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Epidemiologia fisiopatologia clínica/ sintomas tratamento da crise Profilaxia/observações

Migrânea Trata-se de Há uma Caracteriza-se por crises recorrentes constituídas por até cinco fases Crise de fraca intensidade: o paciente
(enxaqueca uma doença dilatação das (nem sempre estão presentes todas elas): pode ser orientado a repousar ou até Complicações da migrânea:
) neurovascular artérias mesmo dormir e se afastar de luzes,
que se cranianas, o que Sintomas premonitórios: precedem a cefaleia por horas ou até dias. sons, odores que tenham desencadeado ● estado migranoso: cefaleia intensa que dura mais
caracteriza por justifica a Nesta fase o paciente pode apresentar irritabilidade, com raciocínio e a crise. Outras medidas como uso de que 72 horas, com intervalos livres inferiores a 12
crises melhora com a memorização mais lentos, desânimo e avidez por alguns tipos de bolsas de gelo e/ou compressão das horas, à qual associam-se náuseas e vômitos por
repetidas de adoção de alimentos artérias temporais podem ser úteis. horas seguidas, levando a desidratação e as suas
dor de cabeça procedimentos Alguns autores e estudos defendem que consequências, como a necessidade de internação .
que podem que diminuem o Aura: complexo de sintomas neurológicos que se desenvolve se pode iniciar o tratamento das crises de
ocorrer com aporte de gradualmente (ao longo de no mínimo 5 minutos) e dura até 60 minutos. enxaqueca com analgésicos comuns, ● infarto migranoso: é um ataque idêntico aos outros
uma sangue para o A aura típica é um distúrbio visual constituído por pontos fosfenos, perda como a Dipirona e o Ácido Acetilsalicílico episódios, mas os sintomas da aura persistem por
frequência segmento ou distorção de um dos hemicampos visuais ou parte deles. Às vezes (AAS), assim como os AINES no início mais de 60 minutos e são associados a um infarto
bastante cefálico, tais associam-se parestesia unilateral e/ou disfasia de episódios leves a moderados. Se demonstrado no exame de neuroimagem
variável, como escalda houver náuseas ou vômitos associados
atingindo mais pés, Cefaleia: é de forte intensidade, latejante/pulsátil, piorando com as ao quadro, pode-se utilizar
● migrânea crônica: é o aumento da frequência das
mulheres do compressão atividades do dia a dia. A duração da fase de dor é de 4 a 72 horas. A Metoclopramida ou Domperidona crises até tornarem-se diárias ou quase diárias (>15
que homens. digital da artéria dor é unilateral em dois terços das crises, geralmente mudando de lado dias por mês com dor por mais de 3 meses)5 . São
Com pico de carótida externa de uma crise para outra fatores de risco para cronificação: fatores emocionais,
prevalência ou da temporal . Sintomas associados: náuseas e/ou vômitos, foto e fonofobia estresse, doenças psiquiátricas e abuso de
entre 30 e 50 superficial, Crise de moderada intensidade: além da analgésicos
anos. Sem aposição de gelo Fase de recuperação: fase de exaustão em que alguns pacientes possibilidade de uso de analgésicos e
aura (75%) e no local da dor . necessitam de um período de repouso para seu completo AINEs, na crise moderada são Não prescrever opioide para o tratamento da crise de
com aura restabelecimento recomendados os agonistas 5-HT1 enxaqueca, existem medicações mais eficazes que
(25%) seletivos – triptanos – e não seletivos – não têm o risco de abuso e dependência.
80% dos limitação das atividades habituais (estudo, trabalho, outras), náusea e ergóticos. Os derivados ergóticos ligam-
pacientes têm fotofobia. Pode haver a presença de estímulos desencadeantes, como: se receptores dopaminérgicos, o que PROFILAXIA:
um familiar estresse; alterações do sono, jejuns, ingestão de certos alimentos pode explicar as náuseas que Betabloqueadores: O propranolol 40 mg , o metoprolol
direto (chocolate, laranja, comidas gordurosas e lácteas, vinhos), privação da costumeiramente ocorrem em e o timolol. São recomendados para indivíduos
acometido cafeína, exposição a ruídos altos, odores fortes ou alterações climáticas, decorrência do seu uso. Devem ser portadores de hipertensão e ansiedade. Não devem
prática de exercícios físicos, uso de medicamentos vasodilatadores. iniciados o mais precocemente possível ser prescritos para indivíduos com asma, doença
(pois não têm efeito quando utilizados pulmonar obstrutiva crônica, doença vascular periférica
•DIVISÃO tardiamente), podendo ser associados a e insuficiência cardíaca; • Antidepressivos tricíclicos: a
antieméticos. Os triptanos podem ser Amitriptilina (25 mg) costuma ser a droga mais
Sem aura : unilateral, de intensidade moderada a forte (inibindo ou utilizados em qualquer momento da crise, indicada, com posologia variando entre 25 e 75 mg/dia.
impedindo atividades diárias), caráter pulsátil e que piora com as porém não devem ser associados a É recomendada para indivíduos portadores de
atividades físicas rotineiras. Frequentemente, inicia- -se durante o sono antieméticos depressão, cefaleia tensional, distúrbios do sono e
ou pela manhã, mas pode ter início em qualquer momento do dia. Além outras síndromes dolorosas (BRASIL, 2012). Não deve
disso, tem sintomas associados a dor: fotofobia, fonofobia, osmofobia, ser usada em indivíduos portadores de doença
náuseas e vômitos. isquêmica do coração, arritmia, infarto do miocárdio ou
Crise de forte intensidade: nas crises de epilepsia; • Anticonvulsivantes: o Topiramato (25-
forte intensidade recomenda-se o uso de 200mg/ dia) e Valproato de Sódio/Ácido Valproico
Com aura : sintomas ou sinais neurológicos focais transitórios que não Triptanos, Indometacina ou (500- 1500 mg/dia) estão entre as drogas utilizadas
estão presentes na enxaqueca comum. Os sintomas neurológicos focais Clorpromazina. O uso de Dexametasona (SBCE, 2000), porém podem gerar teratogenicidade.
instalam- -se de forma gradual, geralmente ao longo de 5 a 20 minutos, ou de Haloperidol pode também ser Representam drogas de segunda linha para profilaxia
durando 60 minutos ou menos e ocorrendo na maioria das vezes antes recomendado. Pacientes com crises de migrânea. • Gabapentina: eleva os níveis de GABA
da dor. A aura visual é a mais comum e pode se apresentar como agudas podem apresentar boa resposta no cérebro, mas o mecanismo ainda não está
flashes de luz, falhas no campo visual (escotomas) ou imagens ao uso da Dipirona injetável, associada totalmente explicado. A Gabapentina mostrou-se eficaz
brilhantes em ziguezague. O paciente pode apresentar, ainda, ou não a Metoclopramida e/ou na profilaxia da enxaqueca gerando poucos efeitos
hemiparesia ou disfasia. A aura típica é um distúrbio visual constituído antiespasmódicos colaterais conforme alguns estudos (). O alto custo,
por pontos fosfenos, perda ou distorção de um dos hemicampos visuais porém, é um fator limitante para a escolha do fármaco.
ou parte deles. Às vezes associam-se parestesia unilateral e/ou disfasia. A profilaxia inicialmente deve ser continuada por 6
meses. Após este período, reavaliar a necessidade de
manutenção.

