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GRADUAÇÃO EM ODONTOLOGIA

Flávia dos Santos Pereira – 600974900


Gabriela dos Reis de Almeida – 600917447
Nathália Martin Oliveira –600974900

Disciplina: Farmacoterapia Odontológica

Turma: Período: 2º

Tema: Anti-inflamatórios Não Esteroidais

Professora: Dra. Regina Célia Pinheiro

Belo Horizonte
2023
RESENHA DESCIRITIVA

COSTA, Lindinalva Nascimento de Lima.; OLIVEIRA, Maria Hildene Costa de. OLIVEIRA,
Thalyta Pereira.; OLIVEIRA, Thiara Lorenna Bezerra da. O Risco do Uso indiscriminado dos
Anti-inflamatórios Não Esteroidais (AINEs). Revista Arte Ciência e Tecnologia – Faculdade
CET. Ed. nº 27, 2023. 23p.

O referido artigo trata-se da apresentação de um estudo sobre as principais


consequências do uso indiscriminado dos anti-inflamatórios não esteroides (AINEs) que teve
como metodologia a abordagem exploratória, qualitativa e quantitativa, no qual foi realizado
um levantamento bibliográfico e uma pesquisa de campo - coleta de dados através da aplicação
de questionário com perguntas fechadas, junto à 27 drogarias de 14 cidades do estado do
Maranhão e Piauí. As informações foram obtidas através de históricos de dados em programas
implantados nas referidas drogarias, no período de janeiro a junho do ano de 2020.
É um artigo de 23 páginas que está estruturado conforme os padrões de nomatização da
Revista Arte Ciências e Tecnologia da Faculdade CET e também da ABNT, contendo: Resumo,
Introdução, Referencial Teórico, Metodologia, Resultados da Pesquisa; Discussão dos
Resultados; Considerações Finais e Referencias Bibliográficas.
Incialmente as autoras trazem à tona a definição sobre o que são os anti-inflamatórios
não esteroides (AINEs), ressaltando que se trata de um grupo de fármacos usados com
frequência, e pontuam que o uso desses medicamentos vem crescendo nos últimos anos, por
apresentar uma classes bastante diversificada, os (AINEs) estão entre os fármacos mais
consumidos mundialmente, e destacam- se por ter propriedades anti-inflamatórias, analgésicas
e antipiréticas. No Brasil essa prática é bem relevante pela diversidade desses fármacos e pela
facilidade de serem adquiridos (BATLOUNI, 2010).
Os AINEs por serem fármacos que possuem múltiplas propriedades terapêuticas, estão
entre os medicamentos mais procurados em drogarias diariamente, dentre essa variedade de
fármacos, aqui alguns deles como, o ácido acetilsalicílico, diclofenaco, ibuprofeno, naproxeno,
cetoprofeno, Piroxicam, meloxicam, Nimesulida, e paracetamol pois compõem um grupo
heterogêneo de compostos mas que apresentam as mesmas atividades farmacológicas
(RANKEL et al., 2016).
Ainda de acordo com a contextualização, segundo Arrais et al (2016), o uso
indiscriminado e inadequado dos AINEs, expõe a população a sérios riscos em decorrência de
seus efeitos adversos, que pra muitos pacientes ainda são desconhecidos sendo assim necessário
usar meios informativos para conscientizá-las dos sérios riscos em decorrência do uso
desordenado dessa classe de fármacos, assim há uma maior necessidade de se ter atenção aos
problemas que podem agravar a saúde e comprometer a qualidade de vida do paciente.
A maioria dos AINEs estão inseridos na categoria de Medicamentos Isentos de
Prescrição (MIPs), o que pode contribuir bastantes para essa problematização do uso irracional
desta classe de medicamentos, pois são fármacos disponibilizados para comercialização em
drogarias sem a necessidade da prescrição de um profissional de saúde. (PEDROSO;
BATISTA, 2017).
Sobre referencial teórico, essa parte destacou a questão histórica dos AINEs, e sua
descoberta desde o Egito antigo com o uso de mirtilo e salgueiro para dores reumáticas até a
década de 1960 onde AINEs acídicos ou não foram sendo descobertos, e sendo produzidos, e a
procura por fármacos eficientes e com menos efeitos colaterais era cada vez maior dentre esses
estão: ibuprofeno, nimesulida, meloxicam, tenoxicam, piroxicam, sulindaco, aceclofenaco,
naproxeno, cetoprofeno, diclofenaco, entre outros, que então inseridos na classe dos anti-
inflamatórios não asteróides (AINEs) tradicionais ou convencionais (MONTEIRO et al.,2017).
Na sequência, tem-se a fisiologia da inflamação, onde as autoras descrevem sobre a
inflamação sendo um mecanismo natural que ocorre no interior dos tecidos, esse evento pode
ser vasculares onde ocorre aumento do calibre dos vasos e do fluxo sanguíneo, e eventos
celulares com o aumento do tamanho da célula que é o edema, este processo está diretamente
ligado a um grande número de células e mediadores físicos, químicos, biológicos, delimitando
a reparação e regeneração da área afetada, esses eventos caracterizam-se por alterações
