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PROTOCOLOS DE TREINAMENTO DE FORÇA PROMOVEM

AUMENTO DA FORÇA SEM ALTERAÇÕES MORFOLÓGICAS


RESISTANCE TRANING PROTOCOLS PROMOTE STRENGTH INCREASE WITHOUT Artigo Original
MORPHOLOGICAL CHANGES Original Article
Artículo Original
PROTOCOLOS DE ENTRENAMIENTO DE FUERZA PROMUEVEN AUMENTO DE LA FUERZA SIN
ALTERACIONES MORFOLÓGICAS
Andressa Prata Leite Damiani1 RESUMO
(Profissional de Educação Física)
Leonardo Carvalho Caldas2 Introdução: O treinamento de força (TF) tem sido relacionado ao aumento da síntese proteica, sendo que
(Profissional de Educação Física) no miocárdio desencadeia adaptações morfológicas que resultam na melhora da contratilidade cardíaca. No
Alexandre Barroso Melo2 músculo esquelético, o TF promove melhora da capacidade funcional e da sarcopenia causada pelo envelheci-
(Profissional de Educação Física) mento. Todavia, a eficácia dessa modalidade de treinamento nos sistemas cardíaco e esquelético ainda precisa
Catarina Denise Entringer ser esclarecida. Objetivo: Investigar o efeito de diferentes protocolos de TF em escada vertical sobre a estrutura
Contreiro1 (Nutricionista)
e morfologia cardíaca e esquelética. Materiais e Métodos: Ratos Wistar (n=28) foram randomizados em quatro
Wagner Muller Estevam2
(Profissional de Educação Física) grupos: sedentário (C); protocolo de TF com 4 a 9 subidas, 3 sessões/semana, intervalo de 120 segundos e
Breno Valentim Nogueira3 intensidade de 50% a 100% da carga máxima (CM) com adição progressiva de 30 g (TF1); protocolo de TF com
(Fisioterapeuta) 4 a 5 subidas, 3 sessões/semana, intervalo de 60 segundos e intensidade de 50% a 100% da CM, sendo que
Lucas Guimarães Ferreira1,2 na 5º subida foi adicionada sobrecarga de 30 g (TF2); protocolo de TF com 4 a 5 subidas, 5 sessões/semana,
(Profissional de Educação Física)
intervalo 60 segundos e intensidade de 50% a 100% da CM; os animais que completaram a 4ª subida foram
André Soares Leopoldo1,2
(Profissional de Educação Física)
submetidos à 5ª subida com 100% da CM acrescido de 30 g (TF3). Os protocolos de TF foram realizados por 9
Ana Paula Lima Leopoldo1,2
semanas com duração de 30 a 45 minutos/dia. O perfil nutricional, a morfologia muscular cardíaca e esquelética,
(Profissional de Educação Física) assim como a área seccional transversa e fração de colágeno foram avaliados. Resultados: O TF não promoveu
adaptações na estrutura e morfologia cardíaca e musculoesquelética, assim como não foi capaz de reduzir
1. Universidade Federal do Espírito o peso e os depósitos de gordura corporal. Entretanto, o TF ocasionou aumento da força absoluta e relativa.
Santo (UFES), Centro de Ciências Conclusão: Os protocolos de TF em escada vertical, independentemente da frequência semanal, levam a um
da Saúde, Programa de Pós- aumento da força muscular sem adaptações estruturais cardíacas e esqueléticas. Nível de evidência I, Estudos
Graduação em Nutrição e Saúde, terapêuticos – Investigação dos resultados do tratamento.
Vitória, ES, Brasil.
2. Universidade Federal do Espírito
Descritores: Treinamento de força; Coração; Músculo esquelético.
Santo (UFES), Centro de Educação
Física e Desportos, Programa de
ABSTRACT
Pós-Graduação em Educação
Física, Vitória, ES, Brasil. Introduction: Resistance training (RT) has been related to increased protein synthesis, and in the myocardium it
3. Universidade Federal do Espírito triggers morphological adaptations that result in improved cardiac contractility. In skeletal muscle, RT promotes an
Santo (UFES), Centro de Ciências improvement in functional capacity and in sarcopenia caused by aging. However, the efficacy of this training method
da Saúde, Departamento de in the cardiac and skeletal systems has not yet been clarified. Objective: To investigate the effect of different vertical
Morfologia, Vitória, ES, Brasil. ladder RT protocols on cardiac and skeletal structure and morphology. Materials and Methods: Wistar rats (n = 28)
were randomized into four groups: sedentary (C); RT protocol with 4 to 9 climbs, 3 sessions/week, 120 second interval
Correspondência:
and intensity of 50% to 100% of the maximum load (ML) with progressive addition of 30 g (RT1); RT protocol with 4
Ana Paula Lima Leopoldo.
to 5 climbs, 3 sessions/week, 60 second interval and intensity of 50% to 100% of the ML, where a 30 g overload was
Departamento de Desportos,
Centro de Educação Física e
added in the 5th climb (RT2); RT protocol with 4 to 5 climbs, 5 sessions/week, 60 second interval and intensity of 50%
Desportos, Universidade Federal to 100% of the ML; the animals that completed the 4th climb underwent the 5th climb with 100% ML plus 30 g (RT3).
do Espírito Santo, Vitória, ES, Brasil. RT protocols were performed for 9 weeks with a duration of 30 to 45 minutes/day. The nutritional profile and cardiac/
29075-910. ana.leopoldo@ufes.br skeletal muscle morphology were evaluated along with the cross sectional area and collagen fraction. Results: RT did
not promote adaptations in cardiac and musculoskeletal structure and morphology, nor was it able to reduce body
weight and body fat deposits. However, RT brought about an increase in absolute and relative strength. Conclusion:
Vertical ladder RT protocols, regardless of weekly frequency, lead to increased muscle strength without cardiac and
skeletal structural adaptations. Level of evidence I, Therapeutic studies - Investigating treatment results.

