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Utilização da Craniopuntura no Tratamento do Tremor em Pacientes


com Síndrome Parkinsoniana.
Adriano Leão Lima1
Dayana Priscila Maia Mejia2
Adriano_leao_lima@hotmail.com
Pós-graduação em Fisioterapia Neurofuncional – Faculdade FAIPE

Resumo

A doença de Parkinson é uma enfermidade que foi descrita pela primeira vez em 1817, pelo
médico inglês James Parkinson. Sendo devida à degeneração das células situadas numa
região do cérebro chamada substância negra onde essas células produzem uma substância
chamada dopamina, que conduz as correntes nervosas (neurotransmissores) ao corpo. A falta
ou diminuição da dopamina afeta os movimentos da pessoa. A Medicina Chinesa e a
Acupuntura são uma eficaz alternativa no tratamento de doenças neurodegenerativas, tais
como a doença de Alzheimer, sequelas de acidente vascular cerebral e de doença de
Parkinson. Um dos princípios fundamentais da medicina ocidental consiste em partir da
constatação que as células nervosas não são capazes de regeneração. Uma vez mortas, essas
células não são repostas pelo corpo. Deste modo, entendemos que a MTC, com sua visão
holística do homem, pode e deve ser fonte de embasamento de pesquisas referentes ao tema,
através de suas diferentes atuações, visando não só a melhora de qualidade de vida do
paciente, mas também buscando compreender o desenvolvimento do desequilíbrio energético
causado por esta patologia. Sendo assim o presente projeto busca de que forma a acupuntura
pode beneficiar o tremor em pacientes com síndrome parkinsoniana? Visando se é viável a
utilização da acupuntura para o tratamento do tremor. Procurando estudar sobre a
acupuntura e sua eficácia no tremor. Estudar a Síndrome Parkinsoniana. Propor a utilização
da acupuntura no tratamento do tremor. O presente projeto de pesquisa através de diversas
bibliografias justifica-se pela necessidade de ampliar o conhecimento sobre a acupuntura e
seus meios utilizados para a melhora o tremor em pacientes com síndrome parkinsoniana.

Palavras-chave: Parkinson; Tremor; Acupuntura.

1. Introdução
A doença de Parkinson é uma enfermidade que foi descrita pela primeira vez em 1817, pelo
médico inglês James Parkinson. Sendo devida à degeneração das células situadas numa região
do cérebro chamada substância negra. Essas células produzem uma substância chamada
dopamina, que conduz as correntes nervosas (neurotransmissores) ao corpo, a falta ou
diminuição da dopamina afeta os movimentos da pessoa. A doença de Parkinson é uma
afecção do sistema nervoso central que acomete principalmente o sistema motor causando
tremores, lentidão de movimentos, rigidez muscular, desequilíbrio além de alterações na fala e
na escrita. Entretanto, manifestações não motoras também podem ocorrer, tais como
comprometimento da memória, depressão, alterações do sono e distúrbios do sistema nervoso
autônomo. É uma das condições neurológicas mais frequentes e sua causa permanece
desconhecida. Sendo assim o presente projeto busca de que forma a acupuntura pode

1
Pós-graduando em fisioterapia neurofuncional
2
Orientadora Fisioterapeuta, Especialista em Metodologia do Ensino Superior, Mestranda em Bioética e Direito em Saúde.
2

beneficiar o tremor em pacientes com síndrome parkinsoniana? Visando se é viável a


utilização da acupuntura para o tratamento do tremor. Procurando estudar sobre a acupuntura
e sua eficácia no tremor. Estudar a Síndrome Parkinsoniana. Propor a utilização da acupuntura
no tratamento do tremor. O presente projeto de pesquisa através de diversas bibliografias
justifica-se pela necessidade de ampliar o conhecimento sobre a acupuntura e seus meios
utilizados para a melhora o tremor em pacientes com síndrome parkinsoniana.
Segundo Doretto (2001) a doença de Parkinson é uma condição crônica onde a evolução dos
sintomas é usualmente lenta, mas é variável em cada caso é a forma mais frequente de
parkinsonismo. O termo parkinsonismo refere-se a um grupo de doenças que podem ter várias
causas e que apresentam em comum os sintomas descritos acima em combinações variáveis,
associados ou não a outras manifestações neurológicas.
Para Stokes (2000) a doença de Parkinson é também chamada de parkinsonismo primário
porque é uma doença para a qual nenhuma causa conhecida foi identificada por outro lado,
diz-se que um parkinsonismo é secundário naqueles casos em que uma causa pode ser
identificada também não há evidências de que seja hereditária. A doença pode afetar qualquer
pessoa, independentemente de sexo, raça, cor ou classe social e apesar dos avanços
científicos, ainda continua incurável, é progressiva (variável em cada paciente) e a sua causa
ainda continua desconhecida até hoje.

A doença de Parkinson tende a afetar pessoas mais idosas. A grande


maioria das pessoas tem os primeiros sintomas geralmente a partir dos
50 anos de idade. Mas pode também acontecer nas idades mais jovens,
embora os casos sejam mais raros. Não é uma doença fatal, nem
contagiosa, não afeta a memória ou a capacidade intelectual do
parkinsoniano (DORETTO 2001).

Segundo a organização Mundial da Saúde a doença de Parkinson é uma das doenças


neurológicas mais comuns dos dias de hoje, onde segundo o Ministério da Saúde à
prevalência, que é o total de casos em uma população em um determinado período mostram
que existem cerca de 180 a 250 doentes por 100.000 habitantes. Quanto à incidência, que é
número de casos novos de uma doença dentro de um período, estima-se em 100 a 200 casos
por cada 100.000 habitantes. Com o aumento da idade acomete cerca de 1% a 3% da
população acima dos 65 anos.
Dados dos EUA mostram que a doença tem prevalência de cerca de 160 pessoas a cada
100.000 habitantes. No Brasil, estima-se que a doença atinja 250 mil pacientes. Segundo a
Organização Mundial da Saúde, 1% da população acima dos 65 anos possui essa doença,
sendo que a prevalência é de 150 a 200 casos a cada 100.000 habitantes. De acordo com a
ONU, existem cerca de 4 milhões de pessoas no mundo com a doença de Parkinson. Com o
aumento da expectativa de vida e o envelhecimento da população, estima-se que esse número
dobre até 2040.