vasculares que aumentam o fluxo sanguíneo alterando a permeabilidade e assim provocando o
extravasamento de exsudato e em consequência a formação de edema. (VERDASCA, 2015).
Ressaltam ainda, que a inflamação é uma resposta a ações infecciosas ou de anticorpos,
ela ocorre por processos como vasodilatação aumentando assim, a permeabilidade do tecido
afetado possibilitando a penetração leucocitária e de células fagocitárias, podendo ocorrer a
degeneração e fibrose do tecido afetado (PEDROSO; BATISTA, 2017).
Essas atividades acontecem por um processo e liberam o ácido araquidônico que irá
sintetizar as enzimas ciclo-oxigenases (COX-1, COX-2 e COX-3) e esta irá liberar os
mediadores da inflamação que são as prostaglandinas (PGs) e troboxanos (TXA2). A COX-1 é
constitutiva ou fisiológica ou seja, ocorre independente da inflamação, ela é produzida no
estomago, nos rins, nas plaqueta, útero e sistema nervoso central ( SNC ), é produzida
constantemente pelas células desses órgãos, independente de estímulos, sendo assim produzida
o tempo todo. ( ELY LS. 2014).
A COX-2 é induzida por mediadores inflamatórios e estarão presentes fisiologicamente,
em células polimorfo nucleares e em endotélio vascular quando recebem estímulos
inflamatórios. A COX-2 também pode ser constitutiva nos rins, endotélio vascular e sistema
nervoso central (SNC) (LULLMANN et al., 2010).
Ainda pontuam que a resposta inflamatória é essencial para a sobrevida ao se enfrentar
patógenos do meio ambiente e lesões, em algumas situações, a resposta inflamatória pode ser
nociva ao organismo na forma de reações até mesmo com consequências adversas graves e que
fisiologicamente é uma resposta de proteção dos organismos, no qual sua função é livrar o
organismo tanto da causa da agressão celular como das consequências desta agressão, pois sem
esta defesa as infecções permaneceriam, não cicatrizariam e os órgãos se degenerariam este é
um processo que está intimamente ligado ao envolvimento de um grande número de células e
mediadores químicos e biológicos capazes de desencadear uma cascata de eventos bioquímicos
celulares (DANTAS, 2019).
Existe duas classes de fármacos anti-inflamatórios não esteroides (AINEs), que são os
seletivos e os não seletivos para COX-1 e COX-2, os não seletivos inibem tanto a COX-1
quanto a COX-2, já os AINEs seletivos inibem mais a COX-2, e foram desenvolvidos
especialmente para inibir somente a COX-2 que são os denominados coxibes. O AINEs como
o, meloxicam e a nimesulida tem mostrado um grau de seletividade mais pra COX-2 assim
como o primeiro coxibe desenvolvido, que é o celecoxibe. (KO, 2018).
Cada COX está relacionada com um tipo de processo inflamatório, sendo fisiológico ou
indutivo, ao inibir sua ação, teremos também a inibição de uma série de mecanismos
fisiológicos responsável pela homeostasia dos tecidos, inclusive aqueles que desempenham
funções homeostática essenciais. Os anti-inflamatórios não esteroides (AINEs) tem um amplo
destaque por seus efeitos variáveis, mesmo sendo grupos bastante heterogêneo em suas
estruturas químicas, ainda sim são semelhantes em sua eficácia (OLIVEIRA 2019 ).
Os AINEs possuem três ações principais: ação anti-inflamatória, ação analgésica e ação
antipirética. Sua ação anti-inflamatória está claramente vinculada à inibição da COX 2,
resultando normalmente em vasodilatação, edema de modo indireto, e dor. É provável que
quando utilizados para casos inflamatórios, seus efeitos indesejáveis decorram em grande parte
da inibição da COX 1.
Inibindo as ciclooxigenases os AINEs podem provocar uma série de efeitos colaterais
como: diarreia, hemorragia gastrointestinal, dispepsia, úlcera péptica, disfunção e falência
renal, inibição da agregação plaquetária e aumento do tempo de sangramento, alterações dos
testes de função renal, do sistema nervoso central, provocar eventos cardiovasculares, icterícia
e interações com outras drogas. Ainda conforme o estudo, os analgésicos, antitérmicos e anti-
inflamatórios são os mais usados pela população sem o atendimento às recomendações médicas.
Por isso, são também os que mais causam intoxicações.
Com relação ao uso racional de medicamentos, é importante destacar a presença de um
profissional farmacêutico em drogarias para prestar atenção devida aos pacientes sobre o uso
correto dos anti-inflamatórios e informar sobre os possíveis danos que o uso indiscriminado e
desordenados dessa classe de medicamentos podem causar os organismo. Destacando-se que a
classe de AINEs está disponível entre os Medicamentos Isentos de Prescrição (MIPs), assim a
uma maior facilidade de acesso a essa classe de medicamentos, os riscos tornam-se mais
