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Nome: Guilherme Cordeiro Ribas

Curso de Pós-Graduação “ Ciências Aplicadas ao Futebol – CEPDAP “

FONTES ENERGÉTICAS PARA A ATIVIDADE FÍSICA

Para que o trabalho muscular seja executado dentro das diferentes


atividades físicas é preciso que ocorra o fornecimento da energia necessária a
este objetivo. Esta energia é obtida através da quebra de substâncias que estão
armazenadas na musculatura em reações que utilizam o oxigênio para sua
ocorrência (reações aeróbias) e, em reações que ocorrem sem a presença do
oxigênio (reações anaeróbias).

O objetivo básico destas reações é promover a síntese do ATP (adenosina


trifosfato) que é a molécula que fornece a energia para todos os processos
biológicos existentes dentro do organismo. A dissociação do ATP em ADP
(adenosina difosfato) mais uma molécula de fosfato inorgânico (Pi) liberam através
desta reação a energia necessária ao processo de contração muscular.

Porém os estoques de ATP muscular têm um limite e para que o trabalho


muscular possa continuar é necessário a ocorrência da síntese de moléculas de
ATP. Esta reação necessitará de energia para promover a ligação do ADP com Pi,
formando assim uma molécula de ATP. As substâncias que fornecem a energia a
síntese do ATP são respectivamente: a fosfocreatina (PC), a glicose e os ácidos
graxos (gorduras).

As reações que utilizam a energia advinda da fosfocreatina (PC) para a


síntese do ATP, têm sua ocorrência limitada em esforços máximos com duração
de até 10 segundos aproximadamente, onde não haverá a necessidade da
presença de oxigênio para a ocorrência destas reações, recebendo estas a
denominação de anaeróbias aláticas. O termo alático decorre da não formação de
ácido lático durante a ocorrência destas reações, sendo o fator limitante a duração
destes tipos de esforço, as quantidades de fosfocreatina que estão armazenadas
na musculatura.

Os esforços que se enquadram neste metabolismo são aqueles de curta


duração e extrema intensidade, tais como os levantamentos, os arremessos e as
corridas de curta duração. Já as reações que utilizam a energia proveniente da
quebra da glicose à síntese do ATP, podem ocorrer na presença de ou não de
oxigênio.
Quando estas reações ocorrem sem a utilização de oxigênio, recebem a
denominação de glicólise anaeróbia, ocorrendo neste caso a formação do ácido
lático, que em conjunto com as reservas de glicose orgânicas, irá determinar o
limite de duração destas reações, que geralmente representam a maior parte da
energia gerada em esforços de duração entre 10 segundos a 3 minutos.

Após a fase anaeróbia, a glicólise entre em uma fase aeróbia onde a


produção de energia a partir das moléculas de glicose ocorre consumindo
oxigênio, caso a intensidade do esforço seja adequada e permita a prolongação
de sua duração por mais de 3 minutos. Os esforços que utilizam a glicólise aeróbia
como principal fonte energética, têm duração superior a 3 minutos e, dependerão
basicamente das reservas de glicose orgânica e da capacidade de absorção de
oxigênio para sua manutenção.

Outra forma de fornecimento de energia através de reações aeróbias é a


oxidação dos ácidos graxos, que são derivados das gorduras estocadas no
organismo. Este processo é conhecido como "beta-oxidação" e produz maiores
quantidades de energia que os outros processos, porém a liberação desta energia
ocorre de forma mais lenta.

Analisando os sistemas energéticos concluímos que os sistemas que


utilizam a glicose para o fornecimento de energia são os mais utilizados dentro
das atividades físicas em âmbito esportivo, devido a alta intensidade exigida pelos
esforços atléticos. Isto implica na adoção de uma dieta rica em carboidratos, já
que a glicose é obtida através da metabolização destes nutrientes, e esta dieta
permitirá a maximização da performance esportiva.

Porém, na maioria dos casos os atletas não consumem as quantidades


adequadas de carboidratos, o que diminui suas capacidades de performance e
treinamento, além de permitir a ocorrência de síndromes de estresse ao
treinamento, onde o atleta atinge o esgotamento físico e psicológico em
decorrência de baixas reservas energéticas.

O conhecimento do funcionamento fisiológico dos sistemas energéticos,


mostra-se então de vital importância, não só para a escolha dos conteúdos de
treinamento que utilizem os mesmos sistemas energéticos do esporte em questão,
mas também para a compreensão e confecção de dietas adequadas à realidade
esportiva.
Referências Bibliográficas:

Hernandes Jr., Benito Daniel Olmos, (1998). Musculação: Montagem da


Academia, Gerenciamento de Pessoal, Prescrição de Treinamento. Editora Sprint,
Rio de Janeiro-RJ.

Krieder, R.B., Fry, A.C. & O'Toole, M.L. (1997). Overtraining in Sport. Human
Kinetics Books, Illinois, USA.

Kuipers,H.(1998). Training and overtraining: an introduction. Medicine and Science


in Sports and Exercise. 30, 1137-1139.

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