A história usual de quem é acometido pela doença de Parkinson


consiste num aumento gradual dos tremores, maior lentidão de
movimentos, caminhar arrastando os pés, postura inclinada para
frente. O tremor é o sintoma mais frequente e o que mais chama a
atenção embora não seja o mais incapacitante onde para a maioria dos
pacientes, o tremor é o principal motivo que os leva a procurar, pela
primeira vez, ajuda médica (THOMSON 1994).
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Segundo Doretto (2001) o tremor apresenta-se de forma característica é rítmico, relativamente


lento quando comparado com outros tipos de tremor e ocorre principalmente quando o
membro está em repouso e por isso é chamado de tremor de repouso. Quando o paciente
movimenta um membro, o tremor ali presente cessa de imediato para retornar logo após o fim
do movimento.

No início da doença, o tremor ocorre em um lado e assim permanece


por períodos variáveis de tempo. Após algum tempo, o outro lado
também é acometido podendo aparecer na cabeça, mandíbula, lábio,
queixo e nos membros inferiores. Situações de estresse emocional ou
a sensação de ser observado aumentam visivelmente a intensidade do
tremor, mas pode desaparecer quando está completamente
descontraída. Por outro lado, durante estado de relaxamento ou
durante o sono, o tremor desaparece por completo (CAMBIER 2005).

Já Sullivan (1993) por razões que ainda são desconhecidas, o tremor pode variar durante o
dia. O tremor é mais notado quando a pessoa segura com as mãos um objeto leve como um
jornal. Já a lentidão de movimentos é, talvez, o maior problema para o parkinsoniano, embora
esse sintoma não seja notado por outras pessoas.
Para Porter (2005) uma das primeiras coisas que os membros da família notam é que o doente
demora mais tempo para fazer as coisas que antes fazia com mais desenvoltura como tomar
banho, vestir-se, cozinhar, entre outras coisas tudo isso leva cada vez mais tempo. Quando a
pessoa fica mais idosa, é comum colocarem a culpa na sua velhice, mas a lentidão de
movimentos torna-se mais acentuada, e evolui mais rapidamente do que a pessoa envelhece
normalmente.
Stokes (2000) O termo acinesia refere-se à redução da quantidade de movimento enquanto
que bradicinesia significa lentidão na execução do movimento. O paciente apresenta redução
da movimentação espontânea em todas as esferas. A mímica facial torna-se menos expressiva,
transmitindo com menor intensidade sentimentos e emoções que, por sua vez, mantém-se
preservados.

A caligrafia torna-se menos legível e de tamanho reduzido, fenômeno


conhecido por micrografia. As atividades diárias, antes realizadas com
rapidez e desembaraço, são agora realizadas com vagar e à custa de
muito esforço. O paciente anda com passos mais lentos e pode
apresentar alguma dificuldade para equilibrar-se onde a postura geral
do paciente modifica-se onde existe predominância dos músculos
flexores de modo que a cabeça permanece fletida sobre o tronco, este
sobre o abdômen e os membros superiores são mantidos ligeiramente
à frente com os antebraços fletidos na altura do cotovelo (ADONI
2004).

Segundo Crossman (2007) a diferença é que o parkinsoniano perde certa automação dos
movimentos, comparado com as pessoas sadias. Para uma pessoa normal abotoar a camisa é
muito simples basta abotoa-a, e pronto. O parkinsoniano tem que guiar os dedos para
conseguir, como se fosse um robô a guiar uma máquina. Esta perda automática ou não
consciente controle dos movimentos, explica porque é que os parkinsonianos piscam muito
menos que as pessoas normais e por isso parecem que sempre estão a nos olhar fixamente.
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Para Machado (2000) a rigidez muscular é outra característica da doença onde o


parkinsoniano pela doença pode ou não senti-la, mas o médico pode verificar no consultório
se ela existe nos braços, nas pernas e até no pescoço. A face torna-se rígida e parece que está
congelada não se sabe se é a rigidez que causa a postura anormal do parkinsoniano, quando se
sentam têm também a tendência de inclinar a cabeça e encolher os ombros.

A rigidez muscular decorre do aumento da resistência que os


músculos oferecem quando um segmento do corpo é deslocado
passivamente, em outras palavras para cada grupo de músculos
existem outros que possuem atividade oposta, chamados músculos
antagonistas. Dessa forma, quando um músculo é ativado para realizar
determinado movimento, em condições normais seu antagonista é
inibido para facilitar esse movimento já na doença de Parkinson, essa
inibição não é feita de modo eficaz, pois alguns comandos originados
do cérebro chegam aos músculos de modo alterado (DORETTO
2001).

Já Neary (2007) como consequência, os músculos tornam-se mais tensos e contraídos e o


paciente sente-se rígido e com pouca mobilidade quando determinado membro é deslocado
passivamente pelo examinador, podem-se sentir superpostos à rigidez, curtos períodos de
liberação rítmicos e intermitentes, fenômeno que recebe o nome de sinal da roda denteada.
Machado (2000) o caminhar do parkinsoniano se parece com o de uma pessoa idosa os
ombros estão encolhidos e inclinados para frente, os braços caem paralelos ao corpo e quase
não balançam os calcanhares arrastam-se no chão causando um caminhar bastante típico.

A progressão é muito variável e desigual entre os pacientes para


alguns até parece que a doença está estabilizada, porque a evolução é
muito lenta onde na maior parte dos casos a lentidão causada pela
enfermidade altera a qualidade de vida do paciente (STOKES 2000).

Para Doretto (2001) a doença de Parkinson não piora rapidamente se comparando com outras
enfermidades, possui um curso vagaroso, regular e sem rápidas ou dramáticas mudanças. É
importante compreender que atualmente não existe cura para a doença. Porém, ela pode e
deve ser tratada, não apenas combatendo os sintomas, como também retardando o seu
progresso.

