Você está na página 1de 5

RESPOSTAS DAS ADIPOCINAS PLASMÁTICAS AO TREINO

INTERVALADO DE ALTA INTENSIDADE: REVISÃO SISTEMÁTICA


RESPONSES OF PLASMA ADIPOKINES TO HIGH INTENSITY INTERVAL TRAINING: SYSTEMATIC REVIEW Artigo de Revisão Sistemática
Systematic Review Article
RESPUESTAS DE LAS ADIPOCINAS PLASMÁTICAS AL ENTRENAMIENTO POR INTERVALOS DE ALTA Artículo de Revisión Sistemática
INTENSIDAD: REVISIÓN SISTEMÁTICA
Geovani Messias da Silva3 RESUMO
(Profissional de Educação Física)
Mariane de Oliveira Sandes¹ Introdução: A obesidade é uma das principais doenças dos tempos modernos. Entretanto, a explicação da
(Acadêmica do Curso de Nutrição) sua fisiopatologia é recente e ainda não foi totalmente esclarecida. O tecido adiposo branco sintetiza e secreta
Francisco Sérgio Lopes adipocinas que acometem diversas patologias relacionadas à obesidade. O aumento excessivo desse tecido
Vasconcelos-Filho2,5 resulta no aumento dos níveis de adipocinas pró-inflamatórias e na consequente diminuição de adipocinas
(Profissional de Educação Física)
anti-inflamatórias. Entretanto, a maioria dos estudos utiliza o treinamento de intensidade moderada, limitando
Davi Sousa Rocha1
(Profissional de Educação Física) o entendimento do treinamento intervalado de alta intensidade nessas proteínas. Objetivo: Verificar as mais
Roberta Cristina da Rocha-e-Silva2,6 recentes informações sobre os efeitos do HIIT na melhoria do perfil das adipocinas circulantes. Métodos: Foi
(Médica Veterinária) realizada uma pesquisa nos bancos de dados PUBMED, Scielo, Lilacs, HighWire, BVS e Cochrane Database of
Carlos Alberto da Silva3 Systematic Reviews com as seguintes palavras chaves: HIIT adipokines, HIIT leptin, HIIT adiponectin. Onze es-
(Profissional de Educação Física)
tudos foram selecionados, publicados em inglês e em português, entre os anos de 2013 e 2017. Resultados: O
Erica Carneiro Barbosa Chaves4
(Profissional de Educação Física)
HIIT mostrou-se eficiente para aumentar a adiponectina na população adolescente e em atletas olímpicos, mas
Ivina Rocha Brito1 isso depende de um bom parâmetro de prescrição e da intensidade do exercício. Entretanto, as intensidades
(Bióloga) máximas ou supramáximas se mostraram superiores às intensidades baixas e moderadas. Por sua vez, a leptina
apresentou significativa diminuição em resposta ao HIIT devido à redução do tecido adiposo, demonstrando
1. Centro Universitário Estácio do uma relação diretamente proporcional. Outras adipocinas, como a omentina-1 e a Iiterleucina-10, também
Ceará, Fortaleza, CE, Brasil. responderam de forma positiva ao HIIT, resultando em um melhor estado anti-inflamatório. Conclusão: O HIIT
2. Universidade Estadual do Ceará demonstrou ser um método eficiente para diminuir a inflamação decorrente da obesidade, assim como induzir
(UECE), Laboratório de Bioquímica
uma melhora no rendimento esportivo. Entretanto, os efeitos dependem do volume de treino, intensidade e
e Expressão Gênica, Instituto
método de prescrição. Nível de evidência I; Estudo terapêutico-Investigação dos resultados do tratamento.
Superior de Ciências Biomédicas,
Fortaleza, CE, Brasil.
3. Universidade Federal do Ceará Descritores: Adipocinas; Leptina: Adiponectina.
(UFC), Instituto de Educação Física
e Esportes, Fortaleza, CE, Brasil. ABSTRACT
4. Universidade de Fortaleza, Escola Introduction: Obesity is one of the major diseases of modern times. However, the explanation for its pathophysiology
de Saúde, Fortaleza, CE, Brasil. is recent and has not yet been fully elucidated. White adipose tissue synthesizes and secretes adipokines that affect several
5. Universidade Federal do Cariri, pathologies related to obesity. Excessive growth of this tissue results in increased levels of pro-inflammatory adipokines
Juazeiro do Norte, CE, Brasil.
and a consequent decrease in anti-inflammatory adipokines. Nevertheless, most studies use moderate intensity training,
6. Faculdade de Juazeiro do Norte,
limiting the understanding of high intensity interval training in these proteins. Objective: To verify the latest information
Juazeiro do Norte, CE, Brasil.
on the effects of HIIT in improving the profile of circulating adipokines. Methods: A search was performed on the data-
Correspondência: bases PUBMED, Lilacs, HighWire, BVS and the Cochrane Database of Systematic Reviews, with the following keywords:
Geovani Messias da Silva. HIIT adipokines, HIIT leptin, HIIT adiponectin. Eleven studies were selected, published in English and Portuguese between
Rua Luis Torres, 320, Maraponga, 2013 and 2017. Results: HIIT proved to be effective in increasing adiponectin in the adolescent population and in Olympic
Fortaleza, CE, Brasil. 60710-700. athletes, but this depended on a good prescription parameter and exercise intensity. However, maximum or supramaximal
geovanimessias@alu.ufc.br intensities were superior to low and moderate intensities. In turn, leptin presented a significant decrease in response to HIIT
due to the reduction of adipose tissue, demonstrating a directly proportional relation. Other adipokines, such as omentin-1
and interleukin-10, also responded positively to HIIT, resulting in improved anti-inflammatory status. Conclusion: HIIT
proved to be an efficient method to reduce inflammation due to obesity, as well as inducing an improvement in sports
performance. However, the effects depend on training volume, intensity and prescription method. Level of evidence I;
Therapeutic study–Investigating the results of treatment.

