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TERAPIAS EM VOZ

Sara Oliveira Boa Sorte Costa sobsc


A TERAPIA VOCAL SINTOMATOLÓGICA tem foco na modificação direta
dos sintomas. Sua premissa é que a maior parte das disfonias tem como
causa o abuso ou mau uso funcional da frequência, intensidade,
respiração, entre outros. A vantagem dessa abordagem, é que a
modificação direta dos sintomas pode oferecer resultados vocais
imediatos e que o paciente fica mais motivado porque trabalha
diretamente com a voz.
O mesmo comprova rapidamente o efeito da manipulação dos
parâmetros vocais. As críticas são de que a causa pode continuar
operante e a disfonia pode voltar, de que a modificação dos sintomas
exige uma grande participação do paciente que, por vezes, não colabora
como esperado e a rejeição da dicotomia orgânico versus funcional, que
pode limitar a identificação do distúrbio vocal. Esse método é indicado
para alterações isoladas de parâmetros vocais, como frequência muito
aguda.
A TERAPIA VOCAL PSICOLÓGICA tem como foco a identificação dos
distúrbios emocionais e psicossociais associados ao início e à
manutenção do problema. Sua premissa é a de que há sempre causas
emocionais envolvidas e, portanto, necessidade de determinar a
dinâmica emocional do problema.
As vantagens são de que esse método proporciona o autoconhecimento
necessário numa terapia vocal e de que quando o paciente compreende
sua história emocional da disfonia ele pode ter insights sobre seu
comportamento emocional. As críticas a esse método são de que a
compreensão adquirida não assegura em nenhum momento a nova
produção vocal e o paciente pode se sentir ansioso por conta da
ausência de meios concretos para conseguir uma melhor produção
vocal. É indicada quando a voz é utilizada pelo paciente como forma de
extravasar sua emoção ou em disfonias psicogênicas.
A TERAPIA VOCAL ETIOLÓGICA tem foco na eliminação da causa do
distúrbio, com premissa de que é essencial a identificação e a
modificação ou eliminação das causas da disfonia ou fatores correlatos.
As vantagens desta terapia é de que a chance de reincidência é mínima,
já que as causas da disfonia são eliminadas e de que o paciente se sente
confortável porque vê seu tratamento baseado na eliminação da causa
do distúrbio. As críticas a esse método são de que nem sempre podemos
eliminar a causa do distúrbio e às vezes nem é possível identificá-la,
mas mesmo assim o paciente pode ser tratado, além disso, outra crítica
é de que a relação causa-efeito não é única e direta e as disfonias,
muitas vezes, apresentam causa inoperante, mas a voz continua
alterada porque o paciente fez os ajustes motores errados e se adaptou a
eles.
A TERAPIA VOCAL FISIOLÓGICA tem como foco a modificação da
atividade fisiológica inadequada e sua premissa é a de que coletar dados
das funções fonatória e laríngea é parte essencial para modificar as
relações musculares e respiratórias. As vantagens são de que os dados
coletados são de enorme serventia na solução rápida de várias disfonias,
além disso, o monitoramento visual da dinâmica laríngea ou da acústica
vocal permite a identificação da contribuição da fonte, que é a laringe e
dos filtros, que é o sistema de ressonância. As críticas são de que há
fisiopatologias que não podem ser modificadas e ainda assim, há como
tratar o paciente, além disso, não se deve eliminar causas emocionais e,
com o uso apenas dos aspectos fisiológicos, o profissional fica
mecanizado, tratando apenas da patologia e não do indivíduo. Essa
terapia é indicada para casos de inadaptação vocal, quando é possível
conseguir um equilíbrio fisiológico melhor que o apresentado pelo
indivíduo, como nos casos de AEM ou disfonias neurológicas.
A TERAPIA VOCAL ECLÉTICA tem como foco a produção de uma voz melhor e em
consequência disso uma comunicação melhor. Sua premissa é a de que teses de
sistemas diversos oferecem um tratamento mais abrangente para o paciente e
suas vantagens são muitas, vão desde a maior percepção do terapeuta sobre os
inúmeros recursos de atuação, até o fato de que a aplicação de procedimentos de
várias vertentes possibilita maior compreensão da disfonia, além de que o
processo de seleção das abordagens de acordo com as necessidades do paciente faz
com que o profissional exercite sua mente científica. As críticas em relação a esta
terapia são de que ela exige um pensamento profundo, amplo e ilimitado, que não
fique restringido apenas à fonoaudiologia, mas também à psicologia e medicina.
Essa exigência faz com que os terapeutas menos experientes se sintam perdidos,
com menores chances de resultados satisfatórios. Esse tipo de terapia é indicado
para pacientes com disfonia orgânico-funcional multifatorial, como por exemplo os
nódulos e granulomas de laringe.
Um dos fatores considerados de extrema importância para o sucesso da terapia
fonoaudiológica é a adesão do paciente ao tratamento, que não é um processo
mecânico obtido com facilidade. Pelo contrário, é um fator que merece atenção
especial e que depende não somente do paciente, como também do terapeuta
Adesão a orientações fonoaudiológicas após a alta do tratamento vocal em docentes: estudo prospectivo, Ana Cristina
Côrtes Gama, Viviane Souza Bicalho, Amanda Freitas Valentim, Iara Barreto Bassi, Letícia Caldas Teixeira, Ada Ávila Assunção.
ABORDAGENS TERAPÊUTICAS MODERNAS: em 1994, o Centro para voz e fala da
universidade de Iowa publicou um resumo com várias abordagens terapêuticas e
sugestão de bibliografia para cada uma delas. Em 1998, Katherine Verdolini, no
Treatment efficacy: voice disorders, revisou este resumo e fez uma explanação
mais detalhada das técnicas mais utilizadas na voz moderna, que são: terapia de
voz confidencial, terapia de ressonância, terapia de fonação fluida, método de
acentuação, técnicas facilitadoras, exercícios de função vocal, método Lee
Silverman e massagem laríngea.
A TERAPIA DE VOZ CONFIDENCIAL é utilizada e pacientes com lesões benignas
na laringe, originadas por algum comportamento vocal alterado, que tem como
modificação de base, o edema, ou seja, a terapia de voz confidencial é ideal para
pacientes que precisam retirar os maus hábitos vocais.
A terapia de voz confidencial propõe a utilização da voz em mínima intensidade,
mínimo esforço e leve soprosidade. O uso da voz confidencial deve ocorrer o
quanto antes para que possa ocorrer uma redução rápida da lesão.
Embora essa técnica seja tradicional, a primeira organização da abordagem na
literatura veio do livro Compreendendo os problemas de voz: uma perspectiva
fisiológica para diagnóstico e tratamento, do Raymond Colton e Janina Casper.

Professores com distúrbios vocais: efeitos do Método de Ressonância Lessac-Madsen, Luciana Vieira Dias Alves de Oliveira.
Nesta abordagem², o paciente deve falar em baixa intensidade e com esforço
mínimo, o que faz com que o mesmo produza uma voz bem soprosa. É importante o
paciente não reduzir o movimento da articulação dos sons nem abaixar a
frequência vocal ao utilizar a voz confidencial, além disso, o paciente não pode
produzir uma voz sussurrada e sim em intensidade fraca. Essa terapia deve ser
utilizada durante 4 semanas em todas as situações, após treinamento com
profissional, na terapia. São necessárias 4 sessões em média para que o paciente
esteja totalmente capacitado a fazer uso da voz confidencial. Para fazer uso dela, é
necessária a modificação da coordenação pneumofonoarticulatória, visto que um
menor número de palavras por respiração vai ser utilizado. O profissional deve
sugerir aumento do consumo de líquidos porque com o maior fluxo de ar, também
vai ocorrer ressecamento da mucosa. Depois de 4 semanas de uso desse tipo de
voz, o paciente é novamente submetido à avaliação otorrinolaringológica para
verificação das modificações nas lesões laríngeas e no mecanismo de produção
vocal. Depois disso, o tratamento segue com uso de técnicas de reabilitação
tradicionais. Nessa terapia, ocorre diminuição do movimento de adução das ppvv
e, com isso, o impacto sobre elas é menor, o que reduz a possibilidade de um
trauma laríngeo.
Professores com distúrbios vocais: efeitos do Método de Ressonância Lessac-Madsen, Luciana Vieira Dias Alves de Oliveira.
Compreendendo os problemas de voz, Raymond Colton e Janina Casper. (livro)
A TERAPIA DE RESSONÂNCIA é uma abordagem de cunho holístico, aplicada em
indivíduos com hipo e hiperfunção vocal, podendo ser chamada de ‘método Lassac” ou
“método Lassac-Madsen de ressonância”. Essa abordagem é a junção do conhecimento
adquirido em voz nas artes cênicas e o conhecimento científico. As premissas dessa
terapia são a de que uma configuração laríngea pode se ajustar voluntariamente para
produzir uma voz mais forte e com menor esforço pulmonar, o que coincide com a
redução no estresse e impacto entre as ppvv, além de que a aquisição de habilidades
vocais é intensificada pela atenção à informação sensorial durante o treinamento. O
resultado esperado é uma voz esteticamente agradável e com bom funcionamento, que
pode ser ouvida em qualquer ambiente, apresentando também, menores riscos de
comprometimento dos tecidos da laringe. Esse método é recomendado para prevenção de
disfonias, aperfeiçoamento vocal, pacientes com disfonia funcional e problemas de
adução das ppvv. Um exemplo são os casos de nódulos, associados às fendas glóticas e
paralisias, que necessitam de adução melhorada.