A grande barreira para se curar a doença está na própria genética


humana no cérebro, ao contrário do restante do organismo, as células
não se renovam por isso, nada há a fazer diante da morte das células
produtoras da dopamina na substância negra. A grande arma da
medicina para combater o Parkinson são os remédios e cirurgias, além
da fisioterapia e a terapia ocupacional todas elas combatem apenas os
sintomas já a fonoaudiologia também é muito importante para os que
têm problemas com a fala e a voz (CROSSMAN 2007).
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Segundo Machado (2000) o diagnóstico da doença de Parkinson é feito por exclusão às vezes
os médicos recomendam exames como eletroencefalograma, tomografia computadorizada,
ressonância magnética, análise do líquido espinhal, etc., para terem a certeza de que o
paciente não possui nenhuma outra doença no cérebro. O diagnóstico da doença faz-se
baseada na história clínica do doente e no exame neurológico. Não há nenhum teste específico
para fazer o diagnóstico da doença de Parkinson, nem para a sua prevenção.

Alguns tratamentos realizados podem ser encontrados como


medicamentos, fisioterapia entre outras. O tratamento farmacológico
realizado até o presente, não exista cura para a doença de Parkinson,
estão disponíveis alguns medicamentos capazes de melhorar
significativamente a maioria dos sintomas. A escolha do medicamento
vai depender das condições de cada paciente como idade, sintomas
predominantes e estágio da doença são alguns dos fatores que o
médico deve levar em conta na hora de planejar o tratamento. Os
principais medicamentos são a levodopa, agonistas da dopamina,
inibidores da mao-b, anticolinérgicos, amantadina (NEARY 2007).

Stokes (2000) fala que a Levodopa ou L-Dopa ainda é o medicamento mais importante para
amenizar os sintomas da doença ele se transforma em dopamina no cérebro, e supre
parcialmente a falta daquele neurotransmissor. Infelizmente, o uso prolongado de muitos anos
pode causar reações secundárias bastante severas, como os movimentos involuntários
anormais. Além da levodopa, existem diversos outros que complementam o arsenal de
medicamentos para combater os sintomas da doença.
Para Crossman (2007) algumas cirurgias também podem ser bastante benéficas para
determinados pacientes as cirurgias consistem em lesões no núcleo pálido interno
(Palidotomia) ou do tálamo ventro-lateral (Talamotomia), que estão envolvidos no mecanismo
da rigidez e tremor. Porém, a lentidão de movimentos responde melhor aos medicamentos
essas lesões podem diminuir a rigidez e abolir o tremor. Todavia, nenhuma delas representa a
cura da doença.

Estimulação profunda do cérebro (marca-passo cerebral) atualmente já


disponível no Brasil, o marca-passo é muito benéfico, especialmente
para reduzir o tremor, no início foi aplicada apenas em alguns países
europeus, e depois foi também aprovado nos Estados Unidos. Com a
sua difusão em todos os países, espera-se que a sua produção em larga
escala possa torná-lo acessível a um grande número de parkinsonianos
em todo o mundo, principalmente em nosso país (ADONI 2004).

Segundo Umphred (2004) a Fisioterapia atua através da reeducação e a manutenção da


atividade física, é um complemento indispensável ao tratamento da doença de Parkinson, e
são tão importantes quanto os remédios. Ela permite que o tratamento tenha melhor eficácia,
portanto, é necessária sob todos os pontos de vista, inclusive para melhorar o estado
psicológico do paciente. De fato, os exercícios físicos conservam a atividade muscular e
flexibilidade articular. Inativos, os músculos têm tendência a se atrofiar, se contrair e sua
força diminui.
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A rigidez resultante limita a amplitude dos gestos, os principais


exercícios recomendados para o seu caso em particular. Um dos
principais objetivos do serviço de fisioterapia é oferecer ao paciente
uma maior independência nas suas atividades diárias, com
consequente melhora da sua qualidade de vida (MASSON 2005).

Doretto (2001) fala que o tratamento consiste em treinamento das atividades mais difíceis de
serem executadas por cada pessoa, buscando também a manutenção ou melhora das condições
musculares, através de exercícios de alongamento e fortalecimentos globais, além de
exercícios posturais e de equilíbrio, todos eles e associados a movimentos respiratórios,
oferecendo aos pacientes condições ideais ou próximas disso, para que possa realizar
atividades mais facilmente.
Para Marques (2009) estes conceitos remontam a aproximadamente 5.000 anos atrás, surgindo
da observação, por parte dos chineses, da natureza em comparação com o homem a fim d
entender os princípios que regem os universos, externo e interno do ser humano.

No ocidente, a acupuntura é utilizada como adjuvante no tratamento


da dor, pois promove hipoalgesia, haja vista a diferença de resposta
individual a essa técnica para a abolição da dor. Entretanto, a
combinação de diversas modalidades analgésicas da acupuntura
possibilita a realização até de procedimentos cirúrgicos. (SANTOS
2004).

Marques (2009) fala que a filosofia chinesa observou e desenvolveu conhecimento sobre três
pilares básicos da natureza nos quais se apóia toda s teoria da medicina chinesa. São eles: yin
e yang, cinco movimentos e zang-fu.

A Medicina Tradicional Chinesa constitui um vasto campo de


conhecimento, de origem e de concepção filosófica, abrangendo
vários setores ligados à saúde e à doença. Suas concepções são
voltadas muito mais ao estudo dos fatores causadores da doença, à sua
maneira de tratar, conforme os estágios de evolução do processo de
adoecer, e, principalmente, aos estudos das formas de prevenção, na
qual reside toda a essência da filosofia e da medicina chinesa
(YAMAMURA 2001).

Segundo Ma (2006) acupuntura pode ser definida como terapia fisiológica coordenada pelo
cérebro, que responde à estimulação dos nervos sensoriais periféricos pela inserção de agulhas
por via manual ou elétrica.
Marques (2009) fala que Yin e Yang, neste conceito está a base de toda a existência do
universo e de tudo que o compões. Em tudo existe a forma bipolar em que as energias yin e
Yang são necessariamente componentes presentes e complementares para que o próprio
universo.

