorar novas áreas
onde ainda não se concretizaram suficientemente. Enfatizamos o tráfico de drogas, por
tratar-se de um crime que gradualmente vem ganhando maior incidência e visibilidade no
mundo feminino, apresentando-se como o delito que mais tem encaminhado à figura
feminina a prisão. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Dessa forma, a estrutura desse trabalho
constitui-se em compreender a mulher no mundo das drogas, influenciada pelo parceiro
encontrando na droga um caminho para manter o relacionamento, garantindo o sustento
56
dos filhos ou até mesmo elevar a sua renda, tendo suas particularidades e multiplicidades
ao mesmo tempo. As pesquisas que tratam da questão feminina no tráfico de drogas
identificam que o maior percentual de seus envolvimentos ocorre por adoração aos
companheiros. Quando eles vão presos pelo crime de tráfico muitas continuam e
assumem os riscos deste comercio ilícito. Ocorre também o envolvimento em muitos
casos de mulheres flagradas na tentativa de adentrar o sistema penitenciário masculino
transportando as drogas em suas partes intimas, dentro de bolo, em recipientes com
alimentos, dentro do pão, dentre outras diversas formas. Considerando tais aspectos, a
pesquisa identificou alguns aspectos dos motivos pelo qual as mulheres adentram o
mundo do crime, envolvendo-se na prática delituosa.
Palavras chaves: Criminalidade Feminina; Drogas; Relações afetivas.
1
Graduanda em Psicologia pela Faculdade Luciano Feijão (FLF), cursando 10° semestre.
E-mail: raphaeella.soares@hotmail.com

NEGRITUDE, RACISMO E GÊNERO: REFLEXÕES INTERSECCIONAIS NO


AMBIENTE ESCOLAR.
Yan Victor Sampaio do Nascimento17
Marília Albuquerque de Sousa
Francisco Ivo Duarte de Sousa
Nara Maria Diogo Forte Rocha

RESUMO: Pretende-se por meio desse trabalho levantar reflexões sobre negritude e
racismo pautadas em um estudo interseccional, levando em consideração as questões de
gênero e classe e forma como elas se relacionam e se sobrepõem. Esse trabalho surgiu a
partir de ações em uma escola de ensino médio em Sobral pelo projeto de extensão
Travessias, do curso de Psicologia da Universidade Federal do Ceará, e tem por objetivo
pensar os diferentes modos de subjetivação do que é ser negro e como esse tema é ainda
muito naturalizado e camuflado pela dificuldade de dar dimensão e nome a esse
sofrimento, além da frequente minimização das consequências do racismo. Utilizamos
como metodologia a observação em uma escola do ensino médio da cidade de Sobral, a
partir de um grupo de discussão sobre temas diversos. Utilizamos, também como
metodologia de análise das discussões e temas surgidos durante o grupo, a teoria pós-
colonialista e trabalhamos em uma visão interseccional, percebendo como gênero,
sexualidade, raça, etnia e classes sociais estão intimamente relacionados e são
motivadores de questionamentos frequente na vida desses sujeitos. Inicialmente, a ideia
do grupo era conversar sobre os temas que tivessem sido escritos e colocados
anteriormente em uma caixa, e no decorrer dos encontros do grupo os temas que mais se
destacavam iriam ser discutidos, dentre eles a depressão e a sexualidade. O que se

17
E-mail do autor: yansampaio007@gmail.com
57
mostrou significativo e digno de discussão foi a ausência de proposições para discutirmos
racismo nos encontros do grupo, entretanto, após o início do grupo e as discussões sobre
o tema da sexualidade e do gênero, rapidamente as questões relacionadas ao racismo
surgiram. Essas questões se destacaram na fala de todos os participantes do grupo,
mostrando a importância da discussão desse tema em todos os ambientes, inclusive o
escolar. Além disso, percebemos a forma como o racismo está frequentemente presente
em todos os espaços e, ainda que não seja nomeado como tal, causa sofrimento.
Palavras-chave: Racismo; Negritude; Interseccionalidade;

NEXOS EM REDES: UMA ANALISE PRELIMINAR SOBRE DEBATES


POLÍTICOS E AS CONSTRUÇÕES SUBJETIVAS

Joseane Batista de Oliveira18


Deborah Christina Antunes
Gleice Kelly Vasconcelos Aragão
Natacha Oliveira Júlio
Vagner de Souza Fernandes
Universidade Federal do Ceará – UFC

Introdução: O presente trabalho visa apresentar percepções acerca de temáticas


cotidianas, como a política em suas mais diversas facetas, sendo intermediada pelas redes
sociais de grande popularidade, como Facebook e YouTube. O foco é refletir sobre as
novas formas de subjetivação através da internet, contextualizando com autores que
estudam os fenômenos de massa, no âmbito da pesquisa “Subjetividades em rede: em
análise as discussões em grupos de Facebook, pesquisa esta financiada pelo PIBIC-CNPq
e vinculada à Bolsa de Produtividade e Interiorização FUNCAP. Metodologia:
Inicialmente, a pesquisa pretendia encontrar padrões de respostas vinculadas a conteúdos
de teor político no Facebook. Dois canais do YouTube também serviram de base para a
análise. Como material de análise, foram escolhidas, por critério de quantidade de
seguidores, postagens das páginas “Bolsonaro Opressor 2.0”, “Moça, você é machista”,
“Moça, não sou obrigada a ser feminista³” e “Quebrando o Tabu” no Facebook e os canais
“Mamãe Falei” e “Nando Moura” no YouTube. Na primeira etapa, os objetivos foram:
escolha e caracterização de grupos políticos de grande adesão no Facebook; escolha de
discussões relevantes (sinalizada pelas temáticas e interação dos usuários); análise do
material reunido com base na crítica imanente frankfurteana e categorização do conteúdo
reunido. Em seguida, o grupo foi subdividido para analisar uma página ou canal e trazer
discussões sobre o que foi analisado. Em grupo, o material era reavaliado criteriosamente
a fim de instigar as hipóteses iniciais. A segunda etapa está em desenvolvimento, com a
ideia central de dialogar com autores que debatem sobre os fenômenos de massas, como
Byung Chul Han e seu livro: “No Enxame: reflexões sobre o digital”, e Guy Debord:

18
joseaneoliveirapsi@gmail.com
58
“Sociedade do espetáculo”. Resultados e discussão: Na primeira análise, foi perceptível
em comum a todo material avaliado uma possível exaltação direcionada a uma figura
política, com características de líder e qualificado pelos seguidores como “intelectual”.
Para justificar, foi percebido pelo grupo que alguns usuários usavam recortes de falas
descontextualizadas de alguém para convencer um público. Foi percebido também
maneira como alguns usuários ridicularizam quem defende ideais diferentes. As redes
sociais são usadas para exposição de opiniões e relatos pessoais. Com frequência, é
notória certa exposição de pensamentos preconceituosos, modos grosseiros de expressões
ancorados na ideia da “liberdade de expressão”. Uma das caraterísticas das redes é a
velocidade com que as informações circulam e interação em tempo real. Tal velocidade
de informações faz com que os indivíduos se exponham mais, curtindo ou comentando
algo e colocando certas informações em destaque, sem uma prévia reflexão do conteúdo
postado. Conclusão: O grupo observou na primeira etapa da pesquisa que grande parte
das discussões, sobretudo as de cunho político, parecem se fortalecer com a ideia de um
“inimigo”, caracterizado por grupos com ideias diferentes. A eles são direcionados,
independente dos lados, comentários preconceituosos e estereotipados. O que preocupa é
o constante desejo de aniquilação do outro que possui posição contrária, assim como a
pouca reflexão dos conteúdos em questão.
Palavras-chave: Redes sociais; Discurso Político; Grupos.

O PROFISSIONAL DA PSICOLOGIA NA PROTEÇÃO SOCIAL ESPECIAL


DE ALTA COMPLEXIDADE: RELATO DE UMA EXPERIÊNCIA NO ABRIGO
INSTITUCIONAL

Edna Maria Pimenta Aguiar¹ (FLF)


Ana Flávia Silva de Sousa (FLF)
Anne Graça de Sousa Andrade (FLF)
Carlos César Porto Carneiro Filho (FLF)
Fabiana Costa Fernandes (FLF)

RESUMO: O presente trabalho surge como fruto do Estágio Supervisionado Específico


em Psicologia Social do curso de Psicologia da Faculdade Luciano Feijão (FLF) no
Abrigo Institucional para a População em Situação de Rua do município de Sobral/CE. O
mesmo tem por objetivo apresentar as ações desenvolvidas no equipamento supracitado,
que acolhe homens entre 18 e 59 anos e 11 meses de idade, com histórico de situação de
rua e desabrigo por abandono, migração, ausência de residência ou em trânsito e sem
condições de autossustento. A iniciativa para a elaboração deste trabalho se deu a partir
da experiência do discente com o estágio, que tem importante contribuição na formação
acadêmica, estimulando o desenvolvimento de um olhar crítico acerca da realidade. Desse

59
modo, o referido trabalho tem como objetivo geral compartilhar as vivências de estágio
no âmbito da Proteção Social Especial (PSE) do Sistema Único de Assistência Social
(SUAS). Para a execução deste trabalho, foram realizadas uma revisão bibliográfica
acerca da temática e uma análise dos registros feitos durante o estágio (diário de campo,
diagnóstico institucional e relatórios de estágio). Os resultados obtidos permitem
compreender o papel do profissional da psicologia no serviço de acolhimento
institucional para a população em situação de rua, especificamente no Abrigo
Institucional de Sobral, onde são realizados atendimentos individuais e
multiprofissionais, visitas domiciliares, visitas institucionais, acompanhamento do
trabalho dos cuidadores, dentre outras atividades. Vale salientar que são poucas as
pesquisas que exploram esta temática, por isto, consideramos relevante contribuir na
compreensão do papel do psicólogo da Alta Complexidade, apresentando quais foram/são
os seus desafios e as suas facilidades. Assim concluímos que é necessário a criticidade a
cerca da realidade, distanciando-se do modelo tradicional de psicologia como ferramenta
de ideologia burguesa, repensando a nossa práxis enquanto psicólogos em formação
comprometidos com os Direitos Humanos.

Palavras-chave: Psicologia Social; Sistema Único de Assistência Social; Acolhimento


Institucional para População em Situação de Rua.

¹Email: pimenta_edna@hotmail.com

O PROCESSO DE ENSINO APRENDIZAGEM NA EDUCAÇÃO INFANTIL


MEDIADA ATRAVÉS DOS DESENHOS ANIMADOS
Fernanda Talita Cunha de Sá¹;
Georgia Bezerra Gomes;
Marlla Rúbya Ferreira Paiva Passos.
Faculdade Luciano Feijão - FLF
Resumo: Considerando que cada vez mais o uso das tecnologias se encontram presentes
na vida dos sujeitos, especialmente na infância observamos que os desenhos animados
tem se tornado um dos principais recursos utilizados pelas crianças. Em virtude da
preferência por esse instrumento, nesse estudo temos como principais objetivos perceber
de que modo os desenhos animados podem ser utilizados como uma ferramenta no
processo de aprendizagem, averiguando em que áreas esse recurso pode auxiliar no
desenvolvimento das crianças no âmbito escolar. A metodologia é de cunho bibliográfico,
através da consulta a bases acadêmicas tais como Google acadêmico e Scielo nos artigos
de Filosofia, Psicologia e Pedagogia que versam sobre o tema. Traz como principais
aportes teóricos as proposições de Paulo Freire, Vygotsky sobre desenvolvimento infantil
e processos de mediação no processo de ensino-aprendizagem. A história do sujeito
inicia-se em seu nascimento por meio das relações que são estabelecidas, se constituindo

60
na sociedade de maneira única e individual, e tendo por intermédio o outro em suas
relações sociais. Dentro dessas relações existentes ao longo dos anos, a família e a escola
são duas instituições muito importantes na formação desses indivíduos. Na escola muitos
conhecimentos que não são aprendidos em casa serão repassados, esses conhecimentos
são nomeados por Vygotsky (1998) como educação formal. Diante das disciplinas
estudadas e metas estabelecidas, muitas vezes percebemos uma grande dificuldade ou um
não interesse dos alunos em apropriar-se de alguns assuntos, o que se faz necessário
explorar os mais diversos recursos para que a aprendizagem torne-se assim significativa
e prazerosa. Diante disso, é necessário que a equipe pedagógica encontre recursos para
que esses processos de ensino aprendizagem sejam prazerosos e a criança possa significar
seu processo de aprender a partir dos próprios interesses, sendo assim os desenhos
animados surgem como um favorecedor do aprender uma vez que já estão tão presentes
no cotidiano das crianças. Ao final dessa pesquisa, percebemos que os meios midiáticos
têm se tornado um dos recursos mais utilizados pelas crianças desde muito cedo, sendo
um fator que contribui para o desenvolvimento da criança em diversos aspectos. Faz-se
importante compreender a evolução da mídia, e como ela afeta diretamente no modo de
como as crianças vão se desenvolver dentro e fora do meio escolar por se tratar de
questões multidimensionais. Dessa forma, levando em conta o meio escolar essa
ferramenta é utilizada diariamente na vida das crianças e ela por sua vez pode auxiliar no
processo de ensino e aprendizagem, de forma positiva e até mesmo de agilizá-la, por ser
um recurso lúdico que chama a atenção das crianças e traz acontecimentos da realidade
em seu conteúdo.
Palavras chaves: desenhos animados; ensino-aprendizagem; mediação.