Keywords: Resistance training; Heart; Skeletal muscle.

RESUMEN
Introducción: El entrenamiento de fuerza (EF) ha sido relacionado al aumento de la síntesis proteica, siendo que en el
miocardio desencadena adaptaciones morfológicas que resultan en la mejora de la contractilidad cardíaca. En el músculo
esquelético, el EF promueve mejora de la capacidad funcional y de la sarcopenia causada por el envejecimiento. No obs-
tante, la eficacia de esa modalidad de entrenamiento en los sistemas cardíaco y esquelético aún necesita ser esclarecida.
Objetivo: Investigar el efecto de diferentes protocolos de EF en escalera vertical sobre la estructura y morfología cardíaca y

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esquelética. Materiales y Métodos: Fueron seleccionados aleatoriamente ratones Wistar (n=28) en cuatro grupos: seden-
tario (C); protocolo de EF con 4 a 9 subidas, 3 sesiones/semana, intervalo de 120 segundos e intensidad de 50% a 100%
de la carga máxima (CM) con agregado progresivo de 30 g (EF1); protocolo de EF con 4 a 5 subidas, 3 sesiones/semana,
intervalo de 60 segundos e intensidad de 50% a 100% de la CM, siendo que en la 5ª subida fue agregada sobrecarga de
30 g (EF2); protocolo de EF con 4 a 5 subidas, 5 sesiones/semana, intervalo 60 segundos e intensidad de 50% a 100% de
la CM; los animales que completaron la 4ª subida fueron sometidos a la 5ª subida con 100% de la CM con incremento de
30 g (EF3). Los protocolos de EF fueron realizados por 9 semanas con duración de 30 a 45 minutos/día. Fueron evaluados
el perfil nutricional, la morfología muscular cardiaca y esquelética, así como el área seccional transversa y fracción de
colágeno. Resultados: El EF no promovió adaptaciones en la estructura y morfología cardíaca y musculoesquelética,
así como no fue capaz de reducir el peso y los depósitos de grasa corporal. Entretanto, el EF ocasionó un aumento de la
fuerza absoluta y relativa. Conclusión: Los protocolos de EF en escalera vertical, independientemente de la frecuencia
semanal, llevan a un aumento de la fuerza muscular sin adaptaciones estructurales cardíacas y esqueléticas. Nivel de
Evidencia I, Estudios terapéuticos - Investigación de los resultados del tratamiento.

Descriptores: Entrenamiento de resistencia; Corazón, Músculo esquelético.

