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Unidade III
5 CORRENTE RUSSA E SISTEMA MUSCULAR
As correntes excitomotoras são muito utilizadas nos protocolos estéticos, sendo um dos recursos
mais importantes para o tratamento de flacidez muscular. A estimulação muscular por meio de eletrodos
superficiais é um procedimento não invasivo de excitamento dos nervos de diferentes partes do corpo,
proporcionando a contração muscular (PEREIRA, 2013).
Compreender como ocorre o processo de contração muscular é fundamental para entender como a
corrente russa atua na diminuição da flacidez muscular.
Os músculos estriados esqueléticos são voluntários, fixados nos ossos pelos tendões. O cardíaco,
apesar de ser estriado, é involuntário.
A região central do músculo é denominada ventre muscular. Essa porção é a região contrátil, que é
encurtada durante a contração muscular. O epimísio reveste a parte externa do músculo.
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Unidade III
Perimísio
Fascículo muscular Endomísio
Fibras musculares
Fibra muscular
Sarcolema
Miofibrila
Mitocôndria
Núcleo
A contração dos músculos estriados se dá pela interação entre dois tipos diferentes de
filamentos proteicos situados nos sarcômeros, a miosina e a actina. A cabeça da miosina empurra
os filamentos de actina, gerando a movimentação das fibras musculares e dando origem à contração.
Enquanto o músculo está relaxado, esse ponto de conexão entre os filamentos está ocupado por outro
tipo de proteína, denominada tropomiosina, que envolve os filamentos de actina.
Para que ocorra a contração, a tropomiosina deve liberar o ponto de ligação entre a actina e a
miosina. A cabeça da miosina se flexiona e se liga à actina, realizando um deslizamento entre as fibras.
A energia utilizada para esse tipo de movimentação nos filamentos proteicos é o ATP (trifosfato de
adenosina). Essa é a primeira fonte de energia do corpo humano e é responsável pela energia rápida e
pela energia celular.
O cálcio também é fundamental para a contração muscular. Ele encontra-se armazenado em organelas
das fibras musculares. O ponto de ligação entre a miosina e a actina deverá estar livre para que ocorra
a ligação. No entanto, em condições normais, a tropomiosina bloqueia esse local. Com os comandos
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RECURSOS TECNOLÓGICOS ESTÉTICOS GERAIS
neurológicos, os íons cálcio serão exportados e se unirão à troponina, que deslocará a tropomiosina do
local, desbloqueando o local de união dos filamentos de actina e miosina (BORGES, 2006).
Os músculos, quando são estimulados (o que pode ser feito com atividade física ou com algumas
correntes elétricas), fortalecem-se e entram em hipertrofia, ou seja, aumentam o ventre muscular.
Contudo, quando não recebem estímulos, tendem a ficar flácidos.
É importante ressaltar que para aumentar a massa muscular é fundamental a ingestão de proteínas.
Por isso, é fundamental que o cliente interessado em fortalecer a musculatura faça uma reeducação
alimentar e, sempre que possível, passe pela consulta de um profissional de nutrição.
Além disso, é importante que o profissional de estética saiba que são necessárias muitas sessões
para alcançar um resultado estético, o qual, para ser mantido, dependerá de estimulação contínua da
musculatura do cliente.
Em outras palavras, não adianta fazer “somente dez sessões”. Enquanto o cliente quiser ter a
musculatura fortalecida, deverá manter a estimulação do músculo através de atividade física ou corrente
elétrica. Cabe ao profissional, então, especializar-se e estudar sempre para elaborar séries de tratamento
capazes de manter os resultados a longo prazo para o cliente.
A corrente russa é muito utilizada na área de fisioterapia para a reabilitação do tecido muscular
atrofiado, comum em casos de acidentes em razão dos quais o paciente fica muitos dias com um
membro imobilizado. Se o indivíduo, por alguma razão, não for capaz de excitar uma contração muscular
voluntária, isso pode ser realizado com o auxílio de eletroestimulação neuromuscular. Nisso se baseiam
vários protocolos de tratamento com o intuito de fortalecer o músculo debilitado.
Atualmente, a corrente russa também é muito utilizada na área de estética e cosmética para amenizar
a flacidez muscular e melhorar o contorno corporal, auxiliando, por exemplo, o fortalecimento dos
músculos que compõem os glúteos, e melhora na aparência do músculo tríceps.
A corrente russa pode ser definida como uma corrente alternada de média frequência entre 2.500 Hz
e 5000 Hz. Ela pode ser modulada por bursts (rajadas) e é utilizada com o objetivo de realizar excitação
muscular (BORGES, 2006). Segundo Hooker (apud BORGES, 2006), ela foi desenvolvida por volta de
1977 como um estimulador elétrico para aumentar o ganho de força.
Alon (apud BORGES, 2006) afirma que a potência mais utilizada da corrente é de 2.500 Hz. Talvez
isso se deva ao fato de essa frequência ser considerada confortável e trazer resultados satisfatórios aos
protocolos de fortalecimento muscular.
Assim como outras correntes já apresentadas neste livro-texto, diferentes autores mencionam
diferentes formas de utilização. É necessário que você, como estudante, amplie seus conhecimentos
através de leituras de artigos relacionados com o tema.
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Unidade III
Quando uma pessoa faz dieta e reduz a quantidade de calorias ingeridas ou quando aumenta o
gasto calórico através de atividade física, necessita retirar energia desse estoque e, dessa forma, as
células diminuem de tamanho e ocorrem o emagrecimento corporal e a diminuição de medidas.
Para que a gordura corporal seja disponibilizada ao consumo do organismo, ocorre a lipólise. Os
ácidos graxos são liberados e metabolizados, atravessam a membrana celular do adipócito e entram
na corrente sanguínea. Estando na corrente sanguínea, ligam-se à albumina sérica, que atua como
um carregador, e são transportados para as células que os utilizam como fonte de energia. A gordura é
então desintegrada e transformada em energia dentro das mitocôndrias celulares.
