Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
ESPECIAL
ASKER JEUKENDRUP
1.Training low
Está estratégia consiste na realização do treinamento sob baixa disponibilidade de
carboidratos, no que se refere ao glicogênio muscular, hepático ou da reduzida ingestão
propriamente dita deste macronutriente. Tal metodologia é embasada na crença de que
a baixa disponibilidade do glicogênio muscular estaria relacionada a expressão de genes
2
específicos, que seriam capazes de maximizar as adaptações ao treinamento a partir de
alterações no processo de síntese proteica (Pilegaard et al., 2002).
3
observa-se a falta de estudos com esse fim e a ausência de indicações mais precisas de
como realizar este tipo de treinamento.
Tais resultados podem ser explicados devido aos carboidratos serem um importante
substrato do exercício de alta intensidade, e para atletas de endurance, dietas com um
teor misto ou high-carb parecem ser mais interessantes.
4
1.5 Restrição de carboidratos durante a recuperação
Outro conceito é a restrição da ingestão de glicídios nas primeiras horas pós-exercício.
Essa prática é aplicada com a finalidade de aproveitar a maior expressão de genes,
induzidos pela atividade física nas primeiras horas de recuperação. Mais especificamente,
foi observado a maior atividade do p38 MAPK e essa atividade otimizada vêm sendo
correlacionada a potencialização do coativador transcricional PGC-1 alpha, e assim,
no aprimoramento das adaptações metabólicas ao exercício (Pilegaard et al., 2005).
Porém, outras pesquisas não encontraram diferenças significativas entre os grupos low
e high-carb, no que se refere a expressão gênica nas 24 horas seguintes posteriores
ao treinamento (Jensen et al., 2015). Assim, os efeitos provenientes da restrição de
carboidratos no período posterior ao exercício ainda são incertos.
Outro estudo efetuado em triatletas por 3 semanas consecutivas (Marquet et al., 2016),
foi acrescentado um treino submáximo no período da manhã. Como consequência, os
pesquisadores encontraram um significante efeito na performance dos voluntários e em
seu tempo até a exaustão. Apesar de contar com resultados promissores, essa estratégia
nutricional é escassa de mais estudos para que seja efetivamente aplicada na prática.
2. Training high
Training high refere-se ao treinamento com alta disponibilidade de carboidratos.
Nessa prática, os níveis de glicogênio muscular e hepático estão elevados no início do
exercício e ainda pode ocorrer a suplementação de carboidratos durante a atividade.
Tal estratégia é difundida na literatura a partir de dois conceitos principais: carboidratos
5
são importantes para reduzir os sintomas da fadiga e para aperfeiçoar o funcionamento
intestinal (JEUKENDRUP, 2013).
Uma prática adotada com tal objetivo é a adoção de uma dieta com alto consumo de
carboidratos, a fim de aumentar o número de transportadores na membrana apical do
enterócito e sua atividade, permitindo a melhor absorção e oxidação dos carboidratos
durante o exercício (Cox et al., 2010).
5. Treino desidratado
Um conceito estudado por certo tempo, que entende-se no estudo de se o praticante
realizar o treinamento sob hipohidratação, seria capaz de otimizar seu desempenho
quando desidratado durante a competição. Um estudo conduzido por Fleming &
James (2014) analisou que indivíduos recreacionalmente ativos, nos quais realizaram
6
seu treinamento desidratados, apresentaram uma menor queda em sua performance
durante situações de hipohidratação, como ao longo de uma prova.
Contudo, dado que esse é o único trabalho investigando tal prática, mais pesquisas são
necessárias.
7
promissores em animais, mas quando observados em humanos, tais consequências na
maioria dos casos não foram observadas (Craig et al., 2015).
7. Conclusão
As adaptações provenientes do exercício físico são o resultado da interação entre a
nutrição e o treinamento. A adequada manipulação dos nutrientes pode aperfeiçoar
tais adaptações, sendo as mais comuns no âmbito esportivo, a training high e a training
low, com suas distintas variações de aplicações explicadas neste capítulo. Ainda há
os suplementos alimentares, nos quais também podem ser incluídos na periodização
nutricional do praticante.
Portanto, qual método utilizar depende muito de diversos fatores relacionados ao atleta,
assim sendo fundamental a aplicação prática desses conceitos para que a estratégia mais
adequada para o mesmo seja encontrada (JEUKENDRUP, 2017).
Transportadores de carboidratos
Sabe-se que lipídios e gorduras são as fontes de energia durante o exercício físico, mas
que tudo depende de fatores genéticos, estoques pré exercício e o qual a via energética
predominante no determinado esporte. Estudos a partir de 1920 mostram que o
glicogênio muscular está relacionado com melhor rendimento esportivo e estudos mais
novos sugerem melhora na performance com a ingestão de carboidratos durante o
exercício, sendo este o foco da revisão de Jeukendrup de 2010.
8
Após a ação de enzimas e conseqüente
digestão dos carboidratos, a glicose Transportadores intestinais de carboidratos
e galactose são absorvidas por ERITRÓCITO
Um estudo de Jeukendrup mostrou que ciclistas que consumiram 1,5g/min, com uma
mistura de glicose:frutose, tiveram uma menor percepção de esforço que aqueles que
consumiram 1,5g/min de pura glicose.