Keywords: Adipokines; Leptin; Adiponectin.

RESUMEN
Introducción: La obesidad es una de las principales enfermedades de los tiempos modernos. Entretanto, la expli-
cación de su fisiopatología es reciente y aún no se ha dilucidado completamente. El tejido adiposo blanco sintetiza
y secreta adipocinas que afectan diversas patologías relacionadas a la obesidad. El aumento excesivo de este tejido
resulta en el aumento de los niveles de adipocinas proinflamatorias y la consiguiente disminución de las adipocinas
antiinflamatorias. Entretanto, la mayoría de los estudios usa el entrenamiento de intensidad moderada, limitando
el entendimiento del entrenamiento por intervalos de alta intensidad en estas proteínas. Objetivo: Verificar las más
262 Rev Bras Med Esporte – Vol. 26, No 3 – Mai/Jun, 2020
recientes informaciones sobre los efectos de HIIT en la mejora del perfil de las adipocinas circulantes. Métodos: Se realizó
una búsqueda en los bancos de datos PUBMED, Lilacs, HighWire, BVS y Cochrane Database of Systematic Reviews con
las siguientes palabras llave: HIIT adipokines, HIIT leptin, HIIT adiponectin. Se seleccionaron 11 estudios, publicados
en inglés y portugués entre 2013 y 2017. Resultados: El HIIT se mostró eficiente para aumentar la adiponectina en la
población adolescente y en atletas olímpicos, pero eso depende de un buen parámetro de prescripción e intensidad
del ejercicio. Entretanto, las intensidades máximas o supramáximas se mostraron superiores a las intensidades bajas y
moderadas. A su vez, la leptina presentó disminución significativa en respuesta al HIIT debido a la reducción del tejido
adiposo, demostrando una relación directamente proporcional. Otras adipocinas, como omentina-1 e interleucina-10,
también respondieron positivamente al HIIT, resultando en un mejor estado antiinflamatorio. Conclusión: El HIIT de-
mostró ser un método eficiente para disminuir la inflamación proveniente de la obesidad, así como inducir una mejora
en el rendimiento deportivo. Entretanto, los efectos dependen del volumen de entrenamiento, la intensidad y el método
de prescripción. Nivel de evidencia I, Estudio terapéutico - Investigación de los resultados del tratamiento.

Descriptores: Adipoquinas; Leptina; Adiponectina.

DOI: http://dx.doi.org/10.1590/1517-869220202603213840 Artigo recebido em 10/09/2018 aprovado em 07/08/2019

