Você está na página 1de 36

Curso profissional de Técnico de desporto AFIT- Atividades de Fitness

ACTIVIDADES EM GRUPO

No fim deste módulo o que deves saber:


Objectivos do Trabalho Cardiovascular

Habilidades Motoras a utilizar

(Transições)

Progressões (variações e substituições)


Intensidade e Complexidade

Métodos Coreográficos a utilizar

Processo de Ensino

Curso profissional de Técnico de desporto AFIT- Atividades de Fitness


Objectivos do Trabalho Cardiovascular

Benefícios do Treino Cardiovascular

O treino cardiovascular moderado diminui o risco de doenças cardiovasculares. Na

verdade, só pelo simples facto de ser fisicamente inactivo é reconhecido pelo American
Heart Association como um dos maiores factores independentes de risco de doenças
coronárias, tão alto quanto a hipertensão, colesterol elevado ou o fumar. Mesmo que se
tenha um destes factores de risco o facto de estar em boa condição física diminui o risco de
ataque cardíaco.

Adaptações cardiovasculares:

1. O coração torna-se numa bomba mais eficaz:

∙ O peso e volume do coração aumentam e a parede e a cavidade do ventrículo


esquerdo tornam-se maiores.
∙ O volume sistólico aumenta (o coração bombeia mais sangue por batida)
∙ Frequência cardíaca em repouso baixa
∙ Frequência cardíaca submaximal baixa (uma maior capacidade aeróbica
resulta numa diminuição da F. C. A uma determinada intensidade
∙ Frequência cardíaca durante a recuperação (o tempo de recuperação da F.C. a
valores normais dá-se mais rapidamente
∙ Débito cardíaco aumenta (coração bombeia mais sangue por minuto)
(aumento da diferença artério – venosa em O2)
2. Sistema circulatório torna-se mais eficiente em função:

∙ Do aumento dos vasos sanguíneos (mais capacidade de transporte de

sangue)

Curso profissional de Técnico de desporto AFIT- Atividades de Fitness

∙ Do aumento do número de vasos sanguíneos (melhor distribuição)


∙ Do aumento da tonicidade dos vasos sanguíneos
3. O sangue torna-se um melhor transportador:

∙ Volume do sangue aumenta (mais capacidade de transporte)

∙ Aumento dos glóbulos vermelhos (mais capacidade de transporte de O2


∙ Diminuição das plaquetas (diminuição do risco de obstrução)

Outros benefícios referem-se à redução da pressão sistólica e diastólica; à melhoria


do HDL (lipoproteínas de alta densidade) em relação ao LDL (lipoproteínas de baixa
densidade); à redução do risco de obesidade por alteração da composição corporal; ao
aumento da utilização da glucose; à diminuição da resistência à insulina, diminuição os
riscos de problemas de intolerância à glicose; à diminuição das tensões do dia a dia (stress);
e á melhoria na ingestão, expulsão e sono.

Adaptações respiratórias

A eficiência do sistema cardiovascular estaria comprometida se o sistema


respiratório não providenciasse O2 suficiente para satisfazer as necessidades.

1. Ventilação Pulmonar

A ventilação pulmonar em VO2 máx chega a um valor de cerca de 20 a 25 vezes o


da de repouso. Durante o exercício moderado este aumento faz-se devido ao aumento do
Volume corrente, que é o volume de ar mobilizado entre o início e o fim de uma inspiração
normal (+/- 500 ml). Durante um exercício mais intenso, este aumento deve-se
principalmente ao aumento da frequência respiratória.

2. Difusão pulmonar

É a troca pulmonar, que é a troca de gases (O2 e CO2) que ocorre nos alvéolos
mantém-se inalterada em repouso ou após exercício submaximal após período de treino. No
entanto, aumenta com o exercício maximal em que existe um maior fluxo de sangue para a
região pulmonar superior, aumentando a perfusão pulmonar.

Curso profissional de Técnico de desporto AFIT- Atividades de Fitness

3. Diferença Artério – Venosa em O2

A diferença entre a percentagem de O2 no sangue no sangue arterial e no sangue


venoso aumenta com o treino, evidenciando assim uma maior eficiência na sua utilização.