DOI: http://dx.doi.org/10.1590/1517-869220202603209955 Artigo recebido em 31/07/2018 aprovado em 24/06/2019

INTRODUÇÃO semanal de três dias (TF2) e; 4) Treinamento de Força frequência sema-


Pesquisas têm demonstrado que o treinamento físico realizado de nal de cinco (TF3). Os protocolos de treinamento de força (TF2 e TF3)
forma crônica é associado como ferramenta útil por promover adapta- foram adaptados a partir do TF1. Os animais receberam ração padrão
ções cardíacas e musculoesqueléticas,1-3 por meio de alterações fisio- (Agroceres®, Rio Claro, Brasil) e a oferta de água foi ad libitum.
lógicas, bioquímicas e morfo-funcionais.4-6 Essas adaptações ocorrem Inicialmente, os animais treinados foram submetidos por três dias
progressivamente à medida que o treinamento é realizado de forma não consecutivos à familiarização ao ambiente e ao aparato utilizado
sistematizada e regularmente, condição que contribui para a melhora para treinamento de força; após 24h, os ratos realizaram o teste de
da performance.7 carga máxima (TCM).7 O TCM consistiu na realização de uma subida
O treinamento de força (TF) tem sido utilizado como tratamento na escada com carga equivalente a 75% do peso corporal e intervalo
não-farmacológico em humanos e modelos experimentais a partir de dois minutos. A cada série realizada acrescentava-se 30g a carga
do aparato com escada vertical, visto que esse possibilita mimetizar o anterior. A falha foi definida quando os animais não conseguiram subir
treinamento aplicado em humanos.7-12 a escada, permanecendo estáticos e instáveis, mesmo após estimulação
O TF é definido como um conjunto de exercícios realizados contra dorsal e caudal.
uma força de oposição que tem como objetivo melhorar a funcionalidade A maior carga conduzida foi considerada a carga máxima (CM), a
física, aumento da força e massa.13 Pesquisadores também apontaram qual foi utilizada para a prescrição das intensidades do treinamento.
melhora da composição corporal e redução da área dos adipócitos após Para acompanhar a evolução da força e os valores de CM, ao final do
intervenção com TF em animais obesos.7,14 O TF também é relacionado protocolo de treinamento foi realizado um reteste, considerando a pri-
com aumento da síntese proteica e hipertrofia muscular cardíaca e meira série com 100% da carga conduzida na última sessão do período
musculoesquelética.4,15 de treinamento e intervalo de dois minutos, a cada série realizada foi
No miocárdio, o estímulo fisiológico do TF desencadeia adaptações adicionada 30g a carga anterior.
morfológicas que resultam na melhora da contratilidade cardíaca.16 O TF, adaptado de Hornberger e Farrar,11 foi realizado com aparato
Ademais, no tecido musculoesquelético há melhora da capacidade de escada vertical (1,1 m altura, 0,18 m de largura, com 2,0 cm entre os
funcional e redução da sarcopenia.17 Entretanto, ainda há carência de degraus e 80° de inclinação) e caixa no topo de 20cm x 20cm x 20cm.
estudos que mimetizem em animais experimentais o TF progressivo A carga utilizada nos três protocolos de treinamento de força foi fixada
realizado em humanos, tanto nas variáveis do treinamento como nas na porção proximal da cauda do animal.
consequentes adaptações.7,11 Dessa forma, a proposta do estudo foi Após o período de familiarização, os ratos foram submetidos à três
investigar o efeito de diferentes protocolos de TF sobre a morfologia diferentes protocolos de treinamento de força em escada vertical durante
estrutural tecidual cardíaca e esquelética. nove semanas, entre três e cinco dias por semana, com duração média
de 30 a 45 minutos/dia. O TF1 consistiu de quatro a nove subidas, três
MATERIAL E MÉTODOS sessões/semanais, intervalo de dois minutos e intensidade de 50%, 75%,
Foram utilizados 28 ratos Wistar (200-250g), com 30 dias, fornecidos 90% e 100% CM, com adição progressiva de 30 g entre a 5ª e 9ª subida. O
pelo Biotério Central do Centro de Ciências da Saúde da Universidade protocolo TF2 consistiu de quatro a cinco subidas, três sessões/semanais,
Federal do Espírito Santo (UFES). Os animais foram mantidos em gaiolas intervalo de um minuto e intensidade de 50%, 75%, 90% e 100% CM,
coletivas, ambiente controlado com temperatura de 24 ± 2ºC, umidade sendo acrescido sobrecarga de 30g na 5ª subida. Os animais no protocolo
relativa de 55 ± 5% e ciclo claro-escuro de 12 horas. Os procedimentos TF3 realizaram quatro a cinco subidas, cinco sessões/semanais, intervalo
experimentais foram realizados de acordo com o “Guide for the Care and de um minuto e intensidade de 50%, 75%, 90% e 100% CM, sendo que
Use of Laboratory Animals”, sendo aprovados pela Comissão de Ética no até a quinta séries foi acrescentado sobrecarga de 30g.
Uso de Animais da UFES sob protocolo 1036-2013. O desempenho de força foi determinado pela carga máxima con-