Quando o corpo tem uma grande reserva energética, ela será a fonte de energia preferencial durante
uma atividade física intensa. O exercício aumenta a concentração plasmática de epinefrina e outros
hormônios, ativando os receptores beta e estimulando a lipólise. Ocorre então a quebra dos triglicérides
em ácidos graxos e glicerol.
Uma vez no plasma sanguíneo, os ácidos graxos se ligam à albumina e sua quantidade no sangue
diminui à medida que é aumentada a intensidade do exercício. Em casos de sedentarismo, quando
o gasto energético é pequeno, cerca de 70% dos ácidos graxos são ligados novamente ao glicerol e
formam novos triglicerídeos nos adipócitos.
Durante o exercício físico, a glicose e o ácido graxo são utilizados como fonte de energia,
o glucagon aumenta e a insulina diminui. Essa seria uma hipótese bioquímica de que o esforço
muscular induzido eletricamente poderia provocar essa mobilização, já que a eletroestimulação
neuromuscular tende a promover uma contração muscular de 30% a 40% mais eficaz do que a
contração voluntária. Entretanto, algumas pesquisas mostram que a eletroestimulação foi ineficaz na
redução do tecido adiposo (BORGES, 2006).
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RECURSOS TECNOLÓGICOS ESTÉTICOS GERAIS
Lembrete
O cliente de procedimentos estéticos corporais deve estar ciente que, para reduzir tecido adiposo, é
muito importante realizar uma reeducação alimentar e praticar atividade física, pois, diante do que foi
citado no parágrafo anterior, mesmo que o estímulo seja eficiente, caso a energia não seja consumida,
ela se transformará novamente em triglicerídeos.
Em outras palavras, mesmo que o profissional de estética utilize um equipamento de alta tecnologia
e transforme a gordura armazenada em energia, caso o corpo não tenha necessidade de consumi-la,
essa energia será transformada novamente em gordura e o tratamento estético não será satisfatório.
Justamente por esse motivo é que nós, profissionais de estética, não podemos garantir resultados.
É fundamental que o estilo de vida do cliente seja saudável para que os resultados apareçam.
Observação
É muito grande a variação de protocolos com relação ao tempo de repouso e a contração utilizando
a corrente.
Muitas vezes nosso cliente nos questiona quanto à quantidade de sessões necessária para obter
resultados satisfatórios. É difícil prever quando os resultados vão aparecer, pois eles dependem de
uma série de fatores individuais. A alimentação, por exemplo, é de extrema importância. Aqueles que
consomem maiores quantidades de proteínas terão melhores condições de desenvolver musculatura.
Em alguns casos, são indicados suplementos de proteína. Além disso, é importante ressaltar que o
músculo permanece fortalecido enquanto recebe estímulos de contração, caso o cliente pare de fazer
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o tratamento e de praticar atividade física, o músculo ficará flácido, normalmente em um tempo menor
do que o gasto para ficar fortalecido.
Portanto, quando um cliente nos questiona sobre a quantidade de sessões que serão necessárias, o
ideal é responder que esse número poderá sofrer modificações com relação à frequência e à modulação, e
que o cliente deverá fazer o tratamento constantemente, ou então ser adepto da prática de musculação,
para manter os resultados obtidos durante o tratamento estético com corrente russa.
É interessante comparar o tratamento estético de fortalecimento muscular com a corrente russa com
a prática de musculação. Por acaso, alguém que pratica musculação por um período curto (dois meses, por
exemplo) consegue manter os resultados se parar de realizar a atividade? A resposta é óbvia: não! Por que
na estética seria diferente, se a explicação fisiológica para o fortalecimento muscular é a mesma?
Assim, para que ocorra o fortalecimento muscular, é necessário manter um estímulo muscular após o
programa estético, ou então continuar o programa modificando a intensidade de acordo com o decorrer
das sessões. O ideal é iniciar o tratamento com intensidades baixas e ir aumentando gradativamente ao
longo das sessões.
A variação dos protocolos quanto ao número e frequência de sessões semanais vai depender do
objetivo do cliente e do tratamento proposto. Na prática clínica, tomamos como base iniciar o tratamento
com dez sessões e executar uma reavaliação, ocasião em que o protocolo poderá ser modificado até
alcançar o objetivo esperado.
Lembrete
Borges e Valentin (apud PEREIRA, 2014) apresentaram um trabalho satisfatório utilizando a corrente para
tratamento de diástase abdominal em puerpério de parto normal com emprego da eletroestimulação com
corrente muscular de 2.500 Hz, frequência modulada de 100 Hz, ciclo de 50%, tempo de contração e relaxamento
de seis segundos, tempo de sessão de 20 minutos, intensidade de corrente (µA) confortável e suficiente para
proporcionar contração visível. Esse protocolo foi repetido três vezes por semana durante seis semanas.
Silva et al. (apud PEREIRA, 2014) aplicaram um protocolo com frequência de corrente de 2.500 Hz,
frequência modulada de 50 Hz e intensidade de 100 µA. Os participantes foram divididos em dois
grupos: um utilizou somente eletroestimulação e o outro, eletroestimulação e exercícios de contração
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RECURSOS TECNOLÓGICOS ESTÉTICOS GERAIS
voluntária máxima. Ambos realizaram três sessões semanais durante 12 semanas, totalizando 36 sessões.
Os autores concluíram que ambos os grupos obtiveram resultados satisfatórios em fortalecimento da
musculatura, embora não tenham obtido nenhum resultado na diminuição do tecido adiposo.