Tensional Mais comum, Dor de qualidade não pulsátil, em aperto ou pressão, geralmente Crises de cefaleia tensional de Como tratamento profilático da cefaleia tensional
feminina, e o bilateral, de intensidade leve a moderada e que não piora com atividade intensidade leve podem aliviar com frequente, pode-se considerar um curso de 10 sessões
pico entre os física sensação de aperto, pressão e muitas vezes dizem: “Parece que repouso ou com exercícios de de acupuntura por 5 a 8 semanas
20 e os 50 tenho uma cinta pressionando a cabeça” ou “um capacete apertado”. relaxamento. As demais devem ser
anos em “Tenho um peso enorme na cabeça e nos ombros” sensações de peso tratadas com analgésicos comuns ou
ambos os ou em faixa ou mesmo um dolorido no local. A dor pode durar minutos, AINEs (anti-inflamatórios não esteroides).
sexos, a horas ou ainda permanecer constante durante dias. é rara a presença A combinação desses fármacos com
automedicaçã de sintomas premonitórios como náuseas, fonofobia e fotofobia cafeína aumenta a eficácia de ambas as
o é elevada associados à dor. medicações
verificar o uso
recorrente de Sua crise é de fraca ou moderada intensidade, com sensação de aperto Orientação de medidas educativas como:
analgésicos ou pressão e, na maioria das vezes, é bilateral. Pode ser frontal, sono regular, evitar bebidas alcoólicas,
para a occipital ou holocraniana . A dor pode melhorar com atividades físicas. controle de estresse (técnicas de
determinação Surge, em geral, no final da tarde, relaciona-se com estresse físico relaxamento, atividade física leve), lazer.
do (cansaço, exagero de atividade física, especialmente no calor e sob o ● Prescrição de analgésicos
diagnóstico. sol), muscular (posicionamento do pescoço no sono ou no trabalho) ou (paracetamol 750-1.000 mg até 6/6 h;
apontam o emocional. Por vezes, há hiperestesia e hipertonia da musculatura dipirona 500 1.000 mg até 6/6 h) e/ou
estresse como pericraniana que pode ser percebida com a palpação cuidadosa5 . anti-inflamatórios não esteroidais (AINEs)
um poderoso (ibuprofeno 400-800 mg até 6/6 h;
fator diclofenaco 50 mg até 8/8 h; cetoprofeno
desencadeant 50 mg até 6/6 h; naproxeno sódico 500
e ou mg dose inicial e 250 mg até 6/6h).
agravante. Associações com cafeína aumentam a
eficácia analgésica. A maioria das crises
é resolvida com uma dose de analgésico
comum, sendo a escolha feita de acordo
com a experiência anterior do paciente e
a tolerância à droga. Se não há resposta
em 1 ou 2 horas com uma medicação,
pode-se usar outra. ● Orientar consulta
na Unidade Básica de Saúde (UBS) para
seguimento ambulatorial do quadro.

