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Autores:
Abner Felipe Costa – 16/0109001
Ângelo Matos Amaral – 15/0117914
Mariana Barros e Silva Campos – 13/0033146
Mateus Diógenes Silva de Souza - 17/0071073
Nataly Vieira de Pinho – 16/013977
Rafael de Lima Galvão - 17/0020959
Victor Hugo de Melo Celestino 16/0147280
DETERMINAÇÃO DA POTÊNCIA AERÓBICA MÁXIMA
Brasília
Novembro 2019.
Introdução
Esse trabalho evidencia e discorre informações a respeito dos aspectos
fisiológicos do metabolismo aeróbio. Os numerosos determinantes do
rendimento aeróbio têm sido organizados em um modelo que integra fatores
como limiares relacionados à resposta do lactato sanguíneo ao exercício e a
eficiência muscular, bem como o consumo máximo de oxigênio (VO2máx).
O VO2máx tem sido um índice muito utilizado nas últimas décadas para
avaliação do nível de aptidão aeróbia, pois é o índice fisiológico que melhor
representa a potência aeróbia. É uma medida da quantidade máxima de
energia que pode ser produzida pelo metabolismo aeróbio em uma
determinada unidade de tempo (DENADAI e colaboradores, 2004). O VO2máx
é uma boa medida de caráter geral dos fatores cardiorrespiratórios e
metabólicos, que afetam a capacidade máxima do organismo em captar,
transportar e utilizar o oxigênio (ASTRAND, 1956; apud DENADAI e
colaboradores, 1996). Para DENADAI (2000), entre os índices mais
mencionados na literatura, o consumo máximo de oxigênio (VO2máx) e/ou pico
(VO2pico) e os índices associados à resposta do lactato (limiares) durantes o
exercício submáximo têm maior destaque dentre os estudos.
Para DENADAI (2000), entre os índices mais mencionados na literatura,
o consumo máximo de oxigênio (VO2máx) e/ou pico (VO2pico) e os índices
associados à resposta do lactato (limiares) durantes o exercício submáximo
têm maior destaque dentre os estudos. Outro bom indicador da performance
aeróbia é o limiar de lactato sanguíneo, que pode ser definido como o ponto no
qual a produção de lactato aumenta drasticamente ou a um nível particular
(SHARKLEY, 1998, p.81). O limiar de Lactato tem sido largamente utilizado na
prática, tanto no diagnóstico de aptidão física como e principalmente na
prescrição de treinamento tanto para indivíduos. A mensuração do limiar de
lactato permite ao profissional de educação física determinar que
seu atleta/aluno deva manter uma determinada velocidade para fazer um
treinamento essencialmente focado no objetivo traçado.
Toda atividade humana fundamenta-se na capacidade de proporcionar
energia em bases contínuas. Sem uma fonte contínua de energia, as células,
incluindo o músculo, deixam de funcionar e morrem (FOSS & KETEYIAN,
2000, p. 17). Através da liberação da energia química, conseguida por meio de
um processo metabólico denominado respiração, obtém-se o fornecimento da
energia necessária para realizar processos biológicos (FOSS e KETEYIAN,
2000, p. 19). Outras energias provenientes dos Macronutrientes, presentes nos
alimentos, são também de extrema importância. Os alimentos são compostos
principalmente por três tipos de substâncias orgânicas – carboidratos, lipídios e
proteínas – que, por constituírem, em massa os componentes mais importantes
de uma alimentação ou dieta balanceada, são chamados macronutrientes.
(MARZZOCO; TORRES, 1999, p. 115).
Segundo as leis da termodinâmica a energia nunca é perdida ou
criada deste modo, ela sofre uma degradação constante de uma forma a outra,
sendo aproveitada pelo corpo humano para a atividade muscular e para os
processos celulares (COSTILL e WILMORE, 2003, p. 116). A energia
mecânica manifesta-se no movimento, cuja fonte provém da transformação do
alimento em energia química no organismo (FOSS e KETEYIAN, 2000, p.
18). Entretanto, a energia presente nos alimentos não é transferida diretamente
para as células, ela é recolhida e conduzida através do composto rico
em energia denominado trifosfato de adenosina (ATP) (MCARDLE et al, 1992,
p. 66).
A intensidade e duração do exercício estão relacionadas com a
contribuição relativa dos três sistemas energéticos do corpo: ATP CP (alático),
que é um sistema de energia imediata; o glicolítico (lático) e o único sistema de
energia a longo prazo oxidativo (aeróbio). Segundo Molina (2009) o
metabolismo aeróbico é o sistema que proporciona a maior parte da
transferência de energia em exercícios de média e longa duração. Endurance,
maratonas e esportes de longa duração são percebidos uma maior exigência
de energia aeróbica e dependem muito pouco de energia proveniente de fontes
anaeróbicas com formação subsequente de lactato. (MCARDLE; KATCH,
2011, P.164-165).
