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Fisiologia do Treino Desportivo

Conceito de Adaptação Fisiológica – Introdução à Bioenergética

Existem três sistemas energéticos:


• Sistema energético a longo prazo (Fibras do tipo I);
• Sistema energético imediato (Fosfocreatina);
• Sistema energético a curto prazo (Glicólise – Fibras do tipo II).

Estes três sistemas funcionam em simultâneo

Reservas alcalinas – possuem um ph alto.

Potência – pico de produção energético num curto período de tempo.

Mets – 1 min equivale a 3.5 ml-kg-1. Valor indicador de avaliação física. Medição do consumo de O2.
Permite visualizar uma melhoria da saúde.

Trabalho muscular – transforma a energia química em energia mecânica.

Mioquinas – músculos que regulam os órgãos alvos (cérebro, fígado e tecido adiposo)

Músculo esquelético → Produz Mioquinas → Passam pelas veias → Órgãos alvos

Tipos de Mioquinas:
• IL6 - anti-inflamatório endógeno;
• Irisina – atua no tecido adiposo (tecido branco e castanho);
• Miostatina – conhecida como fator 8 de crescimento e diferenciação inibe a hipertrofia. Esta
proteína é produzida no músculo esquelético, circula no sangue e atua no tecido muscular, atrasa
o desenvolvimento das “células-mães” musculares. O mecanismo de ação não é completamente
conhecido;
• Mionectina – o exercício voluntário aumenta drasticamente a expressão e os níveis circulantes
de mionectina para promover a absorção de ácidos gordos. A absorção de ácidos gordos pelas
células pode estar na base de um dos efeitos benéficos do exercício físico;
• Decorina – melhora a cicatrização do músculo esquelético, não só prevenindo a fibrose, mas
também promovendo a regeneração muscular;
• FGF 21 – fator de crescimento fibroblastico 21;
• SPARC – a proteína secretada ácida é rica em cisteína (SPARC)/osteonectina é expressa em
diferentes tecidos durante a remodelação e reparação, sugerindo uma função na regeneração;
• IL 15 – hipertrofia;
• BDNF – o Fator Neurotrófico Derivado do Cérebro é uma proteína “neurotrofinas”.

O músculo tem um papel muito importante na regulação do organismo.

Conceito de adaptação – Alteração temporária do equilíbrio interno – Homeostasia.

Conceito de adaptação ao exercício – Rutura temporária – Equilíbrio Homeostático.

Quando realizamos exercício (esforço) numa intensidade extensiva, encontra-se em processo catabólico.
Sem catabolismo (esforço) não há anabolismo (pós-esforço, possui uma enorme componente hormonal –
testosterona).
Exercício e Adaptação
Treino - Prescrição sistemática de estímulos que respeitem os mecanismos biológicos de adaptação ao
esforço. Condicionadores de modificações morfológicas e funcionais, de âmbito agudo ou crónico.
Propiciadoras da obtenção, programada, de um elevado nível de desempenho motor.

Metabolismo Energético (Objetivos)


• Compreender a forma como o nosso organismo gera ATP, assegurando reservas energéticas
musculares necessárias à contração muscular – atividade motora;
• Conhecer as três vias de transformação de energia química em mecânica no músculo – vias de
ressíntese do ATP;
• Explicar a produção energética e a disponibilidade dos substratos como fatores limitativos do
desempenho motor;
• Conhecer as implicações do exercício muscular sobre o metabolismo e compreender os
diferentes procedimentos de avaliação por forma a se determinar o dispêndio energético;
• Explicar a fadiga muscular de causa energética.

60 a 70% da energia perde-se sob a forma de calor. A energia restante (30 a 40%) é utilizada para a
atividade muscular e metabolismo celular.

Energia para a Atividade Celular


Os alimentos são catabolizados por forma a serem utilizados pelas nossas células. O ATP é formado a partir
da energia contida nos alimentos por um processo designado Fosforilação.

ATP (nucleótido de adenina) – composto de alta energia, cuja principal função é a de armazenar e
transferência dessa energia.

Quilocaloria (Kcal)
Nos sistemas biológicos, a energia pode ser medida em quilocalorias. Uma quilocaloria é uma quantidade
de energia calorífica necessária para elevar de 1º C (de 14 para 15º C) uma determinada massa de água (1
kg).

Reservas de Energia
Em repouso, o organismo humano utiliza hidratos de carbono e gordura para a produção energética. As
proteínas fornecem muito pouca energia para a atividade celular têm, no entanto, uma importante função
anabolizante tissular. Durante a atividade física aeróbia intensa, o organismo humano utiliza,
predominantemente, hidratos de carbono. Esta utilização é tanto mais significativa quanto mais intenso
for o esforço. A inversa também é verdadeira, uma menor intensidade implica uma maior participação
percentual de lípidos.

Hidratos de Carbono (HCO)


Facilmente disponível quando incluídos na dieta e facilmente metabolizáveis pelo tecido muscular
esquelético. Decorrente da sua suplementação oral, são armazenados nos músculos e fígado sob a forma
de glicogénio. O glicogénio armazenado no fígado e nos músculos, como resposta a uma baixa da glicémia,
é reconvertido em glucose (glucogenólise) que por sua vez é transportada aos músculos, via corrente
sanguínea, criando condições para a continuação de ATP pela via glicolítica.

Gordura – Lípidos
Constituem o substrato energético preferencial em esforços de baixa intensidade. As reservas energéticas
são mais abundantes do que as de hidratos de carbono. Menos acessíveis para o metabolismo porque
devem ser convertidas em glicerol a AGL (ácidos gordos livres). Só os AGL são utilizados para a ressíntese
de ATP.

