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Universidade de Brasília - UnB


Faculdade de Educação Física - FEF
Disciplina: Fisiologia do Exercício III
Professor: Guilherme Eckhardt Molina

Autores:
Abner Felipe Costa – 16/0109001
Ângelo Matos Amaral – 15/0117914
Mariana Barros e Silva Campos – 13/0033146
Mateus Diógenes Silva de Souza - 17/0071073
Nataly Vieira de Pinho – 16/013977
Rafael de Lima Galvão - 17/0020959
Victor Hugo de Melo Celestino 16/0147280
 
 
 
DETERMINAÇÃO DA POTÊNCIA AERÓBICA MÁXIMA

Brasília
Novembro 2019.
Introdução 
 
Esse trabalho evidencia e discorre informações a respeito dos aspectos
fisiológicos do metabolismo aeróbio. Os numerosos determinantes do
rendimento aeróbio têm sido organizados em um modelo que integra fatores
como limiares relacionados à resposta do lactato sanguíneo ao exercício e a
eficiência muscular, bem como o consumo máximo de oxigênio (VO2máx). 

 
O VO2máx tem sido um índice muito utilizado nas últimas décadas para
avaliação do nível de aptidão aeróbia, pois é o índice fisiológico que melhor
representa a potência aeróbia. É uma medida da quantidade máxima de
energia que pode ser produzida pelo metabolismo aeróbio em uma
determinada unidade de tempo (DENADAI e colaboradores, 2004). O VO2máx
é uma boa medida de caráter geral dos fatores cardiorrespiratórios e
metabólicos, que afetam a capacidade máxima do organismo em captar,
transportar e utilizar o oxigênio (ASTRAND, 1956; apud DENADAI e
colaboradores, 1996). Para DENADAI (2000), entre os índices mais
mencionados na literatura, o consumo máximo de oxigênio (VO2máx) e/ou pico
(VO2pico) e os índices associados à resposta do lactato (limiares) durantes o
exercício submáximo têm maior destaque dentre os estudos. 

 
Para DENADAI (2000), entre os índices mais mencionados na literatura,
o consumo máximo de oxigênio (VO2máx) e/ou pico (VO2pico) e os índices
associados à resposta do lactato (limiares) durantes o exercício submáximo
têm maior destaque dentre os estudos. Outro bom indicador da performance
aeróbia é o limiar de lactato sanguíneo, que pode ser definido como o ponto no
qual a produção de lactato aumenta drasticamente ou a um nível particular
(SHARKLEY, 1998, p.81). O limiar de Lactato tem sido largamente utilizado na
prática, tanto no diagnóstico de aptidão física como e principalmente na
prescrição de treinamento tanto para indivíduos. A mensuração do limiar de
lactato permite ao profissional de educação física determinar que
seu atleta/aluno deva manter uma determinada velocidade para fazer um
treinamento essencialmente focado no objetivo traçado. 
 

Segundo DENADAI (1995), com o aumento da intensidade do exercício


há também um aumento no VO2. O consumo máximo de oxigênio (VO2máx)
juntamente com o limiar de lactato (LL) são considerados os melhores
indicadores da aptidão aeróbia, sendo ambos amplamente utilizados para a
predição da performance, para a avaliação dos efeitos do treinamento e
identificação da adequada intensidade de esforço (BILLAT, 1996). 

Segundo MYERS e colaboradores 2002 (N.Engl.J.Med, Vol. 346, Nº. 11)


a capacidade de exercício e o status da atividade tornaram-se preditores bem
estabelecidos de doenças cardiovasculares e mortalidade geral, sendo
importante para o profissional de educação física entender todo o processo
fisiológico que ocorre antes, durante e após o exercício, como funciona todo o
processo bioquímico do metabolismo aeróbico e anaeróbico no objetivo de
entender todas possíveis alterações físicas do aluno, fornece uma riqueza de
diagnósticos clinicamente relevantes e informações prognósticas. De modo que
o profissional possa ser apoiado com base em dados obtidos de testes, para
ter total controle de todas as variáveis do treinamento e utilizando bases e
evidências científicas para uma boa prescrição e periodização de exercício
físico, enxergando o indivíduo fisiologicamente sendo ele saudável ou com
alguma patologia.
 

Durante o segundo semestre do ano de 2019, a turma de Fisiologia do


Exercício 3, do curso de Educação física, sob a orientação do Prof. Dr.
Guilherme Eckhart Molina realizou alguns testes de esforço máximo, diretos e
indiretos, de capacidade aeróbica. Dentre as avaliações, foram escolhidos o
teste de Balke e o teste ergoespirométrico.
Fundamentação Teórica  
 
O organismo humano necessita de fontes contínuas de fornecimento de
energia química para a realização das mais diversas atividades. Tal energia é
proveniente da degradação metabólica de carboidratos e lipídios, e em menor
proporção, de proteínas, por intermédio de processos aeróbios (com a
presença de oxigênio) e anaeróbios (sem a presença de oxigênio), cujo
objetivo primário é a ressíntese da molécula de ATP (adenosina trifosfato),
considerada a fonte energética imediata para toda atividade realizada no
organismo (FOSS & KETEYIAN, 2000, p. 17). 

