Você está na página 1de 18

IGHOR FITZNER

NUTRIÇÃO
RAIZ

Baseado em evidência científica

Sem Sem Sem


achismo terrorismo enrolação
NUTRIÇÃO RAIZ IGHOR FITZNER

Uma leitura voltada tanto para profissionais como para


estudantes e amantes de nutrição. Uma mistura de informações
atualizadas usando sempre a evidência científica como base.
PARTE 1

Sem tempo,
irmão

1
NUTRIÇÃO RAIZ SEM TEMPO, IRMÃO

O PÓS-TREINO E
A JANELA ANABÓLICA
Ao ter que abordar esse tema, é era uma realidade apenas para mim,
inevitável lembrar de meus 15 anos de mas também para muitos
idade. Me recordo que, naquela época, frequentadores de academia. Mal
ao terminar o treino me dirigia ao sabíamos que não era necessário ter
vestiário, e com toda minha tanta pressa, tampouco necessário
inexperiência, chacoalhava às pressas comprar um suplemento de proteína.
minha coqueteleira com água e whey, A justificativa de todo esse auê, é a
sem ao menos esperar chegar em casa, famosa janela anabólica ou janela da
preocupado de que se demorasse muito oportunidade anabólica, que se trata
meus músculos entrariam em estado de de um tempo limitado após o
catabolismo e aquele treino que acabara treinamento para otimizar as
de fazer não teria valido de nada. Pode adaptações musculares relacionadas
soar um tanto dramático, mas isso não ao treinamento. Teoricamente, consu-

2
NUTRIÇÃO RAIZ SEM TEMPO, IRMÃO

mir a proporção adequada de nutrientes cícios e séries para o mesmo grupo


durante esse período não apenas inicia a muscular, esgotariam a maioria dos
reconstrução do tecido danificado e a estoques locais de glicogênio. Bom, a
restauração das reservas de energia, mas compreensão da importância que o
o faz de uma forma supercompensada glicogênio tem para a prática de
que melhora a composição corporal e o atividade física, nos leva a segunda
desempenho do exercício. Será que ela questão. Como a janela anabólica
existe mesmo? Caso exista, quanto ajudaria aqui ?
tempo dura essa janela de oportunidade Alguns estudos mostram uma
? supercompensação dos estoques de
glicogênio quando o carboidrato é
GLICOGÊNIO consumido imediatamente após o
exercício, e atrasar o consumo em
apenas 2 horas atenuaria a taxa de re-
Os pontos principais na defesa da síntese de glicogênio muscular em até
existência de uma janela da 50%. Isso se deve por dois principais
oportunidade são: glicogênio, insulina, fatores. Durante a depleção de
hipertrofia e síntese de proteínas glicogênio induzida pelo treino, há um
musculares (MPS). Vamos entender o aumento da translocação de GLUT4,
porquê. que é responsável por transportar a
O glicogênio é o estoque de carboidrato glicose para dentro da célula. Além
em animais e é composto de muitas disso, há um aumento induzido pelo
moléculas de glicose combinadas exercício na atividade da glicogênio
(polissacarídeo) que formam, em menor sintase, a principal enzima envolvida
quantidade, glicogênio no fígado na promoção do armazenamento de
(glicogênio hepático) e, em maior glicogênio. Ou seja, com a
quantidade, no músculo (glicogênio combinação desses dois fatores, a
muscular). O glicogênio é considerado ingestão de carboidratos aceleraria o
essencial para o desempenho ideal do processo de reabaster o glicogênio
treinamento resistido, já que até 80% da previamente depletado. Diante dessa
produção de ATP durante esse informação, devemos questionar se
treinamento é derivado da glicólise. existe a necessidade de preencher esse
Como MacDougall et al. demonstrou, glicogênio rapidamente. Em geral,
um único set de flexão do cotovelo a parece que não mas em alguns casos,
80% de 1 repetição máxima (RM), sim. No trabalho de Parkin et al., não
realizado até a falha muscular, causou foram observadas diferenças
uma redução de 12% na concentração significativas nos níveis de glicogênio
de glicogênio muscular, enquanto três em 8 horas e 24 horas após o exercício
séries nessa intensidade resultaram em entre o grupo que ingeriu 5 refeições
uma diminuição de 24%. Portanto, de carboidrato de alto índice glicêmico
exercícios típicos de alto volume no estilo imediatamente após o exercício e o
de musculação, envolvendo vários exer- grupo que esperou 2 horas para iniciar