Proteínas
Podem ser utilizadas como fonte energética se convertidas em glucose – via glucogénese. Podem gerar
AGL – Lipogénese, situação que se verifica no jejum prolongado. Só os aminoácidos podem ser utilizados
como substrato energético.

Nota:
• Os HCO, Lípidos e proteínas fornecem a energia necessária à ressíntese do ATP.
• HCO e proteínas fornecem cerca de 4.1 Kcal/g, e os lípidos cerca de 9 Kcal/g.
• A energia derivada dos HCO é mais facilmente utilizada pela fibra muscular do que os lípidos e
proteínas.

Atividade Glicolítica

Glicólise – degradação da glucose; pode ser anaeróbia ou aeróbia.

Glicogénese – Síntese de glicogénio – forma como a glucose é armazenada no fígado e nos músculos.

Glicogenólise – Degradação do glicogénio em glucose – 1 – fosfato por forma a poder ser utilizada pelos
músculos.

Integração dos sistemas Anaeróbios


A ação combinada dos sistemas ATP – PCR e glicolítico permitem que as células musculares desenvolvam
força na ausência de oxigénio. Estes dois sistemas são os predominantes durante os esforços de muito
elevada intensidade e breves (até 3 minutos aproximadamente).

Sistema Oxidativo
• Utiliza o oxigénio como comburente;
• Produz ATP a nível mitocondrial;
• Fornece muito mais energia (ATP) do que o sistema anaeróbio;
• É o processo energético predominante em esforços prolongados e/ou de baixa intensidade.

Oxidação das Gorduras


Lipólise – degradação dos triglicéridos em glicerol e AGL

• Os AGL são transportados pelo sangue às fibras musculares e degradados na mitocondria sob a
ação de enzimas dando origem a ácido acético que, por sua vez, se converte em acetyl CoA;
• O Acetyl CoA entra no Ciclo de Krebs e na cadeia de transporte de electrões;
• A oxidação das gorduras necessita de mais oxigénio e gera mais energia do que a oxidação dos
hidratos de carbono.

Metabolismo das Proteínas


• Pouco importante durante o repouso e exercício (entre 5% a 10%);
• Alguns aminoácidos podem ser convertidos em glucose;
• O azoto ou nitrogénio (que não pode ser oxidado) dificulta a determinação da energia de origem
proteica.
Capacidade Oxidativa – Fatores determinantes
• Atividade dos enzimas oxidativos na fibra muscular;
• Características histoquímicas das fibras musculares e densidade mitocondrial;
• Treino aeróbio;
• Disponibilidade em oxigénio e atividade alvéolo-capilar.

Avaliação do Custo Energético do Exercício


Calorimetria direta – mede a produção de calor no corpo humano a fim de calcular a produção energética.

Calorimetria indireta – calcula o dispêndio energético a partir das trocas respiratórias. Para tal, utiliza-se
o quociente respiratório (QR) – quociente entre VCO2 e o VO2.

Pontos-chave: Medição do consumo de energia durante o exercício


• A calorimetria direta mede o calor produzido pelo corpo, enquanto a calorimetria indireta mede
o rácio entre o consumo de O2 em relação à produção de CO2.
• A comparação do valor RER (Rácio de troca respiratória) com valores padrão determina quais os
combustíveis que estão a ser oxidados e calcula a energia gasta por litro de O2 consumido.
• O rastreamento de isótopos ingeridos ou injetados no corpo também pode ser usado para
calcular a produção de CO2 e o gasto calórico.

Quociente Respiratório
• Quociente entre o dióxido de carbono produzido (VCO2) e o oxigénio consumido (VO2);
• QR = VCO2/VO2;
• O valor do QR em repouso varia entre 0.78 a 0.80 (aproximadamente).

Estimação da Participação Anaeróbia


• Utiliza o EPOC – Excess post-exercise oxygen consumption, que corresponde ao consumo de
oxigénio acima dos valores de repouso, verificado ao longo do período de recuperação, de um
esforço em que houve participação de energia de origem anaeróbia.

• Acredita-se que se relacione com a produção e consequente acumulação de lactato muscular.

O EPOC é maior após exercício de maior intensidade


• Temperatura de maior intensidade;
• Maior depleção de PCr (Fosfocreatina);
• Maiores concentrações sanguíneas de ácido lático;
• Níveis mais elevados de epinefrina e norepinefrina.

Pontos-chave: Medição do consumo de energia durante o exercício


• O consumo excessivo de oxigénio pós-exercício (EPOC) é a elevação do consumo de O2 acima dos
níveis de repouso após o exercício; é causado por uma combinação de vários fatores.
• O limiar de lactato é o ponto em que o lactato sanguíneo acima dos níveis de repouso começa a
acumular-se durante o exercício.
• Os indivíduos com limiares de lactato mais elevados ou valores de OBLA (início da acumulação de
lactato no sangue), expressos como uma percentagem do VO2máx, são capazes de obter o
melhor desempenho de resistência.
Formulas:

6 O2 + C6H12O6 → 6 CO2 + 6H2O + 38 ATP


VCO2 6CO2
RER = = = 1.0
VO2 6O2

Oxidação de uma molécula de ácido gordo, nomeadamente o ácido palmítico.

23 O2 + C16H32O2 → 16 CO2 + 16 H2O + 129 ATP


VCO2 16CO2
RER = = ≅ 0.7
VO2 23O2

Razão de Ser do EPOC


• Reconstituição das reservas em ATP;
• Clearence do lactato originado pelo metabolismo anaeróbio;
• Repreenchimento das reservas em O2 deplectadas da hemoglobina e mioglobina;
• Remoção de CO2 dos tecidos orgânicos.