INTRODUÇÃO Estudos sugerem um papel importante do exercício físico na regula-


As adipocinas são substâncias bioativas expressadas e secretadas ção das adipocinas.17-20 Entre as diferentes modalidades, o treinamento
pelos adipócitos. Uma vez considerado apenas como um tecido passivo intervalado de alta intensidade (HIIT) tem sido empregado como estra-
que armazenava excesso de energia em forma de triacilgliceróis, 1 o tecido tégia para prevenir a síndrome metabólica.21 O HIIT pode ser caracte-
adiposo produz sinalização endócrina por meio dessas substâncias.2 rizado por sessões de curta duração compostas por repetições de alta
As adipocinas desempenham um papel crucial na fisiopatologia das intensidade, intercaladas com descanso ativo ou passivo.22
doenças metabólicas multifatoriais.3 Algumas dessas proteínas estão en- Existe evidência de que o HIIT é capaz de induzir secreção de hor-
volvidas no metabolismo lipídico, na sensibilidade a insulina, no sistema mônio lipolítico, provavelmente pela ação do IGF-1 na estimulação da
complemento, na hemostasia vascular, na regulação da pressão sanguínea e proteína cinase B e pela sinalização de testosterona no receptor de
na angiogênese, bem como no balanço energético. No entanto, há uma lista andrógenos, além de aumentar a capacidade oxidativa, estando dire-
crescente de adipocinas clássicas (TNF-alfa, IL-1b, IL-6, IL-8, IL-10), fatores de tamente relacionada à redução de distúrbios metabólicos.23
crescimento (fator de crescimento transformador beta, fator de crescimento Estudos envolvendo a prática de HIIT na secreção de adipocinas têm
nervoso) envolvidos em processos inflamatórios, bem como na desregulação sido desenvolvidos em diferentes populações, especialmente em obesos
das proteínas da fase aguda (inibidor do ativador do plasminogênio-1, hapto- e atletas.24-26 Assim, o presente trabalho tem como objetivo reunir as
globina e amiloide sérico A), todos causados por excesso de tecido adiposo.4 informações mais recentes acerca dos efeitos de diferentes protocolos
A leptina e a adiponectina são as adipocinas mais abundantes no de HIIT nas concentrações plasmáticas de adipocinas.
tecido adiposo e executam diferentes funções. A leptina foi o primeiro
hormônio adipócito-específico a ser identificado e entre suas principais
MÉTODOS
atividades estão o controle do gasto energético e a regulação do apetite.5,6 Para organizar essa revisão sistemática, foi realizada uma busca nas
A adiponectina mostrou efeitos na regulação do metabolismo energético bases de dados PUBMED, Lilacs, HighWire, BVS e Cochrane Database of
e sensibilidade a insulina,7,8 assim como na estimulação da proteína cinase Systematic Reviews com as seguintes palavras-chave: HIIT adipokines,
ativada por AMP (AMPK) no músculo esquelético,9 que demonstrou au- HIIT leptin, HIIT adiponectin.
mentar o número e a capacidade oxidativa das mitocôndrias.10 Foram encontrados 13 artigos, publicados em inglês e português
Contudo, o aumento da adiposidade corporal causa desregula- entre 2013 e 2017. Desses, 11 foram selecionados após uma leitura se-
ção na secreção e expressão gênica das adipocinas, resultando em letiva para avaliar se o tema do artigo era pertinente à presente revisão,
disfunção metabólica. Um balanço energético positivo e um estilo de seguido de uma leitura exploratória, na qual buscamos leia e interprete
vida sedentário conduz ao acúmulo de gordura visceral, infiltração de os dados presentes nos estudos (Figura 1). A avaliação da qualidade foi
macrófagos e células T pró-inflamatórias. O fenótipo pró-inflamatório realizada utilizando a escala Physiotherapy Evidence Database (PEDro).
dos macrófagos M1 predomina e inflama o tecido adiposo, que por sua A escala PEDro atribui uma pontuação de 10 com base em critérios
vez libera adipocinas pró-inflamatórias, como fator de necrose tumoral descritos em outra parte. Para uma melhor compreensão dos dados,
(TNF), causando uma inflamação sistêmica leve, mas significativa.11 estudos clássicos foram utilizados na discussão.
Em indivíduos obesos, é observada resistência à leptina, resultando
em um aumento na circulação da leptina.12 A hiperleptinemia pode RESULTADOS E DISCUSSÕES
ser atribuída à redução do transporte da leptina ao cérebro ou à di- Os estudos que procuravam avaliar os efeitos do HIIT nos níveis
minuição de sinalização de leptina no hipotálamo.13 Por outro lado, a plasmáticos de adipocina são mostrados na Tabela 1. Existem poucos
concentração plasmática de adiponectina em indivíduos não obesos é trabalhos nessa área, além disso, as várias maneiras de usar o método
maior (2,5 vezes) que em indivíduos obesos.14 A relação entre leptina e (por exemplo, remo ergométrico, cicloergômetro, tiros de diversas
o sexo feminino parece estar bem definida na literatura, a concentração formas ao ar livre) dificultam a análise com base no treinamento. No
de leptina está diretamente relacionada com os estágios maturacionais entanto, todos os estudos aqui relatados demonstraram a eficácia
e inversamente relacionado com a idade da menarca,15 pois o aumento do HIIT como método para a prevenção ou tratamento de distúrbios
da leptina plasmática é um dos primeiros sinais do início e ativação do metabólicos causados pelo estilo de vida sedentário e obesidade
eixo hipotalâmico-pituitário-gonadal (HPG), resultando em aumento ou melhora de adipocinas relacionadas ao desempenho esportivo,
da concentração de estrogênio e da progesterona.15,16 como a adiponectina. 24,27-,33