3
NUTRIÇÃO RAIZ SEM TEMPO, IRMÃO

as refeições. A evidência parece não uma maior redução da proteólise, uma


apoiar a necessidade de ter pressa em vez que a combinação dos dois
preencher os estoques de glicogênio, já nutrientes tem se mostrado melhor
que mesmo no caso de esgotamento para elevar os níveis de insulina do
completo do glicogênio, a reposição aos que o carboidrato sozinho. Inclusive,
níveis de pré-treinamento ocorre bem em alguns casos a fonte de proteína
dentro do prazo de 24 horas, pode elevar mais a insulina do que
independente se a ingestão da refeição uma fonte de carboidrato, assim como
pós-exercício demorar. Por outro lado, mostra o estudo de Salehi et al. onde a
essa urgência parece ter uma elevação da insulina foi maior com a
importância maior para indivíduos que ingestão de whey protein do que com
realizam treinamentos de resistência pão branco.
onde a duração entre uma sessão e No entanto, pesquisas têm mostrado
outra é curta, como no mesmo dia (ex.: que, a quantidade de insulina
manhã e noite). necessária (dentro de uma faixa de 15-
30 mU/L) para suprimir a quebra de
proteína (proteólise) é facilmente
INSULINA atingida por meio de proteína apenas
ou com refeições mistas. Por exemplo,
Outro suposto benefício, seria a Capaldo et al. examinaram vários
atenuação da quebra de proteína efeitos metabólicos durante um
muscular, e isso seria alcançado, período de 5 horas após ingerir uma
principalmente, pelo aumento dos níveis refeição sólida composta por 75 g de
de insulina. A insulina possui carboidratos 37 g de proteína e 17 g
característica anti-catabólica e os de gordura. Esta refeição foi capaz de
mecanismos pelos quais a insulina reduz aumentar a insulina 3 vezes acima dos
a proteólise ainda não são bem níveis de jejum dentro de 30 minutos
compreendidos. Uma teoria é de que a de consumo. Na marca de 1 hora, a
fosforilação de PI3K/Akt mediada pela insulina era 5 vezes maior do que o
insulina inibe a atividade da família jejum. Na marca de 5 horas, a insulina
proteolítica forkhead (FOXO), resultando ainda era o dobro dos níveis de jejum.
em uma menor atividade da via Em outro exemplo, Power et al.
responsável pela degradação proteica mostrou que uma dose de 45g de
(figura 1.1) whey isolado leva aproximadamente
Sabendo que a hipertrofia representa a 50 minutos para fazer com que os
diferença entre a síntese proteica e a níveis de aminoácidos sanguíneos
proteólise, uma diminuição na quebra da aumentem. As concentrações de
proteína aumentaria o acúmulo de insulina atingiram o pico 40 minutos
proteínas e, assim, facilitaria maior após a ingestão, e permaneceram em
hipertrofia. Dessa forma, é razoável elevações suficientes para maximizar a
concluir que consumir proteína e síntese da proteína muscular (15-30
carboidrato após o exercício promoveria mU/L) por aproximadamente 2 horas.

4
NUTRIÇÃO RAIZ SEM TEMPO, IRMÃO

HIPERTROFIA

No ano de 2013 foi publicado uma maior quantidade de proteína no dia.


importante meta-análise de Schoenfield Esses resultados parecem refutar a
et al. que analisou 20 estudos que crença comumente mantida de que o
tiveram como proposta investigar os timing da ingestão de proteínas no
efeitos do timing proteico (ou seja, período imediato pré e pós-treino é
horário que a proteína é consumida) na fundamental para adaptações
força e na hipertrofia associado ao musculares.
treinamento de resistência a longo
prazo. Após uma simples análise, foi
visto um pequeno a moderado efeito do MPS
timing proteico nos ganhos de massa
magra. No entanto, a estratificação dos Talvez o maior benefício do nutrient
resultados, por meio de uma sub-análise timing seria a potencialização do
revelou que a razão das diferenças de aumento da síntese proteica muscular
hipertrofia observadas nos estudos era (MPS). O treinamento de resistência,
por uma discrepância na ingestão diária por si só, tem demonstrado promover
total de proteínas. Logo, muitos dos um aumento na síntese proteica após
estudos que verificam efeito positivo do o exercício, que é contrabalançado
nutrient timing simplesmente ofereceram pela taxa acelerada de proteólise. Em

Figura 1.1 Vias de sinalização para a síntese/degradação proteica.

