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ESCLEROSE MÚLTIPLA

ESCLEROSE MÚLTIPLA

 DOENÇA DESMIELINIZANTE

 ETIOLOGIA DESCONHECIDA

 CARACTERÍSTICA AUTO-IMUNE
Histórico:

 Descrita pela primeira vez em 1868 por Jean Martin


Charcot

 Foi chamada de Esclerose em Placas (múltiplos focos de


lesão)
Áreas de desmielinização:
ESCLEROSE MÚLTIPLA

FISIOPATOLOGIA

Invasão do SNC  inflamação da mielina


(desmielinização)  destruição de oligodendrócitos
 formação de tecido cicatricial enrijecido (esclerose)
 gliose ou remielinização
Definição:
 Esclerose: cicatrização do tecido na área de
desmielinização;

 Múltipla: várias áreas são afetadas


CLASSIFICAÇÃO

REMITENTE- RECORRENTE
 PROGRESSIVA- COM SURTO
 SECUNDARIAMENTE PROGRESSIVA
 PRIMARIAMENTE PROGRESSIVA
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS

VARIEDADES DE SINTOMAS:

MOTORES
SENSORIAIS
VISUAIS
VESICAIS / INTESTINAIS
SEXUAIS
COGNITIVOS E EMOCIONAIS
Exemplos de Sinais e sintomas
 Alterações visuais: diplopia;
 Disartria, disfagia;
 Ataxia;
 Paresia / plegia de segmentos corporais;
 Incoordenação motora;
 Parestesias / perdas sensoriais;
 Incontinência urinária / fecal.
Ansiedade
Depressão
Prejuízo Cognitivo
Desordens do Sono

Vertigem Perda Dolorosa da Visão

Descontrole emocional
Visão Instável
Disartria/afasia
Diplopia
Disfagia

Problemas sexuais
Rigidez e Espasmos
mm. dolorosos
Tremor

Problemas vesicais
Incoordenação Motora

Problemas intestinais

Equilíbrio pobre
Epidemiologia:
 Acomete geralmente adultos jovens: início entre 20 e 40
anos de idade, raro abaixo dos 15 ou acima de 50 anos;

 Mulheres são mais acometidas;

 Países de clima temperado;


Etiologia:
 Causa desconhecida;

 Teorias:
 1. ataque viral;
 2. reação auto-imune;
 3. combinação de fatores (ataque viral e reação auto-
imune)
EDSS
 A escala transforma objetivamente em um
número de zero a dez as alterações do exame
neurológico da pessoa com EM, onde:
 0 = exame neurológico normal;
 3 = dificuldades moderadas;
 6 = dependência de um apoio unilateral
(bengala);
 6,5 = uso de andador;
 7 = cadeira de rodas;
 10 = falecimento decorrente de EM.
Incapacidade Progressiva

Recaídas/surtos
Recaídas não
Desfechos relatados pelo pcte.
relatadas

Lesões de subs. Branca


detectáveis através de RM

Atrofia Cerebral

Lesões atuais indetectáveis pela


RM (subs. Branca e cinzenta)

Níveis de Neurofilamentos
OBJETIVOS DA FISIOTERAPIA

Minimizar as limitações impostas pela doença;


Promover resgate da função motora acometida;
Melhorar a força muscular e condicionamento
físico;
Reduzir a fadiga;
Maximizar a capacidade funcional;
Melhorar sensibilidade;
Orientar o paciente e os seus familiares;
Melhorar a qualidade de vida evitando complicações
debilitantes.
Notas Importantes

Equipe interdisciplinar

Termossensibilidade

Fadiga

Medicamentos

Avaliação criteriosa
TABELA DE CATEGORIA FUNCIONAL

Incapacidade motora severa

Incapacidade motora de moderada a leve

Normal com fadiga (com ou sem termossensibilidade)

Normal
INTERVENÇÃO FISIOTERAPÊUTICA

HIPERTONIA
Alongamentos passivos e ativos
Exercícios ativos no limite de ADM
Crioterapia
PNF
BOBATH
Estimulação elétrica funcional (FES)??
Equoterapia
Hidroterapia??
Fortalecimento muscular?
Orientações posturais
INTERVENÇÃO FISIOTERAPÊUTICA

FRAQUEZA MUSCULAR

Exercícios resistidos progressivos

Exercícios de PNF
INTERVENÇÃO FISIOTERAPÊUTICA

ALTERAÇÕES CEREBELARES

Fortalecimento da musculatura de fixação


Balance
Técnicas de PNF
Exercícios de coordenação com auxílio de peso
Jogos adaptados
Treino de meios auxiliares
INTERVENÇÃO FISIOTERAPÊUTICA

