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FATAO NACIONAL CURSOS

PÓS GRADUAÇÃO EM OZÔNIO

OZONOTERAPIA APLICADO A ENFERMAGEM - 2


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O USO DA OZONIOTERAPIA EM FERIDAS

A ozonioterapia é uma técnica que tem sido utilizada de forma crescente na área
da saúde e em vários seguimentos como em lesões de pele, estética e
tratamentos inflamatórios, entre outros.
O ozônio é uma molécula gasosa natural, composta de três átomos de oxigênio
medicinal puro, enquanto que a molécula de oxigênio é composta apenas por
dois átomos, considerado eficiente e viável financeiramente. O ozônio libera
oxigênio rapidamente, por essa razão podemos afirmar que tem ação oxidante,
melhorando a oxigenação sanguínea, promovendo aumento da capacidade dos
eritrócitos, facilitando a passagem pelos vasos capilares, promovendo melhora
no suprimento de oxigênio tecidual, atuando como analgésico e anti-inflamatório,
estimulando o crescimento do tecido de granulação em feridas, gerando reações
bioquímicas do metabolismo celular, que proporcionam a reparação tecidual,
facilitando o crescimento epitelial, inibindo crescimento bacteriano.
Considerando, desse modo que as lesões cutâneas acometem a população de
forma geral, independente de gênero, idade ou etnia, verificamos que a
prevalência de feridas crônicas tem sofrido aumento significativo, isto se dá
devido ao crescimento da expectativa de vida da população e aumento das
doenças de base, contribuindo para o surgimento das lesões de difícil
cicatrização e que necessitam de tratamento específico de facil acesso e com
boa resposta ao tratamento como a ozonioterapia.
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Denomina-se ferida ou lesão cutânea, quando há perda da integridade da


pele ou ruptura de tecido, podendo ocorrer o comprometimento da epiderme
e/ou derme, assim como pode atingir tecidos mais profundos, músculo, facias,
tendões e até mesmo exposição óssea. São classificadas como agudas ou
crônicas. As agudas são lesões recentes que podem cicatrizar num tempo
menor e com uma certa previsibilidade, conforme os estágios do processo de
cicatrização, enquanto que feridas crônicas, apresentam uma complexidade
maior, não costumam evoluir de acordo com as fases de cicatrização e podem
levar um período maior para completa reconstrução tecidual. Esses pacientes,
ainda na maioria das vezes tem doenças associadas como: diabetes, deficiência
vascular, neoplasias, entre outras.
O restabelecimento da integridade da pele é complexo, pois muitos
fatores podem influenciar no desenvolvimento adequado dessas funções como:
idade, exposição à raios ultravioletas, hidratação, medicações e nutrição.
Para identificar o tratamento mais pertinente destas feridas precisa-se
compreender o processo de cicatrização, considerando ainda os aspectos
biopsicossociais que são próprios de cada pessoa. Acredita-se que as
dificuldades de cicatrização atinjam um número considerável da população
mundial em geral, o que pode se estimar que em média 2% do orçamento em
saúde é direcionado para o tratamento destas lesões.
O tratamento de feridas é uma das áreas em que exige a qualificação dos
profissionais de saúde, pois é através do tratamento adequado que ocorrerá a
regeneração ou cicatrização, a depender das camadas lesionadas, avaliando-se
dessa forma a evolução e eficácia do tratamento (CARNEIRO; SOUSA; GAMA,
2010).
Cuidar das pessoas com feridas faz parte da assistência de enfermagem,
e ao longo do tempo vários produtos e tecnologias vêm surgindo com intuito de
aprimorar técnicas, reduzir gastos e o tempo cicatricial. Por isso, com os
avanços tecnológicos nesta área, obtiveram-se novos produtos e métodos
utilizados no cuidar desses pacientes, permitindo que a equipe de enfermagem,
em especial o enfermeiro, tenha várias estratégias para tomada de decisão no
tratamento de lesões (FERREIRA et al., 2013).
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A ozonioterapia faz parte dessas novas técnicas em andamento para