O SUJEITO E A PRÁTICA DE GRUPOS: RELATO DE EXPERIÊNCIA A


PARTIR DE EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA NO CAPS II DE SOBRAL-CE
Kemylle Mesquita Brito19
Marília Albuquerque de Sousa
Beatriz Alves Viana
Luis Achilles Rodrigues Furtado

RESUMO: Este relato pretende abordar sobre a experiência de extensão da Liga de


Psicanálise e Psicopatologia do curso de Psicologia da Universidade Federal do Ceará
dentro do CAPS II de Sobral – CE. O projeto de extensão é destinado a crianças com
sofrimento psíquico grave e ocorre dentro dos grupos de crianças e mães do CAPS II. A
proposta é que o grupo possa auxiliar na promoção de autonomia dos sujeitos
participantes e que aconteça a partir da demanda do desejo do um-a-um. Pretende-se
discutir a partir da importância do serviço de saúde mental para crianças na cidade de

19
kemyllemb@gmail.com
61
Sobral que, apesar de ter uma grande demanda, ainda não tem um CAPS infantil. Como
metodologia, utilizamos o referencial psicanalítico, a partir de textos de Freud a Lacan,
bem como de comentadores e experiências clínicas semelhantes já publicadas de práticas
com muitos dentro dos dispositivos de saúde mental. O projeto acontece dentro do CAPS
– II da cidade de Sobral desde 2016 e atende em média 8 crianças e mães, a proposta é
que a prática com muitos, termo que implica a direção de trabalho e o que se é entendido
por psicanálise para trabalhar com crianças dentro da rede de Saúde Mental. Dessa forma,
o projeto de extensão tem fornecido espaço para que os sujeitos possam vir a surgir e
possam ser acompanhados de forma a proporcionar maior autonomia em suas vidas. No
mais, acontecem planejamentos com os demais profissionais do serviço, onde
construímos casos clínicos e discutimos as demandas para que cada sujeito apareça de
forma única no grupo. Portanto, pode-se concluir, que a experiência de extensão
proporciona espaços para o livre surgimento do sujeito, com trabalhos guiados pela ética
da psicanálise, que visa a circulação do desejo e da palavra , produzindo efeitos clínicos
no que diz respeito a prática com crianças em sofrimento psíquico grave e ao mesmo
tempo denuncia a alta demanda de atendimentos infantis, que necessitam de outros
espaços na rede de Saúde Mental de Sobral.
Palavras-chaves: Psicanálise; Sujeito; Prática com muitos

O INFINITO PARTICULAR NO TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA: O


FAZER PSICOLÓGICO NO CENTRO DE REABILITAÇÃO DE SOBRAL

Iara Silva Coelho


Francisco Gilmário Rebouças Junior
Faculdade Luciano Feijão

RESUMO: O transtorno do espectro autista (TEA) deriva-se de condições que afetam o


desenvolvimento neurológico com um início na primeira infância, possível de ser
diagnosticado precocemente. O referido transtorno tem uma forte caracterização no que
diz respeito ao comprometimento das habilidades sociais e de comunicação, além de
comportamentos estereotipados. No entanto, cada caso apresentará sua singularidade,
podendo ter uma variação a depender da criança. O percurso metodológico se deu a partir
de uma experiência de estágio, no Centro de Reabilitação de Sobral, no qual pude
observar e interagir junto às crianças em alguns momentos, juntamente com a psicóloga
do serviço. Dessa forma, o Centro de Reabilitação de Sobral vem a oferecer um
tratamento multidisciplinar com o apoio de psicólogos, fonoaudiólogos, Terapeutas
Ocupacionais e Fisioterapeutas a fim de possibilitar dar um sentido àquilo que é vivido
pela mesma. Seja no brincar criativo ou na experiência sensorial, incentivando a
comunicação verbal e/ou não verbal e o desenvolvimento da capacidade de

62
ressignificação e internalização do que é mediado e do que é aprendido. Na medida em
que os atendimentos acontecem, são trabalhadas demandas específicas de cada paciente
e por ser realizadas, na maioria das vezes em grupos, tem um grande foco na inclusão
dessas crianças, bem como, trabalhar minimamente na socialização das mesmas. As
maiores dificuldades enfrentadas pelas crianças com autismo se referem à socialização e
suas maiores necessidades são o respeito, a aceitação, inclusão social e sensibilidade
psicomotora. Grande parte dessas crianças apresenta algum tipo de comportamento
disfuncional, como agressividade, agitação psicomotora, desatenção, hiperatividade,
comportamentos repetitivos/estereotipados e resistência a mudanças e seguimentos de
rotina. Compreendemos que todo o equipamento lúdico que é utilizado com estas crianças
possibilita de diferentes formas, trabalhar aspectos distintos, seja a atenção, memória,
concentração ou aspectos psicopedagógicos. Essa modalidade psicoterapêutica tem por
base o trabalho biopsicossocial, que integra o indivíduo como um todo, para que este
possa tomar consciência de suas incapacidades físicas e/ou cognitivas e poder buscar
novas formas de viver sua vida de forma adaptada. Enfatizando e valorizando todos os
ganhos decorrentes do processo de reabilitação. Compreende-se assim, que a pessoa com
o Transtorno do Espectro Autista tem um mundo particular por ver e ser vista de uma
maneira diferente o seu meio social. Dessa forma, conhecer a fundo uma pessoa com
autismo pode trazer um aprendizado significativo para as pessoas que tem essa
oportunidade. Concluímos assim, o papel fundamental do psicólogo nesse espaço, que
para além de uma intervenção mais pontual, visualiza o seu desenvolvimento a partir dos
seus sintomas. As pessoas que possuem o TEA devem ser acolhidas e não esquecidas,
pois existe especificidade, assim como, ser cuidada e estimulada a se desenvolver a partir
das suas potencialidades.
Palavras-chave: Transtorno do Espectro Autista; Reabilitação; Psicologia.

O LUGAR DOS SONHOS E DA ESCOLHA PROFISSIONAL: REFLEXÕES


SOBRE A TRAJETÓRIA DE VIDA DE JOVENS NA ESCOLA PÚBLICA

Rafaella Almeida Aragão20


Fernanda Maria Matias
Fabiana Costa Fernandes
Paola de Jesus Santos Silva
Ms. Alexsandra Maria Sousa Silva
Faculdade Luciano Feijão (FLF)

RESUMO: Refletir sobre sonhos e escolhas profissionais com jovens de escolas


públicas, exige abordar as expectativas e sonhos das nossas juventudes, em que, se deve

20
E-mail do primeiro autor: rafi_nha_aragao@hotmail.com

63
considerar as especificidades dos modos de vida desses sujeitos. Diante disso, o objeto
deste trabalho é discutir sobre o lugar dos sonhos nas trajetórias de vida pessoal e escolar
de estudantes de uma escola pública, em Sobral-Ceará. Esta pesquisa foi de base
qualitativa, através da realização de uma oficina, com jovens de uma escola pública.
Participaram 20 jovens, oriundos/oriunda de bairros periféricos, com faixa etária entre 15
a 17 anos. A metodologia foi dialógica e vivencial, incluindo dinâmicas e vivências. No
primeiro momento, facilitamos um debate sobre juventude e sonhos, na direção de
questioná-los: quais os sonhos de vocês, jovens, hoje? Depois dessa discussão, foi
realizada uma dinâmica chamada, círculo de encontro, onde eles iram conversar sobre o
sonho de cada um, a escolha da profissão e o que eles estão fazendo para realizar esse
sonho. Em seguida, socializaram a conversa com a turma. Encerrou-se o momento com
uma dinâmica onde, cada um colocava dentro de um balão uma palavra que identificasse
o que eles podiam fazer para realizar esse sonho. Dentre os resultados, as expressões dos
sonhos e desejos profissionais, foram as questões mais intrigantes, que exige reflexões
acadêmicas, educacionais e sociais. Dentre as profissões trazidas, tiveram: médico,
engenheiro civil, bombeiro e a mais citada foi polícia, tanto pelos jovens homens, quanto
mulheres. Cerca de 25% dos jovens pretendiam ser policial, uns especificaram como
sendo a polícia a federal, e o outro, citou que queria ser do raio, caracterizado por ser
parte de um batalhão que atua com ronda de ações intensivas e ostensivas. Dentre as
justificativas por essa escolha, os jovens, de um modo geral, traziam o desejo de poder
acabar com a violência e o preconceito que existe. De modo especifico, as meninas
manifestavam o desejo de exercer a função que até então a sociedade designava aos
homens. Percebeu-se que, tinha um aluno que enquanto que os/as demais debatiam, ele
desenhava um jogador de futebol. Além disso, eles compartilharam o modo de vida e as
dificuldades vivenciadas, para os que vem de bairros pobres e periferias. Na dinâmica de
encerramento, eles identificaram algumas palavras que podiam fazer para realizar esse
sonho, tais como: fé, esperança, estudo, motivação, dedicação, entre outras. Foi
perceptível o envolvimento e a integração dos jovens entre si, para com o tema e para
conosco, o que tornou a experiência produtiva para cada um, incluindo nós, as
facilitadoras da oficina. As falas e as expressões dos jovens, acerca das profissões
produziu um campo fértil de reflexões sobre a escola, como um lugar potencializador das
escolhas profissionais, em que se deve considerar o lugar psicossocial de onde esses
jovens vem, seus modos de vida presente e seus projetos de futuro. Assim, a escola torna-
se um lugar fundamental para a construção desses jovens como sujeitos da sua história,
de maneira crítica e comprometida com a realidade em que vivem.

Palavras-chave: Escola; Juventude; Escolha profissional.

64
POVOS CIGANOS: UM ESTUDO SOBRE A SUBJETIVIDADE HUMANA
Flavianne Maria Almeida de Sousa [1]
Renata Cassemiro Feijão
Antonia Karen Fontenele de Sousa
José Maria Nogueira Neto
Faculdade Luciano Feijão – FLF

RESUMO: A sociedade cigana compõe de uma pluralidade vinda de tradições culturais


e costumes que são construídos por experiências vividas ao longo de sua história que
ficam registradas na singularidade de cada indivíduo. Os povos ciganos têm sua história
marcada pelo enfretamento acerca do estranhamento de seus costumes, sendo perpassado
por marcas de preconceitos e exclusão voltados para sua etinicidade cigana. A Psicologia
como ciência inquieta-se ao ver esse percurso histórico da tradição cigana e tem como
atenção desmistificar esses estereótipos que estão entrelaçados dentro de nossa sociedade.
Como problema de pesquisa, elenca-se a preocupação em entender como se constitui os
processos identidários de homens e mulheres ciganas da cidade de Sobral-Ceará. Diante
disso, indaga-se: como se constitui a experiência diária de expressar-se como sujeito de
uma tradição cigana dentro de uma sociedade que exclui e discrimina? O objetivo do
trabalho é analisar o processo de subjetivação dos povos ciganos em Sobral. O método
utilizado para a construção do trabalho seguiu de uma visita a comunidade deste povo
cigano, localizada no Bairro Sumaré, região periférica da cidade de Sobral-Ceará. Foi
realizada uma entrevista semiestruturada, de cunho qualitativo, ao líder da comunidade,
chamado Benoar, conhecido popularmente como Bené. Pode-se perceber e captar sobre
sua tradição e organização como grupo social. A comunidade cigana constrói sua
identidade e singularidade a partir de desafios, preceitos e estigmas vividos em toda sua
história. Identificou-se que a comunidade cigana tem sua identidade construída através
de normas e regras que perpassam seu grupo social, que são organizadas
hierarquicamente. A comunidade cigana se constroem através de uma cultura, instituídas
no berço familiar e composta por uma enorme diversidade cultural. Em contrapartida,
através de um olhar analisador, pode-se enxergar claramente que o que causa preconceito
e exclusão por parte de pessoas não ciganas, é a não aceitação a riqueza de outras culturas.
Os ciganos relataram o quanto sentem dificuldades em se expressarem na sociedade de
forma subjetiva e que muitas vezes suas práticas são mal interpretadas. Surge então as
seguintes questões: Qual a responsabilidade e compromisso da Psicologia diante disso?
Qual o seu papel na construção de empoderamento social dessas pessoas? Como deve-se
trabalhar a sociedade não cigana a valorizar as diversidades culturais existentes na
organização de um país como o Brasil? Conclui-se, que a Psicologia tem contribuições
importantes nesse cenário, uma vez que pode utilizar de dispositivos como Políticas
Públicas e saberes como a Psicologia Comunitária, para compreender melhor a realidade
da comunidade cigana, afim de atender as suas necessidades.
Palavras chave: Psicologia, ciganos, subjetividade.
(flaviannepsi@hotmail.com)
65
POVOS DO SERTÃO E O PROGRAMA BOLSA FAMÍLIA:
(DES)DOBRAMENTOS DO DESENVOLVIMENTO SERTANEJO

Renata Cassemiro Feijão


Flavianne Maria Almeida de Sousa
Professor orientador: José Maria Nogueira Neto
Faculdade Luciano Feijão (FLF)

RESUMO: No ano de 2003, o Governo Federal Brasileiro criou o Programa Bolsa


Família (PBF). A finalidade desse programa, a curto prazo, é aliviar os problemas
decorrentes da situação de pobreza e a longo prazo, investir no capital humano, quebrando
o ciclo intergeracional da pobreza, promovendo uma autonomia social dos cidadãos.
Fazendo referência ao sertão Cearense, a história política se desenrola em paralelo com a
do meio ambiente, partindo da premissa da escassez da água como sendo inerente e não
passível de solução eficaz e duradoura; tenta-se pregar com intenção duvidosa, uma
premissa distorcida sobre a problemática, aproveitando-se da “inocente” falta de
compreensão crítica da maioria do povo sertanejo, para criar ainda mais uma posição de
conformismo com a situação que é antiga ao passo que se estende pela atualidade, e nesta,
configura-se como uma justificativa conveniente para se desresponsabilizar do
compromisso em agir perante a queixa. Fica evidente seu uso como instrumento de
controle da população e dos recursos financeiros e naturais do estado. Tem-se por objetivo
perceber como se dá o desenvolvimento no sertão, a longo prazo, contando com a
presença do benefício do Programa Bolsa Família. Para a construção do presente estudo,
foi realizada uma análise bibliográfica das produções disponíveis na base de dados do
Google Acadêmico, determinou-se como palavras-chave de busca: “bolsa-família”,
“povos do sertão” e “sertanejo”, utilizando do critério de exclusão as produções que não
estivessem entre os anos de 2008 a 2014, bem como o pré-requisito de inclusão sendo a
leitura dos resumos que fizessem referência a discutir de forma crítica o desenvolvimento
do sertão semi-árido brasileiro. Verificou-se que, o Estado, não é capaz de fortalecer o
Sertão como um espaço diferenciado, com organização social e produtiva, próprias,
observa-se que apenas repetem, há décadas, uma postura de descomprometimento. Os
habitantes do Sertão inevitavelmente se organizam em função da água, ou da falta dela.
É possível perceber que no contexto sertanejo, o PBF não tem possuído uma função
emancipatória, ao passo que o Estado, na prática, não tem cumprido seu papel, de criar
oportunidades que promovam um desenvolvimento a contento para a realidade do povo
sertanejo, dispondo-lhes de oportunidades de progresso para o interior. O Sertão também
está perdendo sua identidade cultural e até mesmo produtiva. Para além de permanecer
numa condição crítica, porém passiva, é importante também que a psicologia possa pensar
em como contribuir com a transformação dessa realidade sertaneja oprimida; assim, a
psicologia mirando nas possibilidades e em seu compromisso ético e político possa ousar
e criar formas, na medida do que lhe é possível à realidade, de contribuir ativamente com
os povos do sertão, na atualidade.
Palavras-chave: Programa Bolsa Família; Sertão; Povo Sertanejo.
renatac.feijao@hotmail.com
66
RELATO DE EXPERIÊNCIA EM ESTÁGIO BÁSICO: O CONTATO COM O
CENTRO DE ATENÇÃO PSICOSSOCIAL ÁLCOOL E DROGAS

