CURSO – LICENCIATURA EM EDUCAÇÃO FÍSICA DISCIPLINA – FISIOLOGIA DO EXERCÍCIO DOCENTE – MARCELO TROTTE MOTTA DISCENTE – NEUZA SERGIO DE ABREU SANTOS SEMESTRE – 2021.2
QUESTIONÁRIO 7,0 (valor 4,0) Data de entrega dia 20/10
1) Com base na figura abaixo, explique o conceito de déficit de oxigênio e
do estado estável de consumo de oxigênio. Justifique a utilização desses conceitos na prática diária de prescrição do exercício físico.
O déficit de oxigênio expressa quantitativamente a diferença entre o
consumo total de oxigênio durante a atividade e o total que teria sido consumido se o consumo de oxigênio em steadystate tivesse sido alcançado desde o início. Esse déficit de oxigênio representa a transferência imediata de energia anaeróbica proveniente da hidrólise dos fosfatos intramusculares de alta energia e da glicólise rápida até que a transferência de energia steadystate seja igual às demandas de energia. Neste gráfico vemos que numa atividade aeróbica leve e contínua, a captação pulmonar de oxigênio atende as demandas metabólicas nos primeiros minutos e aumenta exponencialmente levando ao seu déficit. O nível de treinamento do indivíduo determina em quanto tempo isso acontece até alcançar o steady-state. Para indivíduos treinados o gráfico mostra que a alta capacidade de fornecimento e utilização do oxigênio disponível aperfeiçoa o desempenho atingindo mais rapidamente o platô desse consumo em detrimento aquele que não é treinado e consequentemente leva maior tempo para esse equilíbrio homeostático. A intensidade nesse caso é de leve a moderada, visto que a via aeróbica deixa de predominar em atividades extenuantes e vigorosas, passando para a via anaeróbica. Esse conhecimento é fundamental na prescrição do treinamento desportivo, pois é pelo controle de VO2 máx. e zona de limiares (anaeróbico e aeróbico) que levamos o desempenho do atleta ao seu nível mais otimizado possível, ao longo de um determinado período. 2) Com base na figura abaixo, explique os sistemas de produção de ATPs prioritários em cada indivíduo no momento do exercício, os nutrientes prioritários utilizados por cada um deles, o motivo de haver exaustão em alguns dos indivíduos e a diferença do mecanismo de exaustão entre eles. A via metabólica prioritária para produção de ATPs utilizada no exercício físico é determinada pela sua duração e intensidade. Podendo ser anaeróbico alático (ATP-CP), anaeróbico lático (glicolítico), e aeróbico (oxigênio). No caso do gráfico durante um trabalho exaustivo na bicicleta ergométrica temos: Indivíduo ultrapassou o período anaeróbico e adentrou predominantemente para a via aeróbica com presença de oxigênio por duração de 120 minutos a 30% do VO 2 máx. Isso gerou uma depleção pequena do glicogênio. Nesta via e intensidade leve, os níveis sanguíneos de lactato não se elevam e por isso não entrou em exaustão. Indivíduo em atividade com predominância aeróbica com duração de 120 minutos a 60% do VO2 máx. Como o anterior também gerou uma depleção pequena do glicogênio e não entrou em exaustão. ▲ Indivíduo em atividade com predominância aeróbica com duração de 90 minutos a 75% do VO2 máx. Neste caso, ocorreu uma depleção quase total do glicogênio aumentando o acúmulo de lactato nos músculos ativos e no sangue, com uma ruptura em vários sistemas fisiológicos; A exaustão foi reduzida por causa de intensidade do exercício ao ultrapassar os níveis possíveis de remoção do lactato. ■ Indivíduo em atividade com predominância aeróbica com duração de 22 minutos a 90% do VO2 máx. Neste caso, ocorreu uma depleção menor do glicogênio; A exaustão ocorreu pelo desequilíbrio ao ultrapassar os níveis possíveis de remoção do lactato. ● Indivíduo em atividade com predominância aeróbica com duração de 2 minutos a 120% do VO2 máx. Neste caso, ocorreu uma depleção menor do glicogênio aumentando o acúmulo de lactato nos músculos ativos e no sangue, com uma ruptura em vários sistemas fisiológicos; A exaustão ocorreu pelo desequilíbrio ao ultrapassar os níveis possíveis de remoção do lactato.
3) Com base na figura abaixo, explique o que seria o conceito de consumo
máximo de oxigênio, as principais formas de mensurações, explicar os tipos de unidades de medidas e justificar a utilização desses conceitos na prática diária de prescrição do exercício físico.
O consumo máximo de oxigênio é observado durante o exercício em que
a intensidade e duração, determinam aumento ou não de sua absorção, transporte, entrega e utilização pelo sistema sanguíneo. O VO2máx proporciona uma medida quantitativa da capacidade do indivíduo para ressíntese aeróbica do ATP; Sendo assim um importante indicador do quanto a pessoa consegue manter atividade intensa na via aeróbica. A prescrição leva em conta esse marcador que integra a função energética metabólica e garante que a intensidade do exercício estará adequada ao treinamento desse indivíduo sem entrar em fadiga pela falta desse controle em caso de atividade contínua prolongada ou propositalmente quando em treinos de potência anaeróbica.
4) Analisando a figura abaixo, explique os mecanismos fisiológicos pelos
quais o conceito de consumo máximo de oxigênio está associado à fatores de risco cardiovasculares. A possibilidade de alcançar um VO 2máx alto é fisiologicamente importante além de seu papel, que consiste em permitir o metabolismo energético. De acordo com a imagem, considerando o número de 10.000 por ano, o nível de VO2máx. está associado a doenças causadas pela inatividade física. O nível ideal para evitar doenças como obesidade, diabetes, hiperlipidemia, hipertensão e infarto do miocárdio, é de no mínimo 34 ml/min/kg. Considerando os sistemas envolvidos fisiologicamente e otimizados pelo alto nível de absorção, transporte, entrega e consumo do oxigênio são ventilação pulmonar, concentração de hemoglobina, volume sanguíneo e débito cardíaco, fluxo sanguíneo periférico e capacidade metabólica celular. À medida que esse quantitativo aumenta nas atividades aeróbicas de endurance (resistência) desenvolvidas, verificamos no gráfico que também aumenta gradativamente a redução da mortalidade. REFERÊNCIA
MCARDLE, D.W; Katch, L.F; Katch, L. V. Fisiologia do exercício. Energia,
nutrição e desempenho humano. 8ª. Ed. Rio Janeiro, Guanabara Koogan, 2016.
Solicitação e Interpretação de Exames Laboratoriais: Uma visão fundamentada e atualizada sobre a solicitação, interpretação e associação de alterações bioquímicas com o estado nutricional e fisiológico do paciente.