A formação do ATP-CP por essa via envolve a interação de duas vias
metabólicas cooperantes entre si: o Ciclo de Krebs e a Cadeia de Transporte
de Elétrons (POWER & HOWLEY, 2000). Segundo MCARDLE (2011) reações
anaeróbicas liberam aproximadamente 10% da energia total de uma
molécula original de glicose, e o restante é extraído quando o piruvato é
irreversivelmente transformado em acetil-CoA. O acetil-CoA penetra no Ciclo
de Krebs sendo degradado em dióxido de carbono e átomos de hidrogênio são
oxidados durante o transporte de elétrons e fosforilação oxidativa. Podemos
dividir as atividades do metabolismo aeróbico em duas fases, a primeira seria
quando os átomos de hidrogênio são gerados na mitocôndria pelo
fracionamento de acetil-CoA dentro do Ciclo de Krebs, e uma outra fase
posterior que esses hidrogênios são oxidados através do processo aeróbico do
transporte de elétrons-fosforilação oxidativa (cadeia transportadora de
elétrons). MCARDLE (2011) também afirma que o ciclo do ácido cítrico, o
transporte de elétrons e a fosforilação oxidativa representam os três
componentes do metabolismo aeróbico.
Atletas praticantes de esportes de Endurance em geral possuem
capacidade superior para transferência de energia aeróbia. O consumo máximo
de oxigênio registrado para estes atletas ultrapassa em quase duas vezes
aquele de homens e mulheres sedentários. Alguns fatores, principalmente
aqueles que atuam no nível tecidual local como densidade capilar aprimorada,
enzimas, tamanho e número de mitocôndrias além do VO₂máx. também são
determinantes para o desempenho de Endurance (MCARDLE, 2008, p.239).
A captação de oxigênio pulmonar, ou simplesmente consumo de
oxigênio, aumenta durante os primeiros minutos de exercício, alcançando um
platô entre 3 e 4 minutos, permanecendo relativamente estável (equilíbrio entre
a energia que os músculos ativos necessitam e a produção de ATP pelo
metabolismo aeróbio), onde todo o lactato produzido será oxidado ou
transformado em glicose. Este ritmo poderia prosseguir indefinidamente caso
não ocorressem perda hídrica, depleção de eletrólitos ou do sistema nervoso
central (pela utilização quase que completa do glicogênio hepático) nas altas
intensidades do esforço aeróbio prolongado. Tais níveis de exercício em ritmo
estável variam de acordo com o grau de treinamento do indivíduo, onde a
capacidade de circulação para o fornecimento de oxigênio aos músculos
ativos e a habilidade desses tecidos em utilizar o oxigênio de maneira eficaz
são fatores determinantes ao desempenho atlético. (MCARDLE, WD; KATCH,
FI; KATCH, VL, 2013, p. 170).
No início do exercício, o período no qual o consumo de oxigênio
encontra-se abaixo do necessário para o fornecimento de todo o ATP recebe a
designação de déficit de oxigênio, pois a energia para a contração músculos
provém do fracionamento anaeróbio imediato do ATP. O déficit de oxigênio
demonstra quantitativamente, a diferença entre o consumo total de O2 durante
o exercício e a quantidade total que teria sido utilizada se o consumo de O2 em
ritmo estável tivesse sido alcançado desde o início (representa a transferência
imediata de energia anaeróbia) (MCARDLE, WD; KATCH, FI; KATCH, VL,
2013, p. 170).
A realização de exercícios de média e longa duração depende
principalmente do metabolismo aeróbio, logo o índice mais utilizado para
avaliar-se essa capacidade é o VO2 máximo, ou seja, o consumo máximo de
oxigênio. (DENADAI; Revista Brasileira de Atividade Física e Saúde - V.1 -N.1,
1995). Segundo DENADAI (1995), quando verificamos o consumo de oxigênio
em repouso tanto de treinados como sedentários são similares, mas ao
analisar em esforço máximo, os indivíduos treinados possuem VO2 máximo em
média duas vezes maior que indivíduos sedentários.
Quando o indivíduo está em exercício, o músculo ativo pode requerer em
até 20 vezes mais oxigênio em relação ao repouso, e para a musculatura
inativa, permanece inalterado. O aumento da intensidade de exercício
acompanha o aumento do consumo de VO2 (DENADAI, 1995).