A voz ressonante é definida como uma voz produtiva e proprioceptiva. Produtiva porque
compreende uma produção vocal saudável com as pregas vocais ligeiramente abduzidas.
Essa configuração envolve aproximadamente um gap de 0,5 mm entre as pregas vocais
para minimizar o impacto vocal durante uma intensidade forte. Proprioceptiva porque
promove sensações vibratórias normalmente na região anterior da face, o que resulta
numa fonação sem esforço.
Resonant Voice Therapy, Katherine Verdolini.
A abordagem de ressonância visa dar sensações de vibração nos ossos da face
durante a fonação. Utiliza-se o com da vogal i associado a sons nasais, como m, n e
nh. Outras vogais nasais e sons comuns podem ser utilizados, como o hum, hum.

Resonant Voice Therapy, Katherine Verdolini.


Um programa de reabilitação vocal, com duração de 8 semanas e foco na terapia da
ressonância, no qual são trabalhados os sons nasais, designados por humming. Depois que a
sensação ressonante se desenvolve, as vozes habituais e cantada são aplicadas. Há mais ênfase
na informação sensorial relacionada com a produção da voz ressonantes do que na parte
fisiológica de produção vocal. As ppvv ficam levemente separadas durante a execução da
técnica, o que diminui o impacto sobre o fechamento glótico.

*humming: esse som é produzido com os lábios fechados e dentes separados e é utilizado na
reabilitação vocal por suavizar a emissão, pois tem como objetivo auxiliar a deslocar o foco de
ressonância de inferior para superior e reduzir a tensão na laringe e na faringe, propiciando
uma melhor projeção vocal.

Em comparação entre a terapia de voz confidencial e ressonante, foi concluído que os dois
métodos são benéficos se realizados integralmente, em todas as atividades diárias que exijam
uso da voz. Esses resultados foram obtidos por meio de avaliação perceptiva-auditiva vocal,
medidas de esforço fonatório e imagem laríngea.¹

Posteriormente, outro estudo concluiu que tanto indivíduos com nódulos, quanto os que
possuem laringe normal conseguem produzia voz ressonante deste método com uma
configuração laríngea levemente aduzida ou abduzida, diferente do ajuste soproso ou
comprimido.²

Estudo preliminar de dois métodos de tratamento para nódulos laríngeos, Katherine Verdoline, Molly Burke, Arthur Lessac, Glaze e Caldwell¹
Adução laríngea em voz ressonante, Katherine Verdolini, David G.Druker, Phyllis M.Palmer e Hani Samawi.²
A TERAPIA DE FONAÇÃO FLUIDA, idealizada por Jan Gauffin e Johan Sundberg em
Correlatos espectrais das características da forma de onda da fonte de voz glótica, foi criada
com intuito de obter uma boa voz. Não há especificações quanto ao tipo de patologia própria
para seu uso, mas o National Center For Voice and Speech sugeriu a mesma para terapia de
ressonância.
Na produção de voz fluida, há grande vibração das ppvv e fechamento completo das ppvv em
cada ciclo, além disso, a laringe permanece baixa. Quando se compara voz fluida com voz
comprimida, há menor compressão das ppvv, então as mesmas ficam abduzidas levemente.
Os autores desse tipo de terapia sugerem monitoramento com filtragem inversa para
demonstrar o padrão vibratório das ppvv, porque eles acreditam que seja similar ao observado
na técnica de ressonância, apesar de não haver estudos que comprovem.
Esse tipo de técnica é essencial quando o paciente não pode fazer uso da voz soprosa por causa
de sua profissão. Essa técnica é utilizada e é saudável para o paciente.
O MÉTODO DE ACENTUAÇÃO foi desenvolvido por Svend Smith, no artigo Statistic research on changes in
speech due to pedagogic treatment (the accent method). Neste mesmo artigo, ele diz que o método de
acentuação é um método pedagógico para melhorar a fala e a linguagem. Atingiu sua forma final por meio de
trabalhos práticos e estudos teóricos nos últimos 40 anos. Fisiologicamente visa introduzir elasticidade na
função da fala por meio de exercícios rítmicos baseados na contração ativa dos músculos abdominais e
consistindo em vocalizações acentuadas e não acentuadas e o padrão vibratório das pregas vocais será
alterado, de modo a produzir harmônicos mais fortes. O método tem sido utilizado no tratamento de vozes
insuficientes e articulação turva, bem como em casos puramente patológicos (paresia dos músculos vocais).
também faz parte do tratamento de outros defeitos da fala, principalmente gagueira e obstrução.
Num estudo feito por M. N Kotby, S. R El-Sady, S. E. Basiouny, Y. A Abou-Rass e M. A. Hegazi, no artigo
Efficacy of the Accent Method of Voice Therapy, foram analisados pacientes com lesões nas ppvv, disfonias
funcionais e diminuição do movimento das ppvv e empregaram o método de acentuação. Como resultado, eles
perceberam aumento na qualidade vocal e diminuição de queixas iniciais. Também notaram que houve
diminuição no tamanho dos nódulos vocais e aumento do número de harmônicos. Eles também relataram
melhora em 3 pacientes com disfonia hiperfuncional.
Outro estudo, feito por Bibi Fex, Soren Fex, Osamu Shiromoto e Minoru Hirano, de nome Acoustic
Analysis of Functional Dysphonia: Before and After Voice Therapy (Accent Method) analisou 10
pacientes com problemas vocais, 7 com ppvv normais e 3 com nódulos bilaterais, todos utilizam a voz
como instrumento de trabalho. Os 10 pacientes experienciaram momentos de fadiga vocal, garganta
seca, necessidade frequente de “limpar” a garganta e tensão nas articulações. Todos os pacientes
declararam melhora da voz, com redução geral dos sintomas. De acordo com as avaliações
perceptivas do fonoaudiólogo, todos os pacientes tinham melhor voz qualidade após a terapia do que
antes, principalmente em relação ao timbre, F0, ruído e eficiência.
As TÉCNICAS FACILITADORAS, compiladas por Daniel R. Boone no livro The voice and voice
therapy são indicadas para pacientes com hiperfunção vocal, mas podem ser utilizadas em quase
todos os casos de disfonia. Essas terapias podem ser utilizadas de forma isolada ou combinadas
com outras abordagens. Existem 25 técnicas facilitadoras: mudança de postura de língua,
mudança de intensidade, voz salmodiada, orientação vocal, manipulação digital, treinamento
auditivo, eliminação de abusos vocais, eliminação de ataque vocal brusco, estabelecimento de
uma nova frequência, orientação vocal, monitoramento auditivo, som basal, deglutição
incompleta sonorizada, mudança de postura de cabeça, análise hierárquica, fonação inspiratória,
mascaramento auditivo, sobrearticulação, variação de frequência, colocação de voz na máscara,
técnicas de empuxo, relaxamento, treinamento respiratório, deslocamento lingual e técnica do
bocejo suspiro.
Essas técnicas foram avaliadas cientificamente, exemplo: a técnica do bocejo-suspiro, tende a
abaixar a laringe e aumentar o espaço entre as ppvv, o que oferece maior dimensão possível da
faringe. O bocejo-suspiro como técnica de terapia de voz aumentou o uso nos últimos anos,
particularmente com problemas de voz relacionados à hiperfunção vocal. A técnica parece ser
especialmente eficaz em neutralizar os sintomas de tensão da laringe elevada e do trato vocal
contraído que tantas vezes caracterizam a hiperfunção vocal