 
Toda atividade humana fundamenta-se na capacidade de proporcionar
energia em bases contínuas. Sem uma fonte contínua de energia, as células,
incluindo o músculo, deixam de funcionar e morrem (FOSS & KETEYIAN,
2000, p. 17). Através da liberação da energia química, conseguida por meio de
um processo metabólico denominado respiração, obtém-se o fornecimento da
energia necessária para realizar processos biológicos (FOSS e KETEYIAN,
2000, p. 19). Outras energias provenientes dos Macronutrientes, presentes nos
alimentos, são também de extrema importância. Os alimentos são compostos
principalmente por três tipos de substâncias orgânicas – carboidratos, lipídios e
proteínas – que, por constituírem, em massa os componentes mais importantes
de uma alimentação ou dieta balanceada, são chamados macronutrientes.
(MARZZOCO; TORRES, 1999, p. 115). 

 
Segundo as leis da termodinâmica a energia nunca é perdida ou
criada deste modo, ela sofre uma degradação constante de uma forma a outra,
sendo aproveitada pelo corpo humano para a atividade muscular e para os
processos celulares (COSTILL e WILMORE, 2003, p. 116).  A energia
mecânica manifesta-se no movimento, cuja fonte provém da transformação do
alimento em energia química no organismo (FOSS e KETEYIAN, 2000, p.
18). Entretanto, a energia presente nos alimentos não é transferida diretamente
para as células, ela é recolhida e conduzida através do composto rico
em energia denominado trifosfato de adenosina (ATP) (MCARDLE et al, 1992,
p. 66). 

 
A intensidade e duração do exercício estão relacionadas com a
contribuição relativa dos três sistemas energéticos do corpo: ATP CP (alático),
que é um sistema de energia imediata; o glicolítico (lático) e o único sistema de
energia a longo prazo oxidativo (aeróbio). Segundo Molina (2009) o
metabolismo aeróbico é o sistema que proporciona a maior parte da
transferência de energia em exercícios de média e longa duração. Endurance,
maratonas e esportes de longa duração são percebidos uma maior exigência
de energia aeróbica e dependem muito pouco de energia proveniente de fontes
anaeróbicas com formação subsequente de lactato. (MCARDLE; KATCH,
2011, P.164-165). 

 
A formação do ATP-CP por essa via envolve a interação de duas vias
metabólicas cooperantes entre si: o Ciclo de Krebs e a Cadeia de Transporte
de Elétrons (POWER & HOWLEY, 2000). Segundo MCARDLE (2011) reações
anaeróbicas liberam aproximadamente 10% da energia total de uma
molécula original de glicose, e o restante é extraído quando o piruvato é
irreversivelmente transformado em acetil-CoA. O acetil-CoA penetra no Ciclo
de Krebs sendo degradado em dióxido de carbono e átomos de hidrogênio são
oxidados durante o transporte de elétrons e fosforilação oxidativa. Podemos
dividir as atividades do metabolismo aeróbico em duas fases, a primeira seria
quando os átomos de hidrogênio são gerados na mitocôndria pelo
fracionamento de acetil-CoA dentro do Ciclo de Krebs, e uma outra fase
posterior que esses hidrogênios são oxidados através do processo aeróbico do
transporte de elétrons-fosforilação oxidativa (cadeia transportadora de
elétrons). MCARDLE (2011) também afirma que o ciclo do ácido cítrico, o
transporte de elétrons e a fosforilação oxidativa representam os três
componentes do metabolismo aeróbico. 
 
Atletas praticantes de esportes de Endurance em geral possuem
capacidade superior para transferência de energia aeróbia. O consumo máximo
de oxigênio registrado para estes atletas ultrapassa em quase duas vezes
aquele de homens e mulheres sedentários. Alguns fatores, principalmente
aqueles que atuam no nível tecidual local como densidade capilar aprimorada,
enzimas, tamanho e número de mitocôndrias além do VO₂máx. também são
determinantes para o desempenho de Endurance (MCARDLE, 2008, p.239).

O conceito de VO2 máx. está associado a outra condição fisiológica


denominada VO₂pico, sendo entendidas muitas vezes como sinônimos, o que
não é verdade. Esta condição citada acima refere-se ao valor mais alto do
consumo de oxigênio medido durante um teste de exercício progressivo. Com
frequência, o consumo de oxigênio mais alto ocorre nos últimos minutos de
exercício (MCARDLE et al., 2008, p.239, 240). O consumo de oxigênio durante
o período de recuperação é chamado de débito de oxigênio, e refere-se a um
consumo elevado de oxigênio para cobrir o déficit gerado no início da atividade,
onde seus níveis são sempre maiores do que os valores observados no
repouso, independente da intensidade do exercício (MCARDLE, WD; KATCH,
FI; KATCH, VL, 2013, p. 176). 