Rev Bras Med Esporte – Vol. 26, No 3 – Mai/Jun, 2020 263


Efeitos do HIIT na concentração plasmática de adipocinas positivamente nessa idade, quando praticavam HIIT três vezes por
semana, durante 12 semanas,32 mas não mudou quando a frequência
Adiponectina foi duas vezes por semana por seis meses.29 A diferença no resultado
A adiponectina mostrou uma relação inversa com a gordura vis- pode ter ocorrido devido a uma singularidade no treinamento realizado
ceral1, isso pode ser explicado pelo fator de necrose tumoral (TNF-α) por Racil et al. (2013), pois o seu protocolo teve aumento de veloci-
que tem sido relatado como um forte inibidor da ação promovida pela dade a cada quatro semanas, o que não foi especificado por Blüher
adiponectina.34 Outras citocinas pró-inflamatórias regulam a atividade et al. (2016) onde o aumento da intesidade dependia da melhora da
anti-inflamatória da adiponectina, especialmente a interleucina-6 frequência cardíaca.
(IL-6) e a proteína C-reativa (PCR); TNF-α e adiponectina são inibidas A combinação do HIIT com treinamento pliométrico também parece
mutuamente; a expressão de PCR é sub-regulada pela adiponectina; resultar em efeitos positivos na leptina e adiponectina.24 Racil et al. (2016a)
a expressão da adiponectina é suprimida pela IL-6.35 Baixos níveis de distribuiram 68 adolescentes obesos em 3 grupos: HIIT, pliometria + HIIT
adiponectina plasmática foram encontradas em diabéticos tipo 2,36 e controle, todos treinados três vezes por semana durante doze semanas
sugerindo que a adiponectina é um importante fator hormonal no con- (com exceção do controle). O grupo que utilizou exercício pliométrico
trole da sensibilidade à insulina. A maioria das intervenções ocorreram em conjunto com o HIIT apresentou efeitos superiores ao grupo que
com adolescentes do sexo feminino, nas quais a adiponectina mudou realizou apenas HIIT na porcentagem de massa livre de gordura, na
concentração plasmática de leptina, glicose e adiponectina, razão lep-
tina-adiponectina, HOMAR-IR e agachamento com salto. Assim, o autor
Total de artigos encontrados concluiu a eficácia do HIIT em adolescentes obesas, mas recomenda
nas bases de dados
13
a utilização de exercícios pliométricos para melhorar as adaptações.
É interessante notar que a adiponectina parece responder
positivamente ao HIIT quando é prescrito a partir da velocidade aeróbica
máxima,32,24 mas não quando a frequência cardíaca máxima (FCmáx) é
Artigos selecionados após
usada.29,31 Outra observação interessante é que os dois primeiros estudos
Artigos excluídos usaram intensidades máxima ou supramáxima e os dois últimos usando
leitura do resumo
2
11 intensidades submáximas. Além disso, foi monitorado a taxa de troca
respiratória (TTR) durante os testes pré-treinamento quando a adipo-
nectina respondeu positivamente,32,24 mas não quando não mudou ou
quando respondeu negativamente.29,31 Esse fato pode ser explicado pela
Artigos selecionados após intensidade do treinamento ser monitorado com mais precisão quando
leitura completa
11
se conhece a intensidade relacionada ao limiar anaeróbico (Lan), que
pode ser estimada pela TTR, mas a FCmáx. não é um forte preditor da
Figura 1. Sequência de pesquisa e resultados de pesquisa. Lan em todas as intensidades.

Tabela 1. Estudos selecionados de acordo com o método apresentado.


Sessões
Critérios de Duração Outras
Autores Design e Qualidade Amostra HIIT por Adiponectina Leptina
prescrição total adipocinas
semana
Blüher et Estudo controlado randomizado, 20 adolescentes FCmáx: 80-95%
Não especificado 2 6 meses NM NM aFABP NM
al. (2016) qualidade = 5/10 obesos / 50-60%
10 pessoas,
Kong et Estudo controlado randomizado, Aumento com base
excesso de peso 60x 8 “/ 12” 4 5 semanas SM NM SM
al. (2016) qualidade = 4/10 no peso corporal
ou obeso
32 homens e
TNF-alfa ↑ e
Neto et al. Estudo controlado randomizado, mulheres com
4x 4 ‘/ 3’ FCmáx: 90% / 70% 3 16 semanas ↓ SM IL-6 ↓; IL-10
(2016) qualidade = 5/10 excess de peso
NM
ou obesos
Omentin-1
9 homens obesos
Ouerghi et Ensaio controlado não VOmáx: 100- ↑ no grupo
e 9 homens no 2x 8x30 “/ 30” 3 8 semanas SM SM
al. (2017) randomizado, qualidade = 5/10 110% / 50% treinado; PCR
peso ideal
não foi alterado
Racil et al. Estudo controlado randomizado, 17 adolescentes
3x 4-8x15 “/ 15” VAmáx: 100% / 50% 3 12 semanas SM ↓ SM
(2016b) qualidade = 6/10 obesos
7 remadores
Shing et Estudo controlado randomizado, 8x 2.5 ‘/ 70% Teste incremental:
estaduais e 2 4 semanas ↑ (agudo) SM SM
al. (2013) qualidade = 9/10 FCmáx or 5’ 90% / 40% test
nacionais
Sim et al. Estudo controlado randomizado, 10 homens com Tiros repetidos Pico VO2: 170%
3 12 semanas SM ↓ SM
(2015) qualidade = 5/10 excesso de peso 15 “/ 60” / 32%
4-6x teste Teste de Wingate:
12 mulheres
Vardar et Ensaio controlado não de Wingate 0.065 kg / ↓
com excesso de 2 19 dias ↑ (agudo) SM
al. (2017) randomizado, qualidade = 5/10 (30s esforço peso corporal / (agudo)
peso ou obesas
máximo) / 4-5 ‘ descanso passive
2x 6-8x30 “/ 30”
Racil et al. Estudo controlado randomizado, 46 adolescentes Pico VO2: 100-
or 2x 6-8x30 “/ 3 12 semanas ↑ ↓ SM
(2016a) qualidade = 5/10 obesos 110% / 50%
30” + pliometria
Sim et al. Estudo controlado randomizado, 10 homens com Tiros repetidos Pico VO2: 170%
3 12 semanas SM ↓ SM
(2015) qualidade = 5/10 excesso de peso 15 “/ 60” / 32%
Racil et al. Estudo controlado randomizado, 11 adolescentes VAmáx: 100-
2x 8x30 “/ 30” 3 12 semanas ↑ SM SM
(2013) qualidade = 5/10 obesos 110% / 50%
FCmáx: frequência cardíaca máxima; VAmáx: velocidade aeróbica máxima; ↑: aumento; ↓: redução; SM: sem mensuração; NM: não mudou.