Salva// Acredita-se A cefaleia em salvas consiste em ataques de dor intensa de localização O manejo da cefaleia em salvas tem Verapamil. Trata-se de um bloqueador dos canais de
Neuralgia que esta dor orbitária, supraorbitária e/ou temporal, unilateral, com duração de 15 início com a orientação dos pacientes cálcio com indicação para os casos de cefaleia na
do tenha sua minutos a 3 horas. As crises têm uma frequência variável, podendo sobre hábitos que desencadeiam as dosagem de 360 a 480 mg, diários. Quando a cefaleia
Trigêmeo origem no ocorrer uma a cada dois dias ou até mesmo oito crises por dia, crises. As drogas utilizadas são: • em salvas é muito frequente, ou pode ser definida
hipotálamo e apresentando ritmicidade e ocorrência noturna. Os ataques ocorrem em Ergotamina, 1 mg via endovenosa, como crônica, o uso de corticoide, equivalente a
que possa ser séries que duram semanas a meses, separados por períodos de intramuscular ou subcutânea até 3 mg ao prednisona 40 mg, oferece alívio e pode ser mantido
desencadeada remissão. Alguns pacientes com cefaleia em salvas referem que dia; • Triptanos – Sumatriptano, 6 mg/dia nesta dose, iniciando-se a retirada após três dias de
por uso de exercícios físicos vigorosos podem melhorar ou mesmo abortar um via subcutânea ou 20 mg via inalatória; • tratamento, seguindo o ritmo de 5 mg/dia (SBMFC et
álcool e ataque. O sono alterado e o uso de bebidas alcoólicas são reconhecidos Oxigênio a 7 litros por minuto por 15 al., 2009). Outra opção terapêutica nos pacientes com
nitratos. fatores desencadeadores de crises. É caracterizada por apresentar, minutos com máscara facial; • Não crises frequentes de cefaleia em salvas é a
É mais obrigatoriamente, uma ou mais das seguintes manifestações: • oferecer Paracetamol (Acetominofen), descompressão cirúrgica do 5º par craniano
frequente em hiperemia conjuntival, • lacrimejamento, • congestão nasal, • rinorreia, • AINEs e opioides (SBMFC; et al., 2009).
homens e, sudorese frontal e/ou facial, • miose, • ptose, • edema palpebral
apesar da
baixa A neuralgia do trigêmeo caracteriza-se por crises de dor intensa que
prevalência, o podem ser desencadeadas por estímulos como mastigação, escovação,
seu fala e outros. Predomina no sexo feminino e habitualmente tem início
reconheciment após os 50 anos. As dores são de forte intensidade, descritas como em
o é importante punhalada ou em choque elétrico com duração de poucos segundos,
pela existência mas repetitivas a curtíssimos intervalos de tempo. Geralmente a dor é
de tratamento localizada no território de um, ou mais que um, dos ramos do trigêmeo,
eficaz. o segundo e o terceiro sendo os mais frequentemente acometidos

