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A TRANSCENDENTALIDADE DA DOUTRINA DO AMANHECER – ACERVO OGANOR

A TRANSCENDENTALIDADE DA
DOUTRINA DO AMANHECER
Pelo Trino Regente Triada Tumarã
(Palestra no I Seminário dos Templos do Amanhecer de Minas Gerais – Ipatinga, 15.8.98)

CAPELA
Nos anos 60, quando iniciava sua jornada para concretizar a Doutrina do Amanhecer,
Tia Neiva teve os primeiros desdobramentos nos quais manteve contato com seres de outro
planeta. Em seu livro “2000 - A Conjunção de Dois Planos”, o Mestre Tumuchy nos relata a
primeira viagem que Koatay 108 fez a Capela, na constelação do Cocheiro. A bordo de uma
nave cheia de instrumentos, Johnson Plata a conduziu ao “Planeta Monstro”, assim
denominado por ser muitas vezes maior que a Terra, e ser considerada a 6ª entre as
estrelas mais brilhantes. Johnson Plata explicou que aquela bela bola luminosa, gasosa e
colorida, era composta por quatro mundos diferentes e separados. Um deles chamava-se
Umbanda, que significa “Banda de Deus” ou “Lado de Deus”, e era parte pura do planeta.
Outro era CAPELA, que significa “Última Espera” ou “Guarnição do Nicho de Deus”. Ali
vivem os seres a quem chamamos “Cavaleiros de Oxosse”, seres físicos que têm importante
função na Terra, e se apresentam desmaterializados. Os habitantes de Capela são gente
como nós, espíritos ocupando corpos físicos, moleculares, mas sua composição é diferente
da nossa. Capelinos trabalham junto a nós, muitos encarnados na Terra, humanos como
nós, outros no plano etérico, como nossos Mentores ou Guias Espirituais. Tia Neiva ficou
surpresa ao ser apresentada a um Capelino, chamado Stuart, a quem sempre conheceu
como nosso querido Tiãozinho. Assim, os Capelinos tentam mudar os rumos da
Humanidade na Terra, instruindo espíritos que aqui voltam a reencarnar, auxiliando os
desencarnados nas Casas Transitórias, atuando como missionários encarnados, ensinando,
protegendo, amparando o Homem em sua jornada de volta ao Planeta-Mãe. Os espíritos
que se comunicam conosco são seres físicos, lidam com processos materiais, diferenciados,
portanto, dos processos dos espíritos e têm uma tarefa a executar. Utilizam nossa
mediunidade e também fazem suas projeções de Capela, diretamente, ou de espaçonaves -
as amacês. Esta ligação foi feita por força da nossa missão na Terra, para onde viemos
espiritualizar o Homem que aqui existia, fruto da evolução no planeta, mas que se
encontrava em estágio primitivo. Essa missão foi a oportunidade que os Grandes Espíritos
nos concederam para buscar a harmonia que nos faltava para poder continuar nossas vidas
em Capela. Na verdade, esta missão tinha, como objetivo primordial, estabelecer as bases
do Sistema Crístico neste planeta, obra que seria desencadeada com a chegada, à Terra,
do Divino e Amado Mestre Jesus.

OS CAPELINOS NA TERRA
Há cerca de trinta mil anos antes de Cristo, chegou à Terra um grupo de espíritos
missionários com corpos diferentes dos nossos, com estatura entre três e quatro metros,
tendo uma fisiologia que os tornava quase indestrutíveis na Terra. Originários de Capela,
estavam plenos de Deus e da Eternidade, pois sua constituição era de pura luz e sua
individualidade era conhecida apenas de Deus e dos Grandes Mestres. Para poderem
cumprir sua missão, passaram a habitar corpos densos e, para operá-los, tiveram
necessidade de criar corpos intermediários - as almas. Até então vivendo sem cuidados
pessoais, começaram sua odisséia individual neste planeta, em que o meio físico já estava
sedimentado, porém sujeito às variações de busca de equilíbrio em sua órbita ao redor do
Sol. Da nebulosa inicial já se haviam passado bilhões de anos, e a energia telúrica,
concentrada na pirosfera, emitia poderosos feixes magnéticos e ondas de força que iam
plasmando mares e terras, elevando montanhas, formando vales, distribuindo as águas e
formando sistemas atmosféricos onde proliferavam as formas de vida vegetal e animal. Os
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Capelinos vieram em chalanas, desembarcando em sete pontos do nosso planeta – nos


Himalaias (região atual do Tibet); na Mesopotâmia (atual Iraque); nos Hiperbóreos (atual
região ártica, incluindo a Groenlândia e o Alasca), na Atlântida (atualmente submersa pelo
oceano Atlântico); na Egea (civilização que foi submersa na região do mar Mediterrâneo,
dando origem às ilhas gregas do mar Egeu); no Planalto Central Africano (entre o lago
Vitória e nascentes do rio Congo, no Zimbabwe); e na cordilheira dos Andes (na faixa
oriental da América do Sul, atuais Peru, Bolívia e Colômbia). Trazendo uma alma singela,
obedecendo às normas espirituais e sabendo utilizar as forças cósmicas, especialmente as
do Sol e as da Lua, os Capelinos foram padronizando a exploração das energias vitais com
vistas à energização da Terra, enquanto utilizavam energias das usinas solares
contrabalançadas pelas geradas por usinas lunares. Cada uma das regiões ocupadas tinha
seus planos evolutivos, sendo controladas suas alterações na crosta terrestre e dispondo de
aparelhos específicos para os trabalhos. Sendo de constituição diferente dos terráqueos e
portando grandes poderes, são lembrados por vestígios desse início civilizatório,
principalmente, pela mitologia desses povos, pois eram verdadeiros deuses, portadores de
forças prodigiosas e de conhecimentos fantásticos.

1. RAIZ DOS HIMALAIAS


Expandindo-se pelos povos mongóis e chineses, esta raiz começa a ser conhecida a
partir do século VI A.C., quando nasceu o príncipe Sidhartha Gautama (566-486 A.C.), filho
do rei Suddodhana e da rainha Mayadevi, que morreu no parto, no reino de Kapilavastu,
região do Nepal, nos Himalaias. Chocado com a morte da esposa, o rei decidiu manter seu
filho longe da maldade do mundo e o criou confinado no imenso palácio, sob a orientação de
um tia, direcionando sua educação para a sucessão real, treinando-o no manejo das armas
e práticas de combate, encarregando o sábio Visvamitra de sua educação moral e espiritual.
Completados seus dezesseis anos, Sidhartha se casou com Yasodhara, tendo um filho –
Rahula. Um dia, já com 29 anos e cansado de ser prisioneiro de seu pai, Sidhartha se
disfarçou de mercador e, acompanhado por um fiel servo, escapou do palácio e foi conhecer
o mundo exterior, ficando profundamente chocado com a miséria que viu, com as doenças e
pobreza do povo. Desiludido com o pai, que lhe afirmara, sempre, que só havia alegria e
felicidade em seu reino, abandonou o palácio, a família e o poder, obcecado pela idéia de
descobrir as origens da dor e da morte, e se juntou a um grupo de brâmanes, trajando
apenas uma túnica amarela e levando uma tigela para recolher parcos alimentos recebidos
como esmola. Inquieto e insatisfeito, pois não conseguia obter o aprendizado que desejava,
sentindo a fragilidade das explicações dos brâmanes, foi meditar sob os ramos de uma
figueira sagrada – Bodh – no alto do monte Gaya. Mergulhado em profundo êxtase,
enfrentou e resistiu a perigosas tentações, obtendo triplo conhecimento: a memória de vidas
passadas; nascimento e morte dos seres; e a destruição em si mesmo dos desejos que
causam as reencarnações sucessivas nesta Terra, recebendo instruções de espíritos
superiores e a denominação de Buda – o Iluminado – ou Tathagata – o Que Alcançou a
Meta – tendo a certeza de que seria aquela sua última encarnação neste plano. Em
Rishipatana, num pequeno círculo de cinco ascetas que se reuniram no Mragadava, perto
de Varanasi, começou sua pregação que iria durar 55 anos, baseada na idéia de que a
ignorância era a causa de toda a aflição do Homem. Foi composto o Tripitaka, livro de
sermões e leis escritos por Buda, destacando-se o Sermão da Boa Lei que ensinava, seis
séculos antes de Cristo, idéias e princípios que seriam pregados por Jesus em seu Sermão
da Montanha. As dez perfeições búdicas são: a dádiva, o dever, a renúncia, o
discernimento, a coragem, a paciência, a verdade, a resolução, o carinho e a serenidade.
Pela evolução espiritual o Homem alcançaria o Nirvana – identificação com Deus -, um ser
incognoscível, acima da compreensão humana. Quando Buda desencarnou, em
Kusinagava, deixou a doutrina bem estruturada, com base em ensinamentos sobre uma
conduta reta e honrada, devendo seus seguidores serem moderados nas paixões e na
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bebida, evitarem negociar escravos, armas, bebidas e venenos, e manterem atitudes


positivas , sempre com amor, honestidade, bondade e caridade. Foi muito difundida no
oriente, sendo a religião adotada na China, no Tibet, no Ceilão, na Birmânia e no Japão.
Uma derivação do budismo aconteceu no século II A.C., quando surgiu o Hinayama – o
Pequeno Veículo -, mantendo os ensinamentos de Buda, prevalecendo no Ceilão, no Sião,
na Indochina e em Burma. Mas a linha que manteve o veio energético, desde suas origens
nos Himalaias, foi a Mahayana, budista com influência hinduista, com rituais pomposos,
distribuída pelo Tibet, Mongólia, Nepal, China, Coréia e Japão, tendo como líder o Dalai
Lama. Esta raiz – o Mundo Encantado dos Himalaias - é invocada na Doutrina do
Amanhecer, especialmente na consagração da Elevação de Espadas. No Tibet, durante
séculos, foram preparados muitos iniciados, que trabalharam em concentração, como
verdadeiros espíritos extraterrestres. Não há, para cientistas e pesquisadores na atualidade,
qualquer explicação plausível para tal concentração de intensidade de conhecimentos
transcendentais e de construções naquelas montanhas, nas condições mais adversas.
Enquanto as outras Raízes foram desaparecendo, por questões ligadas à própria evolução
psico-física de seus descendentes, a do Himalaia permaneceu ativa. Houve uma
transferência daquele foco crístico para a área onde estavam concentrados os vários tipos
de humanidade, na Palestina, lugar escolhido para a chegada de Jesus. Entre o Tibet e o
Oriente Médio havia uma comunicação, apesar da distância imensa. A comunicação era
rápida, e, na época de Jesus, José de Arimatéia era o responsável por estas comunicações.
Inclusive, Maria e José visitavam Jesus, no Tibet! O povo tibetano atuava sobre as pessoas
que estavam com Jesus, da mesma forma que, hoje, entidades atuam sobre nós. Os Lamas
tibetanos prepararam toda a infra-estrutura para a chegada de Jesus. Os Lamas projetavam
sobre os Apóstolos e eram eles que falavam através deles. Daí a ligação entre os tempos
mais remotos, mais longínquos, e os Grandes Iniciados, que estavam preparados para
receber aquele impulso crístico. Aí vemos que Jesus foi parte do Sistema. O Sistema, como
um todo, é o Verbo Divino, e sempre existiu em todos os tempos. Do Tibet, aquela força
poderosa se projetou na Palestina, e continua viva e atuante, até hoje, se manifestando nos
diversos trabalhos do Vale do Amanhecer.

2. A RAIZ DA MESOPOTÂMIA
Encontramos os preciosos veios da Verdade em todas as linhas derivadas das primitivas
regiões onde se iniciou a missão dos Capelinos. Da região da Mesopotâmia, os Capelinos
se expandiram, já tendo formado a raça Ariana, de pele branca, indo para o Ocidente,
penetrando na Europa, chegando até a Normandia e à península da Itália, mesclando-se ao
Norte com os povos caucasianos e com os Celtas, fazendo o cruzamento das linhas dos
Hiperbóreos com os Arianos. Expandindo-se para o Oriente, conduzidos por Rama – um
jovem sacerdote, espírito missionário que obteve imenso prestígio e respeito ao debelar
mortal epidemia que acometera seu povo - invadiram, inicialmente, a Índia, influenciando os
povos remanescentes da região e dando origem ao Hinduismo ou Bramanismo,
considerado, historicamente, a religião mais antiga do planeta, com acervo de mais de 10
mil anos antes de Cristo afirmando ser Brama o ser supremo, o deus onipotente, onisciente,
infinito, ilimitado, eterno, manifestado objetivamente no Universo, que não podia ser
compreendido pela inteligência criada e finita como a do Homem. A evolução se faria
através dos reinos mineral, vegetal e animal, de forma progressiva, através da reencarnação
– samsara – presidida pela Lei de Causa e Efeito – carma -. Já afirmava uma trindade:
Brama, o Criador; Vishnu, o Conservador; e Shiva, o Destruidor e o Regenerador. Na
realidade, estes seriam três aspectos ou manifestações de Brama. Estabelece que o
Universo está composto por sete planos ou níveis, com apenas cinco manifestados: o físico,
o astral, o mental, o búdico e o monádico, governados pelos deuses Kaluti (terra), Varuna
(água), Vayu (ar), Agni (fogo) e Indra (éter ou Akasha). Um dos mais importantes livros do
Hinduismo é o Mahabarata – a Grande História – do qual fazem parte o conhecido
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Bhagavad-Gita, com os diálogos de Arjuna e Krishna sobre a Vida e a Morte. Arjuna