264 Rev Bras Med Esporte – Vol. 26, No 3 – Mai/Jun, 2020


Meyer, Gabriel, Kindermann et al. (1999), mostraram que a pres- prejudicada nos neurônios-alvo.37 Considine et al. (1996) relataram
crição da FCmáx pode variar dependendo do indivíduo. O limiar que embora a concentração de leptina aumente diretamente propor-
anaeróbico individual (LAI) variou de 53 a 85% quando a frequência cional ao percentual de massa gorda, indivíduos obesos apresentam
cardíaca estava em 70% da FCmáx e de 87 a 116% do LAI quando a insensibilidade à produção endógena da mesma. Esse fato corrobora
frequência cardíaca estava em 85% da FCmáx. Esses dados mostram com as indicações de falha no mecanismo de ação da leptina quando
que a prescrição apenas da FRmáx pode causar intensidades altas a concentração plasmática aumenta.37 Assim, é interessante que as
ou supra-máximas em diferentes indivíduos, mesmo que estejam na concentrações de leptina diminuam em resposta ao treinamento,
mesma porcentagem da FCmáx. pois isso pode ser indicativo de melhora no metabolismo energético
A adiponectina também pode ser estudada como marcador de ou redução da massa gorda. Além disso, parece estar relacionado a
desempenho. Juramae, J., Purge and Jurimae T., (2006) relataram que melhora da sensibilidade periférica a insulina (músculo esquelético)
remadores selecionados para representar a equipe Olímpica tiveram e à modulação da função das células β pancreáticas,12 evitando o
aumento de adiponectina na circulação após um máximo de 2000 desenvolvimento de diabetes tipo 2.
metros, uma vez que os remadores não selecionados tiveram uma
diminuição de adiponectina circulante. Isso é possível devido ao efeito Outras adiponectinas
da adiponectina na função energética, como: atividade da AMPK e Alguns estudos encontraram outras adipocinas como TNF-α, IL-6, IL-
aumento da PGC1-alfa, à consequente biogênese mitochondrial. Shing 10 , omentina-1, proteína C-reativa (PCR) e a gordura adipocitária (aFABP)27.
31

et al. (2013) testaram o efeito do HIIT em remadores à nível estadual O primeiro estudo mostrou que marcadores pró-inflamatórios, como o
e nacional por quatro semanas, o treinamento consistiu em 90% do TNF- α e IL-6, aumentaram e diminuíram, respectivamente. No entanto,
esforço medido através de um teste incremental (TI) por dois minutos marcadores pró-inflamatórios, como IL-10 e adiponectina, não mudaram
e trinta segundos, intercalado pela recuperação para 40% do esforço ou diminuíram, respectivamente. Contudo, Neto et al. (2016) usaram FCmáx
alcançado na TI até a frequência cardíaca retornar a 70% do máximo como um fator preditivo do treinamento, o que facilita os sintomas de
ou atingir um esforço máximo de 5 minutos de recuperação ativa. O overreaching não funcional e pode levar a um estado inflamatório.
treinamento foi realizado em um ergômetro de remo para facilitar a A omentina-1 é uma adipocina recentemente descoberta, secretada
adaptação dos atletas. Ao final da intervenção a adiponectina melhorou principalmente pelo tecido adiposo visceral e tem alta expressão no
na resposta aguda ao exercício e foi observada uma melhora ampla tecido adiposo do estroma de células vasculares.33 Isso foi demonstrado
mas não estatisticamente da adiponectina em repouso. O estudo que melhora o transporte da glicose mediada pela insulina e também
também incluiu um grupo com um treinamento tradicional variando estimula a fosforilação de AKT nos adipócitos, levando a crença de que
de 35 a 40 minutos, correspondendo a intensidade alcançada em melhora a sensibilidade à insulina.38,27 Por outro lado, PCR é um marcador
uma concentração de lactato de 2 a 3 mmol / L. Mas este grupo não para o risco de doenças cardiovasculares, mostrando também ser um
teve nenhuma diferença significativa na adiponectina pós-exercício forte preditor de futuro infarto agudo do miocárdio.39
ou adiponectina em repouso. Ouerghi et al. (2017), mostraram que no treinamento de HIIT as con-
Esses dados podem ser interpretados de duas maneiras, o HIIT pode centrações de omentina-1 em indivíduos obesos foram superiores as dos
ter sido superior ao treinamento tradicional para melhorar a concentração indivíduos com peso normal, mas não alterou a concentração plasmática
de adiponectina, porque ele possui maior intensidade por unidade de de PCR. A melhoria mais pronunciada em indivíduos obesos pode estar
tempo ou os atletas responderam melhor devido à mudança na rotina relacionada a diminuição do índice de massa corporal (IMC) e da massa
dos exercícios mediada pelo HIIT. Os autores também recomendaram
gorda nesses indivíduos, o que não ocorreu em pessoas com o peso
que estudos futuros devem ser conduzidos para esclarecer a relação do
normal. Os autores também observaram uma relação positiva da omen-
aumento da adiponectina com várias adaptações fisiológicas observadas,
tina-1 com o IMC, colesterol total e VO2máx, mas negativamente com o
como a dimunuição da massa gorda e aumento do VO2máx no grupo
colesterol LDL e a massa gorda. No entanto, não mostrou relação com
HIIT, mas não no grupo de treino tradicional.33
o HOMAR-IR, embora esse índice tenha diminuído em pessoas obesas.
Leptina O aFABP é a principal proteína no citoplasma de adipócitos e ma-
Os efeitos do HIIT na concentração plasmática de leptina ainda não crófagos maduros, e é reconhecida como uma proteína chave vinculada
está totalmente elucidada porque os achados são controvérsos, com a fatores como obesidade, diabetes e aterosclerose.40 Essa adipocina
diminuição da concentração plasmática em alguns estudos (24,25,24,28). também está relacionada com a regulação do transporte intracellular
Embora não apresente modificações em outros.29,30 de ácidos graxos e à patogênese da síndrome metabólica. Altas taxas
Nos estudos em que a leptina declinou houve uma diminuição da de produção de aFABP estão relacionadas ao aumento do colesterol e
massa gorda, o qual não ocorreu quando permaneceu inalterado. Isso acúmulo de triacilgliceróis, bem como ao aumento da expressão dos
sugere que a queda da leptina em repouso está intimamente ligada a marcadors pró-inflamatórios Ridker PM.29 Proteína C reativa de alta sen-
redução da massa gorda. Contudo, Blüher et al. (2016) demonstraram sibilidade: potencial adjunto para avaliação de risco global na prevenção
que a leptina permaneceu inalterada mesmo com a redução da massa primária de doenças cardiovasculares.
gorda, isso pode ter ocorrido porque o percentual de massa gorda Blüher et al. (2016) mostraram que o aFABP não mudou em resposta
estava muito alto antes do treinamneto e mesmo com a diminuição ao HIIT, para uma melhor compreensão da relação dessa adipocina com
pós-treinamento, não era suficiente para produzir melhorias significantes o exercício, é necessário mais pesquisas.
na concentração de leptina. Em resumo, devido a diferentes desenhos metodológicos do HIIT e
Apesar do efeito anteriormente mensionado da leptina, tal como a diferentes amostras, os dados variam bastante (Figura 2). A obesidade
regular o apetite e aumentar a oxidação dos ácidos graxos, as pessoas leva a desregulação das concentrações séricas de várias adipocinas que
obesas não parecem responder de maneira análoga às pessoas eu- atuam em vários orgãos causando efeitos prejudiciais na morfologia e
tróficas. Altas concentrações de leptina estão associadas com alguma na função. O HIIT atua como um agente terapêutico não invasivo que
resistência, isso pode ser causado por problemas no transporte através melhora a concentração de várias adipocinas no sangue, o que pode
da barreira hematoencefálica e pela sinalização neural da leptina prevenir danos aos tecidos.