Benedita Nádia Silva Pereira1;


Leidiane Carvalho de Aguiar;
Denilson Gomes Silva.
Centro Universitário INTA – UNINTA.
INTRODUÇÃO: O presente trabalho apresenta informações sobre a visita ao Centro de
Atenção Psicossocial Álcool e Drogas Maria do Socorro Victor e o conceito sobre a
temática do uso abusivo de substâncias psicotrópicas e da dependência química que está
cada vez mais presente em nossa sociedade atual. É possível afirmar que as políticas
públicas têm feito práticas continua com engajamento no combate as drogas e tentativas
de sociabilizar dependentes químicos. OBJETIVO: Relatar a experiência da visita de
estágio básico em um serviço de atenção psicossocial para dependentes químicos de
álcool e outras drogas. METODOLOGIA: A partir da visita foi possível observar as
atividades utilizadas como terapia ocupacionais. Foram utilizados textos propostos na
disciplina de estágio básico para aprofundamento no tema. A problemática do uso de
drogas e álcool é um assunto antigo com crescimento assustador ao longo dos anos, sendo
abusivo e prejudicial à saúde, causando problemas pessoais e sociais. RESULTADOS E
DISCUSSÃO: Com intuito de conhecer mais sobre a proposta da instituição supracitada,
foi necessário leitura e observação ao espaço de acolhimento aos usuários, o atendimento
propõe cuidado de integração continuada e não envolve embasamento para questões
religiosas, sem recolher os usuários do seu convívio social, realizando o fortalecimento
dos laços afetivos e sociais. Também não podemos deixar de enfatizar que existem os
tratamentos de forma individual como no caso dos dependentes de álcool que requer uma
conduta específica e não se pode parar de imediato o uso do álcool, mas de forma parcial.
Na visita, foi possível identificar que o trabalho articulado de toda a rede de atenção ao
dependente químico torna-se de extrema importância para a reabilitação do indivíduo,
construindo diariamente um vinculo de serviços voltados para melhoria continuada da
terapêutica que melhor se adéqua para cada usuário. CONCLUSÃO: A visita de campo
foi de suma importância para entendermos como funciona atenção psicossocial. Podemos
a partir de a visita enxergar aquilo que foi falado nas aulas sobre o trabalho do psicólogo
em diferentes campos de atuação.
Palavras-chave: Substâncias Psicotrópicas; Políticas Públicas;Reabilitação.

67
RELATO DE EXPERIENCIA EM AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA INFANTIL
COM RELATÓRIO DA ESCALA DE TRAÇOS DE PERSONALIDADE PARA
CRIANÇAS (ETPC)

Maria Eduarda Sousa Rocha [1];


Rose-Anne Holanda;
Andressa Alves Braga;
Georgia Maria Melo Feijão;
Faculdade Luciano Feijão - FLF

INTRODUÇÃO: A Escala de Traços de Personalidade para Crianças - ETPC, é um teste


psicométrico utilizado em avaliações psicológicas infantis, que avalia a personalidade da
criança, ou seja, é um teste realizado para avaliar como as crianças se sentem ou pensam.
OBJETIVO: Esse resumo tem por objetivo, ressaltar a importância de uma avaliação
psicológica em crianças, pois em algumas situações os sentimentos das crianças não são
levados em consideração, causando prejuízos futuros. METODOLOGIA: Nesse
processo de avaliação psicológica foi realizada uma anamnese infantil, com a família
assim como na escola, no intuito de conhecer o perfil da criança, para poder conhecê-la
melhor, bem como foi realizada observação lúdica no decorrer do processo. Após esse
momento inicial, foi aplicado o teste ETPC, que capta tendências gerais das crianças em
termos de grandes características de personalidade, dividido em quatro fatores:
Neuroticismo, Psicoticismo, Extroversão e Sociabilidade. A presente avaliação foi
realizada com uma criança do sexo feminino, com idade de 10 anos. RESULTADOS E
DISCUSSÃO: A análise dessa avaliação psicológica deve ser feita levando-se em
consideração não só o resultado do teste, mas sim concomitantemente com as
informações obtidas na anamnese para que se obtenha uma melhor compreensão dos
resultados obtidos no teste. Após a análise dos resultados obtidos no teste, verificou-se
que, no que diz respeito à Extroversão, Neuroticismo e Sociabilidade as pontuações
encontram-se satisfatórios (dentro da média apresentada pelo teste). Porém no que diz
respeito ao Psicoticismo, constata-se que houve um resultado com baixa pontuação, o
que significa que a criança é uma pessoa com sensibilidade afetiva, preocupada com os
outros e convencional. CONCLUSÃO: Portanto, a partir dessa avaliação psicológica, é
percebida e indicada a necessidade de psicoterapia para uma melhor investigação e de
uma anamnese mais detalhada com os pais a fim de aprofundar melhor os resultados.
Palavras-chave: Personalidade; Teste Psicológico; Avaliação Psicológica.

[1] mariaeduardajovino@hotmail.com

68
RELATO DE EXPERIÊNCIA DO TESTE PSICOLÓGICO DE AVALIAÇÃO
DOS INTERESSES PROFISSIONAIS – AIP

Maria Eduarda Sousa Rocha [1];


Rose-Anne Holanda;
Andressa Braga Alves;
Georgia Maria Melo Feijão.
Faculdade Luciano Feijão – FLF

INTRODUÇÃO: O AIP (Avaliação dos Interesses Profissionais) é um teste


psicométrico, utilizado em avaliações psicológicas, cuja finalidade é conhecer melhor os
interesses profissionais, já que alguns estudantes podem sentir dificuldade no processo
de escolha de uma área para cursar uma faculdade. OBJETIVO: A presente pesquisa
tem por objetivo de facilitar o estudante em frente a essa escolha do curso de Ensino
Superior, pois em alguns casos esse dilema de qual área de atuação seguir, torna-se
angustiante. METODOLOGIA: A presente avaliação foi realizada com uma estudante
de 16 anos, que cursa o Ensino Médio em um município da região Norte do Estado do
Ceará. A mesma foi composta de uma anamnese, no intuito de conhecer melhor as áreas
que a estudante tem afinidade, e da aplicação do teste psicológico AIP, que é composto
de frases que referem atividades laborais típicas de cada um dos dez campos de interesse,
que se forem percebidos em conjunto, poderão direcionar a uma série de profissões a
serem consultadas. No decorrer desse processo, foi realizada também a observação
acerca do comportamento da estudante para observar as informações contidas no não-
dito. RESULTADOS E DISCUSSÃO: A partir das observações realizadas durante a
aplicação do teste, a estudante mostrou estar tranquila e segura diante às perguntas,
apesar da ansiedade gerada para o conhecimento do resultado de qual profissão/área
seguir. Diante disso, como resultado do teste psicológico, a estudante mostrou ter forte
aptidão para os cursos das áreas do Campo Jurídico/Social e do Campo
Comportamental/Educacional, que se referem ao interesse pelo comportamento humano
seja a nível individual, grupal, familiar ou amplamente social. CONCLUSÃO: A partir
do resultado do teste psicométrico AIP, concomitantemente com as informações obtidas
na anamnese com a adolescente, a mesma poderá fazer uma boa escolha profissional se
enveredar pelas áreas que já eram inicialmente de seu interesse, que seria a graduação
em Psicologia e Direito.
Palavras-chave: Interesse profissional; Teste vocacional; Avaliação Psicológica.

[1] mariaeduardajovino@hotmail.com
69
REFLEXÕES DO CONTEMPORÂNEO A PARTIR DE BLACK MIRROR

Gleice Kelly Vasconcelos Aragão21


André Sousa Rocha
Deborah Christina Antunes
Joseane Batista de Oliveira
Natacha Oliveira Júlio
Universidade Federal do Ceará – UFC

RESUMO: O presente trabalho visa apresentar as atividades realizadas em um grupo de


extensão da Universidade Federal do Ceará. O enfoque é apresentar as atividades
realizadas nos últimos semestres da extensão. Em 2017 o grupo trabalhou
correlacionando temáticas de cunho tecnológico através episódios da série Black Mirror.
Por ser um conteúdo de fácil acesso e de alta popularidade, as séries são um eficaz canal
de comunicação com o público, revelando discussões que podem ser construídas
mediante diálogos e as ampliando para outros ambientes, como no caso, as escolas. Nosso
objetivo é promover por meio de debates mensais entre os extensionistas e os alunos
reflexões acerca de temáticas cotidianas dispostas a partir das redes sociais, e que sejam
de interesse do público alvo. Deste modo, as atividades são organizadas em ciclos
mensais. Na primeira reunião do grupo ocorre o planejamento do cronograma e a escolha
dos episódios a serem trabalhados durante os quatro meses seguintes. As demais
atividades são distribuídas por semanas: na primeira, há a exibição do episódio escolhido
para os extensionistas e após é feita a escolha do texto a ser trabalhado; na segunda,
realiza-se leitura contextualizada com o grupo e é feita a divisão dos 04 extensionistas
que irão mediar o debate na escola; na terceira e última realiza-se a exibição ao público.
O projeto “Prismas vai à escola” está sendo realizado em uma das escolas estaduais do
município de Sobral-CE e o público alvo são os alunos do 2º ano do ensino médio. Assim,
trabalhar com séries, filmes e documentários proporciona um debate mais interativo sobre
temas contemporâneos. Por exemplo, na primeira atividade da extensão no ambiente
escolar, foram levados trechos do episódio “Queda livre” da série Black Mirror e a
temática discutida foi privacidade. Na ocasião os alunos podiam citar exemplos
cotidianos sobre como eles vivenciam a exposição pessoal nas redes. No segundo
momento, o tema foi política e foi levado trecho de um outro episódio da série. O episódio
trabalhado foi “Momento Waldo”. Na ocasião, os alunos citaram exemplos cotidianos.
A escolha dos episódios de Black Mirror para discussão no grupo recai sobre aqueles que
trazem em seu enredo aspectos sociais sutis com nuances de caricatura ou que
representam avanços tecnológicos como ferramentas de autodestruição humana. Colocar
tais questões em evidência articulando teoricamente possibilita a percepção de
particularidades do cotidiano somada a um ponto fixo de debate, facilitado pelo mediador.
O público, por sua vez, traz experiências e opiniões diversas, tornando o evento um
ambiente fértil para produção de conhecimento. Portanto, a discussão do episódio
fundamentado teoricamente auxilia na compreensão conceitual por parte dos

21
kellyvaragao@gmail.com
70
extensionistas e do público em geral, em cada oportunidade de contato com a reflexão
levantada. Assim, atingimos nosso objetivo quando nos tornamos capaz de gerar
incômodo e autonomia pensante no sujeito sobre aspectos da sociedade que podem passar
despercebidos no cotidiano.
Palavras-chave: Psicologia Social; Extensão; Black Mirror.

REPERCUSSÃO DO TRABALHO PRECARIZADO PARA A SAÚDE DE


DOCENTES DA EDUCAÇÃO INFANTIL

Emanuella Brito Ramos22;


Monyque Yara Alves Lopes

RESUMO: A precarização do trabalho é um fenômeno associado ao avanço do


neoliberalismo como política econômica dominante. São características desse fenômeno
a flexibilização dos vínculos laborais, as jornadas e remunerações flexíveis,
intensificação, dentre outros. Estes aspectos também são encontrados no trabalho
docente. Diante deste quadro colocamos como pergunta de partida compreender a
repercussão do trabalho docente e precarizado na saúde dos professores da educação
infantil. Os dados foram construídos a partir de uma intervenção em Clínica da Atividade
propõe recuperar a saúde dos trabalhadores (poder de agir) a partir da revitalização das
culturas profissionais (gênero). O público participante era predominante de professoras
da educação infantil com vínculo empregatício temporário com mais de um ano em
exercício da profissão. Foram realizados 16 encontros em grupo com discussões
direcionadas para a temática do trabalho e afins. Foi possível compreender que alguns
fatores interferem na qualidade do ambiente de trabalho. Como a relação com a chefia,
que por vezes não se dispõe ao diálogo e compreende as necessidades da sala de aula. A
dificuldade de materiais e estruturais também mostrou-se fator que contribui para a
precariedade do ambiente escolar uma vez que o processo de ensino implica disposição
de ferramentas de aprendizagem causando-lhes preocupação e angústia. Concomitante
isso, o número de alunos também mostrou-se relevante no processo de adoecimento já
que eram mais de 25 crianças por sala e na maioria dos casos sem ajudante o que lhes
causavam dores físicas frequentes. Outro fator relevante foi a de que o conteúdo ensinado
ultrapassa assuntos programados para sala de aula, frequentemente têm que introduzir
valores sociais aos alunos. Desse modo, possível perceber que os profissionais dessa
categoria por vezes são submetidos a condições mínimas para o exercício da profissão,
além de serem constantemente pressionados para manterem tais indicadores. Entende-se,

22
emanueri12@gmail.com

71
ainda que o adoecimento do docente é multideterminado, mas a precariedade a qual o
profissional está submetido a seu campo de trabalho tem intensificado esse fato.
Palavras chave: Clínica da atividade; Docência; Precarização.