5
NUTRIÇÃO RAIZ SEM TEMPO, IRMÃO

1997 foi publicado um trabalho em que o indivíduo treina em jejum, ou não se


Phillips et al. concluíram que o exercício alimentou entre 2 a 3 horas antes do
resistido resultou em um aumento na treino, o tempo de ingestão proteica
pós treino terá mais importância,
síntese proteica muscular até 48 horas
assim, seria interessante consumir essa
após o exercício, assim como também foi proteína dentro de 1-2 horas após o
visto em um trabalho mais recente treino. No ano de 2017 a sociedade
(2014), onde a estimulação da MPS pelo internacional de nutrição esportiva se
exercício de resistência dura pelo menos posicionou em relação ao nutrient
24 horas. Em acordo com esses achados, timing : A ingestão pós-treino
(imediatamente ou até 2 h após) de
em 2017 um estudo de Schoenfeld
fontes proteicas de alta qualidade
concluiu que o intervalo para a ingestão
estimula significativamente a MPS.
de proteínas pode ser de várias horas Ainda, concluíram que a
depois de um treino, dependendo de recomendação para um atleta é que
quando a refeição pré-treino foi se alimente o mais rápido possível
consumida. O estudo em questão após um treino, já que não comer ou
separou os participantes em 2 grupos: esperar, não oferece nenhum benefício
em relação à hipertrofia muscular, nem
grupo pré-treino e grupo pós-treino. O
à recuperação do exercício de
grupo pré-treino suplementou 25g de resistência e/ou força. Acredito que
proteína e 1g de carboidrato devemos parar de olhar para a janela
imediatamente antes do treino e foram anabólica de maneira literal, como se
instruídos a abster-se de comer por pelo naquele momento, imediatamente
menos 3h após o treino. Os participantes após o treino, a janela abrisse e após 1
do grupo pós-treino foram instruídos a a 2 horas, essa janela fechasse,
impedindo qualquer ganho ou até
abster-se de comer por pelo menos 3h
mesmo, favorecendo ao catabolismo
antes dos exercícios e consumir uma muscular. No lugar, enxergar como
refeição imediatamente depois do treino. uma janela que se mantem aberta por
O resultado deste estudo foi que o horas e que sua importância
tempo de consumo de proteínas não dependerá de como e quando foi a
teve efeito significativo sobre as medidas alimentação pré-treino, como está a
alimentação como um todo durante o
estudadas no período de 10 semanas.
dia e se é atleta ou apenas um
Uma Revisão de Alan Aragon e
indivíduo que busca ganho de massa
Schoenfeld postulou que a janela da muscular. Como o principal objetivo do
oportunidade anabólica pode ser de 4 a treinamento é maximizar o
6 horas em torno de uma sessão de crescimento muscular, parece sensato
treinamento, dependendo do tamanho e consumir uma proteína de alta
composição da refeição. Dessa forma, se qualidade (em uma dose de aproxima-

6
NUTRIÇÃO RAIZ SEM TEMPO, IRMÃO

damente 0,4-0,5 g/kg de massa magra) dentro de cerca de 4 a 6 horas um do outro,


tanto pré-exercício quanto pós-exercício dependendo do tamanho da refeição.

Referências:

1. The effect of protein timing on muscle strength and hypertrophy: A meta-analysis


2. Nutrient timing revisited: is there a post exercise anabolic window?
3. Is There a Postworkout Anabolic Window of Opportunity for Nutrient
Consumption? Clearing up Controversies
4. The insulinogenic effect of whey protein is partially mediated by a direct effect of
amino acids and GIP on Bcells
5. Pre versus post exercise protein intake has similar effects on muscular adaptations
6. Muscle protein synthesis in response to nutrition and exercise
7. Mixed muscle protein synthesis and breakdown after resistance exercise in
humans
8. International society of sports nutrition position stand nutrient timing
9. A brief review of critical processes in exercise induced muscular hypertrophy

7
PARTE 2

Não se trata
apenas de
calorias

8
NUTRIÇÃO RAIZ NÃO SE TRATA APENAS DE CALORIAS

OS ADITIVOS ALIMENTARES E

A MICROBIOTA
Para aqueles não familiarizados com o quadro de inflamação. Dentre essas
termo microbiota intestinal, farei uma estruturas, a mucosa intestinal é a
breve introdução. A microbiota intestinal, primeira barreira (química) com a qual o
conhecida por uns como Flora intestinal, patógeno entrará em contato, sendo de
é uma comunidade bacteriana complexa extrema importância para a homeostase
que, em condições saudáveis, mantém intestinal e consequentemente, para a
uma relação comensal com nosso corpo. imunidade inata. A mucosa possui a
Nosso intestino possui estruturas de função de degradar os flagelos das
defesa, que funcionam como barreiras bactérias gram negativas, incapacitando,
(químicas e físicas) que tem como função dessa forma, a bactéria de se locomover
impedir que patógenos alcancem e e assim não chegar até aos enterócitos
penetrem nos capilares sanguíneos e (células epiteliais). Por outro lado,
vasos linfáticos, e assim, provoquem um quando essa mucosa não consegue