Uma visão crítica do bocejo-suspiro como técnica de terapia de voz, Daniel Boone e Stephen C. McFarlane.
A técnica de manipulação digital da laringe foi comprovada por Nelson Roy e Herbert A. Leeper
em Efeitos da técnica de redução da tensão musculoesquelética laríngea como tratamento para
distúrbios funcionais da voz: medidas perceptivas e acústicas. Eles dizem que após uma sessão de
manipulação digital da laringe, ocorreu uma melhora significativa no parâmetro rouquidão,
presente em alguns pacientes com disfonia funcional.
Os EXERCÍCIOS DE FUNÇÃO VOCAL foram criados por Bertram Briess no livro Identificação de
disfunção muscular específica da laringe por meio de teste de voz, esses exercícios foram
desenvolvidos para contemplar aspectos da fisiologia laríngea, Briess pode ser considerado o pai
da linha fisiológica da reabilitação vocal.
Esse tipo de exercício é indicado para pessoas com hipo e hiperfunção vocal, além de
desequilíbrio muscular. O exercício age em grupos musculares específicos. Ele consiste na
sustentação máxima de vogais em cinco diferentes notas, repetidas vezes, passando-se para a
execução de glissandos (um glissando é uma passagem suave de uma altura a outra), ascendentes
e descendentes e também no tempo máximo de fonação. Praticar estes exercícios, melhora a
força e a resistência da ppvv, além de desenvolver a coordenação entre os músculos laríngeos e
respiratórios.
Os exercícios de glissando ascendente, para altas frequências, requerem a contração não só do
próprio músculo da ppvv, mas principalmente do cricotireoideo. A ativação do cricotireoideo
provoca uma movimentação em báscula da cartilagem tireóidea sobre a cricoidea, o que
aproxima e tensiona as ppvv, fazendo com que elas vibrem mais rápido. Os exercícios de
glissando descendente, que alcançam baixa frequência, ativam o músculo tireoaritenoideo. A
prática desses dois exercícios, aumenta a força e massa muscular e a resistência muscular.
O protocolo de exercícios de função vocal é:
1. Aquecer a vogal usando a vogal i sustentada em baixa intensidade e o mais longo possível, na
frequência habitual do indivíduo ou determinada pelo profissional;
2. Alongar a voz usando glissando ascendente, utilizando a vogal o da palavra gol;
3. Contrair a voz usando o glissando descendente, utilizando novamente a palavra gol, mas em
tons mais graves, mas evitando o registro basal;
4. Para melhorar a adução: emitir a vogal ô pelo tempo que for possível, em notas selecionadas.

Essa técnica funciona como qualquer técnica de condicionamento físico, com resposta muscular
ocorrendo após várias sessões repetidas e feitas 2x ao dia. É um método fácil, simples e objetivo,
além de fisiologicamente fundamentado.
O MÉTODO LEE SILVERMAN foi amplamente divulgado por Lorraine Ramig, Stefanie
Countryman, Christopher O’Brien, Margaret Hoehn e Laetitia Thompson num artigo chamado
Tratamento intensivo da fala para pacientes com doença de Parkinson: comparação de duas
técnicas em curto e longo prazo, segundo este artigo, esse método se concentra no aumento da
intensidade vocal por meio do aumento do esforço fonatório.

Os pacientes foram treinados para aumentar a adução das pregas vocais em máxima fonação
(vocal) tarefas de esforço e generalizar o aumento esforço vocal para falar mais alto.
Estatisticamente significativos aumentos nas medidas acústicas de intensidade vocal foram
documentados em um grupo de pacientes imediatamente depois de um curso do LSVT em
comparação com um grupo de pacientes que recebeu terapia fonoaudiológica placebo. É
importante ressaltar que o objetivo do tratamento de o aumento da adução das pregas vocais na
doença de Parkinson visa maximizar a eficiência da fonte fonatória. Por causa da incompetência
glótica frequentemente observada em pacientes com Parkinson, o aumento da adução das pregas
vocais pode permitir que os pacientes gerarem intensidade adequada. Nunca é objetivo do
tratamento aumentar a adução das pregas vocais a ponto de a voz torna-se pressionada ou
hiperaduzida. O objetivo é uma voz com volume suficiente, gerado com máximo eficiência
fonatória.
O foco da terapia é aumentar a intensidade, os pacientes são orientados e treinados a utilizar
uma voz forte, lembrando sempre da frase: fale forte, pense forte. A terapia é intensiva, com 4
sessões semanais, para que o paciente se habitue à nova intensidade da voz e para que o enfoque
na fonação favoreça a melhora da articulação e projeção vocal.
A mudança na intensidade traz um enorme impacto na comunicação oral e coordenação
pneumofônica, além da articulação dos sons da fala e na sua inteligibilidade, indicada pela
análise acústica de emissão.

Em outro estudo realizado por M Liotti, L O Ramig, D Vogel, P New, C I Cook, R J Ingham, J C
Ingham, P T Fox chamado Hipofonia na doença de Parkinson: correlatos neurais do tratamento
vocal revelado por PET, foi demonstrado que uma melhora vocal foi obtida e acompanhada por
redução na ativação cortical nas áreas motora e pré-motora do cérebro, ou seja, houve
modificação de atividade cerebral anormal e com esforço para uma atividade mais automática
com o tratamento Lee Silverman. Estes resultados são muito bons não somente para comprovar a
eficácia, mas também como modelo de investigação para comprovar a eficácia dessa terapia.
Esses exercícios tem base fisiológica bem definida e aplicação em disfonias hipocinéticas e
paralisias unilaterais de laringe inferior e presbifonia. O uso do método lee silverman tem sido
amplamente aplicado não somente no Parkinson, mas em outras doenças de origem neurológica,
como ELA e miastenia grave.
LSVT em grupo: Programa de treinamento intensivo tradicional, constituído por 16 sessões
distribuídas em quatro semanas, realizadas quatro vezes por semana e administrado em grupos
de cinco pessoas.
A MASSAGEM MANUAL LARÍNGEA ou massagem circunlaríngea foi desenvolvida e descrita por
Arnold Aronson em seu livro Distúrbios Clínicos da Voz, foi considerada importante após a
publicação do artigo Distúrbios vocais por uso indevido de músculos: descrição e classificação, de
Murray D. Morrison and Linda A. Rammage. É utilizada em qualquer problema que envolva
tensão laríngea.

A massagem laríngea é uma técnica específica de manipulação da laringe batizada por Nelson
Roy e Herbert Leeper, com comprovação de efetividade para uso de manobra para redução de
tensão muscular, principalmente na musculatura supra-hioidea e a membrana tireoióidea. Com
os dedos das mãos, a manipulação é feita a partir da musculatura paralaríngea, com movimentos
digitais descendentes, do queixo ao osso esterno, com pressão nos contornos laterais da laringe
ou com deslocamentos laterais pelo corpo da laringe. Movimentos rotatórios pela membrana
tireóidea também podem ser feitos com a ajuda do polegar e indicador e durante essa massagem
o paciente deve emitir vogais curtas, observando a qualidade vocal.
O efeito é imediato: observa-se, nos casos de prova terapêutica positiva que a voz está mais
relaxada, com diminuição da tensão da laringe e com frequência fundamental mais grave. Essa
massagem tem efeitos positivos na redução da tensão muscular laríngea, na tensão geral e na
liberação das articulações.
A eficácia dessa técnica foi comprovada num estudo feito por Nelson Roy, Diane M. Bless, Dennis
Heisey, and Charles N. Ford, chamado: Terapia manual circunlaríngea para disfonia funcional:
uma avaliação dos resultados do tratamento de curto e longo prazo.
Esta investigação revelou que os resultados a curto prazo são impressionantes, mas com base
nos relatórios dos pacientes, a longo prazo os resultados são menos robustos. Assim, a terapia
manual pode ser melhor vista como um remédio incompleto para a maioria dos pacientes,
enquanto para alguns pode fornecer alívio permanente dos sintomas.
Recentemente, em 2002, Murray Morrison, no Livro-texto em vídeo sobre distúrbios da voz,
detalhou a técnica de palpação da laringe para avaliação do envolvimento muscular em uma
disfonia, incluindo os critérios empregados para a gradação da tensão muscular extralaríngea. Os
músculos tensos que forem identificados devem ser trabalhados, associando-se uma vocalização
suave à manipulação digital, como descrito anteriormente.
A ABORDAGEM GLOBAL NAS DISFONIAS é o trabalho de identificação, diagnóstico e tratamento
dos distúrbios da voz. Corresponde a uma abordagem eclética ou holística. Terapia holística é um
programa terapêutico que integra trabalho de respiração, fonação e ressonância para a
reabilitação do paciente com transtorno vocal. Uma terapia de natureza holística não sintetiza
somente os subsistemas do aparelho fonador, ele também os integra nas dimensões biológica,
psicológica e emocional.