A região onde o consumo de oxigênio alcança um platô ou aumenta
apenas levemente com os aumentos adicionais na intensidade do exercício
representa o consumo máximo de oxigênio. O VO2máx proporciona
uma medida quantitativa da capacidade do indivíduo para a ressíntese
aeróbica do ATP. A possibilidade de alcançar um VO2máx alto comporta um
significado fisiológico importante além de seu papel, que consiste em permitir o
metabolismo energético. Um VO2máx. alto requer potência integrada e de alto
nível entre seus sistemas de apoio fisiológico, ventilação pulmonar integrada
com o metabolismo aeróbio, concentração de hemoglobina, volume sanguíneo
e débito cardíaco, fluxo sanguíneo periférico (MCARDLE, KATCH, KATCH,
2010, p.171).
O consumo de oxigênio é responsável pelo aumento do débito cardíaco
e por direcionar o fluxo sanguíneo para os músculos em atividade, utilizado
como índice de aptidão física, ele é de grande importância na avaliação física
do indivíduo (WASSERMAN, 1991, GALIOTO, 1990, SHACAR et. al., 1982,
BARTON et. al., 1983). Segundo FOSS, KETEYIAN, 200, pág 208, débito
cardíaco é definido por como a quantidade de sangue ejetado pelo ventrículo
esquerdo do coração durante um minuto. Já MCARDLE and KATHAL, 2013
PAG 351, transcrevem o debito cardíaco como uma fórmula no qual débito
cardíaco é igual a frequência cardíaca vezes o volume de ejeção. A partir da
fórmula do debito cardíaco pode-se demonstrar como o desempenho do
coração pode ser acelerado ou diminuído através de uma comparação em que
o miocárdio é semelhante a uma bomba ou uma válvula em que se pode
regular (FOSS; KETEYIAN, 2000).
As variáveis do débito cardíaco aumentam ou voltam para o seu ritmo
estavam de forma independente, se levarmos em conta o a frequência cardíaca
é controlada pelo nódulo sinoatrial (marca-passo), enquanto o volume de
ejeção está diretamente relacionado a necessidade de desempenho do
coração (KOEPPEN; BRUCE,2009).
Durante o repouso os valores do debito cardíaco estão entre 5 e 6 litros
por minutos, com pouca alteração entre indivíduos treinados e não
treinados (FOSS; KETEYIAN, 2000). Porém exercícios submáximos esses
valores tendem à se contrastar devido uma maior necessidade de demanda de
oxigênio nos músculos ativos (WILMORE; COSTILL,2001), indivíduos treinados
tendem a ter valores acima de 30 litros por minutos enquanto indivíduos
destreinados próximos de 20 a 25 litros por minutos (FOSS; KETEYIAN,
2000).
Nos testes para determinação do VO2máx existem diversos termos
técnicos que servem como indicadores para demonstrar qual predominância
das vias energéticas no exercício e o porquê desse fato estar ocorrendo. O
quociente respiratório é uma das variáveis ergoespirométricas, sua função é
descrever a relação da permuta gasosa metabólica de acordo com o dióxido de
carbono produzido por unidade de oxigênio consumido, e assim o resultado
desta relação varia de acordo com o substrato energético catabolizado
(carboidrato, gordura, proteína). Seu cálculo é feito pela razão entre CO2
produzido e O2 consumido (MCARDLE, KATCH, 2010, p.190).
A ergoespirometria exige uma calibração do seu equipamento que
necessita de duas variáveis em perfeitas condições. A calibração do
equipamento prévia ao exame é necessária, pois algumas variáveis são
analisadas em presença de vapor d'água em condições denominadas de BTPS
(body temperature pressure saturated), outros parâmetros como o consumo de
oxigênio (VO2) e a produção de dióxido de carbono (VCO2) são analisados em
condições denominadas de STPD (standard temperature pressure and dry),
que corresponde a situação de 0ºC de temperatura, pressão de 760 mmHg ao
nível do mar e em condições de ausência de vapor de água, ou seja, seco.
Todas essas variáveis são de extrema importância na avaliação de
pessoas com doenças crônicas ou atletas, mas podem ser utilizadas de forma
muito inteligente por pessoas normais, permitindo que os objetivos almejados
pelo indivíduo possam ser otimizados e mais eficientes.
O pulso de oxigênio consiste na análise da relação do VO2 com a
frequência cardíaca (FC) durante o exercício incremental (VO2/FC). Trata-se
de uma medida objetiva que avalia a capacidade do organismo em transportar
e utilizar o oxigênio para a produção de energia. No esforço máximo a curva do
pulso de O2 se eleva hiperbolicamente, podendo atingir valores maiores do que
12mL/batimento. Contudo, mais importante do que o valor absoluto do pulso, é
a análise da curva em seu aspecto, pois uma curva em platô, por exemplo, ou
uma queda brusca durante o esforço pode sugerir uma disfunção ventricular.
(LOURENÇO et al., 2007).