A acupuntura, o recurso terapêutico mais conhecido da medicina


tradicional chinesa no ocidente, é o meio pelo qual, mediante inserção
de agulhas, são feitos a introdução, a mobilização, a circulação e o
desbloqueio da energia, além da retirada das energias turvas
(Perversas), promovendo a harmonização, o fortalecimento dos
órgãos, das vísceras e do corpo (YAMAMURA 2001).
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Marques (2009) fala que por meio dos cinco movimentos é possível entender e explicar como
ocorrem os fenômenos de geração, controle de desenvolvimento e destruição de toda a
natureza, inclusive do homem, no que diz respeito a nascimento, vida, saúde / doença e morte.
Para Ma (2006) os pontos-gatilhos assim definidos se referem claramente às áreas sensíveis
somente em músculos esqueléticos. Os acupontos clássicos são encontrados não apenas nos
músculos esqueléticos, mas em outras estruturas de tecidos moles, como tendões e fáscias.
Já Marques (2009) Zang-fu, este conceito permite entender formação, função e
funcionamento dos órgãos e vísceras, pode-se ainda, a partir do conhecimento dos sintomas
de cada órgão, fazer o diagnóstico e conduzir o tratamento necessário para o restabelecimento
da harmonia do organismo. Cada órgão / víscera em si apresenta vários sintomas e sinais que
ocorrem a partir da existência de desequilíbrio em relação ao yin e ao yang, o que permite
fazer um diagnóstico de qual ou quais sistemas estão comprometidos em um determinado
momento da vida do ser humano.

Acupontos de diversas partes do corpo humano têm características


anatômicas diferentes. Todos os acupontos, entretanto, possuem algo
em comum: são capazes de se tornar sensíveis, levemente doloridos
ou até muito doloridos quando expostos a um distúrbio patológico. Os
acupontos sensíveis se desenvolvem gradualmente quando a
homeostase declina. Esses acupontos sensíveis, portanto, são definidos
como acupontos homeostáticos, os acupontos homeostáticos se
desenvolvem simetricamente no corpo humano porque a distribuição
dos nervos periféricos é bilateralmente simétrica (MA 2006).

Segundo Yamamura (2001) a acupuntura, o recurso terapêutico mais conhecido da medicina


tradicional chinesa no ocidente, é o meio pelo qual, mediante inserção de agulhas, são feitos a
introdução, a mobilização, a circulação e o desbloqueio da energia, além da retirada das
energias turvas (Perversas), promovendo a harmonização, o fortalecimento dos órgãos, das
vísceras e do corpo.
Para Ma (2006) Os pontos-gatilhos compartilham algumas, mas não todas, as características
dos acupontos, enquanto os acupontos incluem todas as características dos pontos-gatilhos.
Isso significa que os pontos-gatilhos têm alguns parâmetros inclusivos, porém não exclusivos
dos acupontos clássicos.
Mori (2011) fala que a inserção ou manipulação das agulhas de acupuntura pode dar origem a
uma “sensação” especial. Essa pode assumir várias formas, as mais conuns sendo a sensação
de peso ou de que algo está “empurrando”, ou ainda uma sensação repentina de calor ou frio,
especialmente na área afetada.

As modernas agulhas de acupuntura de aço inoxidável, esterilizadas e


com guia plástico asseguram o processo de inserção de agulha,
tornando-o tecnicamente fácil e pouco doloroso. No entanto, a
inserção de agulhas sempre produz alguma sensação. As sensações
não dolorosas são tradicionalmente denominadas de Qi (deh tchi) na
Medicina Tradicional Chinesa (MTC) (MA 2006).

Mori (2011) A sensação é geralmente descrita como agradável, especialmente na área da dor.
É comum que as pessoas, de início amedrontadas com a perspectiva da acupuntura, passem
rapidamente a gostar do tratamento devido a isso.
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Yamamura (2001) fala que a Energia (Qi) é a forma imaterial que promove o dinamismo, a
atividade do ser vivo. Manifesta-se sob dois aspectos principais, um de característica Yang,
que representa a Energia que produz o calor, a explosão, a ascensão, a claridade, o aumento
de todas as atividades, e o outro de característica Yin, a Energia que produz o frio, o
retraimento, a descida, o repouso, a escuridão, a diminuição de todas as atividades.
Mori (2011) fala que há dois tipos fundamentais de tratamento: a terapia local e a geral. O
primeiro limita-se ao tratamento do localonde se apresentam os singtomas. O segundo visa ao
equilíbrio do paciente, após cuidadosa observação de suas condições gerais.

Quando a agulha penetra nos tecidos mais profundos, especialmente


nos músculos, o paciente tem sensações não dolorosas (de qi), isso
indica que o Qi (ou seja, o fluxo de energia vital) foi obtido ou chegou
ao local. Cerca de 90% das inserções de agulhas produzem algum tipo
de sensação de qi, dependendo das fibras nervosas encontradas pela
agulha e pelo ambiente tecidual circunvizinho, como mediadores de
perfusão tecidual e inflamatórios (MA 2006).

Segundo Yamamura (2001) a acupuntura visa restabelecer a circulação da energia (Qi) nos
canais de Energia e dos Órgãos e das Vísceras e, com isso, levar o corpo a uma harmonia de
energia e de matéria.
Ma (2006) a inserção de agulhas e as lesões induzidas por essa técnica são invasores em nosso
corpo que estimulam e aumentam o número e a atividade das células imunes e controlam o
processo inflamatório o que reduz tanto a inflamação aguda quanto a crônica.
Para Ma (2006) O alivio da dor é obtido pelo equilíbrio homeostático e pela cura dos tecidos
moles na maioria dos casos, enquanto o alívio imediato da dor quase sempre acorre antes
mesmo da cicatrização dos tecidos.