Terapia da voz: estudos clínicos, Joseph Stemple (livro).


A ABORDAGEM GLOBAL NAS DISFONIAS é o trabalho de identificação, diagnóstico e tratamento
dos distúrbios da voz. Corresponde a uma abordagem eclética ou holística. Terapia holística é um
programa terapêutico que integra trabalho de respiração, fonação e ressonância para a
reabilitação do paciente com transtorno vocal. Uma terapia de natureza holística não sintetiza
somente os subsistemas do aparelho fonador, ele também os integra nas dimensões biológica,
psicológica e emocional.

No livro Voz: O Livro do Especialista Vol.2, da Mara Behlau, há uma proposta de abordagem
global que se baseia em procedimentos na compreensão da disfonia como um distúrbio da
comunicação, analisando causas, parâmetros vocais alterados e definindo configurações
laríngeas fonatórias e não fonatórias, considerando o histórico emocional e psicodinâmica vocal
da disfonia, assim como os diferentes papéis de comunicação desempenhados pelo indivíduo.
A abordagem global tem duas situações específicas, onde a atuação fonoaudiológica é
indispensável: terapia diagnóstica e terapia exploratória. TERAPIA DIAGNÓSTICA é aquela
baseada no conhecimento do comportamento de determinadas alterações durante a reabilitação
vocal. É de curta duração, podendo ser em apenas 1 a 6 atendimentos. A terapia diagnóstica pode
ser aplicada em casos de cistos, nódulos ou espasmo laríngeo de natureza psicológica ou
neurológica.

Terapia da voz: estudos clínicos, Joseph Stemple (livro).


A TERAPIA EXPLORATÓRIA foi proposta por Deso Arhtur Weiss, em seu livro Introdução à
terapia funcional da voz, tem base nos aspectos funcionais da voz, para ser usada quando não se
consegue determinar a causa do distúrbio
A abordagem global tem 3 pilares que se interligam: orientação vocal, psicodinâmica vocal e
treinamento vocal. No atendimento, esses 3 pilares devem ser aplicados. Mara Behlau diz que,
“não é uma repetição mecânica de Mara Behlau diz que: é importante compreender que o
treinamento vocal não é uma repetição mecânica de exercícios pré-concebidos, e sim a
exploração de um gesto motor que ofereça uma melhor produção vocal.
A ORIENTAÇÃO VOCAL são esclarecimentos sobre a fonação e a saúde vocal. O profissional dá
explicações simples para o paciente sobre o mecanismo de produção de sons e ensina normas
básicas de higiene vocal e uso correto da voz para evitar abusos vocais.
No livro da Mara, ela ainda cita sobre o termo “higiene vocal”, que foi utilizado pela primeira vez
em 1943, por Emil Froeschels, num artigo chamado Higiene da Voz, onde ele diz que para haver
higiene da voz, é necessário que se evite a hiperfunção na leitura, ainda no mesmo artigo ele diz
que
A higiene da voz pode até prevenir distúrbios orgânicos do aparelho respiratório trato. O
epitélio das cordas vocais, bem como o das mucosas da garganta, é ferido pelo ataque contínuo
devido a um estado hiperfuncional e, portanto, pode ser mais suscetível à infecção. A pressão de
uma vocal corda contra a outra na produção do golpe de glote pode até favorecer um
crescimento maligno significativo em uma pessoa predisposta.
A explicação clara no momento da orientação é suficiente para que o paciente entenda como se
dá a produção da voz e sua alteração.
Sobre a higiene vocal, o paciente deve receber orientações que ajudem na prevenção de
problemas na voz e preservem a saúde vocal.
O método de hidratação sempre foi referência na terapia de voz. Esses tratamentos incluem
umidificação do ambiente, inalação de vapor frio ou quente, aspiração de gotículas de água e
administração de drogas mucolíticas para aumentar a fluidez das secreções. Além disso, devem
ser evitados cafeína e diuréticos, além de anti-histamínicos, sprays, descongestionantes nasais e
respiração bucal. fumo, álcool, poluição, drogas, remédios, ar condicionado, hábitos errados,
alimentação inadequada, alterações hormonais, vestuário incorreto, esportes e falta de repouso
A PSICODINÂMICA VOCAL diz respeito ao impacto psicológico causado pela perda da qualidade
vocal do indivíduo ou da qualidade vocal em si. São considerados aspectos fonatórios e
elementos, como: velocidade, ritmo e fala.
O trabalho de Paul Moses, no artigo Análise Vocal é referência quando se trata de psicodinâmica
vocal. Esse trabalho consiste na utilização dos dados obtidos pelo paciente para traçar a
consciência do paciente sobre seu padrão de comunicação e a interferência dos mesmos na vida
do paciente. O objetivo desse trabalho é fazer o paciente reconhecer o impacto da qualidade vocal
além de comportamentos que o induziram a ter a voz que ele tem hoje. O paciente será
conscientizado e, assim, realizará as mudanças necessárias.
Provas terapêuticas têm sido usadas para auxiliar o profissional na escolha do melhor
tratamento para o paciente. Ela é um teste realizado para observar alguma alteração na voz ou
nas sensações obtidas durante a produção. Provas terapêuticas podem ser manobras, técnicas,
exercícios, modificação de comportamento ou abordagens. Elas são realizadas e armazenadas por
meio de vídeo. O paciente deve fazer a emissão de uma vogal prolongada e contar de 1 a 10.
As ABORDAGENS DE TREINAMENTO VOCAL são uma série de exercícios que visam a mudança
no resultado vocal para favorecer ajuste muscular.
As práticas de treinamento vocal requerem conhecimento de métodos, sequências e técnicas
para uma boa administração. Para selecionar as abordagens é necessário que haja diagnóstico,
avaliação do caso, objetivo da terapia, eficiência da técnica selecionada, características do
indivíduo e se o terapeuta está familiarizado com aquela técnica.
A avaliação multiprofissional é indispensável, já que o fonoaudiólogo ou médico sozinhos não
definem um diagnóstico. Dois pacientes com o mesmo diagnóstico podem precisar de 2 terapias
diferentes.
Outro ponto importante abordado no livro da Mara é o de que o terapeuta deve procurar resolver
os anseios do paciente, já que, por vezes, não é a voz do paciente que o incomoda, mas sim o
esforço para obtê-la.
Não é possível determinar quantas vezes e por quanto tempo os exercícios devem ser feitos. É
necessário conhecimento da fisiologia do exercício e observação dos efeitos dele no paciente, em
relação a sinais e sintomas.
A duração das sessões pode variar entre 30min, 1h39 e até 4 horas, segundo Sandra Jay
Robertson e Fay Thompson no artigo Speech therapy in Parkinson’s Disease: a study of the
efficacy and long term effects of intensive treatment, eles dizem que os resultados deste estudo
sugerem que a terapia fonoaudiológica, administrada em uma base diária intensiva por um
período de duas semanas, é benéfico para os pacientes com doença de Parkinson.

A periodicidade das sessões varia entre o tratamento intensivo (5 sessões), o usual (2x por
semana) e o espaçado (3 a 7 meses), de acordo com o artigo Impulsionando o programa de
exercícios para corrigir a incompetência glótica, do Hiroya Yamaguchi, Yoshie Yotsukura,
Hirosaku Sata, Yoko Watanabe, Hajime Hirose, Noriko Kobayashi, and Diane M. Bless.

Sobre a postura no momento dos exercícios: geralmente manter a coluna reta, corpo apoiado
numa cadeira e movimentos de cabeça direcionados para os determinados objetivos. Alguns
exercícios exigem movimento, eles requerem movimento dos pés, ombros e cabeça.