Os ratos foram aclimatados por sete dias e, posteriormente, distri- duzida utilizada, sendo apresentada em carga absoluta (g) e relativa
buídos aleatoriamente em quatro grupos experimentais: 1) Sedentários (carga absoluta/peso corporal). Em condições dinâmicas como o TF em
(C); 2) Treinamento de Força aplicado e desenvolvido originalmente por escada, a normalização da carga máxima conduzida pelo peso corporal
Hornberger e Farrar11 (TF1); 3) Treinamento de Força com frequência representa um importante indicativo do desempenho funcional.18
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O peso corporal dos animais foi aferido semanalmente e a quan- TF3 apresentou maior carga conduzida absoluta do que TF1 com con-
tidade de gordura corporal determinada a partir dos depósitos de sequente maior desempenho de força (28%) (Figura 1A).
gordura epididimal, retroperitoneal e visceral. O índice de adiposidade Não foram observadas alterações macroscópicas no tecido cardíaco
foi calculado, dividindo-se a somatória dos depósitos de gordura pelo e musculatura esquelética, representado pelos pesos do coração, VE, VD
peso corporal final, multiplicado por 100. e AT e normalizadas pelo comprimento da tíbia, bem como pelo peso
Os ratos foram anestesiados intraperitonealmente com cloridrato de dos músculos bíceps, sóleo, plantar e suas respectivas relações com a
ketamina (50 mg/kg) e cloridrato de xilazina (10 mg/kg) e eutanasiados. tíbia. (Tabela 2)
Após toracotomia mediana, amostras do músculo cardíaco, esqueléti- A Figura 2A-C ilustra os cortes histológicos de amostras de VE e
co e tecido adiposo foram dissecadas, pesadas e armazenadas. Além músculo esquelético para quantificação da AST do miócito, fração de
disso, a tíbia foi dissecada e o comprimento mensurado com auxílio de colágeno miocárdico e AST do bíceps. Em todas as análises microscópi-
paquímetro analógico. cas realizadas, o TF realizado por nove semanas não alterou a estrutura
A morfologia cardíaca foi determinada pelo peso do coração, ven- cardíaca e musculoesquelética.
trículos esquerdo e direito (VE e VD), átrio e as respectivas relações com
o comprimento da tíbia. A morfologia esquelética foi representada pelo Tabela 1. Características gerais dos grupos experimentais.
peso total dos músculos sóleo, plantar e bíceps. Grupos
Amostras do VE foram coletadas para análise da área seccional Variáveis C TF1 TF2 TF3
transversa (AST) e quantificação da fração de colágeno miocárdico. As PCI (g) 255 ± 37 220 ± 67 237 ± 38 253 ± 42
amostras foram embebidas em solução de paraformoldeído a 4%, pH PCF (g) 465 ± 69 457 ± 58 403 ± 67 470 ± 75
7.4, transferidas para solução de etanol 70% e emblocadas com parafi- Ganho de peso corporal (g) 210 ± 45 237 ± 57 167 ± 47 216 ± 37
Gordura Epididimal (g) 4,51 ± 1,59 4,81 ± 2,57 3,31 ± 1,31 4,84 ± 2,52
na. Em seguida, os cortes histológicos foram corados em lâmina com
Gordura retroperitoneal (g) 11,9 ± 4,3 11,9 ± 4,6 8,44 ± 2,09 13,0 ± 5,3
hematoxilina-eosina (HE). As imagens da AST foram obtidas por meio de
Gordura visceral (g) 5,66 ± 2,42 6,61 ± 2,31 4,31 ± 1,29 6,73 ± 2,21
microscópio (AX70, Olympus Optical CO, Japan) utilizando-se objetiva de
Gordura corporal total (g)§ 19,7 ± 9,9 21,7 ± 16,2 17,5 ± 6,1 22,2 ± 16,0
40X. O cálculo das áreas foi determinado por meio da mensuração de
Índice de adiposidade (%) 4,68 ± 0,99 5,01 ± 1,57 3,96 ± 0,62 5,08 ± 1,47
30 a 50 células por VE com núcleo visível, centralizado e arredondado. Valores expressos em média ± desvio padrão, 7 animais por grupo experimental; TF: treinamento de Força; C:
Para a determinação do colágeno miocárdico, amostras de VE foram grupo controle sedentário; TF1: protocolo de TF com 4 a 9 subidas, 3 sessões/semana, intervalo de 2 minutos e
intensidade de 50% a 100% da carga máxima (CM); até a 9 série foi acrescentado sobrecarga de 30g; TF2: protocolo
transferidas para etanol 70%, em seguida, inclusas em bloco de parafina de TF com 4 a 5 subidas, 3 sessões/semana, intervalo de 60 segundos e intensidade de 50% a 100% CM, sendo
que até a 5 série foi adicionado sobrecarga de 30g; TF3: protocolo de TF com 4 a 5 subidas, 5 sessões/semana,
e coradas com picrosirius red. A quantificação foi determinada por meio intervalo 60 segundos e intensidade de 50% a 100% da CM; quando a 4ª série era realizada, os animais foram
de 30 a 40 campos por fragmento com uso de objetiva de 40X em mi- submetidos à 5ª subida com 100% + 30g. PCI: peso corporal inicial; PCF: peso corporal final. §Dados apresentados
em mediana ± intervalo interquartil. ANOVA uma via complementada com teste post-hoc Bonferroni para dados
croscópio. As análises foram realizadas com o auxílio do programa de com distribuição normal. Para amostras não paramétricas, complementadas com teste post-hoc Holm-Sidak.