Fatores Responsáveis pelo EPOC


• Reconstruir as reservas de ATP esgotadas;
• Limpar o lactato produzido pelo metabolismo anaeróbio;
• Reabastecer as reservas de O2 emprestadas pela hemoglobina e da mioglobina;
• Remover o CO2 que se acumulou nos tecidos do corpo;
• A alimentação aumenta as taxas metabólicas e respiratórias devido ao aumento da temperatura
corporal.

Fatores que Contribuem para o EPOC

Limiar de Lactato
• O ponto em que o lactato sanguíneo começa a acumular-se acima dos níveis de repouso durante
o exercício de intensidade crescente;
• O aumento súbito do lactato sanguíneo com o aumento do esforço pode ser o resultado de um
aumento na produção de lactato ou de uma diminuição de remoção de lactato do sangue;
• Pode indicar potencial para exercício de resistência; a formação de lactato contribui para a fadiga.

Eliminação do Ácido Lático Após o Exercício


• Teoria clássica
➢ A maior parte do ácido lático é convertido em glucose no fígado
• Evidências recentes
➢ 70% do ácido lático é oxidado
o Utilizado como substrato pelo coração e pelo músculo esquelético
➢ 20% convertido em glucose
➢ 10% convertido em aminoácidos
• O ácido lático é removido mais rapidamente com exercício ligeiro na recuperação
➢ A intensidade óptima é 30-40% VO2máx

Limiar de Lactato
• O ponto em que o ácido lático no sangue aumenta sistematicamente durante o exercício
incremental;
➢ Aparece a 50-60% VO2máx em indivíduos não treinados;
➢ A taxas de trabalho mais elevadas (65-80% VO2máx) em indivíduos treinados;
• Também chamado:
➢ Limiar anaeróbio;
➢ Início da acumulação de lactato no sangue (OBLA)
• Os níveis de lactato no sangue atingem 4mmol/L

Mecanismos para Explicar o Limiar de Lactato

O Limiar de Lactato (LT), quando expresso como uma percentagem do VO2máx, é um dos melhores
determinantes do ritmo de um atleta em provas de resistência, como a corrida e o ciclismo. Enquanto
pessoas não treinadas têm normalmente um LT à volta de 50% a 60% do seu VO2máx, os atletas de elite
podem não atingir o LT até cerca de 70% ou 80% do VO2máx.

Taxa Metabólica
• Ritmo a que o corpo gasta energia em repouso e durante o exercício;
• Medida como consumo de oxigénio pelo corpo inteiro e seu equivalente calórico;
• A taxa metabólica basal (TMB) é a energia mínima necessária para as funções fisiológicas
essenciais (1.200 e 2.400 kcal);
• A taxa metabólica de repouso é a energia mínima para a atividade diária normal (1.800 a 3.000
kcal).

Fatores que afetam a Taxa Metabólica Basal


• Quanto maior a massa livre de gordura, menor a taxa metabólica basal;
• Quanto maior a área de superfície corporal, maior a taxa metabólica basal;
• A taxa metabólica basal diminui gradualmente com o aumento da idade;
• Quanto maior o stress, maior a taxa metabólica basal;
• Quanto mais elevados os níveis de tiroxina e epinefrina, maior a taxa metabólica basal.

Consumo Máximo de Oxigénio (VO2máx)


• Limite superior da capacidade de uma pessoa para aumentar o consumo de oxigénio;
• Bom indicador da resistência cardiorrespiratória e aptidão aeróbica;
• Pode variar consoante o sexo, tamanho do corpo, idade e, em certa medida, de acordo com o
nível de treino.
• Expresso em relação ao peso corporal em ml de O2 consumido por kg de peso corporal por
minuto (ml – Kg-1 – min-1).

Determinando o Sucesso do Desempenho de Endurance


• Elevada capacidade de absorção máxima de oxigénio (VO2máx);
• Limiar de lactato elevado;
• Elevada economia de esforço;
• Elevada percentagem de fibras musculares de contração lenta.

Fatores que Influenciam os Custos de Energia


• Tipo de atividade;
• Nível de atividade;
• Idade;
• Sexo;
• Tamanho, peso e composição corporal;
• Intensidade da atividade;
• Duração da atividade;
• Eficiência do movimento.

Pontos-chave: Gasto energético em repouso e durante o exercício


• A taxa metabólica basal (TMB) é a quantidade mínima de energia necessária ao corpo para as
funções fisiológicas básicas;
• A taxa metabólica de repouso é a TMB e bem como o gasto calórico diário típico;
• O seu metabolismo aumenta com o aumento da intensidade do exercício;
• O consumo de oxigénio aumenta durante o exercício até ao seu limite superior (VO2máx);
• A melhoria do desempenho significa frequentemente que um indivíduo pode aturar durante
períodos mais longos a uma percentagem mais elevada do seu VO2máx;
• A capacidade de desempenho pode ser melhorada aumentando a economia de esforço.

Causas da Fadiga
• Depleção de Fosfocreatina (PCr);
• Depleção de glicogénio (especialmente em atividades com duração superior a mais de 30
minutos);
• Acumulação de ácido lático e H+ (hidrogénio) (especialmente em atividades com duração inferior
a 30 minutos);
• Fadiga neuromuscular;
• Stress.

Subprodutos metabólicos e Fadiga


• As atividades de curta duração dependem da glicólise anaeróbica e produzem lactato e H+;
• As células tamponam o H+ com bicarbonato (HCO3) para manter o pH celular entre 6.4 e 7.1;
• O pH intercelular inferior a 6.9, no entanto, diminui a glicólise e a produção de ATP;
• Quando o pH atinge 6.4, os níveis de H+ param qualquer glicólise e resultam em exaustão.