pergunta como um Homem que, nesta vida, cumpra seus deveres morais e religiosos, pode
se livrar do peso de seu carma, e Krishna lhe diz que as boas ações, conduzidas pelo amor
a Deus e não para a obtenção de benefícios materiais, podem aliviar o carma, e, pela
harmonia com Deus, o Homem pode anular pontos do seu ciclo de reencarnações. Há,
também, o Ramaiana – o Caminho de Rama – onde são relatados fatos da vida do príncipe
Rama, que seria a sétima reencarnação de Vishnu, e saindo da Índia invadiu a Europa,
levando à predominância de seu povo - Ariano - àquelas regiões. Na Lei do Adjunto, em
23.7.78, Tia Neiva puxou estas raízes, formadoras da Corrente Indiana do Espaço,
esclarecendo que Adjunto Koatay 108 Arjuna-Rama significa Multiplicação Divina, fazendo a
união das linhas de Arjuna e de Rama; Raja é o mesmo que Solitário, o Adjunto sem povo.
Os Sétimos Raios se projetaram na força de D’Havaki Gita (Ilimitado) e os Sextos Raios na
raiz de D’Hira (Continuação ou Continuidade).
2.1 - SUMÉRIA e ACÁDIA - Como a civilização mais antiga conhecida na Terra,
os Sumérios já tinham erguido, 5000 AC, poderosas cidades na Mesopotâmia, região entre
os rios Tigre e Eufrates. Homens brancos, de cabelos pretos, fizeram um sistema de
irrigação unindo os dois rios e propiciando excelentes condições para a agricultura,
produzindo muitos alimentos e matéria-prima para diversos artífices. A liderança das
cidades era de um príncipe reinante – ensi – que personalizava o sacerdote-chefe e o
governador da casa de deus, das terras e dos servos. Se um ensi ampliava seu poder a
outras cidades, passava a se denominar lugal (“rei”). Em 3000 AC, a Suméria possuía um
grupo de cidades-estados independentes, incluindo Kish, Umma e Lagash, com reis
hereditários lutando pelo poder central, até que Zaggisi, lugal de Umma, assumiu o controle
de quase todas as cidades-estados, em 2320 AC, reinando até 2306 AC, quando Sargão,
chefe da Acádia, ao norte da Suméria, de ascendência Semita, conquistou o poder,
ampliando os territórios acadianos com incentivos ao comércio e às construções. Era grande
o cultivo de trigo, cevada, ervilhas e algodão, cuja fibra era fiada para fazerem tecidos que
eram tingidos em cores vivas. Ovelhas eram criadas para fornecer a lã e, juntamente com
criações de porcos, vacas e cabras, supriam o povo com leite e carne. Fabricavam tijolos
com lama misturada com canas esmagadas, e peças de madeira para construções. Usavam
touros, búfalos, burros, camelos e elefantes como animais de carga. Embora sob o poder
acadiano, floresceu a cultura da Suméria, inclusive no aspecto da Astrologia. A Astrologia
procura, na verdade, direcionar as ações do Homem considerando, apenas, as influências
dos astros. Não existe uma força direta dos astros, e sim uma certa influência, que se faz no
corpo astral, de acordo com a posição de planetas e estrelas, das constelações que, de
muito longe, enviam suas energias, que se somam a uma série de outras, que agem e
interagem nos plexos do Homem. As origens - as constelações do Zodíaco - emitem seus
raios, que vão atingir, com maior ou menor grau de intensidade, aqueles que a elas estão
ligados, seja por força de suas próprias origens, seja pela crença em seus efeitos, que
atuam especialmente de forma psicológica, refletindo comportamentos e ações variados. Os
signos do Zodíaco - ou constelações - realmente influenciam a Terra, dentro de toda a ação
interligada das forças que nos regem. Todavia, não são determinantes. São, apenas,
indutoras. Os horóscopos e os mapas astrais são instrumentos de aferição dessas
influências ou tendências. Não abrigam todas as forças que atuam sobre o Homem, de
modo que ficam na dependência de muitos outros fatores, principalmente o Livre Arbítrio.
Existe, sim, aqueles que correspondem aos seus retratos, dentro do signo, e, por isso,
sofrem maior influência dos astros que os regem. A força astral, a energia do espaço, o
poder de nossas Estrelas, tudo se faz presente em cada momento de nossas vidas, mas
não somos dominados por eles. Caso acontecesse, isso significaria desprezar toda a
potencialidade de nossa Doutrina, das forças do Reino Central e de nossos Mentores, que
nos regem, nos protegem e nos conduzem em nossos trabalhos e em nossos caminhos.
Temos, sim, que ter consciência dessas forças astrais, saber o seu valor, ao que induzem,
para que possamos, quando necessário, contar com elas, somando-as às que já possuímos
e aprendemos a usar. Na parte referente a Estrelas, fazemos observações mais detalhadas
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destas forças que nos chegam. No livro “2000 A Conjunção de Dois Planos” o Tumuchy
relata uma passagem do encontro de Tia Neiva com Johnson Plata, em que este Capelino
fala: “A Astrologia é válida, mas não nos termos em que é apresentada na Terra. Na
verdade, é uma profunda iniciação, que só alguns conseguem alcançar em vida na Terra.
Seus princípios são exatos e científicos. Os seres que são enviados à Terra o são
consoante um conjunto vibratório de Astros ou Mundos. Esses corpos celestes de origem
dão a esses seres a tônica de sua trajetória no planeta e alimentam o seu psiquismo.”
Existem vestígios de anotações astrológicas em tabuinhas sumerianas, cerca de 2500 AC,
que já faziam referências a “documentos que não mais existem”! Na Grécia e em Roma, a
Astrologia se colocou entre as Ciências de primeira linha. Pelos antigos documentos
sumerianos, a Astrologia teria sido ensinada por um ser extraterrestre, que surgiu do mar,
na Babilônia. Seu nome era Oannes, e tinha o aspecto de um peixe, embora com cabeça e
corpo de forma humana; conseguia articular bem as palavras e durante o dia ensinou
ciências, artes, agricultura, religião, tendo até dado amplas noções de Geometria. À noite,
voltava para o mar, só voltando na manhã seguinte. Uma corrente astrológica que liga os
ciclos ou eras à Precessão dos Equinócios, fenômeno observado há milênios pelas antigas
civilizações. Enquanto a Terra gira sobre si mesma, seu eixo se desloca, traçando um
círculo no espaço. Se a direção do eixo muda, o mesmo acontece com o plano equatorial
em relação ao plano da órbita terrestre. O ponto de contato desses dois planos é
denominado Precessão dos Equinócios. Assim, em relação à Terra, todas as estrelas
completam uma volta no céu a cada 25.920 anos, período que é denominado o Grande Ano
de Platão. Cada 72 anos correspondem a 1 grau de movimento precessional, e a cada 30
graus se iniciaria uma nova era, isto é, a cada 2.160 anos. Os sacerdotes sumerianos
organizaram um calendário agrícola, com base no ciclo das estações, orientando os
agricultores sobre as melhores épocas para plantio e colheita. Organizaram um sistema de
numeração tendo como base o número 60, que originou o cálculo da hora dividida em 60
minutos e os 360 graus do círculo. Em 2.189 AC, uma revolta ocorreu no reino acadiano,
surgindo poderosos reis sumerianos da 3ª dinastia de Ur, iniciada por Ur-Nammu (2079 a
2061 AC), que deram grande esplendor à Suméria. Quando um rei de Ur morria, era
venerado como um deus. Erigiram, com seus tijolos de lama, construções de cabalas, a que
denominavam zigurates, para manipulação de forças cósmicas e extracósmicas. Em 1970
AC, termina a 1ª dinastia de Ur e a administração da região passa à Babilônia. A linha
sumeriana nos legou amplos conhecimentos de Matemática, Geometria e Astronomia,
sabendo manipular a energia dos corpos celestes e a contagem das estrelas.
2.2 - OS HITITAS - Cerca de 1770 AC, começou a expansão do império Hitita, que,
da Mesopotâmia, chegou à Líbia e ao Líbano, guerreando com o Egito à época de Ramsés
II e, depois, habitando Canaã antes da chegada dos Hebreus. Viveram, como Amorreus e
Jebuseus, nas montanhas ao redor de Jerusalém, havendo maioria entre os Cananeus.
Hebron é uma cidade de origem Hitita. Com a religião influenciada pela assiro-babilônica,
prestavam culto a divindades abstratas e escreviam os nomes dos deuses com ideogramas
correspondentes aos usados na Babilônia, tendo Taru como o principal deus, que regulava
as tempestades, as chuvas e o clima em geral. A deusa solar era Wurusemu, venerando
deuses babilônicos como Ea, Anu e Star. Telepino, deus que simbolizava a Natureza, morria
e renascia, renovando-se anualmente. Cremavam os cadáveres e faziam muitos rituais, com
liturgia plena de hinos e preces. Cultivavam a magia e a adivinhação em elevado grau e
usavam ritos mágicos especiais para a cura de doenças e purificação das impurezas.
Existem, no Velho Testamento, diversas citações sobre os Hititas. Com conhecimentos
transcendentais, legados pelos Capelinos que chegaram à Mesopotâmia, os Hititas foram os
grandes percursores dos trabalhos de curas - vibracional e desobsessiva – com base no
fluxo das correntes magnéticas da força vital, que buscavam normalizar pela manipulação
vibratória dos chakras.
2.3 - A BABILÔNIA - Por volta de 1728 a 1686 AC, o rei Hamurabi, da Babilônia,
conseguiu o domínio de toda a Mesopotâmia e regiões vizinhas, substituindo os príncipes
por governadores de província sob o comando centralizado da Babilônia, editando leis que
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formaram o Código de Hamurabi, conhecido como a lei do “olho por olho, dente por dente”,
que prevaleceu entre as diversas linhas da região até a chegada de Jesus. A sociedade
compreendia três classes: nobres ou grandes proprietários; pequenos proprietários, que
possuíssem servos; e os escravos, geralmente prisioneiros de guerra, mas que podiam
tornar-se proprietários. Se um escravo se casasse com uma mulher livre, os filhos seriam
livres. Foram estabelecidas regras para o comércio, onde surgiram contratos, acordos,
uniformidade de pesos e medidas de metais preciosos, empréstimos de dinheiro a juros, que
eram pagos com cereais ou com prata, e seguros contra enchentes. Em 1530 AC, os Hititas
invadiram a Babilônia, dando início a uma onda de conquistas da cidade, que só findou em
605 AC, quando Nabucodonosor, rei da Babilônia, venceu os egípcios e estendeu seu
império desde a Mesopotâmia até o Egito. Em 586 AC, conquistou Jerusalém e mandou
para a Babilônia a maior parte do povo de Judá como escravos. Nabucodonosor reconstruiu
e ampliou a velha cidade. Com cabalas e templos, a nova Babilônia era uma imponente
cidade murada, podendo comportar 200 mil habitantes. Seu templo principal tinha 8
andares, erguendo-se a uma altura de 99 metros do nível do solo, com base de 28 metros
quadrados. A nova civilização babilônica só viveu por 87 anos, quando Ciro derrotou o rei
Nabunido, da Babilônia, que passou a pertencer à Pérsia. Tinha a religião babilônica sido
influenciada pelos assírios. As divindades apresentavam características humanas, em um
antropomorfismo religioso, sublimadas e um grau elevado, mas com famílias, defeitos e
virtudes. Havia duas trindades de deuses, uma cósmica (Anu, o Céu; Ellil, o Ar; e Ea, a
Terra) e outra astral (Shamash, o Sol; Sin, a Lua; e Istar, o planeta Vênus). Muito
venerados, entre o grande panteão babilônico, eram Adad, deus das tempestades; Assur,
deus guerreiro; e Marduk, criador e ordenador do Universo. Os zigurates ou cabalas eram
construídos em planos elevados, com a escada representando a ligação entre o Céu e a
Terra. Praticavam a cura desobsessiva, colocando um animal junto ao paciente para que o
espírito obsessor passasse para ele. A magia e a adivinhação eram largamente usadas,
fazendo-se previsões com fígados de animais, vôos das aves, interpretações de sonhos e
oráculos. Tinham vida religiosa intensa, com rituais e cultos, sendo o rei o chefe supremo
das diversas categorias de sacerdotes, que compreendiam adivinhos, exorcistas, cantores,
magos, purificadores e muitos outros. A maior festa era o Akitu – o ano novo babilônico -,
em que havia um grande desfile com as estátuas de todas as divindades e uma imensa
quantidade de súplicas implorando prosperidade para o ano que se iniciava. Assim, a
Babilônia representou a grande dificuldade para se manter a linha dos Hebreus, quando
Jerusalém foi conquistada e seu povo escravizado. Houve grande pressão para que os
Judeus aceitassem os deuses da Babilônia, o que representou grande provação para a
confiança e a fé dos Hebreus em seu Messias e nas lições do Velho Testamento. A
Babilônia representava o poder da matéria, dos bens terrenos, em níveis que nem sequer
haviam sido imaginados pelos Judeus. Foi representada pela figura de uma prostituta, que
trocava por licenciosidade os bons costumes e os bens morais dos Hebreus. Foi um
importante teste pelo qual passou – e venceu – a raiz hebraica.
2.4 – A PÉRSIA - O povo iraniano, da linha Ariana, composto por duas grandes
tribos – Persas e Medos -, ocupou grande área no planalto entre o mar Cáspio e o golfo
Pérsico, cerca de 2000 AC. Em 559 AC, Ciro, rei persa, unificou as duas tribos e iniciou
grandes conquistas, que foram ampliadas por seus sucessores, especialmente por Dario
(521-486 AC), organizando os territórios em satrápias ou províncias, dirigidas por um
governador civil e um comandante militar, estando sempre presentes funcionários especiais
– “os olhos do rei” – cuja missão era verificar se tudo estava de acordo com as instruções e
ordens reais. Havia muita prosperidade para os povos, com redes de irrigação, estradas,
culturas alimentícias e de árvores, e com o comércio estimulado pela criação de bancos e
uso de cheques bancários. Em 500 AC foi fundada a religião persa, por Zoroastro – ou
Zaratrusta – que significa Estrela Dourada ou Esplendor do Sol – que divulgou o Zend-
Avesta, coleção de textos sagrados a ele revelados pelo Senhor e Grande Sábio Ahura-
Mazda, na Pérsia, onde se revelava a luta entre o Bem – Ormuz, servido pelos gênios do ar,
do fogo, da água, do Sol, da Lua e das estrelas – e o Mal – Ahrimán, servido por espíritos
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destruidores. O juiz das almas desencarnadas era Shraosha, auxiliar de Ormuz. Os templos
eram sem pinturas ou imagens, só sendo cultuado um fogo simbólico de Deus. Mais tarde,
surgiu uma entidade do Bem – Mitra – deus luminoso que ajudava a Humanidade. No ano
de 242 houve uma tentativa de alterar o Zend-Avesta, feita por Mani ou Maniqueu, um
babilônio que sofreu perseguições e acabou crucificado pelo rei persa Sapor I. O
Maniqueismo pregava a dualidade dos seres, com o Bem e o Mal presentes em todos. A
alma luminosa do Homem estaria encerrada no corpo escuro da matéria. O Sol e a Lua
seriam apenas manifestações da Luz, e não deuses. Jesus era um mensageiro da Luz
Divina e suas parábolas deveriam ser estudadas com atenção. Por isso adotaram o batismo
e a comunhão. Os seguidores desta doutrina surgiram por toda a Europa, principalmente na
França, onde formaram uma seita poderosa, chamada de Cátaros ou Albigenses, que se
propagou pelos países vizinhos e foi cruelmente destruída pela Inquisição. O império Persa
sucumbiu rapidamente ao ser o rei Dario III derrotado por Alexandre Magno, no ano 331 AC.
A Pérsia foi o grande centro propagador das idéias de bons serviços comunitários, que
visavam o bem-estar do povo e o aumento da produção e da comercialização de produtos,
gerando o enriquecimento de cidades e levando à melhoria de níveis sociais de seus
habitantes. A linha Ariana, neste sentido, evoluiu bastante, servindo como base às
sociedades grega e romana, que souberam apreender o que de bom estava à disposição
nas antigas civilizações, indo dar enchimento racional e espiritual às estruturas persas.

3. A RAIZ DOS HIPERBÓREOS


Os Hiperbóreos eram, segundo os gregos, “um povo que habitava além do Vento Norte”,
numa região de Paz e Sabedoria, até hoje não localizada, mas compreendendo a atual
região ártica, que corresponde ao atual pólo Norte. Esta raiz foi o povo de Apolo, que
deixava Delfos entregue a Dionísio e para lá ia uma vez por ano, no inverno. A Hiperbórea
era totalmente inacessível por terra ou por mar. Na Mitologia grega há a história de Perseu,
que conseguiu ser recebido pelos Hiperbóreos. É deles que se originaram os Esquimós, os
Vikings, os Anglo-saxãos, os Eslavos e os Celtas.
3.1 – OS CELTAS – Mesclando-se com os Arianos, a linha Celta ocupou a região
setentrional dos Alpes, formando, a partir do século XII AC, tribos que se espalharam pela
Europa, ocupando grandes áreas entre Gibraltar, na península Ibérica, e a Europa Central,
no norte da Gália. Desde as nações do norte, os Celtas avançaram para outras regiões,
combatendo junto a Alexandre Magno e tendo invadido a Grécia. Foi grande a sua influência
na Boêmia, na Áustria Superior e na Baviera. Os reis das tribos eram eleitos, mas sempre
dentro de uma mesma família. Depois, o poder passou a ser exercido pelos equites,
magistrados membros de famílias ricas. Os druidas formavam uma das duas castas
dirigentes entre os Celtas, com grande influência político-social, mas essencialmente
religiosa, pois exerciam múltiplas funções de adivinhos, médicos, filósofos, além de serem
sacerdotes (“dru” significa intensivo e “uid” é sábio, vidente). Existiam druidas em todas as
tribos nórdicas, e tinham um superdruída, autoridade máxima, com quem faziam reuniões
anuais, num ponto central. A eleição do superdruída era fato muito concorrido e motivo de
muitas lutas, pois representava o poder máximo entre as tribos. Aos druidas cabiam os
grandes sacrifícios comuns, a ligação com os vários deuses tribais e regionais, onde eram
cultuadas divindades ligadas à Natureza e a planos superiores, especialmente deuses que
tinham relação com Apolo, e a educação, mesmo dos guerreiros. Um druida levava, em
média, vinte anos de aprendizado até estar apto a assumir suas funções, aprendendo
Medicina e Teologia, além de Astronomia, Geologia e Ciências Naturais. Para Aristóteles, os
druidas teriam inventado a Filosofia, com suas teorias sobre as origens e o destino do
Homem e estudos da metempsicose. Atualmente, a idéia é a de que eram xamãs ou magos.
Com o domínio romano, os druidas foram considerados curandeiros e feiticeiros, sendo
exterminados. Os druidas são nossa principal ligação com essa raiz, nos transmitindo o
conhecimento das energias do Sol e da Contagem das Estrelas e a manipulação da
Natureza, por um Xamanismo puro e extremamente energético, de onde as forças telúricas
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nos chegam em trabalhos de Contagem e de Unificação, quando nós liberamos nossa força
nativa.
3.2 – OS VIKINGS – Conhecedores das estrelas, os Vikings foram exímios
construtores de barcos e ferozes guerreiros, navegando por toda a costa da Europa e
incursionando pelos grandes rios, como o Danúbio e o Volga, assaltando vilas e povoados,
além de terem chegado às Américas, em arriscadas viagens, mas sem terem tomado posse
das terras. Assim, existe uma hipótese de que os grandes navegadores portugueses e
espanhóis já saberiam da existência destas terras, tendo providenciado as expedições para
conseguirem mais terras e tesouros para seus reis. Importante foi o entrelaçamento de
raízes feito pelos Vikings, através de suas viagens, embora o que resta destas tribos dizem
respeito somente à perfeição de sua construção naval.

4. A RAIZ DA ATLÂNTIDA

Um verdadeiro continente, situado entre a África e as Américas, desenvolveu elevado


nível de civilização, sendo submerso quando essa cultura de afastou das origens e caiu na
ambição de ser maior do que a Espiritualidade, achando-se verdadeiros deuses pelo
progresso científico que conseguiram obter. De pele avermelhada, migraram para a América
do Norte, dando origem aos Índios Peles Vermelhas, formando as raças indígenas do
Caribe e da região do Marajó, alcançando os povos do Amazonas e do Roncador. Em livro
escrito pelo txukarramãe Kaka Werá Jecupé – “A Terra dos Mil Povos” – é relatado: “Esses
clãs, tribos, povos têm uma árvore em comum que remete aos nomes: Tupy, Jê, Karib e
Arauak. Mas, antes da chegada das Grandes Canoas dos Ventos, no Século XVI, o que
podemos chamar de povo nativo era olhado e nomeado, do ponto de vista tupi, como Filhos
da Terra, Filhos do Sol e Filhos da Lua. (...) Já a tradição do Sonho foi germinada pelos
Filhos da Terra, ou seja, os povos que foram denominados como Tapuia pelos Tupy
remanescentes da raça vermelha, depois do Grande Dilúvio da Terra, que, segundo a
Sabedoria Sagrada, foi o encerramento do Ciclo de Tupã”. Segundo Kaka, antes de
chegarem os colonizadores europeus, três raízes – Tupinambás (Tradição do Sonho), Tupy-
Guarani (Tradição do Sol) e Tapuia (Tradição da Lua) - deram origem aos 206 povos
indígenas brasileiros, cultuando todos a Mãe Terra. Também se mesclaram os Atlantes nas
tribos do México, formando os Toltecas. Outros grupos de Atlantes – os Semitas - chegaram
às costas da África, onde se mesclaram com povos da 6ª raiz, originando fenícios, libaneses
e árabes, sendo que outros sobreviventes aportaram na península Ibérica. Desta raiz
recebemos uma grande força xamanística, que se desenvolveu por todas as Américas,
gerando os poderes dos grandes pajés e feiticeiros indígenas que propiciaram o
desenvolvimento dos trabalhos com Caboclos e Caboclas que fazemos em nossa Corrente
do Amanhecer. A manipulação de forças do Povo das Águas e das Sereias de Yemanjá
também são derivadas desta raiz.