 
A captação de oxigênio pulmonar, ou simplesmente consumo de
oxigênio, aumenta durante os primeiros minutos de exercício, alcançando um
platô entre 3 e 4 minutos, permanecendo relativamente estável (equilíbrio entre
a energia que os músculos ativos necessitam e a produção de ATP pelo
metabolismo aeróbio), onde todo o lactato produzido será oxidado ou
transformado em glicose. Este ritmo poderia prosseguir indefinidamente caso
não ocorressem perda hídrica, depleção de eletrólitos ou do sistema nervoso
central (pela utilização quase que completa do glicogênio hepático) nas altas
intensidades do esforço aeróbio prolongado. Tais níveis de exercício em ritmo
estável variam de acordo com o grau de treinamento do indivíduo, onde a
capacidade de circulação para o fornecimento de oxigênio aos músculos
ativos e a habilidade desses tecidos em utilizar o oxigênio de maneira eficaz
são fatores determinantes ao desempenho atlético. (MCARDLE, WD; KATCH,
FI; KATCH, VL, 2013, p. 170). 

 
No início do exercício, o período no qual o consumo de oxigênio
encontra-se abaixo do necessário para o fornecimento de todo o ATP recebe a
designação de déficit de oxigênio, pois a energia para a contração músculos
provém do fracionamento anaeróbio imediato do ATP. O déficit de oxigênio
demonstra quantitativamente, a diferença entre o consumo total de O2 durante
o exercício e a quantidade total que teria sido utilizada se o consumo de O2 em
ritmo estável tivesse sido alcançado desde o início (representa a transferência
imediata de energia anaeróbia) (MCARDLE, WD; KATCH, FI; KATCH, VL,
2013, p. 170). 

 
A realização de exercícios de média e longa duração depende
principalmente do metabolismo aeróbio, logo o índice mais utilizado para
avaliar-se essa capacidade é o VO2 máximo, ou seja, o consumo máximo de
oxigênio. (DENADAI; Revista Brasileira de Atividade Física e Saúde - V.1 -N.1,
1995). Segundo DENADAI (1995), quando verificamos o consumo de oxigênio
em repouso tanto de treinados como sedentários são similares, mas ao
analisar em esforço máximo, os indivíduos treinados possuem VO2 máximo em
média duas vezes maior que indivíduos sedentários. 

 
Quando o indivíduo está em exercício, o músculo ativo pode requerer em
até 20 vezes mais oxigênio em relação ao repouso, e para a musculatura
inativa, permanece inalterado. O aumento da intensidade de exercício
acompanha o aumento do consumo de VO2 (DENADAI, 1995). 

 
A região onde o consumo de oxigênio alcança um platô ou aumenta
apenas levemente com os aumentos adicionais na intensidade do exercício
representa o consumo máximo de oxigênio. O VO2máx proporciona
uma medida quantitativa da capacidade do indivíduo para a ressíntese
aeróbica do ATP. A possibilidade de alcançar um VO2máx alto comporta um
significado fisiológico importante além de seu papel, que consiste em permitir o
metabolismo energético. Um VO2máx. alto requer potência integrada e de alto
nível entre seus sistemas de apoio fisiológico, ventilação pulmonar integrada
com o metabolismo aeróbio, concentração de hemoglobina, volume sanguíneo
e débito cardíaco, fluxo sanguíneo periférico (MCARDLE, KATCH, KATCH,
2010, p.171). 

 
O consumo de oxigênio é responsável pelo aumento do débito cardíaco
e por direcionar o fluxo sanguíneo para os músculos em atividade, utilizado
como índice de aptidão física, ele é de grande importância na avaliação física
do indivíduo (WASSERMAN, 1991, GALIOTO, 1990, SHACAR et. al., 1982,
BARTON et. al., 1983). Segundo FOSS, KETEYIAN, 200, pág 208, débito
cardíaco é definido por como a quantidade de sangue ejetado pelo ventrículo
esquerdo do coração durante um minuto. Já MCARDLE and KATHAL, 2013
PAG 351, transcrevem o debito cardíaco como uma fórmula no qual débito
cardíaco é igual a frequência cardíaca vezes o volume de ejeção. A partir da
fórmula do debito cardíaco pode-se demonstrar como o desempenho do
coração pode ser acelerado ou diminuído através de uma comparação em que
o miocárdio é semelhante a uma bomba ou uma válvula em que se pode
regular (FOSS; KETEYIAN, 2000). 

 
As variáveis do débito cardíaco aumentam ou voltam para o seu ritmo
estavam de forma independente, se levarmos em conta o a frequência cardíaca
é controlada pelo nódulo sinoatrial (marca-passo), enquanto o volume de
ejeção está diretamente relacionado a necessidade de desempenho do
coração (KOEPPEN; BRUCE,2009). 

 
Durante o repouso os valores do debito cardíaco estão entre 5 e 6 litros
por minutos, com pouca alteração entre indivíduos treinados e não
treinados (FOSS; KETEYIAN, 2000). Porém exercícios submáximos esses
valores tendem à se contrastar devido uma maior necessidade de demanda de
oxigênio nos músculos ativos (WILMORE; COSTILL,2001), indivíduos treinados
tendem a ter valores acima de 30 litros por minutos enquanto indivíduos
destreinados próximos de 20 a 25 litros por minutos (FOSS; KETEYIAN,
2000). 