tratamento de lesões. O ozônio é um gás com infinitas aplicações, nos mais
diversos campos de atividade humana. É um gás presente na estratosfera,
permitindo que esta camada protetora de ozônio haja como um filtro da energia
ultravioleta (UV).
O ozônio (O3) é um gás bastante reativo e altamente instável, ou seja,
logo se recompõe a oxigênio (O2). É um dos oxidantes naturais mais potentes e
é também um poderoso germicida (ABOZ, 2016).
A ozonioterapia é um método minimamente invasivo, que se mostra capaz
de oferecer analgesia na maioria dos casos e se associa a raros relatos de
complicações. A utilização do ozônio no tratamento de infecções é documentada
desde o século XIX (OLIVEIRA, 2012).
Os tratamentos com uso de ozônio são rápidos, eficazes e econômicos,
quando comparados aos custos hospitalares decorrentes de tratamentos
extensivos, mesmo consistindo em várias sessões que variam em quantidade,
duração e condição da lesão de cada paciente (DUANY et al., 2010).
Partindo das citações elencadas e com base em análises referenciais,
este estudo justifica-se pela importância da explanação profunda a que se refere
ao tema, visto que existe uma escassez de informação, com base em
experiências e analise de casos. Considerando ainda como objetivo a
importância de intensificar interesses científicos, de saúde pública e até de
gestão no que tange reduzir gastos e promover a saúde da população, tendo
como primícias, a utilização da ozonioterapia no tratamento de lesões,
fundamentando aspectos históricos, conceituais e de eficácia terapêutica.
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Histórico
Historicamente, o primeiro registro bibliográfico do uso do ozônio na
medicina, ocorreu entre 1915 e 1918, na Alemanha. Inicialmente o tratamento
era utilizado para combater a ação de bactérias e germes na pele humana, em
um período que coincidiu com a Primeira Guerra Mundial, médicos alemães e
ingleses utilizaram o ozônio para o tratamento de feridas em soldados. A
descoberta das propriedades antibacterianas do ozônio permitiu aos
pesquisadores aprofundar o conhecimento de seus benefícios (AGUIAR et al.,
2010).
O que tornou o uso do ozônio uma terapia curativa em diferentes campos
da saúde notando que estas várias ações biológicas, ocorrem após ativação do
ozônio através das células imunes do corpo que produzem os mensageiros
especiais chamados citoquinas (mediadores importantes como interferon e
interleucinas). Estes informam outras células imunes, provocando uma cadeia de
mudanças positivas no sistema imune, que se torna capaz de resistir a doenças,
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obtendo resultados terapêuticos quando o ozônio é aplicado em doses
apropriadas e uma forma inofensiva para o corpo. (AGUIAR et al., 2010).
Tem uso industrial como um precursor para a síntese de alguns
compostos orgânicos, mais principalmente , como desinfetante, também
conhecida pelo seu papel importante na atmosfera, que elimina odores,
bactérias, vírus, fungos, parasitas, e outros microorganismos presentes no ar
que causam a doença, que é usado para a purificação de água e desinfecção.
(MATOS et al, 2014).

CONCEITO OZONIOTERAPIA NO TRATAMENTO DE LESÕES

A Ozonioterapia trata-se de um método minimamente invasivo, usado


para a o aumento da oxigenação tecidual e consequente aumento do
metabolismo, podendo ser aplicado por vias sistêmicas e tópicas na qual a
concentação varia de acordo com a patologia de cada pessoa.
Há inúmeras citações em estudos científicos apresentado por
especialistas da Associação Brasileira de Ozonioterapia (ABOZ) que
demonstram a eficiência da ozônio como agente terapêutico, em especial no
tratamento de feridas de difícil cicatrização, e ou quando outros métodos já não
tiveram tanta eficiência.
O Parecer normativo Nº 001/2020 COFEN reconhece a Regulamentação
Ozonioterapia como prática do Enfermeiro no Brasil, , onde o Enfermeiro
devidamente capacitado, possa prescrever a Ozonioterapia como terapia
complementar, seguindo-se os protocolos nacinais e internacionais de acordo
com os diagnósticos de enfermagem e pelas vias correspondentes , sendo
necessária a capacitação deste com cursos com carga horária mínima de 120
horas, conforme indicação contida nos autos do PAD Cofen nº 0220/2019 e que
o documento intitulado “Abordagens Terapêuticas para a Utilização do Ozono”,
aprovado no encontro que ficou conhecido como “Declaração de Madrid sobre
Ozonioterapia”, noano de 2010, seja adotado como o principal instrumento
orientador para a prescrição da Ozonioterapia por Enfermeiros. Ainda ressalta
que visando a qualidade e segurança da terapêutica, a ozonioterapia somente
seja aplicada através de equipamento medicinal, devidamente certificado pela
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Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Ainda se exige que há