5. A RAIZ EGEA

Uma poderosa raiz se baseou na região da Egea, terra que ficava entre a Turquia e a
Grécia, tendo sido submersa pelas águas do mar Egeu, formando as ilhas gregas, e dando
origem a três linhas que influenciaram profundamente a civilização da Terra: Gregos,
Egípcios e Hebreus.
5.1 – GRÉCIA – Um dos três troncos da Egea, foi o grupo que desenvolveu mais
rapidamente tudo que dizia respeito ao Homem e à sua vida em sociedade, não só em seus
aspectos positivos como, também, negativos. As ruínas de Thira, mostram que a região da
Egea abrigava uma civilização adiantada, que muitos confundem como sendo a Atlântida,
sem registro de guerras ou violência, que foi destruída por uma grande erupção que
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provocou a submersão de grande parte da Egea e formou as ilhas gregas das Cíclades e do
Dodecaneso, Creta e o Peloponeso, ao sul da Grécia. Os deuses se concentraram, então,
no monte Olimpo, de onde se envolveram nas grandes aventuras relatadas na Mitologia
grega. Era a história da queda dos Capelinos, uma fase vital para muitos espíritos, quando
tantos chegaram ao fim da existência, já que foram desintegrados, isto é, deixaram de
existir. Na Egea surgiram poderosas forças e um povo missionário, que iria levar o Homem à
idade da Razão, mas também foi um ponto de reinicio de nossa jornada de volta às nossas
origens, embora fosse o final para aqueles que se deixaram levar pelo desamor e pela
violência, como os que se concentraram em Esparta, onde esses espíritos caíram o mais
fundo que lhes foi permitido. Para muitos de nós, foi dada uma nova oportunidade. Em
Esparta tivemos a última experiência com um núcleo onde o amor não existia, nem a
misericórdia e nem a caridade. Vivia-se por instintos e não por sensibilidade, transformando
aqueles que um dia foram deuses em seres mais perigosos que os animais. Em Atenas,
destruída pelos persas, surge a grande figura de Péricles (495 a 430 AC), cuja missão era
reunir aquela plêiade de espíritos vindos da Egea, estabelecendo os caminhos para o Deus
Único, invisível e indivisível, desconhecido. Aceitando as divindades do Olimpo, reconstruiu
Atenas, de forma até hoje admirada por todos, não só na parte material como, também, nas
raízes que deixou. Ergueu o principal templo da cidade dedicado a Atena e, com sua visão e
inteligência, dedicou-se à política voltada para a comunidade, prestigiando as Artes e as
Letras em tal dimensão que sua época ficou conhecida como “o Século de Péricles”.
Cercada por muralhas, Atenas se concentrava em torno do Acrópole e dispunha de locais
preparados para as reuniões com os grandes mestres que ali iniciavam a Era da Razão,
como a Assembléia – Pnix -, o teatro de Dionísio e, fora dos muros, a Academia de Platão e
o Liceu de Aristóteles. Na guerra do Peloponeso, Atenas foi derrotada por Esparta, logo
após a morte de Péricles. Para se ter uma idéia do mundo intelectual grego, as cidades-
estados foram campos de atividades dos famosos sábios (ver, no Anexo, maiores
informações): Abdera (Demócrito e Pitágoras); Elide (Pirro); Estagiros (Aristóteles); Megara
(Euclides); Mileto (Anaximandro, Leucipo e Talles); Samos (Epicuro e Pitágoras); Sinope
(Diógenes); e Atenas (Anaxágoras, Antistenes, Aristóteles, Epicuro, Píndaro, Platão,
Sócrates, Timon e Zenão). Sócrates já revelava a esperança crística quando declarou:
“desde a minha infância, graças ao favor celeste, sou seguido por um ser quase divino, cuja
voz me impele a esta ou aquela ação”. Em Éfeso, região da atual Turquia, Heráclito
proclamava que a evolução do mundo se fazia pelos conflitos e desarmonias aparentes que,
na verdade, obedeciam a uma ordem superior harmônica que regulava os acontecimentos
dentro de determinadas medidas ou proporções. Com o fogo sendo considerado a
substância básica, o mundo estaria em mudança permanente. Assegurava: “A luta é a mãe
de tudo!”. E foi na Grécia que tivemos reencarnações marcantes, como as da época da
guerra de Tróia, objeto de história contada por Koatay 108 na oportunidade de uma prisão
coletiva, onde relatou fatos e personagens ligados a Jaguares de hoje. Eram usados os
oráculos, onde sibilas, pítons e pitonisas, pela Voz Direta, faziam previsões e orientavam
grande parte dos reis e nobres. Um ponto essencial no mundo grego foi Delfos. Localizado
da Fócida, na Grécia, situada na encosta sul do monte Parnaso, Delfos tornou-se um centro
religioso dois mil anos antes de Cristo. O primeiro Oráculo ali instalado foi o de Ge (a Terra),
e foi crescendo em importância até que no século VIII antes de Cristo tornou-se
enormemente influente com o Templo de Apolo e suas pitonisas, que eram procuradas por
reis, nobres e cidadãos comuns vindos das mais distantes regiões, buscando, nas previsões
das pitonisas, orientações e decisões para guerras, casos de amor e de negócios, fundação
de colônias, novos cultos, purificação de criminosos e outros variados assuntos. As
respostas eram dadas por uma pitonisa que se preparava fazendo fumigações de louro e
cevada, bebendo água da fonte de Cassótis, e sentava em um tripóide, banco de ouro com
três pernas, sobre uma pedra redonda, dividida em três, tendo em cada parte uma fenda por
onde passava uma fumaça de origem vulcânica, vinda do adyton, parte inferior do Templo
de Apolo, que era aspirada pela pitonisa, fazendo com que entrasse em êxtase mediúnico.
Os oráculos proferidos pela pitonisa eram então, se necessário, interpretados pelos
sacerdotes. Para que aguardassem serem atendidos, os reis construíram vários
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minipalácios no caminho para o Templo de Apolo - a Via Sagrada -, erguendo monumentos


e depositando tesouros que, com o tempo, se perderam. Até hoje existem as ruínas do
Templo, a pedra circular, ruínas dos palácios, sendo o mais conservado o dos Atenienses.
Existe o anfiteatro onde se faziam os julgamentos das pitonisas novatas, pois, como o poder
delas era muito grande, quando desconfiavam que estavam diante de uma mistificação,
submetiam-nas ao julgamento. Se não conseguissem provar seus poderes, eram
imediatamente atiradas a uma corrente de água que caía pelo despenhadeiro. Foi num
desses julgamentos que Pytia, encarnação de Tia Neiva, produziu, pela primeira vez, o
fenômeno do rufar dos tambores. Entre a entrada do Templo e o anfiteatro existe um
caminho, onde os guardas se postavam com tambores. A cada passo que a pitonisa a ser
julgada percorria, rufava um tambor onde ela passava, de modo que o povo reunido no
anfiteatro percebia sua aproximação. Quando Pytia estava diante de seus juizes, provou sua
força fazendo com que, independentemente dos soldados, todos os tambores rufassem ao
mesmo tempo, sendo, então, reconhecidos seus poderes. Esse fenômeno ela reproduziu
em Atenas, quando comprovou seus poderes a Leônidas, para libertar a Rainha Exilada,
como se revive no Turigano. O culto a Apolo era interrompido no Inverno, quando Apolo ia
para os Hiperbóreos, ficando em seu lugar Dionísio. De Delfos, Pytia organizou as Falanges
Missionárias de Yuricy, Jaçanãs, Muruaicys e Dharman Oxinto, após a instalação da Cruz
do Caminho no Delta do Nilo, colocando, sob nova projeção, a Iniciação de Osiris, que
passou à Iniciação Dharman Oxinto, até hoje usada em nossos Templos do Amanhecer.
Segundo os historiadores, havia em Delfos uma grande pedra - omphalos -, que marcava o
centro do mundo, que desapareceu. Com o passar dos séculos, pela ação destruidora de
terremotos e saqueadores, pouco resta do antigo esplendor de Delfos. No Templo estavam
escritas sentenças dos Sete Sábios - Tales de Mileto, Pitaco de Metilene, Brias de Priene,
Sólon, Cleóbulo de Lindos, Míson de Cene e Chilone de Lacedemônia -, os sábios gregos
que possuíam no mais alto grau o que os gregos chamavam de Sabedoria. Entre as
sentenças gravadas, destacam-se “Conhece-te a ti mesmo” e “Nada em excesso”. Dentro
da missão de preparar o caminho para Jesus, as pitonisas ou sibilas de Delfos se
entregaram às suas funções com amor e muito zelo. Levavam uma vida de castidade e
orações, e muitas predisseram a futura chegada de Jesus, sendo famosas Ciméria (“Num
século surgirá o dia em que o Rei dos Reis habitará conosco. Três reis do Oriente, guiados
pela luz de um astro rutilante, que ilumina a jornada, irão adorá-lo e, humildes, prosternados,
Lhe oferecerão ouro, incenso e mirra!”) e Daphne (“Depois que alguns anos passarem, o
Deus, de uma virgem nascido, fará reluzir aos homens aflitos a esperança da redenção e,
conquanto tudo possa – e quão alto está o Seu trono! – ele sofrerá a morte para, da morte,
resgatar seus povos...”). De modo geral, eram recrutadas entre as sacerdotisas de Apolo.
Com o advento do cristianismo, Delfos foi perdendo seu poder, e a última mensagem do
Oráculo dizia: “Chorai, trípodes! Apolo é mortal... E ele sente morrer sua chama
passageira... O fogo sagrado do Eterno eclipsa sua débil luz!...” Estava cumprida a missão,
pois o Sistema Crístico já estava estabelecido pelo Divino e Amado Mestre Jesus. Porém, é
em Esparta nosso último degrau da decadência espiritual. Formamos uma civilização
militarista e insensível, violenta e sem amor, espíritos oriundos de Egea eram
responsabilidade do estado desde a sua gestação, criados longe dos pais, e se
apresentassem alguma fraqueza ou deficiência eram imediatamente eliminados. Daí,
partimos em busca de podermos retornar a Capela, e essa é a força que nos impulsiona – a
dos Cavaleiros Verdes – que vamos buscar no passado remoto. A figura de Leônidas se
destaca nesta época, sendo esta raiz invocada no Turigano. Pelo seu nível elevado, a
Grécia, embora sob o poder romano, influenciou profundamente a raiz que se formou em
Roma. Vale destacar uma linha, a de Hermes Trimegisto e o Hermetismo. Hermes é o deus
grego que corresponde a Mercúrio romano, mensageiro dos deuses, representado
carregando um bastão ao redor do qual se enrosca uma serpente, simbolizando a
sabedoria. É uma figura originária do Grande Toth, oráculo de sabedoria filosófica e
religiosa, que significou a unificação das linhas da Mesopotâmia e da Egea, expressa em
um conjunto de 17 livros, escritos anônimos muito divulgados no século I DC, sob o título de
Poimandres. O conjunto de ensinamentos de Hermes – Summa Hermetica – é dividido em
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duas categorias: a) o Hermetismo Popular, com textos mais antigos, datando, em média, de
300 AC, versando sobre Astrologia, Medicina, Alquimia, Magia e simpatias, com revelações
secretas dos laços secretos que existem em diversas partes do Universo que não têm,
aparentemente, qualquer ligação entre si; e b) o Hermetismo Sábio, com textos mais
recentes, após Jesus, sob o título de Corpus Hermeticum, que traduzem a helenização das
antigas religiões da Mesopotâmia, fazendo frente à racionalização da Grécia, que impunha,
com Roma, pesada responsabilidade a todos. Com as revelações baseadas em Hermes,
pensadores europeus formaram uma nova ordem em que adaptaram elementos de diversas
doutrinas anti-racionalistas e foram estruturadas diferentes linhas filosóficas com base na
Astrologia, na Alquimia e na Magia. A influência de astros e de minerais na configuração
energética do corpo, os poderes da meditação, as instruções para refinamento do espírito a
fim de que possa se assemelhar a Deus (que seria a Pedra Filosofal pesquisada na
Alquimia), as bases da Gnose e toda a unificação das bases da Mesopotâmia e da Egea
deram tal projeção ao Hermetismo que ele se manteve por muitos séculos, influenciando até
mesmo grandes católicos, como Santo Agostinho, e se tornando ponto de referência no
Renascimento e nos movimentos da Gnose até os tempos atuais, como, por exemplo, na
Teosofia. Na Idade Média, deu-se a Hermes, Moisés e Zaratustra o título de nobres
pagãos, por terem conseguido, em suas obras, unificar as linhas que confluíram para o
Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo. Atualmente, Hermetismo é sinônimo de
Esoterismo, e abriga mistérios sagrados, ciências ocultas, conhecimentos da Cabala,
templários, rosa-cruzes e alquimistas, tendo como base a Tabula Smaragdina (Tábua
Esmeralda), que surgiu no Ocidente durante o século XII, traduzida do árabe (século X), que
havia sido traduzida do egípcio para grego (século IV), e contendo o Simbolismo, a
Mitologia, a Magia, a Alquimia e a Astrologia. A Tábua Esmeralda teria sido encontrada no
Egito por Alexandre Magno, texto gravado em uma grande esmeralda, que teria, entre
outras, a seguinte tradução: “É verdade, sem ficção, é certo e muito verdadeiro, que o
que está embaixo é como aquilo que está em cima, e que o que está em cima é como
o que está embaixo, para que se cumpram os milagres de uma única coisa. E como
todas as coisas vêm do Ser Único por sua própria mediação, assim todas as coisas
nascem Dele, por adaptação. Seu pai é o Sol e sua mãe é a Lua. O Vento o levou em
seu ventre e a Terra foi sua nutriz. Este é o Pai do thelesma de todo o mundo. Sua
força é poderosa quando se converte em telúrica. Poderás separar a Terra do Fogo, o
sutil do espesso, delicadamente, com muita prudência e critério. Irás subir da Terra ao
Céu e tornarás à Terra, recolhendo as forças dos seres superiores e dos inferiores.
Poderás ter, assim, toda a glória do mundo, e toda a escuridão se afastará de ti. Este
poder é maior do que a própria força, porque vencerá tudo o que é sutil e penetrará
em tudo quanto é sólido! Assim foi criado o mundo e disso se fizeram incríveis
adaptações, cujo segredo está contido aqui. Por isso fui chamado Hermes Trimegisto,
o conhecedor das três filosofias do mundo. “
5.2 - EGITO - Da base na Egea, os Capelinos sobreviventes da submersão de
grandes áreas pelas águas do Mediterrâneo se deslocaram para as regiões costeiras,
formando três grandes raízes: EGÍPCIOS, GREGOS e HEBREUS. No Egito não há registro
histórico de uma religião, mas, sim, uma evolução diversificada de várias correntes, com
variados e numerosos deuses cultuados nas diferentes regiões, com um ponto comum: o
Livro dos Mortos, guia da grande viagem – Amenti - que as almas desencarnadas deviam
fazer até o País dos Mortos. O ramo principal das religiões do Antigo Egito afirmava ser
Osiris o Deus-Sol, do Bem e da Luz, tendo como inimigo Set, o Deus das Trevas. A cada
dia, Set mata Osiris ao entardecer e, enquanto Isis, a Lua, chora pelo seu amado, Set
governa a Terra em trevas. Ao Amanhecer, Horus – a Força da Terra -, filho de Isis e Osiris,
combate e derrota Set, ressuscitando Osiris, que volta a brilhar e a iluminar a Terra. É a luta
eterna entre o Bem e o Mal, que se repete a cada dia. Um dia, Horus tornou-se rei do Egito,
dando origem à linhagem dos faraós, reis-deuses, iniciada por Menes, no ano 3315 AC. A
linhagem dos faraós cercou-se de numerosos sacerdotes e teólogos que pregavam ter o
Homem um duplo – Ka – equivalente ao corpo astral. Só que este corpo astral ficava no
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plano espiritual e atuava como um anjo da guarda. Quando o Homem desencarnava, eram
reunidos a sua alma – Ba -, o seu espírito – Akh -, o seu conjunto de forças – Sekhem – e
Ka, e compareciam perante Osiris que, com quarenta juizes, pesava e julgava o coração do
morto. Se julgado bom e justo, a alma se identificava com Osiris e era conduzida a planos
elevados; se julgado faltoso, a alma era encaminhada a planos de sofrimentos e dores.
Assim, tudo dependia do coração do Homem. Na linha egípcia encontramos Hermes,
chamado Trimegisto (Três Vezes Grande), a quem se atribui o Livro dos Mortos e o
aforismo: “Como é acima, é abaixo”, ou seja, “Assim na Terra como no Céu”. Enquanto uns
consideram Hermes como um grande filósofo egípcio, outros o colocam como um deus
grego, filho de Zeus e Maya, conhecido pelos romanos como Mercúrio, mensageiro de Zeus,
protetor dos mercadores e dos rebanhos, e guia dos mortos para o outro mundo. Dessas
origens, temos Akynaton, também denominado Amenófis IV, e sua esposa Nefertiti, uma
ariana, princesa de Mitani, que muito se dedicou à Lei do Auxílio, ajudando na unificação
das religiões do povo egípcio, instituindo o culto de Aton, o Deus Único. Raio derivado de
ATON, Raiz de Simiromba, Akynaton age, na nossa Doutrina, de modo concentrado no Leito
Magnético e em trabalhos de elevado grau de realização, como o Turigano e a Estrela de
Nerhu. Não se desloca sem uma grande razão, pois concentra forças muito intensas, que
devem ser manipuladas apenas em locais onde haja grande concentração de médiuns e
uma força magnética animal muito ativada, para que lhe permita se deslocar plenamente.
Tem todo o poder de Amon-Rá, e se projeta no chakra coronário do médium, fornecendo-lhe
toda a energia para realizar eficiente e eficazmente seu trabalho. É uma grande energia,
gerando força desobsessiva, curadora e geradora. Através dela se manipulam todas as
outras energias que cheguem ao trabalho ao qual está em ação. Akynaton também rege as
amacês que conduzem os espíritos sofredores para o Canal Vermelho. O faraó Akynaton foi
o representante, na Terra, desse Raio, tal como, hoje, os Arcanos representam seus
Ministros. Nefertiti, um espírito de Luz, tem sua força invocada em diversos rituais,
especialmente na Elevação de Espadas, mas, por suas condições, seu campo de atuação é
em outros planos. Outra raiz dos faraós é invocada no poder dos Ramsés, especialmente de
Ramsés II, considerado o maior deles, guardiões de Amon-Ra e conhecedores da Alta
Magia, atuando na Cruz do Caminho, em conjunto com o Povo das Águas. Horibe, a suma-
sacerdotisa de Horus em Karnak, era a Princesa Aline – a Princesa das Dharman Oxinto -
reencarnada. Naquela época, o povo não entrava nos templos. Somente sacerdotes e
sacerdotisas e os faraós tinham acesso aos recintos sagrados. O povo aguardava, do lado
de fora, a manifestação dos deuses. E havia um grupo de sacerdotisas de Horus, lideradas
por Horibe, que, com ajuda de Nefertari, a esposa do faraó Ramsés II, realizava grandes
fenômenos entre aquela gente, portando energias maravilhosas, fazendo curas físicas e
desobsessivas. Participando de grandes rituais, os poderes de Horibe eram tão grandiosos
que ela passou a ser representada pela figura humana com cabeça de falcão - a cabeça de
Horus, como se pode ver nas gravuras da época, onde se representa, também, a grande a
afinidade entre Horibe e Nefertari. São muitas as representações de Nefertari dando a mão
a Horibe, carregando a Cruz Ançanta, chave da Sabedoria, da Vida e da Morte. Essa união
se fazia sempre presente. Na maior festa ritualística da época, quando Ramsés II retirava o
símbolo de Amom-Ra de seu Oráculo, em Karnak, e o levava, velado, em procissão de
barcos pelo Nilo, acompanhada pelo povo nas margens, até Luxor, onde ficava um mês. Ao
final desse período, o cortejo se fazia na volta de Amom-Rá para seu Oráculo em Karnak,
onde o barco era recepcionado, no palácio, por Nefertari, Horibe e as sacerdotisas de
Horus. Pela grande energia de que era portador, esse grupo de sacerdotisas, liderado por
Horibe, desempenhou importante papel no decorrer dos tempos, encarregando-se dos
primeiros passos iniciáticos, conduzindo os mestres a serem consagrados pela Iniciação de
Osiris. Quando a Rainha Exilada saiu da Grécia, tendo sido poupada sua vida por
interferência de Pytia (uma das encarnações de Tia Neiva), como se revive hoje no
Turigano, ela foi para um palácio na região do Delta do Nilo. Ali, se dedicou à cura de todos
os necessitados que a procuravam, dando-lhes abrigo, e marcando, na trilha, a entrada para
o palácio, com uma cruz. Era a Cruz do Caminho! E, para ajudá-la, veio do Egito o grupo de
sacerdotisas de Horus. Horibe já estava no Plano Espiritual, comandando suas Missionárias
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do Espaço, e emanando e protegendo o grupo que foi para a Cruz do Caminho. Em Delfos,
Pytia organizou as primeiras falanges missionárias - Yuricys, Muruaicys e Jaçanãs -, e
providenciou para que, na Cruz do Caminho, começassem as Iniciações Dharman Oxinto,
que significa A CAMINHO DE DEUS, entregues às sacerdotisas de Horus, que receberam o
nome de Missionárias Dharman Oxinto. Por isso, na Cruz do Caminho, onde são
manipuladas as energias dos Ramsés e do Povo das Águas, as Dharman Oxinto têm lugar
de honra e guarda a Mãe Yemanjá. A raiz egípcia também é invocada pelas forças que nos
traz do rico Vale dos Reis, onde estão as ruínas materiais de uma grande era, o poder dos
faraós e de suas rainhas – no Vale das Rainhas -, situado à margem ocidental do Nilo, onde
o Sol se põe, na representação da Morte. Karnak, na margem oriental, onde está o Oráculo
do Amon-Ra e o dia amanhece, representa a Vida. Tia Neiva teve uma reencarnação como
Cleópatra, a rainha dos dois Egitos, quando viveu um grande romance com Júlio César e,
depois, com Marco Antônio (Mário Sasse), reunindo as raízes do Egito e de Roma em
marcante existência. Um grupo de sábios marcou essa raiz, na Alexandria, onde existiu a
mais completa biblioteca do mundo antigo, com atividades de Apolônio, Aristarco,
Arquimedes, Erastóstenes, Euclides, Heron e Ptolomeu. Importante influência no final das
dinastias de faraós teve a Núbia, região nordeste do Egito, denominada País de Cuxe,
conquistada pelo faraó Zer, da 1ª dinastia, quando reis da Núbia, com sede em Napata,
foram também reis do Egito. Essa raiz se faz presente na Estrela de Nerhu, projetada nos
mestres que acompanham as ninfas Esmênias, que vão para os esquifes, denominados
Núbios de Amon-Ra. Foi de grande valor a influência egípcia na formação da raiz hebraica e
do povo israelita.
5.3 - OS HEBREUS – Deixando a Egea, os Hebreus de deslocaram, cerca de
2000 AC, para a Palestina e depois para o ocidente, indo para o Egito, onde foram
aprisionados e mantidos como escravos até o século XIII AC, quando Moisés, revoltando-se
contra a degeneração dos sacerdotes egípcios, entre os quais fora educado como um
príncipe, conseguiu a libertação das tribos e seguiu para a Terra Prometida. Moisés foi o
líder que deu às antigas religiões dos Hebreus uma unificação sólida – o Judaísmo. Iniciado
na linha egípcia, Moisés era um espírito elevado e receptivo das forças cósmicas, e teria
recebido no monte Sinai as Tábuas da Lei, com os dez mandamentos que se tornaram
alicerces da Lei Mosaica, que denominamos a Velha Estrada, porque obedecia, ainda, a
velha lei do “olho por olho, dente por dente”, excluindo o amor, a caridade e a misericórdia.
Moisés definiu que o único deus das 12 tribos hebraicas seria Jeová, instituindo uma
monolatria a ser seguida pelos “filhos de Israel”, componentes dessas tribos, que passaram
a se denominar “judeus”. Surgiu a Arca da Aliança, considerada o trono de Jeová, que era
uma caixa de acácia, com 1,25 m de comprimento e 0,75 m de largura e altura, revestida em
ouro, coberta com uma tampa de ouro que sustentava dois querubins. Em seu interior havia
um instrumento intergaláctico, junto ao qual Moisés depositou as Tábuas da Lei, e se tornou
um grande mistério, além de ser considerado objeto sagrado, que não podia ser violado e
nem ser tocada, e, por isso, era conduzida, quando necessário, sobre varais. Era portadora
do poder de Deus, e ficava isolada em uma tenda, só podendo ser manipulada sua força
pelo sumo sacerdote. Com a partida de Moisés e suas 12 tribos do Egito, tem início a
grande raiz hebraica, que concentrou a linha principal do Sistema Crístico, fazendo a
confluência de linhas para a Palestina, preparando a chegada de Jesus. Essa linha segue
através das eras como relatado nos livros que compõem a Bíblia, especialmente no Velho
Testamento. Em torno de 1200 anos AC se completa a conquista da Palestina, a Terra
Santa proclamada por Moisés, e se inicia nova fase para aquele povo, que deixa sua
natureza nômade e se estabelece com atividades sedentárias agrícolas e pastoris. As idéias
sobre Jeová se adaptaram, e o centro do judaísmo passou a ser Jerusalém. Ao mesmo
tempo, as tribos ainda não unificadas integralmente em torno de Jeová cultuavam outros
deuses. Agricultores adeptos do baalismo, faziam cultos a diversos deuses agrícolas.
Salomão, no século X AC, fez um dos mais brilhantes governos do povo judeu e construiu
um imponente templo onde foi guardada a Arca da Aliança, num local velado, denominado
“Santo dos Santos”. Do magnífico Templo de Salomão existe, hoje, apenas uma ruína que é
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conhecida como o Muro das Lamentações, local sagrado para os judeus. Quando Salomão
morreu, os hebreus se dividiram em dois grupos: Israel, ao Norte, e Judéia, ao Sul. Em 722
AC, as dez tribos que compunham Israel foram destruídas pelos assírios e, embora
constantemente atacada, a Judéia, incluindo as tribos de Judá e Benjamim, conseguiram
manter a linha dos hebreus. Em 586 AC, os hebreus tinham sido expulsos de Jerusalém,
caída em poder dos babilônios, e surgiram os grandes profetas, que reformularam a religião
hebraica, dando-lhe caráter monoteísta e combatendo os sacrifícios de animais, alegando
que o sacrifício verdadeiro deveria ser manter um espírito obediente e um coração contrito.
Em 538 AC, Ciro, o grande rei persa, tomou Jerusalém e a devolveu aos judeus, que já
tinham evoluído em sua visão de Jeová, que passou de Deus de Israel para ser o Criador,
Deus de toda a Humanidade, e foi abolido o politeísmo. Pelos profetas, firmou-se a idéia da
chegada de um Messias salvador que iria restaurar a nação judaica, bem como da
ressurreição geral no dia do Juízo Final. No século IV AC, Alexandre Magno estabeleceu um
século e meio de domínio da linha Grega sobre Israel, influenciando muito o povo hebreu.
Em 168 AC, Judas Macabeu iniciou revolução que, em 141 AC, estabeleceu um Estado
judeu independente, que se manteve até 63 AC, ano em que os romanos, liderados por
Pompeu, conquistaram aquelas regiões do Oriente. A língua hebraica tinha uso muito
restrito, praticamente usada em orações e rituais, sendo popular o aramaico – usado por
Jesus e seus discípulos – e o grego, falado pelos mais instruídos. Quando, em 70 AC, os
romanos destruíram Jerusalém e o seu Templo, os judeus já tinham solidificado sua base
religiosa – o Tora, a Lei revelada – constituída pelos cinco primeiros livros - o Pentateuco -
do Velho Testamento, compreendendo o Gênesis (relatando a criação do mundo), o Êxodo
(conta a saída dos hebreus do Egito), o Levítico (que estabelece a organização do culto), o
Números (fazendo o recenseamento dos hebreus) e o Deuteronômio (um resumo das leis e
instruções de Moisés); pelos Livros dos Profetas e pelo Kethubim, escritos diversos que
completam o Velho Testamento. O Templo de Jerusalém, em sua terceira reconstrução (em
64 da era Cristã foi totalmente arrasado), era o centro de reuniões, das peregrinações e das
orações, sendo usado pelos doutores da Lei, por cambistas e mercadores, e nele se faziam
sacrifícios de animais. Imensa construção, a parte mais sagrada era o Sancta Sanctorum,
uma câmara vazia, simbolizando a presença invisível de Deus, contendo apenas uma pedra,
sobre a qual o sumo sacerdote acendia um incenso, um dia por ano, no Dia da Expiação,
consagrado ao jejum e à oração. Formaram-se grupos religiosos, como Fariseus, Saduceus,
Zelotas e Essênios, estes unificando a raiz hebraica que nos chegou com Jesus, o
Caminheiro. Os Essênios formavam uma irmandade de vida ascética e comunitária que se
estabeleceu na região do Mar Morto, praticando o culto que Éssen aprendera com Moisés e
dos Santos Anjos, e faziam uma oração matinal voltados para o Sol. Não participavam dos
cultos no Templo de Jerusalém e não faziam sacrifícios de sangue. Seguiam uma doutrina
esotérica e seus membros só eram admitidos por uma Iniciação, feita após longo período de
provas e um juramento. Jesus recebeu a Iniciação dos Essênios. O povo judeu tinha uma
esperança: a chegada do Messias, que os libertaria, e, assim, quando um pregador asceta –
João Batista – anunciou, no ano 29, na Judéia, que Jesus era esse enviado de Jeová, a
maioria se convenceu, e começaram a seguir Jesus e ouvir Suas idéias assombrosas. No
Sermão da Montanha, receberam toda a Doutrina Crística, quando Jesus disse que não
viera para abolir as Leis Mosaicas, mas sim completá-las, e que seu reino não era deste
mundo. Estavam confusos e desapontados com aquele Messias, que aconselhava amar os
inimigos em lugar de providenciar a destruição dos romanos. Gente simples O amava, mas
era odiado pelos ortodoxos, que diziam ir Jesus contra a Lei Judaica. Os apóstolos de Jesus
viveram e aprenderam toda a Doutrina, de modo que, quando sob a acusação de
revolucionário e blasfemo, Jesus foi crucificado, continuaram a difundir Suas idéias. Foram
escritos os Evangelhos (que significam Boa Nova), base do Novo Testamento, em que
constam também as diversas epístolas de Paulo, sendo estruturada a religião cristã, que
sofreu algumas derivações através do tempo e do espaço, mas com sua raiz de verdade e
de amor na rápida passagem do Divino e Amado Mestre Jesus.
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5.4 – ROMA – Cerca de 2000 AC, indo-europeus da Idade do Bronze, se radicaram