crescentes, por isso que a atenção farmacêutica é de grande importância na terapêutica,
mantendo o foco na orientação sobre posologia e horários dos medicamentos aos usuários, a
final a intervenção farmacêutica é o principal fator para o sucesso e segurança da terapia ( PAZ;
RALPH, 2020).
Como evidências, as autoras expuseram os dados obtidos a partir da aplicação do
questionários evidenciando que da maior parte dos anti-inflamatórios, o mais vendido são mais
seletivo COX- 2. Segundo Oliveira (2019), os anti-inflamatórios não esteroides (AINEs),
inibidores seletivos da COX-2, por fazer parte dos medicamentos isentos de prescrição (MIPs)
tornando-se mais fácil o acesso e por demostrar uma menor incidência de efeitos adversos em
comparação aos AINEs inibidores não seletivos.
´Na discussão dos resultados da pesquisa, ainda no diálogo com os autores, ressaltam
que de acordo com Glinka e Ribeiro (2018), o uso exacerbado do paracetamol justifica-se pelo
fato da demora dos atendimentos das grandes filas de saúde; pela comodidade do paciente em
tratar de sintomas já conhecidos, pelo direito de atuar sobre a própria saúde pela vivência de
experiências anteriores com o medicamento e indicação de amigos e familiares que juntamente
são grandes motivadores dessa prática. O uso de sobredoses de paracetamol, causar
principalmente hepatoxicidade medicamentosa.
Apontam que esta compreensão, por sua vez, promove a reflexão sobre a trajetória dos
usuários dessa classe de fármacos. O uso crônico desses medicamentos durante meses
sucessivos, sem nenhum conhecimento do que essas drogas podem causar a médio e longo
prazo ao organismo desses usuários. Daí a importância da prática da assistência plena em
drogarias pelo profissional farmacêutico, visto que este detém o conhecimento necessário da
farmacocinética, farmacodinâmica e posologia dos fármacos.
Nas considerações finais, as autoras enfatizam a constatação de que os AINEs
apresentam vários eventos adversos, podendo levar a quadros graves de intoxicação, uma vez
que, a maioria da população não tem conhecimento sobre os efeitos adversos e contraindicações
destes medicamentos, nem mesmo que estes podem interagir com outros medicamentos
comumente usados como os anti-hipertensivos e antiácidos.
E assim, tendo em vista que não há um controle mais efetivo sobre a venda dos AINEs,
seria prudente o investimento em campanhas que alertassem sobre seus riscos, bem como sobre
as interações medicamentosas, para que sejam evitadas possíveis pioras nos quadros de saúde
ou mesmo intoxicações dos usuários desses medicamentos.
É importante destacar, que o uso indiscriminado de qualquer medicamento pode levar a
efeitos adversos. Os AINEs, como nimesulida, paracetamol e diclofenaco, são comumente
usados para aliviar a dor e a inflamação. No entanto, seu uso prolongado ou sem supervisão
médica pode levar a vários problemas de saúde.
Os efeitos adversos mais comuns incluem anorexia, desconforto gástrico (dispepsia),
constipação, náuseas e vômitos, hemorragia, diarreia, coceira, erupção cutânea, hemorragia e
retenção urinária. Além disso, podem causar consequências cardiovasculares indesejáveis,
afetando o equilíbrio entre Tromboxano A2 e prostaciclinas, levando a um aumento de eventos
trombóticos.
É crucial que os pacientes sejam informados sobre os riscos associados ao uso desses
medicamentos e que sejam usados apenas sob a orientação de um profissional de saúde. Além
disso, é importante que as farmácias cumpram as regulamentações sobre a venda desses
medicamentos para garantir a segurança do paciente.
A avaliação de custo-benefício é crucial antes da administração de medicamentos. É
importante analisar e identificar o risco e o potencial de toxicidade, interações adversas e efeitos
indesejáveis com o uso indiscriminado dos AINEs (Anti-inflamatórios Não Esteroides). A
conscientização sobre a importância dos profissionais de saúde, incluindo os farmacêuticos, é
fundamental para educar, informar, minimizar ou impedir essa prática tão comum.
O alto consumo de anti-inflamatórios não esteroides em drogarias, como evidenciado
pelo trabalho apresentado, pode indicar a ausência de farmacêuticos em período integral.
Problemas diversos, a precariedade de profissionais e a falta de fiscalização nesses municípios
podem contribuir para um problema de saúde pública, aumentando assim os danos causados
aos indivíduos. Desse modo, é essencial que haja uma maior conscientização e educação sobre
o uso responsável de medicamentos para garantir a saúde e a qualidade de vida dos indivíduos.
REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS

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