Rev Bras Med Esporte – Vol. 26, No 3 – Mai/Jun, 2020 265


Hipertrofia e hiperplasia CONCLUSÃO
Obesidade
A presente revisão constatou que o HIIT é uma metodologia
interessante a ser recomendada para o tratamento ou prevenção
da síndrome metabólica, pois atua diretamente sobre os fatores
fisiológicos que levam a essa condição. No entanto, o HIIT demons-
Adipocinas trou apenas efeitos significativos na concentração plasmática de
desregulação
Adiponectina adipocina quando foi prescrito em intensidade quase máxima,
Orgãos afetados
Interleucina-6
Omentin-1
máxima ou supramáxima, de modo que a intensidade precisa ser
Proteina C reativa controlada por técnicas precisas, como a concentração de lactato
Leptina
PAI-1 ou razão da troca respiratória.
aFABP
Angiotensionogênio
Em uma abordagem prática, o HIIT parece ser uma opção viável
Angiotensina II para reduzir a inflamação devido a obesidade mesmo se não ocorrer
TNF-alfa
Interleucina-10 perda de gordura. No entanto, mais estudos precisam ser realizados
para proporcionar aos profissionais de saúde, especialmente educadores
Adipocinas físicos, uma melhor compreensão dos processos que medeiam essas
alterações
Treinamento HIIT Adiponectina: aumentou (aguda e em repouso) ou diminuiu respostas, ajudando a aplicar protocolos mais eficientes.
Leptina: diminui (agudo e em repouso se a massa adiposa diminuir) ou
não mudou
TNF-Alfa: aumentou ou diminuiu
Interleucina-6: diminuiu
Interleucina-10: não mudou
Omentin-1: aumentou
Proteina C reativa: não mudou
aFABP: não mudou Todos os autores declararam não haver qualquer potencial conflito
Figura 2. Visão geral da desregulação da adipocina na obesidade e os efeitos tera- de interesses referente a este artigo.
pêuticos do HIIT.

CONTRIBUIÇÕES DOS AUTORES: Cada autor contribuiu individual e significativamente para o desenvolvimento do manuscrito. GMS: redação, revisão, pesquisa em bases de dados
e confecção de todo o projeto de pesquisa; IRB: análise dos dados e redação; FSLVF: tradução e revisão; RCRS e CAS: revisão; ECBC: redação; MOS: redação e normalização as normas
da revista; DSR: redação e revisão. Todos os autores revisaram e aprovaram a versão final do manuscrito.