RELAÇÃO ENTRE VIOLÊNCIA E A PRODUÇÃO DE SUBJETIVIDADE DOS


ESTUDANTES DA UFC CAMPUS SOBRAL NA PERSPECTIVA DA TEORIA
HISTÓRICO-CULTURAL
Jamile Maria Sampaio Tabosa¹
Carla Ribeiro de Sousa
Carlos Magno Sérgio Lima
Janaína Chagas de Sousa
Pedro Igor da Frota Viana do Nascimento

RESUMO: A presente pesquisa intencionou analisar a relação entre a violência urbana e


a produção de subjetividade dos estudantes. Para tanto, fez-se referência, notadamente, a
acadêmicos da Universidade Federal do Ceará – UFC/Campus Sobral. Com o objetivo de
compreender como a violência urbana da cidade de Sobral afeta a produção de
subjetividade dos universitários, a escolha metodológica direcionou-se a adoção de uma
pesquisa qualitativa, na perspectiva Histórico-Cultural, de Lev. S. Vygotsky. Com esta
abordagem, em um caráter exploratório, buscou-se entender e analisar a gênese das
significações dadas pelos acadêmicos em meio à violência da cidade de Sobral e o seu
processo de produção subjetiva, entendendo suas construções históricas de sentidos.
Mediante a investigação realizada, pode-se destacar que a violência na cidade de Sobral,
bem como os episódios de assaltos em alguns prédios da UFC Campus Sobral, afeta de
forma significativa a produção de subjetividade dos estudantes. Dentre os aspectos
observados, pode-se destacar a sensação de insegurança, medo e a atenção constante dos
estudantes como produção de sentidos apresentados de forma cristalizados, além da
afetação no rendimento acadêmico, por parte de alguns, bem como a mudança de
comportamentos em certa medida impostos, como as limitações de horários, por exemplo,
devido aos fatos ocorridos no entorno e no interior do campus. Foi possível identificar
também que os entrevistados se sentem seguros nos prédios da Universidade, apesar das
situações de violência. É interessante ressaltar que essa construção de subjetividades
mediada pela violência fora para o grupo, enquanto conjunto de necessidades de pesquisa,
um viés que poderia responder a questões que perpassem também os membros da equipe,
majoritariamente, quando se retrata o ser estudante e o ser entrelaçado também pelo fator
violência, ou seja, utilizando-se dos escritos de Vygotsky se pode discorrer de um
pesquisador que compõe e se apresenta intrinsecamente, entrelaçado e construtor de
semiótica dentro do processo de desenvolvimento de pesquisa.
Palavras-chave: Violência; Universitários; Teoria Histórico-Cultural.

72
SECRETARIA DE DIREITOS HUMANOS, HABITAÇÃO E ASSISTÊNCIA
SOCIAL: UMA REFLEXÃO SOBRE O FAZER POLÍTICO DA PSICOLOGIA –
A QUEM ESTAMOS SERVINDO?
Pedro Igor da Frota Viana do Nascimento
Centro Universitário – UNINTA

RESUMO: Este trabalho desenvolve uma reflexão sobre o compromisso social da


psicologia a partir de uma visita realizada à Secretaria de Direitos Humanos, Habitação e
Assistência Social (SDHAS) da cidade de Sobral – CE, como parte da disciplina de
Estágio Básico I, do Curso de Psicologia, da Universidade Federal do Ceará – UFC
Campus Sobral. Considerando que historicamente a Psicologia esteve vinculada aos
interesses das elites sociais como destaca Bock, o intuito da discussão foi compreender
se nos dias atuais a prática da psicologia como um fazer político, inserida nos dispositivos
de Assistência Social, garantia e promoção de Direitos, continua a reproduzir um ideal
normativo, de ordenamento e controle social, mesmo de modo velado, ou se vincula aos
interesses das classes mais vulneráveis contribuindo realmente para a emancipação e
autonomia dos sujeitos e comunidades, bem como na garantia e promoção desses
Direitos. Metodologicamente o estudo se deu por meio de uma revisão bibliográfica a
respeito da temática do compromisso social da psicologia, bem como dos Direitos
Humanos e suas implicações com esta ciência, além da Ética como reflexão fundamental
para um fazer crítico e político, com intuito de adquirir subsídios teóricos que auxiliassem
na reflexão central, “a quem estamos servindo?”, motivada a partir da visita à SDHAS.
Além da própria história da Psicologia, especialmente no Brasil, onde os profissionais, a
partir da década de 1970, começaram a reflexionar e reivindicar uma ciência que
abordasse os problemas locais, latino-americanos, tendo uma maior preocupação social,
o que propicia, tendo como uma das expoentes, a brasileira Silva Lane, o
desenvolvimento da Psicologia Comunitária. Por conseguinte, consideramos que o
questionamento se desloca da psicologia, enquanto ciência, para os profissionais que
exercem e constroem este saber, “de que lado a psicologia se encontra?” para “a quem os
profissionais servem?”. Desse modo, a partir da visita, consideramos uma perspectiva
ética e crítica da psicóloga compreendendo as deficiências do Estado, bem como a
estrutura social que influencia na produção de segregação, vulnerabilidade e pobreza, e
por outro lado, a importância do seu fazer, bem como de outros profissionais
psicólogos/as na subversão de tais condições e a possibilidade de motivação de
emancipação dos sujeitos como sujeitos sociais, que assumam sua condição existencial e
possam desenvolver estratégias comunitárias e grupais para a resistência, o contracontrole
e a luta pelos seus Direitos Sociais. Portanto, consideramos que a psicóloga representa
muitos profissionais de psicologia que atualmente, diferente do que a história nos lega,
está preocupada com as classes mais vulneráveis e assume um compromisso de uma
psicologia social, da comunidade, das classes populares, dos sujeitos sociais.
Palavras-chaves: Psicologia; Compromisso Social; Fazer Político.

73
SUICÍDIO: FENÔMENO COMPLEXO E MULTIFATORIAL UMA QUESTÃO
DE SAÚDE
Silvialine Fontenele Ramos23
Aliny Lima de Albuquerque
Judith Maria Vasconcelos da Costa
Laura Augusta Aguiar Andrade Costa
Romulo Cardoso da Silva

INTRODUÇÃO: O suicídio constitui-se, atualmente, em um problema de saúde


pública mundial aparecendo em muitos países como uma das principais causas de morte
da juventude. Ainda existe muito a ser entendido acerca do suicídio, e este vem
aumentando estatisticamente com o passar do tempo, causando preocupação entre os
programas de saúde pública. O seu predomínio é multifatorial, possuindo estreita
relação com a dimensão da saúde mental e leva em conta os aspectos biológicos,
sociais, históricos, culturais e financeiros do indivíduo e seu contexto. O suicídio ou
ideação suicida é encontrado em todas as idades, gêneros e classe social passando a ser
cada vez maior, no decorrer das décadas. OBJETIVO: Investigar a multifatorialidade
do suicídio por ser uma questão de saúde, relatando como é oferecido no dispositivo
público o suporte ou tratamento. MÉTODOS: Trata-se de relato de experiência de
acadêmicas de psicologia baseada em visitas a um hospital psiquiátrico público da
cidade de sobral. Utilizou-se como instrumento de coleta de dados a observação e
entrevistas semiestruturadas direcionadas à equipe de saúde que trabalha no local.
RESULTADOS E DISCUSSÃO: Observou-se a partir da fala do enfermeiro, um
crescente número de casos de tentativas de suicídio que chegavam para a instituição.
Porém, a mesma não consegue dar o devido suporte necessário, por conta de ser um
local pequeno onde não se possui um espaço de privacidade, também é notório a grande
presença de enfermeiros e técnicos. Nesse local poderia se dar espaço para a psicologia
fazendo o entrelaçamento de saberes, de escutas de angústias e desejos tanto da equipe,
quanto dos pacientes, visto que não é ofertado o acolhimento psicológico contínuo dos
pacientes com tentativa de suicídio. Portanto, cabendo ao psicólogo atuar na prevenção
e tratamento de problemas psicológicos, e também contribuir em casos de emergência,
sempre articulando com outros saberes, já que a instituição tem caráter interdisciplinar,
atendimento humanizado, via SUS. Quanto à ideação suicida, esta não é recebida no
hospital, porém, há ONGs na cidade de Sobral que visam a prevenção do suicídio.
CONCLUSÃO: É sabido que tratar o suicídio como uma questão de saúde pública
ainda é um grande desafio, tendo em vista os inúmeros tabus que o circundam. No
entanto, considerar que o suicídio é decorrente da combinação de muitos fatores, isto é,

que é multifatorial, já é um passo importante. Sabe-se também que ainda serão


necessárias muitas pesquisas e estudos na tentativa de otimizar os caminhos para a

23
silvia5239@hotmail.com
74
prevenção do suicídio, e felizmente, muitas estratégias já estão sendo utilizadas na
intenção de assistir a dimensão do suicídio.
Palavras-chave: Suicídio; Saúde; Cuidado.

UMA ANÁLISE ACERCA DAS INFLUÊNCIAS DA QUALIDADE DE VIDA NO


PROCESSO DE ENVELHECIMENTO NO BRASIL
Milena Fontenele de Oliveira24
Nara Maria Forte Diogo Rocha
RESUMO: Com o aumento da expectativa de vida, tem sido cada vez mais recorrente a
produção de estudos no campo do envelhecimento, assim como aumentou o anseio por
elaborar meios viáveis para que a qualidade de vida acompanhe essa faixa etária. Este
trabalho pretende questionar estigmas historicamente construídos que significam a
velhice como sinônimo de desgaste e enfraquecimento. Também tem como premissa
traçar um paralelo entre longevidade e hábitos saudáveis, lançando um olhar sobre
determinantes sociais, biológicos e ambientais que auxiliam na constituição de uma
velhice confortável e, além de tudo, saudável. Trata-se de pesquisa bibliográfica.
Examinei onze artigos científicos, sendo a maioria retirada da plataforma Scientific
Electronic Library Online (SciELO) tendo como critério de escolha autores referidos e
estudos atuais que explanam assuntos relacionados ao tema. Os resultados encontrados
no presente estudo sugerem que é necessária uma mobilização nas Políticas Públicas para
que que se obtenha qualidade de vida na terceira idade, pois os programas governamentais
precisam acompanhar a crescente expectativa de vida do brasileiro, a fim de atender as
necessidades envolvidas no processo de envelhecimento. Além disso, é necessária uma
intensa revisão de estudos produzidos na própria psicologia do desenvolvimento, com o
objetivo de contemplar as muitas mudanças ocorridas no decorrer da história, a exemplo
do iminente crescimento demográfico, bem como analisar a correlação entre as
constituintes psicossociais e os aspectos de ordem biológica/física. Assim sendo, a partir
da produção do presente trabalho, pode-se concluir que o envelhecer ainda é fortemente
marcado por estigmas culturais, os quais têm uma considerável parcela de
responsabilidade no desencadeamento de uma série de prejulgamentos, observados nas
afirmações de inutilidade do idoso, assim como contribui para a perpetuação da descrença
nas transformações psicológicas em pessoas com idade mais adiantada. É preciso adensar
a compreensão sobre o que seja um envelhecer saudável para que os programas criados
tenham relação com os modos de vida dos sujeitos que desejam atender. É preciso ainda
considerar o idoso como alguém que pode influir sobre o próprio envelhecimento e para
isso necessita ser reconhecido como ser humano plenamente.
PALAVRAS-CHAVE: Envelhecimento. Qualidade de vida. Saúde.

24
Mihfontenele15@outlook.com
75
UM RELATO DE EXPERIÊNCIA A PARTIR DO INVENTARIO DE
PERCEPÇÃO DE SUPORTE FAMILIAR – IPSF

Rose-Anne Holanda[1];
Maria Eduarda Sousa Rocha;
Georgia Maria Melo Feijão
Faculdade Luciano Feijão - FLF

INTRODUÇÃO: O Inventário de Percepção de Suporte Familiar – IPSF, é um teste


psicométrico usado em avaliações psicológicas. OBJETIVOS: Avaliar o quanto as
pessoas percebem as relações familiares em termos de autonomia, afetividade e
adaptação entre os membros. METODOLOGIA: Estudo de caso junto a uma
adolescente de 19 anos, sexo feminino, graduanda em Psicologia, filha única e reside
com os pais. Como instrumentos foram utilizados uma anamnese, com o intuito de
conhecer melhor o perfil e a demanda que a avaliada nos trouxe, e o Inventário de
Percepção de Suporte Familiar – IPSF, que avalia a interação e o funcionamento familiar
em 7 dimensões: solução de problemas, comunicação, função/papéis, receptividade
afetiva, envolvimento, controle comportamento afetivo e funcionamento geral da
família, onde é dividido em 3 fatores: Afetivo-Consciente, Adaptação Familiar e
Autonomia. RESULTADOS: Com a obtenção de resultados, foi constatado que a
avaliada possui um alto nível de Afetivo-Consciente, que está atrelado às relações de
atividades verbais e não verbais estando favoráveis, bem como relacionado a afetividade
entre os membros da família, questões sobre empatia, acolhimento, comunicação,
interação e a consistência de comportamentos e boa resolução de problemas. Também
apresentou um alto nível de Adaptação Familiar, em que a avaliada se sente bem acolhida
pelos seus parentes, mostrando comportamentos positivos e sem relações agressivas ou
sentimento de isolamento. CONSIDERAÇÕES FINAIS: A avaliada tem um bom
relacionamento com sua família, pois não sente vergonha ou incompreensão em relação
aos membros da mesma.

Palavras-chave: Avaliação Psicológica; Relações Familiares; Afetividade.

[1] roseanneholanda@gmail.com

76
VESTIBULAR: UM ESTUDO SOBRE FATORES GERADORES DE
ANSIEDADE NA ADOLESCÊNCIA
Práticas e Experiências em Psicologia
Natchécia Dálet Ferreira Parente[1]1
Rayssa Gomes Carneiro2
Maria Lauana Nery de Sousa3
Jamille Maria Vasconcelos Portela4
Geórgia Maria Melo Feijão5
Faculdade Luciano Feijão

INTRODUÇÃO: O vestibular por si só já é um gerador de ansiedade, uma vez que a


escolha do curso é o início da vida profissional. Durante esta fase, a vida social é afetada,
há um excesso de atividades escolares e responsabilidades, existe ainda a influência da
família, amigos. É notório que há grande demanda da escola no período do fim do ensino
médio, compreendendo a queixa dos alunos por excesso de conteúdos para as avaliações,
o período que passam na escola e a pressão pré-vestibular. OBJETIVO: Medir o nível
de ansiedade dos alunos que cursam o 3º ano do Ensino Médio diante a proximidade dos
vestibulares e o fim de sua vida escolar, com o intuito de justificar que o grau de ansiedade
dos jovens estão consideravelmente alto, a ponto de estar prejudicando-os em sua vida
acadêmica e social. METODOLOGIA: É uma pesquisa de caráter descritivo, ou seja, há
a compreensão a organização, descrição e resumo de informações. Utilizando de números
para descrever fatos, assim é uma pesquisa quantitativa. Foram utilizados como
instrumentos junto aos participantes um questionário estruturado, com questões sócio
demográficas, e a Escala Beck de Ansiedade (BAI). RESULTADOS E DISCUSSÃO:
Foram avaliados 60 estudantes de um município da zona norte do Estado do Ceará, onde
32 (53,35%) eram no sexo masculino e 28 (46,65%) eram sexo feminino. 67% dos
avaliados possuíam 17 anos, 43 (71,66%) se denominaram católico, 47 (78,33%) dos
alunos não trabalhavam e 59 (98,33%) dos alunos residiam com a família. Havendo uma
vasta variedade sobre qual profissão desejam exercer, ou seja, tento algumas profissões
com índice de procura bem maiores que outras, das 20 profissões selecionadas a com
maior listagem foi medicina e psicologia ambas com 13,34%. Aproximadamente 52%
dos avaliados disseram sentir ansiedade tanto quanto ao fim do ensino médio quanto a
proximidade do vestibular. 33% dos jovens apresentaram nível de ansiedade de moderada
a grave de acordo com o BAI, ou seja, um número significativo, onde há a necessidade
de atenção. Vale ressaltar que, desses a maioria eram do sexo feminino. CONCLUSÃO:
Conclui-se que é notável a presença de quadros ansiosos nesse processo de saída da escola
para o ingresso na universidade, e há uma necessidade de psicólogos intervirem e levarem
ideias inovadoras paras as escolas, afim de trabalhar a ansiedade dos adolescentes,
ajudando-lhes a atravessar todo esse processo.

