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INTRODUÇÃO
O corpo é uma máquina que possui uma demanda infinita por ATP, que é
atendida através da geração a partir de suas reservas energéticas e alimentação
por um processo denominado catabolismo – a degradação de tecidos e
moléculas que armazenam energia. Durante condições de repouso ou leve
atividade física, o corpo utiliza em grande parte seus estoques de gordura,
localizados no tecido adiposo, para satisfazer a demanda energética,
influenciada pelo metabolismo basal, ou seja, o custo para manter o corpo vivo,
e o nível de atividade física de um indivíduo, sendo composto pelos exercícios
que pratica e por sua rotina em geral.
OS COMBUSTÍVEIS ENERGÉTICOS
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tecido adiposo, enquanto a proteína contribui com 24.000kcal, localizadas na
forma de proteínas fibrosas, especialmente no tecido músculo-esquelético.
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Embora não seja tão eficiente quanto o tecido adiposo em produzir
energia (entenda-se eficiente em produzir a maior quantia energética com a
menor quantia de substrato possível), é mais eficaz que o mesmo. Em condições
de exercício, o glicogênio é um dos principais substratos utilizados, visto que já
está localizado no músculo sendo trabalho e possui uma rota bioquímica mais
encurtada que o tecido adiposo para ser oxidado, além de conseguir prover
energia em condições anaeróbicas.
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Isto se dá por dois mecanismos: o fígado, diferentemente do músculo,
possui a enzima glicose-6-fosfatase, além de possuir o transportador de glicose
GLUT2 que apresenta algumas particularidades. A primeira é que ele está
constantemente translocado, ou seja, está sempre disponível na periferia da
célula para captar e disponibilizar glicose pela corrente sanguínea; a segunda é
que ele tem uma baixa afinidade com a glicose, expressada através da variável
kM (constante de Michaelis), que determina afinidade de um substrato com uma
enzima – no caso, a glicoquinase, responsável por fosforilar a glicose,
“aprisionando-a” dentro da célula – por fins de comparação, o GLUT2, localizado
no fígado, possui um kM de 17 (alto, representando baixa afinidade com a
glicose), enquanto o GLUT4, localizado no músculo, possui um kM de 5,
aproximadamente. Isso torna o fígado muito mais um produtor de glicose do que
consumidor. Isso é ainda mais reforçado devido ao fato que a deleção do GLUT2
nos hepatócitos de ratos não impediu a secreção de glicose na corrente
sanguínea, mas a captação sim.
ENERGÉTICO
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entendimento da requisição de energia. Um substrato eficiente é aquele que
produz sob a menor quantia de moléculas possíveis, enquanto o eficaz produz
na maior velocidade possível.
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das mitocôndrias. A atividade destas se torna diminuída no exercício de alta
intensidade, porque a demanda não consegue ser atendida pelo consumo, logo,
as próprias enzimas do Ciclo de Krebs e fosforilação oxidativa não conseguem
ter bom funcionamento.
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LEGENDA: O sarcolema separa o interior da célula muscular do líquido intersticial que envolve a
célula. Em repouso (lado esquerdo), o consumo de carboidratos estimula a liberação de insulina
pelo pâncreas. As moléculas de insulina se ligam aos receptores de insulina incorporados no
sarcolema. Essa ligação desencadeia uma cascata de respostas intracelulares que resultam no
movimento dos transportadores de glicose GLUT4 do interior da célula muscular para o
sarcolema, permitindo que a glicose entre na célula. Uma vez dentro da célula muscular, as
moléculas de glicose estão preparadas para inclusão no glicogênio. A glicogenina é uma enzima
que forma o centro das partículas de glicogênio, permitindo a formação inicial de filamentos de
glicogênio. Durante o exercício (lado direito), os transportadores de GLUT4 movem-se para o
sarcolema sem a ajuda da insulina, auxiliando na captação de glicose pela célula.
Simultaneamente, a degradação do glicogênio aumenta em resposta a mudanças na
concentração de metabólitos dentro da célula. As moléculas de glicose do sangue e aquelas
liberadas pelo glicogênio são oxidadas para produzir as moléculas de adenosina trifosfato (ATP)
necessárias para sustentar a contração muscular.