ALTERAÇÕES SENSITIVAS

Estimulação sensorial combinados com exercícios de coordenação

Orientação quanto a prevenção de úlceras de decúbito


INTERVENÇÃO FISIOTERAPÊUTICA

DISFUNÇÕES RESPIRATÓRIAS

Padrões respiratórios

Drenagem postural

Exercícios de desobstrução e reexpansão pulmonar

Treino de musculatura respiratória (Treshold)


INTERVENÇÃO FISIOTERAPÊUTICA
CONDICIONAMENTO FÍSICO

 Melhora resistência e força muscular


  Fadiga
  Risco de doenças cardiovasculares
 Melhora o estado de saúde geral
Doença de Charcot-Marie-Tooth
Principais Características
Fenotípicas
 Idade de início: da infância à idade adulta

 Fraqueza distal progressiva

 Perda muscular distal

 Hiporreflexia

 Hipotonia
Etiologia e Epidemiologia
 A CMT é uma polineuropatia desmielinizante Autossômica
Dominante

 Prevalência de 15:100.000

 Geneticamente heterogênea - sem predileção por raça ou


sexo
Quadro Clínico
 A gravidade, o início dos sintomas e a progressão da
doença variam acentuadamente entre as famílias e
dentro delas

 Os sintomas geralmente iniciam nas duas primeiras


décadas de vida; o início depois dos 30 anos é raro

 Os sintomas começam insidiosamente com fraqueza e


atrofia de progressão lenta dos músculos distais de
membros inferiores e deterioração sensorial leve
Quadro Clínico
 A fraqueza de MMII levam a anomalias da marcha, pé
caído, pés cavos, dedos em martelo e perda do
equilíbrio. Raramente provoca perda da capacidade de
marcha.

 A fraqueza dos músculos intrínsecos das mãos ocorre


tarde no curso da doença e, nos casos graves, causa
mão em garra devido ao desequilíbrio de forças entre os
músculos flexores e extensores.

 Outros achados incluem reflexos reduzidos ou ausentes,


ataxia ou tremores, escoliose e nervos periféricos
aumentados e palpáveis.
Diagnóstico
 Quadro Clínico e História Familiar.

 Estudo Eletrofisiológico: Teste de Velocidade de


Condução Nervosa

 Estudo Patológico: Biópsia de nervo: Casos Leves


(Desmielinização segmentada e Hipertrofia da bainha de
mielina) / Casos Graves (Escassez difusa de mielina) -
Ambos sem inflamação.

 Estudo Genético: Teste Genético detecta a duplicação


em PMP22 – Diagnóstico Confirmatório!
Tratamento
 O Tratamento é focado no controle sintomático, pois
atualmente não existem terapias curativas para a
doença.

 O tratamento é constituído de três estágios: Exercícios;


Uso de órteses e talas de adaptação especial; Cirurgia
ortopédica.

 Nos casos mais graves recomendam-se bengalas,


andadores ou até mesmo cadeiras de rodas.

 Aconselhar todos os pacientes a evitarem medicamentos


e/ou produtos químicos neurotóxicos.
Síndrome de Guillain-Barré
SÍNDROME DE GUILLAIN-BARRÉ
Definição

 Polirradiculoneurite aguda
 Auto-imune (infecções virais e bacterianas)
 Déficit motor progressivo, geralmente ascendente,
acompanhado de arreflexia, com alterações sensitivas
leves ou ausentes.

PASCOAL,Samuel-Ignacio Pascual . Síndrome de Guillain-Barré - Protocolos Diagnóstico


Terapeúticos de la AEP: Neurología Pediátrica
SÍNDROME DE GUILLAIN-BARRÉ
Epidemiologia
 É a causa mais comum de paralisia
neuromuscular aguda (após erradicação da
poliomielite)

 Incidência: 1.3 – 2 por 100.000

 Maior incidência entre os adultos jovens (20 a


30 anos)

 Ligeira predominância no sexo masculino

1-PASCOAL,Samuel-Ignacio Pascual . Síndrome de Guillain-Barré - Protocolos Diagnóstico


Terapeúticos de la AEP: Neurología Pediátrica
SÍNDROME DE GUILLAIN-BARRÉ
Etiologia
 2/3 dos casos são precedidos por uma infecção do trato
respiratório inferior ou gastrointestinal, 1-3 semanas
antes.