análises (ImagePro-plus, Media Cybernetics, Maryland, USA).


Fragmentos do músculo bíceps foram coletados post-mortem e A 1000
acondicionados em solução de paraformaldeído 4%, pH 7,4 e transferidos
para solução de etanol 70%. As amostras foram inclusas em bloco de 800
parafina e as lâminas coradas com solução de HE. Para cálculo da AST
Carga absoluta (g)

musculoesquelética foram mensuradas 500 fibras por tecido por animal. 600

Análise estatística 400


A distribuição dos dados foi realizada pelo teste de normalidade
Kolmogorov-Smirnov. Os resultados foram expressos por média e desvio 200
padrão e/ou mediana e intervalo interquartil de acordo com a aderência.
A análise de variância (ANOVA) para o modelo de um fator, complemen- 0
TCMI TCMF
tada com teste de comparações múltiplas de Bonferroni ou Holm-Sidak B
foi utilizada. Os programas estatísticos foram o SigmaStat 3.5 e Graphpad 2.0
C1
Prism 6. O nível de significância foi de 5%.
TF1
1.5
RESULTADOS TF2
Carga Relativa

Os três protocolos de TF utilizados não alteraram significativamente TF3


1.0
o peso corporal inicial e final, ganho de peso corporal, depósitos de
gordura epididimal, retroperitoneal e visceral, assim como a gordura
0.5
corporal total e índice de adiposidade (Tabela 1). Em adição, o percentual
de ganho de peso corporal foi maior no TF1 em relação ao TF2 (p = 0,03),
representando elevação de 37,7% nesse parâmetro (dados não mostrados). 0.0
TCMI TCMF
As cargas conduzidas absoluta e relativa no período pré-treinamento
foram semelhantes entre os grupos (Figura 1). No TCMF, realizado após Valores expressos em média ± desvio padrão; 7 animais por grupo; C: grupo controle sedentário; TF1:
protocolo de TF com 4 a 9 subidas, 3 sessões/semana, intervalo de 2 minutos e intensidade de 50% a
o término do protocolo de treinamento de força, foi observado que os 100% da carga máxima (CM); até a 9 série foi acrescentado sobrecarga de 30g; TF2: protocolo de TF com
4 a 5 subidas, 3 sessões/semana, intervalo de 60 segundos e intensidade de 50% a 100% CM, sendo que
grupos TF1, TF2 e TF3 apresentaram ganho de força elevado quando até a 5 série foi adicionado sobrecarga de 30g; TF3: protocolo de TF com 4 a 5 subidas, 5 sessões/semana,
comparado ao C (p<0,001) (Figura 1A), representando aumento de intervalo 60 segundos e intensidade de 50% a 100% da CM; quando a 4ª série era realizada, os animais
foram submetidos à 5ª subida com 100% + 30g. TCMI: teste de carga máxima inicial; TCMF: teste de carga
69%, 86% e 116% em relação ao C, respectivamente. Ademais, quando máxima final. *p<0,05 versus C; #(TF3 versus TF1). ANOVA uma via seguida de teste post-hoc de Bonferroni.

normalizado pelo peso corporal, o mesmo resultado foi encontrado Figura 1. Desempenho de força dos grupos nos Testes de Carga Máxima (TCM)
com aumento de 74%, 119% e 117%, respectivamente (Figura1B). O inicial e final.