necessidade de inclusão de termo de consentimento Livre e esclarecido para o
tratamento com Ozonioterapia e Manual de Procedimentos Operacional Padrão
(POP) Enfermagem para que o Enfermeiro possa trabalhar nesta área.
De acordo com a DECLARAÇÃO DE MADRID de 4 de junho de 2010
segue parte de citações e recomendações abaixo:
Em relação à abordagem e fundamentos terapêuticos da utilização do
ozônio, têm demonstrado relevância a nível molecular, de tal forma que em
concentrações baixas exercem efeitos terapêuticos com margem de segurança
satisfatória para aplicação local e sistêmica. Sendo que as concentrações
podem variar dos 5-60 μ g/ml.
Contudo se faz importante ressaltar que cada via de aplicação tem doses
mínimas e máximas, bem como concentrações e volume.
Segundo a recomendação da referida declaração, as doses terapêuticas
se dividem em três tipos, de acordo com o mecanismo de ação

 Dose baixa: estas doses têm um efeito imunomodulador e utilizam-se


nas doenças onde há suspeitas de compromisso do sistema imunológico.
 Dose média: são imunomoduladoras e estimuladoras do sistema
enzimático de defesa antioxidante e de grande utilidade nas doenças
crônico-degenerativas tais como, diabetes, arteriosclerose, DPOC,
doença de Parkinson, Alzheimer e demência senil.
 Doses altas: se utilizam especialmente em úlceras ou feridas infectadas.
Também para ozonizar azeite e água. A ozonização de azeite nunca pode
ser produzido com um gerador médico, porque não se pode evitar que o
vapor do azeite se difunda nos tubos de alta tensão. O resultado é a
produção de diversas substâncias muito tóxicas! Exceto nos geradores
com válvula que cortam a saída do ozônio

Ainda segundo os princípios da DECLARAÇÂO DE MADRID em


ozonioterapia, três fatores devem ser verificados antes de iniciar qualquer
terapêutica:

 Primum non nocere: em primeiro lugar não fazer mal.


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 Escalonar a dose: em geral, começar sempre com doses baixas e ir
subindo lentamente, exceto em úlceras ou feridas infectadas, nestas
proceder-se-á de forma inversa (começar com altas concentrações e ir
diminuindo em função da melhoria clínica).
 Aplicar a concentração necessária: maiores concentrações de ozônio
não são necessariamente melhores, de igual forma como ocorre em
medicina com todos os fármacos.

Se você não conhece o balanço redox (antioxidantes/pro-oxidantes) e o


paciente encontra-se em stress oxidativo, uma dose inicial média ou alta, você
pode lesar os mecanismos antioxidantes celulares e agravar o quadro clínico. É
preferível começar com doses baixas e subi-las lentamente segundo a resposta
do paciente.

FORMAS DE APLICAÇÃO RECOMENDADAS

As vias a seguir de aplicação descritas abaixo são seguras, provadas são


o resultado de muitos anos de experiência e de investigação.
Alguns guidelines são favoráveis a escala terapêutica das doses indicada:
 Guidelines da Associação Russa de Ozonioterapia, publicada no seu
"Manual de Ozonioterapia" (2008);
 Guidelines para o Uso do Ozônio em Prevenção e Terapia (2009);
 Guidelines do Centro de Investigação de Ozônio, dependência científica
do Centro Nacional de Investigação Científica de Cuba, publicados em
seu livro “Ozônio, Aspectos Básicos e Aplicações Clínicas” (2008);
 Inclui-se o significativo suporte científico do Dr. Velio Bocci no documento
“Há algum futuro da Oxigenio-Ozonioterapia em medicina?” (Rev. 2010)
enviado pelo autor para o Encontro Internacional da Declaração de
Madrid.
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IR* - Insuflação retal, atenção para concentrações maiores que 40 μg/ml, pois
podem danificar o enterocito. Excepcionalmente inicia-se com altas
concentrações nos casos de sangramento ativo da colite ulcerosa.
(60 μg/ml / Vol. ml e 50 ml). Quando ceder a hemorragia, baixamos a
concentração.
AHTM** - Auto hemoterapia maior, prefere-se utilizar concentrações em torno
de 40 μg/ml, em algumas situações poderemos avaliar o uso até 60 μg/ml, que
tem-se revelado seguro e com maior capacidade de indução das citosinas.
AHTMe*** - Auto hemoterapia menor.
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Bolsa de ozônio

