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p EISSN 1676-5133
Fett, C.A.; Maestá, N.; Burini, R.C. Alterações metabólicas, na força e massa muscular, induzidas por um protocolo de musculação
em atletas sem e com a suplementação de Omega-3 (W-3) ou triglicerídios de cadeia média (TCM). Fitness & Performance Journal,
v.1, n.4, p.28-35, 2002.
RESUMO: Propósito: O propósito deste estudo foi investigar as alterações na massa muscular, força e indicadores metabólicos de sujeitos sub-
metidos a um protocolo de musculação sem e com a suplementação de ácidos graxos Omega-3 (W-3) ou triglicerídios de cadeia média (TCM).
Sujeitos: Doze indivíduos com um mínimo de 11 meses de experiência em musculação das academias de musculação de Botucatu (17 a 35
anos). Métodos: a) F1 - Fase pré-suplementação (F1 - 28 dias). Ajuste dietético para todo o estudo, com 1.5 g de prot/kg/dia; 10-15% proteína,
15-25% gorduras, e 60-70% carboidratos. O treino consistiu em cinco dias na semana, sendo três dias seguidos, intercalados por um de descanso
e mais dois dias de treino. A intensidade variou de 75% a 85% de 1 RM- Repetição Máxima com a combinação dos sistemas forçado ajudado, ½
pirâmide crescente, super set e cargas estáveis; e b) F2 - Fase suplementada (F2 - mais 28 dias), 4g/dia de W-3 (GW-3 n=7), ou 4g/dia de TCM
(GTCM n=5), sendo estas as únicas alterações. Foram aplicados testes de 1RM antes do período F1 (M0), após o período F1 (M1) e após o período
F2 (M2). Resultados: O GW-3 aumentou em 1.4 kg a massa muscular e o GTCM em 2 kg. Houve aumento significativo de força na F2 para
dois exercícios (P<0,05), e entre o início e fim do estudo para cinco exercícios (P<0,01), e sem diferença para F1 em nenhum exercício (P>0,05).
Não houve modificações para o Ca+ e para o hormônio do crescimento (GH). Os dois grupos aumentaram significativamente a testosterona total
(P<0,05), após dois meses de treinamento. O GTCM aumentou a CK-MB (P<0,05), e o GW-3 a CK (P<0,05). Conclusão: O protocolo de
treinamento foi efetivo em aumentar a massa muscular e força dos indivíduos. Todavia, não se pode separar totalmente os efeitos cumulativos do
treinamento da suplementação, devido à falta de grupo controle, sem suplemento.
Metabolic changes in fource and muscular mass produced by a stringth Alteraciones metabólicas, en la fuerza y masa muscular, inducidas por
atletes protocol with and without OMEGA-3 suplementaction or “tri- un protocolo de musculación en atletas sin y con la complementación
gliceridios” de Omega-3 (W-3) o triglicéridos da la cadena media (TCM)
Purpose: The aim of this study was to investigate the alterations in muscular mass, Propósito: El propósito de este estudio fue investigar las alteraciones en la masa
strength and blood metabolic indicators in individuals submitted to hypertrophy muscular, fuerza e indicadores metabólicos de sujetos sometidos a un protocolo
without or with Omega-3 (W-3) or medium chain triglicerides (MCT). People and de musculación sin y con la complementación de ácidos grasos Omega-3 (W-3) o
Methods: twelve people from Botucatu’s academies with minimum 11 months triglicéridos de cadena media (TCM). Sujetos: 12 individuos com un mínimo de
experience in strength training were selected (age: 17-35 years). The study had two 11 meses de experiencia em musculación de las academias de Botucatu (17-35
principal stages: a) F1 - Pre-supplementation stage, with 28 days of duration and años). Métodos: a) Etapa pre complementación (E1 – 28 días). Ajuste dietético
1,5g of prot/kg/day; 10-15% protein, 15-25% fats, and 60-70% carbohydrates. para todo el estudio, con 1,5g/Prot./Kg/día; 10-15% proteínas, 15-25% grasas, y
The training comprised five days in week, to hypertrophy phase, with one day of 60-70% carbohidratos. El programa consistió de cinco días en la semana, siendo
rest between sessions 3 and 4. The heavy was between 75% and 85% of 1 RM, tres dias seguidos, intercalados con un de descanso y dos días de ejercicio. La
with systems forced, ½ increasing pyramid, super set and stable charge; and b) intensidad varió de 75% a 85% de 1 RM con la combinación de los sistemas
F2 - Supplemented stage and 28 days of duration, with 4g/day W-3 (GW-3) to forzado ayudado, ½ pirámide creciente, Super set y cargas estables; y b) Etapa
one group, and 4g/day of MCT (GMCT) to another. This is the only difference suplementaria (E2 – más 28 días), 4g/día de W-3 (GW-3, n=7), o 4g/día de TCM
between two stages. Tests were applied of 1 RM before F1 (M0), after (M1), and (GTCM, n=5), siendo éstas las únicas alteraciones. Fueron aplicados testes de 1
after F2 (M2). Results: GW-3 gain 1,4 kg of muscle mass and the GMCT 2 kg. RM antes del período E1 (M0), después del período E1 (M1) y después E2 (M2).