Os estímulos nocivos das mais variadas origens (internos, externos ou


mistos), ao agredirem uma parte do organismo, determinam o
processo de estagnação da energia levando à formação de desarmonia
entre Yin e Yang. Essa desarmonia propiciará o aparecimento de
alteração nas polaridades positivas (yang) e negativas (yin) daquele
local. Essa alteração de cargas elétricas estimulará os receptores de
dor presentes no local e estes, por sua vez, vão determinar um
estímulo que, de forma aferente, atingirá os centros cerebrais,
responsáveis por perceber a dor, que estão localizados no córtex
cerebral (MARQUES 2009).

Ma (2006) fala que devemos ter em mente que a terapia com acupuntura ativa o mecanismo
de sobrevivência intrínseco do nosso corpo: o potencial de autocura. Portanto, é eficaz contra
sintomas passíveis de serem curados completamente ou parcialmente pelo corpo.
Yamamura (2001) no homem, cada órgão e víscera têm dentro de si a energia correspondente
aos cinco movimentos que é transmitida ao longo dos canais de energia principais e, destes,
para a superfície da pele através de pontos de acupuntura específicos, denominados Shu
antigos.
Ma (2006) relata que os mecanismos neuroquímicos proporcionam analgesia (alivio da dor) e
também promovem a homeostase e cura do tecido, melhorando os sistemas imune, endócrino,
cardiovascular e outros, com sistema digestório e o ajuste psicológico.
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O ser humano é constituído de energia (Yang) e matéria (Yin), em que


a energia irá formar o corpo energético e a matéria formará o corpo
material; esses dois níveis devem estar em harmonia para que o
indivíduo possa estar em equilíbrio. Sempre lembrando que o
equilíbrio se dá pela razão direta da harmonia existente entre o yin e o
Yang de cada um (MARQUES 2009).

Neves (2009) relata que em 1990 a Organização Mundial de Saúde (OMS) reconhece a
Acupunturaa como terapia para benefício, promoção e manutenção da saúde, no tratamento de
diversas enfermidades.
Já Marques (2009) os fatores patogenos podem ser divididos em internos, externos, mistos e
ancestrais. Fatores internos são as emoções internas, prolongadas ou reprimidas, vivenciadas
pelos seres humanos em sua vida diária. Como fatores externos são reconhecidos os ataques
que as energias climáticas oriundas da natureza, tais como vento, frio, calor, umidade e secura
processam sobre cada indivíduo em particular.

Os fatores mistos envolvem os erros alimentares em qualidade,


quantidade e horários de ingestão, traumas, tóxicos, exercícios físicos
ou sexual intenso, etc. Todos esses fatores podem desencadear um
desequilíbrio energético, proporcionando o aparecimento de alterações
tipo deficiência, estagnação ou ainda, estado de plenitude com a
penetração e o acumulo de energia perversa (MARQUE 2009).

Para Neves (2009) o principal objetivo da palpação é localizar regiões ou pontos que sejam
reagentes à dor e também observar possíveis marcas deixadas pelo método.
Marques (2009) relata que nos fatores ancestrais, encontram-se as desarmonias oriundas das
energias que o ser humano recebe de seus pais; desde a formação do indivíduo já podem
surgir doenças chamadas, nos dias atuais de patologias congênitas.

O eletrodiagnóstico baseia-se na detecção dos pontos de menor


resistência elétrica, ou, tecnicamente falando, menor impedância.
Sabe-se que qualquer alteração de um órgão, tecido ou parte de corpo
tem a “resistência” elétrica diminuída no ponto correspondente no
pavilhão auricular (NEVES 2009).

Deste modo, entendemos que a MTC, com sua visão holística do homem, pode e deve ser
fonte de embasamento de pesquisas referentes ao tema, através de suas diferentes atuações,
visando não só a melhora de qualidade de vida do paciente, mas também buscando
compreender o desenvolvimento do desequilíbrio energético causado por esta patologia.
Auteroche (1992) a acupuntura é um recurso interessante para o tratamento destes pacientes já
que ela busca o equilíbrio biopsíquico do paciente.
Segundo Neves (2009) na MTC, a Doença de Parkinson aparece sob o sintoma de
“Convulsões” e é sempre relacionada ao Vento do Fígado. Porém, há que se saber que o
tremor é sempre devido à falta de nutrição dos Meridianos e tendões pelos fluídos e pelo
sangue. Obtendo essa compreensão, é necessário que o Acupunturista que irá tratar o doente
de Parkinson sempre use pontos para eliminar o Vento do Fígado e pontos para Nutrir o Qi e
o Xue.
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Para Auteroche (1992) alguns dos motivos que leva ao desenvolvimento do Parkinson na
MTC é o excesso de trabalho e de atividade sexual causando a deficiência do Yin do Rim que
falha em nutrir o Yin do Fígado gerando aumento do Yang do Fígado que, consequentemente,
gera vento e, portanto, tremores. Os alimentos que geram mucosidade (como leite, derivados e
comidas com alto teor de gordura) se combinam com o Fogo, principalmente se o
indivíduo consumir bebidas alcoólicas. Se associados ao Vento do Fígado, já comum em
idosos, ocorre Parkinson. Pessoas jovens com má alimentação e estresse emocional que
também geram vento no Fígado também estão propícios a ter Parkinson.
Já Neves (2009) é importante saber que a mucosidade obstrui os Meridianos e impede
os fluídos e o sangue de nutri-los, gerando tremor. O Estresse Emocional como a raiva, a
frustração e o ressentimento causam ascensão do Yang do Fígado, que com o tempo, pode
gerar Vento interno. O simples fato de existir vento interno já pode ocasionar sintomas de
Parkinson.
Vectore (2005) ainda salienta que a acupuntura pode gerar mudanças neuroquímicas no
sistema límbico, bem como uma melhora na modulação cerebral.

O tremor das mãos é um sinal de Vento interno que pode ser por
Plenitude ou por vazio e está relacionado ao vento do fígado ou vento-
fleuma no fígado que são as causas mais frequentes. O vento do
fígado por vazio provoca tremor fino das mãos e pode se originar do
Yang do fígado ou do fogo do fígado, o vento tem natureza de
plenitude e o tremor é pronunciado (MACIOCIA 2005).

