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FACULDADE FASERRA

Pós-graduação em Fisioterapia Neurofuncional

Andreia Brito da Silva

Intervenção da fisioterapia na patologia: Mal de Parkinson

Manaus
2017
2

Andreia Brito da Silva

Intervenção da fisioterapia na patologia: Mal de Parkinson

Manaus
2017
3

Intervenção da fisioterapia na patologia: Mal de Parkinson


Andreia Brito da Silva1
deia_britosilva@hotmail.com
Dayana Priscila Maia2
Pós-graduação em Fisioterapia Neurofuncional Faculdade Faserra

Resumo

Introdução: Aqueles que são portadores da patologia de Parkinson mostram padrões de


desequilíbrio musculares, os quais promovem a distorção do alinhamento, levando a uma
posição símea. Objetivo: O presente estudo de revisão Integrativa tem como objetivo o
conhecimento sobre mal de Parkinson e as intervenção fisioterapêuticas nesta patologia.
Métodos: Assim realizou-se busca bibliográfica nas bases de dados Literatura Latino-
Americana e do Caribe (LILACS), Biblioteca Científica Eletrônica Online (SciELO).
Resultados e Discussão: A fisioterapia desempenha um importante papel na manutenção da
capacidade física dos indivíduos de Parkinson, colaborando na manutenção dos aspectos
motores, psíquicos e evitando o aparecimento de postura inadequada que contribui para o
agravamento dos sintomas Conclusão: A fisioterapia orienta a pratica de atividade física,
sendo de extrema importância para manter, melhorar e prolongar a qualidade de vida do
individuo diminuído algumas das suas complicações.

Palavras-chave: Mal de Parkinson, Fisioterapia, Exercícios.

1. Introdução

Descrita primeiramente por James Parkinson em seu ensaio intitulado


“AnEssayontheShaking Pulse” (1807), a doença de Parkinson (DP) ou mal de Parkinson é
um dos distúrbios de movimento que mais acomete os idosos. É caracterizada por quatro
sinais clínicos essenciais: Tremor de repouso, rigidez, bradicinesia e instabilidade postural.
Apresenta como manifestações secundárias incoordenação motora, micrografia,
embaçamento da visão, disartria, edema, sialorréia, face em máscara, deformidade de mão e
pé, distonia, escoliose, cifose, demência, depressão. 1
Esta patologia degenerativa do mesencéfalo. A degeneração de neurônios da zona compacta
da substância negra resultará numa diminuição da produção de dopamina, com disfunção da
via nigroestriatal e subsequente perda da dopamina estriatal. 1

1.Fisioterapeuta, Pós-graduando em Fisioterapia Neurofuncional.


2.Fisioterapeuta, Especialista em Metodologia de Ensino Superior, Mestrando em Bioética e Direito em Saúde.
4

Quando aproximadamente 80% dos neurônios da substância negra forem perdidos, a DP


torna-se evidente e os indivíduos começam a experimentar uma grande variedade de
dificuldades. 2
Existem fases durante o momento de síntese, liberação e metabolismo da dopamina dentro
do sistema nervoso central, cuja intervenção medicamentosa é aumentando os níveis de
dopamina, que podem influenciar as manifestações clínicas da DP. 3
A DP predomina no sexo masculino (homem–mulher/ 3:2), com início entre 50 e 65 anos de
idade. A duração média da doença é de oito anos (podendo variar de 1 a 30 anos). Contudo,
podem-se encontrar pacientes com inicio da doença mais precoce, antes dos 40 anos e até
mesmo abaixo dos 21 anos. 4
A bradicinesia é um sinal que mais serve para diferenciar o Parkinson de outras alterações
motoras. Correspondem a um alentecimento dos movimentos, especialmente os automáticos,
havendo uma dificuldade geral da movimentação. 1
Na instável postural, os pacientes experimentam dificuldades crescentes durante
atividades dinâmicas desestabilizastes, tais como: alcance funcional, andar e virar. A
propriocepção muscular e articular, o sistema vestibular e a visão são algumas das fontes de
alimentação do sistema extrapiramidal no controle do tono postural. Os pacientes assumem
uma postura muito característica com a cabeça em ligeira flexão, tronco ligeiramente
inclinado para frente, flexão moderada da perna sobre a coxa e do antebraço sobre o braço,
com exagero da pinça digital nas mãos e o tronco fletido ventralmente.3
A fisioterapia é empregada como tratamento adjunto aos medicamentos ou a cirurgia
utilizada no mal de Parkinson. Mesmo assim ainda existem dúvidas acerca desta intervenção
caso à comparação com o tratamento medicamentoso. De acordo com reabilitação deve
compreender exercícios motores, treinamento de marcha (sem e com estímulos externos),
treinamento das atividades diárias, terapia de relaxamento e exercícios respiratórios. Outra
meta é educar o paciente e a família sobre os benefícios da terapia por exercícios. Devem ser
avaliados os sintomas neurológicos, a habilidade para andar, a atividade da vida diária
(AVD), a qualidade de vida (QV) e a integração psíquica. 4
Tendo como base esses fatores, o presente estudo de revisão bibliográfica tem como objetivo
o conhecimento sobre esta patologia que carreta tanto dificuldade aos indivíduos acometidos
com isto intervenção fisioterapêutica, é de extrema importância, visto que a fisioterapia tem
como objetivo minimizar os problemas motores causados tanto pelos sintomas primários da
doença quanto pelos secundários, ajudando o paciente a manter a bem-estar para realizar as
atividades do dia-a-dia, melhorando principalmente a qualidade de vida.
5