REFERÊNCIAS
1. Matsuzawa Y, Funahashi T, Nakamura T. The concept of metabolic syndrome: contribution of visceral fat & Chamari, Karim & Mohamed, Amri & Coquart, Jeremy. (2015). Plyometric exercise combined with
accumulation and its molecular mechanism. J Atheroscler Thromb. 2011;18(6): 629-39. high-intensity interval training improves metabolic abnormalities in young obese females more so than
2. Picu A, Petcu L, Stefan S, Mitu M, Lixandru D, Ionescu-Tirgovise C, et al. Markers of oxidative stress interval training alone. Applied Physiology, Nutrition, and Metabolism. 41. 10.1139/apnm-2015-0384.
and antioxidant defense in romanian patients with type 2 diabetes mellitus and obesity. Molecules. 25. Sim AY, Wallman KE, Fairchild TJ, Guelfi KJ. Effects of high-intensity intermittent exercise training on
2017;22(5):714-28. appetite regulation. Med Sci Sports Exerc. 2015;47(11):2441-9.
3. Knebel B, Goeddeke S, Poschmann G, Markgraf DF, Jacob S, Nitzgen U, et al. Novel Insights into the 26. Jurimae J, Purge P, Jurimae T. Adiponectin and stress hormone responses to maximal sculling after
Adipokinome of Obese and Obese/Diabetic Mouse Models. Int J Mol Sci. 2017;18(9):pii: E1928. volume-extended training season in elite rowers. Metabolism. 2006;55(1):13-9.
4. Trayhurn P, Wood IS. Adipokines: inflammation and the pleiotropic role of white adipose tissue. Br J 27. Ouerghi N, Ben Fradj MK, Bezrati I, Feki M, Kaabachi N, Bouassida A. Effect of High-Intensity Interval
Nutr. 2004;92(3):347-55. Training on Plasma Omentin-1 Concentration in Overweight/Obese and Normal-Weight Youth. Obes
5. Zhang Y, Proenca R, Maffie M, Barone M, Leopold L, Friedman JM. Positional cloning of the mouse obese Facts. 2017;10(4):323-31.
gene and its human homologue. Nature. 1994;372(6505):425-32. 28. Vardar SA, Karaca A, Güldiken S, Palabıyık O, Süt N, Demir AM. High-intensity interval training acutely alters
6. Campfield LA, Smith FJ, Guisez Y, Devos R, Burn P. Recombinant mouse OB protein: evidence for a peripheral plasma adipokine levels in young overweight/obese women. Arch Physiol Biochem. 2018;124(2):149-55.
signal linking adiposity and central neural networks. Science, 1995;269(5223):546-9. 29. Blüher S, Kläpplinger J, Herget S, Reichardt S, Böttcher Y, Grimm A, et al. Cardiometabolic risk markers,
7. Wang Y, Lam JB, Lam KS, Liu J, Lam MC, Hoo RL, et al. Adiponectin modulates the glycogen synthase adipocyte fatty acid binding protein (aFABP) and the impact of high-intensity interval training (HIIT) in
kinase-3beta/beta-catenin signaling pathway and attenuates mammary tumorigenesis of MDA-MB-231 obese adolescents. Metabolism. 2017;68:77-87.
cells in nude mice. Cancer Res. 2006;66(23):11462-70. 30. Kong Z, Sun S, Liu M, Shi Q. Short-Term High-Intensity interval training on body composition and blood
8. Lafontan M, Viguerie N. Role of adipokines in the control of energy metabolism: focus on adiponectin. glucose in overweight and obese young women. J Diabetes Res. 2016;2016:4073618.
Curr Opin Pharmacol. 2006;6(6):580-5. 31. Gerosa-Neto J, Antunes BM, Campos EZ, Rodrigues J, Ferrari GD, Rosa Neto JC, et al. Impact of long-term
9. Dyck DJ, Heigenhauser GJ, Bruce CR. The role of adipokines as regulators of skeletal muscle fatty acid high-intensity interval and moderate-intensity continuous training on subclinical inflammation in
metabolism and insulin sensitivity. Acta Physiol (Oxf ). 2006;186(1):5-16. overweight/obese adults. J Exerc Rehabil. 2016;12(6):575-80.
10. Ojuka EO. Role of calcium and AMP kinase in the regulation of mitochondrial biogenesis and GLUT4 32. Racil G, Ben Ounis O, Hammouda O, Kallel A, Zouhal H, Chamari K, et al. Effects of high vs. Moderate
levels in muscle. Proc Nutr Soc. 2004;63(2):275-8. exercise intensity during interval training on lipids and adiponectin levels in obese young females. Eur
J Appl Physiol. 2013;113(10):2531-40.
11. Gleeson M, Bishop NC, Stensel DJ, Lindley MR, Mastana SS, Nimmo MA. The anti-inflamatory effects of exercise:
mechanisms and implications for prevention and treatment of disease. Nat Rev Immunol. 2011;11(9):607-15. 33. Shing CM, Webb JJ, Drilller MW, Williams AD, Fell JW. Circulating adiponectin concentration and body
composition are altered in response to high-intensity interval training. J Strength Cond Res. 2013;27(8):2213-8.