There was a significative gain of strength in F2 to two exercises (P<0.05) and Resultados: El GW-3 aumentó en 1,4 kg la masa muscular y el GTCM en 2
between the start and the end of the study to five exercises (P<0.01), and there kg, con aumento significativo en el E2 para 2 ejercicios (P<0,05), en el 2 meses
was no difference to F1 in any exercise (P>0.05). Both of groups increased the para 5 ejercicios (P<0,01), y no para E1 (P>0,05). No hubo modificaciones
total testosterone after maximum exercise (P<0.05). The GMCT increased the para el Ca+. El GW-3 y GTCM tuvo un aumento significativo en la testosterona
CK-MB (P<0.05) and GW-3 the CK (P<0.05). Total testosterone after two months total (P<0,05) después de 2 meses de ejercicios. El GTCM aumentó la CK-MB
of training increased to two groups (P<0.05). There were no changes to Ca+. (P<0,05) y el GW-3 la CK (P<0,05). Conclusión: El protocolo de ejercicio fue
Conclusion: Two months of strength training had significant effect in augment efectivo para aumentar la masa muscular y fuerza de los individuos. Todavia no
muscular mass and muscular strength. However, we can’t exclude the possible se puede separar totalmente los efectos del ejercicio, debido a la ausencia de
effects of supplementation over that cumulative effects of training because there grupo control, si suplemento.
was no control group.
Keywords: W-3 and TCM, strength training, supplementation, hypertrophy. Palabras clave: W-3 y TCM, hipertrofia, fuerza y musculación.
INTRODUÇÃO
O mais potente estímulo para o aumento da síntese protéica no O propósito deste estudo foi observar o aumento de força, massa
músculo esquelético é a contração, dependente de sobrecargas muscular e alterações metabólicas em indivíduos submetidos a
superiores às habituais, princípio da sobrecarga ou estresse (AS- treinamento intenso de musculação, sem e com a suplementação
TRAND & RODAHL, 1986), causando adaptações morfológicas de Omega-3 (W-3) ou triglicerídios de cadeia média (TCM).
com aumento das miofibrilas (ANTONIO & GONYEA, 1993), e
adaptações neuromusculares (KRAEMER, FLECK & EVANS, 1996).
Uma grande intensidade e volume do treino, em um determinado
MÉTODOS
período de tempo, podem resultar em estímulos cumulativos para
a síntese protéica e em aumento do peso muscular (TARNOPOL- Sujeitos
SKY et al, 2001; FETT et al, 2001).
Doze sujeitos do sexo masculino foram voluntários para este es-
O treinamento de musculação contra resistências elevadas (acima tudo e divididos em dois grupos: grupo 1 (G1: peso 82.6 ± 10
de 75% de 1 RM- Repetição Máxima) leva à hipertrofia muscular kg, idade 26.7 ± 6,0 anos; média ± DP) e grupo 2 (G2: peso
e aumento de força (WINCHESTER & GONYEA, 1992; FETT et 74.6 ± 9.7 kg, idade 18.8 ± 1.3 anos; média ± DP). Foram
al, 2001). A hipertrofia e aumento de força decorrerão de várias selecionados nas academias de Botucatu, com um mínimo de
respostas e ajustes orgânicos, que acometem adaptativamente, e 11 meses de treino contínuo, não sendo etilistas, fumantes, ou
não são obrigatoriamente simultâneos (MATVÉIEV, 1986). usuários de drogas. Todos foram informados e assinaram decla-
Embora o número ideal de repetições por série, séries por exercício ração de consentimento esclarecido da Comissão de Ética em
e dias por semana seja desconhecido, existem alguns indicativos Pesquisa da Faculdade de Medicina da Universidade do Estado
de superioridade, quando utilizam três RMs à 12 RMs, três séries de São Paulo – UNESP, em Botucatu.