Segundo a Medicina Tradicional Chinesa o tratamento da Doença de Parkinson, onde o fígado


(Gan) é o elemento controlador das nossas emoções como stress, frustração, raiva e
ressentimento. Estes sentimentos que levam a ascensão da energia Yang do Fígado e com o
passar do tempo geram Vento do Fígado.
Maciocia (1996) o vento interno que se desenvolve rapidamente após um choque profundo ou
um medo muito grande por longo período, também pode provocar tremor das mãos. O medo
afeta o Coração (Xin) e a mente, a preocupação afeta os pulmões (Fei) e a alma corpórea. A
aflição da mente causa insônia e a afecção da alma corpórea causa dispneia, transpiração e o
tremor das mãos.

Os tremores das mãos podem ser acompanhados de frequeza muscular


e sensação de parestesia nas extremidades do membro superior, que se
exacerba com o estado emocional. São decorrentes de vazio de Qi e de
Xue (sangue), provocado por deficiência de Gan Qi (Fígado), que
ocasiona penetração de Vento Perveso ou formação de Vento Interno
(YAMAMURA 2001).

Neves (2009) esse fato, associado ao vazio do Gan Qi (fígado), perturba o funcionamento dos
nervos, advindo disso o aparecimento de tremores, parestesia e fraqueza muscular.
Yamamura (2001) fala que os tremores das mãos podem ter origem central, sendo
imprescendível a utilização da acupuntura escalpena e também dos pontos reunião da medula
[IG-16 (Jugu) e VB-39 (Xuanzhong)].
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A Craniopuntura ganhou grande popularidade entre os chineses na


década de 70 e se espalhou por todo o país. Onde as áreas de maior
disseminação foram as zonas rurais, periferia das grandes cidades e
interior do país e regiões subdesérticas. A Nova Craniopuntura foi
desenvovlida em 1973 pelo Dr. Toshikatsu Yamamoto visando um
sistema terapêutico que utiliza a introdução de agulhas na região
craniana baseado em princípios tradicionais da Acupuntura e da
Anatomia e Fisiologia modernas (Maciocia 1996).

Vectore (2005) fala que a craniopuntura tem como princípios Básicos a organização
somatotópica dos sistemas biológicos, a correlações funcionais entre os diversos segmentos
corporais, a capacidade auto-organizadora dos sistemas biológicos (autopoiese).

A acupuntura escalpena é um método que consiste em inserir agulhas


de acupuntura em determinadas áreas do couro cabeludo, relacionados
com a projeção de áreas corticais especificas, com o objetivo de obter
efeitos terapêuticos. Por isso a acupuntura escalpena é indicada nas
afecções de origem central, não tendo efeitos predominantes sobre
aquelas de origem periférica (YAMAMURA 2001).

Segundo Neves (2009) estudos mostram que foram conduzidas inúmeras triagens clínicas
controladas e randomizadas buscando há evidência concreta de benefícios da Craniopuntura
no tratamento da Doença de Parkinson, Esclerose lateral Amiotrófica e Acidente vascular
cerebral por meio da atuação complementar aos métodos padrões e a investigação dos
prováveis mecanismos fisiológicos envolvidos na Craniopuntura.
Para Auteroche (1992) algumas teorias foram criadas uma desla seria a Teoria
Neuroendócrina onde ela desconsidera a existência dos meridianos de acupuntura, ela visa
procura explicar os efeitos da Acupuntura baseando-se na neurofisiologia, imunologia e
endocrinologia, ela utiliza as relações neurais metaméricas e a existência de algorítimos
neurais evolutivos par explicar os fatos observados.

Já a Teoria Bioeletro Postula visa à existência de um sistema


organizacional pouco conhecido, o sistema meridional onde sua
estrutura é de natureza eletromagnética que possui íntima relação com
o sistema nervoso, sua observação é difícil e exige tecnologia de
ponta. Essa teoria mostra que o sistema é filogeneticamente mais
antigo que o sistema nervoso e possui um sistema de condução
informacional e possui alta coincidência com os trajetos descritos
pelos antigos mapas chineses (YAMAMURA 2001).

Auteroche (1992) fala que na craniopuntura existem pontos cerebrais que são em número de
três onde o ponto do Cérebro encontra-se a 1 cm acima do ponto A mais alto, o ponto do
Cerebelo encontra-se em seguida ao ponto cérebro e o ponto dos Gânglios da Base encontra-
se sobre a linha média, dilatado no sentido anteroposterior. Os pontos possuem indicações
para todos os tipos de distúrbios motores, Hemiplegias e paraplegias, Enxaquecas migranosas
e neuralgias trigeminais, Doença de Parkinson, Esclerose múltipla e Disfunções endócrinas.
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Segundo Maciocia (1996) A acupuntura escalpeana tem como mecanismo de ação a ação
direta do agulhamento do escalpe sobre o córtex, por meio da formação de correntes iônicas.
Onde a Área Sensitiva Inicia 1,0 cm posterior ao DM20 indo paralelamente ao sulco central
até 2cm posterior a ½ da fissura silviana. É utilizada para tratamento de distúrbios sensitivos
do lado contralateral do corpo.

Já a Área Motora tem inicio a 1,0 cm anterior ao DM20 indo


paralelamente ao sulco central até ½ da fissura silviana e é utilizada
para o tratamento de distúrbios motores do lado contralateral do
corpo. Na Área do Controle do Tremor e do Tônus Muscular localiza-
se a 3,0 cm anterior ao DM20, paralelamente à área motora.
Corresponde ao córtex pré-motor e córtex motor suplementar. É
utilizado para o tratamento de espasticidade, torcicolo, movimentos
involuntários, distonias, tremores e mãos em garra (VECTORE 2005).

Para Auteroche (1992) a Área do Equilíbrio está localizada a 4cm lateral e paralelamente à
LLMAP (linha mediana longitudinal ântero-posterior), tendo cerca de 4cm de extensão a
partir da TO para baixo. Sendo utilizado nos distúrbios do equilíbrio. Área Sensitivo-Motora
de Fortalecimento dos MMII. Localizada paralela e bilateralmente à Linha Mediana
Longitudinal Ântero-Posterior e a 1,5 cm desta. Onde percorre 4 cm (2cm antes e após DM
20). É Utilizada para lombalgia, ciatalgia contralateral e distúrbios do Jiao Inferior.