nas terras da atual Itália. Foi o início de um cruzamento de linhas – Ariana e Egea, que
resultaria em grande desenvolvimento para nossos espíritos. Mil anos depois, haviam
ocupado toda a península como tribos rurais: Samnitas, Sabinos, Latinos, Úmbrios e Oscos.
Em 900 AC, os Etruscos ocuparam o norte do rio Tibre, empurrando para a margem sul
camponeses Latinos, que cultivavam as planícies do Lácio e a região dos Apeninos. Roma,
uma pequena aldeia, conta a lenda, foi fundada em 753 AC, por Rômulo, um dos filhos
gêmeos do deus Marte, sendo apenas um posto avançado latino na fronteira etrusca. Por
sua localização, erguida em um vau navegável do Tibre, próxima ao mar e a meio caminho
entre o Norte e o Sul da península, Roma teve rápida ascensão, iniciada pela conquista de
Tarquínio, rei etrusco, seu sexto rei após Rômulo, que trouxe a origem ariana para a
península itálica. Em 509 AC os romanos se revoltaram e proclamaram uma república, com
dois cônsules, que podiam ser substituídos anualmente, em lugar do rei, e um Senado,
conselho formado por homens idosos. Iniciou Roma a submissão das tribos vizinhas,
inclusive dos Etruscos. Mas, em 390 AC, sofreu o ataque dos Gauleses, vindos do Norte da
Europa, sendo queimada e saqueada. As cidades latinas haviam aceitado Roma como
chefe e mentora, mas sentindo a fragilidade causada pelos ataques, se revoltaram, tendo
Roma vencido a guerra, tornando-se, em 338 AC, a cidade-chefe da Itália Central. Iniciou-se
o sistema de domínio romano, que seria adotado em todo o grande império futuro: em vez
de escravizar o inimigo vencido, o que os tornaria hostis e perigosos, isolaram as cidades
vencidas de forma que ficassem dependentes de Roma no aspecto comercial, tornando-as
verdadeiras parceiras, o que as tornava leais ao poder romano. Em 275 AC, Roma já havia
conquistado toda a península itálica, estabelecendo uma confederação que reunia todas as
tribos e cidades italianas, umas com direitos integrais da cidadania romana, outras apenas
com direitos limitados, e outras com governo próprio, aliadas obedientes à lei romana e
comprometidas com o combate aos inimigos de Roma. Começaram a ser construídas
notáveis estradas, ligando as cidades, proporcionando melhor movimentação das tropas.
Em 312 AC, foi construída a Via Apia, com 260 km, ligando Roma a Cápua, no Sul. A Sicília
era colonizada por gregos, mantendo intenso comércio com os cartagineses, que ocupavam
toda a costa mediterrânea da África. Roma decidiu tomar Cartago, um porto fundado em 800
AC pelos fenícios, três vezes maior do que o de Roma. Iniciaram-se assim as Guerras
Púnicas, em 264 AC, terminadas em 241 AC, quando Cartago negociou a paz e a Sicília
passou a ser a primeira província romana. Estava iniciada a conquista de extensas regiões
do norte da África e do Oriente Médio, e toda a Europa, (exceto a área que formou a extinta
União Soviética), levando profundas modificações nos povos de todas essas áreas, em
ocupações que duraram até 1453 da era cristã. Tivemos, nesse período, poder e
possibilidades de aplicar as leis da Espiritualidade Maior, mas, pelo orgulho, pela vaidade e
pela falta de amor, nos perdemos, e o que nos valeu foi a força de vontade, de conquista,
que hoje buscamos nos Cavaleiros Especiais - os centuriões e guardas pretorianos que
vivemos -. A reencarnação como romanos nos deu novas dimensões e nos proporcionou as
maiores oportunidades de nossa existência. Estávamos na Palestina, e crucificamos Jesus,
sem poder entender a Sua presença. Conhecendo-nos em nosso mais profundo íntimo,
Jesus pediu que o Pai nos perdoasse, porque não sabíamos o que estávamos fazendo!
Éramos ignorantes totais, ignorantes de Deus, ignorantes do Amor, ignorantes de nós
mesmos! Muitas das prisões, que hoje assumimos no Vale do Amanhecer, se relacionam
com nossa passagem pelo império romano, principalmente Aramês. Influenciados pela
sabedoria grega, os romanos abafavam as novas doutrinas ou filosofias de forma radical. A
evolução do pensamento romano se fez pelo trabalho dos grandes mestres da raiz Egea,
sendo destacados Empédocles, de Agrigento (Sicília); Parménides e Zenão, em Eléa; e
Epícteto, Lucrécio, Marco Aurélio, Sêneca e Sexto Empírico, em Roma.

6. A RAIZ AFRICANA
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Os Capelinos que desceram na África Central, ao sul do lago Vitória, originaram duas
linhas: uma foi para a costa leste, atual Somália; outra, para o sul, localizando-se na região
do Forte Vitória, no atual Zimbabwe. Nessa época, ainda existia o mar onde hoje é o deserto
do Saara. A linha da Somália se mesclou com a Núbia, formando as civilizações
rudimentares da costa africana do mar Vermelho e seguiu até a península que é
denominada Arábica, onde foi fundado o reino da Rainha de Sabah. Os povos árabes,
absorvendo os Semitas da raiz Atlântida, formaram tribos nômades e guerreiras, herdaram
muitos conhecimentos e se distribuíram por todo o norte da África e pelo Oriente Médio,
chegando a invadir a Pérsia e o oeste da Índia, e mantendo na península Ibérica por vários
séculos. A linha do sul, que se estabeleceu na região do Forte Vitória, onde deixou
imponentes vestígios de grandes construções de pedra. Existem ruínas que desafiam a
Ciência moderna, que não encontra as explicações para diversos aspectos que apresentam,
tais como uma torre cônica com mais de 12 m de altura, oca como uma chaminé, sem
qualquer abertura ou acesso em sua estrutura, muralhas e supostos templos, em solo
repleto de jazidas de cobre, ouro e ferro e, apesar disso, com alto índice de fertilidade. A
torre cônica recebeu, dos nativos, o título de Morada dos Deuses, e ali se faziam muitos
sacrifícios humanos para agradar aos deuses. Na costa leste da África ainda existem
inúmeras ruínas de construções de pedra, que os cientistas ainda não conseguiram
identificar suas origens. Enquanto as duas linhas progrediam, a da Somália se entrelaçando
com a do Egito e a dos Árabes alcançando alto grau de evolução, a do sul teve que
trabalhar um Homem que se mantinha em condições de evolução ainda muito primitivas,
reunido em tribos espalhadas por uma extensa região de florestas e savanas, com
multiplicidade de níveis evolutivos. Para o sul e para o oeste, a ação dos Capelinos foi difícil,
conseguindo estabelecer esse poderoso núcleo do Zimbabwe, formando um centro emissor
de luz, de energias fantásticas, que eram emitidas para diversos pontos da Terra - o Oráculo
de Ariano, que significa Raízes do Céu. Mas a vaidade tomou conta dos sacerdotes, que se
acharam tão evoluídos e poderosos que foram se afastando de Deus. Com a decadência, a
Raiz que alimentava aquele povo foi recolhida pela Espiritualidade Maior. Tendo sido
recolhida a chave mestra, uma porta foi fechada e outra velada. Isso quer dizer que restou
apenas uma esperança, já que uma porta velada pela Espiritualidade jamais será reaberta.
As forças manipuladas pelos sacerdotes já não eram originárias daquela Raiz, e isso gerou
o feiticismo, grande perigo do saber demais sem a assistência da Espiritualidade Maior. As
grandes luminosidades foram veladas, a porta se fechou, e todo aquele antigo esplendor se
perdeu, passando eles a manipular forças nativas neutras em simples correntes magnéticas.
Surgiram, então, grandes linhas religiosas como o Vodu, as macumbas e o feiticismo, com
manipulação de forças das Trevas, em seitas distantes da estrada do Amor, com
incorporações e manipulações de energias usadas indistintamente para o Bem e para o Mal,
misturadas, que até hoje causam o quadro de dores e sofrimentos nos espíritos
reencarnados na África. Naquela época, os Grandes Iniciados retiraram toda aquela
poderosa energia, e um Iniciado, chamado Cisman de Irechim, presidiu toda aquela eclosão
e formou um Oráculo, isolando-o dos homens mergulhados no fanatismo, nos fetiches e nas
macumbas. Fechada aquela Luminosidade na África, os homens ficaram entregues a si
mesmos. Destruições, dores, ruínas, violência, e os povos africanos passaram a sofrer as
grandes conquistas dos europeus, passando dolorosos períodos da mais torpe colonização.
A todo esse drama, acrescentou-se, no cumprimento do pesado carma, a captura de
africanos para serem vendidos como escravos no Novo Mundo, a América. Para o Brasil,
vieram, na maioria, Sudaneses e Bantos, portando suas doutrinas e sendo obrigados, pela
força da Igreja Católica Romana, que dominava Portugal e suas colônias, a fazerem o que
se chamou o sincretismo religioso, misturando práticas africanas com rituais católicos,
surgindo a Umbanda e o Candomblé. Isso causou dispersão dos princípios do Africanismo,
pois, misturando-se em camadas mais pobres e sem cultura, nasceram numerosas seitas e
derivações deturpadas das raízes africanas. A grande missão, todavia, estava com espíritos
- os Enoques - que pertenciam à nação Nagô. Aqui queremos ressaltar a grande diferença
entre o Espiritismo e a Doutrina do Amanhecer. Enquanto para o Kardecismo o Africanismo
significa apenas a mistura das linhas e das seitas de origem africana, não acatando a figura
A TRANSCENDENTALIDADE DA DOUTRINA DO AMANHECER – ACERVO OGANOR

