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07/03/2016

TRATAMENTO DAS DISFONIAS RECORDANDO


TIPOS DE DISFONIAS:
- Disfonia Funcional: Psicogênicas, AEMs,
Fendas, Constrição Mediana do Vestíbulo
Laríngeo

- Disfonia Organofuncional: Nódulos,


Pólipos, Edema de Reinke, Granuloma

- Disfonia Orgânica: RGE, Congênitas,


Disciplina:Terapia dos transtornos da voz e da
Endócrinas, Psiquiátricas, Neurológicas, CPP,
fluência II
Paralisias
Profª Tatiane da Silva Vieira

NOTAS HISTÓRICAS LINHAS FILOSÓFICAS NO


 Século XVI - primeiros livros técnicos: Manuais TRABALHO VOCAL
de Canto
 1870 - Primeiros Textos técnicos científicos  Terapia vocal sintomatológica
 1930 - Programa de terapia vocal de modo  Terapia vocal psicológica
sistematizado
 Terapia vocal etiológica
 1940 - Froeschels descreve método
mastigatório e técnica de empuxo  Terapia vocal fisiológica
 1995 - Behlau e Pontes fizeram uma revisão  Terapia vocal eclética
histórica sobre reabilitação vocal
 Pra nós, o autor mais lido Pedro Bloch – visão
humanística e dialética – terapia centrada na
pessoa, personalidade e maneira de relacionar-
se com o mundo.

SINTOMATOLÓGICA PSICOLÓGICA
 Foco: Modificação direta dos sintomas  Foco: Identificação e modificação dos distúrbios
emocionais e psicossociais associados ao início e à
 Premissa: A maior parte das disfonias tem manutenção do problema
como causa abuso ou mau uso funcional da
frequência, intensidade e respiração.  Premissa: Há sempre causas emocionais subjacentes
 Vantagens: Modificação direta dos sintomas  Vantagens: Terapia vocal processo de
pode oferecer resultados vocais imediatos até autoconhecimento; compreensão da “história
mesmo surpreendentes. emocional”
 Críticas: Causa pode continuar operante;  Críticas: Compreensão da dinâmica emocional não
recidiva; falta de colaboração do paciente assegura nova produção; ansiedade
 Indicação: Excelente em casos de alterações  Indicação: Efetivo nos casos em que a voz é usada
isoladas de parâmetros vocais para extravasar o conteúdo emocional ou quando a
disfonia é secundária (ex disfonia psicogênica)

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ETIOLÓGICA FISIOLÓGICA
 Foco: Eliminação da causa do distúrbio  Foco: Modificação da atividade fisiológica inadequada
 Premissa: É essencial a identificação e  Premissa: Dados de função fonatória e laríngea são
modificação ou eliminação das causas da disfonia essenciais para modificar relações musculares e
ou fatores correlatos respiratórias
 Vantagens: Elimina causa da disfonia e chances  Vantagens: Dados fonatórios e fisiológicos podem
de recidiva praticamente inexistentes; conforto contribuir na solução rápida da disfonia;
Monitoramento visual da dinâmica laríngea e acústica
do paciente pela eliminação do gênese vocal
 Críticas: Nem sempre elimina-se ou identifica-  Críticas: Fisiopatologia pode ser não modificável;
se a causa da disfonia; relação causa-efeito não é Causas emocionais podem ser restritivas; pode ser
direta e única hiperfocado em aspectos fisiológicos; só pode ser feita
 Indicação: Quando a causa pode ser controlada quando
(RGE e abuso vocal)  Indicação: Inadaptação vocal; AEM; disfonia
neurológica

ECLÉTICA ABORDAGENS TERAPÊUTICAS


 Foco: Produção de melhor voz e comunicação mais
MODERNAS
efetiva  Terapia de Voz Confidencial
Premissa: Teses de sistemas diversos oferecem um
 Terapia de Ressonância

tratamento mais abrangente
 Vantagens: Maior número de recursos de atuação,  Terapia de Fonação Fluida
mais segurança; maior chance de reabilitação
 Método de Acentuação
completa; melhor compreensão da disfonia;
 Críticas: Exige conhecimento profundo e amplo de  Técnicas Facilitadoras
diversas áreas relacionadas à voz; terapeutas menos  Exercícios de Função Vocal
experientes podem sentir-se perdidos; paciente pode
sentir-se bombardeado de procedimentos  Método Lee Silverman
 Indicação: Melhor orientação nos casos complexos  Massagem Manual Laríngea
de disfonia organofuncional multifatorial (nódulos
vocais e granulomas laríngeos)