em relação a duas ou uma séries, e o intervalo de recuperação Ingestão alimentar e protocolo dietético: foram aplicados
suficiente, onde não se treine diariamente o mesmo grupamento questionários de inquéritos alimentares (recordatório de 24 horas,
muscular, o que pode impedir a boa recuperação entre as sessões
registro alimentar de três dias e hábitos alimentares), a partir de
de treinamento (McARDLE, KATCH e KATCH, 1998).
programa contendo a composição centesimal dos alimentos. A
A mensuração da força tem aspectos práticos de desempenho, dieta habitual foi ajustada, contendo 1,5g de proteína/kg de
significados fisiológicos e cinesiológicos (FETT et al., 2001). peso/dia, 10-15 % das energias totais provenientes de proteína,
Figura 3 - Valores médios e desvio padrão das cargas máximas Figura 4 - Valores médios e desvio padrão das cargas máximas
para o exercício remada baixa dos 12 sujeitos nos momentos para o exercício rosca direta dos 11 sujeitos nos momentos pré-
pré-treinamento (M0), após o primeiro mês de treino (M1), e treinamento (M0), após o primeiro mês de treino (M1), e após o
após o segundo mês de treino, mais a suplementação de 4g/d de segundo mês de treino, mais a suplementação de 4g/d de W-3
W-3 ou TCM (M2). Houve diferença estatisticamente significativa ou TCM (M2). Houve diferença estatisticamente significativa entre
entre M0 e M2 (P<0,001), e entre M1 e M2 (P<0,05), mas não M0 e M2 (P<0,01), não havendo entre M0 e M1 (P>0,05) e M1 e
houve entre M0 e M1 (P>0,05) M2 (P>0,05)
15-25 % de gordura e 60–70 % de carboidratos num total de musculação na fase de hipertrofia (HAKKINEN & HAKKINEN,
30 kcal não protéicas por grama de proteína. No segundo mês 1995; FETT et al, 2001).
de treinamento, os indivíduos receberam 4g/d de Omega-3 (W- Foi utilizada uma combinação entre os sistemas pirâmide de-
3, n=7), ou triglicerídios de cadeia média (TCM, N=5), como crescente com 12/10/8 e seis repetições máximas, três séries de
únicas alterações. cargas estáveis com 10 repetições, super set e forçado ajudado.
O tempo de recuperação nos exercícios pirâmides foi de 30 se-
Protocolo de atividade física
gundos a um minuto entre as séries com dois a três minutos após
O protocolo de treinamento foi de cinco dias semanais, sendo a última série. Nos demais exercícios, o intervalo foi o mesmo
três dias de treino contínuo, um de descanso, seguido de mais ao final de cada série, mas sem intervalo entre os exercícios ao
dois dias, obedecendo determinados princípios do treino de
final da última série. Os exercícios no sistema de super set não M.Mu = A x (0.0553 x Gt2 + 0.0987 x Gf2 + 0.0331 x Gc2)
tiveram descanso entre as séries.
- 2445
As cargas foram compatíveis com o número de repetições
Onde A é a estatura, Gt é a circunferência da coxa corrigida
máximas estipuladas para cada exercício, o que teoricamente
pela sua respectiva prega cutânea, Gf é a circunferência máxima
corresponde a cerca de 70-85% de 1RM.
do antebraço e Gc é a circunferência máxima da panturrilha
Os protocolos de treinamento encontram-se nas tabelas de 1 a 5. corrigida pela prega cutânea de perna medial, sendo todas as
medidas em cm. As correções das circunferências foram feitas
Teste de uma repetição máxima (1 - RM) subtraindo-as por ϖ vezes as respectivas dobras cutâneas (JELLI-
Trata-se do teste para o peso máximo levantado em um determi- FFE & JELLIFFE, 1969).
nado exercício. Após uma tentativa, descansa-se de dois a três
minutos. Acresce-se de 1a 5,2 kg, dependendo do grupamento ESTATÍSTICA
muscular envolvido e do desempenho na execução anterior. A
RM é o maior peso levantado em uma execução completa do Os resultados dos momentos são apresentados nas tabelas e
exercício pré-determinado sem ajuda externa (McARDLE; KATCH figuras na forma de valor médio, ± desvio padrão.