do Preto Velho, para nós, Jaguares, Africanismo representa a origem de uma de nossas
grandes linhas, e os Pretos Velhos são roupagens dos Grandes Espíritos que, na
simplicidade e no amor, nos ajudam em nossos trabalhos e em nossas vidas, ensinando,
curando e amparando todos que se entregam, com dedicação, à Lei do Auxílio. Nossos
queridos Pretos Velhos são, essencialmente, AMOR! Obedecendo ao Plano Espiritual,
aqueles espíritos de Jaguares - agora Enoques e Nagôs - que já tinham sido Equitumans e
Tumuchys, foram trazidos para o Brasil, a fim de que, com a escravidão, pudessem
enfrentar uma Grande Prova para resgatar seus atos transcendentais, vivendo e sofrendo a
ação opressora de muitos outros Jaguares - senhores de engenho, nobres e sinhazinhas.
Chegaram, também as Princesas – Jurema, Janaína, Iracema, Jandaia, Juremá, Janara e
Iramar, esta última tendo uma reencarnação que ficou marcada, como a escrava Anastácia,
que é venerada como santa por muitas correntes. Para os espíritos missionários,
endividados, orgulhosos e perdidos em descaminhos da consciência, a escravidão tinha o
mais profundo sentido iniciático: não podendo impor as exigências do corpo físico e de sua
alma, o escravo era obrigado a ceder às exigências do espírito, matando ou eliminando sua
personalidade para dar vazão à sua individualidade. Nesse período de escravatura, de mais
de trezentos anos, um grupo de escravos lançou as bases da etapa final da Escola do
Caminho, criando as raízes da religiosidade brasileira com base no Africanismo, em busca
das condições que permitiriam a reabertura da porta fechada, do Oráculo de Ariano. Desse
grupo destacam-se dois espíritos de elevada hierarquia, Pai João e Pai Zé Pedro - a Lei e a
Alta Magia -, dois missionários que tiveram duas reencarnações no período colonial
brasileiro, liderando aqueles espíritos que, no Angical e na Cachoeira dos Jaguares,
viveriam o princípio dessa força luminosa - a Corrente do Astral Africano no Brasil, que hoje
tanto nos assiste em nossa Doutrina, fazendo a ligação com a Raiz Atlante através dos
índios, estabelecendo as linhas dos Caboclos e do Povo das Águas. O médium de
incorporação, que sempre existiu sob uma força nativa, recebeu, dentro do Africanismo,
uma nova forma: sua força, com a consagração de Nossa Senhora Apará - Nossa Senhora
da Conceição - teve a transformação para uma força crística extraordinária, agindo em seu
plexo iniciado, com muito maior responsabilidade por ser instrumento da Voz Direta. Koatay
108, em sua missão de unificar as bases energéticas para formar a Raiz do Amanhecer,
puxou a energia dos Pretos Velhos, reuniu os Aparás e fez o Doutrinador, coroando de êxito
tudo o quanto nos foi legado pelo Africanismo. Segundo Tia Neiva, “era um sacerdócio
poderoso, onde o Homem se concentrava, salientando felicidade, moderação e equilíbrio
perante os momentos menos felizes dos outros. Hoje nós somos os espíritos luminosos no
meio desta confusão, como o foram os Nagôs e os Enoques, que trouxeram essa força para
o Brasil. Hoje, estamos vivendo o Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo. Vimos, até
agora, como houve esta grande explosão, como se fechou esta fase da força do Céu e da
Terra e como esta Luz foi transportada para cá, parcialmente, o que permitiu o nascimento
do Doutrinador e do Apará.” Para grande parte dos Nagôs, o Deus supremo era Olorum e
Obatalá era um Ser imortal, um rei; os Orixás eram 16 enviados de Deus, entre os quais são
incluídos Oxalá, Yemanjá, Xangô, Oxum e Oxosse. Mas os Enoques recolocaram as
posições da raiz Africana, da forma como nos foi trazido por Tia Neiva. E a Doutrina do
Amanhecer, dentro de seu dinamismo, tem muitos aspectos interessantes, porque nos
ensinam o fantástico leque de forças de que dispomos, como, por exemplo, a ação na Cura
dessa grandeza que nos chegou da África, explicada por Tia Neiva: “quando o Anjo Ismael
decidiu que o Brasil seria a Pátria do Evangelho, vendo a chegada do Africanismo,
convocou os cientistas alemães, promovendo sua sublimação e proibindo o curandeirismo.
Estabeleceu-se que os médicos de curas desobsessivas baixariam nos aparelhos
mediúnicos, enquanto os médicos de curas físicas terrestres atuariam nos médicos
profissionais encarnados na Terra.”
6.1 - OS ÁRABES - A linha Árabe se manteve, até o ano 600, em constantes
conflitos e dividida por tribos de nômades guerreiros, percorrendo as imensas regiões
áridas, só tendo água e solo fértil ao sul da península Ibérica. Dividiram-se em dois grandes
grupos: os do Norte, com pequenos grupos se deslocando em busca das escassas
A TRANSCENDENTALIDADE DA DOUTRINA DO AMANHECER – ACERVO OGANOR

pastagens para rebanhos de carneiros e cabras, com o comando dos sheikhs (“o mais
velho”) em cada tribo, e os do Sul, que construíram cidades e se dedicavam á agricultura e
ao comércio, liderados por reis, que herdavam o poder. Por conta de lutas pelo poder, o Sul
se desagregou em vários reinos, o que, aliado à fragmentação do povo nortista, gerou
inúmeras dificuldades para toda a região. Em 571, em Meca, na tribo Quraish, nasceu
Maomet (“Cheio de Glória”). Meca já era uma pequena cidade que começava a crescer
como centro comercial e religioso, pois ali se encontra a Caaba (“Cubo”), santuário de um
meteorito negro que detêm o poder de muitos deuses, objeto de devoção visitado pelos
árabes do Norte e do Sul. Rebelando-se contra essa crença, Maomet – influenciado por
mercadores judeus e cristãos – lançou a idéia do Deus Único, Alah, que lhe falara
diretamente, instruindo a nova religião – o Corão - e o proclamando seu maior profeta.
Casado com uma rica viúva, Maomet não precisou trabalhar, podendo se dedicar à nova
religião a que deu o nome de Islã (“Submissão), pregando a obediência plena à vontade do
Deus criador onipotente do Universo, que, no dia do Juízo Final, fará a separação dos
muçulmanos obedientes – elevados ao Paraíso para gozar a vida eterna – e os descrentes,
que serão lançados ao Inferno pela eternidade. Os muçulmanos têm a obrigação de afirmar
que há um só Deus – Alah – e que Maomet é o seu profeta; devem rezar, voltados para
Meca, cinco vezes por dia; devem ser caridosos; jejuar por um mês, uma vez por ano; seguir
os ensinamentos morais do Corão; e ir, pelo menos uma vez na vida, a Meca. O Islamismo
atraiu os árabes por sua simplicidade, o que o Catolicismo não conseguira, por ser uma
doutrina complexa, exigindo sacerdotes e rituais. Agredido em Meca pelos mercadores que
temiam perder o fluxo de peregrinos, em 622, Maomet foi para o Norte, chegando a Medina,
com 200 seguidores, fato que ficou marcado como a Hégira (“emigração”), o primeiro ano do
calendário islâmico. Em Medina, Maomet foi acolhido como chefe religioso e político.
Organizou um exército e começou o ataque das caravanas iam a Meca e de lá partiam,
acabando por tomar a cidade, em 630. Os chefes das tribos do Norte e do Sul ficaram
impressionados com Maomet, e enviaram delegações a Meca, reconhecendo sua liderança.
O profeta de Alah conseguira, pela primeira vez na História, a união do povo árabe. Com a
morte de Maomet, muitas tribos acharam que estavam livres de seus compromissos com o
Islão, e a divisão começou. Todavia, o sogro de Maomet, Abu Becre, enviou tropas
muçulmanas a todas as regiões onde haviam rebelados, e ano e meio depois, toda a
península Arábica estava sob as leis do Islão. Levados pelo estímulo religioso, deixado por
Maomet, de converter os pagãos, e pela ambição dos saques às regiões fronteiriças, mais
ricas, a onda muçulmana invadiu, com imenso poder de destruição, as regiões de Bizâncio e
da Pérsia, que, além do desgaste causado por lutas e revoluções contra elevados impostos,
estavam divididas pela rivalidade entre três igrejas cristãs. Mais uma vez, por sua
simplicidade frente à religião Cristã, o Islamismo conquistou aqueles povos. Os árabes
assimilaram rapidamente as táticas de combate de bizantinos e persas, reorganizando seus
exércitos e formando uma esquadra com galés de combate em estilo bizantino. Para o
oeste, a expansão muçulmana passou pelo Egito e se estendeu por toda a costa do
Mediterrâneo, chegando ao Marrocos, no Atlântico. Tomou as ilhas mediterrâneas de
Chipre, Creta, Sicília e Sardenha, e, cruzando Gibraltar, tomou o reino dos Visigodos, na
península Ibérica (atuais Espanha e Portugal), levando o Islão ao domínio, cem anos após a
morte de Maomet, de uma área maior do que a do Império Romano, quando no auge de seu
poder. O governo era centralizado em Medina, com um califa como comandante supremo,
chefe religioso e juiz da mais elevada instância, que nomeava generais para governarem as
províncias conquistadas, onde o povo se dividia em “mawalis” – não-árabes convertidos ao
Islamismo -; “dhimmis” – adeptos de religiões toleradas pelo Islão; e os escravos. Com o
tempo, os generais passaram a criar seus próprios reinos, e o império Islâmico começou a
se esfacelar, restando, porém, os grandes elos representados pela fé islâmica, pela língua
árabe e pela necessidade do comércio. Os árabes, pela busca de novas mercadorias, se
movimentaram por toda a África, sendo por eles conduzida a captura de escravos negros,
principalmente das culturas sudanesas (iorubas, jejes, fanti e achanti), sudanesas islâmicas
(hauçás, tapas, mandingas e fulás) e bantos (angolas, congos e moçambiques), que eram
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vendidos à Europa, principalmente a Portugal e à Espanha, para o trabalho na América. E


foi esse movimento que propiciou a transferência, para o Brasil, da nossa raiz Africana.