Adaptações Metabólicas
1. Limiar Anaeróbio
Quando o exercício excede os 55 a 70 % do VO2 max a entrega de O2 não consegue
satisfazer as necessidades de oxidação. Como compensação vai haver mais energia
produzida a partir da glicólise o que implica um aumento da produção de ácido láctico e por
consequência de lactato, CO2 e água. Este aumento de CO2 estimula os quimio-receptores
que informam o centro respiratório no sentido de aumentar a ventilação. Esta subida de
ventilação, sem o consequente aumento de consumo de O2, leva a supor que isto estará
relacionado com o limiar anaeróbio ou seja com o ponto a partir do qual o lactato no sangue
aumenta para níveis superiores aos de repouso.
O treino de endurance provoca uma melhoria da capacidade de trabalho a um nível
superior de consume de O2 sem que se elevem os níveis de lactato no sangue acima dos
níveis de repouso.

2. Consumo máximo de O2

O treino de endurance provoca aumentos no VO2 max, um aumento de 15 a 20% foi


detectado em indivíduos sedentários após 6 meses de treino, 3 vezes por semana, 30
minutos por dia e a 75% da sua capacidade.
O endurance cardiorespiratório está intimamente ligado à capacidade que o corpo
tem de levar aos tecidos activos o oxigénio suficiente para satisfazer as suas necessidades. A
eficácia deste processo depende dos sistemas cardiovascular e respiratório ou seja, depende
da capacidade do organismo captar, fixar, transportar e utilizar o O2. Esta eficiência é dada
através do consumo de O2 por minuto (formula de fick).

Curso profissional de Técnico de desporto AFIT- Atividades de Fitness

Prescrição do exercício

Uma boa prescrição de exercício é aquela em que há uma integração da ciência de


treino com técnicas comportamentais que resultam no alcance dos objectivos e na adesão ao
exercício a longo prazo.
A prescrição tem de ser feita em função do estado de saúde do indivíduo, do seu
perfil de risco, características comportamentais, objectivos pessoais e preferências de
exercício. Duma forma geral a prescrição de exercício proporciona a melhoria da condição
física, promove a saúde, reduzindo os factores de risco e procura assegurar a segurança na
participação na actividade. Embora a satisfação da condição física seja o objectivo desejado
da actividade física, há que ter em consideração aqueles que apenas pretendem a melhoria
do seu estado de saúde. Isto tem particular relevância para o profissional de fitness na
construção dum programa de treino consiste com objectivos realistas.
Como temos vindo a dizer, a melhoria da condição física aeróbia é medida pela
avaliação das alterações do VO2 max, que por sua vez está directamente relacionada com
frequência, duração e intensidade do exercício.

1. Tipo de exercício
As melhorias mais evidentes no VO2 max ocorrem quando o exercício é de natureza
rítmica e aeróbia e envolve grandes massas musculares durante longos períodos de tempo.

Grupo 1: Actividades que podem ser mantidas a uma intensidade constante e cuja variação
do dispêndio energético inter individual é relativamente baixa. São actividades desejáveis
pela precisão do controlo do exercício e para utilização no início dum programa de
reabilitação. Exemplos: marcha e bicicleta.

Grupo 2: Actividades em que a taxa de dispêndio energético está intimamente relacionado

com a habilidade, mas que para um indivíduo que domine a técnica pode proporcionar uma
intensidade constante. Útil nos períodos de treino. Exemplos: natação e ski de fundo

Curso profissional de Técnico de desporto AFIT- Atividades de Fitness

Grupo 3: Actividades em que a habilidade e a intensidade são muito variáveis. Estas podem
proporcionar interacções de grupo e variedade no exercício, mas devem ser criteriosamente
consideradas para populações de alto risco, baixa condição física e indivíduos sintomáticos.
O factor competitivo deve ser considerado e minimizado. Exemplos: desportos de raquete e
basquetebol.

2. Intensidade de exercício

A intensidade e duração determinam o consumo calórico da sessão de treino e estão


intimamente relacionados.
O ACSM resomenda que a intensidade seja de 60 a 90% da FCM ou de 50 a 85% do
VO2 max ou da FCReserva. Em indivíduos com um baixo nível de condição física poderão
ir até 50 ou 40% do VO2 max. Há contudo que ter em atenção o nível de condição física dos
indivíduos, a presença de medicamentos que interfiram com a FC, o risco de lesões
cardiovasculares ou ortopédicas, preferências dos sujeitos para o exercício e, por fim, os
objectivos.