2. Revisão Bibliográfica
2.1. Mal de Parkinson
A moléstia de Parkinson abrange um grupo de manifestações clínicas especificas
caracterizado pelo tremor e pela perturbação dos movimentos involuntários da postura
corporal, do equilíbrio e rigidez causado maior acometimento em idosos, principalmente
homens. Estima-se que esse distúrbio acomete cerca de 1% da população mundial com mais
de 65 anos, representando até 2/3 dos pacientes que frequentam os grandes centros de
distúrbios do movimento em todo o mundo embora em alguns casos a doença de Parkinson
pode manifestar-se também em indivíduos com menos de 40 anos, caracterizando o
Parkinsonismo Precoce (PP). 5

O número de idosos com mais de 60 anos vem aumentando, bem como a expectativa de
vida dos brasileiros. Assim, é possível teorizar que a DP pode provocar um impacto nas
estruturas econômicas, sociais e de saúde, o que necessitará de um maior conhecimento
acerca desta patologia e um melhoramento do planejamento de saúde pública. Os dados
referentes à epidemiologia da DP são importantes, uma vez que podem fornecer dados
quanto à sua ocorrência, etiologia e informações sobre planejamentos na Saúde Pública.
Ademais, estima-se que em 2020 aproximadamente 40 milhões de pessoas no mundo terão
desordens motoras secundárias à DP. 6,7
O mal de Parkinson caracteriza-se por ser uma condição degenerativa do Sistema Nervoso
Central que afeta principalmente o sistema motor. É uma das condições neurológicas mais
frequentes e sua causa permanece desconhecida. 5
O parkinsonismo corresponde a uma série de alterações funcionais, decorrentes de
disfunções nos gânglios basais, relacionadas ao controle motor, repercutindo por meio de
sinais e sintomas como tremor de repouso, rigidez, bradicinesia, alterações posturais e
freezing (bloqueio motor), a fala também sofre distúrbios, causando a disartrofonia
hipocinética, caracterizando-se pela monotonia e diminuição da intensidade da voz além
desses sintomas, podem ocorrer, também, hipomimia (face em forma de máscara). 8
Á medida que a doença progride, esses sintomas se tornam mais evidentes. Considerando
que as funções motoras finas, globais e orais se encontram extremamente comprometidas, o
indivíduo acometido tornasse cada vez mais limitado a realizar as atividades básicas de vida
diária. 9
O tremor, característico de pacientes com esta doença se constitui como o primeiro sintoma
a se manifesta em cerca de 50% dos casos, quando presente, pode apresentar-se com o
6