Pontos-chave: Causa da Fadiga


• A fadiga pode resultar de uma depleção de PCr ou de glicogénio, o que prejudica a produção de
ATP;
• O H+ gerado pelo ácido lático provoca fadiga na medida em que diminui o pH muscular e
prejudica os processos celulares de produção de energia e contração muscular.
• A falha na transmissão neural pode causar fadiga;
• O sistema nervoso central também pode perceber a fadiga como um mecanismo protetor.

EPOC após Exercício Exaustivo


Regulação e Controlo Cardiovascular durante o Exercício
Recetores que Fornecem Informações ao Centro de Controlo Respiratório para Regular a Respiração
durante o Exercício

Recetor Estímulo observações sobre o controlo da respiração


Quimiorrecetores PCO2↑ Os quimiorrecetores centrais são sensíveis às alterações do
localizados na Medula pH do fluido cerebroespinal. Um aumento da PCO2 arterial
Oblonga resulta na difusão de CO2 do sangue para o cérebro; isto
(Quimiorrecetor Central) baixa o pH e estimula o quimiorrecetor central a enviar
sinais ao centro de controlo respiratório para aumentar a
respiração. Isto resulta num aumento da ventilação
alveolar e na eliminação de CO2.
Corpo da Carótida PCO2↑ O corpo carotídeo é sensível a alterações da PO2, PCO2 e
(Quimiorrecetor pH↓ pH arterial. Um aumento da PCO2 arterial estimula os
Periférico) PO2↑ corpos carotídeos a enviar sinais para o centro de controlo
respiratório para aumentar a respiração. Da mesma forma,
uma diminuição do pH arterial ou da PO2 estimula os
corpos carotídeos a enviar sinais ao centro de controlo
respiratório para aumentar a respiração.
Corpo da Aorta PCO2↑ O corpo da aorta é sensível às alterações da PCO2 e do pH
(Quimiorrecetor pH↓ arterial. O aumento da PCO2 arterial ou uma diminuição do
Periférico) pH sanguíneo estimula o corpo aórtico a enviar sinais ao
centro de controlo respiratório para aumentar a
respiração.
Mecanorrecetores Atividade O músculo esquelético contém vários mecanorrecetores
Musculares Contrátil do (por exemplo, o fuso muscular e o órgão tendinoso de
Músculo ↑ Golgi). A atividade contrátil do músculo estimula estes
recetores a enviar sinais neurais ao centro de controlo
respiratório para aumentar a respiração em proporção
direta com a intensidade do exercício.
Comorrecetores pH↓ O músculo esquelético contém vários quimiorrecetores
Musculares Potássio↑ que são sensíveis a alterações químicas dentro e à volta das
(também designados por fibras musculares. O exercício pode diminuir o pH muscular
Metaborecetores e aumentar a concentração de potássio extracelular; isto
Musculares) estimula estes quimiorrecetores a enviar sinais neurais
para o centro de controlo respiratório para aumentar a
respiração.
1 - Os potenciais de ação têm origem no nódulo
sinoatrial (SA) (o pacemaker) e viajam através da parede
da aurícula (setas) do nódulo SA para o nódulo
atrioventricular (AV).

2 - Os potenciais de ação passam através do nódulo AV


e ao longo do feixe atrioventricular (AV), que se estende
desde o nódulo AV, através do esqueleto fibroso, até ao
septo interventricular.

3 - O feixe AV divide-se em ramos direito e esquerdo, e


os potenciais de ação descem para o ápice de cada
ventrículo ao longo dos ramos do feixe.

4 - Os potenciais de ação são transportados pelas fibras de Purkinje desde os ramos do feixe até às paredes
ventriculares.

Objetivos
• Papel do sistema cardiovascular na remoção de metabolitos derivados da atividade muscular;
• Modificações operadas em cada componente do sistema cardiovascular no processo de
adaptação orgânica ao exercício com carácter regular (treino);
• Influência das adaptações cardiovasculares no desempenho motor;
• Estrutura e função do sistema cardiovascular e do sangue;
• Resposta cardiovascular ao exercício de diferentes intensidades. Adaptações agudas e crónicas;
• Papel do sistema cardiovascular no suprimento de oxigénio e nutrientes aos tecidos
hiperfuncionantes (tecido muscular esquelético).

Miocárdio – O Músculo Cardíaco


• A espessura da parede é diretamente proporcional à sobrecarga induzida pelas alterações
hemodinâmicas decorrentes do exercício;
• De entre as quatro câmaras cardíacas, o ventrículo esquerdo é a de maiores dimensões e a mais
potente (atividade contrátil e correspondente ejeção);
• O exercício intenso e regular, repercute-se em alterações morfológicas do ventrículo esquerdo
(hipertrofia);
• Devido às características sinciciais do tecido muscular cardíaco – o estímulo elétrico transmite-se
rapidamente a todas as fibras, que se contraem simultaneamente.

Controlo Extrínseco da Atividade Cardíaca


• O SNA (Sistema Nervoso Autónomo) através da atividade vagal (parassimpática), deprime
inotrópica e cronotropicamente a atividade cardíaca;
• O SNS (Sistema Nervoso Simpático) é estimulado pela atividade stressante do exercício,
aumentando inotrópica e cronotrópicamente a atividade cardíaca;
• A adrenalina e a noradrenalina – resultado da estimulação simpática – são mediadores químicos
do SNS.

Efeito da Adaptação ao Exercício


A frequência cardíaca no adulto pode variar entre 60 a 85 batimentos por minuto. No entanto, a adaptação
decorrente do treino aeróbio condiciona uma redução significativa. Esta bradicardia resulta de uma
redução da atividade intrínseca e aumento da estimulação parassimpática ou vagal.
Eletrocardiograma
A avaliação cardiológica dos atletas é um dos temas mais controversos da Medicina Desportiva. Se poucas
dúvidas existem quanto à necessidade do rastreio pré-competitivo de atletas, o mesmo não se verifica
relativamente ao tipo de rastreio a adotar. No centro desta controvérsia está a inclusão do
eletrocardiograma (ECG) nestes protocolos de avaliação, recomendada em alguns países europeus,
contrariamente ao que ocorre nos Estados Unidos da América. Os prós e contras são diversos, mas a
escassez de estudos randomizados e a reduzida dimensão das amostras dos registos publicados, não
permitem retirar conclusões definitivas acerca do real papel do ECG na avaliação do atleta.