Outro fator importante para a atingir resultados satisfatórios é o tamanho e a maneira correta de
adaptação dos eletrodos nos segmentos corporais, pois a escolha de um tamanho inapropriado pode
prejudicar os resultados. Eletrodos muito grandes podem fazer com que a corrente se espalhe para
estruturas que não o nervo ou o músculo de interesse, já os muito pequenos podem ocasionar um
desconforto sensorial muito intenso antes mesmo que a contração muscular seja desencadeada.
Eletrodos de 8 x 12 cm normalmente são utilizados para estimular grandes grupos musculares, como o
quadríceps femural. Para Kitchen e Bazin (apud PEREIRA, 2014), a escolha do tamanho do eletrodo depende
do tamanho do músculo que será trabalhado. Em geral, o ponto motor se localiza sobre o ventre muscular.
Os eletrodos mais utilizados atualmente são os de borracha, pois são reutilizáveis, desde que se
realize a higiene correta. Eles são flexíveis e por isso se adaptam às curvaturas corporais com facilidade.
Na região abdominal, os eletrodos também devem ser adaptados à região de contração da musculatura.
A) B)
Figura 92 – A) Aplicação do gel condutor nas placas de borracha; B) colocação dos eletrodos de borracha na região abdominal
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Unidade III
A corrente russa também pode ser empregada em procedimentos estéticos faciais. Aliás, é muito
importante ressaltar que, quando se trata de protocolos estéticos para rejuvenescimento facial, é
essencial tratar da pele e da musculatura.
Lembrete
A pele está fixada na musculatura mímica, por isso, quando esta perde
a tonicidade, automaticamente a flacidez é demonstrada pela pele, através
de linhas de expressão.
A imagem a seguir demonstra a localização dos pontos motores para a colocação dos eletrodos na face.
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RECURSOS TECNOLÓGICOS ESTÉTICOS GERAIS
Corrugador do supercílio
Frontal
Temporal
Zigomático
Bucinador
Elevador do lábio superior
Orbicular da boca
Mentoniano
• marca-passo cardíaco;
• hipertensão ou hipotensão;
• tecido neoplásico;
• região torácica;
• gestação.
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Unidade III
Parecer profissional
Essa é uma cliente que terá dificuldade em definir a musculatura e constituir massa magra por causa
dos seus hábitos inadequados. Infelizmente a estética não faz milagres e, para a constituição de massa
magra, é necessário, além do impulso muscular, que pode ser feito através de exercícios ou de estímulos
elétricos, ela precisa de alimentos construtores em sua dieta. É um conjunto de fatores que determina
o sucesso do tratamento.
Devemos ser profissionais e sinceros com os clientes. Nesse caso, o recomendável seria sugerir
sessões de corrente russa, de duas a três vezes por semana, em dias alternados, mas esclarecendo que é
necessária uma mudança na rotina para que os resultados sejam mais rápidos e satisfatórios.
Porém, mesmo com toda a orientação necessária, o profissional de estética nunca deve dar um
número exato de sessões para que o cliente veja o resultado, pois este depende das características
individuais de cada um, da genética e principalmente dos hábitos diários, que podem acentuar ou
atenuar o perfil herdado.
Os recursos tecnológicos estéticos podem sempre ser associados a procedimentos estéticos manuais,
tais como: higienização da pele, esfoliação (em alguns casos) e, principalmente, massagem. Porém, os
procedimentos deverão complementar uns aos outros. A higienização e a esfoliação em procedimentos
estéticos faciais é muito importante, pois facilita a absorção de princípios ativos cosméticos e ainda
aumenta a circulação sanguínea, promovendo melhor nutrição tecidual endógena.
5.2 Eletrolifting
Essa técnica, também conhecida como galvanopuntura, emprega uma corrente contínua galvânica
medida em µA (microampere). É um tratamento que visa à atenuação de rugas e linhas de expressão.
O procedimento consiste na estimulação do tecido para que, através de uma pequena lesão, seja
estimulada a produção de colágeno. A reação de defesa decorrente dessa pequena lesão promove a
melhora da elasticidade do tecido na qual a corrente é utilizada.
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RECURSOS TECNOLÓGICOS ESTÉTICOS GERAIS
A técnica pode ser realizada com ou sem agulhas fixadas na base do eletrodo ativo. A agulha utilizada
deve ser do tipo descartável. Existem modelos de agulhas que podem ser esterilizadas. Porém, esse tipo
de procedimento não é recomendado porque não segue os padrões exigidos de biossegurança.
O eletrodo ativo será aquele que está em contato com a face ou com o tecido a ser tratado e o
eletrodo dispersivo é aquele que se encontra em outro local do corpo, podendo ter forma de bastão ou
de placa.
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Unidade III
A agulha utilizada é fina, porém rígida. Ela deve ser pontiaguda para penetrar facilmente na pele. O
comprimento dela é de no máximo 4 mm, e é confeccionada em material inoxidável.
A técnica também pode ser realizada com ponteira sem agulhas. Nesse caso, a ponta do eletrodo
é bem fina, mas não há penetração na pele. Portanto, esse método é considerado não invasivo. A
ponteira do eletrodo deve ser deslizada sobre a pele e pode ter associações de produtos ionizáveis
com princípios ativos cosméticos (a ionização é associada ao procedimento). Segundo Borges (2006),
a técnica não invasiva não é considerada eletrolifing por alguns autores, ainda que também tenha
resultados satisfatórios nos procedimentos estéticos.
A ponta da agulha provoca uma lesão traumática na epiderme, ocasionando uma necrose epidérmica
em virtude do componente galvânico associado à microlesão. A lesão das células do estrato espinhoso
obriga o organismo a uma reação reparadora.