Zona Alvo de treino:

Curso profissional de Técnico de desporto AFIT- Atividades de Fitness

Utilizando a fórmula dos valores percentuais da FCmáx

Exemplo para um indivíduo com 22 anos, em que a zona alvo é de 70% a 85%:

FCmáx = 220 – idade

FC a 70% = FCmáx x 70%


FC a 85% = FCmáx x 85%
Podemos defenir uma zona alvo de treino

FC 70% = (198) x 70% = 139


e
FC 85% = (198) x 85% = 168

A intensidade de treino adequada é, em todo o caso, aquela que é segura, tolerável e

que alcança o consumo calórico desejado em função do tempo para a sessão de treino.

Curso profissional de Técnico de desporto AFIT- Atividades de Fitness

Como poderemos avaliar a Frequência Cardíaca nos nossos alunos?


De uma forma indirecta:

% da FC
45 %

55 %

65 %

75 %

85 %

95 %

3. Duração do Exercício

A ACSM recomenda entre 20 a 60 minutos de actividade aeróbia contínua, pese


embora o facto de melhorias a nível cardiorespiratório se conseguirem com 5 a 10 minutos
de treino com intensidade > 90% VO2 max.
10

Curso profissional de Técnico de desporto AFIT- Atividades de Fitness

4. Frequência do Exercício

A frequência está intimamente ligada com os dois factores anteriores, contudo a


capacidade funcional é de extrema importância.

5. Progressão

A progressão depende da capacidade funcional, do estado de saúde do indivíduo,


idade, actividades preferenciais e dos objectivos. Para indivíduos aparentemente saudáveis,
a prescrição de exercício de endurance tem três estados de progressão:

Estado inicial

Deve incluir actividades aeróbicas com intensidade entre os 40 a 60% da FCReserva


ou VO2 max. Habitualmente dura de 4 a 6 semanas, mas tudo depende da adaptação do
sujeito. A duração deve ser de 12 – 15 minutos e progredir até aos 20 minutos, dois ou três
vezes por semana em dias alternados.

Estado de crescimento

A progressão é mais rápida e tem normalmente a duração de 4 a 5 meses. A


intensidade aumenta gradualmente para o limite superior da faixa dos 50 a 85% do VO2
max. A duração aumenta consistentemente todas as 2/3 semanas até que

o sujeito alcance os 20 – 30 minutos de trabalho contínuo. Com idades mais avançadas as

progressões são mais lentas.

Estado de manutenção
Neste período já não existe interesse em aumentar a condição física e qualquer
melhoria é mínima. O exercício deve ser estimulante e o dispêndio energético controlado.

11

Curso profissional de Técnico de desporto AFIT- Atividades de Fitness

Habilidades Motoras a utilizar (Aeróbica)

(Transições)

As habilidades motoras que se utilizam na coreografia ou trabalho cardiovascular


dividem-se em três família: passos simples, passos alternados e passos neutros.

A família dos passos simples:

Início e
Orientação do Técnica base Erros comuns
passo & Variação
12

Curso profissional de Técnico de desporto


AFIT- Atividades de Fitness
13

Curso profissional de Técnico de desporto


AFIT- Atividades de Fitness
14

Curso profissional de Técnico de desporto AFIT- Atividades de Fitness

A família dos passos alternados:

Início e
Orientação do Técnica base Erros comuns
passo & Variação
Chassé

Repeters

15

Curso profissional de Técnico de desporto AFIT- Atividades de Fitness

A família dos passos neutros:

Início e
Orientação do Técnica base Erros comuns
passo & Variação
Transições

Chame-se transições aos elementos de união entre os diferentes passos.

Todas as transições devem ser fluidas, espontâneas (evitar o stress psicomotor) e


seguras (evitar o stress fisiológico).

3 P’s – Princípio da Perna Pronta

- Determinante para a fluidez da coreografia, porque tem como base, o nosso padrão de
locomoção, a alternância de apoios, ou seja, a transferência de peso.
- Determinante para uma troca de liderança eficaz, porque indica ao aluno o lado mais óbvio
que irá iniciar o movimento.