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Tabela 2. Características morfológicas cardíacas e musculoesqueléticas. DISCUSSÃO
Grupos O estudo teve como objetivo analisar a morfologia e estrutura tecidual
Variáveis C TF1 TF2 TF3 dos músculos cardíaco e esquelético a partir de diferentes protocolos de
TF em escada. Dentro desse contexto, os protocolos de TF em escada não
Coração (g) 1,09 ± 0,14 1,09 ± 0,15 0,99 ± 0,20 1,12 ± 0,19
geram adaptações morfológicas teciduais cardíaca e musculoesquelética
VE (g) 0,75 ± 0,10 0,78 ± 0,11 0,70 ± 0,15 0,80 ± 0,13 ao nível da microscopia óptica, contudo, demostram o papel relevante
VD (g) 0,24 ± 0,05 0,23 ± 0,05 0,21 ± 0,05 0,22 ± 0,06 do TF no ganho de força absoluta e relativa, visualizado pela maior força
dos grupos treinados quando comparado ao grupo sedentário (C). Esse
AT (g) 0,10 ± 0,03 0,08 ± 0,02 0,08 ± 0,02 0,10 ± 0,02
resultado destaca que o TF foi capaz de melhorar a capacidade funcional a
Coração/Tíbia (g/cm) 0,27 ± 0,03 0,27 ± 0,03 0,26 ± 0,04 0,28 ± 0,04 partir de diferentes protocolos de TF, independente da frequência semanal.
VE/Tíbia (g/cm) 0,19 ± 0,02 0,19 ± 0,02 0,18 ± 0,03 0,20 ± 0,02 Os protocolos de TF utilizados no presente estudo não acarretaram
alterações na adiposidade corporal. De fato, estudos com seres humanos
VD/Tíbia (g/cm) 0,06 ± 0,01 0,06 ± 0,01 0,05 ± 0,01 0,05 ± 0,01
utilizando o TF, sem associação da prescrição de dieta com restrição
AT/Tíbia (g/cm) 0,024 ± 0,008 0,020 ± 0,004 0,022 ± 0,005 0,023 ± 0,005 calórica, indicam que essa ferramenta de forma isolada não é capaz de
Bíceps (g) 0,26 ± 0,05 0,26 ± 0,03 0,25 ± 0,05 0,26 ± 0,04 promover reduções significativas no peso corporal.19,20 Além desse aspec-
to, modificações na composição corporal com o TF isolado apresentam
Sóleo (g) 0,18 ± 0,03 0,18 ± 0,02 0,17 ± 0,03 0,18 ± 0,03
resultados controversos, enquanto alguns estudos observam redução na
Plantar (g) 0,38 ± 0,06 0,38 ± 0,04 0,39 ± 0,05 0,45 ± 0,08 gordura corporal,21 outros não encontram alterações nesse parâmetro.22
Bíceps/Tíbia (g/cm) 0,07 ± 0,01 0,06 ± 0,01 0,06 ± 0,01 0,07 ± 0,01 Leite et al,7 utilizando o mesmo protocolo de treinamento em escada
com ratos Wistar adultos, observaram alterações positivas na compo-
Sóleo/Tíbia (g/cm) 0,045 ± 0,008 0,043 ± 0,004 0,043 ± 0,007 0,045 ± 0,007
sição corporal dos animais visualizadas pela redução do percentual de
Plantar/Tíbia (g/cm) 0,095 ± 0,014 0,094 ± 0,009 0,100 ± 0,013 0,11 ± 0,020 gordura corporal no grupo TF, mesmo na ausência de modificações no
Valores expressos em média ± desvio padrão. 7 animais por grupo experimental. n: número total de animais. C: peso corporal. Ademais, alguns estudos em seres humanos também têm
grupo controle sedentário; TF1: protocolo de TF com 4 a 9 subidas, 3 sessões/semana, intervalo de 2 minutos e
intensidade de 50% a 100% da carga máxima (CM); até a 9 série foi acrescentado sobrecarga de 30g; TF2: protocolo falhado em observar reduções de peso e gordura corporal com o TF.
de TF com 4 a 5 subidas, 3 sessões/semana, intervalo de 60 segundos e intensidade de 50% a 100% CM, sendo
que até a 5 série foi adicionado sobrecarga de 30g; TF3: protocolo de TF com 4 a 5 subidas, 5 sessões/semana,
Willis et al22 avaliaram o efeito do treinamento aeróbico e de força, bem
intervalo 60 segundos e intensidade de 50% a 100% da CM; quando a 4ª série era realizada, os animais foram como a combinação dos treinamentos sobre a composição corporal de
submetidos à 5ª subida com 100% + 30g. VE: ventrículo direito; VD: ventrículo direito; AT: átrio. ANOVA uma via,
complementada com teste post-hoc Bonferroni. 119 adultos sedentários com sobrepeso ou obeso treinados por período
de oito meses. Os achados mostram que o treinamento de força isolado
A C TF1 provocou aumento da massa corporal com pequena elevação da massa
500
magra, contudo sem reduções na massa gorda e circunferência abdo-
AST miócito (µm2)