 
Nos testes para determinação do VO2máx existem diversos termos
técnicos que servem como indicadores para demonstrar qual predominância 
das vias energéticas no exercício e o porquê desse fato estar ocorrendo. O
quociente respiratório é uma das variáveis ergoespirométricas, sua função é
descrever a relação da permuta gasosa metabólica de acordo com o dióxido de
carbono produzido por unidade de oxigênio consumido, e assim o resultado
desta relação varia de acordo com o substrato energético catabolizado
(carboidrato, gordura, proteína). Seu cálculo é feito pela razão entre CO2
produzido e O2 consumido (MCARDLE, KATCH, 2010, p.190). 

 
A ergoespirometria exige uma calibração do seu equipamento que
necessita de duas variáveis em perfeitas condições. A calibração do
equipamento prévia ao exame é necessária, pois algumas variáveis são
analisadas em presença de vapor d'água em condições denominadas de BTPS
(body temperature pressure saturated), outros parâmetros como o consumo de
oxigênio (VO2) e a produção de dióxido de carbono (VCO2) são analisados em
condições denominadas de STPD (standard temperature pressure and dry),
que corresponde a situação de 0ºC de temperatura, pressão de 760 mmHg ao
nível do mar e em condições de ausência de vapor de água, ou seja, seco. 

 
Todas essas variáveis são de extrema importância na avaliação de
pessoas com doenças crônicas ou atletas, mas podem ser utilizadas de forma
muito inteligente por pessoas normais, permitindo que os objetivos almejados
pelo indivíduo possam ser otimizados e mais eficientes. 
O pulso de oxigênio consiste na análise da relação do VO2 com a
frequência cardíaca (FC) durante o exercício incremental (VO2/FC). Trata-se
de uma medida objetiva que avalia a capacidade do organismo em transportar
e utilizar o oxigênio para a produção de energia. No esforço máximo a curva do
pulso de O2 se eleva hiperbolicamente, podendo atingir valores maiores do que
12mL/batimento. Contudo, mais importante do que o valor absoluto do pulso, é
a análise da curva em seu aspecto, pois uma curva em platô, por exemplo, ou
uma queda brusca durante o esforço pode sugerir uma disfunção ventricular.
(LOURENÇO et al., 2007). 

 
O equivalente ventilatório descreve a relação entre o consumo de
oxigênio, ou a produção de CO2, com a ventilação minuto. Em adultos jovens
observa-se a necessidade de 25L de ar respirado para cada litro de O2
consumido, até aproximadamente 55% do VO2máx. Assim pode-se
deduzir que se trata de uma medida de eficiência, onde menores valores
determinam uma menor necessidade de ventilação para um maior consumo de
oxigênio (MCARDLE, WD; KATCH, FI; KATCH, VL, 2013, p. 299). 

 
O limiar ventilatório corresponde ao ponto no qual a ventilação pulmonar
aumenta de maneira desproporcional quando comparado ao consumo de
oxigênio de acordo com o incremento de exercício. Neste momento a
ventilação será determinada pela liberação de CO2 proveniente do
tamponamento do lactato que inicia o seu acumulo, assim verifica-se uma
correspondência entre os pontos de limiar ventilatório e o ponto do limiar de
lactato, que neste caso é diferente do limiar para o metabolismo
anaeróbico. (MCARDLE, WD; KATCH, FI; KATCH, VL, 2013, p.300). 

 
O ponto de compensação respiratório é observado após o limiar
ventilatório, onde ocorre um novo aumento desproporcional na ventilação, com
o intuito de contrapor-se à redução do pH sanguíneo durante o exercício
intenso. Neste caso o equivalente ventilatório de CO2 será correspondente
ao limiar de compensação respiratório (MCARDLE, WD; KATCH, FI; KATCH,
VL, 2013, p.300). 

 
Um termo bastante controverso na literatura é o limiar anaeróbio. Alguns
pesquisadores definem o limiar anaeróbio como o ponto onde o consumo de
O2 (VO2) durante o exercício passa a requerer a produção de energia por
fontes anaeróbias, a fim de complementar a produção de energia proveniente
das fontes aeróbias (FOSS, ML; KETEYIAN, SJ, 2000, p.
168). ASTRAN et. al (2006, p. 234), afirmam que o conceito de limiar anaeróbio
foi introduzido na tentativa de identificar um ponto onde a acidose metabólica e
as respectivas alterações inerentes à troca gasosa nos pulmões passam a
ocorrer durante o exercício progressivo. 
Materiais e Métodos  
Teste Cardiopulmonar Ergoespirométrico (Protocolo de Bruce)

Os testes utilizados foram aplicados em 3 voluntários, no Laboratório de


Fisiologia da Faculdade de Educação Física da Universidade de Brasília,
ambos do sexo masculino, fisicamente ativos sendo o indivíduo 1 (S1) com 24
anos e 84kg e o indivíduo 2 (S2) com 21 anos e 81kg, e a terceira voluntária 
(S3) do sexo feminino, atleta de capoeira com 29 anos e 63,4 kg, sendo esta a
voluntária para o teste do Cicloergômetro de Frenagem

Apesar de ser um método de mensuração indireto, mas considerado


padrão-ouro para mensuração das variáveis ergoespirométricas, o teste
de ergoespirometria é um teste de esforço pouco acessível devido seu alto
custo de aquisição e manutenção, porém consegue discriminar o que foi fator
essencial para a ocorrência da fadiga muscular. Todo teste de esforço possui
três etapas: repouso, esforço e recuperação. O teste tem como objetivo
mensurar o VO2 máximo e o limiar anaeróbico e o ventilatório, ou ponto de
compensação respiratória. (DIAZ, MONTANO, MELCHOR et al, 2000). 
 