Palavras-chaves: Vestibular; ansiedade; adolescência.

77
VIVÊNCIAS ESCOLAR: RELATOS DE EXPERIÊNCIAS NA DISCIPLINA DE
ESTÁGIO BÁSICO I
Leidiane Carvalho de Aguiar
Benedita Nádia Silva Pereira
Centro Universitário –UNINTA
Introdução:O estágio é um momento de aprendizagem que possibilita articular teoria e
prática, proporcionando ao aluno uma vivência de situações reais com as diversas áreas
que compõe a Psicologia. Dentre essas áreas está a psicologia Escolar, a qual vem
consolidando um campo de atuação significativo para o psicólogo e, também para a
produção científica, tendo como objetivo principal mediar os processos de
desenvolvimento humano e de aprendizagem, contribuindo para a sua promoção.O
Presente trabalho foi produzido a partir das experiências de duas estudantes de Psicologia
na disciplina de Estágio Básico I. Essa disciplina tem como propósito proporcionar ao
aluno um contato inicial com o exercício da profissão, possibilitando uma articulação da
teoria com a prática psicológica ainda nos primeiros semestre do curso. Objetivo: Expor
a experiência vivida por as estagiárias no acompanhamento de duas visitas técnicas na
Escola Sinhá de Sabóia e o CEJA, apresentando assim as possibilidades e desafios
observados na possível atuação do psicólogo Escolar, ainda que nesta instituição não foi
perceptível a atuação deste profissional.Metodologia: As visitas técnicas foram
realizadas em Agosto de 2017, no turno vespertino, com a direção geral da Escola, com
o intuito de explorar de forma mais aprofundada o conhecimento sobre o papel do
psicólogo dentro da área da psicologia Escolar, ainda que de modo observacional.
Resultados e Discussão: A experiência vivida dentro do espaço do Estágio trouxe
avanços significativos na percepção e na aprendizagem sobre o âmbito Escolar,
possibilitando assim uma compreensão que existe a necessidade da atuação do psicólogo
dentro do campo educacional, já que a psicologia no contexto Escolar têm como objetivo
principal a promoção do desenvolvimento da aprendizagem e da relação do contexto
social.Segundo Mitjáns Martinez (2003) a psicologia Escolar é um campo de atuação
profissional do psicólogo (e eventualmente de produção científica) caracterizado pela
utilização dos conhecimentos da psicologia no contexto Escolar, com o objetivo de
contribuir para otimizar o processo educativo, entendido este como complexo processo
de transmissão cultural e de espaço de desenvolvimento da subjetividade. A leitura dos
textos propostos na disciplina de estágio básico nos possibilitou uma visão esclarecedora
quanto às demandas do ambiente escolar e como poderia ser a atuação do psicólogo. A
partir do que estudamos foi possível perceber que existem carências de diversos aspectos,
as práticas não são cumpridas como deveriam. Consideramos que há a necessidade do
saber e intervenção da psicologia. Conclusão: Essa experiência foi de suma importância,
pois foi possível compreender que o psicólogo pode atuar em todos os segmentos do
sistema educacional, realizando intervenções preventivas ou corretivas, em grupos ou de
forma individual. E na atuação, deve considerar não apenas o individual dos alunos, mas
também as demandas do corpo docente, e as demais características institucionais.
Palavras –chave: Estágio; Psicologia Escolar; Experiências
78
PÔSTERES

79
A CLÍNICA HISTÓRICO-CULTURAL INFANTIL EM CASO DE
SEPARAÇÃO CONJUGAL

Práticas e Experiências em Psicologia


Fabiana Costa Fernandes[1];
Artur Bruno Fonseca de Oliveira;
Ana Flavia Silva de Sousa;
Rafaella Almeida Aragão;
Iara Silva Coelho;

INTRODUÇÃO: Sabe-se que as relações familiares possuem um importante papel na


constituição psíquica da pessoa. A família, em diversos casos, se constitui como locus de
primeira socialização, a partir da qual o mundo é apresentado e significado para a criança.
Situações conflituosas na família podem comprometer o desenvolvimento e a forma como
a criança vê seu contexto de vida. O trabalho, então, se constitui num relato de experiência
sobre a prática de estágio clínico com uma criança de dez (10) anos que tem vivenciado,
ao longo da sua infância, situações conflituosas entre os pais, inclusive a separação. A
Psicologia Histórico-Cultural é a abordagem que substancia o atendimento. Através dela,
entende-se que a clínica se baseia em fazer emergir as expressões da pessoa atendida por
meio da linguagem para que, assim, seja possa ver como significa a realidade e se coloca
nela. Ressalta-se a utilização, na clínica infantil, da ludicidade para oportunizar essa
expressão dos sentidos e significados sobre a realidade, bem como mediar a
ressignificação. OBJETIVOS: Relatar como a prática clínica com uma criança que
presencia conflitos familiares é desenvolvida segundo os aportes da Psicologia Histórico-
Cultural. METODOLOGIA: A pesquisa é qualitativa e se constitui num relato de
experiência, o qual serve como uma colaboração à prática na área de psicologia clínica.
RESULTADOS: Os desenhos, brincadeiras e contações de histórias foram instrumentos
poderosos para que a cliente expusesse seus sentimentos e a terapeuta pudesse realizar a
mediação. A criança não aceita a separação dos pais e acha que, se morrer, os cônjuges
reatam, por isso deseja a morte e se machuca. Ou seja, os sentidos produzidos pela criança
se vinculam à culpa. As intervenções objetivaram fazer com que ela se recolocasse no
conflito, de modo que perceba que não ocasionou a separação. Além disso, ressignificar
a realidade também se constituiu numa proposta de intervenção para que ela não focasse
apenas no aspecto “separação dos pais”. A terapeuta tem atendido os pais para
trabalharem a relação com a filha, eliminando indícios de alienação parental, tornando as
relações cada vez mais positivas e seguras a fim de que a criança perceba que uma relação
significativa com ambos, ainda que separados, é possível. Percebe-se certo alívio da
criança ao compartilhar suas emoções, pensamentos e sensações. CONSIDERAÇÕES
FINAIS: A postura e ação da terapeuta dentro do contexto clínico garantem o caráter
mediador no processo terapêutico. Vê-se o cliente para além de suas singularidades, como
um todo presente dentro de seus contextos sociais. É possível compreender que a
Psicologia Histórico-Cultural, além de ver o sujeito como um ser social e não ignorar seu
contexto cultural repleto de significados, também enfatiza na sua singularidade. Então, a
80
intervenção terapêutica não leva em consideração somente o que a criança traz sobre si,
mas que traz sobre sua realidade.
Palavras-chave: Clínica Histórico-Cultural. Infância. Separação conjugal.

A ATUAÇÃO DO PSICÓLOGO NA REINSERÇÃO DO SUJEITO EM


SITUAÇÃO DE RUA

Verônica Ferreira César


Gizélia dos Santos Fernandes
Dalvany Rodrigues Linhares
Débora Melo Sales
Gilmário Rebouças

INTRODUÇÃO: Esta apresentação surge do interesse de estudar a população em


situação de rua no município de Sobral-CE. Diante das discussões estabelecidas dentro
da temática acerca da pobreza, pretende-se estabelecer uma conexão entre, teoria e
prática, buscando compreender o fazer do psicólogo dentro desse contexto, a partir da
população em situação de rua. O objetivo desse estudo é analisar o fazer psicológico
desenvolvido no contexto dos abrigamentos de pessoas em situação de rua, identificando
de que maneira a Psicologia surge enquanto uma área de atenção psicossocial nas
políticas destinadas a esse grupo, e os lugares onde há possibilidade de atuação. A todo
momento a Psicologia é questionada e levada a rever seu fazer, não no sentido de
resolver todos os problemas sociais existentes, mas de buscar fazer com que o sujeito
reconheça a pobreza como um fator também psicológico, instigando-o a buscar outro
sentido para a sua vida e o reconhecimento de que as mudanças sociais também se devem
partir dele e não somente da sociedade em si. É importante reconhecer que a psicologia
deve estar a serviço da sociedade, considerando que “o trabalho profissional do
psicólogo deve ser definido em função das circunstâncias concretas da população que
deve atender”. (Martín-Baró, 1996, p.7). METODOLOGIA: Realizou-se inicialmente
uma pesquisa bibliográfica sobre a temática no Portal Capes, utilizando os seguintes
descritores: Pessoas em Situação de Rua, Política de Proteção Social e Atuação do
Psicólogo no contexto de rua. RESULTADOS E DISCUSSÕES: Para que possamos
adentrar em uma análise sobre as pessoas em situação de rua, se faz necessário
problematizar o que isso envolve, a começar pela própria nomenclatura, a Política
Nacional definiu a população de rua como sendo um grupo populacional heterogêneo
que possui em comum a pobreza extrema, vínculos familiares interrompidos ou
fragilizados e a inexistência de moradia regular, se utilizando dos logradouros públicos
e áreas degradadas como espaço de moradia e de sustento, de forma temporária ou
permanente, bem como as unidades de acolhimento para pernoite temporária ou como

81
moradia provisória. (MDS, 2009). CONCLUSÃO: Diante do que foi vivenciado,
podemos considerar que foi possível – através das leituras reconstruir olhares e
(re)pensar ações em prol da pessoa em situação de rua. Compreender que a atuação do
Psicólogo deve ultrapassar as barreiras que nos distanciam daqueles que estão
marginalizados, excluídos, oprimidos frente à sociedade. Nesse sentido o psicólogo atua
como fio condutor na reinserção do sujeito em atividades coletivas, possibilitando-o
conviver em coletividade, aprendendo com o outro a resgatar suas possibilidades de
construção da identidade.
Palavras-chave: População de rua; Pobreza; Abrigamento.

A HISTÓRIA DO FEMINISMO NO BRASIL E OS NOVOS DESAFIOS PARA O


MOVIMENTO NA ATUALIDADE

Dália Paiva Lopes[1]


Rafaela Duarte de Araújo
Joyce Lira de Sousa
Nathássia Matias de Medeiros
Centro Universitário – UNINTA

RESUMO: Entendemos que a luta feminista caracteriza-se pela busca de equidade entre
gêneros e é um movimento fundamental em uma sociedade que assiste à atualização das
formas de opressão ao longo do tempo. A discriminação de gênero possui continuidades
e descontinuidades históricas, encontrando novas e atualizando antigas maneiras de
coação. Este trabalho pretende apresentar os desafios aos quais o feminismo tem
respondido ao longo do tempo, assim como problematizar quais são as novas nuances das
desigualdades de gênero contra as quais se luta. Trabalhamos na perspectiva de um estudo
teórico, a partir de levantamento bibliográfico sobre o tema abordado. Traçando uma
linha histórica dos feminismos no Brasil, podemos identificar que muitas foram as
conquistas desde o início dos anos XX, quando a luta feminista voltava-se principalmente
ao direito de voto feminino e ao acesso à educação. Nos anos 1970 o movimento ganha
força e posiciona-se contra interesses políticos nacionais que perpetuavam a desigualdade
entre os gêneros. Nos anos 1990 já possível falar sobre uma consolidação do feminismo
no Brasil, articulando-se com outras lutas a favor das minorias sociais. Tomando em conta
a trajetória do feminismo no país, observa-se que foram muitas as conquistas de direitos
para as mulheres. Em um país como o Brasil, que historicamente designou o espaço do
público ao homem e o doméstico à mulher, após anos de luta, foi possível conquistar certo
amparo politico, teórico e prático que fornece espaço no âmbito público para a
visibilidade feminina, como em cargos empregatícios, no campo acadêmico, etc. Com o
aumento do movimento, a criação das ONG’s desenvolveram ações no sentido de
82
visibilizar a realidade da desigualdade entre os gêneros, buscando promover políticas
publicas junto ao Estado. Houve outras metas alcançadas, como o sufrágio universal, a
lei Maria da Penha, as conquistas no campo da Previdência Social para empregadas
domésticas nos últimos anos e a potência das redes sociais em questionar o domínio da
mídia sobre qual seria o modelo ideal de mulher (bela, recatada e do lar). Apesar de todas
as conquistas no campo legislativo, ainda são imensos os desafios que a cultura
contemporânea apresenta. Ainda hoje mulheres sofrem diariamente discriminação,
desvalorização e violência, corroborando com a ideia de que a dominação masculina
ainda é uma estrutura de poder em exercício na atualidade. O feminismo organizado
apresenta a proposta de concretizar as ações coletivas das mulheres para transformação
social, movimento que se mostra ainda indispensável para as mulheres de hoje, sobretudo
em um país com maior índice de violência doméstica e tráfico de mulheres. A máxima
brasileira de que “todos são iguais perante a lei” pode ser colocada em dúvida, uma vez
que o país carrega cicatrizes abertas de desigualdades históricas que se perpetuam em
todos os âmbitos sociais. Foram várias as vitórias dos movimentos feministas ao longo
da história, mas, por outro lado, ainda é atual a necessidade de mudar a prática cotidiana
numa cultura machista. É preciso refinar o olhar para os pequenos modos de
discriminação feminina atuais, construir uma olhar crítico e atento às desigualdades.
Palavras-chave: Feminismo; Atualidade; Lutas.
[1] E-mail: dalia_paiva@hotmail.com

CONSIDERAÇÕES SOBRE TRANSTORNO OBSESSIVO COMPULSIVO NA


PERSPECTIVA DA ANÁLISE DO COMPORTAMENTO
1
Iago Damião Ferreira Prado
Ana Mara Farias de Melo

Introdução: O Transtorno Obsessivo Compulsivo (TOC) chegou a ser considerado o


quarto transtorno psiquiátrico mais comum, com uma prevalência de 2 a 3% da população
geral (KARNO e cols, 1998; HOLLANDER e cols, 1996). Para a Análise do
Comportamento envolve aos três níveis de seleção por consequências, a saber, o
Filogenético (Biológico), Ontogenético (História de vida) e Cultural (Social) e, ao invés
de focalizar os sintomas (típico dos manuais classificatórios), centra sua análise na relação
entre o organismo e o ambiente, buscando identificar relações funcionais entre o
comportamento (dito problema) e os eventos ambientais que atuam na sua manutenção.
Podendo agir de forma mais eficiente possível no processo terapêutico. Diante do impacto
causado por esse transtorno, vê-se a importância de investigar sobre a referida temática.
Nesse sentido, o trabalho pressupõe expor investigações iniciais sobre a temática do TOC
à luz da teoria da Análise do Comportamento que tem por filosofia o Behaviorismo
Radical. Metodologia: Trata-se de uma pesquisa teórica de tipo exploratória, utilizando
83
estudos de Skinner (1953, 1974) e Guilhard (2004), sobre o TOC. A partir desta análise
teórica, identificar desde a parte epidemiológica até algumas estratégias terapêuticas
propostas pela Análise do Comportamento. Resultados e Discussão: Os resultados
apontam como a Análise do comportamento entende o TOC, utilizando os três tipos de
seleção por consequências, sendo tanto as obsessões quanto as compulsões classes de
respostas, que operam no ambiente produzindo consequências e assim determinando sua
ocorrência ou não. E propõe formas de intervenção decorrentes deste tipo de análise,
como a Terapia de por Contingências de Reforçamento, a qual envolve a investigação das
variáveis que contribuem para a instalação e manutenção dos comportamentos,
descrevendo e alterando as interações entre contingências de reforço. Conclusão:
Conclui-se que este estudo é de grande relevância para manter o público em geral
informado da prevalência do transtorno e apresentar a Análise do comportamento
enquanto prática terapêutica importante no manejo do TOQ.
Palavras-chave: Pesquisa teórica. Análise do Comportamento. Transtorno Obsessivo
Compulsivo.