Em resposta a essa lesão, haverá uma dilatação dos microcapilares sanguíneos correspondentes à
região que foi lesada, resultando em um edema e hiperemia discretos. Logo após a aplicação, ocorre
um aumento da taxa mitótica e as células recém-formadas preencherão o espaço das células lesadas
cujos resíduos (restos celulares) serão eliminados por fagocitose; o líquido excedente será absorvido pela
circulação linfática (BORGES, 2006).
A técnica promove uma necrose por liquefação que se limita a algumas células epidérmicas. Essa
necrose é formada pelas substâncias alcalinas que se formam no polo negativo pela ação do componente
galvânico da microcorrente sobre os líquidos da substância fundamental.
Assim como acontece com outras técnicas de recursos tecnológicos estéticos, não existe receita
de bolo, ou seja, cada ser é único e pode apresentar reações diferentes. Normalmente os efeitos de
uma sessão se estendem por três semanas e são necessárias de seis a dez sessões para obter resultados
satisfatórios, porém, essa quantidade também pode variar de pessoa para pessoa.
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RECURSOS TECNOLÓGICOS ESTÉTICOS GERAIS
Imediatamente após a aplicação, é notável uma hiperemia local e edema, que é típico de qualquer
processo inflamatório devido às substâncias locais liberadas pela lesão; como efeito, ocorrem
vasodilatação e aumento da permeabilidade dos vasos.
É extremamente importante ressaltar a importância dos cuidados home care quando se é submetido
a essa técnica. Devido à lesão causada no tecido, é fundamental o uso de proteção solar. Na verdade, o
uso de proteção solar é essencial em qualquer tipo de procedimento estético, mas, quando há lesão na
pele, a importância é ainda maior.
Além disso, é importante que o cliente não se exponha à radiação solar (praia e piscina) durante
todo o processo de cicatrização. A falta de cuidados básicos como os citados pode ocasionar manchas e
dificuldade de cicatrização da pele.
Os efeitos fisiológicos dessa técnica estão baseados na capacidade da corrente de provocar a eletrólise,
causando a formação de um tecido fibroso, o qual preenche os espaços tratados, principalmente no
relevo cutâneo, por meio de atividade metabólica celular e da ativação dos fibroblastos (VERARDO apud
PEREIRA, 2014).
É fundamental que a pele esteja completamente limpa, livre de produtos cosméticos, por exemplo,
cremes ou qualquer outro tipo de produto que impeça a condutividade. Também é recomendado
executar uma esfoliação suave e com baixa abrasão para a remoção de células mortas.
Passo 2: esfoliação com produto específico e adequado ao biótipo cutâneo. É importante que a
esfoliação não seja muito abrasiva para que a pele não fique muito sensível antes da aplicação do
recurso eletroterápico.
Passo 3: aplicação de produto ionizável com princípios ativos que também estimulem a produção
de colágeno. Dessa forma, os efeitos dos procedimentos serão somados aos efeitos dos princípios ativos,
ampliando as chances de resultados satisfatórios no protocolo.
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Unidade III
A) B) C)
Passo 4: nessa etapa, pode ser aplicada uma máscara calmante. Contudo, é importante ressaltar
que o processo inflamatório gerado pelo procedimento é algo benéfico para ativar as reações de
defesa esperadas.
Passo 3: aplicação do eletrolifting com agulhas. Nessa etapa, o profissional deverá executar
pequenas puncturas ao longo da linha de expressão. Um ponto deve ser realizado próximo ao outro em
toda a extensão da linha. Apenas a ponta da agulha deve ser introduzida na pele. É importante que o
profissional tenha a destreza necessária para elevar levemente a agulha gerando a microlesão.
A agulha deverá ser introduzida entre as camadas da epiderme (estrato espinhoso). Por não atingir a
derme, não haverá sangramento. A agulha também não deve ser introduzida muito superficialmente, porque,
se o bisel perfurar somente a região de células córneas, o efeito não será satisfatório. Por outro lado, a agulha
também não deve atingir a derme, porque o estrato basal não deve ser lesado (BORGES, 2006). Por esse
motivo, é muito importante que o profissional que fará uso dessa técnica tenha muito treinamento antes de
realizar o procedimento em clientes.
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RECURSOS TECNOLÓGICOS ESTÉTICOS GERAIS
Passo 4: nessa etapa, pode ser aplicada uma máscara calmante. Porém, é importante ressaltar
que o processo inflamatório gerado pelo procedimento é algo benéfico para ativar as reações de
defesa esperadas.
Angulação de 45º
para penetração
da agulha
Epiderme
Derme
Lembrete
O tempo de aplicação de cada sessão depende da quantidade de rugas ou de estrias que serão
trabalhadas. Quando a área a ser trabalhada for grande, é recomendado que o profissional de estética
estipule um tempo para a sessão, pois também não é recomendado que uma grande quantidade de
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Unidade III
tecido seja lesionada de uma única vez. Nesse caso, o profissional poderá atender o cliente na mesma
semana para realizar o procedimento em outras regiões não trabalhadas na sessão anterior – porém, é
necessário ter bom senso para elaborar a periodização do tratamento.
A intensidade para essa técnica é medida segundo um parâmetro que varia, dependendo da espessura
do tecido, do local e do procedimento. Intensidades mais baixas são recomendadas para peles mais
sensíveis e finas, enquanto intensidades mais altas são mais indicadas para regiões corporais e tecido
mais espesso.
É recomendado não ultrapassar 400 µA para evitar lesões mais graves e prováveis manchas na pele
(BORGES, 2006). Além disso, a pontuação deverá ser feita de maneira rápida e precisa, e a sensação
tende a ser um pouco desagradável, mas normalmente suportável.
