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Centro Universitário Adventista de São Paulo

Campus Engenheiro Coelho

RELATÓRIO DE AULA PRÁTICA

Engenheiro Coelho
2023
SUMÁRIO

1. Introdução 2

2. Objetivos 3

3. Materiais e Métodos 3

4. Resultado e Discussão 3

5. Conclusão 3

6. Referências Bibliográficas 4
1. Introdução

Para evitar a contaminação de produtos frescos é necessária boas práticas


agrícolas. As principais formas de contaminação microbiológica podem ser de duas
formas, primeira, antes de serem comercializadas pelo consumidor, é o uso
inadequado de esterco para adubação, segundo, os produtos ultra-processados
manipulados inadequadamente, como a falta de higienização das mãos (Fernanda, K.
G. K; Bruno, M. S. A, 2021).
Os mecanismos das doenças alimentares estão relacionados à ingestão oral de
microrganismos viáveis (infecção), toxinas que eles produzem para o desenvolvimento
de uma doença (intoxicação), ou por combinações desses dois mecanismos citados
anteriormente (tóxico infecção). Os microrganismos que estão associados com a
contaminação de alimentos, são as bactérias, por terem uma diversidade e capacidade
de se multiplicarem rapidamente, consequentemente causando doenças. As principais
bactérias de surto alimentar são Salmonella spp., Listeria spp. e Escherichia coli
(Microbiologia, 1999; Fernanda, K. G. K; Bruno, M. S. A, 2021).
As bactérias que são encontradas no solo, água, vegetação e trato intestinal de
animais, são chamadas de Enterobacteriaceae. Elas são bastonetes gram-negativos,
anaeróbios facultativos, que se locomovem por um flagelo periférico. Grupo bacteriano,
chamado de bactérias entéricas, nome que reflete o local em que habitam, ou seja, no
trato intestinal de seres humanos ou animais. Além disso, fermentam glicose e outros
carboidratos, tem fímbrias que ajudam na aderência a superfícies ou membranas
mucosas. Por serem importantes na clínica, existem várias técnicas de isolamento e
identificação das bactérias entéricas (Microbiologia Básica, 2010).
A diferenciação dos gêneros e espécies é realizada por provas bioquímicas.
Algumas espécies do mesmo gênero são muito semelhantes, assim, é necessário
diferentes provas para diferenciá-las. Algumas enterobactérias são divididas em tipos
sorológicos, tendo especificidade imunológica dos antígenos O, K e H (Microbiologia,
1999).
Ao se tratar de enterobactérias enteropatogênicas, as provas bioquímicas são
sempre acompanhadas de provas sorológicas, seja para confirmar ou diferenciar os
sorogrupos e sorotipos. Se a infecção for por uma enterobactéria não
enteropatogênica, a identificação é feita apenas por meio de provas bioquímicas
(Microbiologia, 1999).
As enterobactérias como mencionado anteriormente, fazem fermentação de
carboidratos, sendo pela via Embden-Meverhof, os produtos podem variam
quantitativamente e qualitativamente. Essa fermentação tem como característica
bioquímica que não é encontrada em outra fermentações bacterianas: clivagem do
ácido pirúvico para produzir ácido fórmico:

CH3COCOO + CoA → CH3COCoA + HCO

O ácido fórmico é o produto final dos processos fermentativos, entretanto


algumas bactérias entéricas possuem enzimático do ácido fórmico hidrogênio liase
(formiase), que oxida o ácido fórmico a C02 e H2:

HC00 → CO2 + H2

Além disso, as bactérias tem capacidade de fermentar o dissacarídeo lactose,


dependente da síntese das enzimas galactosídeo permease e 𝛃-Galactosidadee. A
fermentação da lactose é caracteristica da Escherichia e Enterobacter e é ausente nos
gêneros Salmonella, Shigellla e Proteus (Microbiologia, 1999).
Dentre as diversas enterobactérias mencionaremos 3 delas. A Escherichia,
espécie bacteriana Escherichia coli, é um dos habitantes mais comuns no trato
intestinal dos seres humanos, a contaminação por esse microrganismo se dá pela água
e nos alimentos, sendo não patogênica. Porém, causa infecções no trato urinário, como
também diarreia do viajante, e ocasionalmente transmissão de doenças por alimentos
muito graves (Microbiologia Básica, 2010).
O gênero Salmonella, são todos potencialmente patogênicos, logo, há uma
gama de testes bioquímicos e sorológicos para identificar os diferentes tipos. São bem
comuns no trato gastrointestinal dos animais, especialmente aves domésticas e gado.
Em condições inadequadas podem contaminar os alimentos (Microbiologia Básica,
2010).
E por fim, Proteus, as colônias dessa bactéria crescem em meio ágar, crescendo
exponencialmente, encobrindo o crescimento de outras colônias de outros
microrganismos. Causa infecções no trato urinário, sejam adquiridas na comunidade ou
hospitalares. Além disso, se distingue da família Enterobacteriaceae, por produzir a
enzima fenilalanina desaminase, como também produzem a enzima urease, que cliva a
ureia, originando NH3 e CO2 (Microbiologia médica e imunologia, 2011).

2. Objetivos

Diferenciar os microrganismos gram-negativos de acordo com suas


características bioquímicas.