& KATCH, 1998).
A comparação entre os momentos foi feita pelo teste de Friedman,
Exercícios avaliados: supino reto (peito), Hack (coxas e glúte- para amostras repetidas não paramétricas – ANOVA. A compara-
os), remada sentada na polia baixa (costas), rosca direta (bíceps) ção entre os grupos foi feita pelo teste t de Student para amostras
e tríceps na polia alta (tríceps). independentes. Foram construídos intervalos de confiança (95%)
simultâneos, ao nível de 5% de significância para comparação
Avaliação da composição corporal dos momentos (JOHNSON & WICHERN, 1992).
Foi realizada no final dos primeiros 28 dias (M1) e no final do
período de suplementação (M2). Foram avaliados estatura (A) RESULTADOS
e peso corporal (P), através de balança de plataforma Filizolla,
com precisão de 0.1 kg para peso e 0.1 cm para comprimento. Os resultados antropométricos (idade, peso, e massa muscular
Todos os atletas foram medidos e pesados descalços, vestindo – M. Mu), nos momentos M1 e M2 encontram-se na tabela 6.
apenas sunga. Houve um aumento da massa M. Mu para ambos os grupos,
Para a composição corporal foi utilizado um adipômetro cientí- sendo um pouco mais pronunciada no grupo TCM, em relação
fico da marca Cescorf, com pressão constante de 10 g/mm2 na ao W-3 (+ 2,0 kg e + 1,4 kg, respectivamente).
superfície de contato e precisão de 0.1 mm. Foram medidas as O ganho de força foi avaliado pelas variações relativas entre os
dobras cutâneas: peitoral (PCE), abdominal (PCA), coxa (PCC) momentos (M1 – M0 (M1’) e M2 – M1 (M2’)), e aumentos, para
e panturrilha (PCP). Foram avaliadas também circunferências cada exercício entre os momentos. Houve aumento estatistica-
de braço relaxado (CB), antebraço (CAT), panturrilha (CP) e
mente significativo (p<0,005) do M1’ para M2’, nos testes de 1
coxa (CC), por meio de fita metálica flexível, com precisão de
RM com exceção do exercício rosca direta. Houve um aumento
0.1 cm, de acordo com as técnicas convencionais (FERNANDES
médio dos cinco exercícios no M1’ para o grupo W-3 de 5,99%
FILHO, 1999).
e para o TCM, de 6,23%. No M2’, o aumento para o W-3 foi
A massa muscular (M.Mu), em gramas, foi calculada a partir de de 14,9% e para o TCM de 16,68%. Os resultados entre os mo-
medidas antropométricas pela equação: mentos dos cinco exercícios encontram-se nas figuras de 1 a 5.
hipertrofia (DOBBINS, 2000). Foi utilizada a combinação de de treinamento (MATVÉIEV, 1986; TARNOPOLSKY et al, 2001)
grupamentos agonistas, como o caso de peito e ombro em uma podem ter sido mais pronunciados no segundo mês de treinamen-
determinada seqüência, e/ou sinérgicos em uma sessão de trei- to, independentemente da suplementação com os ácidos graxos.
namento (HAY & REID, 1985), com descanso mínimo entre eles. Nenhum exercício demonstrou aumento significativo na RM, no
No sistema super set são utilizados grupamentos antagônicos, primeiro mês de treino. Somente dois exercícios apresentaram
como peito e costa, também sem intervalo entre eles, aumen- estatística significativa para o segundo mês de treinamento. Mas
tando a tensão do treinamento e diminuindo a capacidade de todos os cinco exercícios tiveram grande significância estatística
adaptação, causando um efeito conhecido como confusão mus- (p<0,01 para um exercício e p<0,001 para quatro exercícios),
cular (DOBBINS, 2000), prolongando os efeitos do treinamento. para o somatório dos dois meses de treinamento (M2-M0). Isto
Esse aumento de tensão é responsável por um maior estímulo à sugere a necessidade de um tempo maior para os processos
hipertrofia e força muscular (JONES, 1993). hipertróficos refletirem em aumento de força.