O equivalente ventilatório descreve a relação entre o consumo de
oxigênio, ou a produção de CO2, com a ventilação minuto. Em adultos jovens
observa-se a necessidade de 25L de ar respirado para cada litro de O2
consumido, até aproximadamente 55% do VO2máx. Assim pode-se
deduzir que se trata de uma medida de eficiência, onde menores valores
determinam uma menor necessidade de ventilação para um maior consumo de
oxigênio (MCARDLE, WD; KATCH, FI; KATCH, VL, 2013, p. 299).
O limiar ventilatório corresponde ao ponto no qual a ventilação pulmonar
aumenta de maneira desproporcional quando comparado ao consumo de
oxigênio de acordo com o incremento de exercício. Neste momento a
ventilação será determinada pela liberação de CO2 proveniente do
tamponamento do lactato que inicia o seu acumulo, assim verifica-se uma
correspondência entre os pontos de limiar ventilatório e o ponto do limiar de
lactato, que neste caso é diferente do limiar para o metabolismo
anaeróbico. (MCARDLE, WD; KATCH, FI; KATCH, VL, 2013, p.300).
O ponto de compensação respiratório é observado após o limiar
ventilatório, onde ocorre um novo aumento desproporcional na ventilação, com
o intuito de contrapor-se à redução do pH sanguíneo durante o exercício
intenso. Neste caso o equivalente ventilatório de CO2 será correspondente
ao limiar de compensação respiratório (MCARDLE, WD; KATCH, FI; KATCH,
VL, 2013, p.300).
Um termo bastante controverso na literatura é o limiar anaeróbio. Alguns
pesquisadores definem o limiar anaeróbio como o ponto onde o consumo de
O2 (VO2) durante o exercício passa a requerer a produção de energia por
fontes anaeróbias, a fim de complementar a produção de energia proveniente
das fontes aeróbias (FOSS, ML; KETEYIAN, SJ, 2000, p.
168). ASTRAN et. al (2006, p. 234), afirmam que o conceito de limiar anaeróbio
foi introduzido na tentativa de identificar um ponto onde a acidose metabólica e
as respectivas alterações inerentes à troca gasosa nos pulmões passam a
ocorrer durante o exercício progressivo.
Materiais e Métodos
Teste Cardiopulmonar Ergoespirométrico (Protocolo de Bruce)
PESO IDADE
(kg)
(anos)
INDIVÍDUO 1 84 24
INDIVÍDUO 2 81 21
Tabela 1.1 – valores de peso e idade dos sujeitos
Determinação Do Consumo Máximo de Óxigênio
Para quem busca realizar um treino anaeróbio lático, uma boa opção de
treinamento é a utilização de uma intensidade que o organismo ainda
consegue corrigir a acidose metabólica. E para indivíduos que buscam
desenvolver a via ATP-CP, é possível recomendar treinos que a intensidade
ultrapasse o ponto de compensação respiratória, para que ocorra uma
evolução significativa dessa via do indivíduo. (SILVA, 1999)
Teste de Balke no Cicloergômetro de Frenagem
300
250
200
150
100
50
0
1 2 3 4 5 6 7 8 9
Gráfico 2.1- relação entre carga de trabalho (W) e frequência cardíaca (bpm)
Gráfico 2.2 –
185
180
175
170
165
160
155
150
145
140
FR1 FR2 FR3 FR4 FR5 FR6
Conclusão
A ergoespirometria e o protocolo de Balke avaliam a capacidade
cardiopulmonar e aeróbia total do indivíduo. Entretanto envolvem padrões de
movimentos diferentes, o que pode vir a influenciar na diferença de resultados.
O objetivo dos testes foi de fornecer variáveis como: consumo direto de
oxigênio,VO2máx, dentre outras. Ao analisarmos essas variáveis, podemos
entender melhor o comportamento dos sistemas: cardiovascular, respiratório,
vascular pulmonar e muscular esquelético ao estresse físico.
Referências Bibliográficas
American College of Sports Medicine. ACSM’s Guidelines for Exercise Testing
and Prescription. 6˚ ed. Baltimore: Lippincott Williams and Wilkins. 2000.
COSTA FC, Garcia MPC, Almeida DD, Costa EC, Nunes N, Navarro F. Análise
comparativa do consumo máximo de oxigênio e da prescrição de intensidade
de treinamento aeróbio: ergoespirometria versus teste ergométrico
convencional. Rev Bras de Presc e Fisiol do Exerc. 2007;7:40-70.
DENADAI, B.S.; Ortiz, M.J.; Mello, M.T. Índices fisiológicos associados com a
"performance" aeróbia em corredores de "endurance": efeitos da duração da
prova. Rev Bras Med Esporte. Vol. 10. Num. 5. 2004. p. 401-404.