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RESUMO ABSTRACT
Revista Brasileira de Nutrição Esportiva, São Paulo. v. 12. n. 76. Suplementar 2. p.1011-1019. Jan./Dez. 2018. ISSN 1981-
9927.
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da marca G-Life, com capacidade de 150 kg, Todos os participantes relataram não possuir
subdividida em gramas. nenhum tipo de doença. A maioria da amostra
Para o cálculo do consumo alimentar não era tabagista (94,7%), não fazia uso de
antes do treino foi utilizado o método de bebida alcoólica (63,2%), possuía cerca de 6
registro alimentar, e para a análise dos teores horas de sono diário (36,8%), prática
de carboidratos dos registros foi utilizado o musculação há mais de 3 anos (79%) e era
programa Dietbox® - versão 2.0, e utilizados consumidora de ergogênicos nutricionais
os pontos de corte propostos pela Dietary (63,2%). A tabela 2 apresenta a distribuição
Reference Intake. É recomendado o consumo destas variáveis.
de 4-5g/kg de carboidrato nos casos em que a
ingestão ocorra de 3 a 4 horas antes do
exercício, de 2-3g/kg de carboidrato quando Tabela 1 - Perfil sociodemográfico dos
ocorrer de 1 a 2 horas antes do exercício e, 1- participantes da pesquisa.
2g/kg de carboidrato com ingestão prévia de Variável n %
30 a 60 minutos e de 50g de carboidrato Sexo
Masculino 10 52,6
quando a última refeição pré-exercício incidir Feminino 9 47,4
menos de 30 minutos (Lima, Nascimento e Total 19 100,0
Macêdo, 2013). Renda
Estes parâmetros foram tidos como < 1 salário mínimo 2 10,5
1 salário mínimo 1 5,3
ponto de corte para classificação de Até 2 salários mínimos 6 31,6
adequação de ingestão pelo presente estudo. > 3 salários mínimos 10 52,6
Com relação ao tipo de carboidrato, os Total 19 100,0
alimentos foram classificados em simples e Estado Civil
Solteiro (a) 9 47,4
complexos de acordo com a proposta da Casado (a) 8 42,1
American Diabets Association (ADA, 2008). Divorciado (a) 2 10,5
As variáveis foram analisadas Total 19 100,0
segundo procedimentos clássicos de média e Escolaridade
desvio padrão, com auxílio do programa Excel Ensino fundamental completo 2 10,5
Ensino Médio completo 9 47,4
for Windows®. Para verificar possíveis Ensino superior completo 6 31,6
associações entre consumo e variação dos Cursando Ensino superior 2 10,5
níveis de glicose sanguínea, foi utilizado o Total 19 100,0
teste de correlação de Spearman, com auxílio Ocupação
Estudante 2 10,5
do programa Statistical Package for the Social Trabalhando 11 57,9
Sciences - SPSS® - versão 23.0. A pesquisa Estudando e trabalhando 5 26,3
foi aprovada pelo Comitê de Ética em Desempregado (a) 1 5,3
Pesquisas com Seres Humanos do Centro Total 19 100,0
Universitário de Volta Redonda (COEPs -
UniFOA), sob certificado de apresentação para
apreciação ética - CAAE nº Tabela 2 - Hábitos de vida e uso de
82635017.8.0000.5237. ergogênicos pelos participantes da pesquisa
Variável n %
Fuma
RESULTADOS Não 18 94,7
Não, mas já fumou 1 5,3
Participaram do estudo 19 praticantes Total 19 100,0
de musculação, com média de idade de 34 + Consumo de bebida alcoólica
Não 11 57,9
7,56 anos, sendo que o participante mais novo Não, mas já bebi 1 5,3
possuía 20 anos e o mais velho 48 anos. A Sim 7 36,8
maioria dos participantes era composta por Total 19 100,0
homens (52,6%), com renda familiar maior que Uso de ergogênicos nutricionais
Não 7 36,8
três salários mínimos (52,6%), solteiros Sim 12 63,2
(47,4%), com 2º grau completo (47,4%), e Total 19 100,0
empregados (57,9%).
A tabela 1 apresenta a distribuição das
variáveis sociodemográficas. Quando avaliado o consumo alimentar
e o tempo da última refeição pré-treino, nota-
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se que a maioria dos participantes realizou a a glicemia pré-treino (r = 0,319; p < 0,01),
última refeição de 30 a 60 minutos antes ingestão de carboidrato com a glicemia intra-
(31,6%) e 60 a 120 minutos antes (31,6%) do treino (r = 0,397; p < 0,01) e ingestão de
treino e, quanto à adequação de carboidratos, carboidrato com a glicemia pós-treino (r =
a média de consumo de carboidrato pré-treino 0,197; p < 0,01).
foi de 0,48 g/kg, confirmando que a maioria
consumia de forma inadequada (89,5%).