7. A RAIZ ANDINA
7.1 - OS EQUITUMANS - Para a colonização da região andina, desde o sul da
América do Sul até o centro do México, chegando até o oeste da América do Norte, onde,
na região do Grand Canyon, fundaram um centro energético conhecido como o El Dorado,
foi enviado um grupo destes Capelinos, a quem chamamos de Equitumans. Ocuparam
aquela região, mesclando-se com os indígenas e de certa forma se distanciando de suas
origens, alterando sua fisiologia e reduzindo seus poderes. Como simples mortais, após dois
mil anos de quedas e provações, foram liquidados por cataclismos que atingiram a Terra,
desencadeados por uma nave espacial - a Estrela Candente - que sepultou o núcleo central
da civilização dos Equitumans num lago entre o Peru e a Bolívia - o Titicaca. Na nossa
Corrente, o lago Titicaca é uma “lágrima da Estrela Candente”, nave que, sob o comando do
espírito que chamamos de Pai Seta Branca, transformou a Terra. Amanto explicou à Tia
Neiva: “O que você está vendo é o testemunho físico de um drama sideral, da falência de
uma civilização que foi promissora na evolução da Terra. O que você está vendo é o túmulo
dos Equitumans, construído com água e terra pela Estrela Candente! Esses espíritos foram
preparados em Capela durante muito tempo. Neles foi destilado, dia a dia, o anseio
evolutivo, o desejo de realização e despertado o desejo de colaboração na obra de Deus.
Eles aprenderam a história da Terra, seu papel no conjunto planetário, e se prepararam para
o estabelecimento de uma nova civilização deste planeta. A idade física da Terra se contava
em termos de bilhões de anos e muita coisa já havia acontecido antes. Isso, porém, não era
de seu domínio mental, pois assim o exigia a didática divina. Só é dado ao Homem saber
aquilo que é necessário a cada etapa de sua trajetória. O impulso criativo e realizador reside
exatamente no terreno entre o conhecido e o desconhecido de cada ser. Assim estavam
estes espíritos quando vieram à Terra. Isto aconteceu 30 mil anos antes da vinda do Cristo
Jesus. Os Mestres haviam preparado o terreno em várias partes do globo. Mediante ações
impossíveis de lhe serem descritas, foram alijados da superfície certas espécies de animais
e outras foram criadas. Os climas e os regimes atmosféricos foram contrabalançados e o
cenário estava preparado. Eles foram trazidos em frotas de astronaves e distribuídos pelo
planeta em sete pontos diferentes. Esta região foi um dos pontos de desembarque. Os
outros foram onde hoje são o Iraque, o Alasca, a Mongólia, o Egito e a África. Esses locais
servem apenas como referência, pois, na verdade, eles tinham o domínio de grandes áreas.
Tinham enorme poder de locomoção e de domínio sobre os habitantes de cada região. Seu
principal poder residia na sua imortalidade, nas suas máquinas e na sua tecnologia. Eram
quase imortais. Não tinham a mesma organização molecular dos seres que aqui já se
encontravam. Seus corpos tinham sido preparados em Capela e traziam em si dispositivos
naturais de sobrevivência. Eles só corriam o perigo de afogamentos ou destruição física.
Seus maiores inimigos eram os grandes animais e os acidentes. Eles eram normais em
tudo. Sua língua, a princípio, era a mesma, mas, aos poucos, ela foi se diferenciando,
conforme os grupos com que foram convivendo. Em algumas regiões da Terra ainda se fala
a língua original dos Equitumans, inclusive em algumas tribos de índios brasileiros. Mas,
além da linguagem articulada, eles usavam a telepatia entre si. Isso, aliás, foi o que causou
a degenerescência da língua inicial. Para se entender com os outros eles adaptavam sua
linguagem ao meio. Eles se tornavam mais velhos pela passagem do tempo, mas sem
degenerescência. Suas células traziam em si princípios diferentes das células dos seres
comuns. Na verdade, os mais velhos eram apenas mais experientes, mais adaptados nas
tarefas. Eles amadureciam na sua alma, mas não no seu corpo. Eles contavam ainda, para
a conservação de seus corpos, com a assistência dos Mestres, com quem mantinham
contatos permanentes. Às vezes acontecia de um Equituman não evoluir de acordo com a
tarefa e ceder seu corpo a outro que sofrera um acidente. Neste caso, o espírito do cedente
simplesmente era recolhido ao planeta de origem. Em Capela, eles eram organizados em
casais afins, almas gêmeas, e não havia reprodução como aqui na Terra. Mas aqui, eles
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foram submetidos ao processo sexual normal e tiveram filhos. Só que seus filhos nasciam
com um organismo comum, igual ao dos mortais. Assim, foram nascendo outros Equitumans
mais preparados para a Terra, como iam se desenvolvendo. Suas mentes ágeis permitiam a
constituição de organismos adaptados às regiões onde nasciam. Daí os tipos diferenciados
que deram origem às raças modernas, como contam precariamente seus historiadores e
antropólogos. O principal estímulo dos Equitumans era seu livre arbítrio. Eles eram
pequenos deuses a quem estava entregue a tarefa de civilizar um planeta e dispunham de
ampla liberdade para isso. Seu único compromisso era o de observar os propósitos
civilizatórios apreendidos nas escolas de Capela. A idéia fundamental era o estabelecimento
de condições ecológicas que permitissem a vinda de novos imigrantes. Famílias espirituais
inteiras sonhavam com a oportunidade de colonizar, colaborar com a obra de Deus na
Terra. Mas, se dispunham das grandes vantagens de seres extraterrenos, eles tinham as
desvantagens do terráqueo na sua animalidade física. Cedo se manifestou a velha luta entre
suas almas e os seus espíritos. Não tinham religião. Tinham um conjunto doutrinário, cujas
coordenadas eram formadas pela hierarquia planetária, cujo centro era o Sol. Com isso, não
tinham a preocupação com a busca de Deus, pois tinham um universo amplo e objetivo,
suficientemente dimensionados para não necessitar a busca de uma finalidade. Mais tarde,
no declínio de sua sintonia com os planos iniciais, essa doutrina derivou na religião do Sol.
Durante mil anos os planos seguiram sua trajetória prevista. Os núcleos foram se
expandindo e muitas maravilhas foram se concretizando na Terra. Basta que se observem
alguns resíduos monumentais na sua superfície para se ter idéia. Verdade é que essas
ruínas são de difícil interpretação pelo Homem atual. Uma coisa, porém, elas evidenciam: as
ciências e as artes que permitiram sua elaboração estão fora do alcance do Homem de hoje.
Até hoje os cientistas não conseguiram explicar, por exemplo, o porquê e como foram feitas
as estátuas da Ilha da Páscoa ou as pirâmides. A partir de agora, uma parte destes
mistérios será desvendada. Dois fatos contribuirão para isso: a curiosidade científica
despertada para fatos estranhos e as convulsões que a Terra irá sofrer. Os Equitumans se
comunicavam de várias maneiras. Dispunham de forças psíquicas e de aparelhos que lhes
permitiam a troca de experiências. Isso explica, em parte, as semelhanças arqueológicas
que estão sendo encontradas em lugares distantes e aparentemente sem possibilidades,
naquele tempo, de comunicação entre si. Também viajaram entre planetas e chegaram não
só à Lua, como a Marte e a outros lugares do nosso sistema. Essas viagens, porém, só
foram feitas no segundo milênio, com o começo da hipertrofia de seus egos, à semelhança
do que está acontecendo agora. A partir do segundo milênio, eles começaram a se
distanciar de seus Mestres e dos planos originais. Seguros na sua imortalidade e
intoxicados pela volúpia de encarnados, eles começaram a ser dominados pela sede de
poder. Depois de muitas advertências, seus Mestres tiveram que agir. Ao findar o segundo
milênio de suas vidas, eles foram eliminados da face da Terra. A Estrela Candente foi uma
nave gigantesca que percorreu os céus da Terra, executando a sentença divina. Em cada
um dos núcleos Equitumans, a Terra se abriu e eles foram absorvidos, triturados e
desintegrados. Aqui é um túmulo deles, e como este existem outros túmulos. Agora, com o
próximo degelo dos pólos, muita coisa virá para a luz do Sol! O plano não falhou: só não se
cumpriu em toda a plenitude. Muita coisa foi feita que permitiu a evolução da Terra. Já os
grandes animais haviam sido afastados, tornando habitáveis as principais porções de terra.
Os princípios da tecnologia e as sementes da vida social formavam um lastro imperecível na
mente de muitos habitantes. O padrão espiritual então existente foi permitindo a
materialização da natureza e tudo foi se modificando. Os imortais Equitumans foram se
transformando em lendas e deuses e o Homem foi construindo suas cidades e suas
religiões. A partir daí, os grandes missionários começaram a vir à Terra e os Equitumans,
recolhidos no Planeta Mãe, começaram a reencarnar nos descendentes de seus antigos
corpos. Aí então teve início outro tipo de luta: alguns desses espíritos, saudosos de seu
antigo poder, começaram a se organizar no etérico da Terra e a formar falanges. Os antigos
poderes psíquicos foram sendo sedimentados em manipulações mediúnicas e os dois
planos - o físico e o etérico - intensificaram seu intercâmbio. Um grande missionário, que
hoje, para nós, se chama Seta Branca, responsável pela Estrela Candente, reuniu os
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remanescentes mais puros e os dividiu em sete tribos, que foram distribuídas nos antigos
pontos focais dos Equitumans. A eles coube recomeçar a tarefa interrompida. Cada tribo
compunha-se de mil espíritos. Foi aí que foram criadas as hierarquias dos Orixás, os
grandes chefes que tinham a virtude de se comunicar com os Mestres. O processo
civilizatório dos descendentes dos Equitumans se foi realizando nos milênios subsequentes,
principalmente pelos Tumuchys. Duas dessas tribos deixaram caracteres mais marcantes:
os que mais tarde se chamaram Incas e os posteriormente conhecidos como Hititas. Outra
tribo que também teve muita importância nos acontecimentos foi a dos Índios, cujo núcleo
foi iniciado aqui, nas margens deste lago. Cedo eles adentraram para Leste, em direção ao
Atlântico, e para o Norte, na rota do Amazonas. (...) Ao desencarnarem de suas agora
curtas vidas, eles se recusavam seguir os rumos normais de Capela e preferiam perseguir
suas próprias quimeras nos planos etéricos. Juntaram-se, assim, em falanges e, graças ao
conhecimento adquirido, procuraram sempre reproduzir a situação inicial. Esqueceram-se
eles de que, desta vez, não tinham a bênção de Deus e nem o auxílio precioso dos Mestres,
suas máquinas e seus corpos imperecíveis. Eram imperecíveis, mas no sentido inverso do
que foram na Terra física. Nos seus corpos iniciais, os princípios vitais lhes permitiam viver,
como aconteceu com quase todos, até a destruição externa, propositada. Suas mentes,
porém, através de suas almas, se evoluíam e progrediam sem parar. Na economia sideral
dos planos da época, a indestrutibilidade dos corpos atuava como fator de segurança que
permitia a esses seres enfrentar as tarefas ciclópicas sem titubear, além do respeito que
impunham a seus descendentes, as vantagens da memória física milenar e outras. Já no
plano etérico, sem as vantagens do plano físico, sem a contínua assistência dos Mestres e
sem os planos da Engenharia Sideral, suas mentes foram se degenerando na atrofia
inexorável desse plano. Isso é um círculo vicioso, em que o ser cada vez mais perde as
perspectivas e se ilude com as próprias sensações. Grande parte de sua atividade se
concentra na alimentação de seus corpos etéricos, cuja maior fonte de energia é o
ectoplasma da Terra, dos seres vivos. Em vez de terem suas cabeças erguidas para o Céu,
para as fontes puras de energia divina, são obrigados a tê-las voltadas para baixo, para os
seres encarnados, de onde parte sua alimentação energética. E o coração do Homem está
onde estão seus interesses. Tudo o que acontece com os seres humanos lhes interessa.
Tendo uma falsa noção de poder, reminiscência dos poderes que possuíam, eles sempre
pretenderam influir nos acontecimentos humanos e, em parte, o conseguem. Sua confusão
mental, entretanto, os faz crer ser possível a retomada da antiga posição de 300 séculos
antes. E assim podemos juntar duas épocas distantes e entender os enredos tenebrosos
dos dias atuais. Equitumans encarnados, Equitumans no invisível etérico e Equitumans nos
planos mais evoluídos - esses são os elementos das lutas atuais no Brasil. Hoje, esses
espíritos nem sabem mais que foram os poderosos Equitumans que foram à Lua e a Marte.
Os que estão encarnados têm menos noção ainda. Acrescente-se que esses encarnados,
presos aos círculos cármicos, vêm se endividando e pagando dívidas num círculo quase
vicioso. Muitos dos atuais políticos passaram pelas lutas dos dois ou três mil anos, talvez
mesmo anteriores. E agora, no fim de mais um Ciclo, quando o planeta urge passar a
categorias melhores, fazem-se necessários o reajuste e o reequilíbrio. Por isso, os inocentes
de hoje não o foram ontem. É preciso ter compaixão e ajudá-los, mas isso deve ser feito
com a serenidade que o Cristo nos proporciona, com a justiça Evangélica de as árvores
serem reconhecidas por seus frutos.”
7.2 - OS TUMUCHYS, JAGUARES E MUSSUMAN - Os espíritos
que se mantinham puros naquela fase civilizatória do planeta e, portanto, tinham condições
de retornar a Capela, eram recolhidos e recebiam instruções dos Grandes Mestres,
reencarnando, em seguida, para cumprir novos planos na Terra. Assim foram formados os
Tumuchys, os Jaguares e os Mussuman. Esses eram antigos Equitumans que voltavam
com liderança e em condições superiores aos demais habitantes, bem como em corpos
preparados para maior tempo de vida terrestre e para ações determinadas, vedadas aos
demais. Em lugar da evolução marcada pelo espírito, com o poder da criação e
características próximas de Deus, pois está mais próximo da eternidade, a mudança
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fundamental da Terra foi sendo realizada com base na alma, o que significa conflitos,
relacionamento pelas diferenças, ações desencadeadas por fatores positivos ou negativos,
marcada do já criado, do transitório, da elaboração transformista. Houve momentos em que,
por consequência de movimentos telúricos, com cataclismos e movimentação das placas
terrestres, predominava o plano puramente físico; outras fases, em que predominavam as
lutas entre as civilizações mais avançadas e outras menos evoluídas, predominava o plano
psíquico. Com isso, o espírito só conseguia predominar em pontos restritos e herméticos,
atravessando os séculos em segredos profundamente guardados na tradição oral e escrita
das doutrinas secretas, no segredo das iniciações, do ocultismo e do esoterismo, evoluindo
e se revestindo de características próprias, adequadas à região ou à missão envolvida nos
diversos grupos. Por volta de cinco mil anos após os Equitumans, chegaram à Terra os
Tumuchys, sob a liderança do Grande Tumuchy, nosso Pai Seta Branca, poderoso Orixá de
origem Equituman, juntamente com sua alma gêmea, Mãe Yara, e cerca de oitocentos
espíritos escolhidos, e se instalaram na região andina, onde o Grande Tumuchy foi chamado
de Jaguar. Os Andes foram escolhidos por serem enormes jazidas de metais nobres, tais
como ouro, prata e cobre, a serem utilizados na confecção de aparelhos de precisão e de
adornos cerimoniais. Após grandes dificuldades ambientais, especialmente com indígenas e
com ferozes animais, os Tumuchys foram para Omeyocan, também conhecido como
Lemúria, mais tarde submerso pelo oceano Pacífico, ficando, apenas, fora da água, a atual
Ilha da Páscoa e o arquipélago do Havaí. Tinham uma constituição física muito diferente da
dos terráqueos, com grande beleza física e estéreis, vivendo, em média, 200 anos, trazendo
impressa no peito a data de seu desencarne. Sua missão era a de criar um novo tipo
humano que evoluísse em três planos diferentes: o físico, o psíquico e o espiritual, naquele
ambiente hostil do planeta, onde estavam em curso as modificações também nos três reinos
da Natureza, ou seja, nos minerais, vegetais e animais. Cientistas e artesãos, avessos à
violência, conheciam toda a Ciência Cósmica e a energia nuclear, fazendo transmutações
que propiciaram as construções das grandes cidades e dos diversos monumentos
energéticos da Terra - as pirâmides das Américas e do Egito, Machu Picchu e muitos outros
centros de manipulação de energias siderais, especialmente a conjunção de forças do
triângulo Sol-Terra-Lua - e viajavam em naves velozes por todo o planeta, mantendo contato
com outros Orixás que, em diferentes regiões, se dedicavam à evolução do Homem
primitivo, levando conhecimentos que até hoje surpreendem os cientistas por sua perfeição
e que não dependiam, também, somente do contato físico, pois os Tumuchys usavam muito
as comunicações psíquicas. Trabalhavam, implantando em diversos pontos geradores e
manipuladores de energia conforme indicações de um mapa terrestre, chamado Mutupy,
verdadeira fotografia da Terra, semelhante ao mapeamento hoje feito pelos satélites.
Segundo informações de Amanto, Omeyocan se constituiu na sede científica do planeta e
no centro de comunicações interplanetárias; chegavam chalanas de Capela e para lá
partiam; ali se reuniam os Orixás, chefes máximos dos planos civilizatórios da Terra. Como
a missão dos Tumuchys não era a de estabelecer uma estirpe na Terra e viviam sempre
com grande sacrifício, lutando contra grande parte das leis que regiam o plano físico e
psíquico da maioria, com qualidades físicas especiais, porém em distonia com as realidades
da Terra, sem a osmose natural, o Grande Orixá Jaguar considerou encerrada sua missão,
já que deixara sua marca em vários pontos do planeta. Sabendo que iria desencarnar
brevemente, ele foi, com sua companheira, aos diversos núcleos que estabelecera na Terra
e desapareceu, deixando seu povo sem a sua liderança. Os Tumuchys começaram a se
dispersar, uma grande parte deixou Omeyocan e se dispersou pelos continentes,
especialmente as atuais Américas. Em sucessivas encarnações, formaram as grandes
civilizações na Terra, e foram tratados como deuses, até que, desintegrados, foram
substituídos por tribos bárbaras, sendo hoje confundidos com civilizações como as Inca e
Maya, povos violentos que passaram a habitar as cidades vazias, e se confundem nas
pesquisas dos cientistas modernos.
7.3 - OS MAYAS - A civilização Maya ficou marcada como uma de nossas mais
ricas e tristes reencarnações, aconteceu na península de Yucatan, no México, onde
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tínhamos um desenvolvimento material e científico superior ao de hoje, com amplo controle


da energia atômica. Havia o Homem-Pássaro, que voava por todas as direções com um
macacão especial, cheio de tubinhos energéticos. Entre os Mayas, grandes sábios recebiam
instruções diretamente de Capela, tinham a Voz Direta e realizavam grandes fenômenos.
Em sua ambição, pretenderam capturar uma das amacês que passavam em vôo razante,
projetando a energia de Capela para aquele povo, mantinham aquelas áreas livres de certos
animais que aterrorizavam o Homem, traziam instruções, porém sempre sem atravessar o
neutrom. Só que aprisionaram uma amacê errada, que produziu a desintegração de toda
aquela civilização. Essa foi uma das grandes experiências de nossa tribo, filhos de Pai Seta
Branca, tendo Chichen-Itza como centro de alimentação energética de diversos outros
locais, através das pirâmides. Era como se fosse o Templo-Mãe e os demais Templos do
Amanhecer. Em Chichen-Itza chegavam amacês para distribuir energia etérica e o povo
dispunha de conhecimentos profundos e viva em harmonia e paz, manipulando as forças do
Sol, da Lua, de Vênus e de outros astros. Foi o berço da civilização Maya. Mas uma
separação foi forçada pelo irmão do rei, que, ambicioso, quis tomar o poder. Tramou uma
revolução para depor o irmão, mas este, alertado pela cunhada, reuniu um grupo de fiel
seguidores, e partiu, deixando que o irmão assumisse seu lugar sem haver confrontos ou
violência. Deixando a cidade, o rei seguiu para oeste, e, no meio do caminho, separou seu
grupo: um, por ele comandado, foi para Uxmal, onde construíram uma cidade como
Chichen-Itza, com a diferença fundamental em sua pirâmide, e o outro grupo foi para o
litoral, onde construiu Tulum, a única cidade Maya à beira-mar. A pirâmide de Chichen-Itza é
de quatro faces, e os trabalhos se realizavam, conforme o período, em uma das faces; a
pirâmide de Uxmal é de base elíptica, a única no mundo, uma vez que os trabalhos eram
executados sob condições mais evoluídas. Em Chichen-Itza havia um grande poço, onde o
povo se sentava nas bordas, fazendo o rei, sobre uma lança que se projetava sobre as
águas, toda a manipulação das energias do Povo de Cachoeira e das Sereias de Yemanjá.
A água energizada era transformada em vapor, que subia até o povo. Com a mudança, o rei
não fez poço em Uxmal, fazendo a manipulação da energia das águas diretamente no mar,
em Tulum, que a projetava para a cidade real. Quando veio a desintegração do povo Maya,
os habitantes de Uxmal e Tulum subiram com sua missão realizada, enquanto os de
Chichen-Itza e demais cidades, por terem fracassado pela ambição do poder e pela falta de
amor, tiveram que voltar, liderados pelo espírito que fora o do irmão do rei, e, pela grandeza
da obra de Koatay 108, recuperar o que haviam deixado no Yucatã. A energia de Uxmal e
Tulum formou um imenso reservatório no espaço, de onde flui para os trabalhos nos
Templos do Amanhecer, inclusive no Templo-Mãe, a grande Força de Yucatã. Após o
fenômeno da desintegração, os índios invadiram as cidades, dando início à nova era da
civilização Maya, que a História desvenda como violenta e sanguinária. Isso porque, sem
conhecer os segredos da ciência da manipulação das forças mas sabendo dos grandes
fenômenos ali realizados, os invasores, em sua ignorância, pretenderam obter aqueles
fenômenos agradando os deuses com sacrifícios humanos e violentas guerras. Tudo o que
a Arqueologia conseguiu se refere aos índios e não aos verdadeiros Mayas, exceto o
mistério que envolve as grandiosas construções que ficaram como as testemunhas da
grandeza daquela civilização.
7.4 - OS INCAS E PAI SETA BRANCA - No século XV, na região
noroeste da América do Sul, floresceu uma grande civilização – os Incas – formada por
espíritos Jaguares, que detinham manipulações poderosas das energias do Universo e
reuniam grandes chefes que, hoje, são Ministros de Deus e dispõem de numeroso povo na
Doutrina do Amanhecer. Praticamente arrasado pelos invasores espanhóis, com quem
mantiveram prolongadas lutas, o povo Inca foi liderado pelo Grande Cacique Seta Branca,
tendo como último reduto Machu Picchu, que até hoje deslumbra o mundo com sua energia
e seus segredos ainda não desvendados pelo Homem, porém bem claros para os Jaguares.
Foi a última passagem de Pai Seta Branca neste plano, bem como daqueles que ali
estavam formando sua corte, como encarnados. Atualmente, muito acima de nós, essa
plêiade de espíritos grandiosos nos assiste e nos protege para que possamos cumprir
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nossas missões e planos reencarnatórios. Pai Seta Branca é um dos nomes recebidos pelo
luminoso espírito de Oxalá, Orixá poderoso que preside todo o desenvolvimento cármico do
nosso planeta, a quem foi dada a missão de espiritualizar o Homem. É o grandioso guardião
do Oráculo de Simiromba, que administra todo o potencial de forças que agem e interagem
na Terra. SIMIROMBA significa, em nossa Corrente, “Raízes do Céu”, e Pai Seta Branca é o
Simiromba de Deus! De seu Oráculo, Simiromba realiza toda a grandeza presente em
nossos trabalhos. Chegando aqui, liderando a missão dos Equitumans, quando ficou
conhecido como Jaguar, e dos Tumuchy, Oxalá retornou no século XII, na Itália, como
Francisco de Assis, junto com sua alma gêmea - Mãe Yara - como Clara de Assis,
desenvolvendo magnífica obra dentro da Igreja Católica Apostólica Romana, criando a
Ordem Franciscana, implantando as bases de sua Doutrina: Amor, Humildade e Tolerância,
idéias das quais os Homens estavam afastados. Na época da conquista da América, no
século XV, Oxalá era o grande cacique de uma tribo Inca, estabelecida em Machu Picchu,
tendo recebido o nome de Seta Branca por causa de sua lança armada com a presa de
javali. Com as conquistas espanholas na região andina, houve uma ocasião em que os
espanhóis chegaram nas proximidades daquela tribo, ameaçando-os. Seta Branca e seus
oitocentos guerreiros aguardavam os invasores em um descampado. Quando estavam
próximos para iniciar a batalha, Seta Branca começou a falar, ao mesmo tempo em que,
com sua seta branca nas mãos, fazia como que uma oferenda aos céus. Sua voz ressoava
por toda aquela região, gerando campo de forças que trouxe um clima de paz e
tranquilidade o qual influenciou todos aqueles corações. Guerreiros dos dois lados sentiram
aquela emanação, e foram se ajoelhando. Seta Branca terminou sua invocação, trouxe sua
seta até o plexo, e ficou em silêncio, de cabeça baixa, aguardando os acontecimentos. Os
espanhóis foram se levantando e abandonando o campo, e retornaram para seus
acampamentos, no oeste, sem qualquer confronto. Os Incas retornaram à sua cidade,
sentindo o poder do amor sobre a força bruta. E ali viveram por muitos anos ainda,
totalmente isolados. Esses espíritos retornaram no limiar do Terceiro Milênio, liderados por
Oxalá, na roupagem de Pai Seta Branca, tendo como líder, no plano físico, Tia Neiva, que
reuniu os Jaguares sob a Doutrina do Amanhecer. O aniversário natalício de Pai Seta
Branca é reverenciado no dia 14 de fevereiro.