400
minal. No entanto, os indivíduos sedentários apresentaram aumento
300 na massa gorda e percentual de gordura sem modificações na massa
50μm 50μm
200 TF2 TF3 magra.23 Diante desse contexto, a ausência de perda de peso e gordura
100 corporal com o protocolo de escada em modelo animal é semelhante
0 à resposta ao TF sem restrição calórica praticada por seres humanos.
C TF1 TF2 TF3
50μm 50μm Em relação ao desempenho de força, foi possível observar que os
B animais conduziram carga absoluta semelhante no TCMI, estando de
C TF1
10 acordo com outros pesquisadores.10,24 Esse resultado evidencia que os
Colágeno miocárdico (%)

8 grupos experimentais eram homogêneos quanto a produção de força,


6 50μm 50μm
não havendo diferenças significativas no período que antecedeu o
4 TF2 TF3
treinamento. Após o término do protocolo de treinamento e reteste,
2
os grupos submetidos ao TF apresentaram maior ganho de força em
relação ao grupo sedentário. A literatura destaca que o ganho de força
0
C TF1 TF2 TF3 é norteado por adaptações neurais e/ou estruturais que ocorrem no
50μm 50μm
músculo esquelético,25 às quais são evidenciadas pelo desenvolvimento
C C TF1 da coordenação intra e intermuscular, com consequente maior recruta-
2500
2000
mento de fibras ou ainda visualizadas pela aumento da área seccional
AST Biceps (µm2)