9
NUTRIÇÃO RAIZ NÃO SE TRATA APENAS DE CALORIAS

(todos os aditivos
que apresentam
esse efeito. Os alvos
dos estudos
disponíveis são:
carboximetilcelulose
(CMC) e
polissorbato-80
(P80). Esses aditivos
são encontrados em
pães de forma,
ketchup, chocolate,
sorvete, linguiça e
até nos produtos
glúten-free, visto
Figura 2.1 Efeito do uso de CMC e P80 na mucosa intestinal (verde). que o CMC é muitas
vezes usado para
fazer seu papel de barreira como substituir o glúten. No estudo de
deveria, nossa imunidade fica Chassaing et. al, os camundongos
comprometida e ficamos mais receberam os emulsificantes
susceptíveis a inflamação. Sabemos que carboximetilcelulose (1.0%) ou
muitos fatores influenciam em nossa polissorbato-80 (1.0%) via água
microbiota intestinal, como: estresse, potável por 12 semanas. Na figura 2.1
período de gravidez, tipo de parto, podemos ver que a camada da
idade, uso de antibióticos, exercício mucosa (representada pela cor verde)
físico, genética, e claro, a nutrição. diminuiu expressivamente com o uso
Quando o assunto envolve alimentação dos dois emulsificantes,
e microbiota, há muito o que ser principalmente com a administração
discutido. É mais comum que falemos do P80. Ainda na mesma imagem,
das fibras, no entanto, na alimentação podemos ver que as bactérias
moderna existem outras preocupações (vermelho) se aproximaram de
menos abordadas, a exemplo, os aditivos maneira significativa da camada
alimentares. Os aditivos alimentares, epitelial, fato preocupante, pois esse
como emulsificantes e espessantes são encurtamento da distância entre um e
muito comuns na alimentação de grande outro, favorecerá a uma maior
parte da população, já que estão permeabilidade intestinal e uma
presentes nos alimentos industrializados. microbiota pró-inflamatória. O estudo
Estudos recentes têm mostrado um também traz um dado interessante,
impacto negativo desses aditivos na que diz respeito a um ganho de peso
microbiota intestinal, onde parece superior nos camundongos do grupo
ocorrer um desgaste da mucosa. CMC e P80 (ver figura 2.2). Como
Importante mencionar que não são todos estudos em ratos precisamos

10
NUTRIÇÃO RAIZ NÃO SE TRATA APENAS DE CALORIAS

Figura 2.2 Efeito do uso de CMC e P80 no peso corporal.

considerar as diferenças fisiológicas, nem estamos expostos a esses


diferenças na alimentação, e de aditivos por apenas 12 semanas, e sim
dosagens. Presumindo que 25g e 6ml por uma vida inteira. No fim, creio
sejam equivalentes ao peso corporal e que sempre chegamos ao mesmo
consumo típico de água no dia de um ponto. Como bem diz o estudo de
camundongo, 1% de CMC em água, Makki et. al, a dieta prudente e com
resultaria em uma exposição de maior benefício é uma alimentação
2.400mg/kg/dia, muito acima da que fornecerá um bom aporte de
exposição vista em humanos. Em outra fitoquímicos, fibras, probióticos e
perspectiva, esse nível de exposição gorduras boas. Ao contrário de uma
igualaria a um consumo diário de alimentação ocidental, rica em
aproximadamente 144g de CMC por 12 gorduras, açúcar e pobre em fibras.
semanas para uma pessoa pesando Com isso, podemos concluir que, o
60kg. Isso não sou eu dizendo que você excesso calórico ainda é o fator
não deva se preocupar com os aditivos predominante responsável pela
alimentares, tampouco lhe dando epidemia da síndrome metabólica,
motivos para se desesperar e cortar todo mas que, a hiperfagia pode ser
alimento industrializado da sua vida. influenciada, em partes, por aditivos
Precisamos trazer os dados apresentados alimentares e outros fatores que
pelos estudos e contextualizar em nossa podem alterar a microbiota intestinal
vida. Nem somos camundongos, e promover inflamação.