A INTEGRAÇÃO DAS RAÍZES


A) A INTEGRAÇÃO DAS RAÍZES PELO PODER

ALEXANDRE MAGNO
Nascido na Macedônia em 356 AC, filho de Filipe e Olímpia, Alexandre III, o Magno, teve
educação voltada para ser um rei magnânimo e com autodomínio, dos 13 aos 16 anos
conduzida por Aristóteles, e absorveu imensa cultura helenística. Aos 16 anos comandou
uma expedição militar contra uma tribo trácia, tendo obtido sua primeira vitória e fundado
uma colônia militar – Alexandrópolis. Aos 18 anos, participa de cruentas batalhas contra o
esquadrão sagrado de Tebas. Filipe morre e Alexandre, com 20 anos, é proclamado rei, em
situação difícil, pois a Macedônia vinha ainda no processo de unificação, buscando libertar-
se do feudalismo que ainda persistia em algumas regiões, e enfrentava ameaças dos
Helenos e dos Bárbaros. De acordo com seu espírito persistente e calculista, arrojado e
dinâmico, Alexandre primeiro se garante no poder, liquidando seus rivais e desbaratando a
nobreza, e parte para a Tessália, onde sufoca uma rebelião, passa as Termópilas e
conquista Tebas, chegando a Corinto já com a derrota dos gregos e sendo eleito chefe dos
confederados contra a Pérsia. Prepara, então, os exércitos comandados por chefes de
vários origens, e vai a Delfos, onde, ao se defrontar com Pytia, esta lhe perguntou o que
queria. Alexandre lhe disse que ali estava para espiritualizar suas tropas. Então, Pytia lhe
diz: “Irás, lutarás, vencerás e voltarás! Jamais irás morrer em combate!” e consagra
Alexandre, dando-lhe o título de “O Invencível”. Em seguida, abençoa seus comandantes,
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que passam com as tropas, raiz que foi trazida por Koatay 108 para o ritual de Consagração
dos Adjuntos, em 1978. Partem para combater os Bárbaros, no Norte, obtendo grandes
vitórias, mas o boato da morte de Alexandre corre na Grécia, que se revolta, querendo se
libertar do jugo macedônico. Alexandre volta à Grécia, que não aceita a paz. Tebas é
arrasada e os gregos vendidos como escravos. Com bem preparado e aguerrido exército,
com a formação em falanges, com milhares de arqueiros e treinada cavalaria, parte
Alexandre para a conquista da Ásia, em fins de 335 AC. Com a primavera de 334 AC, ele
atravessa os Dardanelos e inicia a libertação das cidades gregas da Ásia Menor, indo
expulsar as tropas de Dario, rei dos Persas, inclusive liquidando as bases da armada persa,
que dominava o Egeu. A marcha macedônica é invencível, ocupando cidades da Lídia e da
Jônia, substituindo seus títeres por democratas. Em 333 AC, no dia que corresponde a 12
de novembro, Alexandre tem a grande batalha com Dario e seus exércitos, em Isso, obtendo
estrondosa vitória, e daí indo para Tiro, base central da armada persa, que domina após um
cerco de sete meses, o que faz a Síria render-se totalmente. Parte, então, Alexandre para o
Egito, onde é recebido com honrarias e agraciado com uma consagração no Templo de
Amon-Ra. Sem lutas, assume o poder do Egito e cria a cidade de Alexandria, que se tornou
um farol da cultura das raízes capelinas na Terra. Mas a inquietação de Alexandre é grande,
e parte de Mênphis para a conquista da Mesopotâmia. Uma vez mais confronta-se com
Dario, em 331 AC, que, derrotado definitivamente, se torna fugitivo e é assassinado pouco
tempo depois. Abre-se, com isso, o caminho para o domínio das grandes cidades –
Babilônia, Susa, Parságadas e Ecbátana. Estabelecendo inúmeras alianças e
reconciliações, Alexandre se casa com Roxana e assume o comando de expedição que iria
até o Indo. Chega até o Bias, onde os comandados se recusam prosseguir, e, então, volta a
Susa, onde, em 324 AC celebra a conquista do império persa. Alexandre morreu em 323
AC, na Babilônia, de uma doença – tifo ou malária, não se sabe. Alexandre foi um espírito
que veio com a missão de unir as linhas das diversas origens, um grande guerreiro, porque
só através da conquista material e da purificação pelas dores das grandes batalhas poderia
ser feita a unificação daqueles povos e, também, a recuperação da linhas religiosas que
estavam se dissipando e se perdendo. Tudo estava previsto e, por isso, Pytia o reconheceu
e lhe concedeu o título de “o Invencível”, porque sabia da dura missão que levaria aquele
jovem guerreiro à conquista dos mundos helênico e persa. Alexandre já reencarnou em
outras existências, sempre aguerrido e glorioso, voltado às conquistas espirituais. Hoje, está
ligado diretamente às forças de Tapir, de onde se desloca para a Lei do Auxílio no Vale do
Amanhecer.
B) A INTEGRAÇÃO DAS RAÍZES PELO AMOR
TIA NEIVA
Com a aproximação do Terceiro Milênio, surgiu a necessidade de mais uma vez ser feita a
integração das raízes capelinas neste planeta. Um espírito foi preparado, na Espiritualidade
Maior, para trazer à Terra a Doutrina de Pai Seta Branca, após experiência de muitos
milênios, portando a força dos Equitumans, a ciência dos Tumuchy e tendo como principal
missão a reunião dos Jaguares e a criação da figura inovadora do Doutrinador, manipulando
as forças projetadas pela Corrente Indiana do Espaço e pelas Correntes Brancas do Oriente
Maior. Reencarna no sertão brasileiro, em Propriá, Sergipe, como uma menina que se
chamou Neiva, nascida a 30 de outubro de 1925 e que desencarnou em Brasília, DF, no dia
15 de novembro de 1985, já tendo cumprido sua jornada em meio a muitas dificuldades e
grandes realizações. Com 32 anos, sua mediunidade abriu-se: revelou-se sua clarividência.
Mas o potencial de Tia Neiva não pode ser resumido nesta classificação, pois ela foi dotada
de mediunidade universal, isto é, possuía todos os tipos de mediunidade, qualidade peculiar
de um ser Iluminado, pois, segundo a Lei dos Grandes Iniciados, somente um Iluminado
pode iniciar alguém. Essa condição permitiu que, dentro de modesta e simples condições,
Tia Neiva vivesse e agisse, simultaneamente, em vários planos existenciais com plena
consciência em cada um desses planos, visualizando o passado ou o futuro, traduzindo
suas visões em termos coerentes e racionais. Podia ver e conversar com seres de outras
A TRANSCENDENTALIDADE DA DOUTRINA DO AMANHECER – ACERVO OGANOR

dimensões e de planos inferiores ou superiores, realizava transportes e desdobramentos, o


que permitiu que fizesse um curso no Tibet, com o Mestre Humarran, sem que seu corpo
físico de deslocasse do Vale do Amanhecer. Em 1958 deixou o Núcleo Bandeirante, onde
começara sua missão espiritualista, e junto com seus filhos Gilberto, Carmem Lúcia, Vera
Lúcia e Raul, fundou, em 8 de novembro de 1959, a União Espiritualista Seta Branca -
UESB, na Serra do Ouro, em Alexânia, Goiás, dando início à missão que recebera de Pai
Seta Branca. Em 9 de novembro de 1959 ingressou na Alta Magia de Nosso Senhor Jesus
Cristo. Em 1964 mudou-se para Taguatinga, transferindo-se para o atual Vale do
Amanhecer, em Planaltina, DF, em 1969. Simples e humana, foi Tia Neiva uma grande mãe
para todos nós, sempre nos tratando com amor e carinho, compreensão e tolerância,
suavemente nos impondo o respeito e a obediência a ela devidos como líder de uma
Corrente cuja grandeza e limites não podemos alcançar. Sua vida, suas dificuldades, seu
sofrimento, sua Doutrina, de tudo consta uma grande parte nos diversos trabalhos editados
pelas Obras Sociais da Ordem Espiritualista Cristã, atual entidade que administra o Vale do
Amanhecer - “Sob os Olhos da Clarividente”, “2000 - A Conjunção de Dois Planos” e “Minha
Vida, Meus Amores”. No Evangelho de João (XIV, 12 a 17 e 26), nos é transmitida a palavra
de Jesus: Na verdade vos digo que aquele que crê em mim também fará as obras que eu
faço, e as fará maiores do que estas, porque eu vou para meu Pai! E tudo quanto pedirdes
em meu nome, eu o farei, para que o Pai seja glorificado no Filho. Se pedirdes alguma coisa
em meu nome, eu a farei! Se me amardes, guardareis os meus mandamentos. E eu rogarei
ao Pai e ele vos dará outro Consolador, para que fique convosco para sempre: o Espírito
da Verdade, que o mundo não pode receber, porque não o vê nem o conhece; mas vós os
conheceis, porque habita convosco e estará em vós! (...) Mas aquele Consolador - o Espírito
Santo – que o Pai enviará em nome, esse vos ensinará todas as coisas e vos fará lembrar
de tudo quanto vos tenho dito! Na Doutrina do Amanhecer, sabemos que somos espíritos
imortais, dotados de livre arbítrio e da consciência de nossas missões, trazendo em nosso
espírito as marcas das vivências em diversos mundos, em diferentes épocas, buscando o
nosso desenvolvimento para que melhor possamos manipular as forças que nos competem,
agindo na Lei do Auxílio em benefício de nossos irmãos encarnados e desencarnados,
aliviando nosso carma pela Lei de Causa e Efeito, procurando a afinidade com nossos
irmãos evoluídos e a harmonia com os Espíritos de Luz, através da busca do conhecimento
e aprimoramento de nossa conduta doutrinária. E tudo isso devemos à nossa Mãe
Clarividente, Tia Neiva, Koatay 108, que representa, para nós, aquele ESPÍRITO DA
VERDADE, porque nos trouxe uma nova esperança, através desta Doutrina que nos libertou
de dogmas religiosos e superstições, fazendo, em nossas mentes, a substituição de velhos
ensinamentos, que exigiam a fé cega e desprezavam a razão, por noções simples e claras,
com bases científicas, com idéias diretas e profundas que nos permitem entender o
Universo que nos cerca, buscando o precioso veio da verdade nas diferentes correntes,
religiões, seitas e filosofias, onde podemos buscar as grandes linhas trazidas de Capela,
nos harmonizando e conciliando a Fé e a Ciência que nos impulsam para a Nova Era. Em
mensagem de 9 de abril de 1978, Tia Neiva nos disse: “... É somente pela força do
Jaguar, nesta Doutrina do Amanhecer, e na dedicação constante de nossas vidas, por
amor, que podemos manipular as energias e transformar o ódio, a calúnia e a inveja
em amor e humildade, nos corações que, doentes de espírito, permanecem no erro.
Quantos de perdem por falta de conhecimento e por não terem a sua lei. Nós temos a
nossa Lei, que é o amor e o espírito da verdade! Vamos amar, e na simplicidade de
nosso coração, distribuir tudo o que recebermos, na Lei do Auxílio, aos nossos
semelhantes...”
A TRANSCENDENTALIDADE DA DOUTRINA DO AMANHECER – ACERVO OGANOR

DEUS NA DOUTRINA DO
AMANHECER
Na Doutrina do Amanhecer, com a integração de todas as linhas derivadas dos
Capelinos, chegamos à conclusão de que Deus é a Verdade Absoluta e não procuramos
defini-lo e nem temos preocupação com isso. Não nos atrevemos a dizer que Deus tem
essas ou aquelas qualidades, que gosta ou não gosta disso ou daquilo, que assume essa ou
aquela forma. Nosso caminho é a Nova Estrada, onde trilhamos porque acreditamos ser
Jesus de Nazareth o portador da Verdade, que nos levará a Deus. Jesus, o Divino e Amado
Mestre, edificou a Escola do Caminho, estabelecendo um perfeito sistema que nos chegou
através dos Evangelhos, pelo qual sabemos, percebemos e sentimos tudo o que precisamos
a respeito de Deus, não sendo necessário desgastar nossas energias especulando a
natureza de Deus. Ela é implícita e tranquila em nossa vivência crística. Nossa Doutrina se
resume nas três proposições básicas de Jesus: AMOR, TOLERÂNCIA e HUMILDADE - que
constituem os três Reinos de nossa Natureza. Com a aplicação deste princípio o Homem
consegue reformular sua existência, atenuando seu carma, sendo útil e utilizando seu
potencial mediúnico para a ajuda de irmãos encarnados e desencarnados, na Lei do Auxílio,
e caminhar para Deus.
• “Deus é Natureza, é a Verdade viva e absoluta, revestida de Luz!
Deus é Verbo, Energia Luminosa de ação e reação. Deus é o
canto supremo da Harmonia, na expressão mais alta da Justiça e
do Amor. É a Ciência, a Força e a Razão! É a este poder
cabalístico, filho, nesta Doutrina, que a Cabala de Ariano nos
aconchega.” (Tia Neiva, 11.7.83)
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ANEXO
OS GRANDES SÁBIOS DA GRÉCIA ANTIGA
ANAXÁGORAS – No Século V AC, foi o primeiro filósofo a se estabelecer em Atenas, onde
chegou com 20 anos (século V AC) e se tornou amigo e mestre de Péricles, sendo mais
tarde exilado por afirmar que os astros não eram deuses e, sim, pedras ígneas. A
cosmologia e a cosmogonia foram a base de sua filosofia: a matéria – as chremata (coisas),
as spermatas (sementes), as moirai (partes ou parcelas), sob a ação dos contrários (claro x
escuro, quente x frio, seco x molhado, etc.) – e o espírito – o nous, o mais sutil e mais puro
dos chremata, que de tudo tem o maior conhecimento e o maior poder, infinito, com
autodomínio e se mantendo puro, sem se misturar com coisa alguma. Pelo fenômeno da
criação, o nous deu origem a todas as coisas e, portanto, “tudo está em tudo”.
ANAXIMANDRO – (614 a 545 AC) Geógrafo, engenheiro e filósofo, nasceu em Mileto e
viajou pelos grandes centros do Oriente e do Ocidente, fazendo registros em seu trabalho
Da Natureza, a primeira obra em prosa da antiga Grécia. Foi autor do primeiro mapa
geográfico, elaborou o primeiro conceito de infinito - o Apeiron – o princípio originário e
originante de todas as coisas, afirmando que dali tudo se originava e a ali tudo retornava.
ANAXÍMENES – Vivendo na Segunda metade do século VI AC, na Escola de Mileto, após
Tales e Anaximandro, estabeleceu que o Ar – infinito e incorruptível, de natureza divina - era
o princípio de todos os seres, inclusive como nossa alma que “é ar, contém, governa e
atravessa nosso corpo”. Ë a Lei do Eterno Retorno, com base na Terra, centro do mundo,
com a forma de seção côncava de cilindro, sustentada pelo Ar, com os astros circulando em
torno de seu perímetro.
ANTÍSTENES – (455 a 360 AC) Discípulo de Sócrates, fundou a seita Cínica, negando as
definições, o valor das discussões e o erro. Para ele, a felicidade baseava-se na virtude e
A TRANSCENDENTALIDADE DA DOUTRINA DO AMANHECER – ACERVO OGANOR

esta no conhecimento. Quem sabe o que é a virtude não pode deixar de viver segundo ela.
E quem adquiriu o conhecimento pela virtude não mais o pode perder. A virtude é alcançada
com o exercício e com a repetição de atos.
APOLÔNIO DE RODES – Nascido na Alexandria (292 AC), foi bibliotecário do Mouseion e
poeta de grande destaque, profundo conhecedor da Mitologia, da Geografia e da Etimologia.
Sua principal obra é o grande poema épico Argonautica.
ARISTÓTELES – (Estagira, 384 – Cálcis, 322 AC) - Entre os alunos da Academia de Platão
estava um jovem macedônico – Aristóteles – com aspecto refinado, de modos aristocráticos,
profundamente interessado nas diversas matérias da Academia: política, drama, poesia,
física, medicina, psicologia, história, lógica, astronomia, ética, história natural, matemática e
retórica. Platão chegou a dizer que sua Academia se compunha de duas partes: o corpo de
seus estudantes e o cérebro de Aristóteles. Quando Platão morreu, Aristóteles, com trinta e
sete anos, julgou que iria ocupar seu lugar. Porém, os administradores da Academia o
declararam estrangeiro, e, assim, elegeram um ateniense como presidente. Aristóteles foi
ser conselheiro do rei Hermias, soberano da Atarneia, um grande território na Ásia Menor.
Casou-se com Pítia, filha de Hermias, e desta época datam seus principais trabalhos sobre
lógica, física e metafísica. Por algum tempo teve uma vida tranquila, até que o sogro foi
derrotado pelos persas e teve o sábio de mudar-se para a ilha de Lesbos, onde desenvolveu
investigações biológicas. Em 343 AC, recebeu o convite para ser tutor de Alexandre, filho do
rei Felipe da Macedônia. Em um mundo de desregrada ambição, bárbaro esplendor e de
vulgaridade, o reino de Felipe era verdadeiro desafio para a tarefa de Aristóteles.
Interrompeu seu trabalho quando se conscientizou de que Alexandre, o Grande – que
assumira o reino em lugar do falecido pai – não estava disposto a aceitar suas idéias
filosóficas e se atirava à conquista daquele mundo com toda a fúria que herdara do pai e
lampejos da loucura de sua mãe. Depois de ver seu sobrinho Calístenes ser enforcado por
se recusar a aceitar Alexandre como deus, Aristóteles regressou a Atenas e, como não
desejava reingressar na Academia, fundou uma nova escola, onde, pela manhã, ministrava
ensino esotérico e técnico aos discípulos e, à tarde, dava aulas públicas ao povo em geral,
denominando-a Liceu. Entre suas idéias, dizia que Deus não era o criador do universo, mas
a causa de seu movimento, porque o criador é um sonhador, uma personalidade insatisfeita,
alma que anseia por algo que não existe, ser infeliz que busca a felicidade, criatura
imperfeita que aspira à perfeição. Se Deus é perfeito, não pode ser insatisfeito ou infeliz,
sendo, portanto, não o criador mas sim o motor não movido do universo. Qualquer outra
fonte de movimento – pessoa, coisa ou pensamento – é um motor movido. Mas Deus, um
Ser Supremo, frio e impessoal, sem ser movido, produz movimento dentro de todos nós por
ser amado. Aristóteles preconiza o Estado cooperativista, com equilíbrio entre a ética e a
política. O Estado existe para o Homem, e não o Homem para o Estado. O Homem nasceu
para ser feliz.
ARQUIMEDES – (Siracusa, 287 a 212 AC) Foi, na Matemática e na Mecânica, o maior
gênio criador da antiguidade, estabelecendo princípios geométricos, da estática e da
hidrostática, além do centro de gravidade e o funcionamento das alavancas, ficando o
princípio da impulsão hidrostática conhecido como o “Princípio de Arquimedes” (Todo corpo
mergulhado em um líquido está submetido a uma impulsão vertical, dirigida para cima, igual
ao peso do volume do líquido deslocado).
DEMÓCRITO – Nascido em Abdera, Trácia, teve curta permanência em Atenas, viajando
pelo Egito, Babilônia, Pérsia e algumas outras regiões do Oriente Médio, chegando à Índia,
sempre mergulhado em observações científicas. Seus estudos determinaram sua teoria de
que existia uma visão mental de todas as realidades. Para tudo, havia uma opinião comum e
uma inteligente, que levava à oposição entre o operar instintivo e o operar intelectual.
Afirmou que nada sabemos da realidade – o que sabemos é apenas opinião. Fora das
coisas existentes, não há senão átomos, unidades últimas indivisíveis, indestrutíveis e
eternas, cuja existência conhecemos somente pela mente. Suas idéias sobre a Ética
objetivaram a vida pessoal, afirmando que a vida mental deveria prevalecer sobre os
instintos, embora o que pecasse não era o corpo, e sim a alma que desvirtuava e usava mal
o corpo. Os bons sentimentos e a inteligência deveriam superar as ambições políticas e
A TRANSCENDENTALIDADE DA DOUTRINA DO AMANHECER – ACERVO OGANOR