Concentrações de 60-40-30-20 μg/ml, segundo o estágio e a evolução da lesão,


durante 20 a 30 minutos. 60-70 μg/ml devera ser usado apenas em infecções
purulentas. Uma vez controlada a infecção e logo que apareça tecido de
granulação, deve-se reduzir a concentração e espaçar as sessões para
favorecer a cicatrização

Aplicação tópica de água, óleo e cremes ozonizados

Aplica-se em feridas, úlceras e lesões infectadas em diferentes concentrações,


altas, médias e baixas, dependendo do objetivo que pretende obter
(desinfecção, regeneração) e o tipo de tecido onde se aplicam.

VIAS DE APLICAÇÃO NÃO RECOMENDADA - NÃO SEGURA

Injeção de ozônio endovenoso direto

Desaconselha-se a sua aplicação devido ao risco de embolia gasosa que


pode produzir mesmo que se utilize a bomba de infusão lenta. As complicações
da embolia podem ser desde sensação de um borbulhar torácico, tosse,
sensação de peso retroesternal, vertigens e alterações da visão (amblíope), até
sinais de hipotensão de crise de isquemia cerebral (paresia dos membros) e
morte. Logo não se justifica por em risco o paciente e a terapia, já que existem
métodos seguros, testados e eficazes.
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Vitaminas e ozônio

Durante o tratamento com ozônio é necessário suspender todos os


suplementos de antioxidantes que contém vitamina C e vitamina E. A presença
destes compostos em concentrações elevadas interfere com a ação do ozônio
como agente oxidante, e portanto, intervindo no bom curso normal da terapia.
É importante comunicar ao paciente que não deve ingerir quantidades
excessivas de alimentos que contenham estas vitaminas. Por conseguinte, as
vitaminas e antioxidantes, se devem administrar antes ou depois da
Ozonioterapia, mas nunca durante o tratamento.

VIA DE APLICAÇÃO PROIBIDA

Inalatória

A via inalatória está absolutamente proibida, por ser altamente tóxica. As


características anatômicas e bioquímicas do pulmão fazem que este seja
extremamente sensível aos danos oxidativos do ozônio.