A equação de Fick estabelece a relação entre o consumo de oxigénio (VO2), a diferença arterio-venosa (a-
vO2 dif) e o débito cardíaco (Q).

VO2 = Q’ dif. A-vO2

Provas de Esforço
• Atletas que pretendam avaliar o nível de condição física específica ou a eficácia dos programas
de treino. Neste caso, utilizam-se provas de esforço onde se determinam vários parâmetros, com
especial relevância para o consumo máximo de oxigénio, limiar anaeróbio e concentração de
lactato sanguíneo.
• Saudáveis e praticantes de atividade física que pretendam quantificar a sua capacidade de
tolerância ao esforço e/ou determinar o seu nível de condição física.
• Candidatos à prática de atividade física
• Prescrição do exercício em contexto não clínico – programas de atividade física de lazer.
• Portadores de algumas patologias de âmbito cardiovascular e ou respiratório.

Controlo do Treino Desportivo

Dois Objetivos:
• Perceber se as cargas de treino são as recomendáveis;
• Processo de treino.
Homeostasia – manutenção de um meio interno constante ou inalterado. Ambiente interno constante em
condições sem stress, resultante de muitas respostas reguladoras de compensação.

Sistema Láctico – está a produzir energia mais ou menos nos 40’ a 45’.

Capacidade Láctica – produção de energia que dura mais tempo 45’ a 1 min.

Potência Aeróbia (avaliação) – VO2máx – está a ser produzido quando consumimos o máximo de oxigénio.

Intensidade – capacidade a partir da qual já não é possível atingir o stedy-state.

Avaliar a Capacidade e Potência no Treino


• Capacidade e potência aeróbia;
• Capacidade e potência anaeróbica;
• Capacidade e potência aeróbia aláctica;
• Capacidade e potência aeróbia lática.

Atletas de alto rendimento gastam, em média, mais de 2000 kcal no treino.

Grande parte dos carboidratos encontram-se nos músculos (1600 kcal), sendo que esses nutrientes são
utilizados pelos próprios músculos.

Tecido adiposo (grande reserva lipídica – Glucídica) – garante um volume muito grande de energia

Durante as provas, os atletas devem aumentar as reservas lipídicas.

Cross-over - % total de energia despendida durante o esforço. Utilização em simultâneo dos glúcidos
(altos) ou lípidos (baixos).

Os lípidos são utilizados em QR mais baixos, enquanto os glúcidos nos QR são mais elevados.

O glicogénio muscular utiliza entre 50 a 60% de O2.


O fator que determina os resultados são os glúcidos.

Conjugação metabolismo anaeróbio e aeróbio

Metabolismo Anaeróbio Metabolismo Aeróbio

Proteína – Glucose Proteína – Glucose; Aminoácidos

Obtida através do glicogénio muscular Dieta Proteica Proteína do corpo


e glicose no sangue
Ácidos Gordos

Ressíntese

Tecido Adiposo Triglicerídeos no musculo

Glicogénio sintetizado Dieta carboidratos


no fígado
EPOC – excesso de O2 durante o treino (alteração do organismo derivado do exercício).

Treino em EPOC – treino intermitente de alta intensidade.

Recuperação ativa – realização em simultâneo do mesmo exercício, no mesmo período de tempo para
rentabilizar o lactato.

A utilização do lactato é maioritariamente oxidativa.

Só em esforços aeróbios é que o glicogénio é capaz de baixar até 0.

O lactato só baixa quando se começa a utilizar os lípidos como substrato energético.

OBLA – estado estacionário máximo de lactato.


O lactato, dos 30 aos 70% mantem-se significativo.

Curva de lactato – análise das concentrações de lactato.

VO2máx – Critérios
1. Fase estacionária na relação VO2/intensidade do exercício. Definido como um aumento
(acréscimo) no VO2 inferior 2ml. Kg-1. Min-1;
2. Quociente respiratório final de 1.15 ou superior;
3. Uma FC final não inferior a 10 b.min-1 da FCmáx. Predita;
4. Lactato sanguíneo pós-exercício (5 min) [Bla] de 8mmol.1-1 ou superior;
5. Fadiga incapacitante para a continuidade do esforço – exaustão.

Zona de treino aeróbia – anaeróbia (Limiar de lactato – OBLA)

Zona metabólica da Curva


2 – 4 – zona aeróbia extensiva
4 – 6 – Zona aeróbia intensiva
6 – 12 – Zona de potência aeróbia / Zona de potência anaeróbia
12 – 18 – Zona de potência anaeróbia

Nota: Permite ver/saber em que treino o atleta se encontra.

Função Cardiovascular e Cardiorrespiratória

Q = VS x FC

Pressão Arterial
• Pressão arterial média (PAM) – média das pressões arteriais durante todo o ciclo cardíaco.
• PAM = PAD + (0.333 x (PAS) – (PAD))
Hematócrito

Hidratação e Rendimento Desportivo

Equilíbrio Hidro-Electrolítico na Atividade Desportiva


• É bem conhecida e estudada a capacidade adaptativa do ser humano.
• Não nos adaptamos à sede. A falta de hidratação não se treina.
• O homem não consegue adaptar-se à desidratação.
• A água corporal é a componente mais abundante - 60 a 70% da nossa massa corporal total.
• A sudação é o mais eficaz meio de perda de calor em esforço.