 Campylobacter jejuni (26-41% dos casos)

 Citomegalovírus (10-22%)

 Vírus Epstein Barr, varicela zoster, Mycoplasma


pneumoniae.

PASCOAL,Samuel-Ignacio Pascual . Síndrome de Guillain-Barré - Protocolos Diagnóstico


Terapeúticos de la AEP: Neurología Pediátrica
Anticorpos anti-gangliosídeos GM1, GM1b, GD1 e GaINAc-GD1 atacam o axolema motor
Exames complementares
Exame Característica
Líquor Após 7 dias: dissociação proteíno-
citológica (pico: 4-6 semans)
ENMG - desmielinização ↑ tempo de latência motora distal,
dispersão temporal, bloqueio de
condução: aumento do tempo de
latência da onda F + diminuição da
amplitude do potencial evocado motor
proximal, caracteriza um quadro proximal,
ao nível das raízes nervosas
ENMG – degeneração axonal Diminuição da amplitude dos
potenciais evocados motores, sem
alterações de desmielinização

O grau máximo de anormalidades no estudo de


condução motora ocorre em 3 a 8 semanas

Pronto Socorro: diagnóstico e tratamento em emergências – USP.. 2ª edição, pág: 1727 - 1732.
Critérios obrigatórios para o diagnóstico de Guillain-
Barré

Déficit motor progressivo em mais de 1 membro

Arreflexia osteotendinosa universal

Pode-se aceitar uma arreflexia distal + hiporreflexia bicipital


e patelar se os outros critérios forem cumpridos.

PASCOAL,Samuel-Ignacio Pascual . Síndrome de Guillain-Barré - Protocolos Diagnóstico


Terapeúticos de la AEP: Neurología Pediátrica
Fatores que apoiam fortemente o diagnóstico

Apresentação clínica usual Características


Déficit motor progressivo Pico: 2 semanas (50%), 3 semanas (80%),
4 semanas (90%)
Podem haver diferenças discretas em ambos
Acometimento relativamente simétrico os lados

Acometimento de nervos cranianos Nervo facial – 50% dos casos

Recuperação Começa em 2-4 semanas. A maioria se


recupera em meses.
Disfunção autonômica Sinais e sintomas variáveis (taquicardia,
hipotensão postural). Mais frequente na
infância
Ausência de febre no começo

Sinais e sintomas sensitivos leves

PASCOAL,Samuel-Ignacio Pascual . Síndrome de Guillain-Barré - Protocolos Diagnóstico Terapeúticos de la


AEP: Neurología Pediátrica
Tratamento de Guillain-Barré

 Sobrevivência: monitoração de pulso, PA, FR;


 Avaliar necessidade de acompanhamento em unidade de saúde
com UTI: avaliar comprometimento respiratório, sintomas
bulbares e autonômicos.
 Interferir nas alterações da resposta imunitária que conduzem às
disfunções e danos estruturais ao nervo: Ig e plasmaférese
 Dor – não é frequente, mas pode ser intensa e resistente aos
AINES. Utiliza-se codeína e, caso não ceda, buprenorfina.
 Reabilitação física através de suporte fisioterapêutico
 Reabilitação psíquica e social.

Melo-Souza, Sebastião Eurico de. Tratamento das doenças neurológicas / Sebastião Eurico de Melo-Souza. – 2.ed.
– Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2008. ISBN 978-85-277-1430-3
SÍNDROME DE GUILLAIN-BARRÉ
Prognóstico
 A recuperação costuma ser completa

 Melhora clínica, eletrofisiológica e funcional acontece, geralmente,


entre 2 e 4 semanas.

 A síndrome geralmente não progride por mais de 5 semanas.

 A recuperação total pode demorar meses (a maioria se recupera


funcionalmente até o 6º mês).

 A necessidade de ventilação mecânica e a ausência de melhora


funcional 4 semanas após a doença ter atingido o pico máximo são
sinais de evolução mais grave
SÍNDROME DE GUILLAIN-BARRÉ
Fisioterapia
 Resgate da função motora acometida
 Melhora da motricidade voluntária
 Retorno do tônus muscular
 Melhora da funcionalidade
 Melhora dos ajustes posturais
 Melhora do padrão de marcha

 Reflexos miotáticos
 FNP
 Treino de ajustes posturais
 Treino de marcha
OBRIGADA!!

Agradecimento: Profa. Dra. Cynthia Bedeschi

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