Na doença de Parkinson, três Padrões que podem ser diferenciados a


de Deficiência de Qi e Sangue onde os sintomas são o tremor
demorado de um membro, tez pálido-amarelada, expressão facial fixa,
falta de vontade de falar, rigidez occipital, cãibra nos
membros, dificuldade em mover-se, andar descoordenado,
tontura, visão borrada, transpiração que piora com o
movimento. Língua: pálida, inchada, trêmula e denteada. Pulso Fino
(YAMAMURA 2001).

Maciocia (1996) A de Mucosidade – Calor Agitando o Vento gerado da alimentação com


sintomas de obesidade, expressão facial fixa, falta de vontade de praticar exercícios, sensação
de opressão no tórax, boca seca, transpiração, tontura, escarro amarelado, rigidez no pescoço
e nas costas, tremor de um membro que pode ser cessado. Língua vermelha, revestimento
amarelo pegajoso. Pulso em Corda, Fino e Rápido.

A Deficiência de Yin do Fígado e Rim gerado pelo Excesso de


Trabalho/Sexo onde os sintomas são Constituição magra, tontura,
zumbido, insônia, sono perturbado pela presença de sonhos, cefaleia,
transpiração noturna, inquietação mental, dor nas costas e nos joelhos,
formigamento dos membros, rigidez no pescoço e nas costas, tremor
na cabeça e queixo, dentes cerrados (AUTEROCHE 1992).

Yamamura (2001) tremor prolongado de um membro com amplitude acentuada. Cãibras


nos membros, andar difícil e desajeitado, expressão facial fixa, memória fraca. Língua Fina,
vermelha sem revestimento e móvel. Pulso fino e rápido ou flutuante e vazio.
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2. Materiais e Métodos
O presente projeto de pesquisa caracterizada como revisão bibliográfica, foi realizado por
meio de estudos de Artigos publicados e produção científica em bancos de dados oficiais,
como Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), MEDLINE, SciELO, em revista e sites científicos,
livros relacionados ao tema da pesquisa. Visando um melhor tratamento com acupuntura
sistêmica e craniopuntura baseado na ação energética dos pontos e buscando conhecer o grau
de comprometimento causado pelos tremores nas atividades diárias e na qualidade de vida de
paciente com síndrome Parkinsoniana. O protocolo de tratamento foi elaborado por indicação
de tratamento nas bibliografias pesquisadas, onde cada ponto foi selecionado de acordo com
sua ação energética e a correlação entre si da ação em conjunto no tratamento da
manifestação, focando os sintomas e objetivando tratar e eliminar as manifestações.