Para a realização adequada do teste é necessário verificar as condições


para uma boa avaliação como: As condições de temperatura ambiente
(próximo a 22ºC±2), e umidade relativa do ar em torno de 60%, que são as
ideais no momento da prova. A calibração do equipamento prévia ao exame,
também é necessária pois algumas variáveis são analisadas em presença de
vapor d’água em condições denominadas de BTPS (body temperature
pressure saturated). Por ex.: A VE que inclui a frequência respiratória (FR) e o
volume corrente (VC). Outros parâmetros como o consumo de oxigênio (VO2)
e a produção de dióxido de carbono (VCO2) são analisados em condições
denominadas de STPD (standard temperature pressure and dry), que
corresponde a situação de OºC de temperatura, pressão de 760mmHg ao nível
do mar e em condições de ausência de vapor de água, ou seja, seco. Nas
relações que incluem a VE, o VO2 ou VCO2, como o equivalente ventilatório de
VO2 (VE/VO2), lê-se o numerador em condições de BTPS e o denominador em
STPD, sendo da mesma maneira avaliada a relação VE/VCO2. É possível
observar diversas variáveis durante o teste, são elas: volume corrente (VC),
frequência respiratória (FR), ventilação pulmonar (VE), pressão expirada de O2
(PETO2) e principalmente consumo de VO2, que é a capacidade máxima que
um indivíduo apresenta de captar, transportar e metabolizar o oxigênio para a
biossíntese oxidativa de ATP sendo medido como: l/min (valor absoluto) e ml
(kg.min) –1 (relativo a massa corporal). (YAZBEK JR e col. volume 71, (nº 5),
1998).

Os materiais necessários são: Esteira, monitor dinâmico com derivações


convencionais do teste ergométrico, máscara facial com sistema de análise de
gases e espirômetro para parâmetros de função pulmonar, sensores de fluxo
e pneumatacógrafos conectados a um computador além de uma
equipe capacitada. Para avaliar a percepção de esforço foi utilizada a escala de
Borg (Quadro I) na qual é necessária para levar em consideração a percepção
subjetiva de esforço do voluntário afim de orientar também a equipe que está
aplicando o teste.

(YAZBEK JR e col. volume 71)


Das variáveis analisadas temos como resultante do produto da
Frequência Respiratória (FR) pelo Volume Corrente (VC) a Ventilação
Pulmonar (VE) no qual é proporcional à produção de dióxido de carbono
(VCO2). Durante o teste a VE aumenta progressivamente atingindo um platô
que significa uma maior produção de CO2. O VC representa a capacidade de
expansibilidade pulmonar parcialmente, podendo aumentar aproximadamente
70% da capacidade vital ao esforço. As relações de VE/VO2 e VE/VCO2
representam os equivalentes respiratórios, no qual durante o esforço
progressivo essas relações tendem a diminuir e depois aumentam ao final do
esforço, essas variáveis são de extrema importância para identificar o limiar
anaeróbio (LA). A PETO2 (Pressão expirada de O2) ou FEO2 (Fração expirada
de O2) diminui momentaneamente após o início do exercício contanto que o
aumento na VE seja mais lento que o incremento no VO2. Ao passar do LA, a
PETO2 aumenta ao atingir o esforço máximo, devido a hiperventilação
provocada pela redução do PH, facilitando a determinação do LA. (YAZBEK
JR e col. volume 71, (nº 5), 1998).

O teste utilizado foi segundo a metodologia do teste de Bruce em esteira


rolante na qual a velocidade e a inclinação variam em cada um dos estágios
que se sucedem sem interrupção até a exaustão. Bruce propõe equações
diferentes para homens e mulheres levando em consideração o tempo de
duração do teste (t) em minutos.

Fonte: Fisiologia do Exercício 3, Profº Dr. Guilherme Molina


Cicloergômetro de Frenagem (Protocolo de Balke)

Esse é um teste duplamente indireto, acessível devido ao seu baixo


custo e ocupa um menor espaço, porém pode subestimar ou superestimar o
valor real do VO2máx comprometendo a forma como os dados podem ser
utilizados (KRAVCHYCHYN, 2015). O Cicloergômetro mecânico não depende
de luz, tem fácil portabilidade e calibração e é determinador por carga e
número de rotações por minuto (RPM). Sendo assim, esse método apesar de
baixo custo, possui desvantagens devido à falta de precisão, para que a
estimativa feita pelo o teste tenha uma menor percentagem de erro, é
necessário que o teste seja seguido conforme o protocolo (MCARDLE, 1998).