Note, pela figura abaixo, que nenhuma via é exclusiva de uma modalidade
de exercício, mas sim é predominante. Embora a gordura não seja muito
presente na musculação, ela se torna mais abundante conforme a sessão ocorre,
afinal, nos tempos de descanso, o corpo possui captação de oxigênio suficiente
para realizar a lipólise, transporte e beta-oxidação e produzir energia. O mesmo
ocorre em situações de endurance, o glicogênio passa a ser mais utilizado
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conforme a sessão ocorre, pois existem sinais intracelulares que regulam sua
mobilização, embora a utilização de ATP-CP seja menor, quando comparada
àqueles de maior intensidade.
Agora, vamos entender como o corpo regula esses processos através dos
sinais intra e extracelulares.
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piruvato-desidrogenase, em seu sub-complexo piruvato-desidrogenase-
fosfatase, tornando-a mais ativas, com o intuito de acelerar o processo de
geração energética. Isto se dá, pois, estas enzimas possuem resíduos (sítios de
ligação) que respondem à forma estrutural do AMP.
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energética devido ao rearranjo de suas maquinarias celulares voltadas para este
intuito.
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Para que a contração ocorra, é necessário o disparo neural para as fibras
musculares, governadas pelas unidades motoras, que podem ser de alto limiar
ou baixo limiar. As de alto limiar governam principalmente as fibras de tipo 2
(capazes de produzir mais força, mas a um custo energético maior), enquanto
as de baixo limiar governam principalmente fibras de tipo 1 (capazes de produzir
menos força, mas por mais tempo, a um custo energético menor considerando
o espaço-tempo).
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nos receptores de diidropiridina (que tem resposta à troca de voltagem),
localizando-se próximos aos canais de rianodina, que por sua vez, estão
próximos dos canais de calsequestrina e retículo sarcoplasmático.
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contrário, processos anabólicos e hipoglicemia aconteceriam. Isto se dá, pois, o
glucagon é secretado pelas células alfa-pancreáticas através dos receptores
beta, e o estímulo principal é a queda da glicemia. Estas células são capazes de
inibir as células beta-pancreáticas e os receptores alfa, ocasionando o bloqueio
da sua secreção.
Algo importante de ser citado é que o glucagon não tem ação no músculo,
pois ele não possui receptores para tal. Entretanto, o glucagon tem forte ação no
fígado através dos receptores alfa. O glucagon não mobiliza reservas de gordura,
mas, inibe a formação dela através da inibição da enzima Acetil-CoA carboxilase,
participante da lipogênese de novo. Essa adaptação é muito importante, pois,
durante o exercício há grande quantia de Acetil-CoA e citrato sendo produzidos,
e isto é um estímulo para a lipogênese de novo, mas, com a elevação de
glucagon, este processo é inibido.
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LEGENDA: O T3 sofre deiodinação dentro das células, o que eleva a atividade de determinadas
enzimas catabólicas e impede a atividade de enzimas catabólicas.
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subunidade alfa. Agora isolada, a subunidade alfa sinalizará o efetor do tipo S,
formando o complexo G-alfa-s, responsável por tornar a enzima adenilato-
ciclase ativa. Esta enzima, por sua vez, transformará o ATP em AMPcíclico
(AMPc), que tem a função de se ligar aos substratos da enzima PKA (proteína
quinase A), causando a repartição de suas subunidades C e R, formando um
dímero da subunidade R e dois monômeros da subunidade C. A subunidade C
tem a função de catalisar da transferência de gamafosfato do complexo Mg2+-
ATP para resíduos de serina e treonina de substratos proteicos específicos,
ativando outras proteínas.
CURTO PRAZO
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mecanismos, ativando a proteína quinase C atípica (aPKC) e a AS160. Estas
são capazes de recrutar as proteínas TBC1D1 e TBC1D4, que levam à
dissociação do RabGTP através da enzima RabGTPase, tornando o Rab capaz
de interagir com o GLUT4 armazenado dentro da célula e translocando-o para a
periferia. Outro mecanismo importante é a ativação da aPKC ativando a proteína
B de duplo domínio C2, que leva ao aumento da interação da sintaxina-4 com
seu receptor SNARE, reforçando a translocação do GLUT4.
CONCLUSÃO
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de entrar em estado estável – mesmo em meio a uma situação de estresse,
conseguir sobreviver.
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REFERÊNCIAS
FERRIER, Denise. Bioquímica Ilustrada. 7. ed. aum. [S. l.: s. n.], 2018.
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