Você está na página 1de 4

ACADÊMICOS: Alice Furmanski

Julio Cesar Sisenando


Martin Riffo
Rafaella Meis

DOENÇA DE PARKINSON
Etiologia (causa)
A Doença de Parkinson ocorre por causa da degeneração das células
situadas numa região do cérebro chamada substância negra. Essas células
produzem a substância dopamina, que conduz as correntes nervosas
(neurotransmissores) ao corpo. A falta ou diminuição da dopamina afeta os
movimentos provocando os sintomas acima descritos.

Patogenia/Fisiopatologia (como a doença se desenvolve no


organismo)
A doença de Parkinson está associada à morte de neurônios
dopaminérgicos presentes na região compacta da substância negra,
ocorrendo uma diminuição da quantidade de dopamina. Tal fato
compromete os movimentos realizados pelo indivíduo acometido, uma vez
que ocorrem alterações nos circuitos dos núcleos da base, mais
especificamente na via nigroestrial. Nesse contexto, essas modificações
fisiopatológicas estão relacionadas aos sintomas motores observados
nessa doença.

Alterações estruturais/morfológicas (alterações provocadas nas


células ou estruturas cerebrais ou até mesmo alterações no
organismo)
Na doença de Parkinson, pode-se observar um acúmulo de proteína
alfassinucleína no tecido neuronal, caracterizando o surgimento de corpos
de Lewi. Tais componentes se espalham de forma lenta e progressiva,
causando danos e morte neuronais e, consequentemente, ocasionando a
perda de neurônios dopaminérgicos, fato que promove alterações no
movimento.
Prevalência/Incidência
Acima de 65 anos de 1 a 2% em todo o mundo;
No Brasil de 3%.
Fatores de Risco (fatores que aumentam a chance de ter a doença)
Idade. Os adultos jovens raramente contraem a doença de
Parkinson. Ela começa originalmente nos estágios intermediários ou
avançados da vida e os riscos aumentam com a idade. As pessoas
geralmente desenvolvem a doença por volta dos 60 anos ou mais.
Predisposição genética. Ter um parente próximo com doença de
Parkinson aumenta suas chances de desenvolver a doença. No entanto, os
riscos ainda são pequenos, a menos que você tenha muitos parentes na
família com doença de Parkinson.
Sexo. Os homens têm maior probabilidade de desenvolver a doença de
Parkinson do que as mulheres.
Exposição a toxinas. A exposição constante a herbicidas e pesticidas
pode aumentar ligeiramente o risco de doença de Parkinson.

Sinais e sintomas
Tremores involuntários em situação de repouso, rigidez muscular,
lentidão de movimentos, passos mais lentos e arrastados, perda das
expressões facial, depressão, dores musculares constantes, constipação.

Diagnóstico (como é descoberta a doença, quais os exames)


O diagnóstico da doença de Parkinson se inicia com avaliação
neurológica feita em consultório, quando se destaca pelo menos três de
quatro sinais: presença de tremores, rigidez nas pernas, braços e tronco,
lentidão e diminuição dos movimentos e instabilidade na postura.
Em alguns casos, quando necessário, o neurologista pode indicar o uso
de levodopa (medicação utilizada como material prima para a fabricação da
dopamina pelo cérebro). Quando os sintomas melhoram com o uso desse
medicamento é quase certo o diagnóstico do Parkinson, pois outras
doenças que também exibem esse efeito à levodopa são bem mais raras
que a Doença de Parkinson. Caso ainda haja dúvidas se o paciente possui
a doença de Parkinson ou algum outro tipo de parkinsonismo (doenças com
sintomas semelhantes ao Parkinson, mas com evolução e tratamentos
distintos), existem três exames de imagem que auxiliam no diagnóstico
assertivo:
A ultrassonografia transcraniana é um exame de ultrassom aplicado
através do crânio, sem necessidade de contrastes, que mostra mudança de
cor (ecogenicidade) de uma parte do cérebro chamada da substancia
negra, a região do cérebro que mais produz dopamina. A modificação em
sua ecogenicidade corresponde as alterações degenerativas nesta região,
ou seja perda das células dopaminérgicas e consequentemente redução da
dopamina cerebral, um dos mecanismos presentes na doença de
Parkinson. Auxilia no diagnóstico, quando há dúvidas quanto a síndrome
parkinsoniana.
A cintilografia cerebral (com TRODAT), aponta a quantidade de
dopamina no estriado, região do cérebro que recebe a dopamina que é
fabricada na substância negra. Neste exame se injeta uma substancia
radioativa (mínima radioatividade não prejudicial a saúde) para demarcar a
quantidade de dopamina, ou seja, quando está diminuída o diagnóstico é
mais provável.
A ressonância magnética do encéfalo por muitos anos apenas auxiliava
em detectar sinais de outras doenças que não a própria doença de
Parkinson, ou seja, era utilizada para excluir outros diagnósticos. Com o
desenvolvimento de novas técnicas e sequências de ressonância,
atualmente podem ser evidenciadas alterações na substância negra
descrita como perda do “sinal da cauda da andorinha.
Outra alteração evidenciada em pacientes com Parkinson é a redução
do sinal da neuromelanina na região do mesencéfalo. Embora não sejam
suficientes para fazer o diagnóstico por si, pois podem estar presentes
também em outras síndrome parkinsonianas com degeneração das vias
dopaminérgicas, assistem no diagnóstico. Tais métodos auxiliam
adicionando dados ao diagnóstico clinico, além de poder descartar outras
alterações próprias de outras doenças na análise do restante do exame de
ressonância magnética cerebral.
Ou seja, juntamente com outros dados de história e exame neurológico
assistem no diagnóstico final da doença