Equilíbrio Hidro-Electrolítico
1. Estado de equilíbrio;
2. Para água e eletrólitos significa que os ganhos e perdas equilibram;
3. Mantido por mecanismos que repõem a água e eletrólitos perdidos e excretam o excesso;
4. Objetiva-se uma estabilidade contínua;
5. O balanço de água e eletrólitos é interdependente.

Distribuição Intercompartimental
1. Não se distribuem uniformemente;
2. Variam quantitativa e qualitativamente;
3. O movimento de água e eletrólitos entre os compartimentos é regulada por mecanismos que
garantem de forma dinâmica a sua estabilidade.

• Líquido intracelular;
• Líquido extracelular;
▪ Intersticial, Sangue/Plasma e LCR (Líquido cefalorraquidiano).
• Líquido Intersticial;
▪ Fora das células, dos vasos e do SN.
• Isotónico;
▪ Pressão osmótica igual ao conteúdo celular.
▪ Uma célula colocada num meio isotónico não ganha nem perde água.

Compartimentos Líquidos
• Cerca de 40 litros de água distribuem-se por dois compartimentos principais:
Composição Qualitativa
• Extracelular;
▪ Não variam significativamente - sódio, cálcio, cloro e bicarbonato.
• Intracelular;
▪ Elevadas concentrações de potássio, magnésio, fosfatos e sulfatos

Água

50% - 70% da MC
75% da MM

Intracelular – 65% da ACT (água corporal total)


Extracelular – 35% da ACT

~ 5 – 10% da ACT (TBW) “turnover” diário

Recomendações: 1 mL/Kcal de dispêndio energético

Conceito de Hipotónico e Hipertónico


Pressão Osmótica
• Se quisermos interromper a osmose, basta exercer sobre o sistema formado por duas soluções
ou uma solução e um solvente, separadas por uma membrana semipermeável, uma pressão no
sentido inverso ao da osmose que, no mínimo, deverá ter a mesma intensidade que é produzida
pelo solvente para atravessar a membrana semipermeável.

• A essa pressão, capaz de impedir o fenómeno da osmose, designa-se: Pressão Osmótica

• Equivale à pressão necessária, que aplicada sobre um recipiente contendo solvente puro, impede
a osmose.

Movimento Intercompartimental
• Regulada por dois fatores major que influenciam o movimento de água e eletrólitos:
▪ Pressão hidrostática;
▪ Pressão osmótica.

Ganhos de Água
• 60% de ingestão líquida;
• 30% alimentar;
• 10% metabolismo.
• Bebemos porque há um equilíbrio dos líquidos compartimentais

Como é que a transpiração (perda de fluidos) atua para diminuir o desempenho?


• Aumento da osmolaridade plasmática (maior concentração de soluto na solução);
• Libertação de vasopressina (ADH) pela hipófise posterior;
• A ADH provoca a reabsorção de água pelos rins;
• O volume de urina diminui drasticamente para preservar a osmolaridade, o volume e a pressão
sanguínea;
• À medida que o exercício progride, a transferência de água corporal para o plasma não consegue
acompanhar as perdas de suor, pelo que... o desempenho diminui.

Sede Osmométrica – produzida por um aumento da pressão osmótica do líquido intersticial em relação
ao meio intracelular, o que leva a uma desidratação celular.

Sede Volumétrica – causada por hipovolémia. Ocorre quando o volume de sangue/plasma diminui.

Necessidade de Reposição Hídrica


• No sedentário, num clima temperado, as perdas de água nas 24 horas do dia rondam os 2 a 3
litros;
• O desportista, no mesmo clima, mas realizando um trabalho físico intenso, treino ou competição
de futebol, perde pelo suor, aproximadamente, 2 litros de água por dia;
• Casos existem de futebolistas que, em situações extremas, têm uma necessidade de
compensação hídrica da ordem dos 10 a 15 litros por dia.

Cálculo da Necessidade Hídrica


• Taxa de sudação ou quantidade de líquidos perdidos num período específico de tempo no
decurso do esforço.
A: Massa corporal: Pré – Pós
B: Volume de líquido ingerido: Volume total
C: Diurese: Volume urinário

Perda pelo suor = A + B – C

• Taxa de sudação = perda pelo suor/tempo

Estado de Hidratação Influência


• Volume plasmático;
• Transporte de nutrientes e metabolitos;
• Homeotermia e pH;
• Hemodinâmica (circulação e pressão sanguínea);
• Eficiência bioenergética.

Índice de Hidratação

Estado de Hidratação
• Análise: Sódio (Na), potássio (K), magnésio (MG+2);
• Os resultados permitem otimizar a metodologia de hidratação;
• A composição do suor varia;
• Necessidade de bebidas diferentes;
• Quantificação das perdas de sódio são fundamentais.
Esvaziamento gástrico e Características do Líquido

Reposição Hídrica
• Esvaziamento gástrico rápido;
• Aroma agradável;
• Energética de exercício > 1 hr;
• Taxa energética adequada (40 – 90 g/L);
• Fornecimento de sódio (0.5 to 0.7 g/L);
• Ausências de distúrbios GI (Gastrointestinais);
• Melhor se forem frias (13 to 18ºC)

Hidratação

Água, HCO e Eletrólitos

O que beber?
• Cloro:
▪ O volume plasmático é restabelecido mais rapidamente se o líquido possuir cloretos (0.45 g/L).
• Sódio:
▪ Retenção líquida, previne desidratação e atrasa a produção de urina.
• Potássio:
▪ Promove a hidratação intracelular.
• CHO (Glucose, Polímeros da glucose)
▪ Mais apetecível (aroma) vs. Água pura;
▪ Estimula a absorção;
▪ Repreenchimento em glicogénio.