Ao contrário do teste de Bruce que utiliza a técnica de progressão


BALKE (1959) propõe a técnica de escalonamento máximo, sem intervalos. O
teste é iniciado com uma carga de 25W, sendo 25W aumentada a cada 2
minutos sucessivamente até a FCmáx ser atingida ou interrupção por motivos
como desconforto muscular periférico ou outros. O VO2máx em l/min pela
razão da massa corporal total em ml (kg.min)-1 é estimada pela carga máxima
sustentada: VO2 max [ml(kg.min) -1] = (200 + 12 Wmax)/Peso (kg). Pelo fato
de a carga ser aumentada em forma de escalonamento é permitido uma
adaptação fisiologia adequada retardando a ativação do metabolismo
anaeróbio BALKE (1959).
 
Os materiais utilizados são: uma bicicleta ergométrica de frenagem, um
frequencímetro, um esfigmomanômetro e uma tabela de Borg para percepção
subjetiva do esforço. É possível estimar por meio da carga desse teste o VO2
máximo do indivíduo, feito pela fórmula já mencionada. A voluntária (S3)
avaliada é uma mulher de 20 anos com um peso de 58kg. Foi realizada a
aferição da pressão arterial durante todo o teste. Há um período de
aquecimento de 3 minutos pedalando com uma resistência de 0,45Kp,
equivalente a 44 Watts com uma rotação equivalente a 60rpm, que deve ser
mantida durante todo o teste. Após o aquecimento, a cada 2 minutos será
aumentada a carga até que o indivíduo alcance a fadiga muscular.   
 
O registro da pressão arterial, frequência cardíaca e percepção de
esforço são realizados 30 segundos antes da mudança de estágio, ou seja,
quando completados 1 minuto e 30 segundos em cada estágio, as variáveis
serão aferidas. Para fins de esclarecimento, o frequencímetro possui uma
demora de registro de até 5 segundos, ou seja, isso significa que a frequência
aferida possui um atraso de 5 segundos. 
Resultados e Discussão 

Teste Cardiopulmonar Ergoespirométrico (Protocolo de Bruce)

A ergoespirometria é um teste considerado padrão ouro quando o


objetivo é avaliar o desempenho físico, funcional e de alguns parâmetros
relacionados a saúde, como o consumo máximo de oxigênio (VO2 Máx). Esse
método também é útil para determinantes de transição metabólica, avaliação
clínica, prescrição de intensidade do exercício, índices de eficiência respiratória
e cardiovascular e custo energético (SILVA, 1999).

Durante a realização do teste de esforço máximo, alguns indivíduos


podem falhar antes de chegar ao seu verdadeiro limite, isso pode ocorrer
devido a fadiga muscular anteriormente instalada, percepção subjetiva
equivocada em relação ao máximo do teste por parte do avaliador e também
do avaliado, e pode ocorrer também entraves físicos que impedem o sujeito de
concluir o teste. (RIBEIRO, 1995).

Foi realizado um teste ergoespirométrico no dia 15/10/2019, com 2


voluntários do sexo masculino da turma de fisiologia do exercício 3 do 2°
semestre de 2019. O primeiro indivíduo possuía 84 kg de massa corporal e o
segundo indivíduo tinha 81 kg. O objetivo principal do teste foi encontrar os
limiares ventilatórios dos indivíduos e descobrir o VO2 máximo dos sujeitos.

A tabela abaixo demonstra os valores da idade e do peso dos indivíduos:

PESO IDADE
(kg)
(anos)

INDIVÍDUO 1 84 24

INDIVÍDUO 2 81 21
Tabela 1.1 – valores de peso e idade dos sujeitos
Determinação Do Consumo Máximo de Óxigênio

Para determinar o VO2 máximo do indivíduo 1, foi realizado uma divisão


do maior ponto de consumo de oxigênio do indivíduo pelo peso dele. O maior
valor obtido de consumo foi de 4,47 Litros de O2, e como o indivíduo 1 pesa
84kg, seu VO2 máximo obtido foi de 53,21 ml/kg/min.

Em relação ao indivíduo 2, utilizando os mesmos parâmetros e critérios


para a obtenção do valor do VO2 máximo, dividiu-se o maior valor de consumo
de oxigênio, 4,11 Litros, pelo peso do voluntário, 81kg, e com isso o resultado
obtido foi um VO2 máximo de 50,74 ml/kg/min.

Os valores do VO2 máximo absoluto e relativo atingido pelos indivíduos


que realizaram o teste estão explícitos na tabela abaixo:

Tabela 1.2- valores absolutos e relativos do VO2 máximo dos indivíduos

VO2 MÁX. Absoluto VO2 MÁX. Relativo


(L/min) (ml/kg/min)

INDIVÍDUO 1 4,47 53,21

INDIVÍDUO 2 4,11 50,74

De acordo com ACSM (2000) os valores obtidos pelos indivíduos são


considerados ótimos para a saúde cardiorrespiratória, e estão fortemente
associados com um menor risco de morte por todas as causas.