16

Curso profissional de Técnico de desporto AFIT- Atividades de Fitness


Progressões (variações e substituições)
Intensidade e Complexidade

Progressões

- Estratégia utilizada para ensinar o mais facilmente possível

- São as mudanças (variações ou substituições) que fazemos durante o processo


pedagógico para chegar a um produto final

Todas as coreografias são montadas a partir de uma estrutura base. Para tornar essa

coreografia diferente, mais criativa até chegar ao produto final, é necessário recorrer aos
chamados elementos de variação.

Estrutura básica – são elementos, ou blocos coreográficos compostos passos básicos, que

iremos variar ou utilizá-los para outros diferentes com o método das progressões, e que
nos levarão de uma forma fácil e lógica, ao produto final.
Os passos básicos que utilizaremos para criar estas estruturas básicas são os seguintes:

Marcha Servem para os deslocamentos antero-posteriores. Aumenta a


intensidade do trabalho se se realizar com deslocamento

Step Touch Para deslocamentos laterais e combinações sem deslocamentos


(passo e toca)

Grapevine Para deslocamentos laterais


(cruzado)

Produto final – é aquela combinação, elemento ou bloco coreográfico que desenhamos


para ensinar ao aluno, utilizando os métodos de aprendizagem mais adequados.

Para realizarmos uma progressão adequada devemos cumprir as seguintes orientações:


17

Curso profissional de Técnico de desporto AFIT- Atividades de Fitness

- Apresentar, se necessário, uma sequência de base que possua as características da


sequência final, mas sem variáveis de intensidade; ou aplicar métodos coreográficos
que facilitem o processo de ensino / aprendizagem.
- Apresentar pouco a pouco as alterações que se seguem, mas iniciando sempre pelos
membros inferiores.
- Se a sequência possui elementos de variação (pivoteios, braços, estilo,
deslocamentos, ritmo,..) estes têm que ser apresentados um de cada vez
- É aconselhável que todas as progressões sejam feitas durante a montagem
coreográfica, principalmente para populações com menor capacidade de
memorização das sequências.

Variações

Os elementos de variação são opções para alterar as componentes intensidade /


complexidade de dada coreografia, bastando, muitas vezes, aplicar um ou dois elementos
para que se verifiquem grandes alterações. Como metodologia, aconselha-se acrescentar um
elemento de variação de cada vez, no intuito de uma melhor compreensão e assimilação por
parte dos participantes.
1. Velocidade da música (bpm) – Todas as fases de uma aula de ginástica de aeróbica
tem um bpm característico, a variação da velocidade da música vai alterar a
velocidade de execução das habilidades motoras e consequentemente a intensidade.

2. Número de grupos musculares envolvidos – Maior número de grupos musculares


envolvidos na coreografia significa mais intensidade. Em simultâneo aumenta o
desafio para o praticante em combinar várias acções que envolvem braços e pernas.

3. Amplitude do movimento – A amplitude tem relação com a articulação que dá


origem ao movimento e consequentemente ao tamanho do segmento envolvido.
Movimentos amplos aumentam a intensidade. A amplitude dos movimentos tm uma
relação directa com a velocidade da música.

18

Curso profissional de Técnico de desporto AFIT- Atividades de Fitness

4. Forma e Plano de movimento – O aluno pode movimentar-se de três formas


diferentes:

a. Linear – em linha recta

b. Angular – de uma forma circular, girando, virando, etc


c. Geral – combinação dos movimentos linear e angular

Em planos diferentes:

d. Frontal – frente / trás

e. Sagital – direita / esquerda

f. Transversal – plano superior / inferior

5. Direcção e sentido do deslocamento – A variação deste elemento da percepção

espacial pode acontecer quando existem mudanças de direcção estabelecidas pela


coreografia. Existem vários exemplos de possibilidades direccionais, destaque para:
19

Curso profissional de Técnico de desporto AFIT- Atividades de Fitness

6. Ritmo – As variações do ritmo em que a habilidade motora é executado vai alterar a


velocidade de execução. Estas podem ser mais rápidas ou mais lentas, como
exemplo tempos: no tempo; tempo dobrado e sincopado.

