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POLINEUROPATIAs

DISCENTE: TÁSSIO MOREIRA PERES


DEFINIÇÃO

 É um subgrupo de distúrbios nervosos periféricos que se caracteriza


tipicamente como um processo simétrico e disseminado, geralmente
distal e gradual, que pode apresentar perda sensorial, fraqueza
muscular ou uma combinação de ambos.
CLASSIFICAÇÃO
 Mononeuropatias: Grupo das lesões isoladas de nervos periféricos.
Podem ser:
• Única: lesão de um único nervo.
• Múltipla: lesões múltiplas isoladas.
• Geralmente de origem traumática.
 Polineuropatias: Grupo em que as lesões manifestam distúrbios
bilaterais simétricos das funções motoras e sensitivas.
ETIOLOGIA

 São múltiplas, sendo a mais frequente a polineuropatia diabética


deficiência tóxica (alcoólicos).

 As causas que originam esses processos são muito numerosas, e em


mais de 50% dos casos não é possível chegar a um diagnóstico
etiológico no exame inicial, sendo esse percentual reduzido para 20%
após estudos mais exaustivos.
CLASSIFICAÇÃO ETIOLÓGICA
 Deficiência

• Deficiência de vitamina B1
• Deficiência de vitamina B6
• Deficiência de vitamina B12

 Metabólico

• Diabetes Mellitus
• Insuficiência Renal
• Hipo e Hipertireoidismo

 Infeccioso

• HIV
• Difteria
• Doença de Lyme
• Vírus Varicela Zoster
CLASSIFICAÇÃO ETIOLÓGICA
 Inflamatório

• Polineuropatia desmielinizante inflamatória crônica


• Síndrome de Guillain-Barré

 Associado a Processos Malignos

• Mieloma múltiplo, paraneoplásico (carcinoma de pulmão de pequenas


células, linfoma)
FISIOPATOLOGIA
 As lesões nos nervos podem ser por:

• Degeneração axonal (NEUROPATIA AXONAL ou NEURONAL)


- Velocidade de condução normal ou levemente diminuída.
- Com denervação dos músculos envolvidos

• Desmielinização paranodal ou segmentar (NEUROPATIA


DESMIELINIZANTE)
- Velocidade de condução acentuadamente reduzida ou abolida.
- Sem sinais de denervação muscular.
MANIFESTAÇÃO CLÍNICA

 À medida que o processo se agrava:

• Déficit sensorial progressivamente em direção centrípeta


na forma de uma meia;
• Dormência ou encurtamento dos pés;
• Dificuldade em andar sobre os calcanhares;
• O reflexo patelar desaparece;
• Pé de pêndulo;
MANIFESTAÇÃO CLÍNICA

 O agravamento dos sintomas é mais intenso nas pernas do que nos


braços;

 A fraqueza motora é geralmente maior nos músculos extensores do que


nos flexores;

 As fibras nervosas são afetadas em relação ao comprimento do axônio, do


tronco nervoso;
FORMAS

 Leve: com dor, dormência, formigamento, sem paresia ou hipoestesia


ou hiporeflexia.

 Moderada: somam-se a paresia, a hipoestesia (em bota e em luva),


hiporreflexia.

 Severa: somam-se a plegia, a anestesia, a arreflexia, a pele vermelha,


lisa, brilhante e seca, impotência, bexiga atônica (retém), hipotensão ort.
SINAIS E SINTOMAS

 Motricidade: Fraqueza muscular, atrofia muscular, reflexos tendinosos


diminuídos.

 Sensibilidades:
• Subjetivo: dores, formigamento, dormências;
• Objetivo: Hipoestesia total, hiperpatia.

 S. N. Autônomo: Pele vermelha, seca, lisa, brilhante e fria.


SINAIS E SINTOMAS
 FIBRAS PEQUENAS:

• Diminuição da sensibilidade térmica e perfurações;


• Disestesias dolorosas;
• Sensação de queimadura;
• Preservação da função motora, equilíbrio e reflexos tendinosos;

 FIBRAS DE GRANDE CALIBRE:

• Arreflexia;
• Ataxia sensorial;
• Déficit sensitivo cutâneo relativamente leve;.
• Disfunção motora variável;
EXAME FÍSICO
 PACIENTE COM POLINEUROPATIA AXONAL:

• Perda da musculatura intrínseca dos pés ou extremidades inferiores.


• Perda da sensibilidade distal a alfinetadas, toque leve, vibração, frio.

 POLINEUROPATIA COM DESMIELILINAÇÃO:

• Nos casos mais fulminantes, fraqueza é quase normal.


• Os músculos distais são predominantemente afetados.
• A sensibilidade também é reduzida; grandes fibras mielinizadas são danificadas,
resultando em anormalidades no exame vibratório e proprioceptivo desproporcionais à
perda de temperatura e sensibilidade à picada de agulha.
POLINEUROPATIAS HEREDITÁRIAS

 Doença de Charcot-Marie-Tooth.
 Doença de Dejerine-Sottas.
 Ataxia de Friederich.
 Doença de Refsum
DOENÇA DE CHARCOT-MARIE-TOOTH

 Deformidade no pé ou distúrbio da marcha na infância ou na puberdade


 Mais tarde polineuropatia
 Pode surgir tremor
 Tipo I desmielinizante. Tipo II axonal
 Diferençar da: Atrofia Muscular Espinhal Progressiva Distal
DOENÇA DE DEJERINE-SOTTAS

 Manifesta uma Polineuropatia sensitivo- motora. (Tipo III).