transversa e quantidade de miofibrilas.25 Na literatura é bem reconhecido


1500
50μm 50μm que a prática regular de exercício físico é capaz de melhorar a força mus-
1000 TF2 TF3 cular e aptidão física, resultando em melhora da capacidade funcional.26
500 Pesquisas experimentais, utilizando o modelo de escada, têm observado
0 que o protocolo é efetivo para induzir hipertrofia muscular em membros
C TF1 TF2 TF3 50μm 50μm
inferiores27 e superiores,28 no entanto, outros estudos têm falhado em
Número de animais por grupo = 7. C: grupo controle sedentário; TF1: protocolo de TF com 4 a 9 subidas, 3 observar essas adaptações estruturais.29 Comparado a outros modelos
sessões/semana, intervalo de 2 minutos e intensidade de 50% a 100% da carga máxima (CM); até a 9 série
foi acrescentado sobrecarga de 30g; TF2: protocolo de TF com 4 a 5 subidas, 3 sessões/semana, intervalo animais de sobrecarga com a finalidade de indução de hipertrofia muscular
de 60 segundos e intensidade de 50% a 100% CM, sendo que até a 5 série foi adicionado sobrecarga de
30g; TF3: protocolo de TF com 4 a 5 subidas, 5 sessões/semana, intervalo 60 segundos e intensidade de esquelética, como por exemplo, a tenotomia ou ablação cirúrgica, o modelo
50% a 100% da CM; quando a 4ª série era realizada, os animais foram submetidos à 5ª subida com 100%
+ 30g. A) cortes histológicos do VE corados com hematoxilina-eosina para mensuração da Área Seccional
de escada pode não ser o mais indicado devido aos resultados controversos.
Transversa (AST) do miócito. B) cortes histológicos do VE corados com picrosirius red para mensuração do No presente estudo nenhum dos protocolos de TF foi efetivo para induzir
colágeno miocárdico; C) cortes histológicos do bíceps corados com hematoxilina-eosina para mensura-
ção da (AST) do musculoesquelético. ANOVA duas vias complementada com teste post-hoc Bonferroni. alterações morfológicas nos músculos dos membros superiores e inferiores.
Figura 2. Valores expressos em média ± desvio padrão. Em adição, a área seccional transversa do bíceps não apresentou alterações
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estruturais mediante às diferentes intervenções com o TF, indicando que os pelo exercício físico são a hipertrofia cardíaca excêntrica e/ou concêntrica.
protocolos falharam em induzir hipertrofia muscular esquelética. Contudo, a adaptação fisiológica é dependente do tipo de treinamento,
Independente das alterações na massa muscular é esperado que duração e intensidade. A literatura aponta ainda que no TF, geralmente,
o protocolo de treinamento em escada também acarrete adaptações ocorre a remodelação cardíaca concêntrica a partir da elevação da pós-
neuromusculares.29 Autores relatam que o TF provoca remodelamen- -carga. Dessa forma, há aumento da espessura da parede do VE e redu-
to da junção neuromuscular, bem como elevação na dispersão dos ção dos diâmetros cavitários, visualizado pela síntese de sarcômeros em
receptores de acetilcolina dentro da região da placa terminal, porém paralelo.16 Diante desse contexto, na presente investigação esperava-se
sem modificações no tamanho das fibras musculares após essa inter- que os animais submetidos ao TF em escada apresentassem remodelação
venção.29 No presente estudo, os maiores ganhos de força dos grupos cardíaca de ordem fisiológica, o correto é a adição de sarcômero em série
treinados em relação ao grupo sedentário, mesmo com a ausência de permite que a célula aumente de comprimento e o número de miofibrilas,
hipertrofia muscular, sugerem que essas adaptações foram as principais possibilitando a melhora do desempenho cardíaco.16
responsáveis pelo aumento de força muscular.
Cabe destacar que o ganho de força muscular também foi observado ao CONCLUSÃO
normalizar a carga conduzida pelo peso corporal do animal (carga relativa). Os protocolos de treinamento de força em escada vertical, inde-
No TCMI os grupos apresentaram a mesma capacidade funcional; entretanto, pendentemente da frequência semanal, acarretam aumento de força
após os diferentes protocolos de TF, observa-se que os grupos treinados muscular sem adaptações estruturais cardíacas e esqueléticas.
obtiveram maior funcionalidade comparada ao grupo sedentário, indican-
do que o ganho de força e o peso corporal desses grupos aumentaram AGRADECIMENTOS
progressivamente durante o período experimental. No grupo sedentário Agradecemos ao Laboratório de Ultraestrutura Celular Carlos Alberto
houve redução na carga relativa com o passar do tempo, provavelmente, Redins e Imunoistoquímica da UFES pela parceria e à Fundação de
resultado da inatividade física. Em contrapartida, autores destacam que a Amparo à Pesquisa e Inovação do Espírito Santo pelo apoio financeiro
capacidade de produção de força está relacionada com a funcionalidade (processo: 72505028).
física, e que esta depende de alterações na composição corporal.30
No que tange às adaptações no tecido cardíaco, os diferentes protocolos
Todos os autores declararam não haver qualquer potencial conflito
de TF não promoveram remodelação macroscópica e/ou microscópica.
de interesses referente a este artigo.
As adaptações frequentemente observadas no miocárdio promovidas

CONTRIBUIÇÕES DOS AUTORES: Cada autor contribuiu individual e significativamente para o desenvolvimento do manuscrito. APLD, LCC, ABM e CDEC: participaram do desen-
volvimento da pesquisa e do protocolo experimental; WME: confeccionou as lâminas do tecido cardíaco; LCC: confeccionou e analisou as lâminas do músculo esquelético; BVN:
analisou as lâminas do tecido cardíaco e discutiu os resultados histológicos; APLD, LCC e CDEC: redigiram o presente artigo; LGF, APLL e ASL: acompanharam e orientaram todos
os procedimentos experimentais realizados, participaram da escrita e revisão final do artigo. APLD, LCC e ABM: contribuíram igualmente na produção do artigo. Todos os autores
revisaram e aprovaram a versão final do manuscrito.

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