3. Materiais e Métodos

- 1 placa de Ágar MacConkey semeada com representante de bactéria


entérica;
- Baleria de testes bioquímicos para enterobactérias (EnteroKit B);
- Baleria de Gram;
- Lâminas para microscopia.

1. Identificar as colônias lactose positiva e lactose negativa, de acordo com o


aspecto que apresentam no meio seletivo indicador - MacConkey. Sendo
colônias lactose positiva apresentará coloração rosada, colônias lactose
negativa cor amarela.
2. Escolher uma cultura das placas de meio seletivo-indicador (Lac+ ou Lac -) para
semeadura.
3. Inocular a amostra escolhida nos tubos de bateria de testes bioquímicos para
identificação do gênero bacteriano em estudo, segundo suas características
bioquímicas
4. Identificar e incubar o material a 37°C por 24 horas.
4. Resultado e Discussão

Nas imagens a seguir, temos o resultado da prática realizada no dia 24/03, onde
foram realizados os testes de enterobactérias, nos meios EPM, MILI e Citrato
respectivamente. Além disso, foram escolhidas duas placas distintas para realizar a
coleta da bactéria e semear nos meios citados, para posteriormente descobrir qual
bactéria foi semeada.

O meio EMP tem coloração amarela, seu objetivo é fermentação da glicose;


formação de bolhas que nada mais é a produção de gás; produção de H2S, na qual há
um enegrecimento na parte onde foi realizada a picada juntamente com o
espalhamento, podendo ser em qualquer intensidade; hidrólise da uréia, onde
aparecerá a cor azul ou verde-azulada e a desaminação do Triptofano, que é o
aparecimento da cor verde-garrafa na superfície do meio, e quando for negativa a
superfície do meio adquire a cor azul ou amarela (Toledo, M. R. F; et al., 1982a).
O meio MILI está relacionado a motilidade, isso quer dizer que a bactéria móvel
irá crescer além da picada central e a bactéria imóvel cresce somente na picada, além
disso, há a descarboxilação da Lisina, quando isso acontece o meio fica da cor
púrpura, nesse caso deu-se positivo. Como também a produção de indol, na qual
adiciona-se 3 a 4 gotas de reativo de Kovacs a superfície, se a bactéria produz indol o
reativo adquire cor rosa ou vermelha e quando não produz indol mantém a cor
inalterada. No caso dessa prática, deu negativo (Toledo, M. R. F; et al., 1982b).
Já o meio Citrato, é se a bactéria utiliza o citrato como fonte de carbono. Se for
positivo a cor do meio fica azul, e se não houver alteração o teste é considerado
negativo (Anvisa, 2013).
Nas 3 tabelas seguintes, nomeadas como A,B e C é uma interpretação para
saber que tipo de bactéria foi semeada no meio. E a 4 tabela é como foi data essa
“nota” para cada teste das amostras.

Teste / Amostra 1 2 3

Lactose 0 0 0

Gás 2 2 2

H2S 1 1 0

Teste / Amostra 1 2 3

Urease 0 4 0

LTD 0 2 0

MOT 1 1 1

Teste / Amostra 1 2 3

Indol 0 4 4

Lisina 2 0 2

Citrato 1 1 0
Referência para interpretação
dos resultados

Negativo Positivo

Lactose 0 4

Gás 0 2

H2S 0 1

Urease 0 4

LTD 0 2

MOT 0 1

Indol 0 4

Lisina 0 2

Citrato 0 1

Diante disso, a Amostra (A) resultou na enterobactéria Salmonella; Amostra (B)


Proteus e Amostra (C) E. Coli. A referência para os resultados é da bula apresentada
na sala de aula e disponível no card da matéria.

5. Conclusão
A prática possibilitou a identificação de microrganismos por meio dos testes
bioquímicos EPM, MILI e Citrato. Além de proporcionar o conhecimento sobre
enterobactérias e suas especificações com determinado meio e seus substratos.

6. Referências Bibliográficas

BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Microbiologia Clínica para o


Controle de Infecção Relacionada à Assistência à Saúde. Módulo 6: Detecção e
Identificação de Importância. Brasília: Anvisa, 2013.

Carvalho, Irineide Teixeira de. Microbiologia básica / Irineide Teixeira de Carvalho. –


Recife: EDUFRPE, 2010. 108 p. : il.
Fernanda, K. G. K; Bruno, M. S. A. Pesquisa de enterobactérias multirresistentes
em morango, tomate e alface comercializados em Brasília - DF. Brasília, 2021. 31f.
Iniciação Científica - Centro Universitário de Brasília - CEUB, Brasília, 2021.

Microbiologia médica e imunologia / Warren Levinson; tradução: Martha Maria


Macedo Kyaw. – 10. ed. Porto Alegre : AMGH, 2011.

Toledo, M. R. F.; Fontes, C. F. & Trabulsi, L. R., 1982 - EPM - Uma modificação do
meio de Rugai e Araújo, para a realização simultânea dos testes de produção de
gás a partir de glicose, H2S, urease e triptofano desaminase. Rev. Microbiol., 13:
309 - 315.

Toledo, M. R. F.; Fontes, C. F. & Trabulsi, L. R., 1982 - MILi - Um meio para a
realização dos testes de motilidade, indol e lisina descarboxilase. Rev. Microbiol.,
13: 230 - 235.

Trabulsi,L.R. Microbiologia. 3o ed. Rio de Janeiro. São Paulo. Livraria Atheneu


1999; p314-342.

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