Figura 100 – Eletrodo ativo negativo sem agulha e passivo positivo em bastão
É muito importante dar atenção aos seguintes pontos, no tocante à segurança e ao bem-estar do cliente:
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RECURSOS TECNOLÓGICOS ESTÉTICOS GERAIS
• Devemos testar a corrente toda vez que formos mudar a região que está recebendo o tratamento,
sempre questionando o cliente sobre a sensibilidade ao procedimento.
• A hidratação cutânea é um fator que pode alterar a sensibilidade da pele, ou seja, pessoas
que possuem a pele desidratada poderão relatar ausência de sensibilidade, principalmente nas
primeiras sessões.
• Não devemos repetir o tratamento antes que ocorra a cicatrização e todo o processo seja
reabsorvido. Por isso são necessários em média intervalos de dois a três dias entre as sessões. Na
prática clínica, são observados ótimos resultados em protocolos realizados uma vez por semana.
O intervalo de sete dias é seguro, pois, como a lesão tem nível epidérmico, depois desse período,
certamente a cicatrização estará completa, a menos que a aplicação tenha sido executada de
maneira inadequada e camadas mais profundas também tenham sido lesionadas (GUIRRO;
GUIRRO, 2004).
• pele lesionada;
• varizes;
• neoplasias;
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Unidade III
Saiba mais
6 ELETROLIPÓLISE
No início da década de 1980, na França, um grupo de médicos teve a ideia de associar a acupuntura
a correntes elétricas para o tratamento de adiposidades, FEG e fibroses dentro da medicina estética.
Anteriormente a essa data, só era possível trabalhar as correntes elétricas com eletrodos acoplados na
área a ser tratada. Entretanto, a técnica desenvolvida foi muito aceita e é utilizada até hoje por vários
profissionais da área da saúde.
No início essa era uma técnica de exclusividade médica, aplicada somente com o auxílio de agulhas
diretamente implantadas no panículo adiposo. Porém, a indústria de equipamentos da área de estética
criou a eletrolipoforese com placas transcutâneas na tentativa de ampliar o mercado de venda, para que
outros profissionais pudessem utilizar a técnica (GUIRRO; GUIRRO, 2004).
A hipoderme, atualmente conhecida como tela subcutânea, é o tecido localizado abaixo da derme.
É formada por células adiposas, as quais têm como principal função armazenar gordura sob a forma de
triglicerídeos no interior dos adipócitos.
O corpo humano possui uma capacidade limitada para armazenar carboidratos e proteínas, e a
gordura contida no interior dos adipócitos é o armazenamento de calorias nutricionais que excedem
a utilização como fonte de energia. Esse processo de armazenamento de gordura na forma de
triglicerídeos recebe o nome lipogênese.
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RECURSOS TECNOLÓGICOS ESTÉTICOS GERAIS
O contrário ocorre quando a ingestão de calorias é menor do que a quantidade que gastamos. Nesse
caso, a célula adiposa diminui.
O tecido adiposo também tem outras funções importantes para a homeostase corporal, por exemplo:
• isolante térmico: a camada adiposa retém calor e é essencial para o controle da temperatura corpórea;
• produção hormonal: a leptina é um hormônio produzido pelo tecido adiposo e é um dos fatores
estimuladores da lipólise, fator fundamental para gerar energia para o corpo.
6.1.1 Hipotálamo
Segundo Guyton e Hall (apud BORGES, 2006), a estimulação de certas áreas do hipotálamo faz com
que a glândula hipófise anterior secrete os hormônios endócrinos, os quais, por sua vez, controlam
outras funções corporais, como:
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Unidade III
O FEG é uma alteração do tecido hipodérmico que pode mudá-lo estética e patologicamente. É
mais comum no corpo feminino por causa das constantes alterações hormonais e grande quantidade
de estrogênio. O FEG pode se manifestar em diferentes graus – no mais brando, a circulação sanguínea
e a linfática têm um pequeno comprometimento, já no mais avançado, a circulação é muito afetada.
• Grau I: assintomático, as alterações são histológicas. Não há compressão vascular severa. Esse
grau não afeta a estética e autoestima, pois é imperceptível.
• Grau II: ocorre espessamento dos septos lobulares e proliferação das fibras colágenas; o líquido passa a
ter uma consistência gelatinosa, o que dificulta a remoção das toxinas. Ocorrem aumento no tamanho
das células adiposas e início de compressão sob os capilares sanguíneos e linfáticos. Esse grau é mais
facilmente diagnosticado através de compressão ou contração muscular (GUIRRO; GUIRRO, 2004).
• Grau III: alteração do tecido em repouso e presença de nódulos. Nesse nível, não é necessário
executar a compressão na pele para visualizar “os furinhos”.
• Grau IV: o tecido fibroso torna-se constante e esclerosado, o que significa que os nódulos estão enrijecidos.
Os adipócitos aumentados executam compressão vascular e a circulação é muito prejudicada. O local
torna-se mais frio, normalmente o tecido encontra-se flácido e os nódulos são mais profundos. Com
o enrijecimento tecidual muito intenso, é produzida uma irritação contínua nas terminações nervosas,
resultando em dores, mesmo sem motivos exteriores (GUIRRO; GUIRRO, 2004).
Vasos sanguíneos Vasos sanguíneos
Epiderme Epiderme
(camada subcutânea de gordura)
Derme Derme
Hipoderme
Hipoderme
Figura 102 – Comparação do tecido com boa irrigação sanguínea e tecido acometido por FEG
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RECURSOS TECNOLÓGICOS ESTÉTICOS GERAIS
Além dos diferentes graus, a FEG apresenta diferentes formas clínicas, que podem variar de acordo
com as características corporais:
• Forma compacta dura: associação da FEG com tecido adiposo enrijecido. É mais comum em
pessoas mais jovens.
• Edematosa: FEG associado à retenção de líquido no tecido conjuntivo. É comum em pessoas com
desequilíbrio hormonal, má alimentação e maior pré-disposição genética.