membro em repouso, e normalmente desaparece durante a execução de um movimento,


podendo aumentar com a fadiga, estresse e emoção. Em geral, começa nos dedos, mais
especificamente no polegar, podendo iniciar no antebraço ou no punho. Um padrão muito
comum é o tremor começar na extremidade superior, espalhando-se para a extremidade
inferior ipsilateral ou extremidade superior contralateral antes de se tornar mais
generalizado. 10
A bradicinesia (uma diminuição nos movimentos) e acinesia (uma falta de movimento) são
caracterizadas por uma inabilidade para iniciar e realizar movimentos. 11
A rigidez muscular decorre do aumento da resistência que os músculos oferecem quando um
segmento do corpo é deslocado passivamente. A dor ocorre muito frequentemente como
resultado da rigidez, e pode se apresentar como câimbras, dores fracas e mais agudas. 11
Os pacientes com DP também experimentam dificuldades crescentes durante atividades
dinâmicas desestabilizantes, tais como: alcance funcional, andar e virar. A instabilidade
postural é decorrente da perda de reflexos de readaptação postural, distúrbios que não são
comuns em fases iniciais de evolução da doença. 10
Expressão facial é caracterizada pela máscara parkinsoniana, apresentando um rosto imóvel
e inexpressível, decorrente da bradicinesia e rigidez a qual demonstra um olhar fixo, com
diminuição da mímica facial, e a boca entreaberta com salivação abundante. Esses pacientes
apresentam significativamente alterações de voz e fala. 8

2.2. Processo etiopatogênico da doença de Parkinson,


Inúmeros fatores têm sido relacionados ao processo etiopatogênico do mal de Parkinson,
como a ação das neurotoxinas ambientais, com base no surgimento de casos de
parkinsonismo em usuários de heroína, a exposição de toxinas agroindustriais e o consumo
de água de poço, também considerados fatores de risco. 12
Tem sido anotado ainda o estresse oxidativo, causado pelo desequilíbrio entre fatores que
requerem a formação de radicais livres e os mecanismos de defesa antioxidativo. 12
Os fatores ambientais estão interligados aos pacientes de DP que vivem em zona rural,
fazem uso de água de poço e que estão mais expostos a pesticidas e herbicidas. As questões
químicas procedem de exposições a produtos químicos industriais, como manganês,
mercúrio e solventes. 12 O estresse oxidativo ocorre quando existe um desequilíbrio entre os
fatores que promovem a formação de radicais livres e os mecanismos de defesa
antioxidativos. As questões genéticas estão ligadas a existência de genes que favorecem o
desenvolvimento da enfermidade, porém agindo de forma indireta. E as disfunções
7

mitocondriais podem ser decorrentes de fatores tóxicos, bem como genéticos, que tendem a
ocasionar uma cascata de eventos originando morte celular programada. 10
No entanto, pacientes que possuem parentes de primeiro grau com esta moléstia têm duas a
três vezes mais chance de desenvolver a doença. A primeira menção sobre a participação da
genética nesta patologia foi feita em 1893 por Gowers ao observar que 15% de seus
pacientes tinham familiares com tremor isolado ou parkinsonismo. Em 1949, Mjönes
descreveu, pela primeira vez, casos ocorridos na mesma família, propondo que a doença
teria um traço autossômico dominante com 60% de penetração.

2.3. A intervenção da fisioterapia para Mal de Parkinson


A fisioterapia voltada para pacientes com a doença tem o objetivo de minimizar os
problemas motores causados tanto pelos sintomas primários da doença como secundários,
ajudando a manter a independência para realiza associada às atividades do dia-a-dia e
melhora a sua qualidade de vida, que pode ser por uso de aparelhos auxiliares. 13
Segundo a Associação Brasil Parkinson (2007), a fisioterapia visa a uma reeducação e
manutenção da atividade física, permitindo que o tratamento tenha uma melhor eficácia e,
ainda, uma melhora psicológica do paciente portador de DP.13
Embora a terapia farmacológica seja base do tratamento, a fisioterapia também tem sua
importância, promovendo exercícios que mantêm ativos os músculos e preservam a
probabilidade, pois um programa de exercícios para o paciente com doença de Parkinson
deve basear-se nos padrões de movimentos funcionais que envolvam prontamente diversos
segmentos corporais. 14
Um programa de fisioterapia personalizada para paciente pode ajudar no controle dos
problemas posturais, nas deformidades e distúrbios de macha, incluindo no programa
exercícios ativos e passivos, treinamento da caminhada, desenvolvimento de atividades
diárias, calor gelo, estimulação elétrica e hidroterapia. 15
Na avaliação fisioterapêutica são obtidos dados da história do paciente, além da realização
de testes e tomada de medidas relevantes. Ao se estruturar a avaliação, devem ser levados
em conta a idade, estágios da doença e a gravidade dos problemas. Dentre os fatores
examinados, temos: nível de cognição, atividade afetiva e psicossocial, integridade sensorial,
dor, função visual, amplitude de movimento, postura, desempenho muscular, marcha e
função motora, sendo nesta avaliados sinais próprios da DP (rigidez, bradicinesia, tremor e
instabilidade postural). 16
Ao se avaliar mais profundamente a instabilidade postural, o fisioterapeuta deve dar ênfase
na realização de testes que investigam o equilíbrio. Essa investigação deve ser feita com o
8