BASES GERAIS PARA O TRATAMENTO

Nem todos os pacientes respondem de igual forma ao pequeno e


controlado stress oxidativo que produz a Ozonioterapia. Por isso o tratamento
com o ozônio devera sempre realizar-se de maneira escalonada e progressiva.
Começar com doses baixas e ir aumentar gradativamente para evitar riscos
desnecessários, entendendo que ainda não temos um método de diagnóstico
clínico do stress oxidativo que nos possa permitir ajustar as dosesgradualmente.
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Em decorrência da análise de referências e artigos, podemos afirmar que
o ozônio é um gás que há anos tem sido utilizado habitualmente com
perspectiva terapêutica, em distintas enfermidades, demonstrando propriedades:
viricida, fungicida e bactericida, induzindo a oxidação da membrana celular e
componentes citoplasmáticos, causando aextinção dos microrganismos.
Ainda que as evidências científicas se inclinem para os benefícios desta
terapia, é extremamente importante que a equipe de saúde obtenha amplo
conhecimento, para assim aplicá-la de forma segura e eficaz. Considerando que
a partir de seu uso será possível produzir e analisar evidenciar na prática clínica
subsídios baseados em evidências os benefícios da terapia no que tange a
tempo de internação, redução do tempo de cicatrização e diminuição de uso de
insumos e gastos públicos.
Firmando a idéia, Oliveira (2007), que relata que a aplicação clínica de
ozônio é muito promissora devido ao seu baixo custo de investimento, alta
eficácia e manutenção quando comparada com o uso de outras tecnologias
como terapia por pressão negativa e oxigenoterapia hiperbárica (OHB), além da
facilidade de aplicação e dos resultados benéficos, podendo constituir uma ótima
opção de tratamento para pacientes portadores de feridas, bem como para
outras indicações encontradas na literatura, podendo desta forma ser ampliada
para um uso terapêutico nas práticas de prescrição do enfermeiro.
O ozônio medicinal pode ser indicado para o tratamento de diversas
doenças e condições do paciente idoso, doenças causadas por vírus, tais como
hepatites, herpes simples e herpes zoster, feridas infectadas quaisquer,
inflamadas, de difícil cicatrização, como úlceras nas pernas, de origem vascular,
arterial ou venosas (varizes), úlceras por insuficiência arterial, úlcera diabética,
risco de gangrena, colites e outras inflamações intestinais crônicas,
queimaduras, hérnia de disco, protrusão discal, dores lombares, dores
articulares decorrentes de doenças inflamatórias crônicas, imunoativação geral,
como terapia complementar para vários tipos de câncer.
Importante que o profissional enfermeiro tenha conhecimento da
fisiopatologia de feridas para tomada de decisão referente a eleição da terapia,
quais tipos de feridas, classificações, processo cicatricial, tipos de necrose,
formas de desbridamento, avaliação e documentação das lesões em prontuário
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clínico e convencional, seguindo as recomendações preconizadas nas
Resoluções do COFEN – Conselho Federal de Enfermagem.
Ressalta-se que doses excessivas de ozônio podem causar danos aos
pacientes e doses baixas podem ser ineficientes, por isso, é recomendável que
somente um profissional capacitado indique a dosagem e via de aplicação
correta. Como o ozônio é um gás altamente instável e logo se recompõe a
oxigênio, o gás deve ser gerado no local do uso, com equipamentos específicos,
que produzem a mistura oxigênio-ozônio em concentrações específicas e
precisas.
Dentre as diversas Resoluções do COFEN, podemos destacar três,
primeira, a Resolução 159/1993 (Consulta de Enfermagem) que busca identificar
os fenômenos de enfermagem através dos sinais e sintomas durante a
anamnese e exame físico, segunda a Resolução 358/2009 (Sistematização da
Assistência de Enfermagem aplicada através do Processo de Enfermagem) que
visa avaliar e traçar condutas personalizadas para cada necessidade do
paciente e por último a Resolução 429/2012 (Registros de Enfermagem em
Prontuário Clínico Convencional e Eletrônico), onde enfatiza-se a necessidade
de seguir os princípios dos aspectos legais e éticos, evitando-se as infrações
disciplinares e éticas, bem como negligência, imprudência e imperícia,
documentando-se toda a assistência de enfermagem prestada.
A enfermagem está diretamente relacionada ao tratamento de feridas,
seja em serviços de atenção primária, secundária ou terciária, dessa forma
detém a responsabilidade de manter a observação intensiva com relação aos
fatores locais, sistêmicos e externos, que condicionam ao surgimento de feridas
ou interfiram no processo de cicatrização.
A visão clínica relaciona alguns pontos importantes que influenciam neste
processo, aspectos nutricionais, infecciosos, medicamentosos e o rigor e a
qualidade do cuidado educativo. Vale salientar ainda a importância da
associação dos curativos, que serão utilizados a partir da sistematização do
tratamento de acordo com os aspectos e evolução da ferida, pensando sempre
no tratamento em equipe interdisciplinar, visando assim um tratamento global a
este paciente.
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Considerando que ozonioterapia tem demonstrado eficiência significativa


no tratamento de feridas extensas e de difícil cicatrização, em processos
isquêmicos, alérgicos ou infecciosos e que ainda proporciona ação de
desinfecção e bactericida, a terapia tem chamado a atenção de pesquisadores,
por se apresentar como alternativa de baixo custo e bons resultados.
Contudo ainda se trata de uma terapia complementar, segundo relatos da
literatura, porém com relevância significativa no auxilio em muitos tratamentos,
proporcionando a cicatrização de feridas e melhor qualidade de vida aos
pacientes, decorrente da melhora da oxigenação tecidual, imunomodulação, e
propriedades antibacterianas e antifúngicas.
A ozonioterapia é uma técnica de aplicabilidade, acompanhamento e
avaliação do enfermeiro, por isso o profissional deve estar capacitado e
qualificado, para tomada de decisão e acompanhamento de forma intensiva no
processo cicatricial, com a finalidade de identificar efeitos adversos, e se
necessário a terapia poderá ser associada, ou até suspenso seu uso.
Desse modo, podemos considerar que a utilização terapêutica do ozônio
ainda está na fase inicial, pois as informações sobre seu uso no tratamento de
feridas são poucas, ainda assim, existem algumas evidencias que descrevem
seus benefícios. Contudo vale ressaltar a importância de aprofundamento em
estudos e evidências cientificas que visem expandir as ações na assistência de
Enfermagem, demonstrando experiências na pratica, bem como possíveis
efeitos adversos e contra-indicações, favorecendo assim o uso com maior
freqüência e segurança para o paciente.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS

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