O tratamento vocal exige que o paciente crie vínculo com o profissional, para facilitar o
andamento da terapia. Além disso, os exercícios devem ser realizados corretamente, para o
aprimoramento na execução dos exercícios.
O exercício, além de bem executado deve ser repetido, corrigido pelo profissional e aprimorado
pelo paciente. O paciente pode produzir o padrão habitual de fala durante os exercícios (padrões
esses que podem estar errados), aí que o terapeuta deve guia-lo, para evitar erros durante os
exercícios.
O MÉTODO CORPORAL PARA O TRATAMENTO DAS DISFONIAS prevê que uma produção verbal
adequada pode ser obtida por técnicas que envolvam movimentos corporais que possam abranger
o corpo todo ou região específica do esqueleto laríngeo. Movimentos e mudança de postura são
utilizados, afim de buscar harmonia no aparelho fonador.

Existem 2 tipos de técnicas: direta, que trabalha com mm do aparelho fonador e indireta, que
trabalha com mm de todo o corpo, mas que possuem relação com a laringe.
Para que esse método ocorra, é necessária uma avaliação individual completa. Para a realização
desse método, o profissional deve conhecer as limitações do paciente quanto aos movimentos.
Alguns dos movimentos exigem cursos à parte, como: reike, biodança, ioga e massagem. Esse
método tem a vantagem de construir, no paciente, a consciência sobre seu próprio corpo.
A TÉCNICA DE MOVIMENTOS CORPORAIS ASSOCIADOS À EMISSÃO DE SONS
FACILITADORES envolve vários exercícios corporais, que podem ser adaptados às técnicas de
alongamento, eutonia, ioga e exercícios de relaxamento dinâmico. Os movimentos empregados
podem ser de todo o corpo ou regiões específicas, tipo pescoço ou ombros.
Essa técnica dá ao paciente a possibilidade de conhecer a expressão corporal associada à
voz equilibrada.
O procedimento dessa terapia consiste nos movimentos do corpo associados a sons facilitadores,
ele visa o relaxamento dinâmico e uma ligação saudável entre corpo e voz. Pode ser aplicado em
casos de disfonia por tensão muscular, disfonia infantil ou no aprimoramento da voz profissional.
Para o bom funcionamento do exercício, é necessário avaliar se o paciente possui alguma
limitação na movimentação, caso haja, o profissional deve adequar a terapia ao paciente.
A TÉCNICA DE MUDANÇA DE POSIÇÃO DE CABEÇA E SONORIZAÇÃO é indicada em casos de
assimetria de forma, massa, tensão ou vibração das ppvv devido às inadaptações fônicas,
malformações congênitas ou cirurgias das da laringe, além de casos de disfonias neurológicas.

Consiste no deslocamento horizontal por cabeça rodada para as laterais direita ou esquerda,
enquanto o paciente realiza uma emissão sonora controlada. Tem como objetivo alcançar
melhora na aproximação das ppvv na linha mediana, reduzir a rouquidão, soprosidade,
bitonalidade e a estabilização da qualidade vocal.

Essa técnica pode ser usada como monitoramento da evolução do tratamento, além disso é
interessante associar sons facilitadores, como os nasais ou fricativos prolongados. É possível
também pedir para que o paciente inicie a emissão na posição extrema e mantenha a mesma até
o retorno da movimentação.
É interessante gravar os sons emitidos pelo paciente em diferentes posições, podendo ainda
substituir a rotação pela inclinação da cabeça do paciente. (pág. 459)
A TÉCNICA DE MASSAGEM NA CINTURA ESCAPULAR vai atuar na musculatura cervical que
geralmente fica contraída para compensar a deficiência na produção da voz. Vale lembrar que o
fonoaudiólogo que deseja trabalhar com procedimentos de massagem, deve ter uma formação
complementar.

Os procedimentos básicos dessa técnica consistem nos movimentos de toque, massagem, pressão
e estiramento na musculatura cervical, costas e ombros, além de exercícios corporais globais ou
exercícios de órgãos fonoarticulatórios. Massageadores elétricos, bolsas térmicas e calor pumido
também podem ser usados.
Essa técnica tem como objetivo reduzir a hipercontração da musculatura da cintura escapular e
pode ser aplicada em casos de disfonia por tensão muscular, fenda triangular médio posterior e
hipertonicidade secundária ao quadro orgânico de base. Não deve ser usada quando o paciente
rejeita toques.
A TÉCNICA DE MANIPULAÇÃO DIGITAL DA LARINGE consiste na massagem da musculatura
paralaríngea, na tentativa de relaxar a musculatura supra hioidea e a membrana tireo hioidea.
Foi criada por Arnold Aronson e descrita em seu livro Clinical voice Disorders, depois foi
modificada por diversos autores, entre eles: Murray Morrison e Linda Ramage, no artigo
Distúrbios da voz por uso indevido de músculos: descrição e classificação.

Consiste na massagem na musculatura perilaríngea com movimentos digitais descendentes e


pequenos deslocamentos laterais do esqueleto da laringe, além de movimentos circulares na
membrana tireo hioidea e pressão na região anteroposterior da laringe. Daniel Boone e Stephen
Mcfarlane, no artigo Uma visão crítica do bocejo-suspiro como técnica de terapia de voz sugerem
que uma leve pressão digital na região anterior da cartilagem tireóidea seja realizada enquanto o
paciente sustenta uma vogal, obtendo assim uma F0 mais grave, por causa da diminuição do
comprimento, relaxamento da tensão e aumento de massa das ppvv, indicada em casos de muda
vocal incompleta e problemas de origem psicológica.

Os objetivos dessa massagem são a redução da hipertonicidade laríngea e da sensação de bolo na


laringe, além de abaixar a F0. Pode ser aplicada nos casos de disfonia por tensão muscular, muda
vocal incompleta, falsete mutacional ou de conversão, sulco vocal e disfonias tensionais
secundárias.
Se caso o paciente apresentar rejeição ao toque na laringe, ele pode ser substituído pelo toque
na nuca e ombros.
A TÉCNICA DE MANIPULAÇÃO DIGITAL DA LARINGE consiste na massagem da musculatura
paralaríngea, na tentativa de relaxar a musculatura supra hioidea e a membrana tireo hioidea.
Foi criada por Arnold Aronson e descrita em seu livro Clinical voice Disorders, depois foi
modificada por diversos autores, entre eles: Murray Morrison e Linda Ramage, no artigo
Distúrbios da voz por uso indevido de músculos: descrição e classificação.

Consiste na massagem na musculatura perilaríngea com movimentos digitais descendentes e


pequenos deslocamentos laterais do esqueleto da laringe, além de movimentos circulares na
membrana tireo hioidea e pressão na região anteroposterior da laringe. Daniel Boone e Stephen
Mcfarlane, no artigo Uma visão crítica do bocejo-suspiro como técnica de terapia de voz sugerem
que uma leve pressão digital na região anterior da cartilagem tireóidea seja realizada enquanto o
paciente sustenta uma vogal, obtendo assim uma F0 mais grave, por causa da diminuição do
comprimento, relaxamento da tensão e aumento de massa das ppvv, indicada em casos de muda
vocal incompleta e problemas de origem psicológica.

Os objetivos dessa massagem são a redução da hipertonicidade laríngea e da sensação de bolo na


laringe, além de abaixar a F0. Pode ser aplicada nos casos de disfonia por tensão muscular, muda
vocal incompleta, falsete mutacional ou de conversão, sulco vocal e disfonias tensionais
secundárias.
Se caso o paciente apresentar rejeição ao toque na laringe, ele pode ser substituído pelo toque
na nuca e ombros.
A TÉCNICA DE MASSAGEADOR ASSOCIADO À SONORIZAÇÃO GLÓTICA é feita utilizando um
massageador posicionado sobre a quilha da cartilagem tireóidea. Durante esse exercício, o
profissional pode ainda provocar o deslocamento posterior da laringe a nível discreto, pedindo
que o paciente realize som nasal fraco.O massageador também pode ser posicionado na testa.