11
NUTRIÇÃO RAIZ NÃO SE TRATA APENAS DE CALORIAS

Referências:

1. The mucus and mucins of the goblet cells and enterocytes provide the first
defense line of the gastrointestinal tract and impact with the immune system
2. The impact of dietary fiber on gut microbiota in host health and disease
3. Role of the gut microbiota in nutrition and health
4. Keeping gut lining at bay impact of emulsifiers
5. Impact of food additives on gut homeostasis
6. Dietary exposures for the safety assessment of seven emulsifiers commonly
added to foods in the United States and implications for safety
7. Dietary emulsifiers impact the mouse gut microbiota promoting colitis and
metabolic syndrome
8. Bacterial overgrowth and inflammation of small intestine after
carboxymethylcellulose ingestion in genetically susceptible mice

12
PARTE 3

IG não é só
instagram

13
NUTRIÇÃO RAIZ IG NÃO É SÓ INSTAGRAM

ÍNDICE GLICÊMICO E
CARGA GLICÊMICA
Você provavelmente já ouviu falar sobre com menor índice glicêmico, elevam a
algum desses termos, principalmente o glicemia de forma gradual (sem picos),
índice glicêmico (IG), bastante assim como sua diminuição também
mencionado para se referir a qualidade ocorre de maneira mais lenta (ver
do carboidrato em questão. O índice figura 3.1). É comum ouvir dizer que
glicêmico é uma maneira de verificar alimentos de índice glicêmico alto são
quanto um alimento fonte de ruins, e o oposto também. Acontece
carboidrato é capaz de aumentar a que o IG de um alimento leva em
glicose sanguínea por um período de 2 conta a ingestão de 50g de
horas, tendo como referências o pão carboidrato do alimento. Não são 50g
branco ou a glicose. Basicamente, do alimento, que fique claro. São 50g
alimentos de índice glicêmico alto de carboidrato provenientes desse
tendem a elevar e diminuir a glicemia alimento, e por isso, definir os
rapidamente, enquanto os alimentos alimentos como saudáveis ou não,

14
NUTRIÇÃO RAIZ IG NÃO É SÓ INSTAGRAM

bons ou ruins, de acordo com o IG é um necessário uma quantidade maior de


equívoco enorme. Por exemplo, uma porções desse alimento para de fato
pizza e uma barra de twix tem um índice produzir uma elevação considerável
glicêmico menor do que de uma na glicemia. Quanto ao índice
melancia, 36, 44, e 72, respectivamente glicêmico, alimentos que apresentam
(ver tabela 3.1). Isso ocorre pois o IG não valores de até 50 são considerados de
leva em conta a quantidade que baixo IG, 50 a 70 médio, e acima de
normalmente consumimos de cada 70, alto (tendo a glicose como
alimento. Para obter 50g de carboidrato referência). Já se referindo a carga
proveniente de um alimento como a glicêmica, valores menores que 10 são
melancia, teríamos que consumir por de baixa CG, 11 à 19 médio, e mais de
volta de 625g, e ninguém come essa 20, alta. Ainda que a carga glicêmica
quantidade da fruta. Considerando esse seja um parâmetro mais relevante,
fator, foi proposto o conceito de carga nem o IG nem o CG são conceitos de
glicêmica (CG), que é o índice glicêmico extrema importância, principalmente
multiplicado pela porção, levando em para uma pessoa saudável, pois o
conta a quantidade do alimento uma refeição composta por alimentos
ingerido. Como vemos na tabela 3.1, é fonte de diferentes macronutrientes
comum ver alimentos com índice (proteína, gordura), a presença de
glicêmico alto, e ao mesmo tempo carga fibras e o modo de preparo,
glicêmica baixa, isso porque, quando influenciam diretamente na glicemia,
você leva em conta a porção que é de maneira que ajudam a diminuir
consumida do alimento, nesses casos, é picos, e favorecem a uma absorção

Figura 3.1 Elevação na glicose sanguínea causada pelos diferentes índices glicêmicos

15
NUTRIÇÃO RAIZ IG NÃO É SÓ INSTAGRAM

mais lenta e gradual dessa glicose, e alimentos isolados, a necessidade de


considerando que na maior parte do dia se ater tanto a essas classificações é
fazemos refeições, e não consumimos menor.

Tabela 3.1 Índice glicêmico e carga glicêmica de alimentos familiares ao brasileiro, de acordo com
Powell.

Referências:

1. International table of glycemic index and glycemic load values: 2002


2. Nutrição no fisiculturismo

16

Você também pode gostar