paciente em posição ereta (equilíbrio estático) e durante a marcha (equilíbrio dinâmico),


além da posição sentada. 15, 16
A reabilitação deve compreender exercícios motores, treinamento de marcha (sem e com
estímulos externos), treinamento das atividades diárias, terapia de relaxamento e exercícios
respiratórios. Outra meta é educar o paciente e a família sobre os benefícios da terapia por
exercícios. Devem ser avaliados os sintomas neurológicos, a habilidade para andar, a
atividade da vida diária (AVD), a qualidade de vida (QV) e a integração psíquica. 17
Devem ser realizados exercícios de relaxamento (balanços suaves e rotação), exercícios de
flexibilidade (exercícios de amplitude de movimento ativos e passivos), exercícios de
mobilidade (realização de movimentos funcionais, como rolar e fazer transições de
decúbitos), treino de marcha (com uso de pistas visuais, obstáculos e associado à facilitação
neuromuscular proprioceptiva), adaptações funcionais que facilitem a vida do idoso com DP
(elevar cabeceira da cama, roupas mais largas e com velcros e uso de calçados especiais),
exercícios respiratórios (programa de reabilitação pulmonar abrangente), realização de
exercícios em grupo, educação do paciente e da família e a realização de atividades que
melhorem o equilíbrio, a fim de reduzir a instabilidade postural. 18
Os aparelhos que são usados especificamente para paciente com mal de Parkinson podem
incluir corrimões adicionais colocados de forma estratégica pela casa para suporte adicional,
talheres com cabos largos e toalhas de mesa antiderrapantes. 18
Em estudo realizado, concluíram que a diminuição da amplitude torácica foi o fator
determinante das alterações respiratórias restritivas dos parkinsonianos, limitando a elevação
das estruturas do tórax e a expansibilidade pulmonar. Dessa forma, um programa de
fisioterapia respiratória direcionado para o aumento da amplitude torácica promove a
melhora da função respiratória e da capacidade funcional desses pacientes. 19
Quando houver condições, o fisioterapeuta deve tentar imitar as condições de vida real do
paciente, observando o nível de dificuldade, escolhendo as tarefas de acordo com as
limitações do paciente e as demandas específicas da tarefa. Os exercícios específicos de
força e amplitude de movimento são importantes para minimizar déficits no equilíbrio.
Neste caso, o paciente pode ser instruído a realizar exercícios de levantar os calcanhares e os
dedos quando de pé, agachamentos e levantamentos parciais da cadeira, apoio unipodal,
chutando para o lado e para trás com o outro membro e marcha estacionária. 19
Assim a fisioterapia voltada para o mal de Parkinson tem como objetivo principal minimizar
os problemas motores, ajudando o paciente a manter a independência para realizar as
atividades de vida diária e melhorando sua qualidade de vida. Com o exercício, o aumento
9

da mobilidade pode de fato modificar a progressão da doença e impedir contraturas, além de


ajudar a retardar a demência. 11,12,15
Nesse contexto, o papel da fisioterapia é maximizar as habilidades funcionais e minimizar as
complicações secundárias, por meio da reabilitação do movimento dentro de um contexto de
suporte para o indivíduo como um todo. 19

