Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Já a utilização de dextrose antes do treinamento tem causado hipoglicemia, como ação rebote
em um número considerável de pessoas, sendo que outras, não apresentam essa reação. A
experiência individual é importante nesse caso. Imediatamente após o treinamento, em
conjunto com uma solução de proteínas de rápida absorção, o uso de dextrose tem
apresentado ótimos resultados, pois ela causa um pico na liberação do hormônio anabólico
insulina, otimizando a síntese protéica e ressíntese de glicogênio. Pode-se também
acrescentar um pouco de maltodextrina na fórmula. A dosagem de carboidratos recomendada
para se atingir um pico na liberação de insulina fica entre 70 e 90 gramas de carboidratos
simples, mas isto novamente varia de acordo com o peso corporal e outros fatores individuais.
Existem ainda produtos que combinam vários tipos de carboidratos e eletrólitos, tais como
sódio, potássio e magnésio. Esses suplementos são indicados para atividades de alta
intensidade, porém com uma duração superior à uma hora, sendo que em uma sessão de alta
intensidade de musculação, com duração menor do que uma hora não se faz necessária sua
utilização, ainda mais em clima ameno.
Apesar disso, ao contrário do que ocorre com atletas de endurance, dietas com elevado
conteúdo de carboidratos são pouco comuns entre fisiculturistas, e entre outros indivíduos
envolvidos em treinamento de força. Essa diferença pode ser explicada por vários motivos,
entre eles: a) o fato de tais indivíduos privilegiarem a ingestão de dietas hiperprotéicas e b) a
insuficiência de estudas sobre o papel dos carboidratos em exercícios de alta intensidade com
duração menor que 1 hora (sejam contínuos ou intermitentes).
Resumindo: embora seja mais veloz em atividades anaeróbias do que aeróbias, a depleção do
glicogênio muscular, em geral, é mais acentuada em atividades aeróbias, cuja tempo de
execução é maior. Isso, porém, não significa que o conteúdo de glicogênio muscular não seja
um importante sinalizador de fadiga periférica para atividades anaeróbias que são reabilizadas
repetidamente.
Outro ponto a ser destacado diz respeito à melhoria da performance no exercício. Um estudo
(com treinamento de pesos) descobriu, por exemplo, que indivíduos consumindo uma bebida
com carboidratos (10% de polímero de glicose) executaram mais séries e repetições, em
comparação aos que ingeriram uma solução placebo.
A relevância desse aumento não é bem conhecida, principalmente em relação aos efeitos
positivos constatados em estudos que demonstram a importância dos carboidratos em
atividades intermitentes como a musculação.
Carboidratos na recuperação
O consumo de carboidratos durante o exercício, além das alterações que promove durante a
atividade, também tem influência sobre parâmetros metabólicos/hormonais no período pós-
exercício, que representam a soma das alterações promovidas pela ingestão de carboidratos
durante a atividade com aquelas decorrentes do consumo de carboidratos ao final da mesma.
Frise-se, também, que, submetidos ao mesmo esforço físico, os atletas suplementados têm
concentrações plasmáticas de insulina ligeiramente acima das encontradas em não-
suplementados. A insulina, em virtude de sua característica anabólica, facilita a síntese de
glicogênio pós-atividade, desde que o montante de carboidrato necessário esteja disponível.
Lembre que a queda nas concentrações plasmáticas de insulina (cuja função é facilitar os
processos catabólicos) ocorre tanto em atividades aeróbias quanto anaeróbias, resultando na
liberação de ácidos graxos livres do tecido adiposo e de glicose do fígado.
De modo geral, essa suplementação possui eficiência igual se realizada apenas à custa de
carboidrato ou da mistura carboidrato-proteína ou, ainda, de ingestão mista - 66% de
carboidrato, 23% de proteína e 11% de gordura - contendo a mesma quantidade de calorias.
Por último, anote-se que, mesmo em dietas hipocalóricas, o porcentual de carboidratos deve
manter-se elevado, cerca de 70%, para que não haja comprometimento excessivo da
performance, uma vez que dietas de restrição calórica com 50% de carboidratos provocaram
perda de performance, enquanto dietas, com a mesma quantidade de calorias, 70% de
carboidratos, permitiram a manutenção do rendimento durante a atividade.
Resumo
O consumo de carboidratos durante e após o exercício causa alterações hormonais que são
benéficas para a reposição do glicogênio e promoção de outros processos anabólicos.