• Mista: quando ocorrem diferentes formas clínicas na mesma pessoa (GUIRRO; GUIRRO, 2004).
Segundo Azevedo et al. (apud PEREIRA, 2014), a ação da eletrolipoforese na lipólise consiste em
estimular a ação do sistema nervoso autônomo simpático ocasionando a liberação de catecolaminas
que ativam os receptores adrenérgicos, ocasionando a liberação de adenilato ciclase, responsável pela
conversão intracelular de ATP (trifosfato de adenosina) em AMP cíclico (monofosfato de adenosina
cíclico), resultando em alterações fisiológicas que estimulam a lipólise.
A ação lipolítica desse tipo de estimulação elétrica se inicia com o impulso inicial de duas enzimas
lipolíticas principais: a lipase e a lipoproteína lipase, que atuam no interior da célula adiposa liberando
glicerol e ácido graxo para a circulação.
Após a liberação dessa “energia” na corrente sanguínea, é importante que o corpo use o composto
energético para suprir as necessidades fisiológicas, pois, caso essa energia não seja utilizada, ela se
transformará em triglicerídeos e comporá novamente o interior de uma célula adiposa. Por esse motivo,
é muito importante realizar atividade física e manter uma dieta equilibrada.
• onda B: age na derme, estimulando células como os fibroblastos para a melhora da tonicidade da pele;
• onda C: atua diretamente nos adipócitos pela estimulação elétrica das terminações do
sistema nervoso autônomo simpático; sua ação se dá sobre os receptores β-adrenérgicos, que
desencadearão a liberação do AMPc intra-adipocitário, liberando os ácidos graxos e glicerol;
• ondas D e E: têm ação direta no adipócito e no tecido muscular (CARPES et al., 2012).
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Unidade III
Alguns equipamentos não apresentam a onda E e muitos outros, dependendo da marca e modelo,
disponibilizam apenas a onda C, que é a aquela que atua diretamente sobre os adipócitos para a
redução de gordura localizada. Normalmente os equipamentos conjugados com outras correntes não
dispõem de todas as correntes. Por esse motivo, vale a pena ressaltar que é muito importante fazer
o treinamento com o fabricante: dessa forma, você entenderá as possibilidades de tratamento com o
aparelho adquirido.
Observação
Os efeitos fisiológicos da eletrolipoforese, de acordo com Pereira (2014) e Borges (2006), são:
• Efeito eletrolítico: formação do campo elétrico gerado pela corrente polarizada que induz a um
movimento iônico responsável por gerar modificações na polaridade da membrana celular.
• Efeito eletromecânico: a microestimulação elétrica origina uma excitação das fibras do tecido
conjuntivo subcutâneo, o que favorece a drenagem linfática e sanguínea, promovendo a
desintoxicação, a melhora da nutrição endógena e, consequentemente, a melhora no aspecto
da pele.
• Efeito de estímulo circulatório: a corrente atua diretamente sobre nervos e vasos motores,
provocando uma ativação da microcirculação (PEREIRA, 2014).
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RECURSOS TECNOLÓGICOS ESTÉTICOS GERAIS
A aplicação da eletrolipólise, conforme já mencionado, pode ser executada através de agulhas finas
introduzidas no tecido ou através de eletrodos de superfície (aplicação transcutânea).
A aplicação da eletrolipólise com eletrodos de superfície é simples e não requer uma metodologia
específica. Os eletrodos em forma de faixa ou placas são colocados no local onde se deseja realizar o
tratamento. As placas devem ser posicionadas de acordo com os critérios clínicos de modo que a zona
a ser tratada fique no meio do campo elétrico gerado pelos eletrodos da aplicação.
Pode-se colocar o número de pares de eletrodos que o equipamento permitir e de acordo com o caso
em específico a ser tratado. É fundamental, contudo, evitar o contato físico entre as placas durante a
aplicação da eletrolipólise para impedir que o fluxo de corrente aconteça somente entre o os eletrodos
e não utilize o tecido alvo do tratamento como meio condutor (PEREIRA, 2014).
A) B) C)
Para a aplicação com as agulhas, é importante ressaltar que as agulhas devem ser de boa qualidade,
com registro na Anvisa, esterilizadas e descartáveis. Além disso, é importante que o profissional cumpra
todas as normas de assepsia, com especial ênfase na limpeza e desinfecção da pele na área tratada.
As agulhas devem ser colocadas na espessura da gordura e em posição paralela, não só em relação
umas às outras, mas também em relação ao plano cutâneo e ao tecido adiposo. As regiões de implantação
das agulhas devem ser determinadas com base em critérios clínicos de topografia e localização do
problema. Se as regiões do tratamento forem muito extensas, podem ser colocados vários pares
de eletrodos tipo agulha em áreas específicas (SORIANO; PEREZ; BAQUÉS apud PEREIRA, 2014).
Devemos segurar a agulha entre o polegar e o indicador a 3 cm da ponta, para poder exercer forte
pressão sobre ela e direcionar a implantação; com mão livre, esticamos bem a pele. Nunca devemos
pinçar durante a implantação. Alguns profissionais preferem utilizar um tubo-guia para a introdução da
127
Unidade III
agulha e depois, no momento de empurrá-la para dentro, optam por fazer a prega na pele, alegando ter
mais firmeza nessa forma de aplicação (BORGES, 2006).
Borges (2006) também indica a colocação vertical da agulha, posicionando-a a 90º no panículo adiposo
durante a eletroestimulação. Para essa técnica, devem ser utilizadas agulhas de menor comprimento.
As agulhas ou placas devem ser colocadas respeitando sempre uma distância de 5 cm entre si.
Cada par de agulhas ou placas deve ter um polo positivo e outro negativo.