3. Metodologia
Trata-se de um estudo de revisão narrativa da literatura, cuja definição é descrever e
discutir o desenvolvimento de um determinado assunto, sobre ponto de vista teórico ou
contextual. Constituem basicamente, de analise da literatura publicada em livros, artigos de
revista impressas e/ou eletrônicas na interpretação e analise critica pessoal do autor 20.
Assim realizou-se busca bibliográfica nas bases de dados Literatura Latino-
Americana e do Caribe (LILACS), Biblioteca Científica Eletrônica Online (SciELO) e base
de dados MEDLINE utilizando-se os seguintes descritores “Mal de Parkinson”,
“parkinsonismo”, “Fisioterapia”, “Etiopatogênico da doença de Parkinson” ,“Tratamento da
Fisioterápico” como palavras descritivas. O período de analise dos dados realizado foi entre
2005 a 2017.
Foram encontrados 100 artigos, destes foram excluídos 80 por não contemplarem a
periódica do estudo, portanto foram utilizados 20 artigos com diversos temas relacionados
ao estudo. Somente utilizou-se a pesquisa em português, o tempo para realização desta
pesquisa foi de um ano e oito meses. Os critérios para inclusão e exclusão dos artigos foram
norteados a partir da temática abordada.
Para o critério de inclusão utilizou-se os seguintes métodos: Após a coleta dos dados
previamente selecionados dos materiais de pesquisa, foi feita a crítica dos artigos, qualidade
metodológica; da importância das informações e representatividade destes artigos no meio
científico. No decorrer deste estudo, os dados foram discutidos, apresentados e comparados
aos dados evidenciados nos artigos. A partir daí foram realizadas as aproximações e
reaproximações dos resultados, de modo a possibilitar as conclusões e a indicar futuros
estudos sobre o tema.
Quanto ao critério de exclusão foram excluídos artigos que não tinham embasamento
científico, não estavam disponíveis online de forma completa e que tenham sido publicados
anteriormente ao ano recomendando a pesquisa deste artigo científico.
10

4. Resultados e Discussão
Cada vez mais crescente de formar lenta e progressivamente crônica do sistema nervoso esta
patologia deve ser avaliados por profissionais de fisioterapia com principal enfoque em
melhorar e manter a facilidade a segurança da atividade de vida diária e prevenir
complicações que esta doença venha acarretar no paciente, corroborando para melhor
qualidade de vida. 10
O Mal de Parkinson afeta e prejudica as estruturas e as funções do corpo, causando
limitações nas atividades de vida diária, bem como o caminhar em casa e na comunidade,
trocas de posturas, como para a postura ortostática, girar-se sobre o corpo. Atividades
funcionais que requerem desempenho nas habilidades motoras tornam-se comprometidas,
mesmo que as habilidades para realizar movimentos simples permaneçam. Isto ocorre
porque movimentos simples são controlados pelas regiões frontal, cerebelar e do tronco
encefálico, mais do que pelos
gânglios da base, e estas regiões não são afetadas nos estágios iniciais da doença de
Parkinson. 21
Esta patologia é caracterizada por ser degenerativa e pela perda progressiva de neurônios da
parte compacta da substância negra, situada no mesencéfalo. A degeneração nesses
neurônios é irreversível e resulta na diminuição da produção de dopamina, que é um
11
neurotransmissor essencial no controle dos movimentos.
Os sintomas motores cardinais do mal de Parkinson são o tremor, a rigidez, a bradicinesia,
bem como o início assimétrico dos sintomas. Os déficits dos movimentos voluntários na DP
são caracterizados pela acinesia ou dificuldade na iniciação dos movimentos, pela
hipocinesia que é a redução na amplitude do movimento e pela bradicinesia ou lentidão na
execução dos movimentos já aprendidos, tais como caminhar, escrever e falar. A
instabilidade postural é outro problema clínico que afeta pacientes com DP e, usualmente, se
manifesta em estágios mais avançados da doença. 4
Os indivíduos com doença de Parkinson as quedas são frequente, entorno de 33% sofrem
fraturas e 75% as quedas ocasiona o paciente a procura um serviço publico. Normalmente as
quedas são acompanhadas de dor, redução da mobilidade e elevados níveis de estresse,
desenvolvendo um temor, o qual leva a restrição da atividade física e comprometimento da
qualidade de vida, predispondo a redução secundaria da força muscular e da capacidade
cardiovascular. 21
A fisioterapia desempenha um importante papel na manutenção da capacidade física dos
indivíduos de Parkinson, colaborando na manutenção dos aspectos motores, psíquicos e
11

evitando o aparecimento de postura inadequada que contribui para o agravamento dos


