CURSO – LICENCIATURA EM EDUCAÇÃO FÍSICA DISCIPLINA – FISIOLOGIA DO EXERCÍCIO DOCENTE – MARCELO TROTTE MOTTA DISCENTE – NEUZA SERGIO DE ABREU SANTOS SEMESTRE – 2021.2
QUESTIONÁRIO 08 (valor 4,0) Data de entrega dia 26/10
1) Com base no gráfico abaixo, explique o que é EPOC, qual é a sua
utilidade na prática da prescrição do exercício e as diferenças produzidas pela intensidade do exercício.
O consumo de oxigênio durante a recuperação é sempre superior ao valor
de repouso, independentemente da intensidade do exercício. O excesso de consumo de oxigênio era classicamente chamado dívida de oxigênio, ou consumo de oxigênio da recuperação; o termo novo preferido é consumo excessivo de oxigênio após o exercício ou EPOC. Além do volume de gasto energético requerido na atividade física, o EPOC contribui de acordo com a intensidade, pois sendo moderada a intensa gera mais dispêndio na regulação homeostática mantendo esse gasto mesmo depois de finalizada a atividade ou exercício o que não ocorre em atividades leves como o gráfico mostra. Nesse caso a demanda de energia durante o exercício é alto e após pelo componente rápido em hiperventilação o VO2 da recuperação retorna aos níveis basais em curto período. Esse conhecimento é importante principalmente nos programas de emagrecimento.
2) Com base no gráfico abaixo, explique o mecanismo de recuperação do
sistema fosfagênio e justifique o seu entendimento desse mecanismo na sua vida prática.
O sistema fosfagênio é a principal fonte de energia numa atividade
intensa de curta duração. É possível nessa via, sustentar uma corrida de velocidade máxima, por exemplo, por 5 a 8 s ou 20 a 30 s no ritmo de maratona. Tanto a intensidade quanto a duração da atividade é que determinam a via de produção de ATP. O músculo esquelético possui os substratos necessários (ATP + PC) para a via anaeróbica alática com produção de grande energia, no entanto, por pouco tempo. O gráfico nos mostra que essa concentração de fosfagênicos quando depletada durante o exercício intenso leva 30 segundos para recuperar seus níveis em 70% ou 3 a 5 minutos essencialmente completa. Na prática vejo que esse conhecimento gera uma abordagem apropriada com prescrição fundamentada garantindo ótima adaptação metabólica e fisiológica do praticante. Como exemplo cito que se o objetivo do praticante é força de potência ele deve treinar principalmente nessa via, embora não deixe de versar pelas vias anaeróbicas láticas e aeróbicas na periodização, independente de qual seja o esporte. Neste sentido importa a intensidade, duração e recuperação adequada durante (intervalado) e após o treinamento, além de obedecer aos princípios como o da especificidade e demais outros.
3) Com base nos gráficos abaixo, explique o mecanismo de ressíntese do
glicogênio. Justifique esse conhecimento para utilização da prescrição de exercício.
Durante o exercício físico contínuo, o glicogênio é depletado
(glicogenólise) gerando energia para esse trabalho. Durante a recuperação ocorre a ressíntese para novo reserva na musculatura esquelética e no fígado. Para isso é necessária à ingestão de carboidratos seja antes do treino, intra- treino e pós-treino, sendo essa a principal fonte de reserva. Para o exercício é importante levarmos em conta o tempo necessário para recuperação, assim como também o tempo que essa reserva perdura na atividade e em qual intensidade. O primeiro gráfico mostra que durante o exercício contínuo o glicogênio é depletado de acordo com a ingestão de glicose (carboidrato) ou no jejum. Sendo sem alimento já inicia sem glicogênio, no repouso imediatamente inicia a ressíntese a partir de moléculas advindas de gordura e proteínas nessa ordem comprometendo a massa magra além do tecido adiposo. Numa dieta com proteína + gordura, a ressíntese se dará pelos lipídeos e em seguida pode depletar também os aminoácidos. Alguns aminoácidos são glicogênicos; quando desaminados, produzem piruvato, oxaloacetato ou malato – todos intermediários para a síntese da glicose por meio da gliconeogênese. O próprio corpo evita esse uso para não reduzir a massa magra do indivíduo usando prioritariamente o carboidrato e a gordura como fontes de energia. Se estiver em uma dieta rica em carboidratos a reserva de glicogênio é refeita rapidamente concluindo em 2-3 dias sua totalidade. No 2º gráfico vemos que numa corrida de 16 km por 3 dias consecutivos a depleção do glicogênio é progressiva pela falta do repouso em tempo suficiente para ressíntese total.
4) Explique quais os mecanismos fisiológicos envolvidos na recuperação
passiva e na recuperação ativa. Justifique quando deveremos utilizar cada uma delas. O treinamento intervalado aprimora a capacidade dos diferentes sistemas de transferência de energia. Ele acarreta aprimoramentos efetivos nos sistemas energéticos anaeróbicos imediato e a curto prazo. A recuperação ativa pode ser usada, por exemplo, numa competição de natação em que o atleta voltará a disputar (intensidade vigorosa) nas próximas horas. Nesse caso o atleta mantém uma atividade de nado moderado para facilitar a recuperação em detrimento a técnicas passivas. Já a recuperação passiva pode ser utilizada se nessa mesma modalidade de natação o atleta não irá mais competir e por isso é mais adequada a técnica passiva para recompor fisiologicamente e metabolicamente aguardando assim a supercompensação.
O MAIOR ADVERSÁRIO NÃO É O OPONENTE, E SIM VOCÊ MESMO.
REFERÊNCIA
MCARDLE, D.W; Katch, L.F; Katch, L. V. Fisiologia do exercício. Energia,
nutrição e desempenho humano. 8ª. Ed. Rio Janeiro, Guanabara Koogan, 2016. REFERÊNCIA
MCARDLE, D.W; Katch, L.F; Katch, L. V. Fisiologia do exercício. Energia,
nutrição e desempenho humano. 8ª. Ed. Rio Janeiro, Guanabara Koogan, 2016.
Molecular and Cellular Aspects of Muscle Function: Proceedings of the 28th International Congress of Physiological Sciences Budapest 1980, (including the proceedings of the satellite symposium on Membrane Control of Skeletal Muscle Function)