Determinação Dos Limiares Ventilatórios


Os protocolos de determinação dos limiares ventilatórios utilizam
variáveis respiratórias adquiridas durante o teste ergoespirométrico em função
da carga de trabalho e ou do consumo de oxigênio. Assim, utilizaram-se
algumas variáveis como VO2, VCO2, VE/VO2, VE/VCO2 e FC. Segundo
NASSER (2010) com esses valores é possível encontrar os limiares
ventilatórios de um sujeito que realiza a ergoespirometria.

A primeira análise realizada foi do VO2 e do VCO2, para a obtenção do


primeiro limiar, também conhecido como limiar anaeróbio.

Gráfico 1.3 - Gráfico da produção de dióxido de carbono (VCO2) em Litros, consumo


de oxigênio (VO2) em Litros e do tempo do indivíduo 1.

Com base, no gráfico anterior, é possível observar que por volta 5°


minuto as curvas de VO2 e de VCO2 ficam sobrepostas, esse é o ponto do
limiar anaeróbio. Isso ocorre devido a necessidade do corpo de realizar uma
alcalose ventilatória e também pela necessidade de aumentar a utilização de
O2 (NASSER, 2010).
E por volta do 8° minuto é possível observar que os níveis de CO2
ultrapassam visivelmente os níveis de O2. Esse é o ponto que ocorre o ponto
de compensação respiratório, pois o corpo não consegue mais realizar uma
alcalose para manter o sistema em homeostase, e assim a acidose metabólica
torna-se severa até que a fadiga se instale fortemente. Nesse ponto, o
organismo busca aumentar as ventilações para expelir o CO2. (NASSER,
2010)

Quanto a análise dos limiares do segundo voluntário, aparentemente as


curvas demonstraram de maneira mais precisa os limiares do sujeito conforme
o gráfico abaixo:

Gráfico 1.4- Gráfico da produção de dióxido de carbono (VCO2) em Litros, consumo de


oxigênio (VO2) em Litros e do tempo do indivíduo 2.

Por volta do 7° minuto é possível observar uma aproximação significativa


entre os níveis do consumo de oxigênio e dos níveis de produção de CO2,
nesse ponto se observa o limiar anaeróbio. E por volta do 9° minuto, ocorre o
ponto de compensação respiratória, onde o corpo busca expelir as quantidades
de CO2 para evitar uma acidose metabólica. (NASSER, 2010).
Com base nessas informações obtidas, é possível inferir algumas
informações sobre o treinamento para desenvolver algumas capacidades,
como por exemplo, realizar o treinamento aeróbio no ponto de maior
intensidade aeróbia, sem que ocorra predominância anaeróbia ou produção
significativa de ácido lático, para assim, potencializar os efeitos dessa atividade
(SILVA, 1999).

Para quem busca realizar um treino anaeróbio lático, uma boa opção de
treinamento é a utilização de uma intensidade que o organismo ainda
consegue corrigir a acidose metabólica. E para indivíduos que buscam
desenvolver a via ATP-CP, é possível recomendar treinos que a intensidade
ultrapasse o ponto de compensação respiratória, para que ocorra uma
evolução significativa dessa via do indivíduo. (SILVA, 1999)
Teste de Balke no Cicloergômetro de Frenagem

Foi realizado um teste indireto no cicloergômetro de frenagem com o


objetivo de avaliar o VO2 máximo de uma voluntária da turma de fisiologia do
exercício 3, do segundo semestre de 2019.

Seguiu-se o protocolo de Balke com adaptações e as variáveis obtidas


estão descritas na tabela abaixo:

Tabela 2.0 – Comportamento da frequência cardíaca, pressão


arterial e percepção de esforço durante cada estágio do teste.
Carga (W) FC (bpm) PAS/PAD Borg
(mmHg)
82 154 140/80 -
111 156 160/80 -
141 165 170/74 12
170 169 180/68 13
200 177 182/60 15
229 183 190/70 17
258 189 210/70 18
288 193 220/80 19
317 201 228/82 20

Não registradas na tabela, a pressão arterial em repouso do indivíduo


avaliado foi de 122/70, considerada normal, a frequência cardíaca em repouso
foi de 86 batimentos por minuto e a frequência cardíaca máxima esperada é de
200 batimentos por minuto.

Durante o teste, um resultado muito interessante se manifestou.