CONFLITOS INTRAFAMILIARES: CASO CLÍNICO

Ana Flávia Silva de Sousa [1];


Artur Bruno Fonseca de Oliveira;
Fabiana Costa Fernandes;
Iara Silva Coelho;
Rafaella Almeida Aragão;

INTRODUÇÃO: As relações familiares possuem um importante papel na constituição


psíquica da pessoa. A família, em diversos casos, se constitui como locus de primeira
socialização, a partir da qual o mundo é apresentado e significado para a criança.
Conflitos familiares podem afetar o desenvolvimento do sujeito, necessitando este, de
uma atenção especializada. É apresentada uma experiência no estágio supervisionado
com ênfase na clinica pelo o olhar da Psicologia Histórico-Cultural. O caso é de uma
adolescente de dezessete anos que descobriu uma traição do pai, gerando vários conflitos
dentro da família, o que a motivou a procurar atendimento. Desde a infância, a paciente
lida com os conflitos entre os pais. Ela sofria crises de ansiedade, e esta foi se
intensificando cada vez mais, surgindo quadro de pânico. O trabalho do Psicólogo através
da Histórico-Cultural é de mediador de novos sentidos e significados diante da realidade
aversiva. Cabe salientar que a Psicologia não atua diretamente na extinção do sintoma,
visto que este é entendido como nuance da configuração da personalidade do indivíduo,
possuindo uma função para este. OBJETIVOS: Relatar como a prática clínica, com uma
adolescente que presencia conflitos familiares, é desenvolvida segundo os aportes da

84
Psicologia Histórico-Cultural. METODOLOGIA: A pesquisa é qualitativa e se constitui
num relato de experiência, o qual serve como uma colaboração à prática na área de
psicologia clínica. RESULTADOS: Por meio das sessões de Psicoterapia está sendo
trabalhada a reconstrução da relação com o pai, visto que, apesar do pai ser o cônjuge
mais próximo da filha, tem sido distanciado por esta em virtude da decepção sofrida.
Procura-se também ressignificar a relação com a mãe, a qual se configurava como tensa.
Utilizou-se do recurso da “Linha do Tempo”, onde a paciente retoma aspectos de sua
história de vida, para que se compreendesse como a personalidade ansiosa havia se
constituído e qual sua relação com os conflitos familiares. Verifica-se que a relação com
o pai, fator protetor mais fortalecido ao longo de sua vida, se fragilizou, o que provocou
uma fragilidade psíquica. Somado a isso, a adolescente tem tido mais contato com a mãe,
o que também a torna mais fragilizada. A realidade tem sido, portanto, significada de
forma negativa, o que ajuda a ampliar a ansiedade e o pânico. CONSIDERAÇÕES
FINAIS: A clínica Histórico-Cultural é vista como um importante suporte para a atuação
do psicólogo nesse contexto, pois o ajuda a notar as interfaces entre realidade e objetiva
e singularidade do sujeito. A partir disso, torna possível a reconstrução de novos
significados dentro do meio social.
Palavras-chave: Clínica Histórico-Cultural; Conflito Intrafamiliar; Relação indivíduo-
meio.

CONSIDERAÇÕES HISTÓRICAS DE UMA ABORDAGEM CIENTÍFICA: A


ANÁLISE DO COMPORTAMENTO

Francisca Isabelly Araújo Sousa25


Francisco Charlles Sousa Aragão
Profª Me. Ana Mara Farias Melo
Prof. Me. Túlio Kércio Arruda Prestes
Centro Universitário INTA - UNINTA

Introdução: A Análise do Comportamento configura-se como uma área complexa,


composta por três eixos articulados entre si: o Behaviorismo Radical (eixo filosófico), a
Análise Experimental do Comportamento (eixo da ciência básica) e Análise Aplicada do
Comportamento (eixo da ciência aplicada). Sendo assim, expor uma interpretação
histórica para o surgimento da Análise do Comportamento é também uma tarefa extensa
e complexa, porém não menos importante, pois é principalmente a partir da análise
histórica que se torna possível compreender os preceitos filosóficos, culturais e científicos
de um campo de saber e de aplicação prática. Ademais, entende-se que o discurso sobre
a história pode ser útil para evitar repetir erros do passado (sejam esses erros
metodológicos, epistemológicos e/ou políticos), e é também extremamente importante na

25
Email: fisabellyasousa@hotmail.com
85
resolução de problemas metodológicos e conceituais que esta disciplina enfrenta no
presente. Dessa forma, o que se busca nesse trabalho é tecer algumas considerações sobre
a fundamentação histórica da ciência da Análise do Comportamento a partir da análise de
artigos de behavioristas, pretendendo compreender seu surgimento em sua forma
científica, considerando o contexto histórico, social e político em que essa ciência foi
construída, bem como, as tensões, aproximações e afastamentos que aconteciam tanto no
interior das próprias ciências do comportamento, como em relação às demais abordagens
psicológicas. Metodologia: Foi realizada uma pesquisa bibliográfica, utilizando artigos
que abordavam a história da construção da Análise do Comportamento. A análise dos
artigos foi realizada de modo a destacar aspectos relevantes dessa abordagem,
considerando os fatores históricos, sociais e políticos no qual esta foi construída.
Resultados: A história do Behaviorismo pode ser conceituada a partir de Watson, o qual
inaugurou o termo behaviorismo, em seu artigo de 1913, e, se estende até Skinner,
considerado, por vezes, uma evolução do behaviorismo metodológico de Watson e de
outros behavioristas. Conclusão: Esse trabalho não pretende mostrar o movimento de
superação de um autor por outro, mas trazer os aspectos que possibilitaram a emergência
da Análise do Comportamento como fonte de pesquisa e elaborações na sua forma de
aplicação para a Psicologia.
Palavras-chave: História; Behaviorismo; Análise do Comportamento.

CULTURA E IDENTIDADE QUILOMBOLA: UM OLHAR DA PSICOLOGIA


EM SUA HISTÓRIA.

Eduardo Maciel Neto¹


David Carlos Fernandes
Izadora Zara Araújo Farias
Faculdade Luciano Feijão - FLF

RESUMO: Desde o nosso descobrimento até os dias atuais nosso país se transformou
em um centro de diversas linguagens, etnias e cultura. De todos os povos e comunidades
que fizeram parte deste marco histórico em nosso país, este trabalho irá tratar
especificamente com os povos Quilombolas. Os povos quilombolas atualmente assim
nomeados são comunidades descendentes dos escravos que aqui foram trazidos para
trabalhar nas grandes fazendas e construções no período colonial. A história desse povo
se marca em diversos momentos de lutas, resistência e conquista. O processo de formação
como sociedade e urbanização perpassa por alguns processos, sendo um dos mais
importantes a nossa deculturação. Ao longo dos anos nossa sociedade passou por diversas
mudanças em todas as suas esferas sociais, a busca por igualdade e respeito entre todos
foi uma dela, porém o preconceito racial se tornou algo bastante presencial nas
comunidades, principalmente as menos favorecidas. Diante disto este estudo teve como
86
objetivo articular o relato de um chefe de uma comunidade quilombola com o que temos
em nossa literatura nacional, acerca da cultura e identidade ainda permanecida e fatores
psicológicos vivenciados na comunidade com o desenvolvimento da sociedade. De
acordo com o que foi encontrado na literatura nacional e acerca da entrevista realizada
com o Sr. Chico chefe de uma comunidade quilombola, foram encontrados traços
simbólicos e culturais bastante importantes acerca de sua vida em uma dimensão
histórico-cultural que atravessam anos de luta. A cultura pode ser entendida de diversas
formas dependendo do contexto ao qual é analisada, o sujeito quando membro de uma
comunidade e interliga sua identidade com o reconhecimento, ele se inicia em um
processo ao quais suas ações sejam elas de forma coletiva ou individual passam a fazer
sentido e assim indivíduos passam a ser denominados de sujeitos. Também ao associar o
relato do chefe da comunidade com a literatura acerca de sua identidade compreendemos
que existe uma relação com o auto-reconhecimento de seu pertencimento a sua
comunidade, assim possível compreender essa identificação junto com sua história e
cultura. Pode-se concluir com este estudo que todos nós devemos pensar acerca dos
problemas vividos pelas comunidades quilombolas, visto como um movimento de
valorização a suas heranças africanas que compuseram e tornaram-se constituintes da
população brasileira, assim como impulsionar novos olhares e posicionamentos acerca de
como esses povos também precisam ter mais assistência, respeito e vez por parte e na
sociedade.
Palavras-chave: Quilombola; Psicologia; Cultura.
¹eduardomaciel800@gmail.com

FAMÍLIAS E VIOLÊNCIA DOMÉSTICA: A REESTRUTURAÇÃO DOS


VÍNCULOS AFETIVOS FAMILIAR.
Juliana Rodrigues Morais
Gizélia dos Santos Fernandes
Verônica Ferreira César
Débora Sales Melo
Gilmário Rebouças
Faculdade Luciano Feijão-FLF

INTRODUÇÃO: O fenômeno da violência é uma questão social presente durante toda


a história da humanidade. O direito que o homem atribui sobre a mulher gera
sentimentos de pertença, ocasionando as relações de poder e despertando a satisfação de
dominação sobre sua companheira. O lar, identificado como local acolhedor e de
conforto, passa a ser, nestes casos, um ambiente de perigo contínuo que resulta num
estado de medo e ansiedade permanentes. (DIAS, 2004). Objetivo Geral: Investigar as
consequências da violência contra a mulher na estruturação dos arranjos familiares.

87
Específicos: Compreender como os vínculos afetivos são mantidos dentro de um quadro
de violência; Identificar quais sentidos a vítima atribui ao relacionamento com o
agressor; Identificar quais tipos mais comuns da violência contra a mulher.
METOLOGIA: Realizou-se pesquisa bibliográfica a partir da base de dados Scielo no
período de 2004 a 2017. Utilizou-se como descritores: violência doméstica, violência
intrafamiliar e os aspectos emocionais, encontramos um universo de 20 periódicos da
língua portuguesa. Redefinimos a busca, resumindo-a em nove artigos.
RESULTADOS E DISCUSSÕES: A violência contra a mulher é uma questão de saúde
pública, enquadrando-se em um dos problemas sociais mais preocupantes da atualidade,
que afeta milhares de pessoas, colaborando para que a mulher torne-se vulnerável diante
do parceiro e da sociedade. Rolim (2008), afirma que as mulheres estão expostas a
grande violência, que tem a peculiar característica de ocorrer geralmente no seio das
relações familiares e no âmbito da vida privada, contrastando com a que acontece nos
espaços públicos. É uma ação que se instala a partir de diversos fatores e apesar de ser
mais recorrente nas relações familiares, esse não é o único espaço em que as mulheres
sofrem violência. Na visão de Martins (et al., 2007) As consequências da violência
doméstica/intrafamiliar contra crianças/adolescentes são desastrosas e repercutem em
todos os segmentos da sociedade, com agravos significativos à saúde das mesmas.
CONCLUSÃO: A violência contra a mulher continua crescendo a cada dia, mesmo
com as políticas públicas e leis que asseguram os seus direitos, esses são violados com
frequência. Se caracterizando como um grave problema de saúde pública que precisa ser
reconhecido e enfrentado pela sociedade civil e pelos órgãos governamentais. Percebe-
se que a mulher vitima de violência necessita ser acolhida pela sociedade como um todo
e que muitos fatores externos são favoráveis a sua permanência no mesmo ambiente que
o agressor desencadeando uma série de questões emocionais.
Palavras-chave: Violência; Mulher; Afetos.