VOZ CONFIDENCIAL VOZ CONFIDENCIAL


 Para pacientes com lesões laríngeas benignas  Deve ser utilizada em toda a fala
(mau uso vocal)  Duração: 4 semanas
 Edema como modificação de base (nódulos,  Tempo de terapia em média 4 sessões
pólipos e edemas em geral)  Toda fala forte é eliminada brusca e
 Descrito pela primeira vez por Colton e temporariamente
Casper (1990)
 Após 4 semanas o paciente realiza novo
 Abordagem: Pcte deve falar sem esforço, em
exame ORL
intensidade fraca, produzindo voz soprosa
 Após isso, realiza-se reabilitação tradicional
 Necessário não ter redução de movimento
de articulação dos sons e nem abaixamento  Observa-se redução de 60% da lesão após 1
da frequência vocal mês da aplicação da abordagem

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RESSONÂNCIA RESSONÂNCIA
 Abordagem holística  Novas habilidades vocais intensificadas pela
 Aplicada para hipo e hiperfunção vocal atenção à informação sensorial
 Nomes: Método Lessac ou Lessac-Madsen  Método recomendado como prevenção de
disfonias, vocal, disfonia funcional, dificuldade de
 Resulta do conhecimento da voz no teatro
adução das PPVV.
aliado a ciências físicas e cognitivas.
 Nódulos associados à fendas glóticas e paralisias
 Premissa: Configuração laríngea específica
 Arthur Lessac – técnica de vibração nos ossos da
identificada e ajustada voluntariamente visando a
voz mais forte com menor esforço pulmonar = face (i associado a sons nasais)
menor impacto entre PPVV.  Proposta inicial do teatro adaptada à clínica
 Resultado: Voz com funcionamento adequado e fonoaudiológica – humming
qualidade esteticamente agradável  Abordagem útil e oferece ajuste laríngeo saudável

FONAÇÃO FLUIDA FONAÇÃO FLUIDA


 Idealizada por Sundberg e Gauffin (1989)
 Obtenção de boa voz de modo geral  Produção: maior amplitude possível de
vibração das PPVV, com fechamento completo
 Sem especificação do tipo de patologia que
das PPVV em cada ciclo e laringe
pode ser empregada a técnica
permanecendo baixa
 National Center of Voice and Speech sugere
 Proposta excelente mediante uso contínuo e
mesma indicação da terapia de ressonância
por longo período de tempo
 Voz Fluida: estágio de concentração glótica
 QV saudável e aumenta resistência vocal
intermediária entre voz neutra e pastosa
 Ponto de vista auditivo: voz agradável, solta,
relaxada

ACENTUAÇÃO ACENTUAÇÃO
 Smith e Thyme (1976) – Accent Method  Exercícios ritmicos promove alternância de
 Proposta para ampla variedade de problemas sensação de tensão e relaxamento
vocais
(fechamento rápido e completo das PPVV)
 Pode ser empregado em problemas de
 Resultado: Melhora produção de harmonicos
fluência e linguagem
na voz
 Treinamento ritmico durante a fala
 Treinamento de uma produção vocal fácil,  Treinamento: Inicia-se com som fácil, depois
com movimentos respiratórios que alternam introdução de palavras, frases e por último
entre contração e relaxamento da conversação à medida que se diminui
musculatura abdominal em que a laringe e as movimentos associados
ppvv estejam totalmente relaxadas
 Respiração diafragmatica-abdominal

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FACILITADORAS FACILITADORAS
 Usada em pacientes com hiperfunção vocal - Eliminação de ataque vocal brusco
 Quase todos os casos de disfonia - Estabelecimento de uma nova frequência
- Orientação vocal
 Não consiste num método ou programa - Monitoramento auditivo
 25 técnicas facilitadoras descritas - Som basal
- Mudança de postura de língua - Deglutição incompleta sonorizada
- Mudança de intensidade - Mudança de postura de cabeça
- Análise hierárquica
- Voz salmodiada - Fonação inspiratória
- Orientação vocal - Mascaramento auditivo
- Manipulação digital - Sobrearticulação
- Treinamento auditivo - Variação de frequência
- Relaxamento
- Eliminação de abusos vocais - Treinamento respiratório
- Colocação de voz na máscara - Deslocamento lingual
- Técnicas de empuxo - Técnica de bocejo - suspiro

FACILITADORAS FUNÇÃO VOCAL


 Lista excluiu muitas técnicas  Indicada para qualquer tipo de problema de voz
 Sons facilitadores por reflexos vegetativos em que há de hiperfunção vocal
(tosse, riso)  Exercícios de sustentação máxima de vogais em
5 diferentes notas
 Técnicas tiveram aplicação analisada
 Execução de glissandos ascendentes e
cientificamente ex: bocejo-suspiro descendentes
 Bocejo: abaixa a laringe e aumenta espaço  Resultado: força e resistência das PPVV,
entre as pregas vocais (reduz hiperfunção coordenação entre ms laríngeo e respiratórios
vocal) (IPFA)
 Os glissandos ascendente e descendente alteram
a contração entre CT e TA aumentando massa e
força muscular, por vezes a resistência do ms.