Tratamento (cirúrgico, medicamentoso, paliativo, etc)


Não existe cura para a doença, porém, ela pode e deve ser tratada,
não apenas combatendo os sintomas, como também retardando o seu
progresso. A grande barreira para se curar a doença está na própria
genética humana, pois, no cérebro, ao contrário do restante do organismo,
as células não se renovam. Por isso, nada pode ser feito diante da morte
das células produtoras da dopamina na substância negra. A grande arma da
medicina para combater o Parkinson são os medicamentos e, em alguns
casos, a cirurgia, além da fisioterapia e a terapia ocupacional. Todas elas
combatem apenas os sintomas. A fonoaudiologia também é muito
importante para os que têm problemas com a fala e com a voz

Tratamento Fisioterapêutico/Atuação da Fisioterapia


O fisioterapeuta no tratamento da doença de Parkinson deve atuar o
mais precocemente possível para:
• Reduzir as limitações causadas pela rigidez, lentidão dos movimentos e
alterações posturais;
• Manter ou melhorar a amplitude de movimento prevenindo contraturas e
deformidades;
• Melhorar o equilíbrio, marcha e a coordenação;
• Aumentar a capacidade pulmonar e resistência física geral;
• Prevenir quedas.
• Técnicas de relaxamento: devem ser realizadas no início da sessão para
diminuir a rigidez, tremores e ansiedade, através de atividades rítmicas,
envolvendo um balanceio lento e cuidadoso do tronco e membros, por
exemplo.
• Alongamentos: devem ser feitos, de preferência, pelo próprio indivíduo
com ajuda do fisioterapeuta, incluindo alongamentos para os braços,
tronco, cintura escapular/pélvica e pernas;
• Exercícios ativos e de reforço muscular: devem ser realizados de
preferência sentado ou de pé, através de movimentos dos braços e
pernas, rotações do tronco, podendo ser utilizados bastões, elásticos,
bolas e pesos leves;
• Treino de equilíbrio e coordenação: é feito através atividades de sentar e
levantar, rodar o tronco nas posições sentada e em pé, inclinação do
corpo, exercícios com mudanças de direção e em várias velocidades,
agarrar objetos e vestir-se;
• Exercícios respiratórios: orienta-se a respiração em tempos com uso do
bastão para os braços, uso da respiração através do diafragma e maior
controle respiratório;
• Exercícios de mímica facial: incentivo aos movimentos de abrir e fechar
a boca, sorrir, franzir as sobrancelhas, fazer bico, abrir e fechar os olhos,
soprar um canudo ou um apito e mastigar bastante os alimentos;
• Treino de marcha: deve-se tentar corrigir e evitar a marcha arrastada
através da realização de passadas maiores, aumento dos movimentos
do tronco e braços. Pode-se fazer marcações no chão, andar sobre
obstáculos, treinar o caminhar para frente, para trás e de lado;
• Hidroterapia: os exercícios na água são muito benéficos pois ajudam a
reduzir a rigidez numa temperatura adequada, facilitando assim o
movimento, a caminhada e trocas de postura;
• Treino de transferência: numa fase mais avançada, deve-se orientar a
forma correta para movimentar-se na cama, deitar e levantar, passar
para a cadeira e ir ao banheiro;
• Exercícios posturais: devem ser realizados sempre buscando a extensão
do tronco e em frente ao espelho para que o indivíduo tenha mais
consciência da postura correta.

Você também pode gostar