Esta técnica visa suavizar a emissão, relaxar a musculatura laríngea, reduzir a fenda triangular
médio posterior e aumentar a propriocepção da sonorização. Pode ser aplicada em casos de
disfonia por tensão muscular, rigidez de mucosa, para auxiliar na produção do som basal, em
casos de falsete mutacional ou de conversão e em casos de muda vocal incompleta.
Essa massagem pode ser facilmente substituída pela massagem com os dedos, caso o paciente não
se sinta confortável com o massageador.
A TÉCNICA DE MOVIMENTOS CERVICAIS é uma das mais conhecidas. Criada por Regina
Soares e Leslie Picollotto e citada no livro Técnicas de impostação e comunicação oral e tem
como procedimento a emissão com movimentação da cabeça e pescoço, como: sim, não, talvez e
círculos, além dos exercícios de rotação de ombros, associados à emissão de vogais ou de sons
facilitadores selecionados. Essas movimentações devem ser lentas e podem ser realizadas no
chuveiro, com água quente porque o calor da água auxilia no relaxamento muscular e os azulejos
refletem os sons, melhorando a ressonância e aumentando o monitoramento da qualidade vocal.

Tem como objetivo a suavização de ataques vocais, redução da compressão medial das ppvv,
aumento do TMF e propicia ressonância difusa. Pode ser aplicada em casos de disfonia por tensão
muscular, nódulos nas ppvv, disfonias hipercinéticas, remoção de compensações negativas e no
auxílio da voz profissional.
Para a realização dessa técnica é indispensável que o paciente não tenha contraindicações para
movimentos cervicais, além disso, o profissional deve ficar atento ao travamento mandibular
para evitar tensão.
Na TÉCNICA DE ROTAÇÃO DE OMBROS os movimentos permitem que haja expansão torácica,
o que resulta numa emissão equilibrada. Essa técnica consiste na emissão com rotação de ombros
no sentido horário, de frente pra trás, bilateralmente ou de forma alternada, associado a vogais
ou sons facilitadores. Tem como objetivo reduzir a tensão muscular cervical e da cintura
escapular.

Pode ser usada em casos de disfonia por tensão muscular, nódulos vocais, laringectomia total,
auxílio da voz profissional e na remoção de compensações negativas em casos de paralisias
laríngeas.
O MÉTODO DE ÓRGÃOS FONOARTICULATÓRIOS se baseia no uso de várias dinâmicas, que
podem ser fonatória, articulatória ou reflexovegetativa. Ele permite que se aproveite de
procedimentos utilizados em M.O, como os exercícios de lábios, língua, bochechas, mandíbula e
musculatura faríngea associados a emissão de sons facilitadores. Ele parte do pressuposto que a
voz foi o mecanismo mais novo a ser utilizado e que podemos aproveitar de mecanismos mais
antigos dos órgãos fonoarticulatórios para melhorá-la. Para realizar esse método, o profissional
deve se certificar de que há desequilíbrios musculares e articulatórios que impeçam a realização
do movimento.
A TÉCNICA DE DESLOCAMENTO LINGUAL consiste em 3 manobras: anteriorização,
posteriorização e exteriorização da língua, todas devem ser aplicadas durante o exercício para
retirar o ajuste motor inadequado e mudar o padrão da voz. É importante estar com a língua
relaxada para realizar esses movimentos, especialmente a musculatura que possui inserção
direta na laringe, isso é possível com a manobra de posicionar a cabeça para trás, abrir e fechar a
boca, em movimentos extensos.

Os objetivos dessa técnica variam de acordo com a manobra realizada: a posteriorização visa
maior aproveitamento da cavidade oral, a anteriorização visa liberação da faringe e a
exteriorização visa abertura e elevação do ádito da laringe, essa técnica também uniformiza a
área circular longitudinal do trato vocal.

Elas podem ser aplicadas também e acordo com a manobra: a posteriorização serve para tratar
voz infantilizada, alterações de ressonância e voz infantilizada. A anteriorização trata a
ressonância posteriorizada e a exteriorização trata disfonias hipercinéticas com constrição
mediana ou vibração das pregas vestibulares. Deve-se atentar ao reflexo de náusea que esse
exercício pode causar, caso isso aconteça, o profissional deve substituir por outro exercício, como
o de bocejo suspiro. Além disso, alguns pacientes podem se sentir constrangidos ao fazer a
exteriorização da língua, alternativas devem ser buscadas. Em casos de disfunção da ATM, a
exteriorização da língua pode causar dor.
A TÉCNICA DE ROTAÇÃO DE LÍNGUA NO VESTÍBULO BUCAL tem como procedimento básico a
emissão associada à rotação da língua no vestíbulo bucal de forma lenta, duas vezes em cada
sentido, aumentando progressivamente o número de rotações em cada série. Deve-se associar as
rotações à emissão da letra M prolongada, juntar saliva e degluti-la, além de inspirar
profundamente e emitir as vogais bocejadas.

Essa técnica tem como objetivo a redução da constrição do trato vocal, reposicionamento da
língua e laringe e ampliação da faringe. Pode ser usada para reorganizar a musculatura
fonoarticulatória, reduzir a tensão laringofaríngea e para voz com emissão faríngea ou
ressonância posterior. É importante lembrar que o uso de aparelho ortodôntico e prótese
dentária pode impedir o exercício. Lesões de boca como aftas, caso haja, são motivo para pausar o
exercício e não o realizar.

No início da terapia com este método, podem ocorrer sensações musculares dolorosas na região
posterior língua, essas sensações são normais e esperadas por conta da elevação muscular,
recomenda-se que o paciente mantenha um ritmo respiratório durante a realização do exame.
A TÉCNICA DO SOM DA LÍNGUA ASSOCIADO AO SOM NASAL tem como procedimento básico
estalar a ponta da língua de modo constante e repetido associado à emissão do som nasal N
prolongado, podendo ser associado também à rotação de ombros e à técnica de mudança de
postura da cabeça. Tem como objetivo o relaxamento da musculatura supra hioidea, reequilíbrio
fonatório, movimentação vertical da laringe, sintonia fonte-filtros, disfagia discreta e auxilia na
anteriorização da ressonância.

Pode ser aplicada em casos de travamento articulatório, foco ressonantal baixo ou posterior,
disfonia da muda com laringe elevada e disfonias por tensão muscular. No momento da
realização do exercício, o profissional deve se atentar se há tensão excessiva na produção dos
sons.
A TÉCNICA DO BOCEJO SUSPIRO originou-se do treinamento vocal para o canto lírico.
Segundo Friedrich Brodnitz, em seu livro Reabilitação vocal: um manual. Para iniciar, o
terapeuta deve explicar ao paciente como funciona o bocejo: no início do bocejo há uma
inspiração profunda, a boca abre e a laringe abaixa, ampliando a faringe e facilitando a saída de
sons mais suaves e com boa qualidade. Com o trato vocal aberto, a resistência ao ar é menor e as
ondas sonoras são amplificadas. Essa técnica pode ser aplicada como estratégia preparatória
para execução da técnica mastigatória ou para liberação do som basal.

O procedimento básico dessa terapia consiste em inspirar profundamente e imitar um bocejo


com a língua baixa e em posição anterior, fazendo sonorização com uma vogal aberta e sempre
aproveitando os bocejos naturais. Outras técnicas possíveis são provocar bocejos com todas as
vogais, bocejar com modulação de frequência, bocejar terminando o som do M prolongado, dar
bocejos múltiplos ou fazer um bocejo silencioso com os lábios unidos e soltando o ar pelo nariz,
emitindo o som “muáááá” ou “muééé´”.