A tabela 3 apresenta estes resultados. Tabela 3 - Tempo e adequação do consumo de
Outra preocupação acerca da utilização do carboidratos pelos participantes da pesquisa
carboidrato é o tipo de carboidrato. O quadro 1 Variável n %
apresenta a quantidade de carboidrato Tempo da refeição prévia ao treino
Até 30 minutos 2 10,5
consumida, o tempo, o tipo de carboidrato e o 30 a 59 minutos 6 31,6
comportamento da glicemia capilar por cada De 1 a 2 horas 6 31,6
participante do estudo. A média de glicemia Mais de 2 horas 5 26,3
capilar pré-treino foi de 109 ± 11,80 mg/dL, a Total 19 100
Consumo de carboidrato pré-treino
de intra-treino foi de 104 ± 9,04 mg/dL e a do Inadequado 17 89,5
pós-treino foi de 100 ± 12,29 mg/dL. Adequado 2 10,5
Em relação ao tempo e quantidade de Total 19 100
carboidrato consumido, foi encontrado uma
correlação entre ingestão de carboidrato com
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maior parte da amostra possuía entre 20 e 40 consumidos, 16,7% era classificado como
anos de idade (89,5%), assim como no estudo suplemento energético para atletas (possuem
realizado por Pereira e Cabral (2007), onde em sua maior composição carboidrato), o que
82,7% dos participantes da pesquisa estavam pode ser uma alternativa para a manutenção
na faixa etária de 20 a 44 anos. da glicemia antes ou durante o exercício ou
O nível de escolaridade predominante recuperação do glicogênio muscular ao
foi o ensino médio completo (57,9%,), término da atividade (Brasil e colaboradores,
resultado semelhante ao apresentado por 2009).
Gomes, Triani e Silva (2017), onde 60% dos Segundo Cocate, Alfenas e Pereira
participantes também possuíam o 2º grau (2008) é importante levar em consideração o
completo. A maior prevalência de renda tempo que antecede essa prática e a
salarial de mais de 3 salários (52,6%) e quantidade de carboidrato consumido, visto
pessoas empregadas (84,2%) divergem em que a oferta do mesmo previne a redução da
parte dos achados de Santos e colaboradores glicose sanguínea e consequentemente
(2016), onde 60,8% dos indivíduos possuíam promove benefícios no desempenho. Ainda
renda menor do que 3 salários, entretanto, a com relação ao tempo de ingestão dos
maioria possuía ocupação profissional carboidratos, alguns estudos sugerem que os
(76,5%). indivíduos ficam mais propensos à
Em um estudo realizado em hipoglicemia de rebote, quando a ingestão de
academias de São Paulo com o objetivo de carboidratos de alto índice glicêmico ocorre de
avaliar o perfil de saúde e antropométrico de 15 a 75 minutos antes do exercício (Sousa e
indivíduos incitantes na pratica de Tirapegui, 2005).
musculação, Rosário e Líberali (2008) notaram Os resultados obtidos neste estudo
uma boa conscientização em relação ao corroboram com os encontrados por Lima,
cigarro, tendo apenas (7,6%) dos homens Nascimento e Macêdo (2013) que realizaram
fumantes e (7,1%) das mulheres, o que se um estudo sobre a avaliação do consumo
assemelha ao presente estudo. Com relação alimentar no pré-treino em praticantes de
ao hábito de ingerir bebida alcoolica, a maioria musculação, onde 95,6% dos participantes
da amostra não faz uso de bebida alcoólica, não consumiam carboidratos de forma
divergindo dos achados de Santos, Maciel e adequada.
Menegetti (2011), que realizaram uma Segundo Silva, Miranda e Liberali
pesquisa sobre o consumo de suplementos (2008) em atividades de alta intensidade e
proteicos e descrevem que apenas 44,4% curta duração, como a musculação, o
reportaram não possuir hábito etilista. Nenhum carboidrato é a principal fonte de energia,
participante relatou possuir alguma doença, o ajudando a manter a glicemia sanguínea,
que corrobora com o estudo de Goston (2008) tendo em vista que as reservas de glicogênio
realizado em academias de Belo Horizonte, são limitadas e quando reduzidas, contribui
onde a maioria dos participantes (88,6%) acentuadamente para a queda do rendimento.
relatou ser saudável. Portanto, a depleção das reservas de
Segundo Lima, Nascimento e Macêdo glicogênio muscular apresenta uma forte
(2013) mesmo tendo consciência de que uma correlação com a fadiga (Cyrino e Zucas,
alimentação saudável traz benefícios, 1999).
praticantes de musculação recorrem aos De acordo com Sousa e Tirapegui
ergogênicos nutricionais com o intuito de (2005), a fadiga tem como consequência a
melhorar o desempenho e o rendimento em diminuição do rendimento, entretanto, há
curto prazo. Sobre a utilização de ergogênicos variáveis individuais que podem estar
nutricionais, a maioria dos participantes relatou relacionadas, como a massa muscular,
fazer o uso, resultado que se assemelha ao intensidade da contração muscular, velocidade
estudo de Karkle (2015) realizado em uma do movimento, idade, sexo, composição
academia de Santa Catarina com o objetivo de corporal, estado de hidratação, além da
avaliar o uso de suplementos por praticantes vulnerabilidade e individualidade de cada
de musculação, que descreve uma prevalência pessoa.
de 64,1% da amostra reportando fazer ou já A média de glicemia capilar pré-treino
ter feito o uso destas substâncias. Enfatiza-se foi de 109 ± 11,80 mg/dL, a de intra-treino foi
que do total de ergogênicos nutricionais de 104 ± 9,04 mg/dL e a do pós-treino foi de
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