128
RECURSOS TECNOLÓGICOS ESTÉTICOS GERAIS
Passo 3: trabalhar cinco minutos na frequência de 50 Hz com a onda A (onda retangular aguda).
Passo 6: trabalhar cinco minutos na frequência de 5 Hz com a onda D (trapezoidal de base ampla).
Observação
129
Unidade III
A cada dez sessões, o cliente deve ser reavaliado para a verificação da possibilidade de renovação do
programa. O tratamento estético pode sofrer alterações de acordo com as necessidades, não precisando
necessariamente ter um final. A drenagem linfática manual, por exemplo, é um procedimento que
pode ser realizado sempre que o cliente apresentar retenção hídrica, para potencializar os resultados
da eletrolipólise.
Lembrete
As contraindicações são:
• epilepsia;
• gestantes;
• regiões tumorais;
É relativa a contraindicação a pacientes com próteses metálicas ou que estejam fazendo uso de
dispositivo intrauterino com cobre (DIU). Nesses casos, não é recomendado o uso da corrente elétrica
no local.
130
RECURSOS TECNOLÓGICOS ESTÉTICOS GERAIS
Saiba mais
O vapor de ozônio consiste em um recurso tecnológico utilizado para causar emoliência na pele,
principalmente no protocolo de limpeza de pele para facilitar as extrações de comedões e lesões
contendo secreção sebácea e pus.
Caracteriza-se pela evaporação de água em ebulição com uma lâmpada ultravioleta e obtém-se pela
irradiação do oxigênio presente no vapor de água e com raios UV emitidos por uma lâmpada geradora
dessa radiação.
O gás de ozônio também pode ser emitido juntamente com o vapor de água e isso é um diferencial
do equipamento quando comparado à máscara térmica, que tem praticamente a mesma finalidade
dentro dos procedimentos estéticos.
O ozônio gerado pelo equipamento tem como funções vários efeitos, tais como:
• bactericida;
• bacteriostático;
• oxigenante;
• cicatrizante;
• fungicida.
131
Unidade III
O principal efeito causado pela geração de vapor é a emoliência do tecido nas áreas atingidas
pela vaporização.
132
RECURSOS TECNOLÓGICOS ESTÉTICOS GERAIS
A emoliência “amolece” o sebo contido no folículo piloso e isso facilita a extração nos protocolos de
limpeza de pele. Esse recurso é indispensável para a realização de uma limpeza de pele profunda.
O ozônio produzido pelo equipamento tem diversas propriedades benéficas para os tecidos biológicos,
mas é particularmente conhecido por suas propriedades bactericida, anti-inflamatória e antimicrobiana.
O ozônio também é utilizado como método alternativo na sanificação de água. Autores comprovaram,
através de experimentos, que o ozônio reduz significativamente o valor das colônias de micro-organismos
presentes na água, além de promover a negativação das análises para coliformes Pseudomonas ssp.
A utilização do equipamento na superfície da pele provoca a formação de ozônio, o qual, por ser
uma substância instável, se decompõe rapidamente em oxigênio molecular e em atômico. A ação
desinfetante do ozônio reside na grande agressividade do oxigênio atômico nascente, liberado durante
a decomposição do ozônio (BORGES, 2006).
O vapor produzido pela água, em contato com a pele, provoca a sudoração, a qual também facilita
a eliminação de toxinas.
A utilização do vapor de ozônio na estética tem sua importância devido às seguintes propriedades:
• efeito bactericida devido à formação do ozônio associado às partículas de água que são vaporizadas
(PEREIRA, 2014).
133
Unidade III
É importante ressaltar que esse equipamento, apesar de não parecer, é perigoso, pois a água que está
sendo vaporizada está fervendo em um recipiente de vidro contido dentro do aparelho.
Para a segurança do cliente, é importante que o profissional ligue o equipamento logo no início da
sessão. O bucal por onde sairá o vapor quente não deve ser direcionado ao rosto do cliente antes que o
profissional se certifique de que não há vazamento ou pequenos “pingos” de água fervente.
Quando o aparelho começa a vaporizar, o profissional verifica se está tudo certo e então direciona o bucal
para a face ou região do corpo do cliente que requer a necessidade de vaporização no protocolo estético.
O vapor deve ser utilizado a uma distância de 30 ou 35 centímetros da região a ser tratada. O tempo
de aplicação, dependendo do tratamento preconizado e do tipo de pele, geralmente fica em torno de
cinco a 15 minutos (PEREIRA, 2014).
A água usada no equipamento deve ser filtrada e, após o uso, é importante remover a água que
eventualmente tenha sobrado; em nova utilização, o correto é recolocar água limpa. A permanência de
água no recipiente pode gerar a formação de microrganismos e mau cheiro.
Não é recomendado colocar essências no interior do equipamento, pois isso pode prejudicar
seu funcionamento.
• Pele excessivamente sensível, embora essa não seja necessariamente uma contraindicação
absoluta. É importante que o profissional verifique cada caso e, dependendo da situação, diminua
o tempo de utilização e deixe o equipamento mais distante.
Observação
Passo 1: higienização com emulsão de limpeza na região da face, pescoço e colo. Nesse momento, é
indicado que o profissional ligue o equipamento de vapor de ozônio, pois ele demora cerca de dez minutos
para iniciar a vaporização. Lembre-se de que não é recomendado deixar o equipamento voltado para a face
do cliente antes de se certificar de que o funcionamento está satisfatório e não oferecerá riscos.
Passo 2: esfoliação para remoção de células mortas e preparação da pele para a extração dos comedões.
Passo 3: emoliência. Para essa etapa, é utilizado o vapor de ozônio. Posicione o equipamento na
direção da face com a distância recomendada para a segurança do cliente. O tempo estimado para
a emoliência dos comedões é de aproximadamente 15 minutos. Porém, é importante ressaltar que
o profissional deverá estar próximo do cliente por todo o tempo da sessão a fim de verificar possíveis
problemas com o equipamento – observação que é válida para qualquer tipo de recurso tecnológico.