Os sistemas de meia pirâmide crescente foram adotados nos Todavia, não se pode descartar a influência da suplementação
exercícios considerados básicos para um determinado grupa- com W-3 ou TCM, devido à falta de grupo controle, uma vez
mento muscular, a fim de acrescer intensidade ao treinamento. que estudos demonstraram um maior ganho de força e massa
Os exercícios complementares foram feitos de forma intercalada muscular, com essa suplementação (BUCCI, 1993).
entre si - sempre aos pares - com o objetivo de aumentar o grau
Os efeitos neuromusculares no aumento de força predominam
de tensão muscular e condensar o tempo total de treinamento,
sobre a hipertrofia muscular, até em torno da oitava semana, a
evitando-se assim um treino muito longo e catabólico.
partir de quando gradualmente a hipertrofia muscular passa a ter
Nas primeiras três a quatro semanas, o aumento da força foi maior participação no processo (WILMORE & COSTILL, 1999).
primordialmente devido às adaptações neuromusculares (KRA-
Este estudo não demonstrou diferenças significativas nas concen-
EMER; FLECK & EVANS, 1996), formando novos engramas de
trações do Ca2+ após as intervenções. Um dos mecanismos mais
padrão motor do movimento aprendido (ASTRAND & RODAHL,
favoráveis de integração do VO2 muscular e a função contrátil é
1987). O estímulo atual poderá levar até dois meses para que
a mudança na concentração total do Ca2+ intracelular. O Ca2+
sinalize um aumento da síntese protéica (ANTONIO & GONYEA
não está envolvido apenas com a ativação da glicólise e várias
1993). Pequenos reajustes nas cargas de treino nas primeiras
enzimas mitocôndrias, mas também por ser um fator primário na
semanas parecem evidenciar que os sujeitos tiveram adaptações
coordenação da formação da ponte-cruzada do músculo. Ele
neuromusculares ao treinamento, aperfeiçoando o movimento
também media a ativação da desidrogenase intramitocondrial
do exercício.
(piruvato desidrogenase, NAD+-isocitrato desidrogenase, e 2-oxi-
Todavia, o aumento de força limita-se pelo quanto de tensão glutarato desidrogenase), como etapa fundamental da regulação
máxima pode-se obter, relativo ao volume muscular. Um músculo da respiração mitocondrial. Por sua vez, a cadeia de transporte de
pode desenvolver força máxima de cerca de 50 N/cm² por seção elétrons usa o NADH regenerado pela desidrogenase intramito-
transversal (HAY & REID, 1985). condrial, podendo a atividade dessas enzimas influenciar todo o
processo da fosforilação oxidativa. O Ca2+ é transportado dentro
Foi observado, neste estudo, que o segundo mês de treinamento
da mitocôndria pelo componente do potencial de membrana do
induziu um ganho de força significativamente superior ao primei-
gradiente do próton, que é responsável pela direção da produção
ro, ficando em torno de três vezes maior o M2’ do que o M1’. Isto
de ATP- adenosina trifosfato na cadeia respiratória (GREENHAFF
pode ser devido à síntese protéica levar um tempo maior do que as
& TIMMONS, 1998).
respostas neuromusculares para se pronunciar (KRAEMER; FLECK
& EVANS, 1996; ANTONIO & GONYEA 1993). Além disso, os Como se trata de uma atividade máxima até a exaustão, com
efeitos cumulativos da sobreposição de períodos subseqüentes características de cargas descentes e, portanto, atuando em todos
CONCLUSÃO JOHSON, R.A. & WICHERN, D.A. Applied multivariate statistical analysis. 3.ed. New
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aumento de força, observado no segundo mês de treinamento,
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pode ser devido aos efeitos cumulativos do treinamento e à
Física, 1986.
demora de um estímulo inicial em aumentar a síntese protéica
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mentação com W-3 ou TCM, a que os atletas foram submetidos MUNJAL, D. D. et al. Changes in serum myoglobin, total creatine kinase, lactate dehydro-
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