3. Resultados e Discussão
Agulha-se a área do controle do tremor e do tônus muscular bilateralmente, podendo ser
associada às Áreas Sensitivas e Motoras de Fortalecimento dos Membros Inferiores. Pontos
locais sobre o membro afetado pelo tremor no braço os pontos seriam IG11, IG10, TA5, IG4.
Já nas pernas E31, VB31, E36, VB34, E41, VB40.
Para a doença de Parkinson, por Deficiência de Qi e Sangue os pontos para tratamento seriam
E36, BP6, VC4, F8, VB34. Já na por Mucosidade – Calor Agitando o Vento devido à
alimentação os pontos seriam E40, VC12, B20, BP6, BP9, F3, e no Parkinson por Deficiência
de Yin do Fígado e Rim devido Excesso de Trabalho / Sexo os pontos seriam VC4, B23, R3,
BP6, B18, F8 e F3.
Para Casado (2008), fala que o ponto IG11 localiza-se com o cotovelo flexionado a 90º graus,
entre o extermo lateral da articulação do cotovelo e o epicôndilo radial do úmero e serve para
eliminar o vento e calor, o IG10 localiza-se a 2tsun do IG11 sobre a linha de união entre IG5 e
IG10. Já o TA5 localiza-se a 2tsum acima do ponto TA4, entre o rádio e a ulna e serve para
expeli o vento, o calor, a umidade, a secura e o fogo. O ponto IG4 encontra-se no dorso da
mão, radialmente até a parte média do segundo metacarpiano sobre o músculo adutor do
polegar.
Já Yamamura (2001), fala que pontos de acupuntura M-CP-41 (jingbí), M-MS-30 (Bizhong),
N-MS-9 (Gangzong), IG-11 (Quchi), CS-6 (Neiguan), TA-5 (Waiguan), IG-4 (Hegu) e CS-8
(Laogong) são pontos de tratamento para o tremor.
Segundo Neves (2009), embora pesquisas científicas não nos forneçam respostas completas
para entendermos o mecanismo de ação da acupuntura e auriculoterapia através da
neurofisiologia, e a teoria neuro-humoral forneça dados pobres ao citar a ação de endorfinas
ou do portal da dor, já está clinicamente comprovada a riqueza dos resultados dessa terapia
em sua própria história.
Já Casado (2008), fala que os pontos E31 encontra-se na altura da dobra do glúteo inferior,
sobre a linha de união entre a espinha ilíaca ântero-posterior e a dorbra lateral superior do
rótulo frente a V36, já o ponto E36 localiza-se a 3tsun abaixo do E35, lateralmente a borda
tibial anterior, na altura da borda distal da tuberosidade anterior da tíbia. O ponto E41
encontra-se na depressão do centro da prega transversal anterior da articulação superior do
tornozelo, entre o tendão do músculo extensor longo do hélix e o tendão do músculo extensor
longo dos dedos, já o ponto VB31 na linha média do aspecto lateral da coxa, 7tsun acima da
prega poplítea transversal. O ponto VB34encntra-se na depressão anterior e inferior à cabeça
da fíbula. Já o ponto VB40 encontra-se antes e abaixo do maléolo externo, na depressão da
face lateral do tendão do músculo extensor longo dos dedos onde promove o fluxo suave do
Qi do fígado.
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Para Yamamura (2001), a origem do tremor for central a acupuntura escalpena da área dos
tremores da região correspondente, contralateralmente, utilizando-se eletroacupuntura na
frequência de torno de 8 a 10 H, por 20 minutos e puncionar, em estimulação moderada, os
pontos IG-16(Jugu) e VB-39 (Xuanzhong). Deve-se tonificar o Gan Qi (fígado) no F-8
(Guquan).
Já Ma (2006), fala que embora as explicações científicas rigorosas sejam raras e outras
evidências sejam principalmente experimentais, há relatos de que a acupuntura consegue
obter êxito no tratamento de muitas classes de doenças e de que é especialmente eficaz para o
controle da dor.
Segundo Marques (2009), deve-se investir o tempo necessário para a localização precisa da
dor, pois isso levará a um perfeito diagnóstico do canal de energia envolvido, por intermédio
do estudo do local em comparação como trajeto dos canais.
Para Ma (2006), afirma que a característica comum compartilhada por todos os diferentes
tipos dessa terapia é o uso de agulhas para fazer lesões nos tecidos moles (acupuntura). As
agulhas e as lesões provocadas pelas agulhas ativam os mecanismos de sobrevivência
incorporados que normalizam a homeostase e o promovem a autocura.
Segundo Marques (2009), diagnosticar quanto a ação de frio, calor, umidade, secura, vento,
obtendo a informação do agente perverso e, assim, algumas vezes obter a indicação de drenar
e eliminar o Qi perverso, auxilia no processo de restabelecimento d paciente.
Para Ma (2006), A inserção de agulha reduz o estresse físico estimulando a secreção de
endorfinas, relaxando os sistemas cardiovascular e muscular e restaurando os equilíbrios
físicos e autônomo (homeostase), o que inclui normalização das funções viscerais
prejudicadas durante a agressão estressante através dos trajetos neuro-hormonais.
Já Marques (2009), fala ainda que quanto ao movimento, deve-se, ainda, observar que muitas
queixas podem melhorar ou piorar; esse fato propiciona o conhecimento da natureza da
patologia do ponto de vista da qualidade energética Yin ou Yang.
Segundo Souza (1991), o aparecimento de uma doença faz com que haja, no córtex, um
reflexo que o obriga a encontrar os suprimentos energéticos (resoluções para o problema
patológico) de características semelhantes ao produzido pela enfermidade o que leva a um
aumento sensível do problema patológico.
Para Neves (2009), Tratamento das alterações emocionais as disfunções mentais leves e
moderadas podem ser tratadas com bons resultados. Já nos casos mais severos, a
auriculoterapia deve ser combinada com o uso de medicação e no tratamento de enfermidades
crônicas o uso da auriculoterapia no tratamento de enfermidades crônicas apresenta bons
resultados. Porém, necessita de um tempo mais prolongado de aplicação.
Segundo Samyra (2007), mesmo com o tratamento médico com medicamentos apropriados ou
técnicas neurocirúrgicas modernos, a doença de Parkinson é uma doença progressiva e
degenerativa com aumento de deficiências, limitações de atividade e muitos outros
automóveis e restrições funcionais.
Para Keus (2009), neste contexto, a terapia física e reabilitação têm sido propostos como
métodos afins para recuperar ou manter a funcionalidade. Desde a publicação do primeiro
estudo randomizado, em 1981, a quantidade e qualidade dos ensaios clínicos sobre a eficácia
da fisioterapia na doença de Parkinson têm vindo a desenvolver-se rapidamente.
Já Nieuwboer (2001), estudos mais recentes têm descrito o uso de um programa de
fisioterapia domiciliar para PD.
Para Porter (2005), atualmente, não existem testes diagnósticos para a Doença de Parkinson,
sendo o diagnóstico feito, em geral, na apresentação dos sinais característicos da doença que
são: tremor, rigidez, bradicinesia e instabilidade postural.
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Já Conradsson (2007), fala que a Escala de Equilíbrio de Berg (EES) mede 14 itens do
equilíbrio estático e dinâmico, atribuindo a cada item uma pontuação de 0 a 4. A pontuação 0
representa inabilidade para completar um item e a pontuação 4 representa habilidade
independente na tarefa. O escore total varia de 0 a 56 pontos.
Embora largamente utilizada no tratamento de várias patologias, tais como sequela motora de
Acidente Vascular Cerebral Isquêmico, nessa revisão não foi encontrado nenhum trabalho
avaliando a eficácia do uso da Acupuntura Escalpeana no tratamento do tremor na síndrome
parkinsoniana.
Assim sendo, a MTC passa a ser uma ótima opção para complementar o tratamento. A
Organização Mundial de Saúde (OMS) reconhece o uso da acupuntura para vários tipos de
patologias, além disso, vários estudos têm demonstrado que a acupuntura apresenta influência
profunda sobre problemas emocionais e mentais. Bem como técnicas nãos invasivas de
estimulação magnética transcranial (TMS), cujos princípios são derivados da acupuntura,
apresentam efeitos na modulação cerebral, sendo, portanto, indicada na pesquisa de doenças
neurológicas, distúrbios psiquiátricos e na investigação farmacológica.

4. Conclusão
Portanto o tratamento com a utilização da craniopuntura ocorre uma redução do tremor significativo
em pacientes portadores de síndrome parkinsoniana, tornando assim um tratamento eficaz,
acupuntura mostra-se um mecanismo adicional para o tratamento do tremor devido a sua ação
em determinados pontos para retirar o vento interno ou vento-fleuma no fígado gerando um
tremor fino nas mãos onde o mesmo controla as emoções o que pode gerar vento afetando o
coração que controla a mente, os pulmões e a alma corpórea levando a um tremor nas mãos.
Onde durante a execução do presente projeto houve algumas limitações para a realização
desta pesquisa foi à falta de referenciais publicados sobre a técnica de craniopuntura
encontrada apenas em livros. Podendo encontrar apenas trabalhos realizados com pontos de
acupuntura sistêmica na redução do tremor em pacientes portadores da síndrome
parkinsoniana. Portanto precisa-se de novas pesquisas sobre o assunto abordado no presente
projeto.

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