Essa etapa do protocolo também pode gerar ação bactericida, caso essa opção seja ativada com a saída
do vapor de água.
Passo 4: realização da extração dos comedões e das lesões que contêm secreção sebácea e pus.
Passo 7: aplicação de produto com fator de proteção solar, caso seja dia, de hidratante ou nutritivo
específico para o tipo de pele, se for noite.
Esse tipo de protocolo normalmente é realizado mensalmente. Porém, deve ser realizada uma
avaliação prévia.
Passo 1: higienização com emulsão de limpeza na região da face, pescoço e colo. Nesse momento,
é indicado ligar o equipamento de vapor de ozônio, pois ele demora cerca de dez minutos para iniciar a
vaporização. Lembre-se de que não é recomendado deixar o equipamento voltado para a face do cliente
antes de se certificar de que o funcionamento está satisfatório e não oferecerá riscos.
Passo 2: esfoliação para remoção de células mortas e preparação da pele para a extração dos comedões.
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Unidade III
Passo 3: aplicação do vapor de ozônio por aproximadamente dez minutos. Essa etapa tem como
principal objetivo aquecer a pele para obtenção dos benefícios fisiológicos relacionados à ativação da
microcirculação. Sempre que ocorre vasodilatação, há um aumento da nutrição endógena.
Passo 4: realização de massofilaxia estética. Podem ser utilizadas manobras de massagem por toda
a extensão da face, pescoço e colo. Essa etapa tem como objetivos incrementar a etapa anterior e ainda
estimular a circulação sanguínea.
Passo 5: aplicação de máscara com princípios ativos cosméticos. Essa etapa pode ser realizada com
máscara calmante, hidratante, tensora ou nutritiva. A escolha do produto cosmético deverá ser feita de
acordo com as características e necessidades do cliente.
Passo 6: aplicação de produto com fator de proteção solar, caso seja dia, ou de hidratante ou
nutritivo específico para o tipo de pele, se for noite.
Esse tipo de protocolo é indicado para peles ressecadas, desidratadas e envelhecidas, sendo
contraindicado em peles seborreicas e oleosas, pois o calor e a massagem estimulam a produção de
sebo através da ativação das glândulas sebáceas.
A máscara térmica é considerada um recurso prático, com um custo mais baixo que o vapor, sendo
utilizada geralmente por quem está́ se iniciando na profissão e por quem costuma fazer atendimentos
em domicílio, por causa da praticidade de seu transporte.
Existem vários modelos e marcas diferentes. As mais comuns não possuem termostato (dispositivo
controlador do aquecimento). É possível controlar a temperatura através do termostato que apresenta
temperatura fraca, média ou forte. É muito importante que o profissional esteja monitorando o cliente
em todo o período de utilização do equipamento, pois muitos apresentam “fobia” de ficar com o rosto
completamente tampado pela máscara térmica.
Antes de acoplar a máscara térmica à face, é necessário prepará-la e protegê-la para que ela não
encoste diretamente na pele, pois pode sensibilizá-la.
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RECURSOS TECNOLÓGICOS ESTÉTICOS GERAIS
Observação
Resumo
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Unidade III
Exercícios
Questão 1. (Fundação Carlos Chagas 2005, adaptada) Com relação à corrente russa, é possível
afirmar que:
A) É formada por correntes de média frequência, moduladas para produzir trens de pulso de
baixa frequência.
B) Segundo Kots, ela causa um aumento de força superior a 10% na musculatura sadia, e com isso
provoca a melhoria do desempenho muscular em atletas.
C) Elimina a flacidez, sendo que os melhores resultados são obtidos quando o paciente não faz uso
de exercícios físicos.
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RECURSOS TECNOLÓGICOS ESTÉTICOS GERAIS
O pesquisador soviético Yakov Kots divulgou, no final da década de 1970, os resultados de suas
pesquisas mostrando que uma corrente interrompida de frequência de 2500 Hz foi utilizada para
aumento de força muscular dos atletas de elite soviéticos em até 40%.
Embora tenham existido, por parte de outros pesquisadores, várias tentativas de reprodução desses
efeitos, com os mesmos experimentos, não foi possível obter os mesmos resultados.
A) Alternativa correta.
Justificativa: a corrente russa trabalha numa faixa classificada como de média frequência
(2500 Hz a 4000 Hz) e possui trens de pulso de baixa frequência (burst), como descreve a alternativa.
B) Alternativa incorreta.
Justificativa: embora tenham existido, por parte de outros pesquisadores, várias tentativas de
reprodução dos efeitos obtidos por Kots, com os mesmos experimentos, não foi possível obtê-los.
C) Alternativa incorreta.
Justificativa: a corrente russa é usada na eliminação da flacidez em algumas regiões do corpo. Entretanto,
existe um consenso de que ela é mais eficaz quando aplicada em conjunto com exercícios físicos.
D) Alternativa incorreta.
E) Alternativa incorreta.
Questão 2. Assinale a alternativa que apresenta corretamente apenas contraindicações para o eletrolifting.
A) Locais que apresentam feridas, pele lesionada, qualquer tipo de inflamação ou infecção, prótese
metálica no local da aplicação e aplicação em linhas de expressão e estrias.
C) Locais que apresentam feridas, pele lesionada, qualquer tipo de inflamação ou infecção, prótese
metálica no local da aplicação e sensibilidade cutânea alterada.
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Unidade III
Análise da questão
Uma aplicação para o eletrolifting é indicada nas linhas de expressão e nas estrias.
A alternativa C é a única que não contém em sua relação de contraindicações a aplicação em linhas
de expressão e estrias.
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