12. Yadav A, Kataria MA, Saini V, Yadav A. Role of leptin and adiponectin in insulin resistance. Clin Chim
Acta. 2013;417:80-4. 34. Maeda N, Takahashi M, Funahashi T, Kihara S, Nishizawa H, Kishida K, et al. PPARgamma ligands in-
crease expression and plasma concentrations of adiponectin, an adipose-derived protein. Diabetes.
13. Münzberg H, Myers MG Jr. Molecular and anatomical determinants of central leptin resistance. Nat
2001;50(9):2094-9.
Neurosci. 2005;8(5):566-70
35. Prado WL, Lofrano MC, Oyama LM, Dâmaso AR. Obesidade e adipocinas inflamatórias: implicações práticas
14. Arita Y, Kihara S, Ouchi N, Takahashi M, Maeda K, Miyagawa J, et al. Paradoxical decrease of an adipose-
para a prescrição de exercício. Rev Bras Med Esporte. 2009 [access in 16 dec 2017];15(5): 378-83. Available
specic protein, adiponectin, in obesity. Biochem Biophys Res Commun. 1999;257(1):79-83.
in: http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1517 86922009000600012&script=sci_abstract&tlng=pt
15. Meira TB, Moraes FL, Böhme MT. Relações entre leptina, puberdade e exercício no sexo feminino. Rev
36. Hotta K, Funahashi T, Arita Y, Takahashi M, Matsuda M, Okamoto Y, et al. Plasma concentrations of a
Bras Med Esporte. 2009;15(4):306-10.
novel, adipose-specific protein, adiponectin, in type 2 diabetic patients. Arterioscler Thromb Vasc Biol.
16. Moschos S, Chan JL, Mantzoros CS. Leptin and reproduction: a review. Fertil Steril. 2002;77(3):433-44. 2000;20(6):1595-9.
17. Algul S, Ozdenk C, Ozcelik O. Variations in leptin, nesfatin-1 and irisin levels induced by aerobic exercise 37. Meyer, Tim & Gabriel, Holger & KINDERMANN, WILFRIED. (1999). Is determination of exercise intensities
in young trained and untrained male subjects. Biol Sport. 2017;34(4):339-44. as percentages of VO2max or HRmax adequate?. Medicine & Science in Sports & Exercise. 31. 1342-1345.
18. Kang SJ, Kim JH, Gang Z, Yook YS, Yoon JR, Ha GC, et al. Effects of 12-week circuit exercise program on 38. Leal VO, Mafra D. Adipokines in obesity. Clinica Chim Acta. 2013;419:87-94.
obesity index, appetite regulating hormones, and insulin resistance in middle-aged obese females. J
39. CONSIDINE, Robert V. et al. Serum Immunoreactive-Leptin Concentrations in Normal-Weight and Obese
Phys Ther Sci. 2018;30(1):169-73.
Humans. New England Journal Of Medicine. 1996;334(5): 292-5
19. Leggate M, Determination of inflammatory and prominent proteomic changes in plasma and adi-
40. Yang RZ, Lee MJ, Hu H, Pray J, Wu HB, Hansen BC, et al. Identification of omentin as a novel depot-specific
pose tissue after high-intensity intermittent training in overweight and obese males. J Appl Physiol.
adipokine in human adipose tissue: possible role in modulating insulin action. Am J Physiol Endocrinol
2012;112(8):1353-60.
Metab. 2006;290(6): E1253-61.
20. Suárez-García S, Del Bas JM, Caimari A, Escorihuela RM, Arola L, Suárez M. Impact of a cafeteria diet and
41. Ridker PM. High-sensitivity C-reactive protein: potential adjunct for global risk assessment in the primary
daily physical training on the rat serum metabolome. Plos One. 2017;12(2): e0171970.
prevention of cardiovascular disease. Circulation. 2001;103(13):1813-8.
21. Tjonna AE, Lee SJ, Rognmo O, Stolen TO, Bye A, Haram PM, et al. Aerobic interval training versus continuous
42. Hao Y, Ma X, Luo Y, Hu X, Pan X, Xiao Y, et al. Associations of serum adipocyte fatty acid binding protein
moderate exercise as a treatment for the metabolic syndrome: a pilot study. Circulation. 2008;118(4):346-54.
with body composition and fat distribution in nondiabetic Chinese women. J Clin Endocrinol Metab.
22. Boyle M. Avanços no treinamento funcional. Porto alegre: Artmed, 2015. p. 256. 2015;100(5):2055-62.
23. Irving, Brian A. et al. Effect of Exercise Training Intensity on Abdominal Visceral Fat and Body Composi- 43. Racil G, Coquart JB, Elmontassar W, Haddad M, Goebel R, Chaouachi A, et al. Greater effects of high- com-
tion. Medicine & Science In Sports & Exercise. 2008;40(11):1863-72 pared with moderate-intensity interval training on cardio-metabolic variables, blood leptin concentration
24. Racil, Ghazi & ZOUHAL, Hassane & Elmontassar, Wassim & Abderrahman, Abderraouf & Sousa, Maysa and ratings of perceived exertion in obese adolescent females. Biol Sport. 2016;33(2):145-52.

266 Rev Bras Med Esporte – Vol. 26, No 3 – Mai/Jun, 2020

Você também pode gostar