Hidratação (Antes, Durante (esforço) e Após)


• Determinar MC;
• Determinar densidade urinária – cor em fita de teste – (1 – 3) indica um bom estado de
hidratação;
• Beba 400 a 600 ml de uma bebida desportiva – 2 horas de esforço;
• Beba 200 a 300 ml de água 0 a 10 min antes do exercício.

Recomendações Pré-Exercício

Beber antes do exercício

Entre os 60 a 30 minutos do exercício devemos ingerir 0.5 a 1 litro.

• Uma hora da competição ou de um treino prolongado, beba 500 ml de água ou de um líquido


adequado para o efeito.
Volte a ingerir, 20 min antes do esforço, uma quantidade próxima dos 300 ml.

• A ingestão de líquidos antes do esforço apenas beneficia o esforço de duração igual ou superior
a 20 min.
Nunca inicie o exercício sem se ter hidratado convenientemente.

Na hidratação durante o esforço aconselha-se:


• Líquido cujo aroma seja apreciado pelo atleta;
• Que não cause desconforto abdominal;
• Seja ingerido a uma temperatura baixa (entre 14 a 18 graus);
• Com intervalos de tempo entre 15 e 20 minutos;
• Em quantidades entre 200 e 300 ml (± 1 a 1.5 litros/hora);
• Beba de 150 a 250 ml de água cada 15 a 20 min para exercícios < 60 min;
• Beba de 150 a 250 ml de uma bebida concebida para desportistas com CHO (5% to 8%) e
eletrólitos cada 15 a 20 min para exercícios > 60 min;
• Não beba mais de 1 a 1,5 L/hr no decurso do esforço.

Treino Desportivo

Existem 3 vetores principais:


• Sono;
• Exercício (Treino e Competições);
• Alimentação.

Porque lesionam os tecidos?


• Sobrecarga mecânica;
• Sobrecarga aguda ou cumulativa;
• Repetição;
• Postura;
• Intensidade;
• Ausência de pausa.

Porque os músculos se lesionam?


1. Adaptabilidade – treino – aquecimento;
2. Miopatia predisponente;
3. Sequelas;
4. Fadiga;
5. Viscoelasticidade;
6. Temperatura;
7. Estado hidratação.
• Repetição;
• Postura;
• Intensidade;
• Ausência de pausa.

Mecanismos de lesão do sistema músculo-esquelético


• Diretos – Impacto direto sobre a região anatómica;
• Indiretos – transferência de forças de uma zona anatómica para outra por contiguidade por
mecanismo muscular em ação sinérgia ou em ação antagónica.
• Força de torsão – movimento complexo, contra resistência anatomofisiológica em sentido anti-
rotacional fisiológico, podendo ocorrer em múltiplos eixos.

Em futebolistas de alta competição, cerca de 30% de todas as lesões são de índole muscular. A sua
prevalência está bem documentada e replicada em vários estudos.

Fases do Processo Regenerativo (Inflamatória, Proliferativa e Maturação e Remodeling)


A acumulação de fibroblastos no local da infiltração marca o início da fase proliferativa do processo
regenerativo que pode durar várias semanas, de acordo com o tipo de tecido. Posteriormente ocorre a
remodelação da matriz de colagénio. Esta fase de remodeling leva à formação de tecido definitivo e pode
prolongar-se por seis meses. A estabilidade do tecido a longo prazo, pressupõe as três fases referidas,
apesar da melhoria clínica poder ocorrer bem mais cedo.

Tempos aproximados para as diferentes fases de regeneração tissular, os intervalos que exibem variações
significativas dependem do tipo de tecido envolvido. Não se incluem aqui as lesões crónicas.

Reparação histofisiológica dos tecidos moles


• Fase inflamatória (0 – 6 dias);
• Fase proliferativa (3 – 21 dias);
• Fase regenerativa e de maturação (pode levar mais de 1 ano).

Fadiga em Treino Desportivo

Conceito de Fadiga
• Diminuição da capacidade funcional;
• Provocada por estimulação;
• Permanência e intensidade de estimulação;
• Reversibilidade com o repouso.

Sinais e sintomas âmbito psicossomático


• Anorexia;
• Polidipsia;
• Insónias;
• Perda de peso;
• Aumento do tempo de recuperação (FC);
• Elevação da FC de repouso;
• Valor baixo para a “HRV” (Variabilidade da Frequência Cardíaca);
• Alterações gastrointestinais;
• Hiperagressividade e hiperemotividade;
• Fraca capacidade de adaptação ao meio envolvente.

Responsabilidade do Treinador
• Negligência na recuperação;
• Progressão da carga ignorando os processos de adaptação;
• Excesso de competições;
• Monotonia no processo de treino;
• Número excessivo de “falhanços”.

Responsabilidade do Atleta
• Tempo insuficiente de sono;
• Hábitos da vida diária;
• Insuficiente tempo de lazer;
• Alimentação;
• Ambiente envolvente.

Sinais e sintomas observáveis em treino


• Alterações da coordenação motora;
• Agravamento drástico dos resultados em competição e treino;
• Perda da capacidade de concentração;
• Reações de medo;
• Hipervalorização de fatores estranhos ao processo de treino.

Crise de Supra-Solicitação – Overreaching


• Ausência de vontade de treinar;
• Alterações do sono;
• Mialgias dificilmente recuperáveis com o repouso;
• Irrascibilidade e depressão ligeira;
• Maior suscetibilidade a lesões;
• Alterações ECG e HRV;
• Enzimologia Sérica (CKMM);
• Proteinúria;
• Alterações hormonais;
• Alterações da imunidade;
• Alterações hematológicas.