7. Estilos – A estrutura básica da habilidade motora não se altera mas o seu estilo (funk,
latina, dance music, etc.).

8. Movimentos de impacto diferente – A opção por movimentos executados em

diferentes níveis de impacto (baixo, médio e alto) alteram a intensidade da aula. As


mesmas habilidades motoras podem ser executadas com diferentes níveis de
solicitação.

Substituições
O passo elegido na estrutura básica utiliza-se para ser substituído pelo

correspondente do produto final. Estes por vezes pouco ou nada se parecem ao nível motor.
Unicamente ocupa os seus tempos musicais correspondentes.
Exemplos: Grapevine → Chassé + Marcha

Marcha → Lunges

Marcha → Mambo

Intensidade
Ver Intensidade acima descrita.

Repeters, deslocamentos e alto impacto eleva bastante a FC, mas este último, nem

sempre são os mais aconselháveis.

O passo de espera (método de adição subtracção) que devemos utilizar é o “passo


flexão da perna”.
A música tem uma grande influência na intensidade.
Os membros superiores elevam em 10% da FC.

20

Curso profissional de Técnico de desporto AFIT- Atividades de Fitness

Complexidade

Refere-se a quantas partes ou movimentos existem na tarefa e quais as solicitações


de processamento de informação geradas pela mesma, num espaço de tempo. Uma tarefa
muito complexa terá muitas componentes num curto espaço de tempo, o que irá requerer
muita atenção em toda a sua execução.
Métodos Coreográficos a utilizar

Elementos Coreográficos: 8 tempos musicais


Segmentos Coreográficos: 16 tempos musicais
Sequências Coreográficas: 32 tempos musicais
Blocos Coreográficos: 64 tempos musicais

1. Método Estilo Livre

Este método designado por “follow the leader”, não se baseia em nenhuma estrutura
cíclica. Supõe repetições de habilidades motoras umas atrás das outras sem objectivo de
voltar à habilidade motora inicial.
Habilidade Motora Treino Coreografia

A- Passo e toca (4X) AAAA -

B - Passo com calcanhar (4X) BBBB -

C- Passo em V (2X) CCCC -

D- Passo cruzado (Grapevine)


(2X) DDDD -

* A, B, C e D são elementos de liderança simples

Trata-se de um método indicado para iniciados pois não solicita uma grande

capacidade de memória. Numa fase inicial é muito importante para o ensino das habilidades
motoras básicas. Este método costuma-se utilizar bastante na fase de aquecimento.

21
Curso profissional de Técnico de desporto AFIT- Atividades de Fitness

2. Método da Adição / Associativo

Este método visa um processo de junção das habilidades motoras constituintes da


coreografia. Tem como base uma habilidade motora de liderança simples ou de liderança
alternada, que por sua vez é ponto de partida para as habilidades motoras que lhe seguem
para completar a sequência.
Habilidade Motora Treino Coreografia

A- Passo e toca (4X) AAAA AAAA

B - Passo com calcanhar (4X) BBBB ABAB

C- Passo em V (2X) CCCC ABCC

D- Passo cruzado (Grapevine)


(2X) DDDD ABCD

* A, B, C e D são elementos de liderança simples

3. Método da Pirâmide

Este método consiste na diminuição progressiva da quantidade de repetições de uma


combinação de habilidades motoras. Deste modo estabelece-se no início da coreografia uma
base extensiva para depois se reduzir o número de execuções aumentando assim a
complexidade das coreografias.

a. Liderança Simples

Eventualmente, pode ser usada em combinações de habilidades motoras, sem o


objectivo de troca de liderança.
Habilidade Motora Treino Coreografia

AAAAAAAA + BBBBBBBB +
A- Passo e toca (2X) CCCCCCCC + DDDDDDDD
AAAA + BBBB + CCCC +
B - Passo com calcanhar (2X) DDDD

C- Passo com chuto (2x) AA + BB + CC + DD

D- Passo com joelho (2X) A+B+C+D ABCD

* A, B, C e D são elementos de liderança simples

22

Curso profissional de Técnico de desporto AFIT- Atividades de Fitness

b. Liderança Alternada

As combinações são apresentadas na sua totalidade, depois seguem-se reduções até


ao produto final, que vai resultar numa troca de liderança.
Habilidade Motora Treino Coreografia