Acometendo 1
em cada 1.000 A doença evolui em surtos de um a três meses de duração (salvas),
indivíduos quando o paciente experimenta de uma a oito crises por dia e
(85% das frequentemente é despertado à noite pela crise5 . Em geral, as crises
pessoas têm duração limitada, de 15 a 180 minutos, quadro clínico típico com dor
afetadas são excruciante, unilateral e alterações autonômicas (hiperemia conjuntival
do sexo e/ou lacrimejamento, congestão ocular e nasal, rinorreia, edema
masculino). palpebral, rubor facial, miose e/ou ptose ipsilaterais) associados a
Geralmente se sensação de inquietude e agitação. Após episódio de salvas pode haver
inicia após os período de meses ou anos sem crises
20 anos, mas
é mais
frequente
entre as 3ª e
5ª décadas

Cervicogê Há várias Unilateral ou com dominância unilateral • sem mudança de lado • Uma vez preenchidos os critérios do
nica evidências de associada com dor cerv ipsilateral, no ombro ou braço • dor começa no diagnóstico,diversos tratamentos para a
que pescoço • a cefaléia é agravada por mov. do pescoço ou posturas • síndrome de cefaléiacervicogênica têm
anormalidades associado com sensib a palpação na cervical • associado com a sido propostos, com predomínio de
nas estruturas restrição do movimento cervical. intervenções invasivas, tais como
somáticas e I- Sintomas e sinais de envolvimento cervical: estimulação transcutânea, anestesia
viscerais da a) precipitação da dor cervical semelhante à espontânea por: local repetida, descompressão, secção
região cervical 1. movimento do pescoço ou sustentação desajeitada da cabeça; e/ou avulsão do nervo grande occipital e
podem ser sede 2. pressão externa da região cervical posterior e do nervo occipital menor, bem como de
de dor referida superior ipsilateral ou da região occipital; raízes e gânglios cervicais, estabilização
ao crânio e à b) redução da movimentação cervical habitual; e/ou fusões vertebrais,Radiofreqüência
face6 (Figura 2). c) dor na mão, ombro e pescoço ipsilateral, de natureza vaga e não- de discos intervertebrais e de nervos
A estimulação radicular, ou ocasionalmente dor cervicais e estimulação epidural. Esses
do componente no braço de natureza radicular. tratamentos invasivos tentam diminuir a
sensitivo de C1 II- Alívio completo ou quase completo (> 90%) da aferência periférica dos impulsos
acarreta dor dor após o bloqueio anestésico do nervo grande dolorosos. A aplicação de toxina
orbitofrontal e no occipital e/ou da raiz C2 no lado sintomático. botulínica pode trazer alívio ao paciente
vértex. A III- Unilateralidade da dor sem mudança de lado, por tempo limitado, porém pode agravar
irritação de C2 e podendo ocorrer o quadro em qualquer um dos os distúrbios posturais (experiência do
a estimulação lados. autor, em um caso tratado). Como
dos nervos IV- Características da dor: propostas não-invasivas têm-se a
occipitais geram a) moderada, não-excruciante, geralmente de natureza não-pulsátil, fisioterapia e o uso de antiinflamatórios
dor na porção começando no pescoço e espalhando-se para as áreas não-hormonais (AINH).A fisioterapia
posterior do oculofrontotemporal, pode melhorar os hábitos posturais,
segmento onde, em geral, é máxima; amplificar e adequar os movimentos.
cefálico. A dor b) duração variável (horas) ou dor contínua flutuante; Quanto à dor, se houver benefício, em
unilateral V- Outras características de alguma importância: geral é pequeno e por tempo limitado. O
ipsilateral da a) melhora eventual com tratamento preventivo paracetamol pode trazer alívio temporário
cabeça e do com indometacina; para a dor leve.
braço sem b) melhora eventual da crise com uso de ergotamina ou de Os AINH podem beneficiar alguns
desvio ao sumatriptano; pacientes, em geral, particularmente a
repouso indica c) preponderância no sexo feminino; indometacina em doses elevadas (de 100
uma doença d) história de trauma craniano ou cervical (whiplash). mg/dia a 200 mg/dia)10. Quando ocorre
orgânica. A VI- Características de pouca importância: intolerância gástrica por essas drogas, os
redução do grau a) náusea; inibidores da COX-2, como o rofecoxib,
de movimento b) fonofobia e fotofobia; podem ser usados. Os aspectos
no pescoço é c) vertigens; d) alteração visual ipsilateral; psicológicos, em sua avaliação
típica, mas não e) dificuldades de deglutição; fenomenológica, podem evidenciar
especifica f) edema e hiperemia na área periocular ipsilateral distúrbios de ansiedade e depressão,
síndrome de que, sendo abordados e orientados,
cefaléia trazem benefício. Ainda faltam
cervicogênica investigações mais precisas que
permitam verificar os aspectos centrais
dessa síndrome, principalmente o
neuroquímico, o que levaria
a novas propostas de tratamento clínico.
Disfunção Após a perda Dos sinais e sintomas clínicos encontrados, a dor dos músculos
de ATM dos dentes ou mastigatórios à palpação tem sido considerada a de maior relação com
dos tecidos, a cefaléia.
mudanças
compensatória
s ocorrerão na
direção das
forças dos
músculos
mastigatórios,
levando a
alterações
estruturais,
podendo ser
responsáveis
por sintomas
clínicos como
dor local com
irradiações
para o ouvido.
A hipótese
mais aceita a
respeito do
mecanismo
baseia-se em
que as
pessoas,
submetidas à
tensão ou
ansiedade,
manifestam
um aumento
da tensão do
sistema
muscular,
particularment
e dos
maxilares
mulheres
(80% a 90%),
geralmente
com menos de
40 anos de
idade
Cefaleia do tipo tensional episódica: cefaleia em
pressão, holocraniana, de leve a moderada
intensidade, podendo beneficiar-se com atividade
física, aparece geralmente no fim do dia, durando de
30 minutos a sete dias. Pode haver foto e/ou fonofobia,
mas náuseas e vômitos estão ausentes. O exame
neurológico é normal, hipertonia e hiperestesia da
musculatura pericraniana podem estar presentes5 .