Essa terapia é indicada em casos de travamento articulatório, disfonias por tensão muscular,
fissura labiopalatina, hipercinesia laríngea, nódulos vocais, desaquecimento vocal de voz
profissional, preparatório para execução de outras técnicas, fonação vestibular ou para auxiliar
na aquisição da voz esofágica.
É importante prestar atenção nas limitações que o paciente pode apresentar por conta de
dificuldades para abrir a boca. Caso o paciente se sinta envergonhado de fazer bocejos, essa
técnica pode ser substituída pelo som nasal.
A TÉCNICA MASTIGATÓRIA foi descrita por Emil Froeschels em seus dois artigos denominados
Experiências de um tratamento sem sangue para paralisia recorrente e Método de mastigação como
terapia, tendo este último, relatos de casos que o próprio Emil presenciou: o primeiro deles foi durante
uma convenção de dentistas, onde um dentista chamado Dr. Syrop mostrou um filme colorido dos
movimentos de mastigação e fala de um jovem que teve a bochecha inteira e parte da mandíbula
removidas por conta de um câncer. Ele percebeu que os movimentos de mastigação e articulação são
extremamente semelhantes, tão semelhantes que, se o jovem não estivesse com o alimento na boca, ele
não conseguiria distinguir se o jovem estava comendo ou falando. No segundo momento, um filme de raio-
x foi mostrado à Sociedade de Fonoaudiologia de Nova York pelo Dr. Paul Lindenberg.
O filme mostrou os movimentos da boca comendo uma goma de mascar. Não só os movimentos da língua
eram semelhantes aos da articulação, mas a laringe movia-se constantemente para cima e para baixo,
para a frente e para trás, como é o caso na conversa. Além dessas observações, outro fato chamou a
atenção do público, foi que havia uma flexão e alongamento constantes da coluna vertebral superior.
Aqui, vale a pena mencionar que alguns dentistas e fonoaudiólogos enfatizam que tanto a mastigação
quanto a fala e o canto devem ser realizados com a coluna vertebral na posição vertical. Os dentistas
descobriram que uma posição incorreta dos dentes ou uma malformação da mandíbula podem ter uma
influência desfavorável em toda a postura corporal e vice-versa. Os fonoaudiólogos poderiam melhorar a
voz corrigindo a postura.
Atualmente, esse método é considerado um poderoso recurso para o equilíbrio e produção da voz,
modificando a qualidade vocal. O procedimento é baseado na mastigação ativa com a boca aberta e
movimentos amplos dos lábios, mandíbula, língua e bochechas, enquanto vários sons são emitidos, deve-se
evitar sons monótonos. Também pode-se fazer repetição de frases ou leitura com mastigação selvagem,
além de contagem de números com mastigação selvagem.
O procedimento tem como objetivo aumentar a resistência vocal, aquecimento vocal, reduzir constrições
inadequadas, equilibrar a qualidade vocal e para melhorar deficiencias auditivas. É indicada em casos de
disfonias por tensão muscular, aumento da resistência vocal, para melhorar a coordenação
fonodeglutitória e o padrão articulatório, aquecimento voal, foco ressonantal baixo e para favorecer a
projeção vocal.
Para que a terapia seja bem feita, deve-se verificar se o paciente apresenta dificuldades para abrir a boca.
Caso o paciente fique constrangido, a técnica deve ser substituída.
A TÉCNICA DE ABERTURA DE BOCA tem como foco o aumento da dimensão vertical da abertura da
mandíbula. Tem como procedimento a emissão de sons isolados em sequências automáticas ou em leitura
de texto, com a boca o mais aberto possível. Ela reduz as constrições do trato vocal, amplia as cavidades
de ressonância e melhora a articulação. Pode ser aplicada em disfonia com travamento articulatório,
casos de baixa resistência vocal, para projeção e volume vocal, redução de atrito entre as ppvv e para uso
de voz profissional.
Importante se atentar às alterações na ATM, que podem limitar a abertura de boca, dificultando a
execução do exercício.
O MÉTODO AUDITIVO é baseado na concepção de que a produção vocal é governada auditivamente, por
isso é muito importante na vocalização humana. Pessoas com deficiências auditivas geralmente terão
alterações vocais, além de quando estamos num ambiente ruidoso e a voz apresenta descontrole. Esse
método exige uso de gravador, sistemas de amplificação, reprodução, mascaramento ou monitoramento.
A TÉCNICA DE REPETIÇÃO AUDITIVA consiste no registro de uma frase, de preferência com sons
sonoros para ressaltar aspectos da qualidade vocal e depois reproduzi-las via fones de ouvido, em modo de
loop, ou seja, em reprodução continuada, utilizando aplicativos próprios para isso.

Tem como objetivos melhorar a conscientização vocal, identificar parâmetros vocais específicos e
desenvolver o monitoramento auditivo. Pode ser aplicado em disfonias comportamentais, por modelo
vocal inadequado ou monossintomáticas, além do seu uso útil na voz profissional. O paciente pode se
sentir incomodado ao ouvir sua própria voz, mas é importante conscientizá-lo da necessidade.
A TÉCNICA DE AMPLIFICAÇÃO SONORA tem como objetivo executar treinamento vocal do paciente por
meio da amplificação da sua própria voz, que é recebida por fone de ouvido por meio de programas. Tem
como objetivo a redução da tensão fonatória, desenvolvimento do monitoramento auditivo e a melhora na
conscientização vocal. Pode ser aplicada em casos de disfonia por tensão muscular, por uso de intensidade
elevada ou por tensão muscular e para vozes profissionais.

Alguns pacientes se incomodam em ouvir sua própria voz amplificada, por isso o terapeuta deve iniciar
com amplificação reduzida, aumentando gradativamente.
A TÉCNICA DE MASCARAMENTO AUDITIVO foi iniciada com Ètienne Lombard, em 1911, com a
publicação do artigo Le signe de l'élévation de la voix e nesse artigo ele introduziu a ideia de um efeito
que, mais tarde, passou a ser conhecido como Efeito Lombard, que diz que em um ambiente ruidoso, temos
a tendência involuntária de tentar superar o ruído elevando a intensidade da voz.

O uso de mascaramento auditivo teve início na primeira guerra, quando foi empregado para tratar
soldados com afonia de conversão. Esse procedimento consiste na aplicação de um ruído em ambas as
orelhas com intuito de fazer o paciente não escutar sua própria voz. O mascaramento reduz o impacto do
controle auditivo, que pode estar alterado em algumas disfonias, o que possibilita melhor produção vocal.
A maior parte das pessoas é do tipo perceptivo-auditiva, que monitora sua própria voz pela audição.
Quando, por meio do mascaramento, o controle da voz pela audição é suprimido, a emissão vocal natural
acontece.

No livro do Deso Arthur Weiss, Introdução à terapia funcional da voz, os passos a serem seguidos devem
ser: aumento gradual da intensidade do mascaramento de modo bilateral até que se chegue a 100dB,
depois que o paciente experimenta a intensidade do ruído, perguntas simples são feitas, como: nome,
profissão, idade e como o paciente não ouve a voz do clínico, ele deve ficar atento aos movimentos labiais
do profissional. Depois disso, pode-se pedir para o paciente contar de 100 a 0 até que haja certeza de que
o paciente esteja fazendo isso automaticamente, daí o profissional pode tirar conclusões do teste.
A TÉCNICA DE MONITORAMENTO AUDITIVO RETARDADO se baseia na emissão co monitoramento
auditivo com delay de frações de segundo. Ela tem como objetivo a diminuição da tensão durante a
fonação, redução de velocidade da fala, aumentar o monitoramento proprioceptivo mudar monitoramento
de fala habitual.

Essa técnica pode ser aplicada em transtornos de fluência, para voz profissional, e diagnóstico diferencial
das disfonias psicogênica e neurológica.

Para diagnosticar os casos psicogênicos da disfonia é necessário gravar para que o paciente ouça. Em caso
de aperfeiçoamento vocal, o profissional pode indicar lugares de tensão durante a fala para serem
modificados.
A TÉCNICA DE DESLOCAMENTO DE FREQUÊNCIA vai registrar a voz do paciente sem nenhuma
modificação, do jeito que ela funciona no dia a dia utilizando sequências automáticas e logo após isso,
reproduzir aplicando o deslocamento de frequências.

Esse procedimento tem como objetivo fazer o paciente ouvir a própria voz, estudar a necessidade de
mudança de frequência na voz e melhorar a conscientização e a percepção do paciente sobre a sua
emissão.

Ele pode ser usado em casos de disfonias por edema de reinke, muda vocal ou endocrinológicas, em casos
de voz profissional e falsetes paralíticos, mutacionais ou de conversão.

Uma voz em ajuste de falsete paralítico, caracterizada como uma voz de pitch extremamente agudo pode ser encontrada em casos de
disfonias psicogênicas.
A TÉCNICA DE MARCA PASSO VOCAL OU RITMO consiste em fazer o paciente seguir um ritmo marcado
para alterar o seu ritmo de fala.

Ele pode ser aplicado nas disartrofonias, ataxias cerebelares, vozes profissionais e transtornos de
fluência.