FEMINICÍDIO EM PAUTA: HISTÓRIA DA VIOLÊNCIA NAS RELAÇÕES DE


GÊNERO E O PAPEL DOS NOVOS FEMINISMOS CONTRA O FEMINICÍDIO
Francisca Liciane Marques [1];
Nathássia Matias de Medeiros;
Centro Universitário – UNINTA

RESUMO: Em vários lugares do mundo, todos os dias, mulheres são vítimas de


assassinatos por simplesmente "serem mulheres", crime que leva o nome de feminicídio.
O Brasil possui a quinta maior taxa de feminicídios do mundo, conforme dados da
Organização Mundial da Saúde (OMS). Este trabalho visa levantar discussões sobre a
história das relações de gênero no Brasil, problematizando como as já antigas relações de
regulação e violência manchadas pelo machismo e pelo modelo social patriarcal tornaram
possível tal contexto atual marcado pelo feminicídio. Além disso, pretende-se destacar

88
aqui as possíveis contribuições das novas roupagens do feminismo no enfrentamento do
problema. Este trabalho configura-se como um estudo teórico, de natureza bibliográfica.
Em uma tentativa de abordar o contexto do feminicídio no Brasil, é indispensável recorrer
à história e às heranças que as relações de gênero trazem consigo. Em toda a história do
Brasil, desde mil e quinhentos, foi relegado à mulher a condição de invisibilidade e de
propriedade. Durante muito tempo, o modelo social e familiar dominante no Brasil era
baseado no patriarcado, modelo que remete ao período colonial, onde toda a família e
servos eram submissos ao patriarca. As mulheres passavam da obediência ao pai para a
submissão ao marido, ficavam restritas ao lar e deviam cuidar de sua honra. Nesse
contexto, a violência contra a mulher era e continuou por muito tempo sendo invisível,
existindo certa naturalização de tal contexto. Apesar de inúmeras mudanças ao longo da
história, com continuidades e descontinuidades diversas, o patriarcado se faz presente na
atualidade sob novas nuances. Toma-se aqui o termo patriarcado assim como o faz
Boudieu, de forma ampliada enquanto meio de análise da sociedade humana, referindo-
se à dominação masculina. As várias versões do movimento feminista trouxeram
incontáveis conquistas de direitos em prol da igualdade para homens e mulheres,
favorecendo a instalação de mudanças favoráveis à luta. Atualmente, observamos os
novos feminismos, marcados pela pluralidade de perspectivas e pelo uso das redes sociais
como grande disparador de mudanças. Esse movimento atual favorece que o feminicídio
venha à tona, passando a ser cada vez mais notado, problematizado e discutido, tentando
de alguma forma mobilizar e empoderar essa mulher que durante muito tempo foi
esquecida. Foram alcançadas conquistas, como a criação da Lei Maria da Penha,
mobilizações de empresas no sentido de catalogar dados sobre a violência contra
mulheres e legislações que trazem formas severas de punição quando o crime acontece.
É possível então concluir que o feminicídio é uma questão marcada pela cultura, assim
como o seu enfrentamento também deve ocorrer culturalmente. Como todo produto da
sociedade, o feminicídio, assim como a violência contra a mulher em geral, é fruto de
lutas políticas. Assim, é fundamental a articulação dos diversos âmbitos da sociedade no
enfrentamento do problema. Colocar em pauta a questão, dar-lhe visibilidade e entender
de que forma foi historicamente possível construir-se um país com tão altas taxas de
feminicídio, o que fez parte dos objetivos deste trabalho, configura-se uma urgência
política e ética.
Palavras-chave: Feminicídio. Gênero. Feminismo.
[1] licianemarques@hotmail.com.br

89
INTERVENÇÕES GRUPAIS COMO MEDIADORA DO EMPODERAMENTO
FEMININO

Fabiana Costa Fernandes[1];


Anne Graça de Sousa Andrade;
Ana Flavia Silva de Sousa;
Julyana Lima Vasconcelos;
Edna Maria Pimenta Aguiar

INTRODUÇÃO: Através de minhas vivências em estágio supervisionado na


Organização Não Governamental (ONG) Casa Acolhedora do Arco que se trata de uma
instituição que presta serviços de assistência a mães usuárias de crack e seus filhos de 0 a
2 anos de idade, pude fazer algumas observações na rotina das mães, suas queixas,
vulnerabilidades e necessidades. A partir de tais observações, percebi a necessidade de
trabalhar um projeto de intervenção que trouxesse à tona o empoderamento feminino,
tentando auxilia-las a perceber suas potencialidades e autonomia enquanto mulheres.
OBJETIVOS: Relatar as intervenções mediadoras do empoderamento da mulher/mãe
usuária do serviço da instituição Casa Acolhedora do Arco, resgatando sua autonomia e
possibilitar uma reflexão sobre autoconhecimento e transformação. METODOLOGIA:
Relato de experiencia que foi dividido em blocos mensais, onde cada mês possuiu um
tema a ser trabalhado em dois encontros por mês, sendo usados recursos de áudio visual,
artesanatos e recursos lúdicos. RESULTADOS: Através da aplicação de quatro
intervenções, pude perceber como as participantes viam a mulher em um contexto geral
e como cada uma se ver dentro de um parâmetro social a qual está inserida. Através de
instrumentos de mediação, tive a oportunidade de dialogar sobre suas dificuldades,
potencialidades, direitos e sobre o ser e sentir mulher, onde houve uma ampla reflexão
sobre pré julgamentos e sororidade entre elas. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Trazendo
um olhar de caráter identitário, vemos que tais mulheres crescem em um ambiente
comunitário de subordinação, sem ao menos olhar para si e suas necessidades reais. O
auto olhar, o auto cuidado e a auto compreensão, são aspectos imprescindíveis para que a
mulher tenha também, uma maior consciência do que são os papeis sociais destinados a
elas e que essa promoção de cuidado e proteção se exteriorize dentro do círculo social ao
qual ambas estão inseridas.

Palavras-chave: Psicologia Social Comunitária. Maternidade. Empoderamento.

90
INTOLERÂNCIA RELIGIOSA AOS ADEPTOS DA UMBANDA

Clara Ingrid Silveira Rios26


Alyne Lima De Albuquerque
Irlana Maria De Abreu Frota
David Carlos Fernandes
Faculdade Luciano Feijão-FLF

INTRODUÇÃO: Este trabalho se ocupa em abordar a religião Umbanda, legitimando


sua história e suas práticas, na tentativa de esclarecer a problemática da intolerância
religiosa em termos de causalidade, e impactos na vida de seus adeptos. Nesse sentido foi
realizado um apanhado histórico possibilitando a fundamentação dos motivos que
favorecem as manifestações de repúdio e violência endereçadas aos adeptos da Umbanda,
apontando inclusive suas lutas em meio ao sofrimento. Para que assim se possa repensar
a questão da alteridade e de como a Psicologia pode intervir nesse contexto, seja na
articulação de diálogos, na promoção de estratégias em saúde mental. OBJETIVO:
Compreender os motivos que levam à intolerância da religiosa Umbanda e como suas
vítimas são afetadas e vivenciam tal violência. METODOLOGIA: Trata-se de um
estudo com enfoque qualitativo, sendo classificado quanto aos objetivos como
exploratório, realizado através de revisão bibliográfica de artigos científicos.
RESULTADOS: A leitura que tivemos sobre a temática nos propiciou elaborar a
hipótese de que a discriminação e intolerância para com a umbanda e seus adeptos é uma
questão histórica e cultural e inclusive traz ressonâncias do preconceito racial e de classes.
E por mais que o país seja atravessado pela diversidade cultural, racial, religiosa, é
perceptível a resistência à aceitação e respeito das diferenças. Diante disso reverberam-
se os impactos ocasionados pelas manifestações de intolerância religiosas, em dimensão
coletiva e, sobretudo individual, subjetiva, o que implica em uma negação ou limitação
do indivíduo em relação a suas crenças, e saberes. CONSIDERAÇÕES FINAIS:
Conclui-se que as religiões afro-brasileiras, como a umbanda, é uma das religiões que
mais sofre discriminação, tendo como motivo das manifestações de ódio, o contexto
histórico e cultural na qual foi criada e difundida. Assim aponta-se para uma demanda de
informação a respeito da história e fundamentos das religiões afro-brasileiras,
privilegiando o debate no âmbito social e político.

Palavras-chaves: Umbanda; Intolerância; Violência.

INTERVENÇÃO PSICOLÓGICA NO NÚCLEO DE PRÁTICAS JURÍDICAS

26
clara_rios@outlook.com
91
DA FACULDADE LUCIANO FEIJÃO.

David Carlos Fernandes¹;


Bianca Maria de Oliveira Carvalho;
Rafaela Soares Morais;
Ana Carolina Mont’alverne Silva;
Sérgio Luiz Corrêa dos Santos;
Centro Universitário – UNINTA

RESUMO: O NPJ (Núcleo de Práticas Jurídicas) se caracteriza como um órgão


vocacionado para a atuação dos estudantes do curso de Direito, ao qual serão prestados
serviços jurídicos de forma gratuita à população carente garantindo-lhes acesso à justiça,
nesse espaço acadêmico também existem práticas psicológicas que podem ser trabalhadas
tanto no caráter metodológico quanto cientifico. A psicologia Jurídica está caracterizada
como uma subárea da ciência psicológica que traz como objetivo de se estudar o
comportamento do homem no campo das relações das pessoas para com a justiça, essa
psicologia que é aplicada ao melhor exercício do direito, vai se tratar tanto de um ramo
da Psicologia, quanto irá auxiliar o direito, apresentando o homem, como um objeto de
estudo em comum, e os seus conflitos, assim articulando a psicologia com o
comportamento humano perante as questões judiciais. Este trabalho tem como objetivo
relatar as experiências vivenciadas na disciplina de estágio supervisionado em Psicologia
Jurídica da Faculdade Luciano Feijão durante o período dos semestres de 2017.2 e 2018.1,
assim como de expor a importância da pratica psicológica dentro do campo jurídico nas
instituições de ensino superior (IES). Para o desenvolvimento deste trabalho foi elaborado
um plano de intervenção junto com os supervisores responsáveis pelo setor do NPJ com
o objetivo de tornar mais presente o trabalho do psicólogo nesse espaço de atuação.
Durante o processo de intervenção foi observado que as práticas psicológicas dentro do
contexto jurídico se mostraram bastantes significativas para sua aplicação como ciência,
assim como para a interação interdisciplinar com os operadores do Direito. O olhar da
psicologia para a conciliação e/ou participação na mediação dos conflitos do sujeito
trouxeram uma nova perspectiva de se dar uma resolutiva mais eficaz para o processo
jurídico, podendo em alguns casos até ser evitado o aumento da carga operacional do
sistema judicial assim como o acumulo dos processos. Ao fim do processo de intervenção,
concluímos que os cursos de Psicologia e Direito podem se comunicar de forma produtiva
tanto para sua efetividade metodológica quanto para o desenvolvimento acadêmico e
profissional dos estudantes nas IES. Esses dois campos científicos podem juntos
promover grandes efeitos junto à comunidade, garantindo o acesso a justiça de forma
digna e respeitando a subjetividade e realidade de cada sujeito que a busca dentro desses
serviços.
Palavras-chave: Psicologia; NPJ; Direito.
¹ fernandesdavid007@gmail.com

92
O ATENDIMENTO DA CRIANÇA COM TRANSTORNO DO ESPECTRO
AUTISTA - TEA: UM DESAFIO PARA A PSICOLOGIA

Débora Melo
Verônica Ferreira César
Dalvany Rodrigues Linhares
Gizélia dos Santos Fernandes
Gilmário Rebouças
Faculdade Luciano Feijão-FLF

INTRODUÇÃO: No atual contexto sócio cultural surgem diversas situações que


implicam diretamente na maneira como o sujeito vai desenvolver suas relações com o
outro e consigo mesmo, e de forma essas relações/ações implicam na vida das pessoas
com o Transtorno do Espectro Autista – TEA. Em alguns casos, desencadeia uma série
de conflitos que podem causar alterações em sua qualidade de vida, englobando a
maneira como a pessoa pensa, sente e se comporta. No campo educacional, já é possível
perceber os avanços profissionais dentro desse contexto, desenvolvendo ações que
ajudam no desenvolvimento das crianças com TEA, facilitando através de técnicas, nas
atividades da vida diária – AVD’s, já na psicologia, percebe-se sobretudo, que existe
uma carência de estudos, seja no âmbito educacional, na inclusão em escola comum,
como também, na área da saúde. OBJETIVOS: Compreender qual a importância do
psicólogo na estimulação precoce e intervenção, junto à família e a criança.
METODOLOGIA: Realizou-se, inicialmente, uma pesquisa bibliográfica sobre a
temática, no Portal Capes, utilizando os seguintes descritores: Transtorno do Espectro
Autista, Estimulação Precoce, Atuação do Psicólogo. RESULTADOS E
DISCUSSÕES: Para que possamos adentrar em uma análise sobre o Transtorno do
Espectro Autista, se faz necessário problematizar o que isso envolve, a começar pela
própria nomenclatura, TEA, que é compreendido como uma síndrome comportamental
complexa que possui etiologias múltiplas, combinando fatores genéticos e ambientais
(Rutter, 2011). Apesar dos estudos, ainda não é possível afirmar as reais causas do TEA,
assim como não existe exames específicos para o diagnóstico, motivos essas que se faz
importante a atuação do psicólogo, atuando na estimulação da linguagem e da
sociabilidade do sujeito, sempre em parceria com a família. CONSIDERAÇÕES
FINAIS: Frente aos desafios para se trabalhar a criança com TEA compreende-se que é
de fundamental importância a atuação da família, e a estruturação dos arranjos no
enfrentamento do diagnóstico, bem como, a influência do meio sócio/cultural para que
a criança desenvolva suas potencialidades. Assim se torna evidente o trabalho do
psicólogo e da psicoterapia, visando a estimulação e a reabilitação, porém, a psicologia
não pode atuar sozinha, para que se consiga bons resultados, é necessário que o meio
seja favorável para que a reabilitação aconteça.
Palavras-chave: Espectro do Transtorno Autista: Família; Atuação do Psicólogo.