FUNÇÃO VOCAL LEE SILVERMAN – LSVT


 Lee SilvermanVoice Tratament
 Essa terapia funciona como qualquer técnica  Método mundialmente divulgado pela Fono Lorraine
Ramig
de condicionamento físico, com resposta
 Criado e descrito em detalhes por RAMIG, LEMKE e
muscular  realizada várias vezes ao dia, HORII (1994)
séries de repetições  Usado para pacientes com Parkinson, que apresentam:
 Método fácil, simples e fisiologicamente - disturbio articulatório
fundamentado - produção de voz com intensidade fraca
- emissão monótona
 Cantores = MIX uso de CT e TA
- voz instável
- redução de inteligibilidade de fala
- soprosidade, rouquidão, tremor vocal e
imprecisão articulatória

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LEE SILVERMAN – LSVT LEE SILVERMAN – LSVT


 Terapia intensida (4 sessões semanais por 4
 Método centrado no controle da valvula semanas)
fonatória  Exercícios tem objetivos de:
 Objetivos principais: aumentar a - Aumentar TMF associado à estabilidade da
intensidade, reduzir soprosidade, QV
melhorar atividade do ms CT, melhor - Fonação com variação de frequência
QV com estabilidade das PPVV - Expansão de extensão vocal
 Apenas Fono certificado pode aplicar o - Aumentar esforço fonatório em freses
método selecionadas e na conversação
 Método com bases fisiológicas bem definidas,
 Os pacientes são orientados com o lema: pode ser empregada em disfonias hipocinéticas
PENSE FORTE! FALE FORTE! (paralisia unilaterais, presbifonia)

MASSAGEM MANUAL MASSAGEM MANUAL


LARÍNGEA LARÍNGEA
 Pode ser usada com qualquer problema de  Efeito imediato
voz que envolva tensão na região laríngea
 Usado principalmente para abaixamento de
 Músculo muito tenso estará encurtado ou
laringe (Muda vocal incompleta)
muito contraído
 Há estudos comprovando eficácia apenas
 Junto à manipulação pode-se pedir ao
paciente emissão de vogal curta, bocejos e ir com a massagem manual laríngea
observando a QV
 O paciente não deve sentir dor
 Irá acontecer uma crepitação
 Patologias laríngeas resulta em dificuldade de
movimentação laríngea

ABORDAGEM GLOBAL DAS


ORIENTAÇÃO VOCAL
DISFONIAS
 Inclui esclarecimento sobre:
 Orientação Vocal
- fonação e saúde vocal
 Psicodinâmica Vocal
- explicação correta e simples do
 Treinamento Vocal
mecanismo de produção vocal
- normas básicas sobre saúde vocal
- uso correto da voz
 Paciente necessita ser conscientizado sobre
tudo
 Deve-se desmistificar a produção vocal,
explicando em termos simples

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ORIENTAÇÃO VOCAL TREINAMENTO VOCAL


 Saúde vocal deve abranger: maus hábitos,  Realização de exercícios selecionados para
bons hábitos, por ex: fixar ajustes corretos de fonação
- fumo, álcool, poluição, drogas, - Modifica a produção de voz
-alergias, medicamentos, pigarro, tosse, - Melhora estratégias musculares
-grito, sussurro,  São utilizadas várias técnicas universais e
-ar condicionado, algumas outras que favorecem mudança
laríngea específica
-alimentação inadequada,
 Inicia com uma prova terapêutica que é
-vestuário incorreto, esportes,
utilizada durante o tratamento
-alterações hormonais,
 Prova terapêutica é todo teste realizado
-repouso vocal e corporal, para observar a alteração na voz
-hidratação laríngea

TREINAMENTO VOCAL CATEGORIA DE ABORDAGEM


 Prova terapêutica:
DE TERAPIA VOCAL
- Exercícios, abordagens ou modificações
 Métodos corporal
- Gravações de audio, vídeo
 Método de órgãos fonoarticulatórios
 Seleciona-se o exercício e aplica por 1 minuto
 Método auditivo
 Resultado pode ser positivo, negativo ou neutro
 Positivo: redução da disfonia ou facilidade de
 Método de fala
emissão, mesmo com piora da QV (disfonia  Método de sons facilitadores
funcional)  Método de competência fonatória
 Neutro: Não há nenhum tipo de modificação  Método de ativação vocal
 Negativa: Piora na QV, sem mudança no tipo da
fala (Disfonia orgânica)

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