É comum que, por causa do hábito criado pelo exercício, o paciente adquira uma voz mecanizada. Isso
pode sr mudado com a associação desse exercício ao de emissão de voz salmodiada.
A TÉCNICA DE VOZ SALMODIADA é a emissão baseada nos salmos cantados em igrejas. O paciente emite
uma sequência com emissão parecida com àquelas observadas na igreja católica.

Essa técnica tem como objetivo aumentar a resistência vocal, quebrar o padrão habitual de fala do
paciente e reduzir o ataque vocal e esforço vocal do paciente.

Pode ser aplicada em casos de nódulos vocais, aperfeiçoamento vocal pro canto e fala, disfonia por tensão
e para aquecimento.

Pode-se reduzir com o tempo a emissão da voz salmodiada para a fala normal e também pode-se trabalhar
com emissão variada para grave e agudo para trabalhar a extensão vocal.

Exercícios como de emissão nasal pode substituir esse caso o paciente não se sinta bem com esse tipo de
emissão.
A TÉCNICA DE MODULAÇÃO DE FREQUÊNCIA E INTENSIDADE tem como base a realização de exercícios
com frases específicas com intuito de treinar a modulação vocal, leitura de versos com entonação e
conversação epontânea com fono na intenção do discurso (apelativo, forte, etc),

Tem como objetivo a suavidade na emissão, redução da voz monótona, aumento de resistência vocal, e
aumento de dinâmica vocal.

Pode ser usada na paralisia de ppvv, em casos e fadifa vocal, paralisia unilateral de ppvv, para vozes
profissionais e aperfeiçoamento vocal.

A técnica de bocejo suspiro pode ser usada com esse tipo de modulação e escalas ascendentes e
descendentes podem ser aplicadas a essa técnica.
A TÉCNICA DE LEITURA SOMENTE DE VOGAIS consiste na eliminação das consoantes das palavras
apresentadas e fazer leitura somente de vogais. Músicas também podem ser cantadas usando essa técnica,
além da união com a técnica de voz salmodiada.

Os objetivos consistem na estabilização de qualidade vocal, melhora de articulação, controle de fonte


glótica, redução das constrições de trato vocal, e conscientização vocal.

Pode ser usado nos casos de articulação travada, na falta de projeção e volume na voz e na voz
profissional.
A TÉCNICA DE SOBREARTICULAÇÃO consiste na emissão com aumento de articulação e aumento da
abertura de boca. Espelhos podem ser usados, além do uso de calor nos masseteres para relaxamento, e
usar indicador de travamento articulatório entre os dentes.

É importante que o profissional use a movimentação horizontal de lábios também, não só a vertical. O
profisisonal deve se atentar à musculatura do pescoço e da testa.

Essa técnica tem como objetivo a maior projeção vocal, a diminuição de velocidade na fala, aumento de
precisão articulatória e resistência vocal e reduzir a hipertonicidade laríngea.

Pode ser usada no aperfeiçoamento de voz profissional, hipernasalidade, disfonia por fissura
labiopalatina, velocidade de fala excessiva, disfonias neurológicas e reorganização muscular
fonoarticulatória.
A TÉCNICA DE FALA MASTIGADA une a técnica mastigatória e associa a leitura de texto ou de sequências
automáticas. Pode ser utilizada em situações de tensão tanto paradores quanto para professores ou algum
profissional da voz falada.

No começo o paciente pode se utilizar da mastigação exagerada depois os movimentos vão sendo
reduzidos e com o prosseguimento do exercício o movimento é retirado deixando apenas no psicológico do
paciente, fazendo com que a emissão seja natural.

Esse exercício tem como objetivo a melhora do equilíbrio de ressonância aumentar a dinâmica
fonoarticulatória e a redução da hipertonicidade.

Pode ser utilizado em profissionais da voz falada e cantada, em alguma situação em que a voz tem que ser
utilizada com mais pressão, para aumento de resistência vocal, para disfonia pode deficiência auditiva ou
por fissura labiopalatina.

Alguns pacientes que tenham disfunção da ATM podem sentir dor durante a realização desse exercício
então nesse caso ele não deve ser realizado. Como forma de relaxar os músculos masseteres pode-se
utilizar calor na face
A TÉCNICA DE SONS NASAIS consiste na emissão dos sons do M, N e NH contínuos, sustentados e
modulados. É importante ressaltar que esse exercício é feito, apesar de ser com emissão de som, com a
boca fechada.

Tem como objetivo aumentar o tempo máximo de fonação, auxiliar monitoramento da voz, dissipar a
energia sonora no trato vocal para melhorar a projeção, suavizar emissão vocal e reduzir o foco da
ressonância laringofaríngea para aumentar a ressonância nasal.

Pode ser utilizada em casos de nódulo vocal e de laringe com fenda triangular médio posterior.
A TÉCNICA DE SONS NASAIS consiste na emissão dos sons do M, N e NH contínuos, sustentados e
modulados. É importante ressaltar que esse exercício é feito, apesar de ser com emissão de som, com a
boca fechada.

Tem como objetivo aumentar o tempo máximo de fonação, auxiliar monitoramento da voz, dissipar a
energia sonora no trato vocal para melhorar a projeção, suavizar emissão vocal e reduzir o foco da
ressonância laringofaríngea para aumentar a ressonância nasal.

Pode ser utilizada em casos de nódulo vocal e de laringe com fenda triangular médio posterior.

Pode acontecer coceira ou sensação de vibração, no nariz, no rosto e nos lábios mas isso não é um sinal
ruim.

Mas, caso paciente sinta, ardor, incômodo, coceira ou abertura da tuba faringotimpânica, o profissional
tem que verificar se o exercício está sendo realizado corretamente e/ou adicionar, antes desse exercício, a
técnica do bocejo.
A TÉCNICA DE SONS FRICATIVOS consiste na emissão de sons fricativos f, s ou x ou passando de s para z.

Tem como objetivo suavizar o ataque vocal, controlar sonorização glótica aumentar o tempo máximo de
fonação, melhorar a coordenação pneumofonoarticulatória, trabalhar o apoio respiratório e o controle de
intensidade sem precisar de fonte glótica.

Pode ser utilizado nos pós-operatórios de lesões laríngeas, em algum padrão de aumento de tensão na
fala, em caso de ataques vocais bruscos, de incoordenação pneumofônica ou para aumentar o tempo
máximo fonatório.

É interessante fazer variação de modulação durante a emissão desses sons e também fazer a passagem de
sonoridade de um som para o outro.
A TÉCNICA DE EMISSÃO DE SONS VIBRANTES consiste na emissão de som vibrante continuado de língua
ou com a língua para fora relaxada e apoiada sobre o lábio inferior.

Tem como objetivo aumentar a mobilidade da mucosa, reduzir o esforço fonatório, aquecimento vocal ou
equilíbrio da coordenação pneumofonoarticulatória.

Pode ser aplicado em casos de suco vocal, edema de reinke, nódulos, laringites, gripes, resfriados e
cicatrizes na mucosa

Pode-se fazer emissões sustentadas com variação de modulação e também pode-se realizar a emissão de
vibração de língua com movimento de lábio executando o bico e sorriso para mudar a resistência do trato
vocal e soltar os músculos da face.
A TÉCNICA DE EMISSÃO DE SONS VIBRANTES consiste na emissão de som vibrante continuado de língua
ou com a língua para fora relaxada e apoiada sobre o lábio inferior.

Tem como objetivo aumentar a mobilidade da mucosa, reduzir o esforço fonatório, aquecimento vocal ou
equilíbrio da coordenação pneumofonoarticulatória.

Pode ser aplicado em casos de suco vocal, edema de reinke, nódulos, laringites, gripes, resfriados e
cicatrizes na mucosa

Pode-se fazer emissões sustentadas com variação de modulação e também pode-se realizar a emissão de
vibração de língua com movimento de lábio executando o bico e sorriso para mudar a resistência do trato
vocal e soltar os músculos da face.
A TÉCNICA DE SONS PLOSIVOS consiste na emissão repetida de sons plosivos p, t ou k.

Tem como objetivo favorecer a coaptação das pregas vocais, clareza e estabilidade da emissão, vibrar
mucosa (com plosivos sonoros) e reforçar a ressonância oral.

Pode ser aplicada em casos de disfonias hipocinéticas, paralisia unilateral de prega vocal, pós de
laringectomia parcial, em doença de Parkinson e em voz profissional para aumentar a precisão
articulatória.

Deve-se evitar a realização desse exercício inflando a bochecha.


PG. 481

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