93
O USO ABUSIVO DE REDES SOCIAIS E OS SINTOMAS DE ANSIEDADE E
DEPRESSÃO: UM ESTUDO CORRELACIONAL

Izadora Zara Araújo Farias¹


Eduardo Maciel Neto
David Carlos Fernandes
Faculdade Luciano Feijão - FLF

RESUMO: A criação da internet trouxe inúmeros benefícios aos indivíduos e pode ser
considerado como uma das melhores invenções tecnológicas da atualidade. Porém, junto
com os seus benefícios a internet também trouxe alguns malefícios, como o uso abusivo
de suas ferramentas e uma possível dependência em seus usuários, principalmente, no
que diz respeito ao uso de redes sociais. Tal dependência, como apontam estudos recentes,
pode trazer consequências até mesmo para a saúde mental desses usuários. Nesse sentido,
com o objetivo de investigar esses impactos, na presente monografia, buscou-se avaliar a
relação entre a dependência de Facebook e níveis de ansiedade e depressão apresentados
pelos usuários dessas redes sociais. Para a realização desse estudo, contou-se com a
participação de 95 participantes de diversas cidades do Brasil, a maioria do sexo feminino
(57,0%) e com média de idade de 26, 8 anos. Esses participantes responderam a Bergen
Facebook Addiction Scale, Questionário de Saúde Geral de Goldberg e a Questões
sociodemográficas para caracterização da amostra. Com base nos resultados obtidos, foi
possível verificar que a maioria dos respondentes (48,5%) costumam passar de 1 a 3 horas
diárias conectadas na rede social Facebook e utilizam essa rede mais frequentemente para
o compartilhamento e acesso a fotos, vídeos e informações. Estes, em sua maioria,
consideram que a utilização dessa rede social contribui muito para a manutenção de
amizades já existente (34,7%) e mais ou menos para a construção de novas amizades
(31,6%). No que diz respeito a relação entre dependência de Facebook e o níveis de
ansiedade e depressão apresentados, foi possível observar uma correlação positiva entre
essas variáveis, indicando assim que quando maior a dependência ao uso dessa rede
social, maiores os níveis de ansiedade e depressão apresentados. Com esses resultados é
possível concluir que embora o uso dessa rede social seja popularmente visto como uma
atividade prazerosa ou até mesmo uma atividade de lazer, seu uso excessivo, ou mais
especificamente, a dependência comportamental ao Facebook pode trazer consequências
danosos à saúde mental dos seus usuários.
Palavras-chave: Redes sociais; Ansiedade e Depressão; Psicologia.
¹izadora.zara@gmail.com

94
PSICOTERAPIA E INTERVENÇÕES CLÍNICAS EM ANÁLISE DO
COMPORTAMENTO: UM ESTUDO DE CASO DO ESTÁGIO CLÍNICO
SUPERVISIONADO

Izadora Zara Araújo Farias¹


Eduardo Maciel Neto
David Carlos Fernandes
Faculdade Luciano Feijão - FLF

RESUMO: A análise do comportamento é uma ciência que tem como base o


behaviorismo, onde acredita que todos e quaisquer comportamentos poderão ser
modificados. A terapia analítico-comportamental, por sua vez, é uma psicoterapia que
nasce das bases behavioristas e da ciência análise do comportamento, onde tem mostrado
resultados eficazes na mudança dos comportamentos disfuncionais. Dessa forma, o
presente trabalho tem como objetivo relatar o estudo de caso de uma paciente de vinte e
quatro anos, do sexo feminino e que cursa Direito na Faculdade Luciano Feijão na cidade
de Sobral-Ce, onde está sendo acompanhada por uma estagiária do curso de Psicologia
que tem como abordagem a análise do comportamento. A metodologia utilizada para este
trabalho teve como base a psicoterapia analítico comportamental, onde inicialmente
iniciou-se com a análise funcional, momento em que é analisado o contexto,
comportamentos disfuncionais e consequências, onde somente após esse momento pode-
se utilizar as intervenções FAP, terapia que utiliza o setting terapêutico e a relação
terapeuta-cliente para que ocorra as mudanças, a ACT terapia baseada na aceitação e
compromisso, e a técnica de treinamento de habilidades sociais, onde esse treino de
habilidades sociais possibilitou a paciente a desenvolver novos repertórios
comportamentais dependendo da necessidade que o contexto em questão demandava. A
partir dessas intervenções tivemos como resultado o progresso da paciente diante de
novas habilidades sociais a partir de um repertório comportamental que lhe permitia
realizar seus desejos, também a diminuição de comportamentos disfuncionais dos quais
a paciente se queixava. Portanto, como considerações finais pode-se destacar a eficácia
da abordagem análise do comportamento, como também a importância do papel do
terapeuta que deve estar alinhado com a sua teoria e prática, para assim obter os melhores
resultados.
Palavras-chave: Análise do comportamento; Práticas em psicologia; Psicologia.
¹izadora.zara@gmail.com

95
PRECONCEITO À LUZ DA TEORIA CRÍTICA: UMA REVISÃO
SISTEMÁTICA

Francisca Telma Vasconcelos Freire


Ana Mara Farias de Melo
Centro Universitário Inta - UNINTA

Introdução: O preconceito foi discutido e pensado pelos autores da Teoria Crítica, como
Adorno e Horkheimer (1985), Crochik (2006), os quais o compreende que o estudo sobre
o preconceito deve levar em conta o estudo do indivíduo, seu desamparo, sua falta de
autonomia que denuncia a sociedade fascista. E também como a ideologia se reproduz a
partir da incorporação individual mediada por necessidades psíquicas, que são históricas.
Segundo a pesquisas de Adorno (1965) mostra que o preconceito não é inato, ele se instala
no desenvolvimento individual como um produto das relações entre os conflitos psíquicos
e a estereotipia do pensamento. O que indica que elementos próprios à cultura estão
presentes. Objetivo: Avaliar a produção científica existente sobre preconceito sob a ótica
da Teoria Crítica, identificando e sumarizando pesquisas encontradas na literatura.
Método: Foi realizada uma revisão sistemática nas bases de dados eletrônicas SciELO e
Lilacs, utilizando como orientador de busca, os descritores chaves, “Preconceito” e
“Preconceito, e Teoria Crítica”, respectivamente. Como critérios de inclusão artigos que
avaliassem o preconceito com referencial da teoria crítica, desenvolvidos no Brasil e
disponíveis na íntegra em português e excluídos trabalhos sobre discriminação
etnicorracial, Aids e Hanseníase, dentre outros. A busca foi feita do dia 02 a 25 de janeiro
de 2018. Resultados: Foram encontrados 69 trabalhos, todos os resumos foram
analisados e considerados dentro dos critérios, e desse 14 artigos para leitura do texto
completo. A maioria dos trabalhos encontrados, foram produzidos por pesquisadores em
São Paulo. 40% dos trabalhos foram pesquisas Teóricas e 60% pesquisas empíricas,
realizadas em escolas. Os resultados apontam os elementos que constituem o preconceito;
apresentam que a educação inclusiva continua sendo uma barreira enfrentada, a qual pode
ser superada com uma reflexão crítica e uma abertura ao outro. Conclusão: A pesquisa
realizada apontou lacunas de investigação, e que o preconceito é culturalmente construído
com o desenvolvimento das relações sociais e responde a necessidades inconscientes do
indivíduo. O contato e a reflexão critica poderão refazer mudanças nesta visão.
Palavras-chave: Preconceito; Teoria crítica; Revisão Sistemática.

96
RESGATE DA INFÂNCIA – UMA INTERVENÇÃO APARTIR DA PRÁTICA
EM PSICOLOGIA COMUNITÁRIA
Laura Augusta Aguiar Andrade Costa27
Judith Maria Vasconcelos Costa
Lidimara Martins Abreu
Silvialine Fontenele Ramos
Romulo da Silva Cardoso
Faculdade Luciano Feijão – FLF

INTRODUÇÃO: O presente trabalho vem tratar sobre os respectivos assuntos


relacionais a infância e adolescencia. Tais períodos se passaram e já não se considera a
infância apenas um período biológico, mas um processo inerente da subjetividade do
sujeito. É um período marcado por brincadeiras, fortalecimento de vínculos,
desenvolvimento físico e cognitivo. Neste sentido, percebe-se que crianças e adolescentes
em situação de vulnerabilidade social tem esse processo de maturação barrado.
Considerando a fase da infância, a Psicologia Comunitária têm muito a oferecer,
proporcionando inquietações a respeito dos sujeitos inseridas na comunidade.
OBJETIVO: Este trabalho objetivou o cuidado e resgate direcionados a infância, voltada
para crianças e jovens adultos em situação de vulnerabilidade social, tendo como
pretensão estruturar um projeto de intervenção no conjunto habitacional Caiçara.
METODOLOGIA: A intervenção do estudo de caso foi aplicada em sala de aula, no
horário entre as 18h40min e 20h10min, com 20 alunos da Faculdade Luciano Feijão do
curso de psicologia do turno da noite. Teve o intuito de servir como referência para
aplicações futuras em contextos semelhantes do público-alvo para o qual foi
desenvolvido, no caso, crianças e adolescentes da comunidade do Caiçara. Ao início foi
sondada a concepção de infância e como ela tinha sido vivida pelos participantes. No
primeiro momento foram apresentados os conceitos de infância em seus mais variados
aspectos. Após este momento foram realizadas pinturas corporais, desenhos no papel,
trabalhando o aspecto lúdico e inserindo de forma prática os participantes na infância
“perdida”. Jogos em dupla foram praticados após a pintura e, em último, trabalharam-se
aspectos grupais como brincadeiras de roda. RESULTADO: Embora a aplicação tenha
sido feita em pessoas que não eram público-alvo, foi percebida a interação de todos e o
real resgate da infância no qual se propôs a intervenção. A linguagem corporal
demonstrou a total inserção dos envolvidos, e muitas vezes foram pedidas a continuação
de jogos e brincadeiras que já estavam no horário de encerramento. Todas as pessoas se
envolveram e participaram, demostrando fisicamente felicidade e inserção na integração
e no resgate da própria infância. CONCLUSÃO: Diante disso, ser criança em
vulnerabilidade ou em estado de risco, diz de um indivíduo que, muitas vezes não vive
este momento de forma saudável, perdendo a brincadeira do lúdico, dando espaço para a
sobrevivência na vida real, cuidando dos irmãos ou de seus próprios filhos. A retomada
desta infância proporcionada neste momento de ludicidade, trazer um espaço

27
lauragusta11@hotmail.com
97
psicologicamente saudável para a vivência, da fase da infância, mesmo que em outro
momento da vida.
Palavras-chave: Infância; adolescencia; vulnerabilidade.

UM OLHAR PARA A ATUAÇÃO DO PSICÓLOGO NO ESPAÇO DE SAÚDE:


UM RELATO DE EXPERIÊNCIA NO ESTÁGIO BÁSICO I
Sabrina Madeira Ponte
Centro Universitário INTA – UNINTA

Introdução: O presente trabalho tem a proposta de descrever como foram as visitas


técnicas realizadas na disciplina de Estágio Básico I, durante o ano de 2017, que compõe
a Matriz Curricular do terceiro semestre do curso de Psicologia do Centro Universitário
– UNINTA. Tendo um olhar voltado para atuação do psicólogo em determinados locais
em que foram visitados, mesmo em espaços nos quais meios não havia este profissional.
Objetivo: A explanação visa apresentar que por meio das visitas técnicas podemos ter
uma noção do papel do psicólogo até mesmo a falta que ele faz em locais que não tem a
atuação de um profissional da área. Deste modo, que nos faz ficar inquietos de como seria
importante ter a presença de um psicólogo naquele ambiente. Logo, se faz necessário nós
como estagiários ter essa percepção e um olhar diferenciado para os locais em que foram
visitados já que a nossa presença neste ambiente, mesmo sendo apenas como estagiários,
nos fez refletir acerca do nosso papel no futuro. Metodologia: Refletir sobre a experiência
vivida em uma visita técnica feita ao CAPS AD e ao PSF que foi realizada no turno
vespertino, com a psicóloga do CAPS AD e a residente de psicologia no PSF Dom
Expedito, com o objetivo de explorar mais sobre a atuação do psicólogo no espaço do
SUS e nos três níveis de atenção à saúde primária, secundária e terciária. Resultados e
Discussões: Diante da experiência vivida trouxe avanços muito significativos na
percepção enquanto estudante sobre a psicologia da saúde, que proporcionam a
manutenção da saúde e a prevenção de doença, a qual possibilita uma prática
interdisciplinar entre os espaços de fomento da psicologia sejam ele PSF,CAPS,NASF ou
Hospitais como contribuição para o desenvolvimento de uma sociedade mentalmente
saudável , esta área de atuação é recente e tem ganhado mais espaços nas esferas da saúde
pública. Assim, o contato com a autora Júlia S. N. F. Bucher e com essa área de atuação
possibilitou um aprofundamento teórico acerca destes aspectos, pois, proporciona um
leque de informações que está para além do que vemos em sala, e que devemos buscar e
pesquisar para entender de modo mais acurado como se dá a atuação do Psicólogo nestes
lugares e como a psicologia tem se inserido historicamente nestes espaços.
Considerações Finais: O desfecho desta experiência conduziu o relato para uma questão
de extrema relevância, pois possibilitou um aproximação ao fazer do psicólogo nesses
espaços, propiciou um olhar diferenciado para o âmbito da saúde pública e foi
imprescindível para buscar um aprofundamento teórico sobre os níveis de atenção e com
98
se dão as contribuições do fazer do profissional de psicologia no contexto da prevenção
e tratamento de doenças e a redução de danos que possibilitam uma vida mais saudável e
com menos sofrimento psíquico.
Palavras-chave: Estágio Curricular; Atuação do Psicólogo; Formação em Psicologia.

[1] (sabrina.madeira@hotmail.com)

VÍCIO E RECOMPENSA

Ana Beatriz Barros Oliveira[1]


Antônio Francisco Soares Araújo
Emiliana Vale Machado
Sângela Teles Azevedo Chaves
Gabriela Maria de Sousa Vieira
Centro Universitário INTA - UNINTA

RESUMO: O presente trabalho tem como objetivo explorar o processo do vício,


chamando atenção para sua complexidade: o vício não é um processo exclusivamente
decorrente do uso de determinadas substâncias viciantes. Esta temática surgiu nas aulas
de Processos Psicológicos I, ministradas pela professora Gabriela Vieira e nos chamou
atenção, assim sendo pesquisado em livros e em sites, o que nos auxiliou na efetivação
do trabalho. Ao longo deste trabalho será apresentado o vício como processo psicológico.
Para dar suporte científico à argumentação apresentada neste trabalho, foi realizado um
estudo bibliográfico a partir do qual foram identificados exemplos de vícios que não
possuem substâncias químicas, como por exemplo: vício em celular, compras e sexo.
Além disso, traremos também um experimento chamado O parque dos ratos, no qual se
estuda o efeito do uso de cocaína pelos ratos em duas situações distintas: 1. uso de cocaína
em um contexto em que apenas a cocaína é fonte de prazer para o rato; 2. uso de cocaína
em um contexto em que há uma variedade de fontes de prazer para o rato. Esse estudo
aponta que em um contexto em que há variedades de fontes de prazer, o uso da substância
não atinge padrões de vício, entretanto, em contextos nos quais a única fonte de prazer é
a substância química, o processo de vício se estabelece. Além disso, o estudo estabelece
uma comparação entre a situação explorada no experimento e o contexto da Guerra do
Vietnã. Os soldados na guerra estavam isolados e sem fontes de prazer, e por isso, mais
propícios a desenvolverem vício em cocaína e heroína, consecutivamente. Entretanto, ao
voltarem para casa, os soldados deixavam o vício de lado, pois agora teriam muitas fontes
de prazer, tais como: coisas para ocupar sua mente, contato social e etc. apontando que
todos precisam do contato saudável com outros seres para sermos saudáveis. Por fim
descobrimos e avaliamos o que realmente significa o vício e como ele influencia no
99
psicológico do indivíduo, enquanto um processo complexo que envolve muito mais
elementos que o contato com uma substância. A utilização de qualquer droga não
obrigatoriamente torna uma pessoa viciada, mas sim uma série de aspectos que
influenciam no indivíduo.

Palavras-chave: vício, recompensa, influência.

[1]
beaoliveira6124@gmail.com

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