Enquanto a frequência cardíaca aumentava de forma gradativa lenta, o
aumento da pressão arterial sistólica foi um pouco mais notório. Visto que entre
todos os estágios há um leve aumento da frequência cardíaca de em média
5,87 batimentos por minuto a cada mudança de estágio. Segundo BRAGA
(2001) existe uma forte relação entre a frequência cardíaca e o consumo de
oxigênio durante exercício, e essa relação pode ser observada no teste.
O gráfico abaixo demonstra os resultados da relação entre a carga de
exercício e a frequência cardíaca durante o teste:

Carga de Exercício x Frequência Cardíaca


350

300

250

200

150

100

50

0
1 2 3 4 5 6 7 8 9

Carga (W) FC (bpm)

Gráfico 2.1- relação entre carga de trabalho (W) e frequência cardíaca (bpm)

Por outro lado, há um aumento de em média 8,5 mmHg a cada mudança


de estágio, fenômeno esse que ocorre devido à demanda de oxigênio no tecido
muscular, consequentemente aumentando o volume sistólico que é a
quantidade de sangue que o coração bombeia para a periferia a cada
batimento. Tanto o aumento do volume sistólico, quanto o aumento da
frequência cardíaca, aumenta o débito cardíaco, aumentando também a força
que o sangue irá exercer sobre as artérias, dessa forma caracterizando essa
alteração como hemodinâmica ou pressórica (NASSER, 2010).

Soma-se a isso que segundo o cálculo descrito anteriormente, o


VO2máx atingindo pelo indivíduo avaliado foi de 69,03ml/kg/min. Esse
resultado sugere um VO2 máximo alto, tal fato, nos faz refletir a respeito da
fidedignidade dos valores obtidos, entretanto, sabe-se que o teste possui
validade reconhecida, mas sua precisão muitas vezes não é tão alta. (COSTA,
2007)
É válido salientar, que caso o avaliador utilize esse teste novamente no
futuro, seu possível erro de medida será proporcional, assim, ele continuará
tendo um parâmetro para a prescrição do treinamento do indivíduo. E como é
um teste fácil de ser realizado e não há a necessidade de muitos
equipamentos, ele pode ser utilizado facilmente por treinadores que buscam
avaliar seus clientes.

O gráfico abaixo demonstra o comportamento da frequência cardíaca da


voluntária após o fim do teste.

Gráfico 2.2 –
185
180
175
170
165
160
155
150
145
140
FR1 FR2 FR3 FR4 FR5 FR6

Frequência Cardíaca de Recuperação

Comportamento da frequência cardíaca durante o período de recuperação

Nota-se com base na tabela acima, que os valores da frequência


cardíaca não retornam aos valores de repouso logo após o fim do exercício, um
dos motivos do motivo disso acontecer é devido a diminuição do tônus
parassimpático e ao aumento do tônus simpático. Ao final do exercício, espera-
se que a frequência cardíaca diminua devido a ação parassimpática, a qual por
meio dos seus neurônios, libera a acetilcolina, que retarda o ritmo da descarga
sinusal e torna mais lenta a frequência cardíaca. (MCARDLE, 2013, pág. 337).
Entretanto, isso não ocorre de maneira rápida.

Comparação com o Teste Realizado no Cicloergômetro


A ergoespirometria tem um custo alto, são necessários equipamentos
sofisticados, mão-de-obra especializada para a execução dos testes, maior
quantidade de tempo com cada indivíduo avaliado, entretanto, seus resultados
são mais fidedignos, ou seja, com menor índice de erro (COSTA, 2007).

Já o teste de Balke realizado no cicloergômetro de frenagem é um


método mais barato, mais acessível aos profissionais da área, sem o controle
de tantas variáveis, porém, é um teste que muitas vezes pode superestimar os
valores buscados, e, portanto, trazer resultados sem tanta precisão quanto a
ergoespirometria. (COSTA, 2007).

Conclusão
A ergoespirometria e o protocolo de Balke avaliam a capacidade
cardiopulmonar e aeróbia total do indivíduo. Entretanto envolvem padrões de
movimentos diferentes, o que pode vir a influenciar na diferença de resultados.
O objetivo dos testes foi de fornecer variáveis como: consumo direto de
oxigênio,VO2máx, dentre outras. Ao analisarmos essas variáveis, podemos
entender melhor o comportamento dos sistemas: cardiovascular, respiratório,
vascular pulmonar e muscular esquelético ao estresse físico.

Ao avaliar os sujeitos através dos testes, podemos mensurar a


capacidade aeróbia máxima de cada um que é caracterizada pela capacidade
cardiopulmonar do indivíduo, que tem uma grande importância para indivíduos
que trabalhem com atividades de longa duração, podendo vir trabalhar nas
suas zonas de limiares para uma melhora de sua performance.

Em comparação com outras formas de exercício, a esteira rolante


permite aos indivíduos satisfazer mais prontamente um ou mais dos critérios
exigidos para se alcançar um VO2máx ou VO2pico, nas experiências de campo
(fora do ambiente do laboratório), a subida e descida de um banco (bench
stepping) e a cicloergometria continuam sendo alternativas apropriadas
(MCARDLE, 2011, pág.245)

A aptidão cardiovascular reflete a quantidade máxima de oxigênio


consumida durante cada minuto de um exercício quase máximo. Os valores
para consumo máximo de oxigênio, ou VO2máx são enunciados em mililitros
de oxigênio por kg de peso (massa) corporal por minuto (ml/kg/min).
(MCARDLE, 2011, pág.175).

O estado de treinamento aeróbico de uma pessoa, contribui


substancialmente para o VO2max que varia normalmente entre 5 e 20%,
dependendo da aptidão da pessoa por ocasião do teste (MCARDLE, 2011,
pág. 246).

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