 A forma mais comum é a autossômica recessiva, que começa na
infância.
ATAXIA DE FRIEDREICH
 Inicia na infância ou puberdade.
 Ataca cerebelo, coluna lateral e posterior, gânglios espinhais, fibras
sensitivas, etc;
 Mostra ataxia e demais sinais cerebelares;
 Fraqueza nas pernas e Babinski;
 Perda das sensibilidades e reflexos diminuídos;
DOENÇA DE REFSUN

 Distúrbio do metabolismo do ácido fitânico.


 Mostra degeneração pigmentar da retina com polineuropatia sensitivo-
motora e sinais cerebelares. (Tipo IV).
 Pode ter disfunção da audição, cardiomiopatia e alterações cutâneas.
SÍNDROME DE GUILLAIN BARRÉ

 A síndrome de Guillain Barré é um distúrbio autoimune, ou seja, o sistema


imunológico do próprio corpo ataca parte do sistema nervoso, que são os
nervos que conectam o cérebro com outras partes do corpo.

 É geralmente provocado por um processo infeccioso anterior e manifesta


fraqueza muscular, com redução ou ausência de reflexos.
ETIOLOGIA
 Várias infecções têm sido associadas à Síndrome de Guillain Barré,
sendo a infecção por Campylobacter, que causa diarréia, a mais
comum. 

 Outras infecções encontradas na literatura cientifica que podem


desencadear essa doença incluem: Zika, Dengue chikungunya,
citomegalovírus, vírus Epstein-Barr, Sarampo, Vírus de influenza A,
Mycoplasma pneumoniae, enterovirus D68, hepatite A, B, C, HIV

 A incidência anual é de 1-4 casos por 100.000 habitantes e pico entre


20 e 40 anos de idade.

 O diagnóstico é dado por meio da análise do líquido cefalorraquidiano


(líquor) e exame eletrofisiológico
SINTOMAS

 A maioria dos pacientes percebe inicialmente a doença pela sensação de


dormência ou queimação nas extremidades membros inferiores (pés e
pernas) e, em seguida, superiores (mãos e braços);

 Dor neuropática lombar (nervos, medula da coluna ou no cérebro) ou nas


pernas pode ser vista em pelo menos 50% dos casos;

 Fraqueza progressiva é o sinal mais perceptível ao paciente, ocorrendo


geralmente nesta ordem: membros inferiores, braços, tronco, cabeça e
pescoço;
SINTOMAS

 Os sintomas principais da Síndrome de Guillain Barré são:

• Fraqueza muscular ascendente: começam pelas pernas, podendo, em seguida,


progredir ou afetar o tronco, braços e face, com redução ou ausência de
reflexos;

• A síndrome pode apresentar diferentes graus de agressividade, provocando leve


fraqueza muscular em alguns pacientes ou casos de paralisia total dos quatro
membros;
SINTOMAS

 Outros sinais e sintomas que podem estar relacionados à


Síndrome de Guillain Barré:

• Sonolência;
• Confusão mental;
• Coma;
• Crise epiléptica;
• Alteração do nível de consciência;
• Perda da coordenação muscular;
• Visão dupla;
• Fraqueza facial;
• Tremores;
• Redução ou perda do tono muscular;
• Dormência, queimação ou coceira nos membros.
SINTOMAS

 Importante: O principal risco provocado por esta síndrome é quando


ocorre o acometimento dos músculos respiratórios.

 Nesse último caso, a síndrome pode levar à morte, caso não sejam
adotadas as medidas de suporte respiratório, tendo em vista que coração
e pulmões param de funcionar.
AVALIAÇÃO
 Diferencial:

• Avaliação de Dermátomos e Miótomos


• Avaliação de Força
TRATAMENTO FISIOTERAPÊUTICO
 Objetivos:

• Impedir ou diminuir a progressão da fraqueza muscular


• Manter ou ganhar a funcionalidade dos membros
• Estimulação sensorial
• Controlar a progressão da patologia
TRATAMENTO FISIOTERAPÊUTICO
• Cinesioterapia
• Eletroterapia
• Hidroterapia
• Estimulação Sensorial
REFERÊNCIAS
ANTUNES, et al. Clinical aspects of the diabetic polyneuropathies. Rev. bras.
neurol ; 27(supl. 1): 12S-16S, abr. 1991. tab

SANTOS, et al. Polineuropatias e outros transtornos do sistema nervoso periférico e


a importância do exame clínico para o diagnóstico. XIII JORNADA DE ENSINO,
PESQUISA E EXTENSÃO – JEPEX 2013 – UFRPE: Recife, 09 a 13 de dezembro.

SOARES, J. L.; MONTEIRO, L. M. A contribuição da fisioterapia na recuperação do


paciente portador da Síndrome de Guillain Barré: uma revisão integrativa. Revista
Eletronica Acervo Saude. n. 7 (2017): Volume Suplementar 7 | 2017.

ALMEIDA, et al. FISIOTERAPIA EM PORTADORES DA SÍNDROME DE GUILLAIN-


BARRÉ: REVISÃO BIBLIOGRÁFICA. Congresso Internacional de Pesquisa,
Ensino e Extensão. v. 1 (2015): II - CIPEEX - Luz, Ciência e Vida

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