AAAAAAAA + BBBBBBBB +
A- Passo e toca (2X) CCCCCCCC + DDDDDDDD

B - Passo com calcanhar


(2X) AAAA + BBBB + CCCC + DDDD

C- Passo em V (1x) AA + BB + CC + DD

ABCD +
D- Passo cruzado (1X) A + B + C + D (d) + A + B + C + D (e) ABCD

* A, B, C são habilidades motoras de liderança simples de 4 tempos, e D é uma habilidade


motora de liderança alternada de 4 tempos

4. Método da Inserção
Este método é dos mais equilibrados para ensinar os blocos coreográficos. Tem
como vantagem inserir as diferentes estruturas coreográficas
(elementos/segmentos/sequências), umas dentro das outras. Todas elas são treinadas à parte
e depois de aprendidas são inseridas das seguintes formas:

a. Inserção Directa

1º caso - Inserção de estruturas (elementos/segmentos/sequências) de lideranças


alternadas. Todas as trocas de liderança são feitas num dos elementos ou num dos
segmentos. Depois a inserção terá que respeitar a troca de liderança,
independentemente onde ela foi montada.
Habilidade Motora Treino Coreografia

A - Passo com calcanhar


(2X) A+B

B- 2 Joelhos C+D

C- Passo em V AB (d) + CD (e) + AB (e) + CD (d)

D – Passo com joelho ABCDABCD

* AB, é um segmento/sequência simples e CD é um segmento/sequência alternado

2º caso – (Sandwish) A inserção neste caso é realizado em segmento/sequência com

lideranças alternadas, de forma a abrir a coreografia ao meio. O segmento/sequência


que vão para o interior da coreografia são iguais, apenas têm lideranças diferentes.

23

Curso profissional de Técnico de desporto AFIT- Atividades de Fitness

Habilidade Motora Treino Coreografia

A - Passo com calcanhar


(2X) A+B
B- 2 Joelhos C+D

C- Passo em V AB (d) + CD (e) + CD (d) + AB (e)

D – Grapevine ABCDABCD

* AB, e CD são segmentos/sequências alternados

5. Método de Adição / Subtracção

Neste método são adicionadas habilidades motoras, ou parte delas, para:


1. Mudanças de direcção complexas;
2. Tempo de espera para uma melhor assimilação das habilidades motoras;

3. Tempo que é utilizado para uma descrição da habilidade e/ou deslocamento que se
segue;
4. Tempo para recolha do feedback

Após servirem os objectivos referidos, as habilidades motoras (extras) são retiradas. As


mais comuns são os passos básicos como a marcha, o step touch, ou a repetição da
última habilidade motora.

6. Método Progressivo

Este método implica transformações graduais dos segmentos/sequências até ao produto


final, os dois métodos mais eficazes são:
a. Simples

Progressão para um único produto final – este é o método mais tradicional, onde
uma simples coreografia, de uma forma progressiva, tem só um produto final, em
que as diferentes estruturas vão aumentando o seu grau de complexidade por ordem
de entrada.

b. Múltiplo

Progressão para vários produtos finais – neste método a coreografia evolui


progressivamente até um determinado produto final, depois segue-se outro, e mais
outro. Não existem limites a não ser a criatividade do profissional. A ordem das

24

Curso profissional de Técnico de desporto AFIT- Atividades de Fitness

progressões nos diferentes elementos pode ser efectuadas de uma forma arbitrária.
Os elementos de variação encontram aqui um excelente campo de variação.

7. Método de Blocos

Este método pode ser aplicado entre várias estruturas coreográficas de liderança
alternada, a divisão pode ser entre elementos, segmentos e sequências.
É importante manter a noção de que quantos mais componentes tiver o elemento, ou
quanto maior for número de elementos, maior será o nível de complexidade para os
participantes.