● Enxaqueca (ou migrânea): cefaleia de forte


intensidade, associada a náuseas e/ou vômitos,
podendo haver foto e/ou fonofobia, exacerbada por
atividades físicas. Caráter latejante/ pulsátil,
localização unilateral em dois terços dos casos,
mudando de lado de uma crise para outra. Se a
duração da crise é maior que 72 horas, estamos diante
de: estado migranoso5 .

● Cefaleia em salvas : cefaleia unilateral, referida sempre do mesmo lado, forte intensidade (excruciante), localizando-se em região orbital, supraorbital e/ou temporal. Associação a sinais/sintomas
autonômicos ipsilaterais à dor (lacrimejamento e hiperemia conjuntival, congestão nasal e rinorreia, sudorese frontal, miose, rubor facial, ptose e edema palpebral) e duração limitada de 15 a 180
minutos5 .
No caso das cefaleias classificadas como primárias, as indicações de encaminhamento ao especialista focal • dúvida diagnóstica; • paciente não responde, não
melhora ou piora após tratamento instituído; • prejuízo funcional decorrente da cefaleia; • Cefaleia por abuso de analgésicos com dificuldade de manejo
ambulatorial (dependência opioides potentes) e necessidade de internação para desintoxicação.

Importante: • não encaminhar indivíduos com diagnóstico de cefaleia tensional, enxaqueca, cefaleia em salvas ou cefaleia por abuso de medicação para estudo
de neuroimagem apenas por segurança; • considerar estudo de imagem nos indivíduos portadores de cefaleia crônica diária e achados anormais no exame
neurológico; • exame de imagem geralmente não é indicado em pacientes com migrânea e exame neurológico normal; • o eletroencefalograma não é útil em
identificar as causas e os subtipos de cefaleia, assim não se recomenda realização deste exame na abordagem da cefaleia; • na avaliação do indivíduo com
cefaleia, estar atento aos “sinais de alerta” que indicam provável cefaleia secundária

REFERÊNCIAS:

 Cefaleia EVENTOS AGUDOS NA ATENÇÃO BÁSICA Florianópolis UFSC 2013


 PROTOCOLO NACIONAL PARA DIAGNÓSTICO E MANEJO DAS CEFALEIAS NAS UNIDADES DE URGÊNCIA DO BRASIL - 2018 Academia Brasileira de
Neurologia – Departamento Científico de Cefaleia Sociedade Brasileira de Cefaleia
 Síndrome da Cefaléia Cervicogênica Deusvenir de Souza Carvalho- Rev. Neurociências 9(2): 57-59, 2001

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