Indicadores de Fadiga – Relação Testosterona Cortisol


• Um nível baixo de testosterona e alto de cortisol

• Baixa de relação testosterona/cortisol é um facto que se observa por efeito de estimulações


severas em treino, sugerindo-se a sua utilização para diagnosticar situações de supra-solicitação.
Frequência Cardíaca
• Utiliza-se frequentemente para monitorizar a intensidade da carga de treino. Uma monitorização
cuidada, nomeadamente a FC basal e a sua variabilidade, pode ser um precioso auxiliar na
deteção precoce da fadiga acumulada.

Variabilidade da Frequência Cardíaca


• Variabilidade da FC é uma medida temporal entre cada batimento cardíaco. Esta variabilidade
está sob o controlo do sistema Nervoso Autónomo (SNA) – Atividade simpática e parassimpática.

Porquê medir a variabilidade da FC


• Não é invasivo;
• Avalia o equilíbrio entre tónus simpático/parassimpático;
• Se um indivíduo estiver em desequilíbrio homeostático, a variabilidade da FC é baixa;
• Se estiver fisiologicamente equilibrado, a variabilidade é elevada.

HRV e Fadiga
• Normalmente, a HRV aumenta durante o sono ou em atividades relaxantes (ex. meditação) –
predomínio da atividade parassimpática;

• Ao contrário também é verdadeira. Diminui por efeitos de atividades stressantes. Podendo ser
um indicador de fadiga ou de recuperação deficiente, onde o efeito agressor do exercício ou
treino assumem um papel importante.

Variabilidade da frequência cardíaca (HRV) no desporto: O que é e como funciona

O que mede a variabilidade da frequência cardíaca (HRV)?


• A variabilidade da frequência cardíaca (HRV) é a medida da variação dos intervalos de tempo
entre batimentos cardíacos sucessivos (exemplos, ciclos cardíacos; intervalos R-R)

Utilização da HRV para monitorizar o stress do treino dos atletas


• A Variabilidade da Frequência Cardíaca (HRV) é um indicador válido e fiável da função do Sistema
Nervoso Autónomo (SNA), que controla o equilíbrio simpático-parassimpático do corpo. Este
equilíbrio é alterado em resposta ao stress do treino; a HRV pode, potencialmente, ser utilizada
para compreender melhor a adaptação e a desadaptação do treino em resposta ao stress do
treino.
Alguns fatores que afetam a resposta da HRV incluem:
• Atividade física;
• Álcool e drogas;
• Idade;
• Genética;
• Etnia;
• Stress emocional.

Como funciona a variabilidade (HRV) da frequência cardíaca


Diagnóstico da Fadiga – Colheita da História
• Intensidade e duração do treino – sua dinâmica;
• Recuperação insuficiente;
• Alterações do padrão do sono;
• Monotonia do processo de treino;
• Excesso de competições;
• Número excessivo de falhanços;
• Aspetos nutricionais;
• Stress psicológico. Estilo de vida

Diagnóstico da Fadiga – Deteção Precoce


• Diminuição do apetite;
• Aumento da sede;
• Alteração do padrão do sono;
• Perda de peso;
• Elevação da FC basal e HRV;
• Desempenho motor;
• POMS. Perfil dos Estados de Humor.

Diagnóstico de Fadiga – História Clínica


• Questionário sobre lesões;
• Questionário de doenças recentes;
• Exame objetivo;
• Exames complementares.

Os testes clínicos e laboratoriais só muito raramente são úteis no diagnóstico de fadiga crónica ou
overtraining.

Fadiga em Treino – Abordagem multidisciplinar – Como lidar?


• Promover o processo de recuperação;
• Exercícios regulares de baixo impacto;
• Envolver o treinador no processo;
• Apoio médico;
• Apoio psicológico;
• Integrar as rotinas diárias nos procedimentos terapêuticos.
Substâncias Ergogénicas
• Todas aquelas que, passíveis de suplementação por via exógena, propiciam melhores condições
para a transformação de energia química em mecânica no músculo esquelético, com efeitos no
metabolismo.

BCAA (Aminoácidos de cadeia ramificada)


• As doses que se têm revelado mais eficazes baseadas na massa corporal variam entre 3 e 10
gramas por unidade de toma, até 3 vezes/dia, com efeitos na síntese proteica protetores da
rabdomiolise induzida pelo exercício.

Sugestões dependentes da massa corporal a nível de estimulação – intensidade e duração do treino

• Até 70 Kg: 3 a 5 gramas, durante e depois do treino;


• > 70 Kg: 5 a 10 gramas, antes, durante e depois do treino

• As dosagens divididas ao longo do dia têm assumido alguma popularidade, com efeitos no
incremento da massa muscular, redução da massa gorda e benefícios no desempenho muscular.

Whey Protein
• A vulgar e comercialmente designada whey protein é a proteína do soro do leite. Trata-se de uma
proteína de baixo peso molecular que possui um elevado valor biológico. Possui uma elevada
concentração em aminoácidos essenciais e também de cadeia ramificada (BCAA), com
reconhecida influencia no ganho de massa magra.

• A caseína também revela interesse na suplementação do desportista. É igualmente uma proteína


do leite, mas possui uma ação algo diversa.

BCAA (Aminoácidos de cadeia ramificada)


• Os aminoácidos de cadeia ramificada (BCAA) pertencem ao grupo dos essenciais. Ou seja, o
organismo não os sintetiza, pelo que devem ser administrados. Apesar do músculo utilizar mais
de vinte aminoácidos para o seu “turnover”, os aminoácidos de cadeia ramificada (BCAA)
constituem mais de 30% do “pool” de aminoácidos intramusculares. São, de facto,
imprescindíveis para a recuperação muscular pós-esforço e para o processo de hipertrofia
induzida pelo exercício.

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