sintomas. 19
A fisioterapia procura minimizar a perda progressiva da capacidade motora e a
aprendizagem de comportamentos para melhor evitar acidentes como quedas, a fisioterapia
desponta como uma ferramenta de fundamental importância para os pacientes com Doença
de Parkinson, devendo ser aplicada desde os primeiros momentos de instalação desta
patologia; devendo atuar diretamente nos sinais e sintomas da doença. 23
O tratamento fisioterapêutico deve ser precoce, pois é de fundamental importância na
prevenção de complicações futuras. Devem ser realizados exercícios de relaxamento
(balanços suaves e rotação), exercícios de flexibilidade (exercícios de amplitude de
movimento ativos e passivos), exercícios de mobilidade (realização de movimentos
funcionais, como rolar e fazer transições de decúbitos), treino de marcha (com uso de pistas
visuais, obstáculos e associado à facilitação neuromuscular proprioceptiva), adaptações
funcionais que facilitem a vida do idoso com DP. 21
As metas em longo prazo de um programa de fisioterapia são retardar ou minimizar a
progressão e efeitos dos sintomas da doença, impedir o desenvolvimento de complicações e
deformidades secundárias, manter ao máximo as capacidades funcionais do paciente. 24
Com a progressão da doença, a coordenação motora fica comprometida e o doente diminui
suas atividades diárias, desencadeando uma atrofia muscular. Com o exercício, o aumento
da mobilidade pode de fato modificar a progressão da doença e impedir contraturas, além de
ajudar a retardar a demência. 25
Em vários estudos realizados foram observada ligeira predominância do sexo masculino,
porém existem algumas questões sobre a forma de seleção dos pacientes. Em trabalhos que
calcularam a prevalência e incidência da doença de Parkinson, não foi demonstrada
diferença significativa em relação ao sexo quanto ao risco de contrair a doença. O aumento
da esperança de vida não modificou de forma importante o número de parkinsonianos,
permanecendo a prevalência da doença bastante estável desde o início do século. As
pesquisas demostram uma formar eficaz na vida funcional e social do pacientes com mal de
Parkinson através da intervenção realizados pelos fisioterapeutas. 21,22, 25

5. Conclusão
O mal de Parkinson é uma patologia única, de caráter crônico-degenerativa, ocasionando aos
seus portadores transtornos de movimento, coordenação, força muscular, além de diminuir a
qualidade de vida e levar ao isolamento e depressão.
12

Na maior parte dos casos a doença surge em idade avançada e o diagnóstico para esses casos
é essencialmente clínico.
Assim, medidas terapêuticas que possibilitem a esses pacientes manter a independência para
realização das atividades do dia-a-dia, melhorando a qualidade de vida, são essenciais para
minimizar algumas de suas complicações.
Dentre essas medidas auxiliares, estão a educação do paciente e dos familiares, a
fisioterapia, terapia farmacológica, a de nutrição e que tem papel primordial no tratamento
desta patologia, reabilitando o paciente no aspecto funcional e introduzindo-o novamente na
sociedade.
Os exercícios fisioterapêuticos não impedem a progressão da doença, mas preservam um
estado de funcionamento muscular e osteoarticular conveniente, otimizando a mobilidade
funcional, prevenindo contraturas, o risco de queda e a instalação mais rápida da demência.
Além disso, o bom impacto dos exercícios sobre a disposição e o humor são pontos
favoráveis da fisioterapia. Como essa doença é progressiva, as intervenções de exercícios
não devem ser em curto prazo, mas se tornar parte do estilo de vida diário.

6. Referências

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19. STEIDL, M. E.; ZILGLER, R. J.; FERREIRA,V. F.Doença de parkinson: revisão


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14

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bibliográfica. Monografia apresentada ao Curso de Especialização em Saúde Coletiva e
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Especialista. 2011.

22. VARA, C. A.; MEDEIROS, R.; STRIEBEL, L.; V. O Tratamento Fisioterapêutico na


Doença de Parkinson. RevNeurocienc. v. 20, n. 2, 2012.

23. MARTINS, M. P. I.; FERNANDES, H. M.; ADELAIDE, M.; GONÇALVES, H.H.


Efeitos da Intervenção Fisioterapeutica na Manutenção e/ou Recuperação em
Portadores de Doença de Parkinson sobre a Capacidade Funcional e Qualidade de
Vida. Neurobiologia, 72 (2) abr./jun., 2009.

24. OLIVEIRA A.M.N, Tratamento Fisioterapêutico na Doença de Parkinson , no


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http://www.wgate.com.br/conteudo/medicinaesaude/fisioterapia/neuro/parkinson_cervical.ht
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25. BRAGA, A; XAVIER. A.L.; MACHADO, R. P. Benefícios do tratamento resistido na


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