1º caso (entre elementos)

1º Elemento Liderança Alternada (8 + 8 tempos)


2º Elemento Liderança Alternada (8 + 8 tempos)
3º Elemento Liderança Alternada (8 + 8 tempos)

ou

1º Elemento Liderança Alternada (8 + 8 tempos)


2º Elemento Liderança Alternada (8 + 8 tempos)
3º Elemento Liderança Alternada (8 + 8 tempos)
4º Elemento Liderança Simples (8 + 8 tempos)

2º caso (entre segmentos)


1º Segmento Liderança Alternada (16 + 16 tempos)
2º Segmento Liderança Alternada (16 + 16 tempos)
3º Segmento Liderança Alternada (16 + 16 tempos)

ou

1º Segmento Liderança Alternada (16 + 16 tempos)


2º Segmento Liderança Alternada (16+ 16 tempos)
3º Segmento Liderança Alternada (16 + 16 tempos)
4º Segmento Liderança Simples (16 + 16 tempos)

3º caso (entre segmentos e blocos)

1º Segmento Liderança Alternada (16 + 16 tempos)


2º Segmento 3º Bloco Liderança Alternada
Liderança Alternada
(16 + 16 tempos) (32 + 32 tempos)
25

Curso profissional de Técnico de desporto AFIT- Atividades de Fitness

ou

1º Bloco Liderança Alternada


(32 + 32 tempos)
2º Bloco Liderança Alternada
(32 + 32 tempos)
3º Bloco Liderança Alternada
(32 + 32 tempos)

8. Método de Cruzamento

Este método foi desenvolvido com sequências lógicas baseadas numa noção
subconsciente de movimento de onde se situa o ponto de partida e acaba um segmento ou
sequência. Cruzar as oitavas é reconhecido como método para aumentar a complexidade
das coreografias mas deve ser usado de uma forma controlada. Por esta razão é
recomendável somente o cruzamento dos elementos / segmentos. Cruzar estruturas maiores
implica um grau de dificuldade extremo, existe a necessidade de dar ao aluno a referência
do primeiro e último tempo da frase musical.

O método do cruzamento pode ser aplicado da seguinte forma:

1. Agrupar e dividir

Uma combinação pode ser montada com duas habilidades motoras (ex.: A e B).
Agrupando as diferentes componentes, o resultado da combinação seria simplesmente =
A+B. Dividindo as repetições de uma das habilidades motoras, a combinação ficará
cruzada = ½ A + B + ½ A.

Exemplo: A (passo com dois joelhos); B (2 passos em V)

Então fica: Passo com 2 joelhos (dir), 2 passos em V, Passo com 2 joelhos (esq)

2. Repetições irregulares

O cruzamento pode ser criado usando repetições irregulares do movimento. As


componentes retiradas dessa habilidade motora têm depois que ser compensadas para
obedecer às frases musicais.

26

Curso profissional de Técnico de desporto AFIT- Atividades de Fitness


Processo de Ensino

Repetir

Num processo de Ensino, repetir é importantíssimo.

A repetição é a mãe da técnica.

A repetição permite o automatismo, e só assim podemos desfrutar a coreografia, quando ela


está automatizada.

Processo Ensino / Aprendizagem

Quando coreografamos uma aula, nunca podemos esquecer o nível da classe. Poderemos
então determinar e caracterizar os vários estágios de aprendizagem dos alunos.

FASE COGNITIVA

- Grande quantidade de erros na execução

- Execução grosseira (quanto a habilidade motora)


- Desempenho praticamente inconsciente
- O aluno sabe que está errado, mas não sabe bem onde

- Precisa de informação específica, para corrigir o que está a fazer de errado

FASE ASSOCIATIVA

- Muitos elementos já foram aprendidos


- Os erros são menos frequentes
- O aluno está a aprimorar a habilidade
- Já consegue detectar alguns erros

27

Curso profissional de Técnico de desporto AFIT- Atividades de Fitness

FASE AUTÓNOMA

- Habilidade quase autónoma

- Desempenhar quase tudo sem ter que pensar

- Dedica mais atenção para os movimentos mais difíceis

Os 10 mandamentos para montar uma coreografia

1. Iniciar com uma estrutura básica (clara, lógica, e fácil de manejar)

2. Utilizar progressões até ao produto final

3. Criar coreografias fluidas, sem “taps” e transições cómodas

4. Criar coreografias equilibradas em intensidade

5. Criar coreografias equilibradas no trabalho psicomotor (complexidade)

6. Criar coreografias equilibradas no trabalho cardiovascular (braços, espaço,

giros, direcção)

7. Criar coreografias equilibradas entre frustração e êxito


8. Criar coreografias, partindo sempre, que é possível fazer variações

9. A coreografia é para os alunos e não para o professor

10. 1º instruir, depois dançar a coreografia

28

Você também pode gostar