militares; o prazer do espírito deveria estar acima do prazer físico; e o perfeito equilíbrio das
paixões humanas traria a paz ao espírito. A alegria, a moderação, a boa vontade, a
tranquilidade e o equilíbrio proporcionariam um elevado grau de felicidade ao ser humano.
DIÓGENES DE APOLÔNIA – Ensinando em Atenas, compartilha as idéias de Anaximenes,
dizendo que a realidade comum elementar é o ar, cuja condensação e rarefação explicariam
os fenômenos cósmicos, tendo em si mesmo conhecimentos que animam e guiam todo o
processo. Essa realidade primitiva, solidária e suficiente comporia tudo – matéria, alma,
conhecimento e Deus.
EPICURO – (Samos, 342 a 270 AC) Em 307 AC, criou em Atenas o “Jardim”, comunidade
isolada do tumulto e da política, baseada no sentimento de amizade. Escreveu grande
número de obras, sendo baseadas na Moral, compreendendo a Lógica, a Física, a
Metafísica, a Religião e a Ética. Todo o conhecimento teria, como base, as sensações,
sendo os sentidos o critério da verdade. O erro seria decorrente de um raciocínio formado
por opiniões e juízos, fora dos dados sensoriais, e a exatidão se baseava na evidência. A
matéria se compunha de átomos (como ensinou Demócrito) e de vazios, onde os átomos de
moviam. O corpo era formado por átomos, e também a alma, só que esta teria átomos mais
sutis e com vibração mais rápida. Como se compunha de átomos, a alma seria mortal. Os
deuses seriam homens perfeitos, verdadeiros sábios, compostos por átomos extremamente
sutis, vivendo nos vazios entre mundos, sem qualquer interveniência na Humanidade ou no
Universo, e por sua sabedoria e auto-suficiência seriam os verdadeiros modelos para o
Homem da Terra. O Homem deveria buscar, sempre uma forma de prazer: o estático,
superior, como a tranquilidade e a ausência da dor corporal, e o dinâmico, como a alegria e
a exultação, sendo escolhidos pela prudência. Para Epicuro, os quatro remédios da
felicidade – tetrafarmaco – seriam, como demonstrou: a) ser em vão temer a Deus; b) ser
em vão o temor da morte; c) estar o prazer ao alcance de todos; e d) ser a dor plenamente
suportável, por ser breve e transitória.
ERASTÓTENES – (Cirene, 276 – Alexandria, 194 AC) Estudou em Alexandria e Atenas,
tornando-se filósofo, matemático e geógrafo, matérias sobre as quais escreveu mais de
cinquenta obras. Dirigiu a Biblioteca de Alexandria, desde 236 AC até morrer. Ficou famoso
com seu sistema de crivo para a investigação dos números primos e pelo mesolabio,
construção mecânica para a resolução do problema da média proporcional. Mediu, pela
primeira vez, a circunferência terrestre, errando por pequena margem – 114 Km.
EUCLIDES DE ALEXANDRIA – Viveu em Atenas, no século III AC, e é um dos maiores
gênios da Geometria em todos os tempos, destacando-se sua obra Elementos, com 13
livros sobre Geometria plana e sólida e teoria dos números. Seu princípio metódico era que,
além de um pequeno número de definições e postulados, tudo o mais teria que ser
demonstrado. Suas idéias só vieram a sofrer algumas alterações a partir do Século XIX,
mas sua obra sobre Geometria elementar, Astronomia e Música, embora perdida em sua
maior parte, demonstram ter sido Euclides um amante do saber, sem se importar com suas
possíveis aplicações materiais.
HERÁCLITO DE ÉFESO – No Século VI AC, escreveu a obra Da Natureza, e suas idéias
chegaram até à atualidade, no que diz respeito ao Logos, que abrange todos os domínios:
cósmico, ético, político e teológico, sendo a razão e a proporção, a lei e o método, a
estrutura e o símbolo, que constituem, regem e exprimem o real em totalidade, e que
aparece nas palavras do Homem, sendo a sua forma e capacidade de pensar, a norma de
como agir, a consciência lúcida e desperta, a sabedoria, o ritmo de reciprocidade e a
intenção comunicativa. O Logos seria eterno e comum a tudo e a todos. Para Heráclito, o
importante era a luta dos contrários: “O combate é o pai de todas as coisas e o rei de todas
as coisas. De uns fez deuses, de outros, homens... De uns fez escravos, de outros, livres”.
O fogo – Zeus - seria a própria substância do Universo: “Este mundo, o mesmo para todos,
nenhum dos deuses, nenhum dos homens o criou. Mas ele foi, é e será sempre, fogo
permanente, vivo, que com medida se acende e com medida se apaga. (...) O fogo virá a
julgar e a convencer todas as coisas!”. Assim, a unidade que governava tudo era Logos e
Zeus era a sabedoria única, o deus combatente mas, também, pacífico.
A TRANSCENDENTALIDADE DA DOUTRINA DO AMANHECER – ACERVO OGANOR

HÉRON DE ALEXANDRIA – Posterior a Arquimedes e a Apolônio, foi grande pesquisador


da Matemática e da Mecânica, Escreveu numerosas obras, destacando-se Metrika, com
cálculos da raiz quadrada e da raiz cúbica, e Geometrika, com lições de Geometria, e
manuais práticos de Física e de Matemática, bem como tratados de Mecânica, descrevendo
engenhos variados, como a fonte, a máquina a vapor, um sifão, um hodômetro, um órgão
hidráulico e figuras autômatos, que eram usados em templos e teatros. Por seu trabalho,
ficou conhecido como Héron, o Mecânico.
LEUCIPO – Viveu no Século VI AC, tendo sido totalmente perdidas suas obras, restando
pequenos fragmentos que o identificam como fundador do atomismo, admitindo, a um
tempo, o uno e o múltiplo, o ser e o não ser, o finito e o infinito.
PÍNDARO – (Tebas, 518 – Argos, 444 AC) De ascendência nobre, estudou música em
Atenas e foi o maior lírico grego, compondo odes triunfais que foram executadas nas mais
variadas partes do mundo grego, tratando dos grandes valores morais, tais como a verdade,
a justiça, a lealdade, a paz, a harmonia e a moderação. Sua obra foi fragmentada pelo
tempo, mas peças completas chegaram até a atualidade, tais como os Epicínios, agrupados
pelos Jogos Pan-helênicos, cujos vencedores foram celebrados em Odes Olímpicas, Píticas,
Nemeias e Istmícas. Na música e na poesia cantava a coragem e destreza dos atletas e dos
campeões, ligando-os a mitos e ideais heróicos. Tinha uma cadeira no templo de Apolo, em
Delfos, e sua casa, em Tebas, foi a única poupada por Alexandre, no episódio em que
arrasou aquela cidade grega.
PIRRO – (Elis, 360 a 270 AC) Influenciado pela Linha Indiana, é considerado um dos
grandes cépticos da antiguidade. Para ele, nossa sensibilidade, de caráter contrastante e
contraditório, só nos revelam o caráter fenomênico do nosso conhecimento. Conhecemos
apenas os fenômenos e não a constituição interna das coisas e, assim, os fenômenos não
são verdadeiros nem falsos. A felicidade é obtida pela eliminação das causas das nossas
perturbações, que são geradas pelo nosso juízo sobre a realidade das coisas, sobre sua
natureza boa ou má. Disso surgem nossos desejos e temores, que nos causam agitações.
Nossa consciência só capta fenômenos e aparências. Devemos nos conduzir pelas
aparências que nos levem ao equilíbrio vital, à tranquilidade e à paz de espírito. A principal
causa de toda perturbação é a busca de definições. Assim, não devemos definir coisa
alguma, abstendo-nos de quaisquer afirmações ou definições racionais, reconhecendo
nossa falta de compreensão. Nunca devemos dizer “isto é”, mas, sim, “isto parece ser”,
evitando todo e qualquer juízo sobre a natureza das coisas.
PITÁGORAS – Nascido em Samos, abriu sua escola em Crotona, Sul da Itália, em 532 AC,
obtendo o respeito dos povos da região, com isso fazendo a união de várias cidades da
Magna Grécia, que viam nele a personificação de Apolo. Após algum tempo, cansados da
autoridade de Pitágoras, o povo se revoltou, e ele foi para o Metaponto, onde morreu. Era
considerado senhor de profundo poder e conhecimentos da Magia, e relatam dele inúmeras
aventuras espirituais e xamanísticas, sendo a ele atribuída a doutrina da metempsicose –
uma alma pode viver diversas encarnações, mas não só na forma humana, mas, também,
em animais e vegetais.
PLATÃO – (Atenas, 428 a 348 AC) Platão, um dos discípulos de Sócrates, sentiu-se
ameaçado por ter acompanhado o mestre até o momento de sua morte, e resolveu sair de
Atenas, tendo, por doze anos, viajado pela Palestina e pelo Egito, reunindo linhas das
origens de Egea, e seguindo até à Mesopotâmia, onde obteve muitas heranças daquela
origem. Dionísio, rei de Siracusa, pediu que Platão fosse ser seu conselheiro. Algum tempo
depois, importunado pelo sábio que condenava sua tirania e corrupção da corte, prendeu-o
e o colocou num navio espartano, que o levou até a ilha Egina, onde foi vendido como
escravo. Comprado por um amigo, recebe a libertação. Em 387 AC, Platão retornou à
Grécia, tendo aberto uma escola de filosofia no Jardim Público de Atenas, que se tornou
conhecida como a Academia, onde passou a ensinar a doutrina socrática ou platônica. As
idéias de Platão pregavam a retidão do indivíduo e a equidade do Estado. Mas o que se
estabelece na República de Platão é um Estado comunal, ditatorial e inclemente, com o
bem-estar da comunidade acima das necessidades dos indivíduos.
A TRANSCENDENTALIDADE DA DOUTRINA DO AMANHECER – ACERVO OGANOR

PROTÁGORAS – Nascido em Abdera (480 a 410AC), foi o primeiro e maior sofista,


contemporâneos de Sócrates que desenvolveram a retórica, a eloquência e a gramática. O
termo sofista foi por ele utilizado pela primeira vez como designação do sábio que viajava e,
mediante pagamento, dava aulas aos grupos interessados. Viajou pela Hélada e deixou
apenas duas obras conhecidas – Antilogias e Verdade – que foram desmembradas em
vários fragmentos. Em sua teoria, o Homem é a medida de todas as coisas: das que são,
porque são (ou enquanto são); das que não são porque não são (ou enquanto não são. Seu
ponto de vista religioso: “Relativamente aos deuses, não posso ver nem se eles existem
nem se não existem, nem, na hipótese de eles existirem, qual a sua natureza. Muitas coisas
impedem sabê-lo: a não-evidência do fenômeno e a brevidade da vida humana!” Como
amigo de Péricles, recebeu deste a incumbência de redigir a constituição da colônia pan-
helênica de Túrios.
PTOLOMEU – Cláudio Ptolomeu (90 a 168 DC) foi grande astrônomo, geógrafo e
matemático que, de 127 a 151, em Alexandria, escreveu uma importante obra – Grande
Composição ou Almagesto - , em 13 livros, contendo o primeiro sistema completo sobre o
Universo, o Sistema Geocêntrico. Os estudos sobre astros dominaram as idéias até a
Renascença, com medidas e movimentos, tendo, inclusive, descoberto a evecção – a
primeira e maior irregularidade do movimento da Lua, que se origina na variação da
excentricidade da órbita lunar, provocando mudança na direção da força de atração do Sol.
A Ptolomeu se deve, também, grande impulso na Trigonometria.
SÓCRATES – (Atenas, 470 a 399 AC) Foi o grande filósofo e orador grego, e não deixou
obras, sendo sua vida relatada por diversos autores da antiguidade, onde surge a figura de
um sábio absorto em suas reflexões, distanciado de questões da prática cotidiana, definindo
conceitos e defendendo o culto da virtude e o autodomínio. Identificando o útil com o bem,
estimulava, através de perguntas, no diálogo com as pessoas, atingirem verdades que
julgavam desconhecer, afirmando que a ignorância é que seria responsável pelas más
ações. A moral teria seu fundamento na razão – a base da Ética, e deve haver uma unidade
entre o pensamento e a ação. Em uma reunião de filósofos e poetas, foi levantado o tema
“AMOR”. Fedro disse: “O amor é o mais velho dos deuses e um dos mais poderosos! É
o princípio que transforma em heróis os jovens comuns, pois o enamorado tem
vergonha de fazer papel de covarde diante de sua amada... Assim, dai-me um exército
de enamorados e poderei conquistar o mundo!” Em seguida, Pausânias falou: “Sim,
mas é preciso distinguir entre o amor terreno e o amor divino – a atração entre dois
corpos, de um lado, e a afinidade entre duas almas. O amor vulgar do corpo cria asas
e foge ao passar o viço da mocidade, enquanto o nobre amor da alma é perpétuo!...”
Sócrates finaliza: “O amor é o ardente anelo da alma humana pela beleza divina. O
amante anseia não somente por encontrar a beleza, mas por criá-la, perpetuá-la, por
plantar no corpo mortal a semente da imortalidade. É por isso que se amam os sexos
uns aos outros – para se reproduzirem e, assim, prolongarem o tempo até a
eternidade! E é por isso que os pais amam seus filhos. Porque a alma dos pais
afetuosos cria não apenas filhos, mas também investigadores e companheiros,
colaboradores e sucessores na eterna busca da beleza. E que é essa beleza que todos
procuramos perpetuar através do amor? É a sabedoria, a virtude, a honra, a coragem,
a justiça e a fé. Numa palavra, beleza é verdade, e a verdade é o caminho que conduz
diretamente a Deus!...” Tendo sido condenado à morte, sob acusação de corromper os
jovens e introduzir deuses estrangeiros em Atenas, Sócrates teve oportunidade de fugir,
mas se negou, dizendo: “Vamos enfrentar a morte como enfrentamos a vida:
corajosamente! Não consiste a dificuldade, ó, juizes meus, em fugir à morte, mas à
culpa, pois esta é mais veloz do que a morte, e nos agarra com muito maior rapidez...
Fui alcançado pela morte e meus acusadores, pela iniquidade... Submeto-me à minha
punição, e eles à sua!” No momento em que ia ingerir a cicuta, veneno que o mataria
rapidamente, Sócrates fala aos discípulos que havia convidado para o ato: “A morte pode
ser um sono eterno – um suave esquecimento imortal em que não existe perseguição,
nem injustiça, nem desilusão, nem sofrimento, nem aflição – ou uma porta através da
qual passamos da Terra para o Céu, átrio que conduz ao palácio de Deus. E lá, meus
A TRANSCENDENTALIDADE DA DOUTRINA DO AMANHECER – ACERVO OGANOR

amigos, ninguém é morto por suas opiniões... Alegrem-se, portanto, e não deplorem o
meu passamento. Quando me descerem à sepultura, saibam que estarão enterrando
apenas o meu corpo e não a minha alma!” Ergue a taça de cicuta e nota o desespero nos
olhos dos amigos, e lhes diz: “Que tolice é essa? Mandei as mulheres embora para,
principalmente, evitar uma cena como esta! Aquietai-vos, pois, e deixai-me morrer em
paz!...”
SÓLON – (Séculos VII e VI AC) De origem nobre e muito viajado, o grande legislador e
poeta ateniense foi o fundador da democracia, tendo numerosas obras que sobreviveram
em fragmentos, tratando de poemas ligados à política, incluindo exortações populares, como
as que fez para a tomada de Salamina e chamar de volta a Atenas aqueles que haviam se
tornado escravos. Como Arconte, em 593 AC aboliu a escravatura decorrente de dívidas.
Depois, promulgou as primeiras leis escritas, alterando por completo a constituição
ateniense, baseada em leis orais de Drácon, mantendo apenas as referentes ao homicídio.
Protegeu a produção agrícola e tornou obrigatório que cada pai ensinasse uma profissão ao
filho. Reformou o sistema monetário e o de pesos e medidas, e estabeleceu quatro classes
sociais, baseadas na riqueza e não na ascendência, com elas dividindo a responsabilidade
política. Tornou possível a qualquer pessoa – livre ou escrava – mover processo se se
sentisse lesada por algum ato injusto. As leis eram gravadas em prismas rotativos, para
serem lidos em todos os lados. Por ter sido exemplo de grande estadista e legislador,
integro e conciliador, além de sensível poeta, Sólon foi incluído entre os Sete Sábios da
Grécia.
TALES DE MILETO – (Mileto, fins do século VI à 1ª metade do século V AC) Matemático e
filósofo, a obra de Tales foi totalmente perdida, só sendo recuperados alguns trabalhos
através de outros autores, que dizem ter ele introduzido a Geometria na Jônia e ter
enunciado vários teoremas sobre ângulos e triângulos. Mediu a altura das pirâmides do
Egito, estudou as cheias do Nilo e, viajando pelo Egito, descobriu que a pedra imã e o
âmbar, quando friccionados, atraem outros corpos. Afirmou que a água seria o princípio de
todas as coisas. Buscava explicações naturais para os fenômenos, sem recorrer a
explicações místicas. A Terra flutuaria sobre as águas, como um barco. Tales foi incluído
entre os Sete Sábios da Grécia.
TÍMON – Filósofo céptico, nascido em Fliunte e morto em Atenas, escreveu uma grande
obra, que se perdeu, chegando até à atualidade somente alguns fragmentos de tragédias e
dramas satíricos, entre os quais se destaca Silloi, poema satírico, em hexâmetros.
ZENÃO DE CHIPRE – (Citium, 333 a 261 AC) De origem fenícia, chegou a Atenas em 311
AC, sendo influenciado por vários filósofos, especialmente por Sócrates e pelos Cínicos,
aprofundou-se no estudo da Física, da Lógica e da Ética. Fundou o Estoicismo, que
considerava os problemas morais, sendo que o Homem sábio deveria buscas a ataraxia,
estado em que a alma, pelo seu equilíbrio e na moderação dos prazeres de seus sentidos,
de seus instintos e do seu espírito, atinge o ideal supremo da felicidade: a
imperturbabilidade, a serenidade, a tranquilidade. Os estóicos deveria preservar sua
austeridade de caráter e sua rigidez moral, ficando impassíveis à dor e aos infortúnios.
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